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41074514 as Caidas Dos Buzios

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(1)

As Caídas dos

Búzios

MÉTODO PELA NAÇÃO DO KETU

ODU: ONICANÇAM

Caída de um búzio aberto e 15 fechados.

Quem responde é EXU.

O orixá estabelece a magia boa e má, a dubiedade e a certeza.

Representa maus presságios, roubos, ambições desenfreadas, brigas, contestações,

trabalhos espirituais realizados contra o consulente e prejuízos derivados de infortúnios

do cotidiano.

ODU: EDI NEGÊ

Caída de dois búzios abertos e 14 fechados.

Quem responde é OBALUAIÊ.

O orixá responde como médico, expondo simultaneamente, a presença de doenças e o

fim do sofrimento. Estabelece a vivacidade do raciocínio e da inteligência, decepções

amorosas e força com discernimento para desarmar os inimigos ocultos.

ODU: OGUNDA MASSÉ

Caída de três búzios abertos e 13 fechados.

Quem responde é OGUM.

O orixá responde com confirmação, com caminhos abertos e possibilidades de vitórias

infinitas, tanto profissionais, quanto sobre adversários e invejosos.

ODU: AGÊ MIRALÁ AGÊ

Caída de quatro búzios abertos e 12 fechados.

Quem responde é YEMANJÁ.

O orixá responde como a dona da cabeça que guia os atos do consulente, prevendo

mudanças profissionais e pessoais, riscos emocionais e traições.

ODU: AXÊTURA

Caída de cinco búzios abertos e 11 fechados.

Respondem: OXUM e OXUMARÊ.

Dúvida. O orixá responde emocionalmente, fertilidade e felicidade para o consulente.

Estabelece, ainda, a entrada de dinheiro e triunfo na profissão escolhida. Aviso ou uma

notícia inesperada pode acontecer.

ODU: OBARA – KÊ

Caída de seis búzios abertos e 10 fechados.

Quem responde é ORUNMILÁ.

O orixá responde positivamente em questões baseadas na justiça, ordem e

relacionamento. Estabelece, ainda, a presença de invejosos que podem levantar calúnias

contra o consulente.

(2)

ODU: ONDI – CANÇAN

Caída de sete búzios abertos e nove fechados.

Respondem: OXALUFÃ ou OXAGUIÃ.

O orixá responde que, embora, haja esperança, o sofrimento é inevitável em momentos

de tristeza e angústia. Contudo, a tranqüilidade irá imperar no final.

ODU: OGUNILÊ

Caída de oito búzios abertos e oito fechados.

Quem responde é OXALUFÁ.

O orixá responde dando proteção espiritual ao consulente, porém, alerta-o contra

problemas e doenças que o poderão atingir. Traições e pessoas vingativas estão por

perto. Sugere a união do consulente às boas amizades e o controle de seu temperamento

forte. Novas paixões e acidentes pequenos estão previstos.

ODU: EXÊ OBARÁ

Caída de nove búzios abertos e sete fechados.

Quem responde é XANGÔ AIRÁ.

O orixá responde como proteção ao consulente em questões jurídicas, que o favoreçam.

Contudo, a presença de XANGÔ AGANJU, pode denota desgostos, perdas

significativas, perseguições por pessoas ciumentas e invejosas, e mudança da situação

social em que se encontra.

ODU: OBATURÁ BESA

Caída de 10 búzios abertos e seis fechados.

Quem responde é XANGÔ AGODÔ.

Aqui o orixá responde com proteção jurídica, porém, o caso estará muito adiantado,

pois a causa irá à presença de juizes e superiores para ser resolvida. É positivo no lado

profissional do consulente, porém, há problemas de dinheiro. Sugere que o mesmo

reavalie tudo o que deixou pendente.

ODU: OULAÇAM LAACHÉ

Caída de 11 búzios abertos e cinco fechados.

Respondem ODÉ OXOSSI E OSSAIM

Os orixás respondem alertando o consulente sobre traições de pessoas distantes que se

aproximam, batalhas por negociações de posição profissional

e, principalmente, muita desconfiança no ambiente em que vive. Porém, se souber tirar

proveitos, poderá obter lucros.

ODU: ORIXÁ KÊ

Caída de 12 búzios abertos e cinco fechados.

Quem responde é IANSÁ

A orixá responde no tempo, definido o período em que o consulente irá se defrontar

com tristezas e vitórias, traições e conquistas, paixões e indecisões, podendo ser alvo de

intrigas e doenças passageiras.

(3)

ODU: ETALÁ METALÁ

Caída de 13 búzios abertos e três fechados.

Quem responde é NANÃ BURUKU.

O orixá responde como senhora das almas.

Alerta contra a destruição, as doenças, as decepções e os feitiços contra o consulente.

Alerta, principalmente, sobre a presença iminente da morte .

ODU: OUDUM MIRELÊ

Caída de 15 búzios abertos e um fechado.

Respondem: OS IBEJIS.

