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1. Introdução. A avaliação faz parte de nossas vidas em diversas áreas.

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Academic year: 2021

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1. Introdução

Avaliação

A avaliação faz parte de nossas vidas em diversas áreas.

Quando optamos por entrar em uma academia de ginástica precisamos passar por uma avaliação física. Passamos por avaliação para conseguirmos aprovação em matérias escolares. Para tirar a carteira de motorista é exigida uma avaliação. Em determinados empregos candidatos passam por avaliações para escolha de profissionais com o perfil da vaga.

Assim acontece também na concessão de um crédito, pois é necessário avaliar os riscos que envolvem uma operação. A avaliação nada mais é que um processo de apreciação de competência.

A concessão de crédito deve ser um processo minucioso, cuidadoso, embasado em informações documentais, sendo necessária a observação de uma série de fatores para evitar futuras perdas. Mesmo com todo esse zelo as perdas não se restringem.

Na avaliação do risco deve ser analisada a capacidade financeira do tomador, sua situação patrimonial, garantias atribuídas à operação e idoneidade. Isso traz uma concessão de crédito consciente. A oferta e escolha da linha de crédito adequada à necessidade do tomador são de grande importância, pois temos que saber se o crédito é destinado a uma necessidade momentânea, necessidade de curto ou de longo prazo, a fim de apresentar ao tomador a forma mais saudável de concessão de crédito.

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2. Descrição do Estudo de caso

Trabalhando sempre na área administrativa de grandes bancos, uma recém-promovida a área comercial ao cargo de gerente de contas pessoa física do segmento de alta renda de um banco, passou a observar o parecer apresentado pelos analistas da mesa de crédito nas consultas que submetia a avaliação de crédito.

Ela, cujo nome é Inês, implantava a consulta via sistema, baseada em comprovação de renda, análise de impedimentos cadastrais, idoneidade e comprometimento de renda na organização e mercado.

Com tudo, na maioria dos casos, recebia parecer desfavorável ao crédito. A mesa de crédito do banco no qual atua, Banco Fictício SA, não entendia que naquele momento era saudável fornecer aquela linha de crédito. Mesmos a parcela estando condizente com a situação financeira do cliente. Desta forma a gerente passou a fazer uma minuciosa pesquisa para entender os fatores analisados para avaliação de risco dos tomadores.

Percebeu que teria que ser mais exigente ao propor crédito e começou a estudar sobre o tema para fazer consultas assertivas e fornecer aos seus clientes maior bagagem e argumentação nas negociações.

Através de pesquisas e dúvidas tiradas com especialista em crédito descobriu que o banco no qual trabalhava utilizava ferramentas, como: Credit Scoring, Cs do Crédito e Rating, para analisar o perfil do tomador e os riscos das operação de crédito.

Desta forma, Inês buscou se aprofundar no assunto, pois isso a ajudaria submeter consultas de crédito que figurassem “case de sucesso”.

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3. Avaliação de Risco

Toda empresa mede seu risco no momento de tomada de decisões, e com os Bancos a história não muda. A avaliação do risco é feita de forma estruturada a fim de obter maior êxito.

Operação de crédito é o pulmão das Instituições financeiras, é com créditos assertivos e recuperados que o Banco acumula seu lucro. Desta forma, profissionais especializados e de acordo com as políticas do banco o ajudam da obtenção de seus resultados.

Porém, mesmo com todos os mecanismos de segurança e avaliação de risco o crédito pode não ser recuperado. Isso ocorre não somente por falta de idoneidade financeira, mas por uma série de fatores que cercam a vida de um tomador, inclusive oscilações macroeconômicas.

O risco é medido após uma séria de análise, sendo através de ficha cadastral, documentos de comprovação e histórico financeiro do tomador. Tendo o risco mensurado o banco vai decidir se opera com o cliente, se exige garantia adicional ou se aumenta seu spread1 tendo em vista uma possível perda.

Inês se deparou em várias situações na qual o banco faria a concessão de crédito somente com a presença de avalista, garantia ou com taxa mais alta para recuperar a possível perda com o pagamento das parcelas iniciais em uma operação de crédito parcelada.

