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ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA: O IMPACTO DO ICMS-ST NAS EMPRESAS OPTANTES PELO REGIME DO SIMPLES NACIONAL

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Academic year: 2021

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ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA: O IMPACTO DO ICMS-ST NAS EMPRESAS

OPTANTES PELO REGIME DO SIMPLES NACIONAL

Camila Ferrari

1

,

Drieli Aparecida Rossi

2

, Jazan Mageski Alves

3

, José Mauro de

Souza Balbino

4

1

Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade Venda Nova do Imigrante, Av. Ângelo Altoé, 888, Santa Cruz, Venda Nova do Imigrante - ES, E-mail: kmlferrari@hotmail.com

2

Professor Pesquisador Institucional pela Faculdade Venda Nova do Imigrante, Av. Ângelo Altoé, 888, Santa Cruz, Venda Nova do Imigrante - ES. E-mail: drielirossi@hotmail.com

3

Professor Co-orientador pela Faculdade Venda Nova do Imigrante, Av. Ângelo Altoé, 888, Santa Cruz, Venda Nova do Imigrante - ES. E-mail: jazan.alves@gmail.com

4

Professor Orientador pela Faculdade Venda Nova do Imigrante, Av. Ângelo Altoé, 888, Santa Cruz, Venda Nova do Imigrante - ES. E-mail: jmsbalbino@hotmail.com

Resumo- O objetivo desta pesquisa foi mostrar o impacto do ICMS-ST nas empresas optantes pelo regime

do Simples Nacional. Para atingir tal objetivo, foram esclarecidos os principais conceitos que envolvem o ICMS, a Substituição Tributária e suas diferentes modalidades. Para a análise de informações, foram feitas comparações entre a sistemática do ICMS Normal e com o Regime de Substituição tributária entre duas atividades: setor de construção e setor de bebidas, mostrando o impacto na carga tributária, econômica e financeira em Micro e Pequenas Empresas-MPEs. Observou-se que o tratamento que rege as empresas do Simples Nacional em relação ao ICMS ST não é diferenciado como tratado na Lei complementar 123/2006.

Palavras-chave:ICMS, Substituição tributária, Carga Tributária.

Área do Conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas Introdução

No atual sistema Tributário, o ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação representa a maior fonte de arrecadação dos Estados, sendo um dos tributos que mais impactam o preço final ao consumidor (BRAVO, 2012). O fato gerador do ICMS ocorre a partir do momento da circulação da mercadoria, ou seja, quando ocorre uma operação comercial (compra, venda, transferência, doação ou brinde, comodato, demonstração, consignação, importação ou exportação) com produtos ou prestação de serviço prevista em lei (FALIGUSKI, 2010).

A substituição tributária - ST é utilizada para facilitar a fiscalização dos tributos, existindo várias espécies de substituição tributárias. As modalidades mais conhecidas são a substituição para frente que pode ocorrer por Retenção ou por Antecipação e a substituição para trás que é atribuída a outro contribuinte a responsabilidade pelo pagamento do imposto em relação a um fato gerador que já ocorreu. Para calculá-lo, a base de cálculo deve observar a realidade de cada

mercado, para fins de determinar o preço final praticado em cada operação (CASSA, 2011). As MPEs optantes pelo Simples Nacional deveriam ter o sistema diferenciado no cálculo do ICMS/ST, em que se utilizaria de uma alíquota básica para efetivar este cálculo. Com isto haveria uma diferença para o pagamento dos tributos entre os optantes do Simples Nacional e o Regime Ordinário, que incluem o Lucro Presumido e o Lucro Real (SALOMÃO, 2013). O Simples Nacional, em cumprimento aos dispositivos constitucionais, estabelece alíquotas de ICMS para as MPEs inferiores às do Regime Normal, porém quando se trata de recolhimento de ICMS por substituição tributária (ICMS/ST), observa-se que os pequenos empreendimentos são colocados no mesmo patamar das grandes empresas (MORAIS, 2012).

Independentemente do regime de tributação, o maior problema não é o recolhimento antecipado do ICMS/ST e sim sua Margem de Valor Agregado - MVA que é a mesma comparada a uma empresa de Regime Ordinário. Assim, a questão problema desta pesquisa é: Qual seria impacto do

ICMS-ST para as empresas optantes pelo regime do Simples Nacional?

