AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ – TJPR
Des. Clayton Coutinho de Camargo
SIDEPOL – Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 72.065.758/0001-19, com sede em Curitiba/PR na Avenida Mal. Floriano Peixoto nº 170, cj. 1807 - Centro, CEP 80.020-090, e SINCLAPOL – Sindicato das Classes de Base da Policia Civil do Estado do Paraná, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ/MF n.º 081.502.346/0001-90, com sede em Curitiba/PR na Travessa da Lapa, n.º 96, Conjunto 113/114 – Centro - CEP 80.010-190, por seus representantes legais, VÊM à presença de Vossa Excelência, através de seus advogados adiante assinados (ut instrumento), propor
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (art. 5º, LXIX, da CF/88 e Lei nº 12.016/2009; Lei Complementar nº 14/82 - Estatuto da Polícia Civil do
Paraná; e dos Decretos nºs 1.770/03 e nº 7.260/13) Em face de ato omissivo do Excelentíssimo Sr. Governador do Estado do Paraná Engº Carlos Alberto Richa; domiciliado em Curitiba/PR no Palácio Iguaçu - Praça Nossa Senhora de Salette, s/n - Centro Cívico - 80530-909, e da Secretária de Estado da Administração e da Previdência Srª Dinorah Botto Portugal Nogara, domiciliada em Curitiba/PR no Palácio das Araucárias - Rua Jacy Loureiro de Campos S/N - 2º andar - CEP 80530-915, e do Secretário de Estado da Fazenda Sr. Luiz Carlos Hauly, domiciliado em Curitiba/PR na Avenida Vicente Machado, n.º 445 – 15º andar – CEP 80.420-010, pelas razões de fato e dos fundamentos de direito a seguir expostos:
1. DA LEGITIMIDADE ATIVA DO SIDEPOL COMO SUBSTITUTO PROCESSUAL DOS DELEGADOS DE POLÍCIAS A ELE FILIADOS
1.1
O Impetrante SIDEPOL – Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná é legítimo representante da classe de Delegados de Polícia Civil do Paraná, sendo portadora de Carta Sindical – MTE sob nº 46000.003556/02-29/CNES, o qual possui como finalidades institucionais a promoção, defesa e proteção dos direitos e interesses coletivos ou individuais dos delegados de polícia da Polícia Civil do Estado do Paraná, nos termos do art. 8º, III, e 37, VI, ambos da Constituição Federal de 1988;
1.2
Assim, como substituto processual, o SIDEPOL – Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná possui legitimidade para impetrar o presente Mandado de Segurança Coletivo (art. 21 da Lei nº 12.016/2009), visando proteger direito líquido e certo dos seus filiados estatuído no artigo 40, § 1º c/c art. 189 e seguintes da Lei Complementar nº 14/82 (Estatuto da Polícia Civil do Paraná); e dos Decretos nºs 1.770/03 e nº 7.260/13, referente às promoções funcionais e respectivas percepções remuneratórias a partir de 04.02.2013, data de publicação do Decreto nº 7.260/13 – D.O. nº 8891, que não foram registradas nos assentos funcionais dos nominados no referido decreto e que também não estão sendo pagas;
2. DA LEGITIMIDADE ATIVA DO SINCLAPOL COMO
SUBSTITUTO PROCESSUAL DOS PAPILOSCOPISTAS E AGENTES EM OPERAÇÕES POLICIAIS A ELE FILIADOS
2.1
O Impetrante e SINCLAPOL – Sindicato das Classes de Base da Policia Civil do Estado do Paraná é legítimo representante da classe de Delegados de Polícia Civil do Paraná, sendo portadora de Carta Sindical – MTE sob nº 24290.002905/90-11/CNES, o qual possui como finalidades institucionais a promoção, defesa e proteção dos direitos e interesses coletivos ou individuais dos policiais civis da Polícia Civil do Estado do Paraná, entre eles os papiloscopistas e agentes em operação policial, nos termos do art. 8º, III, e 37, VI, ambos da Constituição Federal de 1988;