Os orixás respondem com surpresas, notícias que favoreçam o consulente,

relacionamentos instáveis, esperanças concretizadas e amizades novas que colaboraram

com o seu sucesso.

ODU: ORÊ BABÁ – BAJÁ

Caída de 15 búzios abertos e um fechado.

Respondem: OBÁ e ALOIÁ.

Os orixás respondem com a presença da justiça a ser feita e mudanças repentinas que

favoreçam o consulente.

Porém, o fator emocional estará abalado e, consequentemente, problemas surgirão

derivados deste fato, chegando a causar intrigas e desonras.

ODU: OUTUBÊ KONTAM

Caída de 16 búzios abertos.

Respondem: TODOS OS ORIXÁS.

O orixá responde com a verdade, a luminosidade, dos triunfos, dos lucros, viagens e

propostas que o favorecerão. As relações emocionais estarão em estado de positividade

e esplendor. Contudo, pode surgir o lado negativo, a partir do momento em que o

consulente adquirir novos lucros através de herança. AGÔ!

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O JOGO DE ODU

Este método é mais abrangente e leva no jogo os dezesseis (16) búzios.

RESULTADOS:

ODU: OKARAN

Caída de um búzio aberto e 15 fechados

Responde: EXU

Responde: “NÃO e SIM!”

Aqui, EXU está dificultando a realização dos negócios, propiciando discussões,

inimizades, provocando inveja e perturbações pessoais e emocionais de toda ordem,

que, no momento, confundem o consulente, fazendo – o abalar o meio em que vive.

(4)

Problemas espirituais acentuados, sustos, perdas, trabalhos feitos contra o consulente,

aprisionamento, perigos. Porém, EXU pode responder positivamente em questões com

perguntas mais precisas, pois simboliza que o orixá está presente e “de pé” (OTUBI).

ODU: EGI OKÔ

Caídas de dois búzios abertos e 14 fechados.

Responde: OGUM

Responde: “SIM!”

OGUM sempre favorece as situações do cotidiano, contudo, com problemas iniciais.

OGUM estabelece demandas, guerras, triunfos, porém, com inimigos ocultos.

Este resultado indica também a necessidade de perseverança, para que o consulente

sobreponha – se às provas, aos empecilhos iminentes para só depois obter os resultados

concretos e esperados.

Odu da cautela.

ODU: ETA OGUNDÁ

Caída de três búzios abertos 13 fechados.

Responde: OBALUAIÊ.

Responde: “NÃO!”

OBALUAIÊ é forte e sempre responde com força e decisão para suplantar os

empecilhos do dia – a – dia. Está caída denota doenças, golpes, paixões impossíveis,

dinheiro ganho através de herança, possibilidades de suicídio de alguém próximo ao

consulente, tendências para obstáculos e inimigos contínuos, sugerindo, então, mais

cautela neste momento e uma atenção rigorosa à saúde.

Odu da saúde.

ODU: YOROSUN

Caída de quatro búzios abertos e 14 fechados.

Responde: YEMANJÁ.

Responde: “TALVEZ!”

YEMANJÁ, aqui, denota calúnia, falsidade e indecisão. Um indivíduo desconfiado e

falso próximo ao consulente, provoca surpresas desfavoráveis.

Indecisão e intrigas estão rodando – o, fazendo com perca oportunidades pessoais quase

concretizadas. Contudo, a força positiva de YEMANJÁ equilibra o lado profissional.

Odu da indecisão, da família.

ODU: OXÉ

Caída de cinco búzios abertos e 11 fechados.

Responde: OXUM.

Responde: “SIM!”

OXUM sempre favorece as relações, mas somente depois de algum sofrimento,

lágrimas e angústia. A abundância estará em tudo o que o consulente procurar realizar,

propiciando momentos bons para novos negócios, desde que corretos e justos. As

ilusões podem ser constantes. Saúde instável e notícias inesperadas.

(5)

ODU: OBARÁ

Caída de seis búzios abertos e 10 fechados.

Respondem: OXOSSI e LOGUM – NEDÉ

Responde: “SIM!”

OXOSSI e LOGUM – NEDÉ unidos, sempre indicam o caminho mais exato, o mais

direto, sem indecisões, indo à busca daquilo que deseja. Expressa o apoio de sua força,

colocando ao lado do consulente, amigos ou parentes que possam auxiliá-lo neste

momento.

Odu da sorte e da riqueza.

ODU: ODI

Caída de sete búzios abertos e nove fechados.

Responde: OMULU ou OXALÁ.

Responde: “NÃO!”

Representa os prazeres, as possibilidades de viagens, a ambição que desenvolve a vida

profissional, levando – a desfechos que elevarão a situação atual do consulente. Deve

controlar a ansiedade e ater – se a problemas de saúde que, aparentemente, pareçam

banais.

Odu de maior força negativa acarreta misérias e infortúnios graves.

