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O USO DO MEL DE ABELHA ASSOCIADO A PLANTAS MEDICINAIS COMO BENEFÍCIO NA MEDICINA TRADICIONAL: PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA

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O USO DO MEL DE ABELHA ASSOCIADO A PLANTAS MEDICINAIS COMO BENEFÍCIO NA MEDICINA TRADICIONAL: PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA

Bárbara de Oliveira Brandão – barbara_brandaoo@hotmail.com

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual – Universidade Federal de Sergipe Glessiane de Oliveira Almeida – gleissi_psi@yahoo.com.br

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual – Universidade Federal de Sergipe Rosa Elaine Andrade Santos – rosaeconomista@hotmail.com

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual – Universidade Federal de Sergipe Suzana Leitão Russo – suzana.ufs@hotmail.com

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual – Universidade Federal de Sergipe

Resumo – O mel é um suplemento alimentar viscoso doce com aroma diferenciado de acordo com a espécie da abelha e do néctar das flores, composto por diferentes açúcares, tendo propriedades, qualidades e valor nutricional importante para a saúde. A Medicina Tradicional utiliza recursos da natureza, como plantas, animais, e mel, para o tratamento de doenças. O presente estudo objetivou desenvolver uma prospecção sobre as pesquisas já realizadas e com resultados patenteados sobre o uso do mel de abelha associado a plantas medicinais como benefício na medicina tradicional. A prospecção foi realizada tendo como base os pedidos de patente depositados em cinco bancos de dados analisados, sendo eles: Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) do Brasil, no European Patent Office (EPO), para países da Europa, United States Patentand Trademark Office (USPTO), nos Estados Unidos, World Intellectual Property Organization (WIPO), State Intellectual Property Office of the P.R.C. (SIPO), China e países orientais e, por fim LATIPAT que é uma base de dados patentes em Espanhol e em Português de referência internacional, que utiliza a plataforma de Esp@cenet.

Palavras-Chaves – Mel de abelha, Plantas Medicinais, Patentes.

Abstract – Honey is a viscous sweet food supplement with a unique aroma according to the species of bee and flowers nectar, composed of different sugars, having properties, qualities and important nutritional value for health. Traditional medicine utilizes natural resources such as plants, animals, and honey, for the treatment of diseases. This study aimed to develop a survey on previous studies and with patented results about the use of honey associated with medicinal plants as a benefit in traditional medicine. The survey was conducted based on the patent applications filed in 5 banks of data analysed, namely, National Institute of Industrial Property (INPI) of Brazil, the European Patent Office (EPO), United States Patent and Trademark Office (USPTO) and World Intellectual Property Organization (WIPO), State Intellectual Property Office of the PRC (SIPO) and LATIPAT is a patent database in Spanish and in Portuguese international reference, which uses the Esp@cenet platform.

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I. INTRODUÇÃO

O conhecimento e o uso das propriedades terapêuticas e medicinais de plantas e animais têm acompanhado as comunidades humanas desde tempos remotos. A preservação da Biodiversidade, fonte de matéria-prima natural está intimamente relacionada às práticas da medicina tradicional em diferentes culturas. A Organização Mundial de Saúde estima que entre 75% a 80% da população humana do mundo utiliza, em algum momento, a medicina baseada no conhecimento tradicional como forma alternativa de cura (ALVES, 2010).

A medicina tradicional ou etnomedicina refere-se ao tratamento de doenças a partir da utilização de recursos da natureza, tendo por alicerce o uso de plantas e animais, por meio do conhecimento transmitido de uma geração para outra. Com o desenvolvimento tecnológico da indústria farmacêutica, certas práticas naturais advindas da sabedoria tradicional foram marginalizadas, e ao longo do tempo caíram em desuso.

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Entretanto, nos últimos anos, apesar do mercado ser monopolizado por essas indústrias, a utilização dos recursos naturais para fins medicinais, tem ganhado força e se encontra em um momento de expansão (SOUSA et al., 2011).

