;JUAN ALFREI>ó CÉSAR MULLER
Alt1uimia Moderna
( '1.'rnnspsicologla)
fNDICE
Falando de uma.migo ...
PRIMEIRA PARTE
Capil•los Págs.
1 - Meu encontro com o Magistcr Regiomontanus 15
II -Que é o tempo 19
Ili - Que é psique?
?3
IV - Que são os sonhos 25
V - Como inter-atua o plano da; realidade humana e a psique Zl
VI -O plano arcaico de comunicação 29
VII - Formas de comunicação ditas lúdicas 33
VIII - As formas coletivas de expressão dos afetos 39
IX -A doutrina Zen 45
X -Que é a Homeopatia? 49
XI - Relação entre a kinestesia lúdica Zen e os cacoetes 51
XII - Função dos círios e das "comidas-de-santos" 53
XIII - Que ó a Astrologia? 57
XIV - Que é Mágia? 6S
XV - Plano de pesquisa dos Test 71
XVI - Topografia dinâmica da Homeopatia 75
XVII - Que é a Parapsicologia 85
SEGUNDA PARTE XVIII -O problema da realidade
XIX -O diagn6stico e a clínica XX - Experiências clínicas XXI - Caso li
XXII - As neuroses metagênicas Epílogo 89 91 99 107 123 133
A Ruth, meu simbi<ótico sinfônico essencial
Ao meu Professor
L.
Szondi, continuador de Freud., criador de um sincretismo didático na Psicoterapia,
e do teste que leva seu nome.Ao meu iniciador na Homeopatia, Dr. Carlos Armando de Moura Ribeiro
o AUTOR
FALANDO DE UM AMIGO . . . O AUTOR
Prólogo, prefácio, ou apresentação de um livro,
nada
representam, anão
ser pela homenagem do autor a um dileto amigo, ou pela necessidade de alguém melhor colocado no campo de investigação, robustecer a opinião geral, frente àquela levantada pelo autor. Não estou em condições de estar entre os segundos, e ainda que o estivesse, renunciaria, para colocar-me entre os primeiros.Não fôra mesmo estar em condições de sentir o trabalho
do
Prof. Müller, pela densidade de conteúdo, nos diversos campos em que se atua, mas pela validade de suas afirma ções, jamais teria aceito escrever estas palavras surgidas maisdo
desvanecimento, da alegria e da amizade que nos une.Conheço Juan Alfredo César Müller
há
alguns anos, efoi tempo suficiente para saber o quanto de seu valor, trans cende o comum dos Psicólogos, para colocar-se um pouco além, dentro dos problemas da psiquê humana. O seu tra balho tange, por muito que ali venha uma intenção pro funda dentro do campo da Psicologia Clinica, aos limites sempre permeáveis de uma psicologia filosófica, e formula ções independentes de "TRANSPSICOWGIA", como êle próprio o intitula.
O livro causou-me admiração desde o início. No diálogo fecundo surgindo, com seu "antepassado" Johannes Müller - REGIOMONT ANUS - o cerne do trabalho saltou-se aos olhos diante da conceituação de Psicoterapia: "Psicoterapia
10
JUAN ALFREDO C�SAR MÜLLERé
a conceituação da problemática huma111L vivenciada afetiva e intelectualmente". Logo de pronto· então, sobreveio-me aquela opinião que já mantinha do Prof. Müller, de ser êle tão amplo em suas concepções, como o são as comunicações existentes entre o homem e a imensa 111Ltureza cósmica.Se falo
de
um amigo, cabe-me o direito de sentir em palavras o que senti ao ler seu trabalho. ToT111Lr-me-ia longo demais e por certo carente de espontaneidade, se tecesse aqui comentários técnicos e cientificas a respeitode
suas concep ções. Porém, não posso furtar-me ao desejo de considerar a amplitude com que êle aborda o problema da comunicação nos diversos planos, elaborando fundamntos válidos para uma nova e ampla posição, no campo da terapia psicológica. A comunicação arcaica, lúdica e coletiva, uma vez bem ma nipulada pelo terapêuta, fornece sem dúvida uma verdadeira corrente simbólica de possibilidades a111Lllticas.Müller, formado 1llL escola de Szondí, que tão bem soube colocar - sincretismo didático na Psicoterapia - o homem dentro de uma dependência genética, da evolução da libido (Freud) e da Psicologia AMlítica (Jung), concebeu-lhe grande bagagem eclética, para hoje, no seu trabalho, ressurgir a pro blemática huma'lllL colocada sob diversos prismas conceptuais. Cabe ainda acrescentar que o Prof. Müller é profundo conhe tedor de Astrologia, Grafologia, e de um cabedal invejável dentro da Homeopatia, agregando ainda a sua excelente for mação cultural, que hoje atinge até o campo da eletrônica, onde seus lustros não são poucos. Apaixonado de problemas da Magia, desenvolveu através de observação direta, e os conhecimentos profundos que possui sôbre a Parapsicologia, novas visões convergentes nos problemas de distúrbio da perso111Llidade e da neurose, levando-o a uma posição real mente interessante que merece observação e continuidade de investigações.
Resumir-se-ta portanto que o Prof. Müller, Psicólogo Cli nico atuante, com apreciável conhecimento 1llL matéria citada
ALQUIMIA MODERNA
11
no pardgrafo anterior, chegasse a umcaminho
tlÕllO·
dentro da Psicologia, e procurasse apoiado na sua continuapreo
cupação de a;udar a criatura humana avi"87' melhor
emat.
feliz, apresentasse um trabalho como olitlTO que o lettor tem
pela frente.
A Zettura é di
jfcil
, mesmo aos especial
ista
snão
famtlla rizadoscom
a cultura astrológica, homeopdttca,parapsicoló
gica.Vou del:rar
aqui uma sugestão ao meu amigo Miillerque volte a
pub
lic
arum
trabaJ.ho onde as concepçõespor
êle levantadas, se;am elaboradas mais detalhadamente eonde o
conhecimento sôbre cada matéria se;a o mínimo, a quem ttvesse interêsse em ampliar as pesquisas dentro dêsse campo
..
O
paralelismo levantado entre as concepções analíticasda
psicoterapia contempor(jnea, c
om
a fenomenologia apresentada, vem despertar um interêsse nôvo, chegando a admitir como principio, que tanto a neurologia, fisiologia, antropo·· logia, e a própria psicologia, estão ainda no início e que me· recem um aceite provisório, a fim de que surja elaboração de novas apreciações.
Simbiótico sintônico e Simbiose de Carência, são posi ções bem aceitáveis se quiséssemos colocar o assunto hoje nas lides da terapia em nivel "psi". O trabalho de Jan Ehren wald, em "New Dimensiona of Deep AnaJ.ysis" e as últimas pesquisas relatadas no trabalho "HaJ.lucinogenic Drugs And Their Psychotherapeutic Use", "The Proceedings of the Quar tely Meeting o/ the Royal Medico-Psychological Association", London, Feb. 1961, demonstram
já
existirem as possibilidades de agregamento da Percepção Extra Sensorial (ESP) dentrodas considerações clinicas. O homem é uma unidade, ao mesmo tempo que uma micro-unidade em comunicação con tínua com os fenômenos da natureza cósmica. Sem dúvida que a Psicologia Científica, tem que manter uma posição nomotética (procura das leis universais). Para o cientista, o indivíduo singular é l'.l.penas o ponto de intersecção de algu mas
variáveis
quantitativ
as, afirma H. J. Eysenck, em "The12
JUAN
ALFREDO cnSAR MULLERSctentific Study of Personality'', N.Y. MacMillan,
1952.
