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O PAPEL PASTORAL DA FAMÍLIA CRISTÃ NO ATUAL PROCESSO EVANGELIZADOR

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Exort. ap.Familiaris consortio (22 de novembro de 1981), 25.

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O PAPEL PASTORAL DA FAMÍLIA CRISTÃ NO ATUAL

PROCESSO EVANGELIZADOR

Aluna: Bruna dos Santos Orientador: Abimar de Moraes

Introdução

A pesquisa tem o interesse em analisar através dos documentos do Magistério, o protagonismo da família cristã na atuação do seu chamado como batizados (as) e através do sacramento do matrimônio. Tem como fundamento a real necessidade de ressaltar a importância da célula familiar para a contribuição de valores evangélicos que são sempre atuais para a construção de uma sociedade capaz de exercer prática de paz e solidariedade.

Objetivos

Analisar como o Magistério da Igreja Católica concebe a noção de família a partir do Concílio Vaticano II até o Pontificado de Bento XVI.

Metodologia

A pesquisa foi realizada através da leitura de documentos do Magistério da Igreja Católica, onde a temática da família aparece. Os documentos foram: a Constituição Dogmática Lumen Gentium, a Constituição Pastoral Gaudium Et Spes do Concílio Vaticano II, Carta Encíclica Humanae Vitae do Papa Paulo VI, Exortação Apostólica Familiaris Consortio e Carta às famílias do Papa João Paulo II, Sexualidade Humana: orientações educativas em família e Preparação para o Sacramento do Matrimônio do Conselho Pontifício para a Família, Carta Encíclica Deus Caritas Est e a Exortação Apostólica Pós –Sinodal Sacramentum Caritatis do Papa Bento XVI.

Conclusões

Inicialmente a pesquisa seria feita do Concílio Vaticano II até o Pontificado do Papa Francisco, mas percebemos a necessidade de delimitarmos até o Papa Bento XVI, e seguirmos posteriormente com o Papa Francisco no qual também temos um recente Sínodo para as Famílias.

Dessa maneira, começamos com a Costituição Pastoral Gaudium et Spes e a Constituição Dogmática Lumen Gentium , ambas pertencentes ao Concílio Vaticano II. Logo em seguida com a Carta Encíclica Humanae Vitae do Papa Paulo VI que em 1968.

Do Pontificado de João Paulo II, que foi o mais extenso, e o qual teve um Sínodo para as Famílias, analisamos os documentos: Exortação Apostólica: A Missão da Família Cristã no Mundo de Hoje que é conclusão do Sínodo para as Família no ano 1981, a Carta às Famílias de 1994, do Conselho Pastoral para a Família: Sexualidade Humana: Verdade e Significado e Preparação para o Sacramento do Matrimônio.

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E por fim, no Pontificado de Bento XVI, não temos um documento específico para as famílias, mas apontamentos, na Carta Encíclica Deus Caritas Est (Sobre o Amor Cristão) e na Exortação Apostólica Pós- Sinodal Sacramentum Caritatis (Sobre a Eucaristia, Fonte e ápice da Vida e da Missão da Igreja).

A Costituição Dogmática Lumen Gentium apresenta para as famílias cristãs o exercício do sacerdócio comum no sacramento do matrimônio onde o casal recebe a missão de comunicar aos filhos a fé cristã. O casal pelo sacramento do matrimônio é sinal de unidade e amor fecundo, mistério entre Cristo e a Igreja no qual todos fazem e participam. Chamada de Igreja doméstica, a família cristã tem a vocação de refletir Cristo no seu cotidiano e a grandeza que Ele traz à humanidade corrompida pelo egoísmo e tantos males que impedem de formarmos pessoas capazes de olhar o próximo com mais comprometimento e amor.

Ao afirmar a família como “alta escola de apostolado dos leigos”, é acentuado o valor que a mesma traz para as novas gerações e como o casal cristão, atento a sua vocação pode contribuir para a sociedade através da educação dos seus filhos nos valores do reino de Deus e com um testemunho de vida que reflete a luz de Cristo.

Na Constituição Pastoral Gaudium et Spes a segunda parte é dedicada para questões consideradas urgentes, e tem o capitulo I dedicado “A promoção da dignidade do matrimônio e da família". Diante de tantas mudanças sobre o conceito família para a sociedade da época em que o Concílio Vaticano II aconteceu 1965, mas que ainda ocorrem, a Igreja Católica com o desejo de instruir seus fiéis e todos que dela se aproximam esclarece sobre a missão do matrimônio como sacramento e da missão assumida pelos cônjuges.

