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Actvs Leitura e Escrita 7º ano

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Academic year: 2021

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Notas

1.Todos os materiais deste caderno destinam-se a ser fotocopiados, na totalidade ou parcialmente, conforme a actividade proposta.

2.As actividades das páginas 18 a 25 podem ser realizadas nas aulas de Língua Portuguesaou de Estudo Acompanhado. 3.Várias das actividades propostas podem ser realizadas individualmente, em pequenos grupos de trabalho ou colectivamente. Programa e TLEBS*– correspondência de termos . . . 2 a5

Testes de compreensão oral. . . 6 a11

Testes de compreensão escrita. . . 12 a17

Textos para resumir. . . 18 a21

Textos para esquematizar. . . 22 a25

Construção de textos. . . 26 a29

Soluções. . . 30 e31 * TLEBS: Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário

CADERNO DO

PROFESSOR

(2)

P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

fotocopiáv

el

PROGRAMA * Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário Situação de comunicação*

– enunciador* – destinatário* – finalidade* – objecto*

– circunstâncias de espaço e de tempo*

B7.1) Comunicação verbal B7.1.1) a B7.1.6) Locutor Interlocutor Ouvinte(s) Universo de referência Contexto situacional Contexto verbal Intenção comunicativa* Sem correspondência Modos de representação do discurso*

– discurso directo* – discurso indirecto*

B7.5) Relato de discurso: B7.5.1) Discurso directo B7.5.2) Discurso indirecto

Coerência textual* B7.7.2) Coerência lógico-conceptual Coesão textual* B7.7.1) Coesão

Sinónimos* Hiperónimos Hipónimos

B5.3) Relações entre palavras: B5.3.1) Relações semânticas: Relações de hierarquia: Hiperonímia Hiponímia Relações de equivalência: Sinonímia Sinonímia total Sinonímia parcial Pontuação

– sinais de pontuação e auxiliares de escrita: ponto final* ponto de interrogação* ponto de exclamação* ponto e vírgula* reticências* dois pontos* travessão* parênteses* aspas* – parágrafo* – período* D2) Pontuação: D2.1) a D2.8) Ponto Ponto de interrogação Ponto de exclamação Ponto e vírgula Reticências Dois pontos Travessão Vírgula

D3) Sinais auxiliares da escrita: D3.1) a D3.4)

Parênteses rectos (ou colchetes) Parênteses curvos Aspas Aspas altas D4) Configuração gráfica: D4.2) Parágrafo Sem correspondência Frase simples* B4.2.6) Frase:

Frase simples vs. frase complexa Mobilidade de elementos da frase: alterações de valor

estético e semântico*

Sem correspondência directa [ver B4.4) Ordem de palavras e B6.2) Valor semântico da estrutura frásica]

CORRESPONDÊNCIA DE TERMOS – 7.° ANO

*Conteúdos do Programa do 2.° Ciclo que são explicitamente referidos no Programa do 7.° ano.

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Formas de frase* – negativa* – afirmativa*

Sem correspondência directa [ver, no CD, as definições de cada um dos tipos de frase]

Oração – funções essenciais e acessórias: – sujeito*

– predicado*

– complemento directo* – complemento indirecto*

– complementos circunstanciais de lugar*, tempo*, modo, causa, companhia e fim

– predicativo do sujeito

– vocativo

B4.3) Funções sintácticas: B4.3.1) Sujeito:

Sujeito simples vs. sujeito composto

Sujeito nulo:

Sujeito nulo subentendido Sujeito nulo indeterminado Sujeito nulo expletivo

B4.3.2) Predicado B4.3.3) Complemento: Complemento directo Complemento indirecto Complemento preposicional Complemento adverbial B4.3.4) Modificador: Modificador preposicional Modificador adverbial B4.3.5) Predicativo: Predicativo do sujeito B4.3.6) Vocativo Regras de concordância (do verbo com o sujeito

composto; em número) B4.3.1) Sujeito: Concordância sujeito-verbo Coordenação e subordinação: – orações coordenadas – copulativas – adversativas – disjuntivas – conclusivas – orações subordinadas – temporais – causais B4.2.6) Frase:

Classificação da frase complexa quanto ao tipo de articulação:

Coordenada Subordinante Subordinada:

Subordinada adverbial:

Subordinada adverbial temporal Subordinada adverbial causal Palavras variáveis ou flexionadas*

Palavras invariáveis ou não flexionadas* Classes de palavras – adjectivos* – verbos* – nomes* – pronomes* – determinantes* – numerais*

– preposições* e locuções prepositivas – advérbios* e locuções adverbiais – conjunções* e locuções conjuncionais

B3) Classes de palavras: B3.1) Palavra variável B3.1.2) Adjectivo B3.1.3) Verbo B3.1.5) Nome B3.1.6) Pronome B3.1.8) Determinante B3.1.10) Quantificador B3.2) Palavra invariável B3.2.1) Preposição B3.2.2) Advérbio B3.2.4) Conjunção B3.2.6) Interjeição

*Conteúdos do Programa do 2.° Ciclo que são explicitamente referidos no Programa do 7.° ano.

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Subclasses dos nomes – próprios* – comuns* – colectivos* – concretos – abstractos B3.1.5) Subclasses de nomes: Nome próprio vs. nome comum:

Nome concreto vs. nome abstracto Nome colectivo

Flexão dos nomes – casos especiais* B2.4.1) Flexão: Número B3.1.1) Género Flexão dos adjectivos – casos especiais*

– número – género

– grau (formas sintéticas do comparativo de superio-ridade e do superlativo absoluto)

B2.1.1) Adjectivo B3.1.2) Subclasses de adjectivos: Adjectivo qualificativo Adjectivo numeral B3.1.12) Adjectivo: Adjectivo biforme Adjectivo uniforme [Referência ao grau no CD, em B3.1.9] Subclasses dos determinantes*

– artigos (definidos e indefinidos)* – demonstrativos*

– possessivos*

– indefinidos*

– numerais*

B3.1.9) Subclasses dos determinantes: Artigo (definido vs. indefinido) Determinante demonstrativo Determinante possessivo B3.1.10) Quantificador B3.1.11) Subclasses de quantificadores: Quantificador universal Quantificador indefinido Quantificador numeral

Subclasses dos numerais* – ordinais*

– cardinais*

B3.1.2) Subclasses de adjectivos: Adjectivo numeral

B3.1.11) Subclasses dos quantificadores: Numeral

Verbos regulares e irregulares* – tempos simples*

– tempos compostos dos modos indicativo*, conjun-tivo, condicional e infinitivo e das formas nominais, formados com o auxiliar ter

– modos*

– formas nominais*

Conjugação pronominal*

(pronome pessoal forma de complemento) Conjugação pronominal reflexa

B2.1.2) Subcategoria morfológica: Flexão: Verbo regular Verbo irregular Verbo pronominal Verbo reflexo B3.1.3) Verbo: Variação verbal Tempo-modo: Tempos simples:

Forma nominal do verbo B3.1.4) Subclasses de verbos:

Verbo principal:

Verbo principal impessoal Verbo principal intransitivo Verbo principal transitivo directo Verbo principal transitivo indirecto

Verbo principal transitivo directo e indirecto

Verbo copulativo Verbo auxiliar:

Verbo auxiliar dos tempos compostos

*Conteúdos do Programa do 2.° Ciclo que são explicitamente referidos no Programa do 7.° ano.