Não é essa a posição geral da Psicologia, ou melhor de alguns se seus representantes, mas muitos são aquêles que hoje, tentam uma investigação de maior amplitude, onde o homem possa, além de sua singularidade pessoal, encontrar leis mais amplas. É
o caso da sincronictdade, levantada por Jung. Oscasos clinicas apresentados pelo Prof. Müller, são poucos para estabelecer conceituação, mas não é isso que êle pre tende, embora possa dentro de sua grande experiência clínica, relatar e expôr muitos outros, a fim d.e fornecer material d.e tnvestigação aos mais dogmáticos. Quem com êle porém, já sentiu os resultados cllnicos, sem dúvida estaria bem mais perto do aceite de sua posição.
Novamente voltamos a dizer que nossa posição não é de eritica, e para aquêles que por ventura fôr, caberia acres eentar que o trabalho clinico do Prof. Müller é perfeitamente válido dentro dos cdnones estabelecidos pela sua técnica, e se tôda a exposição da primeira parte do livro leva a tramita ções outras que
não
aceitas pela Psicologia clássica, fica por eonta das investigações futuras que provarão ounão,
suas hipóteses.Trabalho pioneiro, de grande coragem, elaborou o caro amigo Mii.ller. Sua posição filosófica, dentro do campo da :Psicologia, levada a entender definições do homem numa totalidade completa, não é nova, e bastaria verificarmos o quanto
hoje, surge
novatendência
aglobaliaar conhectmentos
dos diversos campos do conhecimento da natureaa humana, em favor de uma perspectiva mais ampla da grandeza da psiquê, dentro de um contexto ainda maior da magnitude humana, na infinitude universal.Os três planos de comunicação - arcaico, lúdico e cole ttvo - elaborados por Mii.ller é de uma grandeza tal, que mal podemos deixar de conceber o quanto as ligações da personalidade humana, deixa de estabelecer vínculos com o mundo do qual é participe integrante. "Simbiose de
Comuni-ALQUIMIA MODERNA
13
cação e Expressão", fornece um entendimento globa
l daqutla
que hoje é apenas considerado como fenómenos de ordem psico-social. O homem é representapção universal, e é e será sempre a matéria prima necessária
à
sua compreensão e um melhor enqu.adramento da criatura no seu mundo atuante.O Prof. Müller, quer queiram ou não, as fontes oficiais
da Psicologia, é homem nascido para cumprir uma missão Virtuosa, na
qual
se desvenda através do seu livro, as pri meiras linhas mestras. Não despre2a e nem abandonanada
daquilo que a sabedoria humana despejou na história, e lê-se claramente na sua intenção, o aceite pleno da vida tal como ela é - sem cair no exagêro de um determinismo histórico - procurando compreendê-la, e tirando da experiência Viven ciada, conclusões particulares, que somente são aplicáveis em parte à unicidade de cada ser humano.
Perdôe-me o leitor, não encontrar o esclarecimento que normalmente se busca num prefácio, e excuse-se o amigo Müller por estar em parte ausente, na complexidade de seu saber. Entretanto, pouco ou muito, estou conVicto de que
ê
preciso mais sabedoria daqueles que lidam com a psiquê humana, deixando que l1t2es aparentemente invisíveis ilumi nem também o seu saber.
Venha,
caríssimo Müller, que as réstias de luminosidade de seu livro formarão, senão hoje, por certo amanhã, novas clareiras, onde o homem podercf ver-se mais reali2ado e melhor compreendido.Nélson Cassiano Professor de Pskologia. da Personalidade, da
Faculdade de Filosofia de Mogi das Cnues,
O.M.E.C.
(Organiaofijo Mogiana
de Ed0<ação e Culh<ra).PRIMEIRA PARTE
CAPÍTULO I
MEU
ENCONTRO COM O MAGISTER REGIOMiONTANUS Um sábado de setembro de1950.
Cidade de Zollikon,perto de Z
urich
.Estava em c
asa
de meu professor de Acon:selhamento Psicológico, Max Pfister, autor do teste das Pi râmides Coloridas, preparando
a
tese que me daria o diplo
ma
de psicólogo.
Sua casa, além de me fornecer uma vasta biblioteca, ainda me proporcionava o ensejo de trocar, tôdas as noites, valiosas impressões com o Professor e com meu dileto -colega e amigo,
Ulrich
Moser,atual
catedrático de Psicolo.gia da
Universidade de Zurich e quena ocasião também
era
hóspede de P.fister.Aos
sábados, ambos colaboravam no acabamentode
meu trabalho sôbre
o teste de van Lenepp, estruturalmente'Semelhante
ao TAT (1) ejantávamos
juntos. &ta noite,porém, parecia mais importante
que asoutras;
foi o que deduzi das p·alavras de Pfister: "coloque mais um copo·à mesa e o melhor vinho do Reno, pois teremos uma visita". Com efeito, logo tocaram a campahinha e a·pareceu
à
porta um personagem majestoso, chapéu
cinza à
cab
eça
distintivo dos médicos - e trajando vestes medievais.
(1) TAT - Themattc Apperception Test - Teste pl!llcológlco
à base de lâminas em braneo e .prêto, sõ
b
re
aa qua.is o testado deve ·narrar hietórfas, partindo de conteó.d<J1 proJet1Tot16
JUAN ALFREDO Cl>SAR MüLLER
- Servus Magisler: já o esperávamos, disseram Moser e Pfister ao recém-chegado, que, ass
i
m que se instalou. diri
giu-se·a
mim numa
lemão medi
e� al - quese
entendia bem por ser muito semelhante ao dialeto falado ainda hoje em Zurich - dizendo :- "Sou Johannes Müller, e po
r ser
seu ante
passa
do lenho especi
alinterêsse
por você. Vim para responder suas perguntas e melhor o encaminhar nassendas da
Psicologia."Johannes Müller ensinara M
a
temá
tica
e Astro
logiae
m Heildefüerg (de onde proveio seu cognomeREGlOMON
TANUS, lati ização de Heildelber
g, dedi
cando-se,mais
tar
de, à Medicina. Quando catedrático naquela Univ
ersida de, publicara um import
ante
trabalho, ensinando a domi ficar os hor
óscopos,isto é,
considera
ra
horae
o local de nascimento em sua interpretação.
R
egi
omont
anuscomeçou
dizendo:"Eu era alquimista. Um pisocólogo, como se diz
hoje,
Ja que ambos tentam dominar aa
rte da de
stila
ção-Os
alquimistas procuram a purificaç
ão,
destilando elixires; os psicó
logos usam a Psicoterapia
como destilador etambém
fazem magia
mental "."O
pensa
men
to que você chama de moderno
é dicotô mico, não unifi
cadoou
unificante. Por isso, se faz neces sário o eon
heciment
o de ciências não oficiai
s, assim co1no a ma
téria médica hom
eopática, a Astrologia, a Alquimia e correlatas. Sómente assim se atinge um sincretismo cul
tural
e sabedoriaé
sincretismo do mundo do conhecimento"."No momento da união dual Mãe-
F
ilho, o univ
erso é mágico,universalista
e talé
o método de pensamento apli
cadona
Homeopa
ti·a. Mais tarde com a cisão do ego, que originou
o "tu" e com a iden
ti
ficação diversificada com a Mãe e com o Pai nasceram as ciências analiticas,ALQUIMIA MODERNA
17
ditas modernas, inclusive a Psicologia, química do mundo do espírito. Portanto, é preciso reunificar êste universo do conhecimento, agora seccionado, fazê-lo renascer e
transportar o conjunto do lastro histórico para um alvo transcendente".
