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ESTRATIFICAÇÃO VERTICAL DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE MONTE ALEGRE, PARÁ

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Academic year: 2021

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ESTRATIFICAÇÃO VERTICAL DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE MONTE ALEGRE, PARÁ

VERTICAL STRATIFICATION IN AGROFORESTRYS SYSTEMS IN MONTE ALEGRE CITY, PARÁ

Apresentação: Pôster

Laura Fernanda de Lima Lobato 1; Douglas Valente de Oliveira 2; Jobert Silva da Rocha 3; Lucas Sérgio de Sousa Lopes 4; Daniela Pauletto 5

DOI: https://doi.org/10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00475

Introdução

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são constituídos por diferentes sistemas de uso do solo em que há o consórcio de plantas de interesse madeireiro, espécies frutíferas, culturas agrícolas, e até mesmo animais, interagindo em uma mesma área, com arranjo e diversidade de espécies pré-definidos (ABDO, et al., 2008). Sendo que a aplicabilidade destes sistemas permite o melhor aproveitamento dos diferentes estratos obtendo-se melhor aproveitamento da produção, comercialização e serviços ecossistêmicos (RIBASKI, et al., 2001).

A estratificação vertical dos indivíduos implica em diversos fatores onde porém destaca-se, como exposto por Sanqueta (1995), em que a entrada de luz é uma função da disposição da altura das árvores na floresta sendo que essa penetração da luz é responsável pela maior formação de plantas com hábitos semelhantes e desenvolvem funções similares.

Diante disso, este estudo teve como objetivo avaliar a distribuição e predominância dos estratos presentes em seis sistemas agroflorestais em uma propriedade localizada no município de Monte Alegre, Pará.

1 Curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Oeste do Pará, laura.fll@hotmail.com 2

Curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Oeste do Pará, douglasvalenteoliveira@hotmail.com

3 Curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Oeste do Pará, jobert.job.rocha@gmail.com 4

Mestrado em Ciências Florestal, Universidade Federal de Viçosa, lucaasergio@gmail.com

5

Mestre em Ciências de Florestas Tropicais, Universidade Federal do Oeste do Pará, paulettoflorestal@gmail.com

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Fundamentação Teórica

A diferença entre estratos em sistemas agroflorestais ocorre devido à presença de diferentes espécies, em que cada uma delas se desenvolve e ocupa um diferente espaço vertical no povoamento, de acordo com sua necessidade específica de luz (ABDO, et.al, 2008).

O método UIFRO para estratificação vertical tem se mostrado muito eficiente em relação ao método padrão (posição sociológica), sendo superior em todos os parâmetros, além de apresentar melhor desempenho por meio da análise da regressão e do coeficiente de determinação (SOUSA NETO, et al., 2013).

Metodologia

Este estudo foi realizado no Município de Monte Alegre localizado no Estado do Pará. O objeto de estudo foram seis SAFs localizados na Vila Macaco nas coordenadas Sul 2º 27’ 58.7124’’ e Oeste 54º 46’44’.1192’’ em uma propriedade participar com área total de 93.

Foram lançadas parcelas inteiramente casualizadas de 30 m x 30 m em cada arranjo agroflorestal. As variáveis mensuradas foram altura total (HT) de todos os indivíduos, com o auxílio de hipsômetro e DAP (Diâmetro a Altura do Peito) com auxílio de fita métrica graduada em cm, dos indivíduos com DAP ≥ 5cm, com a finalidade de estimar os parâmetros da estrutura vertical dos sistemas.

Os dados foram tabulados em software Excel 2013, sendo analisado a estrutura vertical da população, onde verificou-se a distribuição dos indivíduos em cada estrato (CURTO, et al., 2013) onde considerou-se como altura dominante a média das alturas dominantes de cada sistema.