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ano – Caderno do Professor

fotocopiáv el – dúvida – exclusão – interrogativos Advérbio conectivo

Conjunções e locuções conjuncionais

– coordenativas (copulativas, adversativas, disjunti-vas e conclusidisjunti-vas)

– subordinativas (temporais e causais)

B3.2.4) Conjunção: Locução conjuntiva

B3.2.5) Subclasses de conjunções: Conjunção coordenativa:

Conjunção coordenativa copulativa Conjunção coordenativa adversativa Conjunção coordenativa disjuntiva Conjunção coordenativa conclusiva Conjunção subordinativa:

Conjunção subordinativa causal Conjunção subordinativa temporal Processos de enriquecimento do léxico

– formação de palavras: derivação*: sufixação* prefixação* composição*: aglutinação* justaposição* – neologismos: abreviaturas siglas onomatopeias* B2.4) Formação de palavras B2.4.2) Derivação B2.4.3) Modificação B2.4.4) Composição Composição morfológica Composição morfo-sintáctica B5.5) Neologia Sem correspondência B5.5.4) Sigla B5.5.5) Acronímia B5.5.6) Onomatopeia Prefixos e sufixos – valor semântico* B2.4.3) Modificação: Forma modificada: Avaliativo Locativo Negação Repetição Reversão

Família de palavras* Sem correspondência

Palavras homónimas Palavras homófonas* Palavras homógrafas* Palavras parónimas

B5.3) Relações entre palavras B5.3.2) Relações fonéticas e gráficas:

Homonímia Homofonia Homografia Paronímia

Variedade portuguesa / variedade brasileira A3.6) Variedades do português: A3.6.1) Variedade europeia A3.6.2) Variedade brasileira

*Conteúdos do Programa do 2.° Ciclo que são explicitamente referidos no Programa do 7.° ano.

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TESTE DE COMPREENSÃO ORAL

1

O P

ESCADOR E A

S

EREIA

Todas as noites o jovem Pescador saía para o mar e lançava as redes. Quando o vento soprava da terra, não apanhava nada, ou apa-nhava muito pouco, porque era um vento áspero, de asas negras, e altas vagas se levantavam para o

defron-tar; mas quando o vento soprava para a costa, o peixe subia das profundezas do mar, nadava para as malhas da sua rede e ele levava-o para o mercado e vendia-o. Todas as noites ele saía para o mar e uma noite a rede estava tão pesada que ele mal podia içá-la para bordo. E, rindo, disse para consigo:

– Por certo apanhei todo o peixe do mar ou algum monstro que maravilhará os homens, ou algum ente horrível que a grande Rainha há-de desejar.

E puxou as cordas grosseiras com todas as suas forças, até as veias se lhe marca-rem nos braços, como linhas de esmalte azul dum vaso de bronze. Puxou as cordas e cada vez se aproximava mais o círculo das pequenas bóias de cortiça, até que, por fim, a rede veio à tona de água. Não havia lá, porém, nenhum peixe, nem monstro, nem ente horrível, mas tão-somente uma pequena Sereia adormecida.

Os seus cabelos eram como um velo de ouro molhado e cada cabelo separado um fio de ouro numa taça de cristal. O corpo era branco como marfim e a cauda de prata e madrepérola. De prata e madrepérola era a sua cauda e as algas verdes do mar enrola-vam-se em volta dela; como conchas do mar eram os seus ouvidos e os lábios como coral. As ondas frias batiam nos frios seios e o sal brilhava-lhe nas pálpebras. Tão for-mosa era ela que o jovem pescador ficou cheio de admiração quando a viu, puxou mais a rede e, debruçando-se na borda, tomou-a nos braços. E, quando lhe tocou, ela soltou um grito como de gaivota assustada, acordou, olhou-o com os olhos de ametista cheios de terror e lutou para se escapar. Ele, porém, apertou-a muito de encontro a si e não a deixou partir. E, quando ela viu que não podia fugir-lhe, começou a chorar e disse-lhe:

– Peço-te que me deixes partir, porque sou a única filha dum rei e o meu pai é velho e sozinho.

Mas o Pescador respondeu-lhe:

– Não te deixarei partir sem que me prometas vir cantar para mim sempre que eu te chame, porque os peixes adoram ouvir os vossos cantares e assim estarão sempre cheias as minhas redes.

– E realmente deixar-me-ás partir, se eu to prometer? – inquiriu a Sereia. – Na verdade, deixar-te-ei partir – tornou o Pescador.

E ela fez-lhe a promessa que ele desejava: palavra de Sereia. Então o Pescador sol-tou-a dos braços e logo ela mergulhou na água, trémula de receio. Todas as noites saía o Pescador para o mar e chamava a Sereia e ela surgia das águas e cantava para ele.

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O P

ESCADOR E A

S

EREIA

Indica se são verdadeiras (V), falsas (F) ou parcialmente falsas (PF) as seguintes afirmações:

a. O Pescador era um homem já um pouco velho e muito trabalhador.

b. Ele recolhia sempre algum peixe que, depois, vendia no mercado.

c. Uma noite, o Pescador sentiu que a rede estava mais pesada do que era costume.

d. Imediatamente pensou que tinha pescado um peixe enorme que lhe renderia bom dinheiro.

e. Sem grande esforço, conseguiu puxar a rede até à superfície.

f. Viu, então, uma Sereia adormecida na sua rede.

g. Era uma Sereia lindíssima que lhe sorriu assim que o viu.

h. O Pescador ficou cheio de admiração pela Sereia e prendeu-a nos seus braços.

i. A Sereia desejava ficar com o Pescador e, embora tenha pensado dei-xar o seu velho pai, receou sentir saudades dele.

j. Ela suplicou ao Pescador que a libertasse e, em troca, far-lhe-ia um favor.

l. O Pescador libertou-a com a condição de ela vir cantar sempre que ele a chamasse.

m. Desta forma, ele mataria saudades da bela Sereia.

n. O acordo foi cumprido e, uma vez por mês, ela vinha à superfície e can-tava para o Pescador.

o. Desde então nunca mais faltou peixe na rede do Pescador.

