• Nenhum resultado encontrado

RELATÓRIO ESPECIAL MAGAZINE LUIZA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "RELATÓRIO ESPECIAL MAGAZINE LUIZA"

Copied!
19
0
0

Texto

(1)
(2)

1

RELATÓRIO ESPECIAL MAGAZINE LUIZA

22 DE DEZEMBRO DE 2020

Resumo

Fundado na década de 50, em Franca, no interior de São Paulo, o Magazine Luiza é uma rede varejista que opera através de 1.237 lojas distribuídas por 18 estados. Além da comercialização de eletrônicos e móveis, a companhia oferece crédito ao consumidor, seguros e consórcios.

Visão Geral

Através das lojas físicas e do e-commerce, o Magazine Luiza realiza a comercialização de produtos das categorias de Telefonia, Eletro Pesado, Móveis, Informática, Eletro Portátil, entre outros. Além disso, a companhia atua com operações de crédito e prestações de serviços no segmento de financiamento ao consumo (Luizacred), operações de seguros na seguradora (Luizaseg) e administração de cartas de crédito no Consórcio Luiza. A companhia opera através de 1.237 lojas distribuídas por 18 estados, com 17 centros de distribuição estrategicamente localizados. O Magazine Luiza possui um modelo de logística própria, através da Malha Luiza que é composta por cerca de 2.500 caminhoneiros e da Logbee, empresa de tecnologia responsável por gerenciar em tempo real as entregas expressas de produtos leves.

O e-commerce da companhia é formado pela operação tradicional (estoque próprio) e pelo marketplace, no qual sellers oferecem produtos diretamente aos consumidores finais. O marketplace registrou um crescimento exponencial no sortimento de produtos da plataforma, contando no 3T20 com 40 mil sellers no canal. Em conjunto, o Magazine Luiza possui um dos aplicativos mais baixados do Brasil, superando a marca de 30 milhões de usuários ativos mensais ao final do 3T20.

(3)

2

Um novo jeito de fazer varejo

Com o avanço cada vez mais forte da tecnologia, o setor de varejo vem se modificando no Brasil e no mundo. Diante da crise de 2015 e 2016, aquelas empresas brasileiras que exploraram o e-commerce como uma alternativa para a redução de custos no período conseguiram se manter mais estáveis, enquanto outras foram alvo de aquisição e em último caso fecharam as portas. Atualmente, com a chegada da pandemia de covid-19 no Brasil e adoção das medidas de isolamento social, diversas empresas tiveram que forçadamente intensificar ou iniciar o processo de transformação digital.

Entre as principais iniciativas e estratégias que estão crescendo dentro do varejo atualmente são:

 Showroom: Consumidor utiliza as lojas físicas para provar e escolher o produto, mas realizam a compra de forma online. Esse modelo faz com que as lojas possam diminuir custos com estoque, mas ainda assim mantendo visibilidade do produto.

 Marketplace: Modelo de negócio onde diversos varejistas podem oferecer seus produtos e serviços por meio de uma única plataforma controlada por uma empresa. Esse modelo vem crescendo bastante no Brasil, e tem como vantagem para o consumidor uma plataforma única com grande diversidade de opções.

 E-commerce: Esse modelo de negócio se tornou uma necessidade de diversas empresas do setor varejista, dado o grande crescimento do comércio digital e o que a tecnologia tem mudado no setor em relação ao padrão de consumo e as percepções do consumidor.

 Omnichannel: Nesse modelo de negócio a ideia é conectar todos os canais da empresa, com o cliente no centro do negócio e todos esses canais possibilitando o fechamento da negociação. Dito isso, o cliente poderá realizar a compra por qualquer canal (loja física, web e mobile) e receber da forma que desejar

Com o lema “o que não muda é que a gente sempre muda”, o Magazine Luiza iniciou um novo ciclo da transformação digital no ano de 2015. Com a inclusão digital, digitalização das lojas físicas, multicanalidade e a introdução do martketplace, a companhia conseguiu melhorar trimestre após trimestre os seus resultados financeiros. O marketplace foi uma das vias mais importantes de crescimento

(4)

3

da Magalu nos últimos anos, dado que quanto maior o número de sellers na plataforma, mais clientes foram atraídos por conta do grande sortimento de produtos.

