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Curso PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL. Disciplina ASPECTOS PSICOMOTORES E A APRENDIZAGEM

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Academic year: 2021

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Curso

PSICOPEDAGOGIA

INSTITUCIONAL

Disciplina

ASPECTOS PSICOMOTORES E A

APRENDIZAGEM

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Curso

PSICOPEDAGOGIA

Disciplina

ASPECTOS

PSICOMOTORES E A

APRENDIZAGEM

Fátima ALVES

Revisado por Fátima ALVES

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Apresentação

A essência do corpo em movimento

na aprendizagem

08

Aula 1

Psicomotricidade: Áreas de Atuação

da Psicomotricidade – Conceitos

Funcional e Relacional

56

Práticas de Jogos e Técnicas e

Aula 2

Avaliação Psicomotoras

79

Aula 3

Psicomotricidade e a Educação

Inclusiva

92

Aula 4

Desenvolvimento Humano =

Desenvolvimento Psicomotor e a

Gerontopsicomotricidade

137

Referências bibliográficas

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Psicomotricidade:

A essência do corpo em

movimento na

aprendizagem

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Neste caderno, você terá oito aulas. Todas elas tiveram a contribuição dos meus livros “Psicomotricidade: corpo, ação e emoção”; “Inclusão: muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio”; “Como aplicar a Psicomotricidade: uma atividade multidisciplinar com Amor e União”, “Para Entender a Síndrome de Down”, A Psicomotricidade, o Idoso: uma educação para a saúde” e “A Infância e a Psicomotricidade: A pedagogia do corpo e do movimento”. O curso quer levar você a se aprofundar, conhecer a Psicomotricidade através da essência do corpo em movimento na aprendizagem, através das aulas, Aula 1 – Psicomotricidade: Áreas de Atuação da Psicomotricidade – Conceitos Funcional e Relacional, Aula 2 - Práticas de Jogos e Técnicas e Avaliação Psicomotoras, Aula 3 - Psicomotricidade e a Educação Inclusiva, Aula 4 - Desenvolvimento Humano = Desenvolvimento Psicomotor e a Gerontopsicomotricidade, Aula 5 - Neurobiologia do Conhecimento, Aula 6 - Psicologia do Desenvolvimento. Falaremos do corpo e seus fundamentos, das implicações do movimento à Educação, de uma visão da Psicomotricidade, seus elementos, fundamentos e sua contribuição para o desenvolvimento da criança e sua aprendizagem.

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Conhecer melhor o corpo;

Compreender e conhecer o movimento;

Conseguir fazer conexões entre a Pedagogia e o movimento através do corpo;

Perceber e se conscientizar que é de fundamental importância trabalhar com o corpo na escola e isso não necessariamente pode ser trabalhado apenas na aula de educação física, o professor, o pedagogo, pode fazê-lo em sala de aula, fazendo as conexões entre o corpo/movimento/aprendizagem;

Entender que é importante para a criança ter o conhecimento de seu corpo e que, através do movimento, ela pode desenvolver melhor sua aprendizagem;

Buscar no jogo e no brinquedo melhor compreensão do conteúdo pedagógico;

Conhecer a psicomotricidade e perceber que através dela a criança se desenvolverá melhor;

Verificar a importância das construções realizadas pela criança que resultam na organização de pensamento.

Observar como a psicomotricidade pode ser fundamental para o trabalho psicomotor no desenvolvimento global da pessoa com deficiência.

Ressaltar a importância da descoberta e ainda aprofundar o tema “integração do corpo, ação e emoção” na área educacional.

Oferece subsídios para que os alunos possam organizar as habilidades motoras da criança através de atividades trabalhando gestos, as ações e posturas enquanto sistema. Mostrar que o bom desenvolvimento psicomotor é importante para fazer com que o sujeito melhore seu desempenho e habilidades, crie confiança em si, aprimorando sua autoestima e que há essência no ser em movimento.

Mostrar que a prática psicomotora pode ajudar qualquer profissional em todas as atividades que têm o corpo como instrumento de conhecimento. Com base no saber psicomotor leva cada um a buscar habilidades que irão transformar cada ação numa expressão cheia de intelectualidade, verdade e consciência. Fazer sabendo. Fazer pensando. Produzindo o corpo para adequar em muitos significados. Mostrar que somos o corpo construído numa totalidade de afeto e de existência humana.

Analisar a contribuição do trabalho psicomotor na construção e preservação da saúde do idoso, sua valorização e reconhecimento para uma melhor qualidade de vida. Psicomotricidade é construir, reconstruir e transformar.

Assimilar alguns conceitos e apropriar-se de alguns princípios norteadores, tendo em vista um pequeno aprofundamento no conhecimento no que tange à prática da psicomotricidade na educação inclusiva.

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Áreas de Atuação da

Psicomotricidade –

Conceitos Funcional e

Relacional

Fátima Alves

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Nesta aula iremos abordar Breve Histórico da Psicomotricidade, o

que é Psicomotricidade, os Objetivos da Psicomotricidade, Conceitos Funcionais (Tônus, Equilíbrio, Coordenação Motora, Esquema Corporal, Lateralidade, Estrutura Espacial, Estrutura temporal, Ritmo, Percepção) Conceitos Relacionais ( Comunicação, Expressão, Afetividade, Agressividade, Limite e Corporeidade), Outras Áreas Psicomotoras ( Estimulação Psicomotora, Educação Psicomotora, Reeducação Psicomotora, Terapia Psicomotora.

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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: Conhecer o que é Psicomotricidade.

Conceituar Psicomotricidade segundo diversos autores;

Conhecer a História da Psicomotricidade, saber que é Psicomotricidade e seus objetivos;

Aprender quais são os Conceitos Funcionais e Conceitos Relacionais;

Conhecer outras Áreas Psicomotoras, como a Estimulação Psicomotora, a Educação Psicomotora, a Reeducação Psicomotora e a Terapia Psicomotora;

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Psicomotricidade

“É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Associação Brasileira de Psicomotricidade – 1999-2003)

Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica. Portanto, o "esquema anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, o termo Psicomotricidade, no ano de 1870. As primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico (ABP, 2003).

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É a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção. (Fátima Alves)

Psicomotricidade é a ciência de síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas, que afetam as interrelações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais (Costallat apud ISPE-GAE, 2007).

As funções cognitivas, motoras, sociais, simbólicas e afetivas são promovidas através da psicomotricidade numa atuação com a educação, reeducação e terapia psiconotora.

A psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica. (De Meur & Staes, 1991, p. 5).