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TESTE DE COMPREENSÃO ORAL

2

O C

OELHO E A

H

IENA

O coelho e a hiena eram amigos.

Um dia, a hiena, que estava a passear sozinha, passou por uma povoação e viu algumas raparigas a trabalhar. Entre elas havia uma muito bonita e que se chamava Chipha Dzuwa.

A hiena disse: “És muito bonita, casa comigo.” A rapariga respondeu: “Primeiro tens que falar com os meus pais, traz o teu padrinho. E caso contigo.”

Entretanto, o coelho, que pouco depois passou pela mesma povoação, apaixo-nou-se pela mesma rapariga. “Casa comigo”, disse-lhe o coelho. “Não posso, já dei a minha palavra à hiena. Ela vem apresentar-se aos meus pais”, respondeu a rapa-riga. O coelho começou a soltar grandes gritos e a rebolar-se no chão, riu e zombou da rapariga: “Não compreendo nada, então tu, tão bonita que és, casas com um qualquer? Não sabes que a hiena é meu empregado e serve-me de cavalo quando entendo?” “Não acredito, apresenta-me provas”, pediu a rapariga, humilhada e espantada.

Quando o coelho se encontrou com a hiena, nada disse. Esta, porém, estava feliz e pediu ao amigo para ser seu padrinho no dia da apresentação aos pais. O coelho fingiu: “Não sei, amigo, é que não ando lá muito bem. Além disso piquei-me num pé e não consigo caminhar longas distâncias.” A hiena ofereceu-se logo cheia de boa vontade: “Não faz mal, eu carrego-te às costas, o que eu quero é que vás apresentar--te aos pais da Chipha Dzuwa.” Mas o coelho insistiu: “Tu andas muito depressa, tenho receio que me deixes cair, só se permitires que eu ate uma corda ao teu pes-coço.” A hiena estava por tudo naquele momento. Aceitou.

No dia combinado, lá foram os dois, o coelho no dorso do amigo e com as mãos na corda. Quando chegaram à povoação, o coelho começou a fazer manobras como se estivesse montado num cavalo e logo que viu a rapariga, começou a gritar: “Corre depressa, aí está a nossa amiga.” A hiena, que não tinha percebido ainda o que o coe-lho estava a fazer, correu mesmo. Ao chegarem ao pé da rapariga o coecoe-lho saltou para o chão e disse-lhe: “Estás a ver como eu tinha razão? A hiena é ou não o meu empre-gado fiel?” Esta apercebeu-se então do que estava a passar-se e ficou de tal maneira envergonhada que fugiu para bem longe. E o coelho casou com Chipha Dzuwa.

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Palavras a fio

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O C

OELHO E A

H

IENA

Assinala as afirmações correctas:

1. Um dia, a hiena passou por uma povoação

a.à procura de uma noiva.

b.quando passeava sozinha.

c.para visitar o coelho.

2. Ali, encontrou uma rapariga

a.a trabalhar sozinha.

b.muito bonita.

c.séria e trabalhadora.

3. A hiena pediu à rapariga que

a.lhe apresentasse os pais.

b.fosse sua namorada.

c.casasse com ela.

4. Ela concordou

a.sem quaisquer condições.

b.com algumas condições.

5. Algum tempo depois, o coelho viu a mesma rapariga e

a.pediu-lhe o mesmo que a hiena.

b.afastou-se envergonhado.

c.pediu à hiena que o apresentasse.

6. A rapariga

a.aceitou o pedido.

b.recusou o pedido.

c. pediu para pensar.

7. O coelho inventou que a hiena

a.era seu criado e que lhe servia de cavalo.

b.era um cavalo disfarçado.

c.lhe mentiu, pois só lhe interessava andar a cavalo.

8. Entretanto a hiena convidou o coelho para seu padrinho de casamento. Este aceitou,

a.embora estivesse com um pé magoado.

b.convencendo a hiena a levá-lo às cavalitas.

c.desde que a hiena fingisse que era um cavalo.

9. Quando chegaram junto da rapariga, ela

a.riu da figura da hiena.

b.ficou a pensar de qual dos dois gostava mais.

c.pensou que a hiena era empregado do coelho.

10.No final, a rapariga

a.casou com o coelho.

b.desprezou os dois pretendentes.

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TESTE DE COMPREENSÃO ORAL

3

A

ESTRELA

Esta é a história autêntica de uma rapariga alentejana que tem uma estrela na palma da mão. Chama-se Rita. Ia nos doze anos quando houve enfim abastecimento de água na aldeia onde ela vivia, que era tão-só um amontoado alvacento de casas de adobe nascidas à mão do arquitecto acaso. Numa dessas casas, muito caiadas, morava uma família de seareiros, que tinha um menino doente. Rita era uma das vizinhas pobres que brincavam com esse menino. Mas havia bem três meses que ele não se erguia da cama. Tinham os trigos enrijado, fizera-se a matança do porco e o menino definhava. Haviam-no levado ao médico; e o médico tirara-lhe a febre, apalpara-o todo, auscultara-o, torcera o nariz, e mandara fazer umas análises. Mas onde? Bem, então receitara. E o menino, pelo visto, em vez de sarar piorava de dia para dia. Os pais já não sabiam o que inventar para conseguir que ele comesse. Rita tentava tudo para que lhe desse, ao menos, um risinho. Eram da mesma criação. Tinham andado juntos no posto de ensino até à terceira classe. E era dos dois o que mandava. Agora não lhe arrancava um botão do bibe, não lhe arrepelava os cabelos, nem sequer lhe pedia um berlinde. Nada. Estava para ali muito quieto, na sua cama pintada de flores. Durante horas, Rita, sempre calada, para os pais dele não a porem na rua, espiava-lhe o sinal de menor desejo: um golo de água, uma toalha para limpar o suor que lhe orvalhava as fontes. Mas ele quase não se mexia, parecia não dar fé das pessoas nem das coisas. Por isso Rita ficou num grande alvoroço quando ele inesperadamente disse (caía a noite sobre o povo muito branco):

– O que eu queria era uma estrela como aquela, tão pequenina e tão brilhante.

– Uma estrela? – disse a Rita, ao mesmo tempo maravilhada e aflita, porque uma estrela não se deixa colher do céu como as nêsperas da nespereira.