O casal cristão através do sacramento assume a abertura para vida e o compromisso de educar os seus filhos e o que os inspira para o pleno cumprimento é o “autêntico amor conjugal” onde redescobrem sempre a unidade que lhes completa e dá forças. O testemunho é o mais eficaz anúncio do Ressuscitado, pois é diante das conquistas e das lutas da vida que a família cristã apresenta principalmente aos que se encontram ao seu redor a razão de sua esperança, Jesus Cristo.

A Carta Encíclica Humanae Vitae promulgada pelo Papa Paulo VI, é especificamente para as famílias e diz repeito da regulação da natalidade. Novamente, diante de uma significativa mudança no contexto mundial, onde começa a crescer a densidade populacional, inúmeras novas questões também surgem onde é necessária uma maior preparação da Igreja e de seus fiéis.

O matrimônio como sinal da união de Cristo com a Igreja apresenta as características que tocam a todo ser humano, pois é um amor fiel, fecundo, unitivo capaz de dizer que somos únicos e que temos valor porque no amor não há troca ou rejeição, mas acolhimento, integralidade e responde ao vazio existencial que muitas vezes sentimos diante das dificuldades da vida.

A encíclica define o ato conjugal com significado unitivo e procriativo, ambos caminham para o crescimento do casal, mas a dimensão unitiva é a que sustenta o casal em toda a vida matrimonial e a fortaleza em momentos difíceis. O valor da castidade também deve ser bem compreendido pelos pais para que possam promover aos seus filhos a necessidade de entender que um envolvimento a nível sexual corresponde a um

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compromisso assumido de maneira madura e responsável por si e pelo outro que não pode ser apenas uma experiência, mas um compromisso vivido dentro do sacramento do matrimônio.

O Pontificado do Papa João Paulo II foi extenso e por isso, temos uma parte maior de documentos e também um momento importante que é o Sínodo para as Famílias que ocorreu em 1981.

A Exortação Familiaris Consortio, é a conclusão desse Sínodo e trata exatamente da missão da família cristã, em uma época em que se acentuavam a degradação de valores fundamentais em que a liberdade do cônjuge é compreendida de forma equivocada, o problema de autoridade entre pais e filhos, a transmissão de valores, o aumento de abortos, a esterilização e uma mentalidade contraceptiva como uma prática comum. Diante de tais mudanças que tomavam uma proporção global a Igreja se preocupa e anima seus fiéis, principalmente aqueles que receberam o sacramento do matrimônio para que possam através do Sínodo que do documento proposto, analisar e responder com propriedade e conscientemente questões que na época eram muito novas e que emergiam como muita rapidez. É bem verdade que os Padres Sinodais destacaram na época como preocupante, o aumento do número de divórcio, a aceitação pelos batizados do matrimônio apenas de forma civil e os problemas de ordem moral.

Por isso, aponta logo no início que diante de tantas questões os esposos e pais cristãos, através do discernimento evangélico, devem contribuir na missão evangelizadora através do carisma e do dom que receberam no sacramento do matrimônio. Para tal tarefa se faz necessário à compreensão da consciência do primado de valores morais onde a pessoa humana é valorizada na sua integralidade, liberdade e dignidade. Compreendemos que tais preocupações precisam de uma especial atenção por que implicam na realização em plenitude da família e na segurança de seus direitos, sendo necessária uma real e contínua conversão daqueles que anunciam a Boa Nova de Jesus para que possam se assemelhar ao mesmo.

O matrimônio e a família cristã edifica a sociedade, pois se constituem como um lugar onde a pessoa é educada na fé da Igreja que passa pelo respeito e compreensão do próximo como um irmão (ã) no qual deve aprender a viver em comunidade. Também as famílias de casais que não podem ter filhos são chamadas a testemunhar a sua fé através do serviço, cumprindo a missão de batizados dentro do sacramento do matrimonio. Sendo assim, “na família, de fato, a pessoa humana não só é gerada e

progressivamente introduzida, mediante a educação, na comunidade humana, mas, mediante a regeneração do batismo e a educação na fé, é introduzida também na família de Deus, que é a Igreja.”1

Seguimos na compreensão, que a família tem como essência e dever comunicar o amor na qual tem o seu fundamento, pois reflete o amor de Deus por toda a humanidade e o mistério de Cristo e a Igreja. Os pais cristãos têm o a missão de educar seus filhos no amor para amar, porque a experiência do amor familiar é luz para o mundo. O Sínodo, portanto evidencia quatro pontos que são considerados como deveres gerais da família; a formação de uma comunidade de pessoas, o serviço à vida, a participação no desenvolvimento da sociedade, a participação na vida e na missão da Igreja.