"&te é o seu dever e é para auxiliá-lo que estou aqui, _pronto para responder tôdas as suas perguntas, muito em bora seja êste um caminho que deve ser percorrido a sós." "Psicoterapia é a conceituação da problemática huma
na
vivenciada afetiva e intelectualmente.""Você aprendeu que a neurose pode ser o produto de
um
trauma de ordem pessoal. Para mim, no entanto, neul'OKI\
ó
umu menliru esquecida
, mas na qualain
d� acredi
lumos.Bmn
eMui,
Verdade e Mentira são, dentro do mundo do pensamento, merospontos
de vista. Assim, crescer e não revisar as lembranças e pontos de vista é propiciar o surgimento de neuroses. Pois o que ontem era verdade hoje é mentira. Desta maneira, a responsabilidade da neu rose ca:be sómente ao próprio neurótico e não à mãe pouco cuidadosaou ao
pai muito severo. Não existem culpas, mas sim necessidades não atendidas ou negligenciadas. A diferença está na coragem, mas o que é a coragem? . . •Sinceramente, não sei explicar".
"No seu trabalho não há julgamentos possíveis. Julgar
é
lentar ajudar e esta atitude cria ohrigaçõC6 que vão alémd11
finalidade de seu trabalho. Porém, se fôr indispensávelum
julgamento, perdoa
em seguida.É
melhor fazer, mesmo"rrundo.
Além do mais, julgar outra coisa não é senão visuulizur
um
problema particuJ.ar, tendo como referênciauossu própria concepção do mundo e não
da
pessoa emquestão.
E isto, como é fácil de ver, seria uma injustiça.""Nunca
se utilize de testes para medir a capacidade intelectual. A inteligência não representa a totalidadedo
18
JUAN ALFREDO C:l!SAR MtlLLER"Digo isso em seu próprio benefício e em beneficio de sua evolução. Confesso que eu mesi:no estou em processo evolutivo e por isso prêso ao mundo da verbalização."
"Verbalizar é errar, pois nada resiste a uma análise profunda. A análise destrói o objeto observado, exatamente como a 1uz destrói as moléculas no Jajcroscópio eletrôni co. Sàmente a manipulação de simbolos evita essa destrui ção - razão pela qual eu me utilizo dêles. Também a Astrologia trabalha em profundidade sem, porém, querer chegar ao âmago das coisas.
O
mesmo acontece quando se utiliza oLSD-25 (1),
conforme é do seu conhecimento. Com sua aplicação, muitas vêzes alcança-se a terapia, dispensando-se a verbalização. Eventualmente, a psicote rapia em nível "psi" pode provocar um fenômeno idêntico; símbolo não verbalizado, transmitido telepàticamente."(1) LSD-25· Acido LiHrglco - paicotr6pico pslco-dletéptico que 11ode provocar alucinações, aumenta a atividadie do Inconsciente, pro jetando-o no consciente em forma de afm.boloe. Elxf.ste a suspeita, por paranóias provocadas por seu uso constante, que o mesmo lesione as neuronas. Pelo menos "m. vitro" cria lesões.
CAPÍTULO II
QUE
É O TEMPO
- Magister, disse eu: gostaria que me explicasses o
IJUe é
oTEMPO.
- "Aprendeste que o tempo é uma dimensão.
Mu
êleé
energia, que vivemos, vectorializando-a em forma de movimento Como temos necessidade de projetar esta energia num determinado plano da consciência, ela passa a ser vivida como dimensão não espacial. O tem po astronômico possui um desenrolar continuo, que devemos chamar de lógico eé
usado pelo setor da personalidade que chamamos "ego"; êste tempo ainda poderia ser confundido com uma dimensão. Mas o in dividuo nãoé
apenas oque
êle conhece de si mesmoe que chama de "EU"; existem várias formas de cons ciência e, a cada uma, corresponde uma forma de per ceber a passagem do tempo e de usar esta energia.
"O
tempo astronômico ilusôriamenteé
confundidocom o tempo chamado de tempo comparado.
O
tempo nomporado é medido em função do desenrolar de fatosno ptnno biológico ou psicobiológico.
É
como se subisseo
clt!Ml'Ull
de uma escada, considerando-se cada degrau como1111111
fração
de tempo total. As vivências que chamamosde
pHh111lcnH
ou afetivas desenrolam-se no plano do tempo20
JUAN ALFREDO Cl!SAR MULLERcomparado; sendo tôda vivência uma comJmicação impli cita, podemos agora compreender porque o tempo subje
tivo
não desenvolve sua velocidade em forma constante.Uma
alegria, se não fôr excessiva, o acelera; um trauma odetém.
Supomos que o tamanho do corpo fisico e as batidasdo
coração podem ter alguma· relação com esta avaliação." "Em todo caso, os traumas detêm o tempo comparado. t.ste fenômeno explica o porquê das vivências traumatizan tes que, atuando por muito tempo, criam neuroses, embora na sequência de tempo astronômico tenham sido vividas em poucos segundos. As personalidades com imagos (su perego) desenvolvidos de forma adequada constituem as melhores proteções ante os fatos traumáticos; a racio nalização de situações que poderiam constituir-se em trau máticas podem também evitar a neurose; é por isso que os adultos, mais aptos a racionalizações, são menos per meáveis que as crianças às neuroses."Na escola homeopática existem psicotrópicos, (aliás. todos os produtos da Homeopatia o são); é o caso de "Can nabis indica", receitada quando o tempo parou.
O
"con ceito" de tempo comparado, porém, não pode ser aplicado nos casos de regressão vivencial, tal como acontece com a hipnose e o Iisérgico, usado experimentalmente.""Note que minha forma de expressão é uma sintese de atividade intelectual dedutiva e de formas analógicas
de expressão. O
sistema analógico, que a Psicanálise con sidera infantil e "mágico", é imprescindível como método de pesquisa, evitando que caiamos num racionalismo inútil. Só
poderemos abandonar os métodos analógicos quando· os conhecimentos técnicos o permitirem. Agiremos como uma grande companhia americana que exportava abaca xis do H;avai; os abacaxis deviam amadurecer a tempode
em:barcarem nos navios; a principio utilizaram-se os bons serviços de um feiticeiro, que. com rituais de magia, obti nha o resultado desejado; posteriormente foi descobe.rtoALQUIMIA MODERNA
21
,
lll
ac
os hormônios
da planta fôssem bem dosados
pro-ll
11v.kiom
o mesmo
efeito; resolveu-se, então
,
através da
r[1
1hni
co
, o problema
do tempo astronômico e comparado
dn
H
nbncaxis. Por
isso penso que os maiores progressos
111
J11
C
dicina es
t
ão
nas mãos dos químicos e biólogos, que
1
111
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·
11vum os cam
pos do futuro
.
"
"O
mecanismo
psíquico, que conceítualiza, vectorializa
v
ivência-tempo
,
ao mesmo tempo que efetua o seu
contrôle
afetivo é o EOO &!te mecanismo, ponte entre
o instinto
e o intelecto, como ensina seu mestre Szondi,
tem
a
função
da historicidade pessoal
.
