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Universidade Federal de Mato Grosso Instituto de Saúde Coletiva Curso de Graduação em Saúde Coletiva

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Universidade Federal de Mato Grosso

Instituto de Saúde Coletiva

Curso de Graduação em Saúde Coletiva

Condições e riscos à saúde no trabalho de feirantes

do bairro Recanto dos Pássaros em Cuiabá-MT

Michelle Haranaka Ide Esperança

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Saúde Coletiva.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marta Gislene Pignatti.

CUIABÁ-MT

2016

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Condições e riscos à saúde no trabalho de feirantes

do bairro Recanto dos Pássaros em Cuiabá-MT

Michelle Haranaka Ide Esperança

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Saúde Coletiva.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marta Gislene Pignatti.

CUIABÁ-MT

2016

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A todos os trabalhadores feirantes, muitas vezes “invisíveis” nas estatísticas do país, que sob sol ou chuva e diante das dificuldades enfrentadas diariamente buscam melhores condições de vida por meio do desenvolvimento do seu trabalho, sempre alegrando seus clientes com sorriso no rosto, carisma e responsabilidade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade da vida! Por abençoar meu caminho, guiar meus passos e por ter tido a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que levarei comigo para sempre.

Aos meus pais, Marco (em memória) e Marina, que foram meus incentivadores e exemplos de honestidade e simplicidade. Obrigada mãe pelo apoio e cuidado que teve por mim durante toda minha vida. Amo vocês!

À minha avó que cuida de mim com todo amor e carinho. Gratidão!

Ao meu filho, amor da minha vida, que sempre torceu por mim, que compreendeu minhas ausências e dias de turbulências. Pela paciência, amor e carinho que fortalece todo meu caminhar! Você é o meu trampolim para seguir e alegrar meus dias!

Ao meu esposo, Gesiel, que sempre esteve ao meu lado, apoiando e torcendo. Que não me deixou desistir nos momentos mais difíceis de desânimo e cansaço. Palavras são insuficientes para descrever o que você representa para mim. Amo-te!

Às minhas irmãs (Patrícia e Fernanda), meus cunhados (Douglas e Paulo) e minha sobrinha (Júlia) pelas palavras de incentivo, pela ajuda nos momentos de dificuldade e pelo apoio incondicional que me fortaleceu e me fez sentir segura.

À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Marta Gislene Pignatti, pelo compartilhamento do seu saber, pela confiança depositada em mim, e pela oportunidade de crescimento profissional e pessoal. Muito obrigada!!!

Aos professores do Curso de Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso. Muito obrigada por terem compartilhado seus conhecimentos! Aos demais profissionais do Instituto de Saúde Coletiva, minha eterna gratidão!

Aos meus amigos da Graduação em Saúde Coletiva que com muita alegria suavizou o caminhar desses quatro anos. Em especial às minhas amigas Juliene, Girlane e Graziella que compartilharam momentos de alegrias, angústias, ansiedades e de muito estudo e aprendizado. Foram companheiras e solidárias!

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“Eu estou ali, olhando as deliciosas iguarias daquele restaurante. De repente, me dou conta, num breve surto de loucura e obviedade, que tudo ali teve uma origem. Não caíram do céu diante de mim. Alguém cultivou, semeou, plantou, esperou, colheu, produziu, transportou, vendeu, cozinhou, até que agora, eu me delicie. Quem são eles? Onde e como vivem? Em torno do que eu consumo, há mãos, pés, há ganhos, perdas, há sofrimentos... vidas e mortes”.

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RESUMO

Introdução: As transformações ocorridas nas últimas décadas na dimensão do trabalho, principalmente a precarização, impactam negativamente nas condições de vida e saúde das pessoas. Como reflexo da precarização temos o aumento dos acidentes laborais, das doenças ocupacionais e do desgaste biopsicossociais dos trabalhadores de modo geral e, para alguns grupos considerados autônomos ou não vinculados ao trabalho formal, o ganho econômico vem acompanhado de total ausência de garantias trabalhistas aumentando o sofrimento para a sobrevivência. Objetivo: Caracterizar o trabalho e riscos à saúde de feirantes de frutas e hortaliças na Feira Livre do Bairro Recanto dos Pássaros. Metodologia: Trata-se de pesquisa qualitativa e descritiva. Foi utilizada como técnica para coleta de dados a entrevista individual com o responsável por cada banca, por meio de um questionário semiestruturado. Observaram-se também os riscos ocupacionais no local de trabalho e foi realizado um registro fotográfico. O local escolhido para o desenvolvimento do projeto foi a Feira Livre do Bairro Recanto dos Pássaros, localizada em Cuiabá-MT. Os dados foram separados em: características dos sujeitos entrevistados; características do trabalho; atendimento à saúde e riscos ocupacionais observados. Resultados: Foram envolvidos oito trabalhadores feirantes de frutas e hortaliças, sendo cinco do sexo masculino e três do sexo feminino com idade entre 22 e 59 anos. A maioria desenvolve de 10 a 19 horas diária de trabalho, sem descanso e são frequentes os riscos ergonômicos, físicos, de acidente de trajeto, risco químico pela manipulação dos alimentos contaminados com agrotóxico e possível risco biológico. Foi possível identificar também que a maioria trabalha de maneira informal. Considerações finais: A Vigilância em Saúde do Trabalhador deveria voltar os olhares a esses trabalhadores que, em sua maioria, estão sem assistência à saúde e necessitam de orientações para que tenham melhor qualidade de trabalho e de vida.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador; Riscos Ocupacionais; Vigilância em saúde do trabalhador.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... .07 2 OBJETIVOS ... 10 2.1 Objetivo Geral ... 10 2.2 Objetivos Específicos ... 10 3 REVISÃO DE LITERATURA ... 11 3.1 Condições de trabalho ... 11 3.2 Saúde do trabalhador ... 13

3.3 Riscos à saúde do trabalhador... 14

3.4 Mapa de risco ... 15

3.5 Acesso à saúde ... 16

3.6 Vigilância em saúde do trabalhador ... 18

4 METODOLOGIA ... 19

4.1 Desenho do estudo ... 19

4.2 Local do estudo ... 19

4.3 Sujeitos do estudo ... 21

4.4 Técnica de coleta de dados ... 21

4.5 Dados coletados ... 21

4.6 Análise dos dados ... 22

4.7 Aspectos éticos ... 23

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 24

5.1 Perfil demográfico dos feirantes ... 24

5.2 Características do trabalho dos feirantes ... 25

5.2.1 Trabalho familiar ... 25

5.2.2 Ritmo de trabalho ... 26

5.2.3 Renda ... 26

5.2.4 Tipo de trabalho ... 27

5.3 Condições de trabalho e risco ... 28

5.4 Cotidiano dos feirantes: Situação de Saúde e Risco ... 29

5.4.1 Atividades extra-feira ... 29 5.4.2 Atividades na feira ... 30 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 33 REFERÊNCIAS ... 35 APÊNDICES ... 39 ANEXOS ... 45

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1 INTRODUÇÃO

O trabalho tem origem desde os primórdios da humanidade, a princípio para a subsistência do ser humano (SOUZA e TOLFO, 2009). Com a necessidade de encontrar meios mais adequados para satisfazer as necessidades pessoais, surge a atividade laboral. Assim, entende-se que trabalho é toda atividade de caráter físico e intelectual necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento, ou seja, o desenvolvimento físico e mental (houve tempos em que era mais físico) que modifica a natureza (CODO et al., 1993).