Uma das principais estratégias do Magazine Luiza é buscar principalmente um crescimento exponencial através do 3P, o 1P é importante, estoque próprio, mas o foco da companhia em crescimento está voltado a crescer ajudando outros sellers.

No gráfico abaixo, podemos visualizar o forte crescimento do e-commerce (1P) do Magalu e do marketplace após sua introdução em 2016.

Abertura vendas totais (em R$ milhões)

Fonte: Relação com Investidores. Elaboração: VG Research

Em relação as lojas físicas, a companhia usa as lojas como mini centro de distribuição e, durante a pandemia, como os clientes não podiam ir até as lojas para retirar os produtos comprados online, o Magalu adotou o modelo Ship From Store e levou os produtos da loja até os clientes.

Os formatos de lojas do Magazine Luiza são: Lojas Convencionais, Lojas Virtuais e Quiosques. As lojas convencionais correspondem a 82% do total, que são lojas de rua ou em shoppings, com mostruário físico e estoque próprio. As lojas virtuais estão localizadas em cidades menores, operando sem estoques físicos ou mostruários na loja (exceto aparelhos eletrônicos e celulares). Por fim, em novembro de 2019, o

9.562,1 8.365,6 8.563,1 10.052,4 12.642,6 14.905,0 14.257,2 1.876,5 2.062,0 2.722,8 4.157,8 6.170,2 9.338,7 16.999,7 - - 4,3 230,0 855,1 3.027,0 6.315,6 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 (LTM)

(5)

4

Magalu realizou uma parceria para atuar com quiosques dentro de unidades das Lojas Marisa, com intuito de disponibilizar uma pronta entrega aos clientes, produtos de tecnologia e possibilita que uma compra realizada no e-commerce da Magalu seja retirada nos quiosques.

Número de lojas por canal

Fonte: Ri da companhia. Elaboração VG Research

Aquisições recentes mais importantes:

 Logbee

Em maio de 2018, o Magazine Luiza realizou a aquisição da startup de tecnologia logística Logbee, com intuito de gerenciar em tempo real as entregas expressas de produtos leves. A aquisição fortaleceu bastante a Malha Luiza, atualmente responsável por mais de 80% de todas as entregas da companhia e pelo abastecimento das lojas. Além disso, a Logbee irá alavancar o modelo Shipping from Store e potencializar o FullfimentbyMagalu.

 Netshoes

Um movimento bastante importante para fortalecer tanto o martketplace da companhia quanto o estoque próprio, foi a aquisição da Netshoes no dia 14 de junho de 2019. A Netshoes é líder no varejo online

120 123 128 141 141 148 152 162 163 176 183 195 195 195 196 683 690 701 716 716 736 760 791 795 810 855 912 910 910 925 - - - - -- - -- -5 51 51 116 1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18 3T18 4T18 1T19 2T19 3T19 4T19 1T20 2T20 3T20 Lojas virtuais Lojas convencionais Quiosques

(6)

5

de roupas, calçados e artigos esportivos, com aproximadamente 6 milhões de clientes ativos e marcas reconhecidas como Netshoes, Zattini e Shoestock.

 Softbox

Em dezembro de 2019, o Magazine Luiza realizou a aquisição da startup Softbox, composta pela Softbox Sistemas de Informação, Certa Administração e Kelex Tecnologia, que oferece soluções para empresas de varejo e indústria de bens de consumo que desejam iniciar no e-commerce. Com isso, o intuito do Magalu é criar soluções para digitalizar cada vez mais o varejo brasileiro, que ainda é composto majoritariamente por empresas analógicas.

 Estante virtual

Em fevereiro deste ano, o Magazine Luzia realizou a aquisição da Estante Virtual, um dos maiores marketplaces de livros do Brasil, reforçando a estratégia de crescimento através de novas categorias. A Estante Virtual possui mais de 6 mil sellers e um sortimento de 20 milhões de livros.

 AiQFome

No mês de setembro, o Magazine Luiza realizou a aquisição da AiQFome, uma das maiores plataformas de food delivery do Brasil, presente em mais de 350 municípios distribuídos em 21 estados. A AiqFome possui mais de 2 milhões de clientes cadastrados e processa 20 milhões de pedidos anualmente. Novamente, a aquisição tem por objetivo reforçar a expansão dos serviços oferecidos no aplicativo do Magalu.

 Unilogic Media, Canal Geek (Canaltech) e InLoco Media.