O mel de abelhas, especialmente pela característica adoçante, sempre atraiu a atenção do homem, além de ser um dos alimentos mais antigos e consumidos do mundo. No Egito antigo, o mel era bastante utilizado, devido a sua propriedade antisséptica, como medicamento e conservante de grãos e frutas. Cerca de 500 dos 900 remédios da época, eram compostos de mel e continham registro do uso desse recurso. O mel representava a fonte primária de açúcar utilizada pelo homem e significava fartura (MENDES et al, 2009).

Atualmente o homem continua utilizando o mel como alimento, e possui conhecimento aprofundado acerca de suas propriedades medicinais, qualidades e valor nutricional. O mel é um suplemento alimentar viscoso, doce, com aroma diferenciado de acordo com a espécie da abelha e do néctar das flores, composto por diferentes açúcares, com destaque para a frutose e glicose e em alguns casos, a sacarose, maltose e polissacarídeos. Também contêm aminoácidos, enzimas, ácidos orgânicos, minerais, pólen, e de forma limitada certos fungos, algas e leveduras (Andrade et al, 2012).

O uso do mel de abelha também está associado às plantas medicinais. Inúmeros remédios vegetais com a associação do mel são conhecidos mundialmente e têm um valor fortemente estimado. No Brasil, o interesse pelo uso de recursos de plantas e animais para fins medicinais vêm sendo utilizado desde o período colonial, No Nordeste brasileiro destaca-se a atuação do médico Guilherme Piso e do naturalista Jorge Marcgrave, que descreveram o uso desses recursos no tratamento de diversas doenças desta região. A cultura da medicina tradicional e da zooterapia - a utilização de animais para fins terapêuticos - é constituído pela interação de elementos indígenas, africanos e europeus, que resulta na etnomedicina (ALVES, 2010).

II. METODOLOGIA

Na realização da prospecção foram levados em consideração todos os depósitos de patentes até o atual momento, bem como, a classe e subclasse. A prospecção foi realizada com base nos pedidos de patentes depositadas nos:

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Figura 1. Banco de Dados

Fonte: Machado, 2014.

III. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A prospecção tecnológica amplia e estimula a organização dos sistemas de inovação através da antecipação de subsídios que orientam os esforços empreendidos para o desenvolvimento de tecnologias. Nesse sentido, o estudo da prospecção tecnológica visa utilizar informações originárias de banco de dados, por exemplo, de patentes, para mapear desenvolvimentos científicos e tecnológicos. Essa ferramenta tem-se apresentado como um instrumento com potencial no apoio à tomada de decisão que permite identificar novas tecnologias (AMPARO et al, 2012).

A patente é um título temporário sobre uma invenção outorgado pelo Estado aos detentores de direitos sobre a criação. No entanto, essa concessão exige que o titular do conhecimento disponibilize informações sobre a tecnologia patenteada (OMPI, 2014). Esta prospecção teve como objetivo principal realizar a busca de anterioridade e apresentar uma visão geral do estado atual de desenvolvimento científico e tecnológico relacionados ao uso do mel associado a plantas medicinais.

Figura 2. Total de depósitos de patentes referente às bases LATIPAT, EPO, USPTO e SIPO.

Palavras-chaves LATIPAT EPO USPTO SIPO

Mel 85 4.972 9.793 13

Plantas Medicinais 03 - 01 -

Mel e Plantas Medicinais 03 - - -

Mel ou Plantas Medicinais - - 9.794 -

5 BASES DE DADOS

INPI USPTO EPO SIPO LATIPAT

Busca na base de dados nacional

(Título e/ou Resumo)

Busca na base de dados internacional (Título e/ou Resumo)

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HoneyandHerbal - 704 535 -

HoneyorHerbal 67 42.185 17.849 -

Fonte: Autoria própria, 2015.