Foi utilizado o método de UIFRO (International Union of Forest Research

Organizations) para definir os estratos, método este proposto por Leibundgut em 1958,

no qual a altura dominante (hdom) é utilizada como base para definir os estratos inferior,

médio e superior (AMARAL, 2011), onde: Estrato inferior =

Estrato médio =

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Estrato superior = . Resultados e Discussões

Os seis sistemas agroflorestais variaram sua constituição entre cinco a três espécie por arranjo totalizando 14 espécies e 12 famílias.

Considerando o método de classificação proposto por IUFRO e a altura dominante das espécies foram definidos os limites de cada estrato a partir da altura máxima presente em cada arranjo (Tabela 1).

Tabela 1- Classificação dos limites de altura (m) dos estratos dos SAFs em Monte Alegre, PA. Fonte:

Própria

Os parâmetros calculados na estrutura horizontal dos sistemas avaliados indicaram que a espécie Coffea arabica L. apresentou maior Índice de Valor Ampliado (IVA), sendo seguida por Swietenia macrophylla, Khaya ivorensis e Tectona grandis, representadas com índices de 16,65; 15,39; 14,15; 13,62, respectivamente, em razão da alta dominância apresentada e maior densidade da área amostrada (Tabela 2).

Das espécies que apresentaram maiores IVA a maioria delas são destinadas exclusivamente ao uso madeireiro como Swietenia macrophylla, Khaya ivorensis e

Tectona grandis, dados que diferem aos observados por Vieira et al., 2012, em estudos

semelhantes em SAFs na Amazônia que apresentam principalmente espécies frutíferas na composição de seus arranjos. Atribui-se este fato ao objetivo da implantação dos sistemas nesta propriedade que foi, prioritariamente, para atender demanda do mercado consumidor e não de subsistência familiar.

A partir das avaliações de densidade de cada estrato, observou-se a afinidade de ocorrência de algumas espécies em relação a específicos estratos, conforme pode ser observado nos diagramas apresentados nas figuras 1, 2 e 3, dos estratos presentes na área de estudo.

Classificação de IUFRO

Estratos Limites dos estratos (m)

I < 6,63

II >6,63 - 13,25<

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Tabela 2- Densidade relativa dos estratos inferior (Inf), médio (Med) e superior (Sup), posição sociológica relativa (PSR), densidade relativa (DR), dominância relativa (DoR), frequência relativa (Fr) e índice de valor ampliado (IVA) em diferentes sistemas agroflorestais em Monte Alegre, Pará. Fonte: Própria

Nome científico Inf (N.ha) Med (N.ha) Sup (N.ha) PSR DR DoR Fr IVA

Café / Coffea arabica L. 178,67 - - 36,13 26,48 0,00 4,00 16,65 Mogno brasileiro / Swietenia macrophylla 2,67 37,33 45,33 6,19 12,65 26,72 16,00 15,39 Mogno africano / Khaya ivorensis - 2,67 42,67 3,10 6,72 34,77 12,00 14,15 Teca / Tectona grandis - 29,33 45,33 5,10 11,07 18,30 20,00 13,62 Urucum / Bixa orellana 72,00 - - 14,56 10,67 0,00 4,00 7,31 Cupuaçú / Theobroma grandiflorum 66,67 - - 13,48 9,88 0,00 4,00 6,84 Seringueira / Hevea brasiliensis - 29,33 2,67 2,19 4,74 13,81 4,00 6,19 Laranja / Citrus sinensis 37,33 - - 7,55 5,53 0,00 4,00 4,27 Cumarú /Dipteryx odorata 16,00 2,67 - 3,42 2,77 0,97 8,00 3,79 Manga / Mangifera indica L. - 21,33 - 1,46 3,16 4,71 4,00 3,33 Pupunha / Bactris gasipaes 5,33 10,67 - 1,81 2,37 0,52 8,00 3,18 Graviola / Annona muricata 10,67 2,67 - 2,34 1,98 0,00 4,00 2,08 Bacuri /Platonia insignis 8,00 - - 1,62 1,19 0,20 4,00 1,75

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Figura 1- Estrato superior do SAF. Fonte: Própria Figura 2- Estrato médio do SAF. Fonte: Própria

Figura 3- Estrato inferior do SAF. Fonte: Própria

Na figura 1 o diagrama do estrato superior simula a ocorrência das espécies de maior densidade, onde os indivíduos de finalidade madeireira figuram como os de maior ocorrência no estrato, onde Swietenia macrophylla, Tectona grandis e Khaya ivorensis representam o andar superior do SAF, com densidades 45,33; 45,33 e 42,67, respectivamente.