Em 2020, o Magazine Luiza vem buscando aquisição de empresas no setor de mídia, o que impulsionará a receita gerada por meio de venda de propaganda na plataforma. A companhia vem seguindo o exemplo de gigantes mundiais, como a Amazon que gera mais de 10 bilhões de dólares em propaganda online nos Estados Unidos. Com isso, as aquisições recentes marcam a entrada do Magalu no segmento de publicidade online.

(7)

6

O Canaltech é uma das maiores plataformas multimídia do país com foco na produção de conteúdo de tecnologia. A Plataforma Inloco Media é focada na comercialização de publicidade online, e tem por objetivo acelerar o crescimento do MagaluAds – área responsável por monetizar a audiência do Magalu.

Setor

O setor de móveis, eletrodomésticos e bens duráveis é bastante sensível ao cenário macroeconômico, sendo impactado diretamente pela renda dos consumidores e disponibilidade de crédito. No gráfico abaixo, podemos visualizar que a crise de 2015-2016 afetou fortemente o mercado do Magazine Luiza, refletindo principalmente a evolução do desemprego e a alta taxa de juros. Nesse período, o setor de móveis e eletrodomésticos registrou uma queda de 11,8% e 7,5%, respectivamente.

Indicador trimestral do volume de vendas de Móveis e Eletrodomésticos (base: igual trimestre do ano anterior) – em %

Fonte: IBGE. Elaboração: VG Research

O cenário pós-crise continuou bastante desafiador para a economia brasileira (2007-2019), com uma recuperação bastante lenta e desemprego elevado, apesar de juros e inflação controlados. Olhando para o 3T20, o grande destaque entre as atividades que são pesquisadas pelo IBGE foi o segmento de móveis e eletrodomésticos (+30,4%). No acumulado do ano, o setor atingiu uma evolução de 9,4%.

-4,6 -7 -5,2 -1,3 -4,7 -2 -3,3 -1,1 3 8,8 15,3 11,3 1,7 -0,6 -4,1 -2 -1,9 -0,3 4,7 10,7 3,6 -6,4 30,4 1T 15 2T 15 3 T 15 4 T 15 1T 16 2T 16 3 T 16 4 T 16 1T 17 2T 17 3 T 17 4 T 17 1T 18 2T 18 3 T 18 4 T 18 1T 19 2T 19 3 T 19 4 T 19 1T 20 2T 20 3 T 20

(8)

7

Desempenho 2020 – por atividade

Fonte: IBGE. Elaboração: VG Research

Olhando para o setor varejista como um todo, podemos visualizar que após a grande queda da atividade econômica no primeiro semestre de 2020 em função das medidas de isolamento que foram adotadas em combate ao covid-19, os números do terceiro trimestre começam a demonstrar uma recuperação significativa. As vendas do comércio varejista apresentaram um crescimento de 0,6% em setembro, sendo a quinta taxa positiva consecutiva desde maio. Apesar da evolução, o resultado ficou bem abaixo das expectativas do mercado que esperavam uma alta de 1,50%. Como podemos visualizar no gráfico abaixo, o resultado também representou uma desaceleração em relação aos meses anteriores.

Vendas do comércio varejista (% em relação ao mês anterior)

Fonte: IBGE. Elaboração VG Research -30,6 -30,5 -18,2 -11 -1,5 5,5 6,5 9,4

Tecidos, vestuário e calçados Livros, jornais, revistas e papelaria Equipamentos e materiais para…

Combustíveis e lubrificantes Outros artigos de uso pessoal e… Hipermercados, supermercados,… Artigos farmacêuticos, médicos,…

Móveis e eletrodomésticos 1,6 -0,1 0,2 -0,4 -1,2 0,5 -2,5 -16,6 12,2 8,7 4,7 3,1 0,6

(9)

8

“Trata-se de uma diminuição do ritmo de crescimento nos volumes do varejo nacional. A desaceleração é natural e representa uma acomodação, porque as quedas de março e abril foram muito expressivas, o que fez com que os meses seguintes de recuperação também tivessem altas intensas. A desaceleração é como se a série estivesse voltando à normalidade”, destacou o gerente da PMC, Cristiano Santos.