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Percebemos que surge uma nova compreensão da real necessidade do papel evangelizador da família cristã, onde no sacramento do matrimônio o casal recebe uma missão e que em tempos de mudança de paradigma se faz ainda mais necessária sua atuação consciente e permanente na formação das novas gerações e na influência que exerce na sociedade. Também a fidelidade e a indissolubilidade matrimonial é um ponto precioso para o testemunho da fé, pois diante de inúmeras adversidades o casal se mantém unidade exercendo sempre quando necessário o perdão recíproco que restaura as relações e possibilita um recomeço.

Uma presença importante nas famílias e na sociedade é a dos anciãos, porque é um sinal de maturidade e compreensão da vida com uma sabedoria peculiar adquirida através da experiência de anos. A valiosa presença deles e do papel que exercem para a transmissão da fé e de valores para a formação da pessoa humana são de especial atenção.

Ressalto também que o Sínodo destaca a urgente e importante atuação dos teólogos para tais questões que envolvem a Família e a sociedade como um todo, para que possam refletir à luz do Magistério, da Tradição da Igreja e de Fundamentos Bíblicos e contribuir na compreensão da Verdade diante de tantos conceitos contraditórios à vida e à plena realização do ser humano. Uma proposta interessante para que os pais cristãos possam realizar o cumprimento do seu chamado de educar seus filhos na fé, foi a preparação de um catecismo que pudesse ser utilizado pelas famílias no qual tenha um texto claro para uma fácil compreensão.

Os casais cristãos que recebem o dom da fecundidade não devem se restringir apenas na forma procriativa, mas também devem estar atentos àqueles que em nossos tempos sofrem com a ausência de referências paterna e materna. Jovens e crianças que se encontram na condição de órfãos, seja por consequência da morte ou falta da presença afetiva dos seus pais, devem ser alvos da atenção de famílias que podem segundo suas condições acolhê-las. Nessa fase da vida onde se encontram vulneráveis, a família cristã deve estar atenta à dimensão do chamado matrimonial que lhes pede fecundidade, um coração alargado para as necessidades urgentes e atuais. Tal atitude se assemelha a de Jesus que se compadecia dos que sofriam a dor do abandono e da exclusão social.

Daí então sua missão não se restringe apenas à educação dos filhos e um papel eclesial, mas uma atuação concreta onde o exercício da responsabilidade política é realizado de forma concreta e efetiva, partindo de uma real consciência do seu dever de atuação para diante de suas possibilidades à prática de uma mudança na sociedade.

A preparação matrimonial deve se ter inicio desde a infância para que dentro de casa já possa começar a se compreender como pessoa e descobrir seus dons e fragilidades e valor dos relacionamentos para que aprenda o respeito ao próximo em suas diferenças. Aos jovens, a preparação ocorre também através do conhecimento dos sacramentos para que possam descobrir o que o sacramento implica no âmbito moral e espiritual. E principalmente para quem se aproxima da celebração matrimonial, sendo possível receber um novo conteúdo e possa realizar um bom exame pré-nupcial. Tal formação se torna urgente e de extrema necessidade para aqueles que têm alguma carência na doutrina ou na prática cristã.

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Aos recém-casados, uma necessidade que a pastoral da família deve estar atenta é de ser um suporte para os novos casais diante da nova realidade que assumiram. A adaptação às novas exigências da vida matrimonial e o nascimento dos filhos requer uma concreta ajuda de casais experientes que podem lançar luzes à dúvidas que são possíveis de serem superadas para que a novidade e a beleza da vocação não se perca em meio a crises.