O trabalho é uma das maneiras ao qual o homem interage no seu meio social e no seu tempo, e cada indivíduo se reconhece como sujeito da sua própria história, seja pelo fato de ser um meio de sobrevivência, pelo tempo de dedicação, pela realização profissional e pessoal e por ocupar um lugar central na vida de quem o realiza. Na sua relação com o trabalho o indivíduo constrói uma rede de significados que influenciam a centralidade das outras esferas de sua vida, seus relacionamentos, modos de ser, e consequentemente, nos resultados alcançados (CODO, 1997).

Com a introdução da pirâmide social, trabalhar significava a perda da liberdade, pois aos menos favorecidos eram atribuídas atividades sem remuneração (escravos) e em geral não recebiam moradia e alimentação para a subsistência. Com o advento da industrialização, a partir do século XVIII, foi criado o trabalho formal, onde eram definidas as tarefas e sua remuneração (SOUZA e TOLFO, 2009).

A definição de trabalho ainda traz consigo alguns resquícios da origem do termo, na qual trabalho vem do latim “tripalium”, relativo a um instrumento de tortura aplicado aos escravos que se recusassem a trabalhar, portanto relacionado a castigo. Posteriormente, foi modificado para “tripalliare” (ainda em latim), que significava torturar os escravos para que trabalhassem. Na Idade Média, em Francês, “travail” nomeava o aparelho utilizado para conter os animais enquanto operavam engrenagens, e até hoje seu significado é associado a fardo e sacrifício (SOUZA e TOLFO, 2009).

O trabalho é um conceito subjetivo que possui diferentes sentidos para cada pessoa. Alguns fazem do trabalho apenas um meio para garantir a sobrevivência, outros vão além do necessário para obter mais condições financeiras para

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necessidades materiais, outros encontram no trabalho sua realização pessoal. E torna-se um conceito que oscila entre o prazer de trabalhar e o trabalho que pode destruir pelo sofrimento ou punição (FERREIRA, 2001).

As transformações ocorridas no último século, na dimensão do trabalho, tiveram impacto nas condições de vida e saúde das pessoas. Aliada a esses reflexos agrega-se sua precarização que têm intensificados os acidentes laborais, doenças ocupacionais e desgastes biopsicossociais dos trabalhadores (GUIMARÃES e ROCHA, 2008).

O modo de produção capitalista teve seu marco na Revolução Industrial em que o trabalho passou a ser cada vez mais centrado na indústria. O homem transferiu o trabalho artesanal para a indústria mecanizada e no Século XIX transformou e revolucionou de forma global, confirmando a sociedade conhecida como capitalista que compreende o sistema econômico, cujos meios de produção são de propriedade privada. O trabalho, neste contexto, desempenha o papel de uma mercadoria adquirida através da remuneração, estabelecida por meio de contratos e regulada pelo mercado (DALLAGO, 2010).

A intensificação laboral é uma característica atual do capitalismo e tem levado ao desgaste da capacidade física e espiritual dos trabalhadores. O medo do desemprego leva os trabalhadores a aceitarem contratos de trabalhos precários, com baixos salários e ambientes de alto risco e insalubres (ELIAS e NAVARRO, 2006).

A feira livre é um tipo de mercado de varejo tradicional que são realizadas ao ar livre, em vias públicas, em dias e horários determinados. São caracterizadas pelas instalações provisórias, em que cada feirante instala sua banca uma ao lado da outra, o que leva a necessidade de desenvolver estratégias que o diferenciem das demais. Geralmente, o dono da banca ou mesmo o vendedor estabelece o contato direto com o cliente e acabam construindo laços de amizades (COLLA et al., 2007).

No Brasil, desde o tempo da colônia existem as feiras livres que são uma forma de mercado varejista ao ar livre, que geralmente são realizadas semanalmente, organizadas como um serviço de utilidade pela municipalidade e voltada para distribuição local de produtos básicos e alimentícios (REZENDE, 2001). É um importante ponto para a comercialização da produção da agricultura familiar, já que os

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feirantes vendem uma produção por vezes ligada à cultura alimentar local, que não alcançaria outros mercados. A relação direta entre o feirante e o consumidor possibilita a diminuição de custos de comercialização, que envolve insumos, transporte, embalagens (COELHO e PINHEIRO, 2009).

A atividade dos feirantes está inserida no contexto do trabalho autônomo, informal e precário, pois grande parte não possui nenhuma garantia dos direitos trabalhistas. Esse tipo de trabalho pode ser uma alternativa para o período de desemprego e surge como uma fonte de renda (SOUZA e TOLFO, 2009).

Até algum tempo atrás o feirante era um pequeno produtor que vendia o que colhia de sua produção. Atualmente, as feiras livres vêm se modificando, constituindo-se por pessoas que residem nas cidades, alguns com escolaridade elevada, qualificados profissionalmente, mas que foram excluídos do mercado de trabalho formal (VEDANA, 2013).

As feiras não são lugares somente de comércio, mas são espaços onde as pessoas se sociabilizam, criam laços de amizades, lugar de cores, sons, sabores, odores e amores, marcados pela intensa relação social. As pessoas caminham, observam, pechincham, tem suas barracas preferidas, conhecem o feirante de longa data e muitas vezes parecem mais amigos que fregueses. A feira tem seu papel histórico, de encontros, do espontâneo, provisório, da diversidade cultural e recriando significados para estes “sobreviventes do mundo do trabalho” (MASCARENHAS, 2005).

Considerando todas as mudanças acerca do trabalho e a importância das feiras para as comunidades e para os trabalhadores percebe-se que as atividades laborais produzem algumas situações que podem afetar a saúde dos trabalhadores e reconhecê-las no âmbito dos feirantes poderá indicar ações de prevenção a estes.