ODU: EGI ONILÉ

Caída de oito búzios abertos e oito fechados.

Responde: OXAGUIÃ.

Responde: “NÃO e SIM!”

Proteção espiritual, força e honestidade são aspectos positivos desta caída, que promove

a construção e a elevação pessoal e profissional, harmonizando e tranqüilizando. No

sentido negativo, sugere ao consulente que refreie as suas paixões, a voluptuosidade, os

ciúmes e o desejo de vingança.

Odu do engano, da traição e da mentira.

ODU; OSSÁ

Caída de nove búzios abertos e sete fechados.

Responde: YEMANJÁ.

Responde: “TALVEZ!”

Está caída denota força de vontade para o consulente conseguir o que procura, pois, tem

poder de ação pouco desenvolvido para continuar na estrada. É preciso controlar o

autoritarismo para não sofrer privações e desgostos por conseqüências de seus atos.

Relacionamentos frágeis, baseados na profissão em breve.

Odu do início e das viagens que propiciam as mudanças.

ODU: OFUN

Caída de 10 búzios abertos e seis fechados.

Responde: OXALUFÃ.

Responde: “SIM!”

(6)

de toda a realização que esteja em comum acordo com estes propósitos. Não adianta

querer enganar ou “montar” um outro caminho. Sugere ao consulente permanecer onde

está. Sensibilidade na região do rosto, garganta, nariz e olhos. Relacionamentos pessoais

e profissionais tranqüilos e sem interferências.

Odu da teimosia, porém, munida de sorte.

ODU: OWARIN

Caída de 11 búzios abertos e cinco fechados.

Responde: IANSÃ.

Responde: “TALVEZ!”

YANSÃ sempre responde positivamente, dando, neste caso, dubiedade às questões.

Para confundir o consulente, insinua desuniões, conflitos e inimigos gerados, muitas

vezes, por forças ocultas. Sensibilidade na saúde. A força de YANSÃ interfere

espiritualmente, protegendo o dia – a – dia do consulente e sugerindo perspectivas de

resultados favoráveis.

Odu do progresso, porém, com grandes problemas iniciais.

ODU: EGI LAXEBORÁ

Caída de 12 búzios abertos e quatro fechados.

Responde: XANGÔ.

Responde: “SIM!”

A força da justiça de XANGÔ favorece o consulente dando – lhe esclarecimentos sobre

negócios pendentes, facilitando os negócios ou as transações, desde que estejam de

acordo com a verdade e todos tirem proveito dos resultados. Emocionalmente, não

admite e nem favorece nenhum tipo de traição.

Odu dos problemas e discórdias que geram os atrasos pessoais e profissionais.

ODU: EGI OLOGBON

Caída de 13 búzios abertos e três fechados.

Responde: NANÃ e OBALUAIÊ.

Responde: “SIM e NÃO!”

Superação de todas as dificuldades apresentadas. Sorte nas relações emocionais e

profissionais. Porém, está caída significa transformação com o poder de renovação, com

mudanças radicais na vida do consulente. A saúde precisa ser melhor administrada ,

principalmente os cuidados diários que parecem insignificantes , dando atenção especial

ao desgaste desnecessário de energias vitais

Odu das dificuldades,da presença da morte e das paixões obsessivas .

ODU: IKÁ ORI

Caída de 14 búzios abertos e dois fechados.

Responde: OXUMARÊ e OSSAIM.

Responde: “TALVEZ!”

OXUMARÊ sempre responde com fertilidade e dubiamente: em negócios estará

favorecendo o consulente com a riqueza e a sorte;

emocionalmente, representa uma forte instabilidade nas relações, não conseguindo

unificar a sua predisposição para dois amores e duas situações simultâneas. Indica

também traição emocional, devendo evitar, neste momento, qualquer tipo de união ou

(7)

sociedade.

Odu das vitórias sobre as demandas alheias.

ODU: OBE OGUNDÁ.

Caída de15 búzios abertos e um fechado.

Responde: OBÁ e EWÁ.

Responde: “TALVEZ!”

Existe uma grande probabilidade de conseguir o empreendido, pois EWÁ representa a

força, a determinação, a iniciativa e a coragem real, que detém todo o poder para

alcançar os objetivos. Tudo o que estiver no início terá perspectivas grandes sucesso.

Contudo, a presença de OBÁ pode propiciar disputas e imprevistos com poucas chances

de êxito, caso o negócio em questão já esteja em andamento.

Aqui, simbolicamente, o orixá EXU aparece solicitando oferendas (OBUKÓ).

Odu dos empecilhos confusos e das dificuldades de conclusão.

ODU: ALAFIA

Caídas de 16 búzios abertos

Responde: ORUNMILÁ.

Responde: “SIM, COM CERTEZA!”

Significa a luz, a força e a verdade ao lado do consulente para todo e qualquer tipo de

resolução e decisão que precisa tomar. O cuidado, aqui, está apenas na orientação e

apoio daqueles que estão ao seu redor saiba avaliar bem as intenções.