A Psicomotricidade no Brasil foi norteada pela escola francesa. Durante as primeiras décadas do século XX, época da primeira guerra mundial, quando as mulheres adentraram firmemente no trabalho formal enquanto suas crianças ficavam nas creches, a escola francesa também influenciou mundialmente a psiquiatria infantil, a psicologia e a pedagogia. Em 1909, a figura de Dupré, neuropsiquiatra, é de fundamental importância para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade motora, antecedente do sintoma psicomotor, de um possível correlato neurológico. Neste período o tônus axial começava a ser estudado por André Thomas e Saint-Anné Dargassie. Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a

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Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo, e discursar sobre o tônus e o relaxamento. Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico. Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine o conceito de debilidade motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias particularidades. É ele quem delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Ajuriaguerra aproveitou os subsídios de Wallon em relação ao tônus ao estudar o diálogo tônico. A relaxação psicotônica foi abordada por Giselle Soubiran (ABP, 2003) e (ISPE-GAE, 2007).

CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE SEGUNDO DIVERSOS AUTORES:

Ajuriaguerra, médico psiquiatra, considerado pela comunidade científica como o “Pai da Psicomotricidade”, define assim: “ Psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas, psicológica, condutista, evolutista, genética, e etc, ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo”.

Dalila M. M. de Costallat, “A Psicomotricidade como Ciência de Síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais”.

Germaine Rossel, “A Educação Psicomotora é a educação de controle mental e da expressão motora”.

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Giselle B. Soubiran “Psicomotricidade e Relaxação, bases fundamentais da estrutura psico corporal, estática e em movimento, precedente e condicionante a toda atividade psíquica”.

Vítor da Fonseca, “A psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle postural, à noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica, enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade são abordados como unidade e totalidade do ser. O seu enfoque é, portanto, psico somático, psico cognitivo, psiquiátrico, somato-analítico, psico neurológico e psico terapêutico”.

P. Vayer, “É a educação da integridade do ser, através do seu corpo”.

Beatriz Loureiro, “Psicomotricidade é a otimização corporal dos potenciais neuro, psico-cognitivo funcionais, sujeitos às leis de desenvolvimento e maturação, manifestadas pela dimensão simbólica corporal própria, original e especial do ser humano.”

Hurtado (1983), diz que a psicomotricidade é a educação dos movimentos, ou através dos movimentos, visando a melhor utilização das capacidades psicofísicas da criança. Neste caso utiliza-se o movimento como meio e não como fim a ser atingida. A Psicomotricidade é o suporte básico que auxilia a criança a adquirir tanto sensações e percepções como conceitos, os quais lhe darão o conhecimento de seu corpo e, através desse, do mundo que o rodeia.

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Coste (1981), define a Psicomotricidade como uma técnica em que cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza numerosas ciências constituídas, entre a biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e lingüística. É considerada como uma terapia, “a terapia psicomotriz” a qual desenvolve a capacidade de expressão do indivíduo, fazendo com que haja um novo conhecimento do corpo.

Schinca (1992), o controle e conhecimento do próprio corpo são essenciais para o estabelecimento da ligação entre o indivíduo e o meio externo. A relação entre cada ser e o exterior se manifesta através de atos e comportamentos motores, adaptados e ajustados mediante as sensações e percepções.

Meur e Staes (1984), relatam que o estudo da psicomotricidade é recente sendo que só no início deste século abordou-o assunto ainda que superficialmente. Em uma primeira fase, a pesquisa teórica fixou-se, sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois se estudou a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade. Hoje em dia os estudos ultrapassam os problemas motores, pesquisando também as ligações com a lateralidade, a estruturação espacial e a orientação temporal por um lado e, por outro, as dificuldades escolares de crianças com inteligência normal. Faz também com que se tome consciência das relações existentes entre o gesto e a afetividade.

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Breve Histórico da Psicomotricidade

O termo Psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré, no ano de 1920 (início do século XX), significando um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento.

Dupré, que era médico, precisou as diferentes etapas do desenvolvimento psicomotor e os distúrbios que podem surgir no decorrer de tal desenvolvimento.

Tendo sua origem na Medicina, a Psicomotricidade se apoiou por muito tempo no modelo médico para estruturar a razão de suas práticas.

É também da década de 1920 a associação entre as dificuldades de aprendizagem e as doenças.

Inúmeros outros pesquisadores realizaram importantes estudos que se refletem até os momentos atuais no âmbito da Psicomotricidade. Foram significativos os trabalhos de Claparède, Montessori, Shilder, Gesell, Wallon, Piaget, Ajuriaguerra, dentre outros.

Especialmente nas duas últimas décadas podemos contar com os trabalhos de importantes pesquisadores como: Jean Le Boulch, Germaine Rossel, Dalila Molina de Costallat, Simone Ramain, André Lapierre, Bernar Aucouturier, Aleksandr Luria, P. Vayer, J. Bèrges, G. Lagrange, J. Legido, Jean – Claude Coste, S. Lebovici, R. Diatkine, Françoise Désobeau, J. Guillarme, Vítor da Fonseca e outros.

Psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, procura elucidar os problemas que afetam as inter-relações harmônicas. Educa o

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controle mental e a expressão motora. Ela oferece base a estrutura psico corporal ao indivíduo e segundo Vitor da Fonseca visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle postural, à noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica, enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade são abordados como unidade e totalidade do ser. O seu enfoque é, portanto, psico somático, psico cognitivo, psiquiátrico, somato-analítico, psico neurológico e psico terapêutico.

Inicialmente a pesquisa teórica, no campo da Psicomotricidade, fixou-se no desenvolvimento motor da criança. Depois foi estudada a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual. Em seguida, surgiram estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade cronológica.

Esses estudos facilitaram o entendimento e abriram novos questionamentos sobre as relações existentes entre o desenvolvimento psicomotor adequado, o desenvolvimento intelectual e a idade cronológica.

Além dos médicos, os psicólogos também se interessaram pelo desenvolvimento psicomotor da criança, entre os psicólogos temos: Piaget e Zazzo.

Wallon em seus trabalhos apresenta informações relevantes sobre o desenvolvimento de recém-nascidos, sobre o desenvolvimento psicomotor da criança e a relação existente entre tônus corporal e emoção.

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Também a neuropsiquiatria, educação física, psiquiatria, evoluíram e reconheceram que a melhora física e comportamental poderia ser realizada a partir do fluxo motor, utilizando as técnicas corporais.

Atualmente, pesquisa-se também as ligações entre as áreas psicomotoras e as dificuldades escolares das crianças de inteligência normal.