Diante desse cenário, questiona-se a quais condições de trabalho e riscos à saúde estão submetidas os trabalhadores da venda de frutas e hortaliças na feira livre do bairro Recanto dos Pássaros. Assim, o objetivo do trabalho é de caracterizar os riscos à saúde no trabalho dos feirantes de Cuiabá-MT.

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2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral

Caracterizar o trabalho e riscos ocupacionais à saúde de feirantes de frutas e hortaliças na feira livre do bairro Recanto dos Pássaros em Cuiabá-MT.

2.2 Objetivos Específicos

 Descrever as condições de trabalho;

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Condições de Trabalho

O ambiente de trabalho para SIVIERI (1995) é “um conjunto das condições de produção em que, simultaneamente, a força de trabalho e o capital se transformam em mercadorias e lucro”. É possível perceber que as condições do ambiente em que o indivíduo trabalha e vive podem determinar seu processo saúde-doença e até a morte.

As condições de trabalho, segundo BARBOSA (2001), são “toda e qualquer variável presente no ambiente de trabalho capaz de alterar e/ou condicionar a capacidade produtiva do indivíduo, causando ou não agressões ou depreciações a saúde destes”. Os elementos, os instrumentos e a postura assumida pelo trabalhador no ambiente de trabalho podem levá-los a danos em sua saúde. BARBOSA (2001) afirma também que há cinco grupos de riscos: físicos, químicos, biológicos, de acidente e ergonômico. E ROCHA e RIGOTTO (1994) definem condições de trabalho tudo que envolve as condições físicas, químicas e biológicas do ambiente de trabalho que causam impacto a saúde do trabalhador.

Diante disso, um dos grandes problemas que atinge o trabalhador são a saúde e as condições do ambiente em que trabalham (ÁVILA e SANTOS, 2000). A qualidade de vida que as pessoas possuem em seu ambiente de trabalho abrange diversos fatores como a renda suficiente para satisfazer as expectativas pessoais e sociais, orgulhar-se pelo trabalho realizado, vida emocional satisfatória, autoestima, equilíbrio entre o trabalho e o lazer, horários e condições de trabalho sem sobrecargas, respeito dos direitos trabalhistas, entre outros fatores (LACAZ, 2000). Então, entende-se que há relação entre a qualidade de vida de cada indivíduo com a qualidade do entende-seu ambiente de trabalho, pois este assume o papel central na vida desses trabalhadores definindo aspectos vitais como “status” e sua própria identidade (ÁVILA e SANTOS, 2000).

A maneira com que o mercado de trabalho vem funcionando está sendo discutido cada vez mais. Há diversos elementos que ressaltam imperfeições nesse mercado, como por exemplo, elevados números de desemprego, alta taxa de

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informalidade, a alta desigualdade de renda e o alcance limitado das leis trabalhistas e das intervenções governamentais para prestar assistência aos trabalhadores (MENEGUIN e BUGARIN, 2008).

A flexibilização dos modos de produção é uma das características contemporâneas que levam a precarização do trabalho. Nesse cenário, identifica-se o crescimento do trabalho informal como consequência das novas relações de trabalho em um mundo globalizado (MEIRELES, 2008).

No Brasil, o trabalho informal é visto como problema econômico e social, pois significa ruptura com o padrão formal, em que os trabalhadores possuem proteção para minimizar os riscos sociais e de saúde. No trabalho informal, grande parte dos trabalhadores é privado dos benefícios de seguridade social como a aposentadoria, medidas de proteção à saúde e a remuneração abaixo do mínimo legal (RIOS, 2013).

O trabalho formal é o trabalho realizado com a carteira profissional assinada, garantindo aos trabalhadores direitos trabalhistas como folga semanal remunerado, direito ao seguro-desemprego, licença maternidade e paternidade entre outros direitos. O trabalho informal não possui carteira assinada e para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estão inseridas ao setor informal as pessoas sem remuneração e os autônomos. É considerado trabalho informal as pessoas que não estão amparados pela Previdência Social (MENEGUIN e BUGARIN, 2008).

O trabalho informal está presente no cotidiano das cidades. Ressaltando que esses trabalhadores, vendedores ambulantes, camelôs e feirantes podem contribuir com a Previdência Social na modalidade de contribuinte individual, a qual engloba as pessoas que trabalham por conta própria (autônomos), os empresários e os trabalhadores que prestam serviços de natureza eventual a empresas, sem vínculo empregatício (BRASIL, 2009).

O trabalho autônomo não possui vínculo empregatício, é independente, o trabalhador desenvolve suas atividades com organização própria, iniciativa e discricionariedade, além da escolha do lugar, do tempo e forma de execução do seu trabalho (RIBEIRO, 2005).

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3.2 Saúde do trabalhador

A Saúde do Trabalhador é uma subárea da Saúde Pública que tem como objetivo compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Neste sentido, a saúde e a doença se articulam com o desenvolvimento produtivo das pessoas em determinado período. E a maneira com que as pessoas (homens, mulheres e crianças) estão inseridas no ambiente de trabalho é decisiva no adoecer e morrer (BRASIL, 2001).

Neste contexto, o trabalhador é todo indivíduo que realiza uma atividade de trabalho independente de estar inserido no mercado formal ou informal de trabalho inclusive na forma de trabalho familiar ou doméstico (BRASIL, 2001).

A saúde, como direito universal e dever do Estado, é uma conquista do cidadão brasileiro, expressa na Constituição Federal e regulamentada pela Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/90), que afirma no artigo 3º, a saúde tem como fatores condicionantes e determinantes, entre outros a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. No âmbito deste direito encontra-se a saúde do trabalhador, no artigo 6º, desta Lei, no parágrafo 3º a Saúde do trabalhador pode ser entendida como a busca das relações entre o trabalho e a saúde-doença dos trabalhadores, a necessidade de mudança nos processos de trabalho e das condições ambientais no local, através de uma abordagem multidisciplinar e intersetorial com a participação dos trabalhadores (BRASIL, 2006).

O campo da Saúde do Trabalhador transformou o modo de pensar e de implicar novos conceitos e paradigmas até certo ponto insuficientes da Saúde Ocupacional e da Medicina do trabalho, que determinaram diretrizes para a prevenção de acidentes de trabalho (PIGNATI et al., 2013). Ou seja, transcender as ações curativas para ações de prevenção, promoção e vigilância em saúde do trabalhador.