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Sendo assim, o estudo que originou este artigo, teve por objetivo principal avaliar o impacto do ICMS-ST nas empresas optantes pelo regime do Simples Nacional, visando uma redução na carga tributária das MPEs. Como objetivos secundários, discutir a forma de aplicação e sua MVA (Margem de Valor Agregado) usadas para estes cálculos do ICMS-ST as Micro e Pequenas Empresas. Assim, neste artigo serão apresentados os impactos da ST nas empresas optantes pelo regime do Simples Nacional, e também a diferença do tratamento em uma empresa do regime Simples Nacional para uma empresa do Regime Ordinário, ou seja, optantes pelo Lucro Real ou Lucro Presumido. Os dois últimos regimes, além dos tributos previstos que incidem sobre o seu faturamento, como PIS, COFINS, ISS, comuns a todas as empresas, incluem ainda os impostos e contribuições sobre o lucro, impostos estes pagos em guias separadas mensalmente ou trimestralmente.

Metodologia

Para realização desta pesquisa foi utilizado, na sua primeira parte, o método de pesquisa documental Esse tipo de pesquisa utiliza dados que ainda não receberam tratamento analítico ou que podem ser reelaborados. Suas fontes são diversificadas e dispersas (SILVA,2010). Utilizou-se também a pesquisa bibliográfica, que explica e discute um tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas em livros, revistas, periódicos, artigos científicos, dentre outros (SILVA, 2010).

Quanto a abordagem dos resultados a pesquisa teve um caráter quantitativo, partindo-se do princípio de que pode-se quantificar, transformar em números as opiniões e informações para assim analisá-las (SILVA,2010). Quanto ao objetivo, buscou-se tratar os dados e informações de forma descritiva. Esse último tipo de pesquisa estabelece relação entre as variáveis no objeto de estudo, fatos são observados, registrados e interpretados sem a interferência do pesquisador, o assunto já é conhecido e a contribuição é para proporcionar uma nova visão sobre a realidade já existente (SILVA, 2010).

Para realizar a análise de informações referentes ao impacto da MVA no valor final dos produtos, foram feitas comparações entre a sistemática do ICMS Normal e com o Regime de Substituição Tributária entre duas atividades diferentes: construção civil e de bebidas. Em cada uma das atividades citadas foram escolhidos

produtos que apresentavam as maiores cargas tributárias, mostrando o impacto do ICMS-ST no valor final a pagar nestas mercadorias.

Para a demonstração dos resultados foram utilizadas tabelas com os preços dos produtos, simulando o cálculo a partir das alíquotas do ICMS normal e do ICMS ST. Os dados incluídos nas tabelas elaboradas no presente trabalho, como valor do produto, foram obtidos pelo acesso a notas fiscais (pesquisa documental), disponibilizadas por um escritório de contabilidade de Venda Nova do Imigrante – ES. Além disso, foram utilizadas tabelas de porcentagens do Simples Nacional, disponibilizadas no site da Receita Federal. Com esses levantamentos buscou-se explicitar a diferença no valor dos produtos quando calculado o ICMS Normal e o ICMS-ST. Na sequência, os dados foram comparados entre empresa optante pelo Simples Nacional e empresa optante pelo Regime Lucro Presumido.

Para efetuar os cálculos e apurar o valor do ICMS-ST foi utilizada a seguinte fórmula:

ICMS ST = Valor dos produtos + (IPI+FRETE+OUTRAS DESP.) + MVA X alíquota

interna do estado – ICMS normal Sendo:

MVA – Margem de valor agregado, percentagem que incidirá sobre o produto, cada produto possui sua MVA.

ICMS NORMAL – O ICMS Normal seria um crédito, que é abatido no total após o cálculo, esse valor vem destacado na Nota Fiscal.

Ressaltando que para esta pesquisa os cálculos foram feitos com mercadorias compradas dentro do Estado do Espírito Santo, cujo valor da alíquota desse imposto é de 17%. Caso a origem da mercadoria fosse de outro estado, São Paulo, por exemplo, a alíquota interna seria de 7%, o valor do ICMS-ST seria bem maior, pois aproveitaria apenas o crédito de 7% referente ao valor da nota. Assim, nos casos a seguir, foi utilizada a alíquota inteira de 17% pois as empresas possuem o regime de tributação Simples Nacional, e os fornecedores das mercadorias desse estudo também eram optantes pelo Simples, dando esta opção de aproveitamento integral da alíquota para abatimento no imposto.

Resultados

Para a comparação dos sistemas de tributação (Simples Nacional e pelo Lucro Presumido) considerando ou não o mecanismo de

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arrecadação de ST do setor de construção partiu-se da informação obtida de um faturamento anual médio de aproximadamente R$ 1.440.000,00.