Fica evidenciado, portanto, na história da Psicomotricidade como campo de estudo, que em seu início houve ênfase na doença. Isso possivelmente se deve a sua origem na Medicina. Contudo, os estudiosos não ficaram focando somente a área clínica e oportunizaram um trabalho psicomotor educativo de base. Tal trabalho, além de ser preventivo dos desvios e defasagens no processo evolutivo de aprendizagem escolar da criança, pode contribuir para o desenvolvimento psicomotor adequado desde a mais tenra idade, priorizando a harmonia e firmeza nos movimentos e uma melhor ligação desses movimentos com o pensamento.

Ajuriaguerra (apud Loureiro, 1983), definiu a Psicomotricidade como “a realização do pensamento

através do ato motor preciso, econômico e

harmonioso.” (p.01)

Segundo Meur e Staes (1991), inicialmente:

(...) a pesquisa teórica fixou-se sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois estudou a relação entre o atraso no

desenvolvimento motor e o atraso

intelectual da criança. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade. (p.06) Você sabia? ¹ A partir de 1987, a Sociedade Brasileira de Terapia Psicomotora passou a denominar-se Sociedade Brasileira de Psicomotricidade e hoje é Associação Brasileira de Psicomotricidade. Dica da professora

Para utilizar o corpo como forma de expressão da individualidade se faz necessário desenvolver, explorar, dominar, conhecer este corpo suas possibilidades e diferenças.

Consequentemente sua interação com o mundo e o que nele existe será de uma forma mais

harmônica, precisa e emocionalmente segura.

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Vários estudiosos contribuíram para a visão atual da psicomotricidade. Sua importância na construção histórica dos conceitos de psicomotricidade é indiscutível. Os trabalhos de Wallon, Gesell, Piaget e Ajuriaguerra são utilizados com bastante frequência por pessoas que se interessam ou trabalham com educação psicomotora.

Vários estudiosos contribuíram para a visão atual da psicomotricidade. Sua importância na construção histórica dos conceitos de psicomotricidade é indiscutível. Os trabalhos de Wallon, Gesell, Piaget e Ajuriaguerra são utilizados com bastante frequência por pessoas que se interessam ou trabalham com educação psicomotora.

A psicomotricidade atualmente encontra-se permeada pela interdisciplinaridade, e, por isso, linhas de análise diferenciadas se entrecruzam nas práticas existentes. Práticas fundamentadas nas concepções psicomotoras existentes tendem a considerar que os determinantes biológicos e culturais da criança contribuem dialeticamente na construção do motor (corpo), da mente (emoção) e da inteligência.

O que é Psicomotricidade?

Neste item iremos colocar algumas definições de psicomotricidade.

Observe como cada autor define psicomotricidade. Provavelmente você irá encontrar muitas semelhanças entre as definições, mas cada autor ao defini-la acrescenta um detalhe singular à psicomotricidade ao seu modo de vê-la.

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“É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Associação Brasileira de Psicomotricidade – 1999-2003)

Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica. Portanto, o "esquema anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, o termo Psicomotricidade, no ano de 1870. As primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico (ABP, 2003).

É a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção. (Fátima Alves)

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A Psicomotricidade é fundamental para que haja através do desenvolvimento psicomotor consciência dos movimentos corporais integrados e expressados com a emoção.

O psiquismo e a motricidade são estudados na psicomotricidade através das relações reciprocas e sistêmicas.

Psicomotricidade é a ciência de síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas, que afetam as interrelações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais (Costallat apud ISPE-GAE, 2007).

As funções cognitivas, motoras, sociais, simbólicas e afetivas são promovidas através da psicomotricidade numa atuação com a educação, reeducação e terapia psicomotora.

A psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica. (De Meur & Staes, 1991, p. 5).

A Psicomotricidade no Brasil foi norteada pela escola francesa. Durante as primeiras décadas do século XX, época da primeira guerra mundial, quando as mulheres adentraram firmemente no trabalho formal enquanto suas crianças ficavam nas creches, a escola francesa também influenciou mundialmente a psiquiatria infantil, a psicologia e a pedagogia. Em 1909, a figura de Dupré, neuropsiquiatra, é de fundamental importância para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade

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motora, antecedente do sintoma psicomotor, de um possível correlato neurológico. Neste período o tônus axial começava a ser estudado por André Thomas e Saint-Anné Dargassie. Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo, e discursar sobre o tônus e o relaxamento. Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico. Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine o conceito de debilidade motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias particularidades. É ele quem delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Ajuriaguerra aproveitou os subsídios de Wallon em relação ao tônus ao estudar o diálogo tônico. A relaxação psicotônica foi abordada por Giselle Soubiran (ABP, 2003) e (ISPE-GAE, 2007).

Como estamos vendo, a função motora, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento afetivo estão intimamente ligados. A Psicomotricidade tem como foco a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança se configurando como uma técnica, cuja aplicação se dá através da Estimulação Psicomotora, Educação Psicomotora, Reeducação Psicomotora e Terapia Psicomotora.

A psicomotricidade é, inicialmente, uma

determinada organização funcional da

conduta e da ação;

correlatamente é um certo tipo de prática da reabilitação gestual. (Chazaud, 1987, p.11) Para navegar Utilize o site da Associação Brasileira de Psicomotricidade ABP, para obter informações atuais e acompanhar novas discussões, assim como saber de encontros e seminários de psicomotricistas: www.psicomotricidade. com.br

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"A psicomotricidade é um foco da intervenção educacional ou terapia cujo objetivo é o desenvolvimento da capacidade motriz, expressivas e criativas a partir do corpo, o que o leva centrar sua atividade e se interessar pelo movimento e o ato, que é derivado da: disfunções, patologias, excitação (estímulos), aprendizagem, etc." (BERRUEZO 1995). A psicomotricidade é uma disciplina educativa / reeducativa / terapêutica. Concebeu como diálogo que considera o ser humano como uma unidade psicossomática e que atua sobre sua totalidade por meio do corpo e do movimento no ambiente, por meio de métodos ativos de mediação principalmente corporal, com o propósito de contribuir a seu desenvolvimento integrante. (MUNIÁIN 1997) "A psicomotricidade é a posição global do sujeito. Pode ser entendida como a função do ser humano que sintetiza psiquismo e motricidade com o propósito de permitir ao indivíduo adaptar de maneira flexível e harmoniosa ao meio que o cerca. Pode ser também entendida como um olhar globalizado que percebe a relação entre a motricidade e o psiquismo como entre o indivíduo global e o mundo externo. Pode ser entendida como uma técnica cuja organização de atividades possibilite à pessoa conhecer de uma maneira concreta seu ser e seu ambiente de imediato para atuar de maneira adaptada."