– Sim: aquela estrelinha.

– E curavas-te, se eu ta trouxesse? – Estou cá em mim que me punha bom. – Pois eu vou ver, amiguinho…

– Vais buscá-la?

– Vou mesmo, que é que tu cuidas?

E saiu, sem a menor noção do que fazer para cumprir tal promessa, mas disposta a revol-ver céu e terra, no seu mundo de cinco metros, para lhe dar aquele gosto. Mas as estrelas ficam tão altas!…

Horas depois, às furtadelas, iludindo a atenção dos pais dele, entrou (muito trémula e envergonhada da mentira piedosa) pelo quarto dele, já escurecido, com um tição ardente nas presas de uma tenaz.

– Que é isso, Rita?

Ele conhecia-a pelos seus passos, pelo cheiro, pelo sopro. – Então não vês?, é a estrela – disse ela sem pinga de sangue.

– Mostra cá! Mais perto. Aqui ao pé de mim. Quero vê-la na palma da tua mão.

O menino não deixou de morrer por causa dessa alegria, mas Rita ficou com uma estrela vermelha a aquecer-lhe para sempre a mão.

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A E

STRELA

Indica se as seguintes afirmações são verdadeiras (V), falsas (F) ou parcial-mente falsas (PF). Nestas últimas, sublinha a parte que é falsa.

a. O narrador anuncia que vai contar uma história verdadeira de uma rapariga.

b. Rita vivia numa aldeia de casas pobres, mas bem arquitectadas.

c. Ela costumava visitar um amigo que morava longe e estava doente.

d. Quando a doença lho permitia, o rapazinho jogava ao botão ou ao ber-linde com a sua amiga Rita.

e. Ela gostava de brincar com ele e reconhecia-lhe qualidades de líder.

f. Durante o tempo em que ele estava de cama, ela ficava ao seu lado durante horas.

g. Rita estava calada, para os pais do menino não se aborrecerem.

h. Certo dia, de manhã, ele formulou um pedido.

i. Manifestou o desejo de possuir uma estrelinha que avistava da sua cama.

j. Quando o ouviu, Rita ficou simultaneamente aliviada e pensativa.

l. Rita não fazia ideia de como concretizar o desejo do amigo, mas prome-teu trazer-lhe a estrela.

m. Ela foi de imediato pedir ajuda a outros colegas de escola.

n. Horas depois, bateu à porta de casa do amigo e entrou no seu quarto com uma brasa acesa presa numa tenaz a fingir de estrela.

o. O menino desconfiou e quis que a amiga lha mostrasse na palma da mão.

p. O menino acabou por morrer e Rita ficou, para sempre, com a marca de uma queimadura na mão.

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TESTE DE COMPREENSÃO ESCRITA

1

Lê atentamente este anúncio, publicado numa revista.

in Visão, n.º 576, de 18 a 24 de Março de 2004 (adaptado)

No meu país, os rios atravessam

milhares de quilómetros. Em Portugal,

descobri que atravessam séculos de história.

Edivaldo Júnior, turista brasileiro

Milhões de turistas já descobriram Portugal. Agora, chegou a sua vez.

5 formas de conhecer a nossa cultura

• Visite o Castelo de Almourol, a dois passos de Vila Nova da Barquinha. • Passeie por oito séculos de História, no Convento de Cristo em Tomar. • Deixe-se conquistar pelas aldeias medievais de Sortelha, Monsanto ou Piódão. • Explore a herança árabe algarvia, nas muralhas do Castelo de Silves.

• Descubra em Mértola as raízes da cultura milenar do Alentejo.

Para mais informações, vá a www.portugalinsite.pt

ou telefone para: 808 781 212 (das 8h às 19h, hora de Lisboa, custo de chamada local)

Um mundo para descobrir.

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Baseando-te apenas na interpretação dessas frases, assinala com uma cruz (X), na coluna correspondente, as afirmações verdadeiras (V) e aquelas que não se sabe se são verdadeiras (NS).

2. Relê agora, na parte inferior do anúncio, as “5 formas de conhecer a nossa cultura”. Transcreve das frases cinco palavras ou expressões diferentes que indiquem que Portugal tem “séculos de História”.

3. Assinala com uma cruz (X) a resposta correcta.

As frases “Milhões de turistas já descobriram Portugal. Agora, chegou a sua vez.” mostram que este anúncio pretende sobretudo

fazer publicidade à cultura portuguesa no estrangeiro. trazer a Portugal maior número de turistas brasileiros. motivar os Portugueses para conhecerem melhor Portugal. dar a conhecer aos estrangeiros os rios portugueses.

(Retirado da Prova de Aferição de Língua Portuguesa 2005 – 2.° Ciclo)

AFIRMAÇÕES V NS

a. Os rios brasileiros são muito longos.

b. Os rios brasileiros têm maior caudal do que os rios portugueses.

c. Os rios portugueses são mais navegáveis do que os rios brasileiros.

d. Junto aos rios portugueses, há muitos vestígios do passado.

e. Em Portugal, Edivaldo só visitou terras à beira-rio.

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TESTE DE COMPREENSÃO ESCRITA

2

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Nome N.° Turma Data

Avaliação Professor(a)

Ao conto que vais ler, retirámos algumas palavras. Lê-o em silêncio e realiza as activida-des que se lhe seguem.

O B

ULE DE

C

Num dos importantes

da capital da China, ao lado de várias pre-ciosidades de porcelana, está em exposição

um velho bule de chá sem tampa que tem uma história engraçada que vou aqui .

Há alguns séculos atrás existiu, na China, um Imperador que gostava muito de cartas. Mas como não podia jogar sozinho, ordenou a um dos seus ministros que lhe mandasse todos os dias ao palácio um jogador para seu com-panheiro de jogo.

O ministro, porém, nunca mais apareceu com o jogador.

– Porque é que não me trazes um bom de cartas, entre tantos que há na China? – perguntou-lhe o Imperador.

– Saiba Vossa Majestade que todos aqueles com quem falei são . – Então porque ainda mos não trouxeste?

– Com medo de que, em vez de Vossa Senhoria, sejam eles a ganhar.

– Ora! Cartas são nada mais nada menos que uma questão de arte. Vai, pois, buscar o de todos e trá-lo cá amanhã. Se ele ganhar, eu não me zango, não. Antes pelo contrário, até lhe dou uma prenda – e o Imperador apon-tou para um bule de chá que estava em cima da sua secretária. Um bule de loiça fina como , leve que nem uma folha, transparente como o , e que tinha um dragão de oiro de um lado e, do outro lado, uma Fénix de penas de prata e de coral. Enfim, um dos mais raros tesouros do palácio imperial, esse bule.