Partindo da análise do diagrama do estrato médio (Figura 2), observa-se que

Swietenia macrophylla, Tectona grandis e Hevea brasiliensis como as espécies mais

representativas desse estrato, com respectivas densidades de 37,33; 29,33 e 29,33.

Comparando os perfis quanto a espécies e densidade, observa-se que o estrato inferior (Figura 3), apresenta composição por espécies com destinação alimentar como Café, Urucum e Cupuaçu figurando como as de maior densidade para o estrato, ressaltando a posição sociológica do Café, indicando índice de valor ampliado de 36,13 no sistema.

Dessa forma, observa-se que a ocorrência de algumas espécies em apenas um estrato, deve-se principalmente às características morfológicas, relacionadas ao hábito e a necessidade de cada indivíduo, como no caso das espécies Coffea arabica L e Bixa orellana, que apresentam desenvolvimento unicamente arbustivo, o que explica sua presença exclusivamente no estrato inferior do sistema. De forma semelhante, a espécie Mangifera

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manejo, fato que impede a sua troca de estrato no SAF. Espécies mais generalistas como

Swietenia macrophylla, que apresentou-se em todos os estratos por conta de seu hábito

arbóreo, tem indivíduos que migram de um estrato para outro até atingir a idade adulta.

Conclusões

Dessa forma, os arranjos 1 e 5 apresentaram-se no sistema com maiores valores de densidade a com representantes em todos os estratos, simulando arranjos mais completos para adoção em sistemas agroflorestais, por abranger todos os andares e simular com maior eficiência uma floresta em equilíbrio.

A avaliação da presença ou ausência de espécies em determinados estratos se mostra como uma ferramenta eficiente para a indicação de intervenções que promovam a ocorrência de indivíduos em todos os estratos, simulando um SAF um maior equilíbrio ecológico e que promovam maiores serviços ambientais a outras espécies.

Referências

ABDO, M. T. V. N.; VALERI, S. V.; MARTINS, Antônio L. M. Sistemas agroflorestais e agricultura familiar: uma parceria interessante. Revista Tecnologia & Inovação Agropecuária, v. 1, n. 2, p. 50-59, 2008.

CURTO, R. D. A.; PEZZOPANE, J. E. M.; CHICHORRO, J. F.; MÔRA, R. (2013). Métodos de estratificação vertical em floresta estacional semidecidual. Ciência Florestal, v. 23, n. 4, p. 643-654, 2013.

RIBASKI, J.; MONTOYA VILCAHUAMAN, L. J.; RODIGHERI, H. R. Sistemas agroflorestais: aspectos ambientais e socioeconômicos. Embrapa Florestas-Artigo em periódico indexado (ALICE), 2002.

SANQUETTA, Carlos Roberto. Análise da estrutura vertical de florestas através do diagrama hm. 1995. Ciência Florestal, v. 5, n.1, 1995.

SOUSA NETO, E. N. TAGLIAFERRE, C., B.; P. A. B.; PAULA, A. de. Desempenho de metodologias para estratificação vertical em floresta estacional decidual. In: IV CONEFLOR e III SEEFLOR, 2013, Bahia. Anais...Bahia: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

VIEIRA, T. A.; ROSA, L. S.; SANTOS, M. M. L. S. Agrobiodiversidade de quintais agroflorestais no município de Bonito, Pará. Revista de Ciências Agrárias, 55: 159-166, 2012.

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