De acordo com esse faturamento, o ICMS incluso na alíquota do Simples Nacional é de 3,07%. No ICMS-ST, a MVA desses produtos, varia entre 20% e 50%, considerando a MVA original do Espírito Santo. Assim sendo, considerado o ICMS que a empresa pagaria

incluso na guia do Simples Nacional, o valor seria apenas R$ 1.219,54. Entretanto, com o ICMS-ST, a empresa pagou R$ 3.005,70. Portanto, essa diferença representa um aumento de 146,46% no valor do ICMS da empresa (Tabela 1). Para o melhor entendimento desses resultados, os cálculos detalhados estão apresentados nas tabelas 2, 3 e 4.

Tabela 1 - Análise do impacto do ICMS-ST sobre três produtos de empresas do setor de construção,

considerando ou não o mecanismo de arrecadação de tributos pela substituição tributária. Produtos Valor Produto MVA ICMS-ST à Recolher Alíq.ICMS pelo Simples Nacional ICMS à Recolher pelo Simples Nacional Aumento ICMS pela ST Telha 4.612,90 30% 235,31 3,07% 141,62 Tinta 30.914,9 50% 2.627,76 3,07% 949,09 Cimento 4.196,46 20% 142,68 3,07% 128,33 TOTAL DA NOTA 39.724,31 3.005,70 1.219,54 146,46%

Fonte: Elaborado pelo autor, conforme dados da pesquisa.

Tabela 2 - Detalhamento do cálculo do ICMS sobre três produtos do setor de construção, adotando-se do

sistema de tributação – Simples Nacional com o mecanismo de arrecadação de Substituição Tributária.

PRODUTOS FÓRMULA PARA CÁLCULOS DO ICMS

Telha VP+(IPI+Frete+O.D)+MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST 4.612,90 + (0+0+0) +30% x 17% - 784,19 = 235,31 Tintas VP+(IPI+Frete+O.D)+MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST

30.914,92+(0+0+0) + 50% x 17% - 5.255,54 = 2.627,76 Cimento VP+(IPI+Frete+O.D)+MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST 4.196,49+(0+0+0) + 20% x 17% - 713,40 = 142,68

OBS: ICMS Normal = Valor do Produto x Alíquota Interna do Estado. VP Valor do Produto; O.D Outras

Despesas; MVA Margem de Valor Agregado; Alíq. IN. ES Alíquota interna do Estado; ICMS N. ICMS Normal; ICMS ST ICMS Substituição Tributária.

Tabela 3 - Apresentação do resultado do ICMS sobre três produtos do setor de construção, adotando-se do

sistema de tributação – Simples Nacional sem a aplicação do mecanismo de arrecadação de Substituição Tributária.

PRODUTO VALOR ALÍQUOTA DA TABELA DO SIMPLES

NACIONAL

ICMS

Telha 4.612,90 3,07% 141,62

Tintas 30.914,92 3,07% 949,09

Cimento 4.196,49 3,07% 128,83

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Tabela 4 - Análise do impacto do ICMS-ST sobre três produtos de empresas do setor de construção,

considerando o sistema de tributação – Regime Ordinário.

PRODUTOS FÓRMULA PARA CÁLCULOS DO ICMS

Telha VP+(IPI+Frete+O.D)+MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST 4.612,90 + (0+0+0) +30% x 17% - 784,19 = 235,31 Tintas VP+(IPI+Frete+O.D)+MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST

30.914,92+(0+0+0) + 50% x 17% - 5.255,54 = 2.627,76 Cimento VP+(IPI+Frete+O.D)+MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST 4.196,49+(0+0+0) + 20% x 17% - 713,40 = 142,68

OBS: ICMS Normal = Valor do Produto x Alíquota Interna do Estado. VP Valor do Produto; O.D Outras

Despesas; MVA Margem de Valor Agregado; Alíq. IN. ES Alíquota interna do Estado; ICMS N. ICMS Normal; ICMS ST ICMS Substituição Tributária.

Como pode ser observado nas tabelas 2 e 4, o cálculo do ICMS-ST é o mesmo, tanto para o regime do Simples Nacional, quanto para o regime Lucro Presumido, ou seja, não existe diferenciação.

Vale considerar aqui que para o sistema de tributação pelo lucro presumido sem substituição tributária não existe tabela, pois não possui um cálculo de ICMS específico para o seu recolhimento mensalmente, pois se apura o ICMS pelo princípio da não cumulatividade. Ou seja, para a tributação neste sistema, deduzem-se os créditos das entradas de mercadorias com o débito da venda/saída das mercadorias.

Assim temos a seguinte equação para obter-se o valor do ICMS:

ICMS SAÍDAS – ICMS ENTRADAS = ICMS A PAGAR OU ICMS A RECUPERAR

Assim para um melhor entendimento da apuração do ICMS deste sistema de tributação será adotado o exemplo que se segue.