Vendo isso, ela passou a buscar informações de como o banco fazia essa medição de possível perda. E teve conhecimento de que o banco no qual atuava tinha ferramentas e modelos para avaliar e analisar uma operação de crédito, independente do valor concedido.

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Spread refere-se à diferença entre o preço de compra (procura) e venda (oferta) de uma açõa, título ou transação monetária. Pesquisa site Wikipedia.org em 06/02/2014.

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As ferramentas utilizadas pelo banco eram: Cs do Crédito, Modelo Credit Scoring e Rating.

3.1 Cs do Crédito

Com o método Cs do Crédito é possível analisar como um todo o cliente possível tomador. Através dessa análise é possível mapear a situação do tomador e mitigar os riscos em uma operação de crédito. Com essa ferramenta é mapeado a situação financeira, patrimonial e macroeconômica do tomador. Os Cs do crédito são compostos por:

1 – Caráter, ou seja, a intenção de pagar. Nessa fase são analisados a pontualidade do cliente com seus compromissos, a existência de restrição e sua atuação na praça.

2 – Capacidade, relacionada diretamente a renda, sendo a habilidade de pagar. 3 – Condição. Esta é analisada através de informações macroeconômica e setorial do mercado no qual o cliente esta inserido. A condição foge do controle do cliente, desta forma tem que avaliar as condições de risco e oscilações a que ele esta exposto.

4 – Capital que é o patrimônio do cliente.

5 – Colateral que é composto pelas garantias colocadas à disposição do credor

para agregar a operação.

Essa ferramenta nos faz entender a situação do cliente de forma macro, podendo embasar-se em dados para liberação de crédito consciente.

Isso é avaliado através de uma ficha de cadastro, na qual são mensurados pontos que definem se o crédito é liberado automaticamente ou se será necessário à análise de um especialista.

Diante desses dados a ferramenta de análise de crédito faz um parâmetro com os dados/modelo de um bom pagador. Caso a ferramenta encontre dados incoerentes a avaliação é direcionada para um analista, o qual solicitará documentos

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comprobatórios das informações prestadas pelo tomador. E se mesmo após a avaliação da documentação houver incerteza na concessão do crédito, a consulta será direcionada para outra ferramenta de compilação de dados.

3.2 Modelo Credit Scoring

No Modelo Credit Scoring2, é feita a compilação dos dados do cliente e levados a uma apuração junto ao parâmetro já estabelecido e determinados pelo banco.

O modelo descreve um método estatístico para classificar o tomador e seu grupo de risco. Esses dados são retirados após estudos realizados com tomadores com o mesmo perfil e estilo de vida.

Através dos dados identificam-se as variáveis econômicas que influenciam na capacidade do cliente em pagar ou não o crédito.

Após a analise dos dados é feita uma avaliação do risco da operação de crédito e a pontuação que representa o risco de inadimplência ou a probabilidade de inadimplência resultante da equação do credit scoring.

A tabela a seguir pode explicar:

2 É um modelo de avaliação de crédito aplicável a pessoas físicas e jurídicas. Na aplicação que damos para pessoa física, propomos a compilação e a comparação dos dados constantes na ficha cadastral com parâmetros quantitativos e qualitativos previamente estabelecidos; p.34 e 35. Securato, José Roberto. “Crédito Análise e Avaliação do Risco”, 1. Ed., Saint Paul Editora, 2002.

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Característica do tomador Pontuação baixa Pontuação alta

Ocupação Baixa qualificação Alta qualificação

Tempo de emprego < 3 meses > 2 anos

Faixa de renda < R$ 1 mil > R$ 10 mil

Endividamento no mercado Alto Nenhum

Residência Alugada Própria

Tempo de residência < 6 meses > 2 anos

Patrimônio Nenhum Vários

Idade < 30 anos > 40 anos

* Fonte: Banco Fictício SA

Com os dados obtidos o analista identifica certos fatores específicos que influenciam na adimplência ou inadimplência dos clientes, permitindo a classificação dos tomadores em grupos.

Esses grupos são qualificados como os de pontuação baixa (maior risco de inadimplência devido seu perfil de risco) ou pontuação alta (propenso a pontualidade em seus pagamento devido sua estabilidade financeira).

Após análise desses fatores o banco determinar sobre a aceitação ou negação do crédito em análise.