(DE LIÉVRE E STAES 1992

Os aspectos afetivo, cognitivos e social na psicomotricidade têm o grande objetivo de trabalhar a socialização, a memória e o desenvolvimento de alguns traços, gerenciando a personalidade, a organização, a disciplina, a responsabilidade, a solidariedade.

Ajuriaguerra, médico psiquiatra, considerado pela comunidade científica como o “Pai da Psicomotricidade”, define assim: “ Psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas, psicológica,

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condutista, evolutista, genética, e etc, ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo.”

Dalila M. M. de Costallat, “A Psicomotricidade como Ciência de Síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais”.

Germaine Rossel, “A Educação Psicomotora é a educação de controle mental e da expressão motora”.

Giselle B. Soubiran “Psicomotricidade e Relaxação, bases fundamentais da estrutura psico corporal, estática e em movimento, precedente e condicionante a toda atividade psíquica”.

Vítor da Fonseca, “A psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle postural, à noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica, enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade são abordados como unidade e totalidade do ser. O seu enfoque é, portanto, psicosomático, psico cognitivo, psiquiátrico, somato-analítico, psico neurológico e psico terapêutico”.

P. Vayer, “É a educação da integridade do ser, através do seu corpo”.

Beatriz Loureiro, “Psicomotricidade é a otimização corporal dos potenciais neuro, psico- cognitivo funcionais, sujeitos às leis de desenvolvimento e maturação, manifestadas pela

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dimensão simbólica corporal própria, original e especial do ser humano”.

Hurtado (1983), diz que a psicomotricidade é a educação dos movimentos, ou através dos movimentos, visando a melhor utilização das capacidades psicofísicas da criança. Neste caso utiliza-se o movimento como meio e não como fim a utiliza-ser atingida. A Psicomotricidade é o suporte básico que auxilia a criança a adquirir tanto sensações e percepções como conceitos, os quais lhe darão o conhecimento de seu corpo e, através desse, do mundo que o rodeia.

Coste (1981), define a Psicomotricidade como uma técnica em que cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza numerosas ciências constituídas, entre a biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e lingüística. É considerada como uma terapia, “a terapia psicomotriz” a qual desenvolve a capacidade de expressão do indivíduo, fazendo com que haja um novo conhecimento do corpo.

Schinca (1992), o controle e conhecimento do próprio corpo são essenciais para o estabelecimento da ligação entre o indivíduo e o meio externo. A relação entre cada ser e o exterior se manifesta através de atos e comportamentos motores, adaptados e ajustados mediante as sensações e percepções.

Meur e Staes (1984), relatam que o estudo da psicomotricidade é recente sendo que só no início deste século abordou-o assunto ainda que superficialmente. Em uma primeira fase, a pesquisa teórica fixou-se, sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois se estudou a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual da

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criança. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade. Hoje em dia os estudos ultrapassam os problemas motores, pesquisando também as ligações com a lateralidade, a estruturação espacial e a orientação temporal por um lado e, por outro, as dificuldades escolares de crianças com inteligência normal. Faz também com que se tome consciência das relações existentes entre o gesto e a afetividade.

Objetivos da Psicomotricidade

PSICOMOTRICIDADE VISA DESENVOLVER: - Esquema Corporal

- Lateralidade

- Estruturação Espacial - Estruturação Temporal

- Controle das Diversas Coordenações - Equilíbrio

- Controle da Respiração - Tônus Muscular e Outros.

Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.

Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.

• Como campo de estudo e pesquisa, é estudar

e pesquisar a psicomotricidade;

• Como intervenção é o de Fomentar a

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É gerar alguma transformação no sujeito, levando a Individuação, termo usado na Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, que de outra maneira podemos dizer que se refere ao Desenvolvimento Integral do Indivíduo.

Para a Psicomotricidade o objetivo da intervenção psicomotora ou da Psicomotricidade enquanto intervenção é o de fomentar o Desenvolvimento Integral do Indivíduo, ou como preferimos dizer, Fomentar a Individuação.

Melhorar os movimentos do corpo, a noção do espaço onde o indivíduo está, coordenação motora, equilíbrio e ritmo.

A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança.

Contribui para o desenvolvimento integral da criança no processo de ensino-aprendizagem, favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e sociocultural, buscando estar sempre condizente com a realidade dos educandos.

Permite ao homem sentir-se bem com sua realidade corporal, possibilitando-lhe a livre expressão de seus sentimentos, pensamentos, conceitos, ideologias. Importante “Mente e corpo devem trabalhar juntos em harmonia, os movimentos precisam seguir a rapidez dos pensamentos, se e quando necessário.” (Rocha, 2004, p.56)

(26)

Portanto:

Psicomotricidade trabalha:

Conceitos funcionais - São as possibilidades percebidas através da ação e da qualidade dos movimentos, integrando-os num tempo e espaço.

Que são as áreas da: Coordenação, Postura, Tônus, Equilíbrio, Respiração, Reconhecimento Corporal, Lateralidade, Relaxamento, Orientação e Estruturação Espaço-Temporal, Ritmo e Percepções.

Conceitos Relacionais - Os conceitos

relacionais facilitam a relação entre esses corpos através dos desejos, das frustrações e ações.

Que são as áreas da: Expressão, Comunicação, Afetividade, Agressividade, Limite e Corporeidade.

Conceitos Funcionais

Muitas são as áreas psicomotoras que compõem os conceitos funcionais. Nesta aula iremos abordar as seguintes: Tônus, Coordenação Motora Global ou Ampla, Coordenação Motora Fina, Manual, Óculo-Pedal, Esquema Corporal, Lateralidade, Estrutura Espacial, Estrutura Temporal, Ritmo, Percepção.

As áreas psicomotoras, à seguir, fazem parte da psicomotricidade funcional:

TÔNUS

A tonicidade revela o tono ou tônus muscular. Todo movimento é realizado sobre um fundo tônico que tem ligação com as emoções.

(27)

Verificamos, às vezes, que existem crianças que não conseguem controlar o tônus de

seus braços e pernas. Umas são

hipertônicas, isto é, possuem um aumento do tônus. Seus músculos apresentam uma grande resistência, pois estão contraídos em excesso. Têm seus movimentos voluntários

e automáticos comprometidos, não

balançam os braços ao andar, ou escrevem tão forte que chegam a rasgar a folha. Outras são hipotônicas. Apresentam uma pequena resistência muscular, isto é, têm uma diminuição da tonicidade muscular da tensão. Seu traçado é tão leve que mal se enxerga.