Portanto, considerando o valor de saída de uma dada mercadoria de: R$ 3.000,00; a alíquota do ICMS no estado do Espírito Santo (alíquota interna) de17% e o crédito ICMS da entrada de R$180,00, tem-se:

R$ 3.000,00 X 17%= 510 ICMS – 180,00 CRÉDITO DE ICMS= R$ 330,00 ICMS A PAGAR

O cálculo do ICMS-ST da empresa do ramo de bebidas mostra que o valor de ICMS a pagar foi de R$15.063,52. Merece ressalva o fato de a empresa ser enquadrada como micro empresa, o que a coloca na segunda faixa do Simples Nacional, devido a seu faturamento médio de R$ 80.000,00 mensais. De acordo com a alíquota do ICMS pela sua faixa no Simples Nacional, 1,86%, essa empresa deveria pagar R$ 1.893,00, mas pagou R$ 15.063,52. No caso, a variação foi a maior entre as analisadas, um aumento de 695,7% no valor pago de ICMS (Tabela 5). Assim como nas duas situações anteriores, para um melhor entendimento dos cálculos, eles encontram-se detalhados nas tabelas 6, 7 e 8.

Em termos gerais, pode-se observar e avaliar o impacto do ICMS-ST nas empresas optantes pelo regime do Simples Nacional. Ressalta-se, especialmente, que no caso da empresa do ramo de bebidas que, mesmo com um faturamento relativamente baixo, foi a que sofreu o maior impacto tributário quando aplicado o cálculo do ICMS-ST, aumentando 695,7% no valor pago de ICMS, conforme mostrado na tabela 6.

(5)

Tabela 5 - Análise do impacto do ICMS-ST sobre produtos de empresas do setor de bebidas, considerando

ou não o mecanismo de arrecadação de tributos pela substituição tributária: Produtos Valor Produto MVA ICMS-ST á recolher Alíq. ICMS pelo Simples Nacional ICMS á recolher Simples Nacional Aumento ICMS pela ST Cerveja 23.456,00 76% 3.030,51 1,86% 436,28 Vinho 32.450,00 43,03% 2.373,75 1,86% 603,57 Demais Bebidas 45.870,00 123,87% 9.659,26 1,86% 853,18 TOTAL DA NOTA 101.776,00 15.063,52 1.893,00 695,7%

Fonte: Elaborado pelo autor, conforme dados da pesquisa.

Tabela 6 – Detalhamento do cálculo do ICMS sobre bebidas, adotando-se do sistema de tributação –

Simples Nacional com o mecanismo de arrecadação de Substituição Tributária.

PRODUTOS FÓRMULA PARA CÁLCULOS DO ICMS

Cerveja

VP+(IPI+Frete+O.D) + MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST 23.456,00 + (0+0+0) + 76% x 17% - 3.987,52 = 3.030,50 Vinho

VP+(IPI+Frete+O.D) + MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST 32.450,00 + (0+0+0) + 43,03% x 17% - 5.516,50 =2.373,75 Demais Bebidas VP+(IPI+Frete+O.D) + MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST

45.870,00+ (0+0+0) + 123,87% x 17% - 7.797,90 = 9.659,26

OBS: ICMS Normal = Valor do Produto x Alíquota Interna do Estado. VP Valor do Produto; O.D Outras

Despesas; MVA Margem de Valor Agregado; Alíq. IN. ES Alíquota interna do Estado; ICMS N. ICMS Normal; ICMS ST ICMS Substituição Tributária.

Tabela 7 - Apresentação do resultado do ICMS sobre produtos do setor de bebidas, adotando-se do sistema de tributação – Simples Nacional sem a aplicação do mecanismo de arrecadação de Substituição

Tributária.

PRODUTO VALOR ALÍQUOTA DATABELA DO SIMPLES

NACIONAL

ICMS

Cerveja 23.456,00 1,86% 436,28

Vinho 32.450,00 1,86% 603,57

Demais Bebidas 45.870,00 1,86% 853,18

Fórmula: Valor do produto x Alíquota da tabela do Simples Nacional.

Tabela 8 - Análise do impacto do ICMS-ST sobre três produtos de empresas do setor de bebidas,

considerando o sistema de tributação – Lucro Presumido.