E-commerce

O mercado brasileiro de e-commerce é bastante sub-penetrado, possuindo uma ampla avenida de crescimento. De acordo com dados da E-bit, o mercado brasileiro de e-commerce cresceu a um CAGR de 15,5%, entre 2012 e 2019, e 16,3% apenas em 2019.

Recorde de faturamento em 20 anos de e-commerce no primeiro semestre 2020

Fonte: EBIT

Dados do E-Bit apontam que as lojas de departamento representam a maior parte das vendas do e-commerce no Brasil, totalizando cerca de 50% do volume total de pedidos comercializados e 67% do total das vendas em 2019. Nesse contexto, com o forte crescimento do e-commerce como um todo, novas categorias devem ganhar representatividade, como roupas e calçados, esportivo e perfumaria. De acordo com dados da Euromonitor, o e-commerce encerrou o ano de 2019 com uma penetração de apenas 7,2% das vendas do varejo, uma taxa extremamente baixa quando comparamos com países mais maduros como China (27%), Reino Unido (18,2%) e Estados Unidos (15,2%). A expectativa é que atinja 9% do total

(10)

9

de vendas no varejo, o que representa um mercado de mais de R$ 147 bilhões, ante R$ 99 bilhões em 2020.

E-commerce como % de vendas do varejo

Fonte: Euromonitor. Elaboração VG Research

A pandemia trouxe um novo cenário para o e-commerce, pelo fato de que muitas pessoas que tinham “medo” ou não sabiam comprar produtos online, passaram por força maior a perder o receio e a aprender utilizar o canal. Uma pesquisa de intenção de compra realizada pela Ebit, registrou um crescimento de 6,7p.p. na comparação (3T20 vs. 3T19), o que demonstra o fortalecimento do comportamento online. Importante destacar que o Brasil ainda possui uma baixa penetração do acesso à internet, atingindo 71% da população em janeiro de 2020, de acordo com dados da We are social, ficando abaixo de países maduros como o Reino Unido (96%) e os Estados Unidos (87%).

Fonte: Ebit 3,8% 4,2% 5,0% 5,7% 6,2% 6,7% 7,2% 7,7% 8,1% 8,6% 9,0%

(11)

10

Quando olhamos para a penetração de vendas em algumas categorias, percebemos também uma grande avenida de crescimento para o Brasil. Na tabela abaixo, podemos visualizar a discrepância em relação a países maduros como a China, Reino Unido e Estados Unidos.

Penetração de vendas no e-commerce

Categoria Brasil China Reino Unido Estados Unidos Eletrônicos 23% 39% 40% 45% Vestuário 5% 34% 27% 26% Cuidado Pessoal 3% 29% 13% 16% Fonte: Euromonitor. Elaboração VG Research

De acordo com a Euromonitor, o maior segmento de vendas online é o de eletrônicos, totalizando R$ 21.4bn de vendas em 2019. O crescimento anualizado do segmento de eletrônicos foi de 9,9% entre 2013 e 2019. O segmento de roupas, calçados e artigos esportivos atingiu um faturamento de R$7.5bn nas vendas online em 2019, possuindo uma grande avenida de crescimento. Entre 2013 e 2019, o crescimento anualizado do segmento foi de 17,9%. O segmento de cosméticos e perfumaria vem ganhando nos últimos anos representatividade no e-commerce, registrando um crescimento de 30% na passagem de 2018 para 2019, segundo dados do E-bit.

Administração e Controladores

O Magazine Luiza está listado no mais elevado padrão de governança corporativa, o Novo Mercado, sob o código MGLU3. A companhia possui 6.498.930.000 ações, no qual 58% pertencem aos controladores e 41% estão em circulação no mercado.

A companhia é controlada pela Ltd Administração e Participações S.A., uma empresa da família fundadora do Magazine Luiza. Portanto, o Magalu é uma empresa familiar que vem demonstrando uma gestão bastante eficiente e inovadora nos últimos anos.

Nome %ON

Ltd Administração E Participações S.A. 53,38

Outros 41,07

Wagner Garcia Participações S.A. 3,2 Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues 0,92

(12)

11

Ações Tesouraria 0,35 Fernando Henrique Borges Trajano 0,34 Ismael Borges Trajano 0,33 Administradores (conselho de Administração E Diretoria) 0,19 Fabrício Bittar Garcia 0,09 Flávia Bittar Garcia Faleiros 0,07 Franco Bittar Garcia 0,06

Conselho Fiscal 0

Total 100

Fonte: Ri da companhia. Elaboração: VG Research

O presidente do Conselho de Administração é a Luiza Helena Trajano, sobrinha dos fundadores Luiza Trajano Donato, Pelegrino José Donato. Possui uma grande experiência, dado que passou por todos os departamentos do grupo: da cobrança à gerência, das vendas à direção comercial.