(Oliveira, 2000, p.27 e 28) Exerce um papel fundamental no desenvolvimento psicomotor. Permitem atitudes, postura, emoções e garante manifestações de todas as atividades motoras.

Fonseca (1995) diz que o grau de tônus dos músculos para a realização de determinadas tarefas, em repouso ou em movimento, possui papel fundamental no desenvolvimento motor e psicológico.

Costallat in Bueno (1998) “Considera o tônus como um estado de atenção necessário para a harmonia do gesto e equilíbrio do organismo.” (p.54)

São classificações do tônus, segundo Bueno (op. cit.):

Tônus Muscular - refere-se ao movimento executado.

Tônus Afetivo – refere-se ao estado de espírito.

Tônus Mental – capacidade de atenção no momento da atenção. Dica da professora Além do equilíbrio postural a psicomotricidade visa o equilíbrio psicológico, mental. Manter o equilíbrio e a harmonia entre o corpo e a mente é fundamental.

(28)

EQUILÍBRIO

Capacidade de assumir e manter uma posição corporal, seja em pé, sentada, de joelhos.

Trata-se do equilíbrio postural do indivíduo. Sobre o equilíbrio postural encontramos em Oliveira (2000):

Através da movimentação e da

experimentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, vai se adaptando e buscando

um equilíbrio cada vez melhor.

Consequentemente vai coordenando seus movimentos, vai se conscientizando de seu corpo e das posturas. Quanto maior o equilíbrio, mais econômica será a atividade do sujeito e mais coordenadas serão as suas ações.

(p.41) A criança ao exercitar o seu equilíbrio postural atua com o equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico. Aonde muitas das vezes ela se encontra em movimento e para, ou está parada e dá impulso em seu corpo para se movimentar. Uma das atividades que retrata bem o que acabamos de relatar é a brincadeira de estátua, onde a criança está correndo e ao comando tem que parar e ficar estática, equilibrando todo o corpo.

COORDENAÇÃO MOTORA GLOBAL OU AMPLA

A Coordenação Motora Global ou Ampla está ligada à atividade dos grandes músculos, na realização de uma seqüência de movimentos com o máximo de eficiência, economia.

Com base em Dalila Costallat (1983), a Coordenação Motora Ampla é definida como a ação simultânea de grupos musculares diferentes, com vistas à execução de movimentos amplos e voluntários, Quer saber mais? Segundo Gallahue e Ozmun (2003), o equilíbrio é a habilidade de um indivíduo de manter a postura de seu corpo inalterada, mesmo quando, colocado em diferentes posições.

(29)

envolvendo o trabalho de membros inferiores (pernas), superiores (braços) e do tronco.

Em Gislene Oliveira (2000) encontramos referências a estas atividades que envolvem os grandes músculos na execução de movimentos amplos.

Diversas atividades levam à conscientização global do corpo, como andar, que é um ato neuromuscular que requer equilíbrio e coordenação; correr, que requer, além destes, resistência e força muscular; e outras como saltar; rolar; pular; arrastar-se; nadar; lançar - pegar; sentar.

(p.42) Ainda em Oliveira (op.cit.) encontramos uma citação que fala da importância da Coordenação Motora Global e da conscientização do corpo.

Através da movimentação e da experi-mentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, vai se adaptando e buscando um equilíbrio cada vez melhor. Consequen-temente, vai coordenado seus movimentos, vai se conscientizando do seu corpo e das posturas. Quanto maior o equilíbrio, mais econômica será a atividade do sujeito e mais coordenadas serão as suas emoções.

(p.41)

Tal movimentação e experimentação de forma Global e Ampla, leva, portanto, à conscientização do corpo e seu Esquema Corporal.

A coordenação motora global diz respeito à atividade dos grandes músculos. Através da movimentação a da experimentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, vai se adaptando e buscando um equilíbrio cada

vez melhor. Consequentemente, vai

coordenando seus movimentos, vai se conscientizando do seu corpo e das posturas. Quanto maior o equilíbrio, mais econômica será a atividade do sujeito e mais coordenadas serão as suas ações.

(Oliveira, 2000, p.41)

Dica da professora

Permita que seus alunos e/ou clientes explorem seus corpos através dos movimentos amplos. Promova um circuito com corridas, saltos, agachamentos, lançamentos, rolamento, cambalhotas, etc. Dica da professora Fazem parte da coordenação motora fina: Óculo-manual Óculo-pedal

(30)

COORDENAÇÃO MOTORA FINA

Se expressa através dos movimentos coordenados que utilizam os pequenos músculos, movimentos precisos, específicos. Tais como: picar, cortar, desenhar, pintar, escrever, agarrar.

A coordenação motora fina diz respeito à habilidade e destreza manual e constitui um aspecto particular da coordenação motora global. Temos que ter condições de desenvolver formas diversas de pegar

diferentes objetos. Uma coordenação

elaborada dos dedos da mão facilita a aquisição de novos conhecimentos. É através do ato de preensão que uma criança vai descobrindo pouco a pouco os objetos de seu meio ambiente.

(Oliveira, 2000, p. 42) Trabalhamos a coordenação motora fina quando utilizamos as extremidades do nosso corpo, as mãos, os pés, os olhos, a boca.

Muito escutamos falar do movimento de pinça e da sua importância para o desenvolvimento da habilidade da escrita. O movimento de pinça utilizado em algumas atividades trabalha os pequenos músculos das mãos, trabalha a tonicidade desses músculos, torna-os mais capazes de segurar adequadamente objetos, acariciar, escrever, desenhar, pintar.

ÓCULO-MANUAL

É o movimento coordenado dos olhos e das mãos, na realização de uma tarefa. Os olhos acompanham o movimento das mãos. Faz parte da coordenação motora fina.

Dica da professora Coordenação Óculo Manual, Óculo-Manual, Coordenação Viso-Motora e Coordenação Visomotora têm o mesmo significado, a denominação modifica de acordo com o autor.

(31)

É necessário que haja também um controle ocular, isto é, a visão acompanhando os gestos da mão. Chamamos a isto de coordenação óculo-manual ou viso-motora.

(Oliveira, 2000, p.43) Esta coordenação é primordial para a escrita.

Elizabete José e Maria Coelho (1999, p.80) falam da importância da Coordenação Visomotora no processo de Alfabetização (escrita e leitura).