"
"I
d
e
ntificando
o corpo físico com o tempo lógico, não
1
•
h
lll{
llmos
a notar
a existência do tempo comparado, que
l
ijmp
o
subjetivo,
inconsciente, e
é êste tempo comparado
qu
e
provoca os desvios
da paranormalidade, observado por
Hou
l
e
Cavernei.
As
capacidades
humanas
se encontram em nossa
es-r~ru
divin
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Vistas
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ÔHll\tlngulo,
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t
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Esta
coordenação prod
u
z
llOMHllIJJHl.1\l
•fi\
Ml!fJj IJVt\."CAPITUID III
QUE� PSIQUE?
- Magister, que
é PSIQUE?
- "Assim como o
"EU"
é o órgão que coordena 11. vi vência, isto é, a energia, a psique a fornece. Eleé
tudo o queign
oramos em nós. A
psique não coordena, não avalia, por não ser um órgão de bistoricid·ade e con trôle com o"EU",
mas altera, via ego, o plano de expressão destas energiae.A
energia transformada re cebe o nome de símbolo; sím
bolo é o aspecto homeo mórfico de uma realidade psíquica.Você deve lembrar de ter-se deparado, em seus estudos de te
rm
odinâmica,
com aTOPOLOGIA,
e;g
eometria de Poincaré, a qual incluía mais de um plano de realidadeem seus
cálculos.
Porexemplo: uma esfera que
passe
de uma dimensão para outra deixa
na primeira tão-
somenteuma
linha curva; esta linha curvaé
o aspecto homeomór ficoda
esfera, ou seja, o seu símbolo. Suponha agora queosta
esfera seja energia armazenada em outro plano e que, <1onforme as solicitações de ordem lógic
a ou analógica e com a intervenção do ego, passe a ser utilizada pela psiqu
e.
V11mos assim que a psique é um transformador de energia
11 1.101110 tal não recebe a atua
çã
o da psicoterapia; esta,ao
24
JUAN ALFREDO C�SAR MULLER
alterando a codificação de suas manifestações. Consegue-se a alteração de codificação, recriando, para oada caso, cir cunstâncias de dependência afetiva iguais àquelas que cer caram os fa.los, ou seja, c
ri-
and
o situações de transferência, como diz você;sóm
ent
e .assimserá possível
apagar uma manifestação e cria
r outra. Manifestaçãoé história, tempo
comparado, ego. Psique
é
energiaincomensurável
em si emerece os •&:tributos de onipotente, onisciente e onipresente que nós atribuimos a Deus. Deus não tem atributos, como já explicou o meu colega Meister Eckehart.
Tudo é
energia e nada mais; logo,tudo é
"psíquico"; nãoé
impossivel que apsique
possa governar a matéri
a, como acontece nate
lek
i
nesia, pois, embora em planos dimensionais diferentes, tambéma
matéria é energia; energia com tempo su.bcritico,diria
eu para ironizar. Psiqueé
matéria feitaluz,
matéria co� velocidade critica, se você puder aceitar que veloci dade é tempo expressado."CAPÍTULO IV
QUE SÃO OS SONHOS
- Magíster, e os sonhos que são?
- "Quando o ego equaciona as vivências, compensa-tórias ou não, sem a interferência de contrôle que o inte lecto e o tempo objetivo exercem sôbre êle, estamos
so
·nhando, ou temos uma alucinação.
O sonho é uma fase igual à hipnogógica, isto é, de introjeção e correição da programação do ego, é ati vidade compensatória também porque altera as exi gências e capacidades, ou as fornece
simbólicamente.
Sonhar é autoterapia como pode ser motivo de uma -doença, se sua atividade obriga posteriormente -0 ego a ·não mais poder se verificar na
existência
do tempo astro ·nômico.A verbalização terápica é um equivalente onírico cria do
(1),
porque durante o trB!balho de terapia a "ficção" -do sonho (2) se repete, é tomada como realidade, levando(1) A televlalo, o cinema, o teatro, alo tamb6m equivalentes i0nírico11 poHm dirigtdos sem uma finalidade ter.iplca concreta, com
exceção de alguns grand-es tra balboa. Em ffl, o lh'ro mala fàcilmBnte
l)ode alcançar esta flnaUdade dirigida.
(2) O sonho ' .. tlcglo ,; para o Intelecto, para o lnconaolente é 11ma realldade.
26
JUAN ALFREDO C�SAR MüLLERo ego a nova programação por mudança dos objetivos. Na terapia, a função intelectual de contrôle, comparação his tórica, e observação do tempo objeÜvo é projetada para junto do psicoterapeuta, assim o paciente vive num "sonho"' durante êste tempo de trabalho.
A segurança, durante o sonho desagradável, de "es tarmos sonhando", chama-se na terapia confiança no te rapeuta. Por isso sempre repetirei que o que cura é a trans ferência afetiva, é ela que permite novas formas de intro jeção.
Também por êste motivo os encontros não devem ser por regra mais frequentes do que uma vez por semana, porque a sua excessiva frequência vai levar o ego doente a não mais querer trabalhar e assim precisar "sempre" do abjeto transferencial para o autocontrôle e comparação dos dois tempos, das duas realidades, o que acontece às vêzes nas uniões duais, onde todo o contrôle é feito por uma das partes, mãe-filho, por exemplo.
Tempo real é a instância que
obriga
o ego a equacionar os seus objetivos de contrôle da energia fornecida pela psique, tanto "in natura" como via slmbolo.A atividade intelectual faz parte do supercontrôle, é parte do superego (é a comunicação coletiva, figura de
filogênese moderna, se comparada com a comunicação ar caica). As regras do conhecimento intelectual não são rea-· !idades em si, porém realidades válidas para determinado
momento histórico. Paranormalidade
é
a capacidadede
criar um mundo autoplástico e real, embora diferente, po
ré� respeitando a objetividade em si, fornecida pela ob
servação do mundo exterior. Por isso a realidade é algo diferente para o pal'anormal.
Q
paranormal não resiste à tentação de utilb;ar o sistema an!llógico de pensamento, pois para êle é um mundo "lógico" também."CAPÍTULO V
COMO INTER-ATUA O PLANO DE REALIDADE HUMANA E A PSIQUE
- Magister, como interatua o plano da realidade hu mana e a psique?
� "Os fatos psíquicos são vividos pe.Ios homens como
afetos.
Os
afetos podem ser diferenciados num plano arcaico, num lúdico e num coletivo. Esclareço que, por agora, não incluí no contexto as vivências m
i
sticas ou religiosas, por motivos de ordem prática.O mecanismo que ordena a exteriorização das energias.
encontra-se no ego, e a psique, além de .fundir os planos de comunicação, que nós separamos, complementa simbo licamente as
faltas
com a imaginação. Observe que a comunicação, para
chegar
à suaperfeição
e propi
ciar a fe •.lieidade individual, necessita de alguns requisitos; o ser
unitá
r
io necessí tuter
a sensação de domínio da coisa co-. munieada; necessita a exi
stência de um simbiótico siutônico que possa e queira receber a comunicação
emitida.
A
simbiose siutônica se efetua, criando um verdadeiro. cordão umbilical. Você conhece êstes fenômenos através das .Palavras "transferência" e "projeção"; êstes novos conceitos, porém. querem introduzir uma nova verdade. isto é, consideram que nenhum ser éunitàriamente
alguma28
JUAN ALFREDO caSAR MULLERcoisa e
que
todos, para viver, necessitam estar em simbiose 1'omunitária, tal como os planêtas que giram na dependên cia da massa de outros corpos.Cada tipo de comunicação possui a sua própria uni dade de percepção, pois não creio que sbmeute os cinco sentidos sejam suficientes para determinar
as·
corqplexasCAPÍTULO VI
O PLANO ARCAICO
DE
COMUNICAÇÃO- Magister, que é
plano
arcaico decomunicação?