As condições de saúde dos trabalhadores não podem ser avaliadas somente com o olhar médico da empresa, mas é necessário conhecer as diversas condições de vida a que esses trabalhadores estão expostos. As consequências não desejadas do

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trabalho sobre a saúde podem acontecer de maneira silenciosa e a saúde precisa ser construída e mantida no trabalho (ASSUNÇÃO, 2003).

Assim, a Saúde do Trabalhador é um instrumento que possibilita o controle social do processo produtivo, baseando-se nos critérios de saúde. Observando os problemas relacionados ao processo de trabalho, percebe-se a sua dimensão social, política que possibilita entender a saúde dos trabalhadores como a expressão de forças e de formas de organização de um movimento histórico e dinâmico da classe trabalhadora (AGOSTINI, 2002).

3.3 Riscos à saúde do trabalhador

Os riscos à saúde do trabalhador são principalmente os ocupacionais que enunciam a probabilidade de ocorrer acidente ou doença na realização de atividades do trabalho e grande parte desses riscos é identificável e os agravos são previsíveis e seus indicadores podem contribuir para a vigilância em saúde do trabalhador (NOVELLO et al., 2011).

Os processos de trabalho envolvem situações de riscos, acidentes e de adoecimentos, que vai depender das condições de gênero, qualidade de vida no ambiente de trabalho. E os riscos dentro do processo de trabalho se concretizam nos agentes de risco, que só são perceptíveis quando os analisarmos e contextualizarmos dentro do trabalho, entendendo as transformações e a maneira com que os trabalhadores as realizam (AGOSTINI, 2002).

Segundo PIGNATI (2007), os fatores de risco sobrecarregam a saúde dos trabalhadores e se transformam em situações de risco que, quando não eliminadas, ocasionam acidentes de trabalho (típicos, trajetos e doenças do trabalho), cujas consequências podem atingir suas famílias, a população e o ambiente que o envolve. Estas situações de risco têm origem na organização dos processos de trabalho influenciados por dinâmicas sociais, tecnológicas e de promoção de saúde, que necessitam serem vigiadas pelos trabalhadores, pela população afetada/agravada e pelo Estado, no sentido de serem eliminadas num processo de vigilância à saúde no trabalho.

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A noção de risco “ocupacional”, que tem orientado muitas intervenções nos ambientes de trabalho, apresenta como limitações a dependência do conhecimento prévio sobre os determinantes de agravos e a menor viabilidade de uso desta noção quando se desconhece uma relação direta entre o agente de risco e o efeito à saúde (AYRES, 2002).

Portanto, a Portaria nº 25 de 29/12/1994, do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (DNSST) estabelece a obrigatoriedade de identificar os riscos à saúde humana no ambiente de trabalho, atribuindo às Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) a responsabilidade pela elaboração de Mapa de Riscos Ambientais (PONZETTO, 2010).

3.4 Mapa de Risco

O Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho, capazes de levar agravos à saúde dos trabalhadores (MIRANDA, 1998). É um instrumento que se orienta pelas Normas de Segurança e Medicina do Trabalho, mais precisamente a NR 05 (BRASIL, 2012) que estabelece a obrigatoriedade das empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados a organizarem e manterem em funcionamento, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), com o intuito de prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho promovendo saúde ao trabalhador.

O desenvolvimento de um Mapa de Risco Ocupacional permite minimizar os agravos à saúde do trabalhador, através da implantação de ações em biossegurança, qualidade e vigilância em saúde do trabalhador (NOVELLO et al., 2011).

O anexo IV da Portaria nº 25/94 apresenta como objetivo do Mapa de risco a coleta de informações para o diagnóstico da segurança e saúde do trabalhador e garantir a troca de informações e a participação deste na elaboração do mapa. Suas etapas, de acordo com a Portaria compreendem conhecer o processo do trabalho, identificar os riscos existentes, identificar as medidas existentes, identificar os

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indicadores de saúde, conhecer levantamentos anteriores, elaborar o Mapa de risco sobre o layout da empresa. Deve ser fixado em cada local avaliado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores (MIRANDA, 1998).

De acordo com a Portaria nº 25/94, o Mapa de Risco classifica os principais riscos ocupacionais: riscos químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou produtos químicos em geral), riscos biológicos (vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos), riscos ergonômicos e de acidentes (esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, entre outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico), riscos físicos (ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio, pressões anormais, umidade e calor). A intensidade dos tipos de riscos é representada por círculos de tamanhos proporcionalmente diferentes, ou pela ausência do mesmo. O tamanho dos círculos indicará o grau de risco: quanto maior o círculo, maior o grau de risco (BRASIL 1994).

3.5 Acesso à Saúde

As desigualdades em saúde são discussões que envolvem políticas públicas, que no acesso à saúde estão profundamente ligadas aos cenários políticos nacionais e internacionais, às políticas sociais e econômicas e a fenômenos como globalização e crescimento econômico (McINTYRE e MOONEY, 2007).

De acordo com a Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito de todos os brasileiros, ou seja, todo cidadão tem acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), que realiza ações de promoção, prevenção e assistência à saúde. Antes, o modelo adotado dividia os brasileiros entre os que podiam pagar por serviços de saúde privados; os que tinham direito à saúde pública pela Previdência Social, ou seja, trabalhadores com carteira assinada e os que não possuíam nenhum direito (BRASIL, 2006).

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O acesso aos serviços de saúde no Brasil está assegurado, tendo como referência os princípios organizativos e doutrinários do SUS, a partir da corresponsabilidade dos entes federados, gestores, trabalhadores e dos usuários (SCHWARTZ et al., 2010).

É possível perceber que o acesso da população aos serviços de saúde é importante para uma eficiente assistência à saúde. Sendo a localização geográfica dos serviços de saúde um dos fatores que interferem na acessibilidade (UNGLERT et al., 1987).

O acesso à Saúde engloba inúmeros fatores e o sistema institucional de saúde, na prática diária, apresenta dificuldades que impedem a satisfação das necessidades de assistência à saúde da totalidade da população. Um dos fatores que contribuem para essa situação é a inacessibilidade de numerosos grupos da população aos serviços de saúde (UNGLERT et al., 1987).

RONALD e NEWMAN (1973) avaliaram como características da população (renda, cobertura do seguro saúde, atitudes frente ao cuidado com a saúde, estrutura social) ou das instituições de saúde. PENCHANSKY e THOMAS (1981) questionaram que o acesso poderia ser avaliado através de indicadores de resultado da passagem do indivíduo pelo sistema de saúde (por exemplo, a satisfação do paciente) e definiram o acesso como o grau de interação entre os clientes e o sistema de saúde. DONABEDIAN (1973) utiliza o termo acessibilidade em vez de acesso, pois é um termo mais amplo. Relaciona o termo com a condição social, cultural, educacional ou econômica do indivíduo. Por fim, MCINTYRE e MOONEY (2007) incorporaram à noção de acesso à saúde a liberdade para o uso dos serviços: os atributos que definem o indivíduo, como seu nível educacional, sua bagagem cultural e crenças, sua condição social e econômica, entre muitos outros atributos.