As crianças que não conseguem coordenar o movimento ocular com os movimentos das mãos terão dificuldade nas atividades que envolvem a coordenação visomotora olho-mão. Nesse caso, a dificuldade na escrita fica caracterizada, uma vez que os olhos não guiam os movimentos motores da mão, impossibilitando a criança de perceber por onde deve iniciar o traçado das letras.

ÓCULO PEDAL

É o movimento coordenado dos olhos e dos pés, na realização de uma tarefa. Os olhos acompanham o movimento dos pés. Também faz parte da coordenação motora fina.

Este movimento é bem estimulado quando o indivíduo sofre amputação ou já nasce com alguma deficiência nos membros superiores.

O movimento coordenado dos olhos com os pés facilitam o desenvolvimento da escrita, pintura, desenho, movimentos do cotidiano (comer, escovar os dentes, etc.) com os pés.

ESQUEMA CORPORAL

A criança, a partir das interações, das relações que estabelece, dos estímulos, das experiências, vai,

Dica da professora Você já tentou desenhar, recortar, escrever com os pés? Tente e estimule mais esta habilidade!

(32)

não só, descobrindo o mundo que a cerca, as pessoas, os objetos, ela vai principalmente se descobrindo de um modo geral.

As interações afetivas e emocionais, o reconhecimento de sensações, sentimentos, percepções, possibilita que ela vá se percebendo como alguém que pensa, deseja, tem sentimentos. Estas interações possibilitam a formação do EU, a formação da sua personalidade.

O corpo é uma forma de expressão da individualidade. A criança percebe-se e percebe as coisas que a cercam em função de seu próprio corpo. Isto significa que, conhecendo-o, terá maior habilidade para se diferenciar, para sentir diferenças.

(Oliveira, 2000, p. 47) Paralelamente, a criança, vai tomando conhecimento da sua estrutura física, conhecendo o seu próprio corpo, suas partes, suas possibilidades e potencialidades. A criança aos poucos vai descobrindo a sua composição corporal e a função de cada parte, vai descobrindo a conexão entre essas partes e o que é possível fazer, a partir dela. Ao se movimentar, vivenciar experiências através do seu corpo ela vai se conscientizando, não só, das possibilidades, mas também das potencialidades.

EX. Ela pode utilizar as suas mãos para pegar um copo com água e matar a sua sede (possibilidade). Estas mesmas mãos podem em sua escola, ao trabalhar com massinha de modelar, imprimir a força necessária para amassar e modelar tal material (potencialidades).

Para utilizar o corpo como forma de expressão da individualidade se faz necessário desenvolver, explorar, dominar, conhecer este corpo suas Dica da

professora

O professor também deve ter consciência do seu próprio corpo, para trabalhar o corpo do outro devemos trabalhar em primeiro lugar o nosso próprio corpo.

Dica da professora POSSIBILIDADE – Possível. POTENCIALIDADE – Força, capacidade de realização.

(33)

possibilidades e diferenças. Consequentemente sua interação com o mundo e o que nele existe será de uma forma mais harmônica, precisa e emocionalmente segura.

Meur (1991) diz que: Primeiro a criança percebe o seu corpo num todo, tem uma percepção global. Após este primeiro momento ela começa a tomar consciência dos seguimentos corporais.

Esta consciência se realiza de forma interna e externa:

Interna (sentindo cada parte do corpo); Externa (vendo cada seguimento no espelho, num colega, em uma figura).

Rocha (2003) afirma:

Para se locomover e manipular objetos com desenvoltura, habilidade e equilíbrio a criança precisa ter um bom desenvolvimento de sua coordenação motora. Ao desenvolver a sua coordenação motora a criança vai adquirindo consciência do próprio corpo e das possibilidades de expressar-se por meio dele. A criança, ao perceber que pode utilizar o seu corpo, não somente para movimentar-se, mas também para agir, para expressar-se através dele, irá tornando precisa sua imagem corporal e consequente mente estruturando seu esquema corporal.

LATERALIDADE

É a capacidade de movimentar, controlar os dois lados do corpo, junta ou separadamente.

A criança percebe que o seu corpo tem membros repetidos, uns compõem o lado esquerdo e outros o

Dica da professora Atividades ou movimentos realizados de frente para o espelho facilitam a visualização do corpo e a atuação de um dos lados. Dica da professora

Aos poucos a criança vai descobrindo o lado mais confortável para atuar, para desenhar, escrever. Estudiosos da área da psicomotricidade colocam como idade limite para uma definição da lateralidade, entre 6 ou 7 anos.

(34)

lado direito. Percebe as coisas que estão localizadas de acordo com esses lados.

Vai descobrindo que a sua atuação é mais confortável, segura, precisa quando utiliza um determinado lado. Aos poucos vai se definindo, vai definindo a sua lateralidade.

A lateralidade é a preferência da utilização de um dos lados. Ao utilizar-mos o nosso lado predominante temos mais força, precisão, harmonia, menos gasto de tempo e energia. Esta predominância acontece em três níveis mão, olho e pé.

A predominância do lado direito caracteriza os destros, já a predominância do lado esquerdo caracteriza os canhotos.

A lateralidade é a propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho, e pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um dos lados. O lado dominante apresenta maior força muscular, mais precisão e mais rapidez. É ele que inicia e executa a ação principal. O outro lado auxilia a ação e é igualmente importante. Na realidade os dois não funcionam isoladamente, mas de forma complementar.

(Oliveira, 2000, p.p. 62 e 63) A criança precisa experimentar os dois lados sem interferências. Ela precisa se descobrir. Não devemos direcioná-la. Aos 2, 3 anos ela usa os dois lados de forma indiscriminada, hora ela desenha com a mão esquerda e hora ela desenha com a mão direita. Somente aos 6 anos (encontramos autores que definem a idade máxima para esta definição aos 7 anos) podemos trabalhar no sentido de fixar a sua escolha. Dica da

professora

A criança canhota deve ter a sua carteira escolar ,

tesoura, entre outros objetos, indicada para a sua

(35)

Esta fase coincide, muitas das vezes, com o período da alfabetização, onde a cobrança é maior.

Podemos definir a predominância da lateralidade, da seguinte forma:

Destra – Atua com o lado direito em 3 níveis - olho / mão / pé.

Canhota - Atua com o lado esquerdo em 3 níveis – olho / mão / pé.

Ambidestra - Atua com os dois lados, esquerdo e direito do corpo em 3 níveis – olho – mão – pé.

Lateralidade Cruzada - Tudo desencontrado, a sua atuação não é unificada. Pode ser:

Olho esquerdo – Mão direita – Pé esquerdo. Olho direito – Mão esquerda - Pé direito.