Concluindo a análise do documento com a atenção de que a família é uma base para a sociedade e que sua atuação ao cumprir a vocação matrimonial, atende diretamente aos anseios do ser humano de não viver na solidão mas em comunidade. Portanto, o casal que celebra o sacramento do matrimônio e assume o compromisso da vocação matrimonial, reflete através da família o reino de Deus e o faz crescer nesse mundo através do seu fiel testemunho. Ao se referir a missão da família cristã, no parágrafo 51 diz: “Participando da vida e da missão da Igreja, que está em religiosa

escuta da Palavra de Deus e a proclama com firme confiança¹, a família cristã vive a sua tarefa profética acolhendo e anunciando a Palavra de Deus torna-se, assim, cada dia mais comunidade crente e evangelizadora.²”

Na Carta às Famílias, João Paulo II, destacamos o termo civilização do amor no qual é projetado o desejo da integralidade do ser humano na atuação do bem comum, e também o termo paternidade e maternidade responsável para que possam estar abertos à vida e o sacramento do matrimônio ser realizado ainda mais como família. João Paulo II afirma que “a família é a via da Igreja”, onde mais uma vez compreendemos a missão da família na Igreja e como sua atuação é a presença do Ressuscitado em diversos ambientes. A família é o coração do termo “civilização do amor” que teve origem com papa Paulo VI em uma homilia e que foi adotado pela Igreja. Mais uma vez é ressaltada a importância do testemunho para a educação na fé, porque o ser humano atualmente é mais atento e convencido pelos exemplos que são dados, do que por inúmeros momentos de formação e homilias.

Também durante o Pontificado de João Paulo II, o Conselho Pontifício para as famílias promulgou os documentos: Sexualidade Humana: verdade e significado e Preparação para o sacramento do matrimônio.

O documento Sexualidade Humana, apresenta a função pedagógica dos pais na educação sexual dos filhos para que eles possam ter a consciência de uma realização profunda e responsável que há no compromisso assumido no sacramento do matrimônio. A vivência da castidade implica uma vida de oração e um entendimento do amor na vida que não toma o outro apenas por um prazer, mas é doação e aliança. Atualmente a sexualidade é banalizada e a exposição se tornou corriqueira, por isso a missão dos pais é ainda maior para que sejam realmente exemplos de um casamento fiel e casto, onde o respeito e a cumplicidade dão “sabor” aos anos vividos e tornam ainda mais forte o amor. O valor da castidade na educação sexual ensina as crianças e principalmente os jovens o autodomínio que é capaz de regrar seus impulsos diante de diversas situações, pois permite um conhecimento de si tão valioso para a maturidade. É necessário compreender que o lar cristão é um lugar onde a fé fala diretamente aos corações e traduz na vida o que em família reza e partilha, pois humaniza, pois compreender a beleza da humanidade que caminha na luz do seu Criador. Faz-se extremamente importante a atenção dos pais e demais educadores no conteúdo que as crianças e adolescente tem acesso, para que esses não sejam capazes de deturpar a

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finalidade do amor, seja apresentado como um sentimento momentâneo como uma emoção que será banalizada quando outra novidade se sobrepuser. Por isso, é necessária a evangelização nas famílias para que cada vez de forma mais consciente da realidade que vivemos possamos atingir uma espiritualidade capaz de dialogar com o atual anseio, dúvidas e compreensões do ser humano e a qual a Boa Nova de Jesus é capaz de responder e atender.

Atendendo à necessidade de uma melhor preparação para os noivos, o Conselho Pontifício para a Família o documento Preparação para o sacramento do matrimônio. Tal “preparação” já implica em um momento de evangelização onde os noivos têm a possibilidade de compreender a missão que recebem diante do altar e compromisso para uma vida inteira que será sustentado pelo amor que tem um pelo outro e pela graça de Deus. O documento retoma a necessidade de esclarecer sobre o valor do sacramento matrimonial e da família desde a infância e adolescência porque nessa fase da formação do caráter e atenção à dignidade humana. Os pais devem compreender a família como lugar onde também devem exercer o sacerdócio comum recebido através do batismo. Os cursos de noivos passam também a ser um lugar de evangelização e que devem atender à preparação dos futuros cônjuges instruindo-os para responder com propriedade e sabedoria questões que são próprias da atualidade e que confundem os que desejam receber o sacramento com um profundo entendimento da fé cristã. É retomada também a necessidade e o dever de acompanhar de forma oportuna os recém-casados, ao menos nos seus primeiros cinco anos.