PRODUTOS FÓRMULA PARA CÁLCULOS DO ICMS

Cerveja

VP+(IPI+Frete+O.D) + MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST 23.456,00 + (0+0+0) + 76% x 17% - 3.987,52 = 3.030,50 Vinho

VP+(IPI+Frete+O.D) + MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST 32.450,00 + (0+0+0) + 43,03% x 17% - 5.516,50 = 2.373,75 Demais

Bebidas

VP+(IPI+Frete+O.D) + MVA x Alíq.IN.ES – ICMS N. = ICMS ST 45.870,00+ (0+0+0) + 123,87% x 17% - 7.797,90 = 9.659,26

(6)

Discussão

O Estado do Espírito Santo, como a maioria dos estados brasileiros, vem aumentando constantemente a quantidade de produtos sujeitos a incidência do ICMS-ST. Esta forma de tributação facilita a ação do Estado, pois é mais fácil fiscalizar os distribuidores e fabricantes, que são a minoria e que movimentam maiores valores, do que os comerciantes, que são um número muito alto e tem o faturamento menor. Porém, essa forma de evitar a sonegação fiscal acaba prejudicando as MPEs optante pelo Simples Nacional.

Como o Simples Nacional foi criado com o propósito de unificar, simplificar e reduzir os impostos para as MPEs, o mesmo deveria ser aplicado no cálculo da substituição. Mas, na forma em que tem sido utilizado, as empresas não têm nenhum incentivo para a sua utilização, já que estão pagando na mesma proporção que as demais empresas optantes pelos outros regimes de tributação. Como foi demonstrada, em alguns setores com maior incidência desse imposto, a MVA para cálculo do ICMS-ST estabelecida pelo estado para cada produto muitas vezes não condiz com a realidade.

Como a substituição tributária é uma forma que facilita a fiscalização e promove maior controle por parte do governo, estratégias que a torne viável devem ser previstas para que realmente ocorra o tratamento tributário diferenciado em favor das MPEs. Uma alternativa seria que as empresas enquadradas no Simples Nacional recolhessem o ICMS-ST apenas referente à suas alíquotas do ICMS inclusos nas tabelas dos anexos do Simples Nacional. Outra maneira seria que a MVA fosse calculada proporcionalmente a alíquota da tabela e o faturamento em que ela si enquadra, ou até mesmo para incentivo destas microempresas, parte deste valor fosse revertido em algum benefício, seja de crédito para uso em outros tributos ou alguma outra finalidade para elas.

Conclusão

De acordo com a pesquisa realizada, foi possível concluir, a partir dos resultados demonstrados, que em alguns setores a variação pode chegar a mais de 600% do imposto, quando comparado ao valor do ICMS–ST. Além do aumento da tributação, as empresas optantes pelo Simples Nacional sofrem com outro fator, acabam tendo que financiar esse imposto antecipado com

o seu próprio caixa, já que o paga antes mesmo da mercadoria chegar a seus estabelecimentos.

Ao comprarem de seus fornecedores, o ICMS está incluído no produto como custo de aquisição e no caso do ICMS-ST tem-se um aumento no custo que nem sempre é repassado totalmente no preço de venda, o que pode ocasionar a redução na margem de lucro dessas empresas. No caso da venda dos produtos com incidência do ICMS-ST o pagamento do imposto é feito no momento da venda ou, no máximo, no mês subsequente, e a maioria do recebimento dessas vendas leva em média de 30 a 60 dias, fazendo com o pagamento do imposto e o recebimento de clientes impacte de forma negativa o caixa dessas empresas.

Referências

- BRAVO, Kalinka Conchita Ferreira da Silva. O

Não Favorecimento dos Micro e Pequenos

Comerciantes em Operações Sujeitas à

Substituição Tributária Progressiva do ICMS.

2012. 69f. Monografia, Centro de Pós-Graduação, Universidade Federal de Porto Alegre, Porto Alegre.

- CASSA, LUIZ EDUARDO. Substituição Tributária. Apostila do curso de ICMS da

Consultoria Informativo Fiscal, Vitória, 2011.19 p. - FALIGUSKI, Ivan. O impacto da Substituição

Tributária no preço de venda para consumidor final. 2010. 23 f. Trabalho de conclusão de

curso.(Faculdade de ciências econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. MORAIS, Bruna Raulino. Impactos da Substituição Tributaria do ICMS sobre a carga tributaria das empresas optantes pelo Simples Nacional. 2012. 15 f . Monografia. Centro de Pós-

Graduação, Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais.

- SALOMÃO, Rafael da Costa Melo. Aplicação da

Substituição Tributária de ICMS às Micro e Pequenas Empresas. 2013.66 f. Monografia.

(Curso de Graduação em Direito) – Universidade de Brasília, Brasília.

- SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da Metodologia

da pesquisa aplicada á contabilidade:

orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, teses. 3.

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