No que se refere à pesquisa feita nas bases de dados internacionais, a tabela acima demonstra que o maior número de depósitos de patentes, em termos gerais, foi encontrado na base EPO 90.744, em segundo lugar a base USPTO, 56.356, seguido por Latipat, com 223 e por fim a SIPO com 28. Através dessas informações, pode-se concluir que o maior depósito se dá na EPO, por ser uma base de dados que abrangem países da Europa, onde estão localizados os maiores laboratórios de produtos utilizados na medicina tradicional. Pode-se inferir ainda que quando a pesquisa foi realizada na língua inglesa, os resultados apareceram em maior número.

Esses dados podem ser melhor visualizados a partir das próximas figuras:

Figura 3. Depósitos de patentes junto à LATIPAT.

Fonte: Autoria própria, 2015.

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Fonte: Autoria própria, 2015.

Figura 5. Depósitos de patentes junto à USPTO.

Fonte: Autoria própria, 2015.

Com relação aos dados referentes a depósito junto à SIPO, a figura abaixo melhor ilustra os dados da prospecção realizadas na base de dados. Nota-se que somente nessa base não foram encontrados dados que correlacionasse plantas medicinais ao mel.

Figura 6. Depósitos de patentes junto à SIPO.

Fonte: Autoria própria, 2015.

Outro dado relevante é que o uso por um considerável período de tempo e os relatos de cura ou regressão da enfermidade estimula as grandes empresas produtoras de medicamentos em aprofundar seus estudos quanto à eficácia das plantas medicinais, bem como, o mel. No caso brasileiro, em levantamento

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Dessa forma conclui-se que, o uso do conhecimento tradicional é o estímulo para a validação científica do poder das plantas medicinais e do mel (Filho, 2013).

Figura 7. Total de patentes pesquisadas na base de dados do INPI.

Palavras-chaves Depositadas Concedidas

Mel 106 03

Plantas Medicinais 3.643 596

Mel e Plantas Medicinais 261.383 48.143

Mel ou Plantas Medicinais 42.216 7.657 Honey - - Herbal 06 06 HoneyandHerbal - - HoneyorHerbal 06 -

Fonte: Autoria própria, 2015.

Na base de dados INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), foram encontrados nos campos relacionados a título e resumo apenas 106 patentes referente à palavra-chave mel. Em relação ao termo plantas medicinais foram verificadas 3643 patentes.

Fazendo uma análise dos dados acima, se conclui que na pesquisa realizada referente ao produto mel, foi concedido apenas 2,83% do total depositado. Quanto a plantas medicinais, esse percentual foi para 16,36%. Associando mel e plantas medicinais, esse percentual sobe para 18,41%. E quanto à procura feita sobre mel ou plantas medicinais, o percentual manteve-se praticamente estável, apresentando o valor de 18,13%. No que se refere à pesquisa feita com os termos em inglês não foi possível realizar os cálculos comparativos.

Figura 8. Perfil de patentes junto ao INPI.

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Vale salientar que o Brasil é o 5º maior importador de mel, mesmo com todo esse potencial o número de depósitos de patentes junto ao INPI e o de patentes concedidas é baixo. Deixando dessa forma uma lacuna importante para o desenvolvimento tecnológico e beneficiamento econômico e social em torno dessa cadeia produtiva (Machado, 2013).

IV. CONCLUSÃO

Diante do levantamento da pesquisa, é perceptível a força da sabedoria tradicional na nossa sociedade, pois apesar do domínio da indústria farmacêutica no mercado e da falta de reconhecimento da importância dos agentes detentores do conhecimento tradicional no manejo dos recursos naturais e na preservação da biodiversidade, este segmento resiste e segue presente, sendo utilizado pelo povo.

É a partir da percepção do conhecimento empírico, da prática e da utilização dos recursos naturais, que se foi possível o desenvolvimento da medicina tradicional, o conhecimento popular muitas vezes contribui para a realização de estudos tendo em vista o desenvolvimento de remédios sintéticos através de estudos científicos onde busca-se a validação e aperfeiçoamento de determinadas práticas e usos advindos da sabedoria tradicional. Na presente pesquisa foi explorado o uso de plantas, ervas medicinais adicionadas ao mel com a finalidade de obter bons resultados no combate de doenças, anomalias e infecções. Os depósitos de patentes evidenciam as pesquisas realizadas.