– Está Vossa Majestade a falar sério? – perguntou o ministro que sabia quanto o Imperador o bule.

– Claro que estou!

E no dia seguinte apareceu o ministro sozinho. – Então o jogador? – inquiriu o Imperador.

– Tenha Vossa Majestade a bondade de hoje jogar comigo – respondeu o ministro a rir.

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– Bem, Vossa Majestade tinha dito que o jogo era apenas uma . – Sai daqui! Desaparece-me, antes que eu…!

– O bule de chá, Vossa Majestade! O bule que prometeu?

Furioso, o Imperador agarrou na tampa do bule e arremessou-a ao ministro que entretanto fugia.

Assim, hoje, o antigo bule de chá de porcelana está no museu, sem tampa.

Maria Ondina Braga, O Jantar Chinês e Outros Contos, Ed. Caminho, 2004 (texto adaptado)

1. Coloca as palavras retiradas do texto no seu respectivo lugar:

cristal arte melhor contar óptimos estimava papelmuseus parceiro raiva maravilhosa jogar

2. Lê as afirmações seguintes e, sobre cada uma delas, indica se é verdadeira (V), falsa (F)ou impossível de saber (IS). Depois corrige as afirmações falsas.

a. O narrador vai contar a história de um bule com centenas de anos.

b. Esse bule pertenceu ao último imperador da China.

c. O imperador gostava mais de jogar cartas do que governar.

d. No entanto, não conseguia arranjar um parceiro.

e. Isso deixava-o apreensivo, porque pensava que os seus súbditos não o apreciavam.

f. O ministro explicou-lhe que os jogadores receavam que ele ganhasse.

g. O imperador garantiu que apenas queria um parceiro e que daria uma prenda a quem lhe conseguisse ganhar.

h. A prenda era um dos tesouros do palácio: um bule de chá.

i. Quando o imperador soube que o ministro sabia jogar, propôs-lhe uma partida.

j. Quando perdeu o jogo, o imperador ficou furioso e atirou com a tampa do bule ao ministro.

l. É por isso que, no museu, foi colocado um outro bule.

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TESTE DE COMPREENSÃO ESCRITA

3

O R

APAZ E O

L

IVRO

“Só está contente a ler”, dizia a mãe do rapa-zinho. “Trabalho não é com ele.” No seu espí-rito, leitor e mandrião identificavam-se, via-se à distância. E estava na razão, na sua razão. Ali,

um homem não pode perder tempo com leituras. E ali é que ela e o filho-pastor, já sem pai, viviam e lutavam para subsistir. Isto passava-se há coisa de catorze anos.

Quando vim para Lisboa resolvi mandar-lhe livros com a indicação “para ler ao domingo”. Esperava poupá-lo assim às iras familiares. Fui à estante dos “restos” e fiz uma escolha que julguei criteriosa. Uns livros “para rapazes”, dois ou três de Emílio Salgari que ali tinham ancorado não sei como, alguns policiais. Óptimo. E se lhe mandasse um bom livro? À tarde passei pela livraria e comprei um volume aca-bado de sair e de que eu tinha gostado muito. E mandei o embrulho para o correio.

Nada de resposta, o que era natural. Quem lhes ensinou que se deve agradecer um presente, mesmo pequeno? E o caso caiu no esquecimento.

No ano seguinte voltei à quinta pelo Natal. O rapazinho ainda por lá andava a guardar ovelhas. Veio ter comigo, todo risonho, de pelico e bordão.

“Muito obrigado pelos livros”, disse. “Gostei muito, então de um deles gostei mesmo muito. Já o li três vezes.”

“Ah, sim? Então de qual?”

“O nome não me lembro, mas era de um senhor Alves.” “Alves?”

“Alves, pois. Um livro muito bonito.”

Devia ser qualquer livro que eu metera no embrulho e de que me esquecera. “Era então muito bom, dizes tu?”

“É que nunca li nada tão bonito.” E os olhos do rapazinho brilhavam. “Os outros que a senhora mandou, deve haver quem goste mas eu confesso que não gostei assim muito. Agora do livro do senhor Alves… Eram histórias, sabe a senhora… Havia uma então… Ah, agora me lembro como se chama: “Olhos de Água.”

Alves Redol, pronto. O tal livro de que eu gostara muito. Senti-me de repente envergonhada pelos outros que lhe tinha mandado como quem os deita fora, muito envergonhada. É uma estupidez pensar que um rapazinho lá porque tem só a 4.ª classe, lá porque guarda ovelhas no fim do mundo, não pode ter já o seu gosto e esse gosto não pode ser certo.

Lembrei-me desta história sem história, há alguns dias, durante uma conversa sobre “teatro para o povo”. O que deve dar-se-lhe? Havia quem perguntasse. Teatro difícil? Teatro fácil? Nem uma coisa nem outra, talvez. Teatro bom e não importa que lhe chamem bonito, é um modo de dizer.

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P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

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el

1. A narradora conheceu um rapazinho

a.de Lisboa, que trabalhava, pois vivia com dificuldades.

b.que vivia apenas com a mãe e trabalhava, pois vivia com dificuldades.

c.que era órfão de pai e era pobre, embora não trabalhasse.

2. O grande entretimento do rapaz

a.era levar as ovelhas a pastar.

b.era a leitura.

c.era conversar com a narradora.

3. A narradora decidiu enviar ao rapaz

a.uma selecção de livros para jovens que tinha em casa.

b.uma selecção de bons livros que adquiriu.

c.uma selecção de livros que possuía e um outro que comprou.

4. Explica, por palavras tuas, o motivo por que os livros foram enviados com a indicação “para ler ao domingo”.

5. A escolha da narradora revelou-se

a.parcialmente acertada.

b.completamente acertada.

c.completamente errada.

6. Justifica a afirmação que seleccionaste na pergunta anterior.

7. Este episódio permitiu à narradora tirar a seguinte conclusão:

a.na literatura como no teatro, há que escolher obras que as pessoas entendam.

b.as peças de teatro e os livros para o povo devem ser bonitos.

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TEXTO PARA RESUMIR

1

P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

fotocopiáv

el

Nome N.° Turma Data

Avaliação Professor(a)

1. Lê atentamente esta lenda. De seguida, escreve, à frente de cada um dos parágrafos, uma frase que sintetize o seu conteúdo.