- "É
urna das grandes manifestações da psique: osexo. Optei pelo nome arcaico, porque já a vida fetal se acha regulada pelos hormônios sexuais, além
de
êstes permitire
m
a propagação da vida física.No
adulto, ou seja, no ser que tem consciência do sexo, l\ste se manifesta corno um.a fôrça perene e que pode ser descarregada temporáriamente. A descarga pode ser feitauxo ou
auto-eroticarnentc. No segund
o caso a psique fornemm\
os componentes inexistentes, através da imaginação.O
intercâmbio é intensíssimo e,além
de hormonal emotor, possui tôda uma gama de exalações elétricas e per
fumadas
que oacompanham.
Não condeno o auto-erotismo, por ser u
m
a manifestação normal da personalidade em desenvolvimento, embora creia ser uma forma deficitária de provocar uma descarga; além do mais, quando reprimida, pode apresentar-se com<> um verdadeiro cacoete, dificultando o desenvolvimento harmônico da personalidade. No Egito a masturbação era proibida entre os religiosos, o queme
parece acertado, já que usavam o sexo para rituais de magia sexual. Mais tar de, os judeus generalizaram esta proibição, que alcançou30
JUAN ALFREDO CtSAR MVLLERos nossos dias. No Japão, não existe qualquer restrição a respeito, o "Giri" indica o quantum permitido.
(1)
O
individuo normal não deseja outra forma de comu nica
ção arcaica que a heterossexual. Qualquer outra forma
deve ser vista num plano de experiência ou de fixação perversa, caso se repita com frequência até tornar-se ha bitual.Todavia, não
p
ode enem
deve existir qualquer avalia ção negativa da expressão homossexual, quando fôr so cialmente aprovada,·fruto
das necessidade econ
ômi
cas de uma região. Lembro-me, por exemplo, do deus nigeriano GNO, o deus da chuva, que não permitia contatosentre
marido e mulhe
r
, a não ser três anos após o parto. Assim, maridos e espôsasviviam
com os cunhados, afim
de manterem os laços tribais vivos, mas de forma homosse xual· &ta medida possibilitou manter a população estável até que o desenvolvimento tecnológico permitisse resolver os problemas de alimentação e manutenção (2). Aliás, êstes problemas nigerianos são os nossos de hoje, com relação ao aumento da taxa de natalidade, não acompanhada de vidamente pelo progresso técnico e aplicação decapitais."
"A comunicação arc
a
ica total é feliz e por isso não é necessário que os sêres nesse estado precisemda promis
cuidade
sexual para se satisfazerem,já
queos
vi
ncula
s comunicatórios profundos são sempre estáveis.""A po
l
igami
a, que você postulava anteriormente, não(1) "Giri" á dlffcll expUcar o que -é, dlgamoa para abreviar que ' a parte dlo superego que regulamenta a lealdade do lndivf.duo com ê!la mesmo.
(2) A guerra do "Mau-Mau", que oa nlgerlanoa levaram contra os colonos inglêsea, era justamente .para reimplantar o reinado do deus GNO, e permitir assim ao pafa um desenvolvimento econOmlco har mOnlco. A pflula antlconcepclonal faz êate culto agora desnecessário.
Mala uma vez, a clêncla provoca no aeu tmpa.eto uma. mudança desa culturante e salvadora.
ALQUIMIA MO DERNA
31
e
aceitavel por razões econômicas; qu·ando, porém, os métodos anticoncepcionais estiverem mais desenvolvi dos, existirão menos barreiras a respeito. A moral social prende-se, meramente, a uma questão de sobrevivência eé
imposta pelos grupos que chefiam um conjunto de tribos.E
importante notar que não devemos identificar sobrevi vência com atividade econômica, pois ela não se restringe sómente a isso.""O prazer do sexo é importante, e é bom que você, como futuro sexólogo, saiba disso, porque permite que ·a comunicação arcaica se torne realidade e seja ao mesmo tempo descarregada. Existe, porém, mais de um forma de
110H
rx1>rimirmos
arcaicamente:é
a forma que Freud cha�1111111 do
sublimação do sexo.O
tempo comparado, no sercom
m1mlfeslnção bio-sexual, torna-se, neste caso, atem poral e, portanto, transcendente. Os animais:, tal como o"homo-rru:uniferus",
são transcendentes ao terem um filho, Mns todos nós ambicionamos uma tl'anscendência superiorà
biológica.""O sexo, para ser sublimado, requer algumas praticas que foram por tüo longo tempo
cuidadas
que o público as desconhece. O mesmo não acontece com a Santa Igrejaque
as repete simbõlicnmcnle na Missa. E ela não ensinauslus
praticas aos padresque
não estiverem iniciados nos Grandes Mistérios, para cvitur sua .profanação.""O calice (cheio de vinho) simboliza: o rosto ·humano; a testa é representada pelo corpo do cálice; o nariz é re presentado pelo suporte do cálice (pênis) ; a base simbo liza o bôca (os genitais femininos) que da
à
luz o Verbo; êste deve subir, como as energias que se encontram em baixo, nas gónadas e devem elevar-se, sublimar-se. Inde pendente da verdade mística na transformação do vinho em sangue de Cristo, a simbologia nos lembra que devemos transformar o sexo em atemporal e transcendente. Sômente isso, adequadamente ·realizado, permite a castidade e não32
JUAN ALFREDO çgsAR MULLER
por um esfôrço intelectual, já q·ue o intelecto I'C!ge uma parte mínima do ser. Castidades f"rçadas fazem surgir sintomas neuróticos. Simbioses sintônicas arcaicas religam o corpo sociaf ao plano individual e criam, também, uma certa forma de transcendência."
"Agora você compreende que perante os qµe têm o conhecimento pua sublimar o sexo, os que ainda precisam do coito para sobreviver são encarados por êstes· como um adulto encara o ato auto-erótico. Tudo é transição, tu do é devenir· ''
"Quando reprimida a descarga do sexo, exacerba o
desejo de posse do individuo em outros planos e êste pre cisará ter excesso de poder, dinheiro, roupa ou comida, o que se constitui numa manifestação de desequilibrio vi vencial."
"Você me dirá, então, que os alquimistas vivendo em castidade, à procura da pedra filosofal ou da transmutação dos metais, o fazem com uma finalidade compensatória. Direi que não, pois a transmutação da matéria sômente
é
possível quando o ser já se encontra transIIUJlado dentro dêle; o alquimista .procura apenas um sinal exterior que demonstre
ó
seu desenvolvimento.""Parece-me que a com1micação arcaica se encontra relacionada com a atividade táctil em concomitância com
a atividade olfativa. Sôbre os demais centros de percepção falaremos em outra ocasião."
CAPITULO
VII
FORMAS DE COMUNICAÇÃO DITAS LúDICAS
- Mn11leter, quais as formas de comunicações ditas
h'111lc11•?