O Diretor Presidente é o Frederico Trajano Inácio, graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialização em Finanças pela University of Califórnia – Berkeley. Iniciou sua carreira como analista do setor varejista na Deutsche Bank, além de trabalhar nos setores de tecnologia internet e telecomunicações na Westsphere Equity Investors. Começou no Magazine Luiza no ano de 2000, sendo responsável pelo departamento de e-commerce.

Histórico de Resultados e Métricas Operacionais

O grande mérito do Magazine Luiza ao longo dos últimos anos foi operar com rentabilidade em um setor no qual diversas outras empresas amargam prejuízos. Entretanto, não foi sempre assim, a grande reviravolta ocorreu após um ano de 2015 bastante desafiador, no qual o cenário econômico desfavorável impactou fortemente o setor da companhia. A partir de 2016, já com as novas estratégias de crescimento, foi iniciada uma recuperação da companhia.

No gráfico abaixo, podemos visualizar o histórico de resultados e o forte crescimento na receita da companhia alinhado com margens bastante interessantes para o setor.

(13)

12

Fonte: Ri da companhia. Elaboração VG Research

Historicamente, a taxa de crescimento do e-commerce da companhia está bem acima do mercado, o que lhe permitiu um ganho expressivo de market share nos últimos anos.

Vendas Totais E-commerce

Fonte: Ri da companhia. Elaboração VG Research

Em relação aos resultados recentes, o 3T20 foi marcado por um forte crescimento alinhado com geração de caixa. O mercado de e-commerce brasileiro registrou um crescimento de 43,5% no 3T20, enquanto o Magalu atingiu um crescimento 3x maior que o mercado, consolidando cada vez mais a liderança no segmento. As vendas do e-commerce da companhia evoluíram 149% e já representam 66% das vendas totais, sendo impulsionas tanto pelo 1P quanto no 3P. Outro grande destaque do 3T20 foi o

27,5% 28,7% 30,7% 30,1% 29,1% 27,9% 26,9% 6,2% 5,2% 7,5% 8,6% 8,0% 8,9% 6,0% 1,3% -0,7% 0,9% 3,2% 3,8% 4,6% 1,3% -5,0% 0,0 % 5,0 % 10, 0% 15, 0% 20, 0% 25, 0% 30, 0% 35, 0% 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 (LTM) Receita Líquida (R$ milhões) Margem Bruta

Margem EBITDA Margem Líquida

1.876,5 2.062,0 2.722,8 4.157,8 6.170,2 9.338,7 16.999,7 9,9% 32,0% 52,7% 48,4% 51,4% 82,0% 0,0 0% 10, 00% 20, 00% 30, 00% 40, 00% 50, 00% 60, 00% 70, 00% 80, 00% 90, 00% 2.00 0,0 4.00 0,0 6.00 0,0 8.00 0,0 10.0 00,0 12.0 00,0 14.0 00,0 16.0 00,0 18.0 00,0 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 (LTM)

(14)

13

desempenho das lojas físicas, onde o indicador de vendas nas mesmas lojas (SSS) atingiu 18% no período, mesmo com algumas lojas fechadas em grande parte do período. Esse bom desempenho implicou em uma evolução de 5,4 pontos percentuais no marketshare.

A Margem bruta registrou uma queda de 3p.p. no período, refletindo a maior participação do e-commerce nas vendas totais, além do cenário competitivo. Por outro lado, o forte crescimento nas vendas implicou em uma redução de 1,1p.p. nas despesas com vendas. Nesse contexto, o lucro líquido apresentou uma evolução expressiva de 70% na comparação A/A, atingindo R$ 216 milhões. Em conjunto, a geração de caixa operacional atingiu R$ 884 milhões, um forte crescimento de 328%.

Em relação aos investimentos, como reflexo da pandemia o Magalu reduziu significativamente os gastos com lojas novas, reformas e logística, o que abriu um grande espaço para impulsionar ainda mais os investimentos em tecnologia.