Assim, devem-se considerar sempre os diversos riscos ambientais e organizacionais ao quais os trabalhadores estão expostos, em função de sua inserção nos processos de trabalhos. Portanto, as ações de saúde do trabalhador devem ser incluídas na agenda da rede básicas de atenção à saúde, ampliando a assistência ofertada aos trabalhadores, na medida em que os veem sujeitos a um adoecimento

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específico que exige estratégias como as de promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde (BRASIL, 2001).

3.6 Vigilância em Saúde do Trabalhador

A Portaria n° 3.120/GM/MS, de 1º de julho de 1998. Aprova a Instrução Normativa de Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS, na forma do Anexo a esta Portaria, com a finalidade de definir procedimentos básicos para o desenvolvimento das ações correspondentes (BRASIL, 2010).

A Vigilância em Saúde do Trabalhador apoia-se no modelo epidemiológico de pesquisa dos agravos, na relação entre trabalho e saúde unindo ao universo da avaliação e análise a capacidade imediata sobre fatores determinantes dos danos à saúde. Assim devido ao conceito mais amplo de saúde, relacionada ao processo de produção, capaz de lidar com a diversidade, a complexidade e o surgimento de novas formas de adoecerem, a Vigilância em Saúde do Trabalhador ultrapassa o aspecto normativo (BRASIL, 2001).

É um conjunto de práticas sanitárias centrada na relação da saúde com o ambiente e os processos de trabalho com o objetivo de conhecer a realidade para transformá-la, buscando melhorias da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Tem também como finalidade planejar, executar e avaliar intervenções sobre os aspectos do trabalho para controlá-los ou eliminá-los (BRASIL, 2001).

A Vigilância em Saúde do Trabalhador caracteriza-se também por ser um conjunto de atividades destinadas à promoção e proteção, recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho (BRASIL, 2010).

No entanto, não se constitui uma área desvinculada e independente da vigilância em saúde como um todo, mas ao contrário, pretende acrescentar ao conjunto de ações da vigilância em saúde estratégias de produção de conhecimentos e mecanismos de intervenção sobre os processos de produção, aproximando os diversos objetos comuns das práticas sanitárias àqueles oriundos da relação entre o trabalho e a saúde (TAMBELLINI, 1984).

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4 METODOLOGIA

4.1 Desenho do Estudo

A pesquisa qualitativa trabalha com uma parte da realidade que engloba os dados objetivos e subjetivos informados pelos trabalhadores que não poderiam ser quantificados. E dessa forma é possível entrar no universo dos significados, que não são compreendidos e que precisam ser interpretados e sistematizados pelos pesquisadores (MINAYO et al., 2011).

Portanto, este trabalho é um estudo de cunho descritivo e qualitativo, que permite uma investigação mais detalhada do assunto, compreendendo as situações objetivas e subjetivas.

4.2 Local do Estudo

O local escolhido para o desenvolvimento deste projeto foi a Feira Livre do Bairro Recanto dos Pássaros, localizada na cidade de Cuiabá-MT, na Avenida das Palmeiras. A feira é cadastrada na Prefeitura, existindo há 25 anos, e acontece todas as sextas-feiras das 16 às 22 horas. Segundo a Coordenadora do Serviço de Inspeção Municipal/Cuiabá-MT, Silvia Dorileo Lima, em Cuiabá existem 51 feiras livres cadastradas e cada feira possui um coordenador responsável pela sua organização.

O bairro Recanto dos Pássaros está localizado na região leste de Cuiabá e segundo a Prefeitura Municipal, em 2007, a região era composta por cerca de 1.400 pessoas, cuja renda foi considerada de média-alta com, aproximadamente, 14,9 salários mínimos por responsáveis pela manutenção das famílias. Quanto à escolaridade dos responsáveis pelos domicílios, predominava o grupo de 11 a 14 anos de estudo (CUIABÁ, 2007). É importante ressaltar que a região teve expansão com condomínios de moradia de luxo nos últimos anos, elevando a renda média da população do bairro para alta.

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- Jardim Imperial I com cerca de 4.424 moradores, com renda média, sendo que a média da renda dos responsáveis pelos domicílios é de 6,05 salários mínimos (CUIABÁ, 2007).

- Jardim Universitário com uma população de 2.348, cuja renda é média, sendo que a média da renda dos responsáveis pelos domicílios é de 8,78 salários mínimos (CUIABÁ, 2007).

- Santa Cruz I com 1.232 moradores, renda média-alta, sendo que a média da renda dos responsáveis pelos domicílios é de 13,17 salários mínimos (CUIABÁ, 2007).

- Há dois bairros mais recentes que são Jardim Imperial II e Santa Cruz II, mas ainda não há informações sobre sua população e renda.

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4.3 Sujeitos do Estudo

Os sujeitos da pesquisa foram os responsáveis por oito bancas de frutas e hortaliças da feira do bairro Recanto dos Pássaros. Segundo informações da responsável pela coordenação da feira, esta teve início no ano de 1991. Hoje, após 25 anos, a feira possui 154 pontos, que são os espaços divididos e marcados pelos coordenadores das feiras e pelo Sindicato dos Feirantes, e cada ponto tem 2,20m. Todos os pontos estavam alugados e alguns feirantes alugam mais de um ponto, ficando no total de 94 bancas, desses, 11 são responsáveis por bancas de frutas e/ou hortaliças.

Foram realizadas entrevistas com 08 trabalhadores feirantes de frutas e hortaliças.

Os critérios estabelecidos para inclusão dos sujeitos foram: ser trabalhador na feira livre do bairro Recanto dos Pássaros; comercializar frutas e hortaliças; ter idade igual ou maior que 18 anos, e ter o desejo de participar da pesquisa.

4.4 Técnica de Coleta de Dados

A pesquisa utilizou como técnica para coleta de dados:

1) A entrevista individual, com o responsável de cada banca, utilizando questionário semiestruturado sobre as questões socioeconômicas, condições de trabalho e saúde, mediante o consentimento do entrevistado (Apêndice A).

2) Observação dos riscos ocupacionais à saúde durante a feira (14h00 às 22h00). A compra das frutas e hortaliças foi relatada pelo feirante responsável. As observações e as impressões da pesquisa foram registradas no diário de pesquisa. 3) Registros Fotográficos.