"Co111ldei'O l11du1, ou
seja, jôgo, tudo aquilo que nãope1·tcnça
noliól'h\lllllro orcoico
e não seja atividade econômica.l�x11n1h)Afülo mola profundamente,
veremos que asativllbul11M hmnunas de
tipo fo.mlliar, como conver sar, ler um,lm•nul ou
revis
ta para "matar o tempo", ter um hobbyq11nlq11er,
participar de competições esportivas, jogar cartas ouxu.ckez,
ir •ao teatro ou ao cinema são meros jogos,CJllll
06adullos
h'ansformam em"sérios",
para diferenciá-los
cios das
crianças, colocando-se, assim,o adulto em ou
tro pl11110 social."
"ltste tipo de
comunlcuçllo, ass
im
como a sexual, nãoJ>rcclsam
de verbalizaçil.opara
serem vividos; o silêncioé
ludus, como o falarpode
sl!-lo tam!hém.A sim.pies pre
sença, os movimentos hn11el'Ceptíveis formam. juntamente com o simbiótico-sin tõnico, o ludus. Diferente do plano ar caico, aqui não existe eclosão e a satisfação
é
alcançada pela perenidade da comunicação.Seu órgão me parece ser o ouvido e sua expressão kinestésica. Esta atividade situa socialmente o individuo dentro do contexto social com umrol
e um espaço.""Dizemos, portanto, que a vivênvia gregária
é
efetuada34
JUAN ALFREDO C�SAR MULLERor
g
anizada é semelhanteà
não orga.nizada, com apenas uma diferença: ap
rimeira é a enc
ontr
ada na vida fami liar, numa roda de amigos etc., a segu
nda no trabalho. Neste existe necessidade de organização, sua finalidade fo. geà
alç
ada dos parti
ci
pante
s lúdicos e ao mesmo tempovemos a repeti
ç
ão da estrutura familiar: os pais (diretores) vivendo num mundo diferente do nosso e tom
ando deci sões, irmãos mais velhos a quem devemos obedecer e irmãos mais novos que nos devem obediência. E ainda mais, cria mos, com os que trabalham conos<:o, laços genéticos, pois as profissões selecionam as personalidades de acôrdo com seus mais profundos interêsses; e, se temos os mesmos interêss
es, temos ·a mema constituiç
ão ge
nética de acôrdo com Szondi, e por isso nossos companheiros de trabalho são nossos irmãos, Além do mais os esforços de adap tação podemoca
sio
nar def
orm
aç
ões
prof
iss
ionais, o mes mo pode acontecer nas familias, criando neuros
es
seme lhantes, por conviv
ência·"- Magister, quer dizer que o salário é um mero aci dente na vida de trabalho do empregado?
- "Sim, o sal
a
rio faz parte da estrutura social de jôgo, enquanto a atividade econômica da familia é real
izada:, nesta civilização, pela espôsa ou pela· mãe, quem compra enfim.
Em,
tôda& as estrutu
ras
sociais onde a. maio ria das pessoas têm atividade emp
regaticia, os vínculos do emprêg
o são mais fortes que os familiares; asf
amil
ias se de
sagregam por um processode de&aculturação pro
vocad
o pelas técnicas de ac
ulturação .ao trabalho."Nas civilizações onde ha grandes excedentes econô micos aparecem os passatem
p
os ou "hobbyes"; êstes serão importantes, na medida em1 que se puder exibir o que se fêz; quem estiver em condiç
ões de admira-lo sera seu pa rente lúdico.""A finalidade das terapias ocupacionais é tentar re criar um ambiente lúdico, no mesmo seI1tido
compe-ALQUIMIA MODERNA
35
titivo da vida familiar; no entanto, as terapias, tais
como são efetuadas hoje, apresentam falhas, pois
es-quecem que os materiais usados não têm
relaciona-mento simbólico com todos os
comunicantes lúdicos.
Não
é possível fazer terapia ocupacional em massa.
"A
,
atividade lúdica tenta diferenciar cada ser,
tanto
pela atividade como pela passividade. O triunfo não tem
valor
econômico,
mas
sim de diferenciação
lúcida
.
Uma
viúva
solitária
,
por exemplo
,
precisará possuir ao menos
um animal
que catalize sua
atividad
e
lúdica, isto
é,
afeti-va; do mesmo
modo, o solteirão,
saindo
do
emprêgo,
acha-rr\so
n
s
Ri'mbióti
cos
s
intônicos,
simbólic
os
ou
não,
no bar,
'""'" f111'1\, 110monoA
com os
copos, um
ruí
do que
possa
•l'I' p111·«1·hdo 1
H'
lo
l(ílrçiio,
seu
simbiótico complementar
; e
11gir{1 ll8Hi111, IJOI'
niio
Moro gnrçíio
seu
verdadeiro
comple-mento,
jlt
que
c
umpr
e
uma atividade econômica
com
re-111~'.lio·
ao
freguês.
(1)"
(1) A vinculação afetiva com ae má-quinas é lúdica e, portanto, nudtttvn. A máquina escrevendo, o motor andando, fazem ruido, co -Juu11lcnm~oo conosco, não nos sentimos sóe dentro do munclio.
On 111o(lornoa computadores, que são quase ellenc1osos, precteam 111 hu11'" uno lndLaucm o que estão tazend,o, com êles nos relacionamos 11n t1l11H1. vlnuu.I (colollvn), e não mate l\ldlcamente. Mas aparece um f1111r111111110 omvommlórlo: a música estridente, exagerada, orquestras
f0111 fn•Om tu.nto rumo como um tear com tanç&dtetra de ferro. E a 1p11t11r111non.o [o.m111o.r, u dopondêncta eim·biótica, ee faz vestindo roupa • 11t!lfll!1l.{!1~ <1uo diz .quo o aou portad~r pratica o tê·iê·lê.
11 1n IOMtõ é a revolta contra o maquinismo que, além de nos roubar l 1 't111d ho, o [az etlencioeamente, ttrando·nos o contato afetivo. (Ao 11110~0111 ln111J)o ó o símbolo da vkla. urobana, só poBSJ:vet por causa destas 0111111rt1111ul11m).
''" K~11IQ11 dn lâmpada de Ala.dlm trabalhavam ,em total
ellên-1111 , ,
ltow
ó
o
(luo
dá torça mágica ao relato; .por isso a magia, por)1 11 t 111• !HHltc llld1ca, atemoriza como boje o faz um computador, um t"ilur, 1; l•~ntOtJ outros aparelhos.
36 JUAN ALFREDO Cf!SAR MULLER
"Os club� são centros lúdicos e aparecem com a de sagregação da vida familiar. Os gritos da criança são con tatos lúdicos, como o chôro, e quando esta não tem para quer rir ou chol'ar se transf'ormará em esquizofrênica, pois será, ao mesmo tempo, ator e expectador de seus atos, por miecanismo de complementação psíquica."
"O salário é o vínculo coletivo, isto é, a simbiose com plementar é realizada via dinheiro."
"O único que tem vinculação real com o dinheiro é o dono da firma, na atividade lúdica organizada. Na fami lia, o mesmo padrão se repete. 11: o senhor da casa que é
responsável pelo dinheiro, não para gastá-lo, mas para fornecê-lo."
"Isso quer dizer que, após o parto, ·a dependência gre gária do ser se amplia. Inicialmente é mantida e até arn
piiada através da união telepática com a mãe, forma que vai cedendo lugar à verbalização. Por motivos culturais, o adulto não aprende a voltar às formas de expressão pré verbais, telepáticas, com tôda gama de percepções e capa cidades; estas formas de expressão são as estudadas pela parapsicologia."