Odu da felicidade e da sorte pura, que gera somente triunfos.

CAÍDA DE 16 BÚZIOS FECHADOS.

Solicita-se a Ifá uma nova jogada a fim de que se comprove o intento. Sem respostas.

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As Caídas no Jogo de

Búzios

Já aqui falámos do óraculo dos Orixás, o jogo de búzios. Hoje vamos começar a

perceber um pouco como nos chegam as mensagens dos Orixás através do jogo, e como

é basicamente interpretada cada caída. O método mais simples é o jogo com quatro (4)

búzios, vamos então começar com esse.

ALAFIA:

Caída de quatro búzios abertos:

Significa “SIM”, positivo, confirmação, tudo bem. Não há nenhuma margem de erro ou

contrariedade para a pergunta em questão.

ETAWA ou ORUSUN:

Caída de três búzios abertos e um fechados

Significa “TALVEZ”, dúvidas, dificuldades para a realização e concretização, momento

de cautela, de conselhos e prudência.

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EJI ALAKETO ou MEGE:

Caída de dois búzios abertos e dois búzios fechados:

Significa “SIM”, tudo favorável, caminhos desobstruídos, tendências fortes ao sucesso e

progresso espiritual. Geralmente, confirma a pergunta anterior.

OKARAN ou TAUAR:

Caída de um búzio aberto e três fechados:

Significa “TALVEZ”, negativo, tendências fortes a inimizades, problemas pessoais que

interferem atrapalhando a vida material, retrocesso espiritual.

No lado positivo, recebimento de notícia.

OYAKU ou AKU:

Caída de quatro búzios fechados:

Significa “NÃO”, com força de catástrofe, ruínas, separação, desastres, perdas em todos

os sentidos. Geralmente, denota a presença de transformações radicais, como a morte.

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O Ifá – Jogo de

Búzios

A estrutura litúrgica do culto aos orixás no Candomblé pode ser resumida como o processo de, ritualisticamente, acumular, e em seguida transmitir, Axé para os filhos-de-santo nestes três níveis: o ciclo anual de ‘firmeza’ da casa, o ciclo mensal de realimentação energética dos fetiches e dos abôs, e o ciclo diário das obrigações individuais decorrentes da iniciação.

No centro de todas essas relações que compõem a ‘economia energética’ do candomblé está Ifá, o Orixá da adivinhação. O jogo oracular mais comum é constituído por l6 búzios (pequenas conchas). O Pai ou Mãe-de-santo agita os búzios nas mãos e lança-os dentro de um círculo, formado por colares de diversos Orixás. O búzio pode cair ‘aberto’ ou ‘fechado’, ou seja, com a sua face onde há uma fenda ou com o lado liso. Cada uma dessas ‘caídas’ é uma manifestação de um orixá e tem um significado próprio, já que, conforme a ordenação resultante, se pode determinar qual dos Orixás está a responder.

Todos os aspectos da vida são susceptíveis de codificação por cada um dos orixás que se manifestam no jogo. Os deuses tornam-se assim o princípio de classificação dos acontecimentos: cada um governa um acontecimento-tipo. Além da ordenação dos búzios (abertos e fechados), que determina a entidade que preside a cada resposta, a configuração – ou o modo particular como os búzios se distribuíram geometricamente no espaço – também é fundamental para a leitura, pois corresponde à ‘organização energética’ do inconsciente do indivíduo frente a uma força matriz. Ao conjunto dos dois factores, ordenação e configuração, chama-se Odú ou sina.

O Sistema de Ifá, embora bastante contestado por pesquisadores posteriores, configura-se na relação recolhida e apresentada por Roger Bastide e Pierre Verger, que hoje é utilizada e até citada por vários adivinhos.

ENTIDADE BÚZIOS

Exú 01 abertos e 15 fechados Ibeji 02 abertos e 14 fechados Ogum 03 abertos e 13 fechados Xangô 04 abertos e 12 fechados Iemanjá 05 abertos e 11 fechados

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Iansã 06 abertos e 10 fechados Oxóssi 07 abertos e 09 fechados Oxalá 08 abertos e 08 fechados Obá 15 abertos e 01 fechados Oxumaré 14 abertos e 02 fechados Omulú 13 abertos e 03 fechados Ossaim 12 abertos e 04 fechados Logun Edé 11 abertos e 05 fechados Oxum 10 abertos e 06 fechados Nanã 09 abertos e 07 fechados Lance nulo 16 abertos ou fechados

Assim, a ordenação aberto-fechado determina qual o Orixá está a falar, e a configuração espacial dos búzios indica o que ele está a dizer. Através de sucessivas jogadas, chega-se então a uma espécie de inventário do que está a acontecer à pessoa, não apenas em relação aos seus Orixás tutelares, ‘os donos da sua cabeça’, mas também como outras entidades estão a influir positiva ou negativamente na sua vida, quais são as suas tendências recorrentes e as possibilidades diante do destino. Geralmente são propostos trabalhos e obrigações para o reequilíbrio energético.