A S

EREIA DE

P

ONTA

R

UIVA

Lá pelo século dezasseis, um dia, um pescador de uma povoação do norte da Ilha das Flores andava na costa a apanhar peixe, como era seu costume. Começou a ouvir uma voz bonita de mulher a cantar por perto, mas numa língua que não conhecia. Ficou a cismar que por ali havia uma sereia. Logo espalhou pelo povoado a novi-dade e, pela maneira como falava da sereia, todos ficaram a pensar que ela encantava os homens.

O pescador não pensava noutra coisa e, logo que pôde, poucos dias mais tarde, voltou à pesca, sonhando com a ideia de que havia de ver a sereia.

Tinha acabado de lançar o anzol ao mar, quando começou a ouvir o canto que tanto o perturbava. Recolheu logo a linha e pôs-se a escutar com muito cuidado e a seguir o som. Por fim, encontrou a dona de tão melodiosa voz. Não era uma sereia, como ele pensava, mas uma linda rapariga de olhos azuis, pele clara e sardenta e cabelos ruivos. Muito assustada, ao começo, nada disse, mas por fim o pescador ficou a saber a sua história. Era irlandesa e tinha-se esca-pado de um navio pirata, atirando-se ao mar quando tinha visto terra próxima.

O pescador ficou ainda mais encantado e, depois de conquistar a confiança da rapariga, vol-tou para casa, trazendo consigo a mulher mais bela que alguma vez a gente do lugar tinha visto.

Algum tempo mais tarde, o pescador casou com a “sereia” e deles nasceram muitos filhos, todos de olhos azuis e ruivos como a jovem irlandesa.

Assim, aquele lugar da Ilha das Flores se passou a chamar, por causa da cor dos cabelos de muitos dos seus habitantes, Ponta Ruiva, e ainda hoje ali há muitas pessoas de pele clara, sardentas e de cabelos ruivos, como a jovem irlandesa que um dia ali apareceu.

Maria de Lourdes T. Soares e Maria Odete T. Tojal (org.),

Histórias de Longe e de Perto, 2.a ed., Secretariado Entreculturas e Paulinas Ed., 2003

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P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

fotocopiáv

el

3. Faz a autocorrecção do teu resumo.

O RESUMO

AUTOCORRECÇÃO Sim Não

„Referi apenas as ideias ou factos principais do texto a resumir. „Respeitei a ordem das ideias do texto original.

„Transformei o discurso directo em discurso indirecto. „Evitei transcrições do texto dado.

„Usei palavras minhas, sempre que foi possível. „Articulei bem os parágrafos e as frases.

(20)

TEXTO PARA RESUMIR

2

P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

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el

Nome N.° Turma Data

Avaliação Professor(a)

1. Lê atentamente esta lenda que dividimos em seis partes. De seguida, escreve, à frente de cada parte, uma frase que sintetize o seu conteúdo.

D

INORAH

Dinorah, filha de Agar, era uma das mais belas mouras de todo o Algarve muçulmano. Vivia num belíssimo palácio de mil colunas finas de mármore rosa, rodeada de coxins de sedas coloridas e macias como um roçar de asa de pomba. Jardins de maravilha haviam sido plantados para encantar os seus olhos negros. Riachos transparentes saltitavam de calhau em calhau num rumorejar de música constante.

E, contudo, Dinorah chorava. Era como se uma tristeza infinda, inexplicável, se tivesse instalado no seu coração. E Dinorah chorava por estar encerrada. Dinorah chorava, afinal, aquela sua solidão irremissível; chorava-lhe o coração para amar, sem ter a quem amar. Por isso os seus olhos negros, negros como um céu onde a lua nunca passeou o luar, eram tristes.

Numa tarde de Primavera, começavam as amendoeiras a florir, estava Dinorah no seu balcão, passeando os olhos tristes e negros pelo desabrochar da natureza. Foi quando passou um trovador que, ao ver tanta melan-colia, lhe perguntou, cantando, como a pode-ria alegrar. E Dinorah respondeu:

– Ah, trovador, trovador!… Se me puderes ajudar, dá-me um véu para noivar…

Ouvindo estas palavras, partiu o cavaleiro a galope, ficou Dinorah a chorar.

Mas mouro com cristão não deve falar e a Alá não agradou este breve instante. Por isso decidiu, logo ali, aqueles dois castigar.

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P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

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el

Ao acordar, pela manhã, os olhos negros da moura brilhavam. E quando chegou à janela viu acenar-lhe o braço incansável do trovador da noite, e tudo, tudo à volta deles eram péta-las brancas de noivar.

Estendeu, também ela, o braço para num aceno agradecer mas, neste gesto, viu-se trans-formar em fonte e o seu trovador mudar-se em lago. Desde então, andam juntos a correr para o mar e todos os anos, pela Primavera, Alá manda-lhes as flores de amendoeira para que possam noivar.

Maria de Lourdes T. Soares e Maria Odete T. Tojal (org.),

Histórias de Longe e de Perto, 2.aed., Secretariado Entreculturas e Paulinas Ed., 2003 (texto adaptado)

2. Copia, agora, as frases que escreveste para as linhas seguintes. Articula bem as frases entre si e evita repetições desnecessárias de palavras ou expressões.

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TEXTO PARA ESQUEMATIZAR

1

P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

fotocopiáv

el

Nome N.° Turma Data

Avaliação Professor(a)

A

S

V

IAGENS NO

T

EMPO

DAS

D

ESCOBERTAS

Eram muitos os que compunham a armada. Cada tripulante tinha as suas funções. O capitão-mor era o comandante; seguia-se-lhe o mestre (dirigia as manobras e a tri-pulação), o piloto (manejava os instrumentos de orientação), o contramestre (substi-tuía o mestre), os despenseiros (distribuíam a comida), cozinheiros, carpinteiros, tanoeiros, um barbeiro, um cirurgião, um capelão e, ainda, os marinheiros e os gru-metes. Para além destes, seguia também na armada o escrivão. Este era responsável por registar tudo o que acontecia na viagem.

A vida a bordo das caravelas era difícil. Eram muitos os perigos e privações que tinham de enfrentar. Tinham de estar sempre alerta para controlarem as velas e con-seguirem bolinar, ou seja, navegar contra o vento. O piloto tinha de ter em atenção as correntes e orientar-se pelos astros e pelas cartas de marear.

Durante as tempestades morriam muitos homens e perdiam-se muitos alimentos, o que era muito grave, já que a alimentação era escassa e não se sabia ao certo a duração da viagem.

A alimentação a bordo era feita sobretudo à base de biscoitos, carne ou peixe salga-dos ou fumasalga-dos, bacalhau, frutos secos, feijão, azeite, mel, pão e vinho. Era ainda cos-tume levar no convés alguns animais vivos, como galinhas, ovelhas e outros, para terem carne fresca; contudo, eram insuficientes. Como não comiam vegetais nem produtos frescos, os marinheiros eram muitas vezes atacados por doenças como o escorbuto.