"O campo da expressão lúdica da ,personalidade é o campo das psicoses; é o mundo de Szondi, de Adler, Bleu ler, Minkowski, Gebsattel, Wettley, Wirsch, Kuhw, Storch, Nijhoff e muitos outros- O do Freud é o campo arcaico.
Kraepelin separou as psicoses dentro de urna objeti vação lúdica da vida, por aquilo que o ser não era capaz de fazer no plano lúdico. Freud recebeu a influência dêste conceito, quando dava por curada a pessoa que tivesse bom relacionamento lúdico com a família de origem; com a adquirida e com o ambiente de trabalho."
"A doutrina ZEN e a Escola de Hahnemann têm-se distanciado dêste conceito, corno você verá."
"Neste plano (de atividade lúdica) não é importante o que é dito, mas sim o que fica subentendido; .é o mundo
ALQUIMIA MODERNA
37
11 11
l
l
1111Mu
K
ocial
,
dos imponderáveis, expressos numa
mi-1111
h
h111MfOH!11ou numa macro-movimentação
."
' 111rn11IJ1•ó•HO
que, além dos sons, é a movimentação
llllM
l
'
ll
l
i
u
'
c1
no
expressa a simbiose neste plano
.
A escola
111'
1
'
11
,
1\link
,
que analisa as neuroses pela rigidez
mus-111111,1
1
1pd
v
ul
c
á
medicina tibetima, que cega
seus
médi-·11
{Jll•'nm
e
lhor
poderem diagnosticar, através da
pcrcep-•
n11
1111
s
ituação
muscular. Percebo que você pensa que
,
1111doo se
xo
eclodido
por meio de movimentos, é também
1
'
1
1
1!
0
0
;
Isto
é
verdade
,
já que o ser é uma unidade total
e
1H[111110~
se
parando
as funções por razões de ordem
peda-1\1111
·
11
."
CAPÍTULO
VlllAS
FORMAS CDLETIVAS DE EXPRESSÃO DOS AFETOS - Magister, qual
aforma coletiva de expressão
dos nfetos?- "A
comunicação coletiva
é a
atividade econômica,vivida
simbiôticamentep
oraquêle que vende com
quemcompra.
Noentanto,
qu
em vende deve sero proprietário
da
mercadoria
ou sentir-se como tal e quemcompra
devefazê-lo
pai:ia usopróprio
ouda
familia, pois se não um ou os dois teriam umaatividade
lúdica e nãocoletiva.
A
comunicação
arcaicaleva os
sêres a um entendimento
mútuo unitário, nãopodendo, na v
er
da
de, servi
vida em
forma plural, apesar
dos
es.forçosretirados de
muitos. A
co
munic
aç
ão lúdica mantém umafamilia
unida,p
od
end
oe•ta
ser a de erigem, adq
uir
id
a oua do
traba lho. Mas nem uma nem outra mantéma unidade
gregária da humanidade,como ·acontece
através do afeto expresso pelo comércio. Asimbiose
complementarludus-coletiva
se faz quando uma das
partes encara sua atividade como
profissional; é o caso
do garção, que
jácitamos
eda
pros tituta, que estabeleoea ponte arcaica-coletiva,
pois sua atividade é profissional.Os t
ra
tad
osínterpovos
serã
ov
er
dad
ei
ro
sna
medida
que incluírem alguma motivação comercial: verdadeiro elo entre os povos ou tribos, se se quiser ver em
cada
na ção umat
ri
bo.40
JUAN
ALFREDOCÉSAR MULLER
Neste plano encontramos a atividade intelectual dedu
tiva e, como órgão, a visão.
Acegueira impede a manifes
tação coletiva, mas não a vida familiar; já a foJta, de en
tendimento auditivo impede êste plano de vida, enquanto
é impossível o sexo sem o tato.
E
note-se que a atividade cientifica, quando verdadei
ra, tem sempre por
fim uma finalidade econômica, e não
ideológico.
Aideologia cabe no plano lúdico por não ser
cientifica e dedutiva, mas afetiva-
Apropaganda tem fina
lidades coletivas e estabelece a comunicação via ludu6.
Temos agora a ponte que une cada plano estudado ao an
terior .. Marx entendeu muito bem a união dos proletários
do mundo, através da comunicação coletiva; esqueceu, po
rém, que sómente a posse, o domínio da mercadoria per
mite que a comunicação seja verdadeira.
Em ordem de
importância, a posse coletiva
é mais importante que a
comunioa
Ç
ão lúdica e esta
é mais importante que a sexual
nos sêres maduros e machos. Para as fêmeas, as atividades
lúdicas e sexuais são mais relevantes que
ascoletivas, o
que diferencia socialmente o homem da mulher, além da
fixação feminina no pênis paterno como ressaltam os freu
dianos.
O comunismo e o socialismo, portanto, não permitem
a comunicação masculina mais im,portante, o que torna os
homens infelizes e inativos. Por isso, predigo o desapare
cimento
d
êste
sistema econô
mico, dei�ando, quem sa!be,
u1nlastro: a liberdade de pensamento
e de oportunidades.
A ideologia suíça de 1291 equivale
àtentativa france
sa de igualdade, que se exacerba neuroticamente
nocomu
nismo, o qual não permite o domínio da coisa comunicada,
obrigando seus seguidores a encetarem outras funções,
como a do impossível
domínio político do mundo. Observe
que o gesto de saudação comunista - levantar o braço com
amão fechada - simboliza rejeição coletiva, mmpensada
pelo mecanismo da camaradagem. Hoje, na Rússia, já se
ALQUIMIA MODERNA
41
ptirmitem
algu
ma
sformas
deexpressão coletiva,
(aco
uwrcial) mas restringiram ao mesmo tempo
a
total liber•<lnde
arcaica
, válvulà que antes se tinha aberto para comp"11Hnção.
Compare o gesto comunista ao nazista: no segundo se
1micura,
com a mão aberta,o
contato com o arquétipoideal,
c
om o superego, da mesmaforma
que os norte-ame ricanos tentam fazer, bebendo leite; mas, aqui, ap
rocura éfilogenéticamente mais antiga, pois se procura a Mãe e não o Pai.
Que são as crises econômicas
se não
discordâncias en tre o tempo astronômico reale o tempo
comparado dêste plano? Infl
ação edeflação são
mecanismos que muito têm a ver com isso e falo assim esquecendo aminha
época,onde as crises tinham, quase sempre, motivações higiêni
cas -pestes - e 'escassez de
p
roduçã
o. Os progressos daat
ivi
dade dedutiva da
época atual permitem equilibrar, cada vez mais, os problemas desta faixa.{)s
simbolos que compõem o plano sexualjá
os estu daste na Psicologia; os que compõemo pl
ano Indico são representados pelas etiquêtas sociais. O do plano coletivo é o dinheiro, ou melhor, o ouro, já que o dinheiroé o
sim.bolo do símbolo. A sua ciência chama-se hoje Econo mia, embora seja
o reino
da Psicologia.Quer dizer que o ser se movimenta
na
vida, pela es colha, (real ou simbólica) porém há 1J1hrigaçãode
es colher,e isso p
rovém
de coerções fis
iol
ógicas (fome, sexo etc-) ou por motivos de comunicação ·afetiva (atitividade lúdica).