As respostas são decifradas através de lendas e das histórias dos deuses – que são transmitidas de geração em geração através da tradição oral. Por isso, ‘jogar búzios’ requer não só bastante intuição para

interpretar as diferentes configurações formadas pelas forças-matrizes, mas também um conhecimento oral do conjunto da tradição mítica dos Orixás e do seu universo simbólico.

Os sacerdotes de Ifá são, originariamente, chamados Babalawós. Eles eram os historiadores orais da cultura Africana. A sua iniciação era muito mais complexa que as outras, pois não envolvia a

identificação com um único arquétipo, e o desenvolvimento das suas características na personalidade do iniciando, mas sim o aprendizado de séculos de conhecimento armazenado pelo culto.

Hoje, os zeladores de santo em geral manejam o oráculo.

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Odús – Mensagens dos

Orixás

Depois de nos Posts anteriores ter falado sobre o que são os Odús – de uma forma simplificada – estabelecendo um paralelo com os signos, e de ter explicado a forma simples de os calcular, hoje coloco aqui as características principais que encerra cada Odú para o indivíduo.

Relembro que esta é uma forma simplificada de conhecer os Odús que o regem, e que embora correcta, carecerá sempre de confirmação de forma definitiva, e essa será sempre aquela que é dada em resposta pelos Orixás, numa consulta de Búzios. Isto porque, a complexidade que envolve cada indivíduo pode de facto originar que um determinado Odú se sobreponha, não necessariamente na ordem em que os cálculos o indicam. As características dos Orixás que o regem são também determinantes no acentuar ou no esbater de determinadas características presentes nos seus Odús.

Portanto, leve tudo isso em consideração ao ler as mensagens dos Orixás em cada um dos Odús. 1. OKANRAN MEJI

Regente: Exú Elemento: Fogo

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As pessoas com este Odú são inteligentes, versáteis e passionais, com enorme potencial para a magia. O seu temperamento explosivo faz com que raras vezes actuem com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor, extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.

2. EJIOKO MEJI

Regente: Ogum com influências de Ibeji e de Obatalá Elemento: Ar

As pessoas com esse Odú são intuitivas, joviais, sinceras e honestas. Revelam grande combatividade, mas não sabem conviver com derrota. Apesar de volúveis no amor, são muito ciumentas. Devem controlar a obstinação e ter cuidado com a vesícula e com o fígado, que são os seus pontos vulneráveis.

3. ETAOGUNDÁ MEJI

Regente: Obaluaiyê com influência de Ogum Elemento: Terra

As pessoas com este Odú, em geral, vêem seus esforços recompensados. Costumam vencer na política e conseguem obter grandes lucros nos negócios, particularmente nas actividades agrícolas, mas podem sofrer desilusões no amor e traições dos amigos. Emocionalmente inconstantes, são propensas a ter problemas espirituais e físicos, embora na maioria dos casos consigam recuperar-se com facilidade de qualquer doença. Os seus pontos vulneráveis são os rins, as pernas e os braços.

4. IROSSUN MEJI

Regente: Oxóssi com influência de Xangô, Iemanjá, Iansã e Egun Elemento: Terra

As pessoas com este Odú são generosas, sinceras, sensíveis, intuitivas e místicas. Têm grande habilidade manual e podem alcançar sucesso na área de vendas. Entre os aspectos negativos estão a tendência a sofrer traições amorosas e a propensão a acidentes. Muitas vezes são vítimas de calúnias e da perseguição dos seus inimigos. Também precisam cuidar da alimentação, pois o seu ponto vulnerável é o estômago. 5. OXÊ MEJI

Regente: Oxum com influências de Iemanjá e Omulú Elemento: Água

As pessoas com este Odú têm mão de magia, força e protecção espirituais, religiosidade e uma inclinação especial para o misticismo e as ciências ocultas. São óptimos professores e destacam-se em qualquer actividade que exija liderança, mas precisam aprender a controlar a sua vaidade e seu egocentrismo. Outro aspecto negativo é a tendência de se vingarem quando estão com raiva. Seus pontos vulneráveis são o aparelho digestivo e o sistema hormonal.

6. OBARÁ MEJI

Regente: Xangô com influências de Exú, Iansã, Oxóssi, Ossaim e Logun Edé Elemento: Fogo

As pessoas com este Odú têm grande protecção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões relacionadas com a Justiça. Mas são com frequência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor. Devem aprender a silenciar-se sobre os seus projectos e a determinar por onde começá-los. O seu ponto vulnerável é o sistema linfático.