As más condições de higiene eram também causa de muitas doenças. Os cheiros dentro do navio eram nauseabundos. Não havia casas de banho, as pessoas para pouparem a água não se lavavam, os animais circulavam pelo convés, a comida armazenada apodrecia. As roupas eram lavadas no mar e secavam no corpo. Os marinheiros andavam descalços, dormiam no convés, mal abrigados do frio, e com a roupa molhada. Era difícil a vida no mar!

Mas havia momentos de lazer. Para ocuparem os seus tempos livres os marinheiros pescavam, jogavam aos dados e conversavam. Aos domingos e dias festivos havia missa cantada. Por vezes faziam-se procissões. Quando paravam nas praias, aproveitavam para recolher alguns alimentos e lenha, abastecer-se de água doce e limpar o navio. Matavam os ratos e os insectos e desinfectavam o navio com enxofre ou alcatrão.

(23)

P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

fotocopiáv el Condiçõesde higiene e de vida Dificuldades Lazer Alimentação Alimentos: Consequências:

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TEXTO PARA ESQUEMATIZAR

2

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Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

fotocopiáv

el

Nome N.° Turma Data

Avaliação Professor(a)

C

OMO

R

ECONHECER UM

C

IENTISTA

Para reconhecer um verdadeiro cientista, não há um método cem por cento seguro, mas a descrição seguinte pode constituir um bom método de trabalho.

Em primeiro lugar, uma pessoa que leve debaixo do braço um exemplar do New Scientist não é necessariamente um cientista. A maioria dos cientistas lêem essa revista à socapa e nunca o referem. Alguém que use a expressão “rato de biblioteca” não é um cientista, a menos que coma a primeira parte da mesma.

Uma pessoa que vista uma bata branca será, provavelmente, um cientista, a menos que esteja acompanhada por outra pessoa vestida do mesmo modo que leve um colete-de-forças. A pre-sença de vários instrumentos de escrita a caírem do bolso supe-rior é um indicador de confiança de que estamos a lidar com um espécime verdadeiro. É claro que há outras pessoas que também usam batas brancas, como os médicos ou os que anunciam pas-tas dentífricas na televisão, mas não costumam ter nódoas sinis-tras nem partes carcomidas por ácidos.

Atenção à tabulafilia, que pode definir-se como uma obsessão pouco saudável por quadros e que é um indicador seguro da presença de físicos. Se um físico isolado pode comunicar com um leigo, embora com dificuldade, dois físicos só podem con-versar entre si na presença de um quadro preto, no qual dese-nham freneticamente símbolos cabalísticos. Se não houver um quadro à mão, não terão quaisquer problemas em utilizar ale-gremente a parede da sala.

O comportamento anómalo nos lavabos também pode consti-tuir uma pista. Se vir alguém a lavar as mãos antes de fazer chichi, pode catalogar essa pessoa, sem qualquer dúvida, como químico.

Todavia, o teste perfeito é olhá-lo nos olhos, que são um livro aberto, desde que tenha um pouco de prática. Os olhos do cien-tista verdadeiro mostram desespero contido. As razões são de duas ordens:

1. O facto de nunca ser possível provar que as teorias científi-cas são correctas. Apenas é possível provar que são incorrectas. E isto de algum modo pesa fortemente no inconsciente científico colectivo;

(25)

P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

fotocopiáv

el

ruas e o de político.

Se qualquer outra coisa falhar, o estudo da gramática, da sin-taxe e dos padrões de discurso do indivíduo costuma desempatar o jogo. Os cientistas dizem coisas como “tudo depende do que pre-tende dizer com…”, “numa primeira abordagem…”, “dentro dos limites dos erros experimentais…”, “defina o termo…” e “ordens de grandeza” (que nada têm a ver com instruções militares).

Finalmente, e o que é mais interessante, os cientistas conseguem falar com parágrafos numerados e ordenados, como é costume proceder-se em revistas especializadas. Quem domina esta técnica com mestria consegue mesmo usar asteriscos e notas de rodapé. Não aconselhamos esta experiência a novatos sem que antes te-nham uma boa dose de prática.

Brian Malpass, O Especialista Instantâneo em Ciência, 1.aed., Ed. Gradiva, 1996 (texto adaptado)

1. Esquematiza a informação que este texto apresenta, de acordo com estes passos:

a.Sublinha, em cada parágrafo, as palavras ou ideias principais (aten-ção: sublinhar tudo é o mesmo que não sublinhar nada!).

b.Anota, à margem de cada parágrafo, uma palavra ou frase curta que indique a ideia a reter.

c.Escolhe o esquema gráfico que contenha essas palavras ou ideias--chave e que mostre a relação entre elas.

(26)

CONSTRUÇÃO DE TEXTO

1

P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

fotocopiáv

el

Nome N.° Turma Data

Avaliação Professor(a)

1. Lê o início e o fim de um episódio narrado por um dos intervenientes. De seguida, ima-gina e redige a parte que retirámos ao texto. Deverás:

– manter a narração em 1.apessoa; – utilizar discurso directo;

– introduzir curtas descrições (de personagens, ambientes, reacções).

V

OAR

– Hoje vou voar a sério! – anunciou um dia o Gouveia, à saída da escola.

Acompanhámo-lo, para ver como era. Pelo caminho ele ia armando o seu mistério. Curiosidade danada, a nossa! Mas nós aju-dávamos a criar a fantasia.

– Fabricaste umas asas?

– Frio! Frio! – respondia ele, rindo. – Vais mas é voar num cabo de vassoura! – Isso querias tu! – continuava, perdido de riso até às lágrimas.

(27)

P

fotocopiáv

el

Só sossegámos, com a consciência remordida, quando soubemos que o Gouveia não tinha morrido. Uma data de tempo na cama do hospital com as pernas e os ossos da bacia partidos.

(28)

CONSTRUÇÃO DE TEXTO

2

P

Palavras a fio

, 7.°

ano – Caderno do Professor

fotocopiáv

el

Nome N.° Turma Data

Avaliação Professor(a)

1. Conta, por palavras tuas, esta banda desenhada “muda”. Distingue claramente as três partes assinaladas: introdução, desenvolvimento e conclusão.