3 .3 Classificação do risco de crédito – Rating

A classificação de risco é estabelecida através da capacidade financeira em honrar com os pagamentos e compromissos assumidos em tempo hábil. Essa classificação avalia a probabilidade de inadimplência do tomador através de um histórico em compromissos contraídos ao longo de sua vida bancária.

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A Instituição Financeira credora cria uma classificação de rating através do seu banco de dados para analisar o perfil dos seus clientes e quanto deve provisionar do crédito liberado para uma possível inadimplência.

O grau de rating determina se o analista em crédito vai liberar o possível valor, se haverá provisionamento, ou se vai recusar a operação.

Segue tabela para melhor entendimento:

Rating Capacidade

AA Capacidade de honrar compromissos muito forte

A Capacidade de honrar compromissos

B Característica que requer acompanhamento

C Vulnerável a inadimplência

D Inadimplente

* Fonte: Banco Fictício SA

O rating nada mais é que uma nota atribuída ao cliente, com essa nota o banco estipula em até qual classificação opera. No Banco Fictício SA a nota de corte é a C, pois cliente com capacidade D não possuem perfil.

Além dessa tabela, existe também o grau de severidade para a classificação da operação conforme histórico do cliente e de suas operações com o banco. Os atrasos anteriores do tomador estabelecem um grau de risco e o percentual, para constituição por parte do banco, de provisionar em caixa um valor destinado à liquidação duvidosa.

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Nível % de provisionamento Dias de atraso

AA 0 Sem atraso A 0,5 Até 14 dias B 1 De 15 a 30 dias C 3 De 31 a 60 dias D 10 De 61 a 90 dias E 30 De 91 a 120 dias F 50 De 121 a 150 dias G 70 De 151 a 180 dias H 100 Acima de 180 dias

* Fonte: Banco Fictício SA

Esse modelo mensura a expectativa de inadimplência através de históricos de operações passadas. Assim o banco reserva/provisiona em seu caixa o percentual estipulado com o risco do crédito, caso optar por operar com tal tomador.

O banco analisa duas vertentes, sendo a primeira de identificar a chance de perda de uma determina operação e, a segunda de precificar tal operação de acordo com o risco apresentado pelo tomador. Através dessa precificação são atribuídas as necessidade de aval, garantia real ou maior taxa para operar.

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4. Concessão de Crédito

Após a avaliação do risco do tomador de crédito e da operação ocorre a concessão do crédito. Neste momento é muito importante a concessão da carteira de crédito adequada e de vincular à garantia mais apropriada a operação.

Inês, muitas vezes, obteve parecer favorável, porém com adequação da linha de crédito. Ou seja, muitas vezes passou uma consulta para majoração de limite de cheque especial, quando a necessidade do cliente não era para sanar em curto prazo. desta forma o especialista em crédito direcionava o crédito para uma carteira de crédito pessoal.

Ela entendeu também a necessidade em conhecer as carteiras de crédito oferecidas pelo seu banco.

Para oferecer uma linha de credito adequada é necessário saber para que ela destina-se. Tendo essa informação podemos identificar se o crédito é para uma necessidade emergencial, para um investimento ou para compra de um bem.

Dentre as linhas de concessão de credito para a pessoa física temos o cheque especial, cartão de crédito, o contrato de crédito pessoal, credito direto ao consumidor (CDC), leasing e o crédito imobiliário.

4.1. Cheque especial

Trata-se de um limite liberado em conta corrente do cliente pessoa física, com um juro e uma data de renovação pré-estabelecido após uma avaliação de risco.

Esse valor pode ser utilizado de forma total e/ou parcial sendo cobrados encargos e juros por sua utilização, e amortizado a cada entrada de crédito ocorrida na conta corrente. O juro, comparado a outra operação, é relativamente alto.

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13 4.2. Cartão de crédito

Uma modalidade de crédito que pode ser utilizada como saque ou compra através de um cartão, limitada a um limite aprovado e disponibilizado ao cliente.

As compras podem ser à vista ou parceladas, debitadas no dia do vencimento de cada fatura desse cartão.

O limite concedido ao cliente é estipulado após uma avaliação de risco, analisando as condições financeiras e idoneidade do cliente.