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7. ODI MEJI

Regente: Obaluaiyê com influências de Exú, Oxalufã e Oxumaré Elemento: Terra

As pessoas com este Odú são ambiciosas e costumam ser bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão leva-as a não concluir muitos dos seus projectos. Quando a fé as impulsiona, porém,

ultrapassam todas as barreiras. Sonham com o poder e adoram divertir-se, às vezes, provocam enormes confusões. Não têm sorte no amor. Os seus pontos vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas. 8. EJONILÊ MEJI

Regente: Oxaguiã com influências de Xangô, Oxum e Oxóssi Elemento: Ar

As pessoas com este Odú são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem-se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e vestir-se de branco nas sextas-feiras. O seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.

9. OSSÁ MEJI

Regente: Iemanjá com influências de Xangô, Ossaim, Oxóssi e Iansã Elemento: Água

As pessoas com este Odú são líderes natos, mas o seu autoritarismo cria-lhes sérios problemas, inclusive conjugais. O instinto protector e a religiosidade também as caracterizam. Os seus pontos vulneráveis são os conflitos psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas ginecológicos.

10. OFUN MEJI

Regente: Oxalufã com influências de Xangô e Oxum Elemento: Ar

As pessoas com este Odú são inteligentes, fiéis e honestas, capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida, mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições e desilusões amorosas. Os seus pontos vulneráveis são o estômago e a pressão arterial.

11. OWRYN MEJI

Regente: Iansã com influências de Exú, Ossaim e Egun Elemento: Fogo

As pessoas com este Odú têm imaginação fértil, boa saúde e vida longa, mas as más influências e a falta de fé levam-nas a enfrentar dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. São muito volúveis no amor. As mulheres geralmente fracassam no primeiro casamento, mas acabam por encontrar a felicidade. Devem evitar a bebida e outros vícios. Os seus pontos vulneráveis são a garganta, o sistema reprodutor e o aparelho digestivo.

12. EJI-LAXEBARÁ

Regente: Xangô com influências de Logun Edé e Iemanjá Elemento: Fogo

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As pessoas com este Odú têm o dom de convencer os outros. Dotadas de grandes qualidades espirituais, são bondosas, justas e prestáveis, embora às vezes se mostrem arrogantes. Apaixonam-se com facilidade e são muito ciumentas. Devem evitar bebida e podem ter problemas judiciais ou relacionados à perda de bens. O seu ponto vulnerável é a circulação sanguínea.

13. EJIOLIGIBAN MEJI

Regente: Nanã com influência de Obaluaiyê Elemento: Terra

As pessoas com este Odú aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais, conscientes de que todas as situações da vida são transitórias. Além disso, a sua profunda fé acaba por lhes assegurar vitória. Não têm muita sorte no amor. Dotadas de mão de cura, destacam-se nos serviços médicos e de assistência psicológica e nas terapias alternativas. Os seus pontos vulneráveis são o baço e o pâncreas.

14. IKÁ MEJI

Regente: Oxumaré com influências de Ossaim e Nanã Elemento: Água

Belas e sensuais, as pessoas com este Odú têm aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixões arrebatadoras mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores. Possuem talento para a magia e enorme força espiritual, que se manifesta através do olhar. Enriquecem com facilidade e destacam-se na vida profissional e social, mas são desconfiadas e propensas a ter conflitos psíquicos. Os seus pontos vulneráveis são as articulações que lhes podem causar problemas de locomoção.

15. OGBEOGUNDÁ MEJI

Regente: Obá com influências de Ewá Elemento: Água

As pessoas com este Odú são valorosas, combativas e imparciais, mas costumam sofrer desilusões amorosas, o que acentua a sua a agressividade e o seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil: estão sujeitas a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e a distúrbios do sistema neurovegetativo.

16. ALÁFIA ONAN Regente: Ifá

Elemento: Ar

Calmas, racionais e espirituais, as pessoas com este Odú têm domínio sobre as suas paixões. São excelentes nas áreas de vendas e de artesanato, mas desistem facilmente dos seus projectos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sujeitas a problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.

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Candomblé Jêje

Dahomé, o berço da nação Ewe e fon, denominados Jêjes, no Brasil, enumeram-se em diversas tribos como os Agonis, Axantis, Gans, Popós, Crus etc. Os primeiros povos jêjes tiveram como destino São Luis do Maranhão, onde ainda se mantém vivas as tradições religiosas trazidas da terra mãe, África. Também se encontra o ritual jêje em Salvador, Cachoeira de São Félix, Pernambuco entre outros estados do Brasil como Rio Grande do Sul e São Paulo, que também importou os rituais desta nação.

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O negro descendente do Dahomé, hoje Benin, trouxe consigo o culto à suas divindades chamadas Voduns, cujo Deus Supremo é Mawu , a quem são subordinados, assim como Olodumaré o Deus Supremo dos Orixás Yorubás. Diz a Mitologia Fon que Mawu tinha um companheiro chamado Lisa, e são filhos de Nana Buruku (ou Nana Buluku), a grande mãe criadora do mundo. Mawu era a Lua, que teve força ao longo da noite e viveu no oeste. Lisa era o Sol, que fez sua morada no Leste. Quando existia um eclipse dizia-se que Mawu e Lisa estavam fazendo amor. Eles eram pais de todos os outros Deuses. E existem catorze destes deuses, que eram sete pares de gémeos. Este relato é um mito do primeiro povo do Dahomé, os Fons.