2.2
Assim, como substituto processual, o SINCLAPOL – Sindicato das Classes de Base da Policia Civil do Estado do Paraná possui legitimidade para impetrar o presente Mandado de Segurança Coletivo (art. 21 da Lei nº 12.016/2009), visando proteger direito líquido e certo dos seus filiados estatuído no artigo 40, § 1º c/c art. 189 e seguintes da Lei Complementar nº
14/82 (Estatuto da Polícia Civil do Paraná); e dos Decretos nºs 1.770/03 e nº 7.260/13, referente às promoções funcionais e respectivas percepções remuneratórias a partir de 04.02.2013, data de publicação do Decreto nº 7.260/13 – D.O. nº 8891, que não foram registradas nos assentos funcionais dos nominados no referido decreto e que também não estão sendo pagas;
3. DO ATO OMISSIVO E DAS AUTORIDADES COATORAS
3.1
É responsabilidade dos Impetrados cumprirem os ditames legais, mormente se tratar de leis e normas por eles exaradas e que beneficiam servidores públicos a eles subordinados diretamente, devendo ser considerado, ao caso, o descumprimento dos dispostos no artigo 40, § 1º c/c art. 189 e seguintes da Lei Complementar nº 14/82 (Estatuto da Polícia Civil do Paraná); e dos Decretos nºs 1.770/03 e nº 7.260/13;
3.2
Dita o art. 40, e § 1º da Lei Complementar nº 14/82 (Estatuto da Polícia Civil do Paraná) que, in literis:
“Art. 40 – A promoção é a elevação seletiva e gradual e
sucessiva do servidor policial civil estável à vaga de classe imediatamente superior àquela que pertença, pelos critérios de merecimento e antiguidade, na proporção de 3/5 (três quintos) e 2/5 (dois quintos), respectivamente, na forma de regulamentação específica.
§ 1º - A promoção deverá ocorrer dentro do prazo de 45 (quarenta e cinco) dias da abertura da vaga.
(...)” 3.3
Ressaltemos que a abertura de vagas para as promoções policiais se dá pela respectiva vacância de cargos, nos termos do disposto no art. 189 e seguintes do mencionado Estatuto da Polícia Civil do Paraná. Vejamos:
“Art. 189 – A vacância do cargo decorrerá de:
I – exoneração; II – demissão;
III – promoção e acesso; IV – readaptação; V – aposentadoria;
VI – nomeação para outro cargo, observado o disposto nesta lei e ressalvados os seguintes casos:
a – substituição;
b – cargo e governo ou direção; c – cargo em comissão
VII – falecimento;
VIII – classificação definitiva no Quadro Suplementar;”
3.4
O Decreto nº 1.770/03, por sua vez, é a regulamentação específica referida no art. 40 in fine da Lei Complementar nº 14/82 - Estatuto da Polícia Civil do Paraná, que trata do Regulamento das Promoções dos integrantes das carreiras do Departamento da Polícia Civil;
3.5
Assim, em cumprimento com o contido no protocolado junto a SESP sob nº 11.764.690-4 (trata do processo de promoção e deliberação para expedição de decreto das promoções e respectivos efeitos remuneratórios), foi editado o Decreto nº 7.260/13, publicado no D.O. nº 8.891 de 04.02.2013, tendo por súmula a promoção dos policiais nominados expressamente nesta resolução, integrantes das carreiras de delegado de policia, papiloscopistas e agentes em operações – SESP;
3.6
Todavia, não obstante a consolidação da previsão legal antes referida e do ato jurídico perfeito dado pelo Decreto nº 7.260/13, os Impetrados se omitem em determinar a aplicação dos efeitos do decreto de promoção, não promovendo os policiais nele nominados e não pagando as suas respectivas remunerações, em verdadeiro desrespeito a lei e em prejuízo aos associados dos Impetrantes;
3.7