Investimentos (R$ Milhões)

Fonte: Ri da companhia. Elaboração VG Research

Recomendação para o Magazine Luiza (MGLU3)

Valuation 121,9 69,00 38,2 14,60 84,4 147,60 107,4 62,10 38,8 35,70 9M19 9M20

(15)

14

Utilizamos as seguintes premissas para realizar o valuation do Magazine Luiza:

1. Empregamos a metodologia do Fluxo de Caixa Descontado utilizando um custo de capital para a firma (WACC) de 10% e um crescimento de 5% na perpetuidade;

2. Projetamos um crescimento na receita de 30% para 2021 e 20% para 2022, impulsionada pelo desenvolvimento do ecossistema digital, sendo puxado principalmente pelo crescimento exponencial do marketplace. Além disso, o e-commerce do Magalu continuará apresentando um crescimento acima do mercado no médio prazo.

Um múltiplo de preço importante para utilizar no setor varejista é índice Preço/Vendas, que basicamente mostra a relação entre o valor de mercado de uma empresa e a receita de vendas dela. No gráfico abaixo, podemos visualizar que o Magazine Luiza negocia cerca de 8x as vendas, ficando bastante acima do player mais comparável, a Via Varejo que negocia cerca de 1x as vendas.

Preço/Vendas

Fonte: Reuters. Elaboração: VG Research

Pontos Fortes

 O Magazine Luiza tem por objetivo capturar grande parte da avenida de crescimento do e-commerce no Brasil, através da plataforma digital, multicanal e integrada no mercado, que possibilita uma ótima experiência para o consumidor.

8,01

6,50

2,33

1,05

Magazine Luiza SA B2W Companhia Digital

(16)

15

 O Magazine Luiza possui uma modalidade de entrega expressa, que busca realizar a entrega do produto em menos de 48 horas para o cliente. Essa modalidade atingiu 44% das entregas em dezembro de 2019. Importante destacar que a Malha Luiza (modelo próprio de logística da empresa) possui um custo muito menor do que diversas outras empresas relevantes do ramo.  As localidades onde o Magalu possui lojas físicas abrangem mais de 77% da população brasileira e

80% em termos econômicos, de acordo com dados do IBGE.

 A companhia possui um e-commerce extremamente forte e um dos mais lucrativos do Brasil, no qual as vendas online tiveram taxas de crescimento acima de 50% nos últimos 12 trimestres. Vale destacar que a participação do e-commerce nas vendas totais saiu de 25% em 2016 para 45% em 2019, com a lucratividade (margem líquida) saindo de 0,9% para 4,6% no mesmo período.  Após anos realizando a transformação digital, o Magazine Luiza está preparado para digitalizar o

varejo brasileiro. Com isso, lançou o Magalu as a Service, que tem por objetivo oferecer para os sellers todos os serviços que a própria companhia utiliza para si, incluindo toda estrutura logística (para diminuir o tempo médio de entrega e os custos logísticos dos parceiros), propaganda no mundo digital e tecnologia.

 O Magazine Luiza possui uma área de desenvolvimento de tecnologia bastante forte e consolidado, com um modelo que vem demonstrando um sucesso incrível e inspiração para diversas outras empresas que pretendem ampliar o braço tecnológico.

Riscos

 Gestão: A administração do Magazine Luiza é composta por pessoas que tiveram influência direta na virada de chave da companhia nos últimos anos, sendo extremamente cruciais para todo o sucesso. Nesse contexto, a perda de membros da alta administração e o desafio de encontrar novos profissionais com a mesma qualificação para substituí-los, podem ocasionar em um impacto negativo nas operações da companhia.

 Setorial: O setor varejista é extremamente competitivo, fazendo com que uma guerra de preços possa impactar diretamente a rentabilidade das companhias. Além do forte cenário competitivo com as empresas brasileiras, a gigante Amazon está expandindo cada vez mais no Brasil, já possuindo oito Centros de Distribuição (CDs), se tornando uma grande ameaça para o Magalu.

(17)

16

 Macroeconômico: O setor varejista é diretamente correlacionado aos ciclos econômicos, sendo sensível a fatores como PIB, inflação, dólar, taxa de juros e desemprego. A incerteza relacionada a capacidade do governo brasileiro em endereçar as reformas econômicas necessárias para melhorar a deterioração das contas públicas e da economia pode implicar em uma queda da confiança do mercado na economia brasileira. Um risco adicional que visualizamos atualmente está relacionado ao encerramento do auxílio emergencial em 2021, que foi responsável pelo impulso de grande parte das vendas do varejo no ano de 2020, portanto, esse movimento alinhado com a alta taxa de desemprego pode impactar negativamente o setor em 2021.