O culto aos Voduns teve ênfase na Bahia, conhecido como Candomblé Jêje, e no Maranhão Tambor de Mina.

Nos terreiros mais influenciados pela mina jêje, o predomínio, em certos grupos, é de mulheres como filhas de santo. Os devotos têm que se submeter a longo processo de iniciação. Os detalhes dos rituais são pouco comentados, não há rituais públicos de iniciação; a cada comunidade, apenas duas ou três pessoas se dedicam ao ritual completo de iniciação. Em geral as Vodunsis dão poucas informações sobre os rituais relacionados com o culto, os segredos são mantidos a sete chaves.

Assim como os Orixás do Batuque, os Voduns incorporados, conversam com a assistência, dando bênçãos, conselhos, deixam recados e mantêm os olhos abertos. È comum no culto jêje fazer provas com os iniciados incorporados com os Voduns, como, por exemplo, mergulhar a mão no azeite de dendê fervendo.

Algumas casas de jêje tiveram influencias dos yorubás e vice-versa, formando o que se chama de cultura Jêje-Nagô. A exemplo do candomblé, as instalações dos terreiros contam com um barracão central para as danças, pequenas casas reservadas para as diferentes famílias de divindades, onde são mantidos os assentamentos. O forte sincretismo prevê, também a instalação de uma pequena capela com altar católico, há uma cozinha, quartos para dormir e se vestir e quarto onde os iniciados ficam recolhidos durante as obrigações. há também a casa de Legba, onde são feitas grandes obrigações.

A iniciação jêje requer um longo período de confinamento, que pode durar de seis meses a um ano de reclusão, onde um Vodunsi aprende as tradições religiosas jêje como: danças, cantigas, preparo das comidas sagradas, cuidar de árvores e espaços sagrados, votos de segredo e obediência. As entidades são assentadas, recebem sacrifícios de animais, comidas, bebidas e outros presentes. Os assentamentos são preparados em pedras, que representam um “imã” que tem a força do Vodun, e ficam guardadas no quarto de segredo recobertos com jarras, louças e ferramentas. Existem, também, assentamentos em outras partes da casa e do quintal marcados por árvores como a cajazeira, ginja e pinhão branco. È comum ter

assentamentos no centro do barracão de danças; assim como em outras nações, no culto jêje também são feitos rituais de limpezas, banhos com ervas e muitas preces. Nos rituais antigos o contacto com os voduns dependia muito da vidência das Vodunsis, e a adivinhação era feita através da interpretação dos sonhos, consulta com os Voduns e exame da luz de velas, actualmente é comum o uso dos Búzios para consultar as divindades.

As casas de jêje, além do culto aos Voduns, também incorporam em seus rituais alguns orixás nagôs. O panteão jêje é numeroso, sendo os Voduns agrupados em famílias como: Dambirá, Davice, Savaluno e Queviossô.

As actividades religiosas requerem um extenso calendário com rituais reservados aos iniciados, e em festas públicas que duram um, três ou sete dias; no final das obrigações todos comem as comidas preparadas com a carne dos animais oferecidos em sacrifício às divindades.

Mawu é o ser supremo dos povos Ewe e Fon, criador do mundo, dos seres vivos e das divindades. Mawu (feminino) e Lissá (masculino) forman a divindade dupla Mawu-Lissá cujos Voduns são filhos e

descendentes de ambos. Os principais Voduns são: Loko; Gu; Heviossô; Sakpatá; Dan; Agbê; Águé; Ayizan; Agassu; Legba e Fa.

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A casa de jêje chama-se Kwe, e o local destinado ao culto dos Voduns é chamado Hunkpame, que é o templo onde está dentro a divindade; é chefiado por um sacerdote ou sacerdotisa, que são responsáveis pelos ensinamentos aos futuros Vodunsis.

No Rio Grande do Sul, os terreiros que ainda mantém firme a cultura Jêje, nota-se a conservação de certas obrigações, à exemplo, nos assentamentos de Ogum Avagã cujas ferramentas usadas são as mesmas para o assentamento de Gu no Dahomé, e algumas não tem o uso do okutá; e também há nomes de Orixás que usam o mesmo dos Voduns, como por exemplo Dã, cujo Orixá de uma famosa Yalorixá da nação Jêje chamava-se Dã e um outro antigo Babalorixá de Porto Alegre pertencente a esta mesma nação, tinha o assentamento de Sobô; (Sobô é nome de um Vodun do Dahomé). Dos pais e mães de santos actuais, da nação Jêje do Rio Grande do Sul, muitos desconhecem a palavra Vodun; deve-se este fato ao predomínio da nação Ijexá, de origem Yorubá que acabou absorvendo as demais, e o termo Vodun com o tempo deixou de existir; mas é certo que a linguagem usada nos cantos rituais e o uso dos aquidavís para percussão dos tambores, o uso do Gã (instrumento de percussão), entre outros fatos reflectem muito os fundamentos do antigo Dahomé.