4.3. Contrato de crédito pessoal

É um crédito de um valor solicitado pelo tomador, sendo negociado a taxa e o prazo de amortização previamente. O pagamento é sempre do principal mais o juro em parcelas.

É interessante entender para que destina-se o crédito, para assim ofertar a modalidade ou linha de crédito adequada, utilizando garantia.

Nesse tipo de contrato pode usar investimentos financeiros, imóvel, veículo, aval e nota promissória como garantias das operações. A presença da garantia real diminui o risco do credor, ocorrendo à redução de taxa de juros.

4.4. Crédito direto ao consumidor (CDC)

Linha de crédito que financia aquisição de bens duráveis, como veículo, eletrodoméstico, máquinas e equipamentos. Esses bens são a própria garantia da operação e em caso de inadimplência o banco faz o processo de apreensão deste bem. Pode ser utilizado também, para pagamento de um curso e compra de materiais de construção, desde que apresentação de comprovante de matrícula do curso e nota fiscal que confirme a compra do material.

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14 4.5. Crédito imobiliário

Concessão de crédito destinada a compra de imóvel. Essa modalidade de crédito possui taxa de juros menor, devido a garantia real, ou seja, o próprio imóvel em questão.

Atualmente essa linha de crédito pode ser parcelada em até 30 anos, com possibilidade de sistema de pagamento com parcelas decrescente de amortização e juros.

4.6. Leasing

É um contrato no qual a arrendadora (banco) adquire um bem escolhido por seu cliente, aluga a ele por um prazo estipulado. No final do prazo estipulado do contrato o cliente pode optar por renovar esse contrato, devolver o bem ou adquiri-lo pelo valor de mercado ou por um valor residual pré-estabelecido em contrato.

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5. Conclusão de Inês

Inês tinha conhecimento das linhas de crédito ofertadas pelo Banco Fictício SA, tinha também conhecimento de uma pré-avaliação de risco antes da concessão do crédito, porém após o entendimento dos passos percebeu que para otimizar seu tempo e o de seus clientes teria que agir com maior cautela fazendo uma boa entrevista antes de propor um crédito fora de sua alçada.

Após o estudo, Inês aprendeu que a qualidade humana e um fator relevante para obtenção de qualidade no crédito, pois um profissional bem preparado contribui para concessão de crédito saudável e com lucratividade para sua carteira e principalmente para o banco.

Os dados apresentados proporcionaram a Inês à implantação de proposta de crédito com maior probabilidade de aprovação, pois ela passou a colher mais dados de seus clientes.

Percebeu a importância do crédito consciente, e da oferta da carteira adequada, pois muitas vezes o cliente solicitava um crédito pessoal tendo interesse em comprar um veículo. Desta forma, após Inês checar as informações, entendia que se tratava de CDC para compra de veículo, e nessa carteira podia flexibilizar a taxa e o prazo de pagamento devido a garantia real atribuída na operação, o próprio veículo.

Inês percebeu que a área comercial do banco possui várias possibilidades, sendo ela mais dinâmica, pois para alguns casos o pleito é favorável e para outros, com as mesmas características, o pleito é recusado. Havendo a necessidade de entender de forma macro o que cerca o tomador do crédito e suas condições naquele exato momento.

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6. Temas para reflexão

Quais aspectos devem ser medidos em uma avaliação de risco para concessão de crédito consciente?

O tomador, mesmo apresentando uma excelente análise dos Cs do crédito, deve ser analisando por sua situação financeira atual e momentânea, ou deve ser observado seu histórico financeiro nas instituições financeiras?

A escolha da carteira de crédito adequada pode favorecer na compilação dos dados do tomador e análise especializada da mesa de crédito?

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7. Bibliografia

FILHO, Armando de Santi. Avaliação de Riscos de Crédito: Para Gerentes de Operação. São Paulo: Editora Atlas, 1997. 150 p.

SANTOS, José Odálio dos. Análise de Crédito. 5ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2012. 334 p.

SECURATO, josé Roberto. Crédito: Análise e avaliação do Risco Pessoas Físicas e Jurídicas. 1ª ed. São Paulo: Saint Paul Editora, 2002. 355 p.

Referências

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