4.5 Dados Coletados

1) O instrumento para coleta de dados foi um questionário semiestruturado, previamente testado. Foram coletadas informações demográficas e socioeconômicas

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(Sexo, idade e raça/cor, estado civil, renda, escolaridade), informações sobre o trabalho de feirantes (jornada de trabalho, tempo de trabalho, relação de trabalho com a feira, possui cadastro na prefeitura, trabalho formal entre outras), informações sobre a saúde (doenças crônicas, em casos de doenças ou acidentes que unidade de saúde procuram, possuem planos privados entre outros).

2) Roteiro de observação na feira:

-Identificação dos riscos existentes no local analisado, conforme a classificação da tabela: riscos ocupacionais: riscos químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou produtos químicos em geral), riscos biológicos (vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos), riscos ergonômicos e de acidentes (esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, entre outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico), riscos físicos (ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio, pressões anormais, umidade e calor);

- Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia: medidas de proteção coletiva, medidas de organização do trabalho, medidas de proteção individual, medidas de higiene e conforto (banheiro e bebedouro);

- Identificar o atendimento à saúde e queixas mais frequentes.

4.6 Análise dos Dados

Os questionários foram digitados no Excel para organização dos dados e para melhor visualização dos resultados. E depois foram organizados e analisados por temas: Perfil demográfico dos feirantes; Características do trabalho; Acidentes de trabalho e afastamento e Riscos Ocupacionais e Saúde.

O diário de campo foi digitado no Word, para a organização dos itens observados.

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4.7 Aspectos Éticos

Este trabalho está inserido no projeto "Prevenção e agravos à saúde mental de trabalhadores rurais: um estudo na região noroeste de Mato Grosso", submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFMT sob o nº CAAE - 44807515.1.000.5541, aprovado em 08 de julho de 2015.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Perfil Demográfico dos Feirantes

A Feira do bairro Recanto dos Pássaros possui onze bancas que vendem frutas e hortaliças e dessas, oito aceitaram participar da pesquisa. Assim, o trabalho envolveu oito feirantes responsáveis pelas bancas e com auxílio da coordenadora da feira que me apresentou aos feirantes.

Foi possível identificar na pesquisa que somente um feirante mora na zona rural e produz sua mercadoria. Dos trabalhadores entrevistados cinco eram do sexo masculino e três do sexo feminino, uma na faixa etária de 20 anos, dois na faixa de 30 anos, um na faixa de 40 anos e quatro na faixa etária de 50 anos. Sete possuem filhos e três eram pardas, dois pretas e três brancas. Em relação à escolaridade, dois estudaram até o 5º ano, dois estudaram até o 6º ano, dois estudaram até o 2º ano do ensino médio e dois possuem o ensino médio completo. Durante a entrevista foi possível perceber certo incomodo ao perguntar sobre a escolaridade e a raça /cor.

Quadro 1: Idade e tempo de trabalho dos feirantes do Bairro recanto dos Pássaros, Cuiabá-MT.

Trabalhadores Idade Tempo de trabalho na feira

Trabalhador 1 50 18 Trabalhador 2 22 4 Trabalhador 3 39 15 Trabalhador 4 54 10 Trabalhador 5 45 25 Trabalhador 6 33 12 Trabalhador 7 54 20 Trabalhador 8 59 10

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5.2 Características do Trabalho dos Feirantes

5.2.1 Trabalho Familiar

Das oito bancas somente uma não era de trabalho familiar, as outras o trabalho era familiar e que contava com a ajuda dos companheiros, filhos e parentes. Além da feira do bairro Recanto dos Pássaros uma banca não participa de outras feiras, uma banca participa apenas de mais uma, uma de três feiras, quatro bancas participam de mais quatro feiras e uma participa de cinco.

Tabela 1: Perfil demográfico de feirantes do bairro Recanto dos Pássaros em 2016.

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5.2.2 Ritmo do Trabalho

O trabalhador 7 e 8 folgam apenas um dia na semana, os trabalhadores 3 e 6 folgam duas vezes, o trabalhador 1 folga três dias, a trabalhadora 4 folga seis dias e o trabalhador 2 e 5 não possuem folga, uma pelo motivo de trabalhar na verduraria durante a semana e nos fins de semana vai à feira e o outro é agricultor e produz o que vende e disse que é preciso ter dedicação para não perder sua mercadoria.

Das oito bancas, sete estão nesse ramo há mais de dez anos. Sobre as horas de trabalho a trabalhadora 3 trabalha cerca de seis horas, os trabalhadores 2, 7 e 8 trabalham até dez horas, o trabalhador 5 trabalha quatorze horas, o trabalhador 4 e 1 trabalham cerca de dezoito horas e o trabalhador 6 dezenove horas, com descanso somente para o almoço. Isso representa uma extensa carga horária de trabalho e para o futuro pode acarretar problemas na saúde dessas pessoas.

São trabalhadores que dormem cerca de seis horas por noite se alimentam muito fora de suas casas, como alimentos fritos, trabalham acima de dez horas ao dia e carregam cerca de vinte e cinco quilos por caixa de frutas e hortaliças e todas esses fatores se transformam em riscos a saúde. Segundo ODDONE et al. (1986), a carga de trabalho é a evolução dos fatores nocivos e os de riscos para se tratar dos riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores estão expostos e que são capazes de afetar a saúde dessas pessoas em relação ao seu trabalho.

Apesar dos desgastes físicos e mentais declaram gostar da atividade que exercem principalmente pelas relações interpessoais que dela advém. SATO (2007) afirma que as relações interpessoais entre os feirantes e seus fregueses é uma das características do ambiente das feiras, o que diferencia dos outros comércios.

5.2.3 Renda

Foi relatado por vários feirantes que mesmo quando a venda é boa o lucro é pequeno e dessa maneira a renda familiar desses trabalhadores é cerca de dois salários mínimos como apresenta os resultados do questionário onde o trabalhador 8 tem a renda de apenas um salário mínimo, o trabalhador 2 de 1.200,00, o trabalhador 3 de 1.400,00, o trabalhador 4, 5 e 7 de 1.500,00 e o trabalhador 1 e 6 de 2.000,00.

É possível perceber que há grande diferença na renda do trabalhador que tem a menor e a maior. Mas durante a organização da coleta dos dados e pensando na

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logística da feira foi possível perceber que as bancas localizadas próximas aos brinquedos e dos trailers de alimentação são mais movimentadas. Outra observação foi em relação à exposição e variedade das mercadorias, quanto mais organizadas, variadas e iluminadas maior o movimento.