Em uma revisão histórica do significado da mão direita e da mão esquerda, concluímos que a maioria das culturas conceituou a mão direita como a mão positiva, boa. Já a mão esquerda teria uma conotação negativa, ruim, má.

Em Pinto (1995) encontramos as seguintes referências, quanto ao simbolismo, da direita e da esquerda:

(...)na Bíblia, o Gênesis relata que os justos serão situados à direita e os injustos à esquerda. No indo-europeu existia a raiz daks que significava ser útil ou valer. Esta raiz dá origem à palavra daksina, que significava a direita no sentido de franqueza, lealdade e amabilidade. Pelo contrário, a palavra vama significava esquerdo também oblíquo, curvado, hostil, desfavorável e malvado. Em inglês, a direita se designa com o termo right, que significa reto, direito; a mão direita é a mão reta. Em

Dica da professora

Investigue qual a predominância da lateralidade de seus alunos e/ou clientes.

(36)

francês, gauche significa canhoto e por sua vez esta palavra dá origem ao verbo guenchir, que significa dar um rodeio, rodear. Em latim, dexter significa destro ou direito, porém a esquerda se denomina

sinester (obscuro). Em castelhano, o

canhotismo era interpretado como sinal de equívoco e de abatimento de ânimo.

(pp. 07 e 08)

Esse simbolismo de direita e de esquerda

prejudica as crianças canhotas. Era

freqüente ver-se como as crianças canhotas eram forçadas a empregar a mão direita porque a mão esquerda era “má para

escrever”. Numerosos transtornos de

linguagem, dificuldades escolares, trans-tornos de aprendizagem de leitura/escrita e alterações de conduta eram devidos à contrariação de uma lateralidade que vinha determinada, não de forma caprichosa e sim escrita no sistema nervoso de cada indivíduo. Se observarmos nossas cidades, nossos veículos, os diferentes objetos de consumo que requerem a execução uni-manual de forma preferente, veremos como tudo está em função dos destros e que aos canhotos se impõe um esforço maior para se adaptarem a um mundo destro.

(p. 08) ESTRUTURA ESPACIAL

O desenvolvimento adequado do esquema corporal é primordial para o desenvolvimento da estrutura espacial. Ter, primeiramente, a percepção do seu corpo e a localização espacial de suas partes, possibilita posteriormente fazer isso fora do corpo.

A estrutura espacial vai se concretizando da seguinte forma:

A criança percebe a posição de seu próprio corpo no espaço.

A posição dos objetos em relação a si mesma. Aprende a perceber as relações das posições dos objetos entre si.

Importante

Um indivíduo deve ter capacidade para lidar com conceitos de ontem, hoje e amanhã. Uma criança pequena não consegue extrapolar suas ações para o passado ou o futuro. (Oliveira, 2000)

(37)

Para que uma criança perceba a posição dos objetos no espaço, precisa, principalmente, Ter uma boa imagem corporal, pois usa seu corpo como ponto de referência. Ela só se organiza quando possui um domínio de seu corpo no espaço. Isso significa que ela

apreende o espaço através de sua

movimentação e é a partir de si mesma que ela se situa em relação ao mundo circundante. Numa verdadeira exploração motora inicial, ela necessita pegar os objetos, manuseá-los, joga-los, agarra-los, lança-los para a frente, para trás, para dentro e fora de determinado lugar.

(Oliveira, 2000, p.78) Para Meur (1991) a estruturação espacial é:

Tomada de consciência da situação de seu próprio corpo em um espaço, isto é, do lugar e da orientação que pode ter em relação às pessoas e coisas;

Tomada de consciência da localização das coisas entre si;

Possibilidade de organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si, de coloca-las em um lugar, de movimenta-las”.

Ao lidar com um espaço físico, com uma estrutura espacial a criança precisa tomar consciência de alguns conceitos para conseguir se orientar. Em Oliveira in Rocha (2003) encontramos tais conceitos:

Situações – dentro, fora, no alto, abaixo, longe, perto;

Tamanho – grosso, fino, grande, médio, pequeno, estreito, largo;

Posição – em pé, deitado, sentado, ajoelhado, agachado, inclinado;

Movimento – levantar, abaixar, empurrar, puxar, dobrar, estender, girar, rolar, cair, levantar-se, subir, descer;

Dica da professora

Faça com seu aluno/cliente perceba o que está em volta dele e como estas coisas estão situadas. Ex.: em cima, em baixo; do lado esquerdo, direito; atrás, na frente, etc.

(38)

Formas - círculo, quadrado, triângulo, retângulo;

Qualidade - cheio, vazio, pouco, muito, inteiro, metade.

ESTRUTURA TEMPORAL

O espaço é um instantâneo tomado sobre o curso do tempo e o tempo é o espaço em movimento.

(Jean Piaget in Gislene Oliveira, 2000, p.85) Como foi enfatizado anteriormente, não será possível conceber a idéia de espaço, sem abordar a noção de tempo. Espaço e tempo são indissociáveis. Piaget (s/d, p.11-12) declara:

O tempo e a coordenação dos movimentos quer se trate dos deslocamentos físicos ou movimentos no espaço, quer se trate destes movimentos internos que são as ações simplesmente esboçadas, antecipadas ou reconstituídas pela memória mas cujo desfecho e objetivo final é também espacial(...).

Oliveira (2000) enfatiza a importância das noções de corpo, espaço e tempo estarem intimamente ligadas, para facilitar o entendimento do movimento humano, e diz:

O corpo coordena-se, movimenta-se

continuamente dentro de um espaço

determinado, em função do tempo, em relação a um sistema de referência.

(p.86) É essa a opinião de Defontaine (1980):

O ser humano é um corpo concebido dentro de um espaço e de um tempo concebido e ágil. É através do seu corpo inteiro, espacial de ação e de representação, que o sujeito aquiesce ao tempo e é através do tempo que projeta sua ação possível, a antecipa e, enfim, a realiza.

(39)

Em Meur (1991) encontramos que a estruturação temporal é a capacidade de situar-se em função da (o):

Sucessão dos acontecimentos: antes, depois, após, durante:

Duração dos intervalos:

Noções de tempo longo, de tempo curto (uma hora, um minuto);

Noções de ritmo regular, de ritmo irregular (aceleração, freada);

Noções de cadência rápida, de cadência lenta (diferença entre a corrida e o andar);

Renovação cíclica de certos períodos: dias da semana, os meses, as estações;

Caráter irreversível do tempo: o tempo passou... Não tem como voltá-lo; noção de envelhecimento.

RITMO

É um dos conceitos mais importantes da orientação temporal. O ritmo não envolve, porém, somente as noções de tempo, mas

está ligado ao espaço também. A

combinação dos dois origem ao

movimento.