Há casos em que as tradições culturais africanas resistem, mais que em outros, à mudança, mas em nenhuma instância, nem mesmo nos terreiros mais antigos e ostensivamente zelosos à suas origens, deixou de existir, contudo, se tivesse, no sul um maior interesse em pesquisar a origem dos fundamentos de cada nação é certo que achariam a ligação directa do jêje praticado aqui, com os povos do antigo Dahomé, e assim por diante.

O que sobrevive da vertente jêje como legado cultural acha-se incorporado ou associado ao acervo Yorubá, embora não se fale em Vodu no Rio Grande do Sul, certas práticas da religião do antigo Dahomé, hoje Benin, podem ser detectadas no Batuque do Rio Grande do Sul, principalmente nos terreiros que fazem parte da raiz do falecido Joãozinho de Bará (Esú Biyí).

_____________________________________________________________________________ Bori

Da fusão da palavra Bó, que em Ioruba significa oferenda, com Ori, que quer dizer

cabeça, surge o termo Bori, que literalmente traduzido significa “ Oferenda à Cabeça”.

Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode-se afirmar que o Bori é uma

iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode

passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo

assim, quem deu Bori é (Iésè órìsà).

Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu Ori, o seu princípio individual, a sua cabeça.

Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido as suas próprias

potencialidades. Odú é o caminho pelo qual se chega à plena realização de Orí, portanto

não se pode cobiçar as conquistas dos outros. Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá,

deve ser grande no seu próprio caminho, pois, embora se escolha o Orí antes de nascer

na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.

Exú, por exemplo, mostra-nos a encruzilhada, ou seja, revela que temos vários

caminhos a escolher. Ponderar e escolher a trajectória mais adequada é a tarefa que cabe

a cada Orí, por isso, o equilíbrio e a clareza são fundamentais na hora da decisão e é por

intermédio do Bori que tudo é adquirido.

Os mais antigos souberam que Ajalá é o Orixá funfun responsável pela criação de Orí.

Desta forma, ensinaram-nos que Oxalá deve ser sempre evocado na cerimónia de Bori.

Iemanjá é a mãe da individualidade, e por essa razão está directamente relacionada com

Orí, sendo imprescindível a sua participação no ritual.

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A própria cabeça é a síntese dos caminhos entrecruzados. A individualidade e a

iniciação (que são únicas e acabam, muitas vezes, configurando-se como sinónimos)

começam no Orí, que ao mesmo tempo aponta para as quatro direcções.

OJUORI – A TESTA ICOCO ORI – A NUCA

OPA OTUM – O LADO DIREITO OPA OSSI – O LADO ESQUERDO

Desta mesma forma, a Terra também é dividida em quatro pontos: norte, sul, este e

oeste; o centro é a referencia, logo, todas as pessoas se devem colocar como o centro do

mundo, tendo à sua volta os quatro pontos cardeais: os caminhos a escolher e a seguir.

A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as possibilidades e contradições.

Em África, Orí é considerado um Deus, aliás, o primeiro que deve ser cultuado, mas é

também, juntamente com o sopro da vida (emi) e o organismo (ese), um conceito

fundamental para compreender os rituais relacionados com a vida, como o Axexê

(asesé). Nota-se a importância destes elementos, sobretudo o Orí, pelos Orikis com que

são invocados.

O Bori prepara a cabeça para que o Orixá se possa manifestar plenamente. Entre as

oferendas que são feitas ao Orí algumas merecem menção especial.

É o caso da galinha de Angola, chamada Etun ou Konkém no Candomblé; ela é o maior

símbolo de individualização e representa a própria iniciação. A Etun é adoxu (adosú),

ou seja, é feita nos mistérios do Orixá. Ela já nasce com Exú, por isso se relaciona com

o começo e com o fim, com a vida e a morte, por isso está no Bori e no Axexê.

O peixe representa as potencialidades, pois a imensidão do oceano é a sua casa e a

liberdade o seu próprio caminho. As comidas brancas, principalmente os grãos, evocam

fertilidade e fartura. Flores, que aguardam a germinação, e frutas, os produtos da flor

germinada, simbolizam a fartura e a riqueza.

O pombo branco é o maior símbolo do poder criador, portanto não pode faltar. A noz

cola, isto é, o obi é sempre o primeiro alimento oferecido a Ori; é a boa semente que se

planta e se espera que dê bons frutos.

Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a

todas as pessoas: paz, tranquilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor,

longevidade, mas cabe ao Orí de cada um eleger as prioridades e, uma vez cultuado

como deve ser, proporciona-as aos seus filhos.

Nunca se esqueça: Orixá começa com Orí.

Referências

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