Fazendo um comparativo entre as bases de dados internacionais e a base brasileira do INPI, percebe-se uma grande variação no número de depósitos na categoria associada à junção das plantas medicinais com o mel. No INPI foram depositadas 261.383, sendo que 48.143 foram concedidas. Nas bases internacionais, observa-se 03 pedidos de patentes na LATIPAT com busca na língua portuguesa. Na busca através da língua inglesa os resultados de depósitos aumentam como o caso da Base de dados da EPO com 704 depósitos e USPT 535 depósitos. Diante do resultado exposto, constata-se maior número de depósitos no Brasil, através da Base do INPI. Esse resultado transmite o quanto a medicina tradicional faz parte do costume do povo brasileiro, ou seja, é um aspecto cultural nato, que propicia estudos para aprimoramento do uso.

Quando a busca é separada, apenas a palavra mel ou plantas, observa-se um grande número de depósitos de patentes nas bases internacionais, principalmente quando a busca é na língua inglesa, superando ao número de depósitos do INPI.

Portanto, diante da prospecção realizada na junção do mel de abelha com as plantas medicinais, fica notável a forte presença das práticas medicinais advindas do conhecimento tradicional na sociedade. Nessa perspectiva, é observado a necessidade de preservação e de continuidade das práticas tradicionais de cuidado com a saúde advindos do conhecimento popular, tendo em vista a importância das inúmeras contribuições deste segmento para a sociedade.

V. REFERÊNCIAS

ALVES, Rômulo R. N.; Dias, Thelma L. P..Usos de invertebrados na medicina popular no Brasil e suas implicações para conservação. Mongabay.com Open Access Journal - Tropical Conservation Science Vol.3 (2):159-174, 2010

AMPARO, Keize Katiane dos Santos; Ribeiro, Maria do Carmo Oliveira; Guarieiro, Lílian Lefol Nani. Estudo de caso utilizando mapeamento de prospecção tecnológica como principal ferramenta de busca científica. Perspectivas em Ciência da Informação, v.17, n.4, p.195-209, out./dez. 2012.

ANDRADE, Sanderley Emanuel Oliveira de;Maracajá, Patrício Borges; Silva, Rosilene Agra da ; Freires, Glauciene Ferreira ; Pereira, Auderlan de Macena; Fernandes, Almair de Albuquerque. Estudo sobre o uso

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Pombal, Paraíba, Brasil . ACSA – Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.8, n.3, p 45- 50, jul – set , 2012

FILHO, José Sebastião de Melo et al. A Utilização da Etnobotânica Associada ao Mel de Abelha no Município de Catolé do Rocha, Paraíba. Caderno Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. Volume 3. Nº. 2. 2013.

MACHADO, Bruna Aparecida Souza et al. Monitoramento Tecnológico do Mele Tecnologias Correlatas Atravésdo Estudo em Documentosde Patentes Depositadosno Brasil (1984-2011). Congresso Brasileiro de Prospecção Tecnológica – Prospect CT & I. Vol. 6, nº 01. 2013.

MENDES, Carolina de Gouveia; Silva, Jean Berg Alves da;Mesquita, Luciene Xavier de; Maracajá, Patrício Borges. As Análises de Mel: Revisão. Caatinga (Mossoró,Brasil), v.22, n.2, p.07-14, abril/junho de 2009.

OLIVEIRA, L.A. R. et al. Levantamento sobre o uso de plantas medicinais com a terapêutica anticâncer por pacientes da Unidade Oncológica de Anápolis. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. Vol. 16. Nº 1. Botucatu. Jan./Mar.2014.

OMPI/INPI. DL 101P BR - Módulo 7 – Patentes – (4V), 2014.

SOUSA, F. C. et al. Uso de plantas medicinais (fitoterápicos) por mulheres da cidade de Icó-CE. Biofar., v. 5, n. 1, 2011.

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