Á guisa de esclarecimentos, os efeitos das despesas e valores que importam ao erário público tem adequação e está incluída no Plano Plurianual para o período 2012/2015 (Lei nº 17.013/11) e possui previsão orçamentária na Lei Orçamentária anual para 2013 (Lei nº 17.398/12), conforme Declaração de Adequação da Despesa nº 563/2013 expedida pela SESP/PR em anexo;
3.8
Por outro lado, observemos que os prejuízos aos servidores públicos promovidos pelo decreto nº 7.260/13 não são somente de ordem remuneratória, os quais por certo trazem infortúnios às condições de vida e demais expectativas dos servidores policiais civis e seus familiares, mas também de outros direitos assegurados por lei como a disposição, exercício, atuação funcional e aposentadoria, todos disciplinados pelos artigos 3º, 32, 33,
42 73, II, 176 c/c Lei nº 51/85, art. 295 e § 1º, todos do Estatuto da Polícia Civil do Paraná, afetando a hierarquia de toda a instituição policial civil;
4. DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO:
4.1
Os fatos ora narrados estão devidamente comprovados na documentação que acompanha o presente mandamus e na lei em vigor, e sua verificação pelo d. Juízo independe de dilação probatória, ou seja, apresenta-se líquido e certo, considerando o ato jurídico perfeito consolidado pela publicação do Decreto nº 7.260/13, publicado no D.O. nº 8.891 de 04.02.2013;
4.2
HELY LOPES MEIRELLES1 classifica como direito líquido e certo aquele
que se comprova de pleno, fundamentado em lei e que possui força probatória, sendo que (sic) “Quanto à complexidade dos fatos e à dificuldade da
interpretação das normas legais que contêm o direito a ser reconhecido ao impetrante, não constituem óbice ao cabimento do mandado de segurança, nem impede seu julgamento de mérito”;
4.3
Assim, estando presentes todos os requisitos de admissibilidade e estando também presentes os demais para o julgamento é que se REQUER digne-se Vossa Excelência julgar este writ em favor dos Impetrantes, determinando sejam os substituídos nominados no decreto ora em comento promovidos com as respectivas percepções remuneratórias devidas, nos termos da lei;
4. DO PEDIDO:
EX POSITIS, REQUER digne-se Vossa Excelência:
(i) a concessão de LIMINAR, inaudita altera pars,
determinando-se a implantação imediata nos registros e assentamentos funcionais dos policiais civis promovidos e nominados no Decreto nº 7.260/13;
(ii) a concessão de LIMINAR, inaudita altera pars,
determinando-se a implantação imediata nos vencimentos dos policiais civis promovidos e nominados no Decreto nº 7.260/13, conforme suas respectivas classes na forma da Lei nº 17.170/2012;
1
(iii) a intimação das Autoridades Coatoras e das pessoas jurídicas às quais integram, para que forneçam informações no decêndio legal (art. 6º caput, e § 1º, da Lei nº 12.016/2009);
(iv) NO MÉRITO, requer seja concedida a segurança no sentido de garantir aos servidores policiais civis nominados no Decreto nº 7.260/13 o registro em seus assentamentos funcionais de suas promoções, com as respectivas percepções de seus vencimentos conforme as suas classes, nos valores disciplinados pela Lei nº 17.170/2012, incluindo os atrasados desde a publicação do ato normativo em comento;
(v) requer a condenação dos Impetrados ao pagamento das custas processuais;
Dá-se à causa o valor de 100.000,00 (cem mil reais).
Nestes Termos. Pede Deferimento. Curitiba, 12 de junho de 2013.
Milton Miró Vernalha Filho Naoto Yamasaki
OAB/PR nº 32.783 OAB/PR n.º 34753
Priscila Wallbach Silva OAB/PR nº 33.382