VIEIRA (2004) participou de uma pesquisa na feira do município de Taperoá/PB e afirma que as condições de trabalho nas feiras são precárias e oferecem baixa remuneração e revelou que o maior motivo de permanecerem na atividade mesmo diante das dificuldades vivenciadas é a falta de emprego.

5.2.4 Tipo de Trabalho

Um fato observado no questionário foi em relação ao tipo de trabalho. Os trabalhadores 1, 3 e 6 contribuem com a previdência (informação obtida através de um

Tabela 2: Características do trabalho de feirantes do bairro Recanto dos Pássaros no município de Cuiabá-MT, 2016.

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questionamento informal) e os trabalhadores 4,5,7 e 8 estão desamparados dos seus direitos de cidadão trabalhador. Durante a pesquisa foi possível perceber que alguns trabalhadores ficaram acanhados em responder sobre o tipo de trabalho, desta forma, há grandes chances de o número de trabalhadores informais aumentarem.

São trabalhadores autônomos, mas que não contribuem com a Previdência e ficam desamparados. Para THEODORO (2005), a desproteção do trabalho, manifesta pelo trabalho sem carteira assinada e do trabalho autônomo sem nenhum registro legal, pode ser entendida como resultado de um problema estrutural, face à ausência de normativas que coloquem trabalhadores formais e informais num patamar mais equânime junto ao mercado de trabalho.

Um dado preocupante, pois Brasil está envelhecendo de maneira rápida. Segundo o IBGE havia mais de 14,5 milhões de idosos no censo realizado em 2010 e a cada ano esse número cresce com cerca de 650 mil novos idosos incorporados nessa população. A maioria com baixo nível econômico e educacional com uma alta prevalência de doenças crônicas que levam a limitações funcionais de incapacidades (LIMA-COSTA et al., 2003).

5.3 Condições de trabalho e risco

Durante o trabalho na feira se alimentam quando o movimento diminui e grande parte compra seu alimento na própria feira devido à praticidade. Comem muitos alimentos fritos, condimentados e às vezes nem se alimentam, essa má alimentação associada à longa jornada de trabalho e a falta de atividade física pode trazer consequências à saúde como as doenças crônicas (SBC, 2010).

Tabela 2: Características do trabalho de feirantes do bairro Recanto dos Pássaros no município de Cuiabá-MT, 2016.

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Dentre os participantes da pesquisa nenhum trabalhador se afastou por acidente de trabalho ou doença. Somente o esposo de uma das entrevistadas possui diabete, mas toma remédio e faz controle na UBS. Uma criança, filha de uma feirante, sofreu acidente na feira no momento de desmontar a barraca. Foi levada ao hospital onde recebeu atendimento. Dos trabalhadores entrevistados metade utiliza o SUS e quando não conseguem atendimento buscam nas unidades particulares. Pelos relatos foi possível perceber que grande parte só procura as Unidades Básicas de Saúde ou Policlínicas quando apresentam sinais ou sintomas.

5.4 Cotidiano dos feirantes: Situação de Saúde e Risco

5.4.1 Atividades Extra-Feira

As atividades exercidas fora do ambiente da feira não foram possíveis de acompanhar, mas foi colhido o relato de dois dos sujeitos: um que plantava o produto e outro que comprava a mercadoria.

Em relação ao feirante que compra os produtos, alega que acorda às quatro da manhã e vai comprar suas mercadorias na Central de Abastecimento. Por dormir tarde já acorda cansado e sai de casa sem ao menos tomar seu café. Chega à Central sabendo exatamente o que comprar. Mercadoria comprada é o primeiro momento de trabalho “pesado”, pois são muitos produtos e o peso é grande.

Às oito horas retorna para casa e organiza seu carro com sua mercadoria e instrumentos de trabalho. Por volta do meio dia almoça e descansa. Sai de casa por volta das quatorze horas e às quinze chega à feira.

Essa é a hora em que iniciam a organização de suas bancas e às vezes não conseguem estacionar próximo ao ponto e a distância dificulta o descarregamento das mercadorias, que são muitas e pesadas e precisam ir e voltar várias vezes.

O feirante que também é agricultor mora na Serra de São Vicente, sua rotina é um pouco diferente. Acorda às cinco da manhã para colher sua plantação organiza seu carro e às três horas chega à feira. Trabalha até as dez e trinta e volta para sua casa. Diz não produzir de forma orgânica, pois é mais caro, perde muitas folhas e hortaliças e não possui muito conhecimento sobre a técnica. Segundo o trabalhador,

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utiliza fertilizantes químicos e só utiliza o agrotóxico quando percebe que se não aplicar perderá sua plantação. O trabalhador diz utilizar somente luvas para o manuseio do agrotóxico e nunca apresentou nenhum sinal de reação ao produto.

Os riscos nesta primeira fase são principalmente risco ergonômico, físico, de acidente de trajeto e riscos químicos. Apontamos para a possibilidade de contaminação por bactérias, parasitas, vírus, entre outros embora não tenha relatado (riscos biológicos).

5.4.2 Atividades na Feira

Chegando à feira livre para realizar as observações, nos envolvemos por sua ambiência, pela diversidade de bancas, pelas cores, pela animação dos trabalhadores e pelas vozes que anunciavam seus produtos chamando seus clientes. Caminhando pela feira, dessa vez com um olhar diferenciado, pois o foco não eram os produtos, mas os trabalhadores que vendem frutas e hortaliças, suas condições de trabalho e possíveis riscos.

A feira é cadastrada pela Prefeitura de Cuiabá e a Coordenadora da feira é responsável pela organização e a cada sexta-feira é arrecadado, de cada ponto, o valor de R$ 4,00 para a limpeza do local e para pagar a energia.

Durante a observação foi possível perceber que a dificuldade desses trabalhadores carregarem seus produtos para montar e desmontar suas bancas. As costas, os braços e joelhos doem. Isso acontece principalmente quando param seus carros longe do local onde fica seu ponto. Não utilizam nenhum EPI como o cinto lombar, carrinhos e luvas.

Mercadorias e instrumentos de trabalho descarregados iniciam a montagem das bancas. Selecionam as frutas e hortaliças, as folhas e temperos são mais demorados, pois são separados em maços, levando os trabalhadores a movimentos repetitivos.

Banca montada e mercadoria exposta a feira inicia com toda alegria. O movimento inicia assim que os feirantes chegam, mas o movimento intenso começa às dezoito horas e vai até o fechamento. Além dos pedestres que caminham pela feira, do outro lado da avenida carros chegam a parar pelo congestionamento.