Como relatado anteriormente, durante o pontificado de Bento XVI não foi redigido um documento especificamente para as famílias, mas os que destacamos na pesquisa eles se referem em alguns parágrafos com mais atenção para a realidade das famílias.

A Carta Encíclica Deus Caritas Est, destaca o amor humano e sua realização em Deus e no outro porque em si mesmo, é necessária a relação para que possa alcançar a plenitude da sua existência porque é na relação que o ser humano pode experimentar receber amor e ser amado. Mesmo não falando diretamente e exclusivamente para as famílias, o tema tratado é próprio e essencial na formação humana e por isso, para aqueles que são responsáveis de educar no amor.

Na compreensão da unidade e complemento que há entre o amor ágape e eros pois encontramos em Deus o sentido para a gratuidade que também deve haver no amor humano e principalmente na doação que exige o matrimônio e a vida familiar. O amor de Deus pela humanidade é fiel e encarnado, pois em Jesus somos chamados a colocar em prática o amor. A Igreja exerce inúmeras atividades caritativas para que a exemplo possa socorrer os pobres e mais necessidades. Todo cristão deve se assemelhar ao Mestre, por isso deve ensinar as crianças e jovens a todos os que necessitam de atenção e cuidado e assim cumprir o mandamento de “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.”

O amor é um processo no coração humano que à medida que se doa mais se completa e se realiza porque encontra sua integralidade à medida que se humaniza através das relações. No seio familiar encontramos permanentemente essa dinâmica de aceitação do outro e de nós mesmos onde aprendemos a amar e perdoar, compreendendo que o crescimento e as mudanças necessárias acontecem a cada dia. A família é essa escola do amor onde desde criança é necessário aprender com pais,

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irmãos, avós, tios, primos a viver em sociedade respeitando os limites que lhes são impostos. È através de experiências concretas principalmente na infância e na adolescência que irão prepará-los para serem pessoas atentas às necessidades do próximo e atender Jesus nos pequeninos que passam fome, são perseguidos, não tem o que vestir, está à margem da sociedade entorpecida pelo ter e ser esquecendo-se dos que sofrem na pobreza e muitas vezes extrema miséria em nossas cidades.

Na Exortação Sacramentum Caritatis, que é uma conclusão do Sínodo sobre a Eucaristia, o Papa Bento XVI se dirige às famílias esclarecendo que a Eucaristia e o Matrimonio têm uma estreita relação, pois reflete a doação de Cristo ao mundo e deve representar a doação mútua entre homem e mulher.

Surge novamente a preocupação na formação dos noivos, para que a decisão pelo sacramento do matrimônio não seja apenas uma emoção ou a realização de um sonho, mas de fato abraçar a vocação na qual estão sendo chamados por Deus. As famílias são convidadas a partir da experiência eucarística se assemelhar ao Mestre para uma profunda entrega capaz de atingir a todos pelo amor que cura as principais “chagas” da sociedade tão fragmentada pelo egoísmo e soberba.

A pesquisa, por tanto, encerra a primeira fase no qual foi possível aprofundar nos documentos desde o Concílio Vaticano II até o Pontificado de Bento XVI para que pudéssemos compreender gradualmente o valor e a necessidade da família cristã, atuar através do sacramento do matrimônio como agente de evangelização. Se faz urgente uma preparação consciente e eficaz para o recebimento do matrimônio e um prosseguimento desse aprofundamento do sacramento e da condição de batizados, para que as famílias sejam fortalecidas na compreensão de sua missão.

Referências

1 - CONCÍLIO VATICANO II, Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo e Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja. 2 - PAULO VI Carta Encíclica Humanae vitae sobre a regulação da natalidade 3 - JOÃO PAULO II Familiaris Consortio sobre a função da família cristã no

mundo de hoje João Paulo II 22 de novembro de 1981 e Carta às famílias 02 de fevereiro de 1994

4 - PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A FAMÍLIA, Sexualidade Humana: Verdade e Significado (orientações educativas em família) 08 de dezembro de 1995 e Preparação para o Sacramento do Matrimônio 13 de maio de 1996

5 - BENTO XVI Deus caritas est sobre o amor cristão. 1.ed.São Paulo, Paulinas, 2006

6 - BENTO XVI Sacramentum Caritatis sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. 4. ed. São Paulo: Paulinas, 2007. p, 43-49

Referências

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