(Oliveira, 2000, p.92)

O ritmo não é movimento, mas o movimento é meio de expressão do ritmo.

(Defontaine, 1980, p. 206) Elisabete José e Maria Coelho (1993) enfatizam suas visões sobre o ritmo e sua importância para a parte gráfica/escrita e leitura.

É uma habilidade importante, pois dá à

criança a noção de duração e

sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A falta

Dica da professora

Selecione 3 imagens de revistas e depois tente criar histórias usando: 1º- ontem, hoje, amanhã; 2º- antes, agora, depois; 3º- passado, presente, futuro. Dica da professora Utilize estes conceitos para montar atividades. Importante

“Para uma criança aprender a ler, é necessário que possua domínio do ritmo, uma sucessão de sons no tempo, uma memorização auditiva, uma diferenciação de sons, um reconhecimento das freqüências e das durações dos sons das palavras.” (Oliveira, 2000, p.87)

(40)

de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas. Na parte gráfica, as dificuldades de ritmo contribuem para que a criança escreva duas ou mais palavras unidas, adicione letras nas palavras ou omita letras sílabas.

(p.80) PERCEPÇÃO

Envolve a capacidade, não só de perceber, mas também reconhecer e compreender os estímulos percebidos pelos órgãos dos sentidos.

O que é percebido gera sensações e cada indivíduo irá significar e/ou re-significar essas sensações ocasionadas por experiências estimulantes, de forma única.

Podemos encontrar a Percepção dividida em: Percepção Visual, Percepção Auditiva, Percepção Tátil, Percepção Gustativa, Percepção Olfativa.

Sobre a percepção encontramos referências em Elisabete José e Maria Assunção (1999):

É através do órgãos dos sentidos que a criança estabelece o contato com o mundo exterior, organizando e compreendendo os fenômenos que ocorrem.

(p.78) A Percepção de si, do meio, dos indivíduos, objetos, animais, acontece através dos órgãos dos sentidos.

De acordo com o Dicionário Michaelis (2000):

Visão- Ato ou efeito de ver, percepção operada pelo órgão da vista. O sentido da Importante

“A percepção está ligada à atenção, à consciência, à memória.” (Gomes, 1995, p.21)

(41)

vista. Fisiol. Função pela qual os olhos, por intermédio da luz, põem os homens e animais em relação com o mundo externo.

Audição- Percepção dos sons pelo ouvido; capacidade de ouvir. Ação de ouvir ou escutar.

Tato- Sentido pelo qual temos o

conhecimento da forma, temperatura, consistência, pressão, estado da superfície e peso dos objetos. Sensação causada pelos objetos quando os apalpamos. O ato de apalpar, de tatear.

Tais descrições nos possibilitam perceber a influência que tais Percepções exercem para o processo da Alfabetização (escrita, leitura), para a descoberta do mundo, do próprio corpo, do corpo do outro, dos movimentos precisos ou não, das formas das cores, das posições, das diferenças, etc. que sem dúvida possibilitam o desenvolvimento das áreas psicomotoras.

Em todas as áreas psicomotoras trabalhamos e precisamos desenvolver cada vez mais a Percepção.

Conceitos Relacionais

Os conceitos apresentados são conceitos presentes nas relações, em que estabelecemos na vida. Nas relações de estimulação, educação, reeducação e terapia psicomotora, enquanto psicomotricistas, devemos estar atentos a todas as formas de comunicação e expressão da criança.

São objetivos da Psicomotricidade Relacional:

Importante “Uma estreita ligação une as aquisições psicomotoras e as reações afetivas da criança.” (Meur e Staes, 1991, p.19)

(42)

Consentir que a criança expresse suas dificuldades relacionais;

Ajudar a criança a superar estas dificuldades; Estruturação da criança, com seus sentimentos e emoções reprimidas;

Na socialização: dificuldade de integração e participação em atividades grupais, inibição, isolamento, falta de iniciativa, passividade, etc.

Na aprendizagem: queda de rendimento, dificuldade de expressão verbal ou gráfica, déficit de atenção, etc.

No comportamento: agressividade, falta de limites, medos, TODA/H (hiperatividade), hipercinesia, depressão, TOC.

São alguns dos conceitos relacionais: comunicação, expressão, afetividade, agressividade, limite e corporeidade.

COMUNICAÇÃO

A comunicação e a expressão se inter-relacionam. Quando nos comunicamos, expressamos de forma verbal (oral) ou não-verbal (expressões faciais, gestuais, corporais, escrita) nossos sentimentos, dificuldades, intenções.

Bueno (1998) fala da comunicação que nós estabelecemos com os nossos corpos, ao nos expressarmos.

Os professores, na educação, geralmente esquecem que o corpo de seus alunos comunica, sendo necessário um diálogo entre os dois. É com o corpo que os dois são capazes de ver, ouvir, perceber, sentir e falar. O diálogo se dá pela comunicação e pela linguagem que cada corpo é e possui. Ao se expressarem revelam seu eu, tornando-se

Para navegar Material retirado do site: http://www.iconerec ife.com.br/psicomotr icidade.htp Dica da professora A comunicação e a expressão se inter-relacionam e revelam o ser.

(43)

meios de comunicação com o mundo, revelando-se seres ativos nesse mundo.

(p. 74) Cada pessoa tem uma forma diferenciada e ímpar de se comunicar corporalmente.

Santin (1992) coloca que através dos movimentos o homem expressa seus sentimentos, como amor, alegria, medo, entre outros, descobre sua sensibilidade e singularidade na forma de criar elos de comunicação com o mundo.

EXPRESSÃO

Podemos nos expressar de várias formas.

Uma expressão plena, de corpo inteiro, só é atingida com a coordenação física e psíquica integradas.

(Bueno, 1998, p.72) Cabe ressaltar que a expressão pode acontecer, mesmo sem intenção. Devemos valorizar a livre expressão da criança através de atividades lúdicas, como: mímica, dramatizações, danças, entre outras.

A expressão corporal e facial favorecem a comunicação. Lapierre & Aucouturier (1986) dizem que o corpo é o principal material da expressão.

(...) a forma como o sujeito se expressa com o corpo traduz sua disposição ou sua indisposição nas relações com coisas ou pessoas. (Meur e Staes, 1991, p.10) Importante “Ainda em relação à expressão, entendemos que criar é expressar o que se tem dentro de si, um autêntico esforço interior.” (Bueno, 1998, p.73) Dica da professora A afetividade é a base da relação terapêutica “bem sucedida”.

Referências

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