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Nas bancas de hortaliças vimos recipientes plásticos contendo água para regá-las, vez por outra, uma estratégia comum, utilizada por quem comercializa folhas, a fim de mantê-las frescas e com viço até o fim da feira. Foi possível verificar que as mesmas pessoas que manipulam o alimento também recebem o dinheiro e são realizados de maneira simultânea.

A feira a todo vapor e os feirantes mal tem tempo para se alimentar e ir ao banheiro. Alimentam-se quando o movimento acalma, mas dizem que compram da feira mesmo. Levam água de casa e quando precisam ir ao banheiro pedem emprestados dos comércios que tem ao redor da feira.

No dia da observação o clima estava agradável, mas relatam que de agosto a outubro a temperatura é elevada e seca, quando faz frio é pior, pois mexem com água e a sensação térmica é menor, quando chove é outro problema, pois o movimento diminui e têm dificuldade para organizar suas bancas e ficam molhados.

Uma queixa recorrente foi em relação as questões com infra-estrutura da feira, a falta dos banheiros químicos e bebedouros para os trabalhadores e seus clientes. As necessidades humanas encontram-se numa hierarquia dos motivos humanos e uma necessidade é substituída pela seguinte mais forte na hierarquia a medida que ela é satisfeita. Dessa maneira, as necessidades fisiológicas são a base da pirâmide, seguidas da segurança, aflição, autoestima e auto realização (HESKETH e COSTA, 1980).

A todo o momento organizam seus produtos e quando a feira vai chegando ao fim não fazem a xepa, que são as frutas e hortaliças que não foram vendidos na feira livre e que os feirantes doam às pessoas, mas alguns proporcionam descontos, principalmente quando as frutas ou hortaliças estão muito maduras.

Por volta das vinte e duas e trinta começam a guardar o que sobrou das frutas e hortaliças selecionando o que poderá ser aproveitado no dia seguinte. Chegam em casa cansados, descarregam as mercadorias para preparar para o dia seguinte.

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Trabalhador Riscos Físicos

Riscos Químicos

Riscos

Biológicos Riscos Ergonômicos

Riscos Acidentes

Trabalhador 1

Calor e Frio Substâncias

químicas

Bactérias,vír us, parasitas.

Esforço físico intenso, transporte manual de peso, postura inadequada, movimentos repetitivos. Trajeto e animais peçonhentos Trabalhador 2

Calor e Frio Substâncias

químicas

Bactérias,vír us, parasitas.

Esforço físico intenso, transporte manual de peso, postura inadequada, movimentos repetitivos Trajeto e animais peçonhentos Trabalhador 3

Calor e Frio Substâncias

químicas

Bactérias,vír us, parasitas.

Esforço físico intenso, transporte manual de peso, postura inadequada, movimentos repetitivos Trajeto e animais peçonhentos Trabalhador 4

Calor e Frio Substâncias

químicas

Bactérias,vír us, parasitas.

Esforço físico intenso, transporte manual de peso, postura inadequada, movimentos repetitivos Trajeto e animais peçonhentos Trabalhador 5

Calor e Frio Substâncias

químicas

Bactérias,vír us, parasitas.

Esforço físico intenso, transporte manual de peso, postura inadequada, movimentos repetitivos Trajeto e animais peçonhentos Trabalhador 6

Calor e Frio Substâncias

químicas

Bactérias,vír us, parasitas.

Esforço físico intenso, transporte manual de peso, postura inadequada, movimentos repetitivos Trajeto e animais peçonhentos Trabalhador 7

Calor e Frio Substâncias

químicas

Bactérias,vír us, parasitas.

Esforço físico intenso, transporte manual de peso, postura inadequada, movimentos repetitivos Trajeto e animais peçonhentos Trabalhador 8

Calor e Frio Substâncias

químicas

Bactérias,vír us, parasitas.

Esforço físico intenso, transporte manual de peso, postura inadequada, movimentos

repetitivos

Trajeto e animais peçonhentos

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A feira livre do Bairro Recanto dos Pássaros é um tipo de mercado de varejo tradicional ao ar livre, em via pública, onde estão instaladas 11 bancas de frutas, verduras e legumes, funcionando semanalmente nas sextas feiras no horário de 16:00 às 22:00 horas. É organizada e cadastrada na prefeitura de Cuiabá como um serviço de utilidade pública e voltada para distribuição local de produtos básicos e alimentícios.

É um importante ponto para a comercialização da produção da agricultura, sendo que a maioria revende as mercadorias compradas na Central de Abastecimento e apenas um deles produz e vende diretamente na feira. As bancas são caracterizadas por instalações provisórias uma ao lado da outra, onde o dono da banca ou mesmo o vendedor estabelece o contato direto com o cliente.

A atividade dos feirantes está inserida no contexto do trabalho autônomo, informal e precário, pois grande parte não possui nenhuma garantia dos direitos trabalhistas, sendo que grande parte desses trabalhadores não está amparada pela Previdência Social, o que pode trazer desamparo na velhice e/ou nos direitos à licença saúde, maternidade, férias entre outros.

No cotidiano do trabalho, os feirantes trabalham cerca de dez a 19 horas por dia e realizam atividade física intensa, principalmente para carregar as mercadorias. Encontravam-se expostos aos riscos ergonômicos (esforço físico intenso, postura inadequada, jornada de trabalho prolongadas, entre outros)), físicos (exposição ao calor e frio), de acidentes (principalmente o de trajeto e acidentes por animais peçonhentos), risco químico com a manipulação dos alimentos contaminados por agrotóxicos e possível risco biológico (contaminação por bactérias, coliformes fecais, entre outros). Consideramos que os riscos ergonômicos e físicos encontrados podem ser amenizados com a utilização de equipamento de proteção individual, carrinhos para carregar os produtos, como também alternar parte do tempo em pé e sentado.

A Vigilância em Saúde do Trabalhador deveria voltar os olhares a esses trabalhadores que, em sua maioria, estão desassistidos pela legislação trabalhista e serviços de saúde. O CEREST (Centro Estadual de Referência à Saúde do Trabalhador) pode estabelecer formas de intervenção junto com a Supervisão municipal das feiras em projetos inter setoriais para atenção á saúde e prevenção dos riscos

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ocupacionais à saúde. Sugerimos, enquanto isso, a realização de algumas ações preventivas que podem diminuir os riscos à saúde, como por exemplo: orientações sobre postura; ginástica laboral; saúde da voz; atualização do calendário de vacinas; teste de glicemia; aferição de pressão entre outros serviços que podem ser realizadas pela Rede Básica de Saúde.

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Referências

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