 Governo: O governo vem discutindo a possibilidade de implementar um imposto sobre transações digitais, portanto, uma regulamentação da Internet e do comércio eletrônico pelo Governo Federal poderão vir a prejudicar os resultados da companhia. Em conjunto, a companhia pode sofrer impactos devido a alterações na legislação tributária brasileira, como uma mudança completa no sistema de tributação ao consumo através da reforma tributária.

Com base nas estimativas realizadas, nossas projeções indicam um Valor Justo de R$ 18,00 para as ações MGLU3. O preço atual das ações MGLU3 é R$ 24,52, o que representa um potencial de desvalorização de 27%. Estabelecemos uma margem de segurança de 25% entre o Valor Justo e o Preço-Teto para a compra das ações do Magazine Luiza.

O Preço-Teto estabelecido é de R$ 14, de modo que nossa recomendação atual para as ações MGLU3 é de VENDA.

(18)

17

DISCLAIMER

Este relatório de investimentos tem o objetivo de fornecer recomendações de aplicações para os clientes da VG RESEARCH. Salientamos que as decisões de compra, venda ou manutenção dos títulos e valores mobiliários contidos nas carteiras são de responsabilidade do investidor.

Nossas projeções são realizadas por meio da utilização de informações públicas sobre a empresa-alvo do relatório, seu setor de atuação e o ambiente de abrangência dos seus negócios. Apesar de realizarmos os maiores esforços para a elaboração das análises, não podemos assegurar a ocorrência dos resultados previstos em razão da incerteza inerente ao mercado de capitais. A carteira é produzida de forma tempestiva, de modo que informações relevantes sobre as empresas podem alterar nossas projeções iniciais. Sendo assim, é possível que as projeções realizadas nesta data possam ser alteradas posteriormente.

(19)

18

Informamos que alguns membros da VG RESEARCH possuem investimentos em determinadas empresas de nossa carteira, sendo cumpridos os prazos de negociação dos títulos e valores mobiliários da empresa-alvo constantes na Instrução CVM nº 598/2018. Salientamos ainda a imparcialidade e a independência das recomendações emitidas aos nossos clientes, em relação aos interesses próprios, de clientes ou de terceiros (corretoras, bancos, empresas listadas, fundos, etc), conforme disposto no Art.16 da Instrução CVM nº 598/2018.

Os relatórios de recomendação de ações e demais ativos mobiliários são enviados à APIMEC conforme estabelecido no Art. 23 da Instrução CVM nº 598/2018 e os mesmos ficarão arquivados durante o período de 5 anos. A VG RESEARCH tem a ciência e vem desenvolvendo com prioridade regras, procedimentos e controles internos de forma a observar e respeitar o efetivo cumprimento do Inciso I do Art.16 da Instrução CVM nº 598/2018.

Por fim, advertimos os usuários deste relatório que as informações expostas são destinadas aos clientes da VG RESEARCH, não sendo permitida sua reprodução, cópia ou distribuição, de maneira total ou parcial e qualquer que seja o seu propósito, sem o prévio consentimento da nossa empresa. A não observância deste quesito poderá acarretar na imputação do responsável em processo civil.

Luan Alves

Analista de Valores Mobiliários CNPI nº EM 2392

Referências

Documentos relacionados

Para entender o supermercado como possível espaço de exercício cidadão, ainda, é importante retomar alguns pontos tratados anteriormente: (a) as compras entendidas como

A motivação para o desenvolvimento deste trabalho, referente à exposição ocupacional do frentista ao benzeno, decorreu da percepção de que os postos de

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

Starting out from my reflection on the words cor, preto, negro and branco (colour, black, negro, white), highlighting their basic meanings and some of their

[r]

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

Como visto no capítulo III, a opção pelo regime jurídico tributário especial SIMPLES Nacional pode representar uma redução da carga tributária em alguns setores, como o setor

 Compreensão global do texto a partir da reprodução oral ou escrita do texto lido ou de respostas a questões formuladas pelo professor em situação de leitura compartilhada.