O afeto
é, portanto, a projeção de um fato externo ou interno, sendo que esta instância é ineludivel, e, não sendo convenientemente resolvid.a,criará
uma doença -na
doenç
a "sobra!'a
atividade42
JUAN A·LFREDO CSSAR MtlLLER
- Magister, embora não o tenha dito, parece dedu zir-se do que falamos que os traumatismos registrados pelo ego são os que provocam um comportamento menos gregá rio ou menos apropriado
à
estrutura social ou física do ser em questão e que, quando a neurose infelicita o individuo, chamamos êste mal-estar de neurose propriamente dita; mas quando o problema caus·ado por um comportamento anti-social ou antieconômico. afeta em primeira linha a sociedade, em lugar de afetar principalmente o próprio ser, chamamos de psicose, criminalidade etc.- "Efetivamente, o julgamento que fazemos dos sê res têm um valor lúdico; julgamos no piano lúdico até o ladrão, pois
êste nos tira objetos de
utilidade lúdica. Não existe latrocínio no plano arcaico, porque o que nos é rou bado é o companheiro ou companheira lúdica, não o ob jeto sexual.Assim, no plano do homem comum, a atividade reli giosa também é lúdica; as igrejas são oficiantes lúdicos, es
pécies de clubes com finalidade religiosa, ou melhor, de
procura de fenômenos pa
r
anormais, sem uma investigação racional,já
que a análise cultural e fenomenológica· do aspecto religioso é uma ati
vidade nova nesta civiliz·ação. Cada seita religiosa atua como uma sociedade científica ou um clube de futebol. Precisamos do simbiótico sintônicoespecializado
para podermos estabelecer uma comunicaçãoeficiente. Na igreja dos paises católicos, a comunicação es.pecfalizada
é
obtida através da diferenciação das ordens, que atuam no conjunto exatamente como seitas ou clubes diferentes, degladiando-se pelo poder central, número de igrejas, número de "sócios" etc, o que absolutamente nãolil'a o valor terapêutico da atividade destas congregações. Penso, inclusive, que cada congregação religiosa atrai, em função de sua estrutura, fenômenos paranormais diferen tes e especializados. A especialização seria fruto dos
as-ALQUIMIA MODERNA
43pectos de apresentação ou capa
c
ida
de especifica do in consciente reunindo os parentes genéticos.Estas pal
a
vras podem provocar uma queda em sua religiosidade; todavia considero isso necessã
rio para quereconstruamos a religião em um nível muito mais elevado; entenderemos
e
ntão que Deus nos fornece., diàriamente, milhares de bençãos, que a vida é séria e deve ser apro
veitada, mas que a: responsabilidade
é
inteiramente nossae não de Deus. Quando responsabilizamos Deus pelas coi
sas que acontecem, estamos fazendo uma· cômoda projeção; criando um,i.
de
pendência injusta parac
om o Todo-Pode roso e não nose
ximindo de nossasc
ulpas. Ac
onfissão exime quem confessa de suas culpas num plano psíquico; toda via, n
ã
o o faz num pla
no de comunicação ou de realidade.Mas, por êste motivo mesmo, a comissão é, verdadeira
mente, necessãria; ela amenim a culpa psíquica e nos permite reconstruir o que devemos reconstruir. Pois, dià riamente temos nov.as oportunidades.
O
arre
pe
ndime
ntoé
uma oportunidade para fazer melhor.""Deus é nosso amo, mas vivemos na naturez
a
e esta não tem amo: rege-se pelos princípios que lhe são próprios·
Nós, sêres humanos, que vivemos na natureza, dentro do mundo tridimensional,
l
emos que
aprender a conhecê-la para poder dominã-la.C
onhece
ré
atividade do pla
no co letivo e todos os benefíciosd
êste plano vão-serefletir
nosoutros. A
si�ologia do alquimista, que sabe fabricar ouro, significa que, pel
os seus conhecimentos, êle temc
apac
ida
dede se defender no plano coletivo. Isso não quer dizer, po
rém, que o alquimist
a
que sabe f.azer ouro sej a livre, pois pode ter fortes tendências a se projeta
r; é, justamente, o que você deve evitar
: projeções, identificações, para, afinal, ser livre. A in
d
ependênc
ia farã de você mesmo, nãomais
transmutável, porém transmuta
nte
catalítico."CAPÍTULO IX
A
DOUTRINA ZEN-Magister, fale-me sôbre a doutrina Zen.
O importante nesta seita religiosa do Ja.pão é a exis tência de um sinal externo nos que atingiram sua mela suprema; seria,. na sua linguagem, as pessoas livres de neuroses. :&!te sinal - O SATORI - manifesta
se por uma
i
ntens
a explosão ps
icomotor
a; riso,c
hôro,.transpiração e até câimbras. Deve ser observado por uma pessoa de hi
er
arquia
maior que a da que sofre o Satori.Sómente
aquêlesque te
nh
amp
assado por
Sa toris visíveisp
odem chegar
a ser bispos de uma igreja:Zen. Como nos siste:mas psicológicos ocidentais não existem tais sinais, utilizamo-nos
de
at
esta
dos
; não po demos por isso falar do aproveitamentoda psicotera-·
pia, em têrmos de expressão individual. Em nosso sis-. tema, a capacidade comunicatória nos
t
rê
s planosjá
exp
licadosé
que constituem sinais de equilibrio. Parao discípulo Zen, no entanto, saber dormir e acordar na, hora que quis
e
r, ter saúde objetiva e subjetivamente, e ter sorte, issoe,
não sofrer·acidentes, é
queconsti-·
tuem sinais de equi!ibrio. Para o Zen, a sorte se ex-·
pressa na capaci
d
ade de se salvar de um acidente; esta· sorte seria considerada na Igreja Ocidental comoobrâ:
46
JUAN
AILFREDOCliSAR MULLER
do Anjo da G11:arda. Mas Você, como psicólogo, embora não negue a existência do Anjo da Guarda, já que acredita em Anjos e, se não acredita, deveria f·azê-lo, pois .poderia vê-los durante a Missa, sabe que a pro teção é abl"a do inconsciente.
O saber dormir e acordar, quando se tem vontade, prova
o domínio fisico do corpo, e, portanto, diminui a predispo sição para as doenças psicossomáticas· As pessoas que desenvolveram esta capacidade libertam-se do absurdo cultural, que é precisarmos dormir oito horas para gozarmos de saúde. O sono deve ser regulado ,por motivações de tem po comparado, como todos os mecanismos psiquices e, portanto, oito horas de sono pode ser demasiada em algu mas ocasiões e pouca em outras. Você também já deve ter observado que é possivel dornúr "depressa" ou "devagar".
Ter
saúde significa ler o organismo em ordem; e isso é importante quando existe um motivo místico para se ser saudável, e não um econômico. A suprema contemplação só pode ser feita quando o corpo físico se encontr.a em ordem e quando houve um entendimento unitário do con junto do ser; não se enxergam o figado, os rins ou o san gue, mas se entende que cada célula do corpo é um; ser vivo e que tôdas .as células em trabalho ordenado formam o corpo humano, da mesma forma que muitos corpos hu manos formam o corpo social de uma nação. A vivência que você teve com o ácido lisérgico, sentindo que milhares de homiúnculos saíam de seu corpo antes de você morrer subjetivamente e retornavam quando você renascia, temo mesmo significado; a representação das células de seu corpo sob a forma de pequenos homens vem do falo de você ler Goethe assiduamente; se você fôsse discípulo da escola
Zen
teria visto pequenos Bodas,Ter sorte significa saber proteger o corpo fisico de possíveis acidentes. Existem inúmeros motoristas, por