I

NTRODUÇÃO

D

ESENVOLVIMENTO

(29)

P

fotocopiáv

el

(30)

SOLUÇÕES

Pág. 7 O PESCADOR E ASEREIA a.PF; b.PF; c.V; d.F; e.PF; f.V; g.PF; h.V; i.F; j.PF; l.V; m.F; n.PF; o.V. Pág. 9 O COELHO E AHIENA 1. b; 2. b; 3. c;4. b; 5. a; 6. b; 7. a; 8. b; 9. c; 10. a. Pág. 11 A ESTRELA

a.V; b.PF: mas bem arquitectadas; c.PF: longe; d.F;

e.V; f. V;g.V; h.PF: de manhã; i.V; j.F; l.V; m.F; n.PF: bateu à porta de casa do amigo; o.PF: O menino des-confiou; p.V.

Pág. 13

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1. a.V; b.NS; c.NS; d.V; e.NS; f.V.

2.“Castelo”; “medievais”; “herança árabe”; “mura-lhas”; “cultura milenar”.

3. motivar os Portugueses para conhecerem melhor Portugal.

Págs. 14 e 15

O BULE DECHÁ

1.Palavras pela ordem em que devem ser colocadas no texto:

museus; contar; jogar; parceiro; óptimos; melhor; papel; cristal; maravilhosa; estimava; raiva; arte.

2. a.V; b.IS; c.IS; d.V; e.IS; f.F (“…receavam que ele perdesse.”); g.V; h.V; i.F (O ministro é que se propôs jogar com o imperador.); j.V; l.F (É por isso que, no museu, foi colocado o bule sem a tampa.)

Pág. 17

O RAPAZ E OLIVRO 1. b; 2. b; 3. c; 5. a; 7. c.

Págs. 18 e 19

A SEREIA DEPONTARUIVA 1.e 2.Exemplo:

1.° §No século dezasseis, um pescador da Ilha das Flores ouviu um canto de mulher e contou que havia uma sereia naquela localidade.

2.° §Dias depois, foi procurá-la.

3.° §Encontrou, então, uma linda rapariga de olhos azuis, pele clara e sardenta e cabelos ruivos, que lhe contou que era irlandesa e que fugira de um navio pirata.

4.° §O pescador ficou encantado e levou-a consigo para casa.

5.° §Mais tarde, os dois casaram e tiveram muitos filhos parecidos com a mãe.

6.° §E porque muitos habitantes tinham os cabelos ruivos, aquele lugar passou a chamar-se Ponta Ruiva.

Págs. 20 e 21

DINORAH

1. e 2.Um resumo possível em seis parágrafos: Dinorah, uma bela moura do Algarve muçulmano, vivia num belíssimo palácio.

No entanto, sentia-se triste e sozinha por não ter ninguém a quem amar.

Certa tarde, um trovador que a viu perguntou-lhe como a poderia alegrar e ela pediu-lhe que casasse consigo.

Quando Alá soube que uma moura e um cristão tinham conversado, decidiu castigá-los.

Nessa noite, o trovador cantou e Dinorah dormiu tranquila porque já não estava só. E, de manhã, ela viu da sua janela o trovador acenar-lhe, rodeado de péta-las brancas de noivar.

Porém, quando ela lhe estendeu o braço, foi trans-formada em fonte e o seu trovador em lago. A partir daí, correm juntos para o mar e, na Primavera, Alá manda-lhes flores de amendoeira para que possam noivar.

(31)

Elementos da armada: capitão-mor; mestre; piloto; contramestre; despenseiros; cozinheiros; carpinteiros; tanoeiros; barbeiro; cirurgião; capelão; marinheiros; grumetes; escrivão.

Dificuldades: os ventos, as correntes, os

instrumen-tos de navegação, as tempestades que provocavam a morte de homens e a perda de alimentos, a duração incerta da viagem.

Alimentação

– Alimentos:biscoitos, carne ou peixe salgados ou fumados, bacalhau, frutos secos, feijão, azeite, mel, pão e vinho; carne fresca; não havia vegetais nem produtos frescos.

– Consequências:doenças como o escorbuto.

Condições:

– de higiene:cheiros nauseabundos provocados por: a) inexistência de casas de banho; b) falta de cui-dados de higiene pessoal; c) circulação livre dos animais, d) apodrecimento de alimentos. Limpavam e desinfectavam o navio apenas quando paravam nas praias.

– de vida:os marinheiros lavavam a roupa no mar; andavam descalços; dormiam no convés; passavam frio.

Lazer: pesca, jogo de dados e conversa; missa

can-tada (domingos e dias festivos); procissões.

Págs. 24 e 25

COMORECONHECER UMCIENTISTA

Proposta de esquema:

Pistas para reconhecer um cientista

I. Não é necessariamenteum cientista quem:

a. lê a New Scientist;

b. usa a expressão “rato de biblioteca”. II.É provavelmenteum cientista quem:

a. veste uma bata branca, com instrumentos de

es-crita no bolso superior e nódoas sinistras ou par-tes carcomidas por ácidos;

c. lava as mãos antes de urinar (trata-se de um

químico);

d. revela um desespero contido no olhar. Razões:

– nunca se poder provar a correcção das teorias científicas;

– o baixo estatuto social da sua profissão.

e. usa determinadas expressões no seu discurso; f. fala/escreve com parágrafos numerados e

or-denados.

Págs. 26 e 27

VOAR

Parte retirada do excerto:

“Atas um foguete ao rabiosque e pedes à gente que te bote fogo!”

“É o botas!”

“Depois, no ar, pareces uma bicha-de-rabiar.” “A tua mãe!”

Chegámos à casa dele. Apontou-nos lá para cima o varandim das águas-furtadas:

“Esperai aqui!”

Fomos para o outro lado da rua, encostámo-nos a uma parede, de nariz no ar. O janelo chiou emperrado. Aparece o Gouveia, galga a grade de ferro e, um ins-tante oscilando sobre o abismo, as biqueiras das chan-cas fora da estreiteza do parapeito, abre a negridão de um enorme guarda-chuva. Roíamos as unhas, a respi-ração contida e o corespi-ração louco. O companheiro lança--se no vácuo… Havia milhões de séculos que a natu-reza tinha inventado a umbrela com seus equilíbrios radiais. O fulcro do pára-quedas improvisado encon-trava-se deslocado e num ápice um golpe de ar guina as bandas gomadas para a direita e, despenhado, o pobre Gouveia, sem o tempo de um grito, vem esborra-char-se no solo como morto. Desatámos aos berros. Acorreram os adultos, o Fortunato, o Marques, o pa-deiro, o Dr. Moreira, o professor, o abade. Comparece o Dr. Maurício, que se ajoelha a auscultar, a abrir as pálpebras, a dar ordens. Chega a ambulância…

Referências

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