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Um estudo de Caso para o Modelo qgm: Interferômetro de Mach-Zehnder

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Um estudo de Caso para o Modelo qGM:

Interferˆometro de Mach-Zehnder

Rafael Burlamaqui Amaral†, Renata Reiser, Antˆonio Carlos da Rocha Costa 1Universidade Cat´olica de Pelotas (UCPEL)

Programa de P´os-Graduac¸˜ao em Inform´atica (PPGINF) Mestrado em Ciˆencia da Computac¸˜ao

Rua Felix da Cunha, 412 – Pelotas – RS – Brazil {rafaelbba,reiser,rocha}@ucpel.tche.br

Abstract. This paper discusses an interpretation of Mach-Zehnder interferom-eter based on the qGM model. The ordered structure of the qGM model shown capable of represent the processes construction and quantum states based on the conception of partial objects, considering the inclusion relation as the order of information. For the partial representation of unit transformation and asso-ciated states with systems of one q-bit, was obtained an interpretation to the different ways on the interferometer according with the results expected by the interference phenomenon. However, this interpretation cannot be obtained out of the conceptual scheme of Domain Theory, and it requires an extension of the description of circuit language.

Resumo. Este artigo aborda uma interpreta¸c˜ao do Interferˆometro de Mach-Zehnder baseada no modelo qGM. A estrutura ordenada do modelo qGM mostra-se capaz de representar a constru¸c˜ao dos processos e dos estados quˆanticos baseado na concep¸c˜ao de objetos parciais, considerando a rela¸c˜ao de inclus˜ao como a ordem de informa¸c˜ao. Pela representa¸c˜ao parcial das trans-forma¸c˜oes unit´arias e estados associados a sistemas de um q-bit, obteve-se uma interpreta¸c˜ao para os distintos caminhos no interferˆometro que est´a de acordo com os resultados esperados pelo fenˆomeno da interferˆencia. Entretanto, esta interpreta¸c˜ao n˜ao pode ser obtida fora do esquema conceitual da Teoria dos Dom´ınios, exigindo uma extens˜ao da linguagem de descri¸c˜ao de circuitos.

1. Introduc¸˜ao

O modelo de M´aquina Geom´etrica (qGM) [Reiser et al. 2007b, Reiser et al. 2007a] est´a fundamentado na teoria dos dom´ınios [Abramsky and Duncan 2004]. Na vers˜ao quˆantica desse modelo, os objetos do dom´ınio de estados S∞ e do dom´ınio de processos D∞ s˜ao conjuntos coerentes que interpretam os estados e processos quˆanticos, ambos rotula-dos por pontos de um espac¸o geom´etrico, constituindo o espac¸o coerente de posic¸˜oes de mem´oria Q e caracterizando a base computacional para o espac¸o de Hilbert. A construc¸˜ao do dom´ınio de estados e de processos ´e obtida em n´ıveis ou subdom´ınios, modelando as poss´ıveis dimens˜oes do sistema quˆantico. O processo de completac¸˜ao garante interpretac¸˜ao para estados e processos possivelmente infinitos. Pela aplicac¸˜ao

Projeto Parcialmente Financiado CNPq/Universal (Processo 476933/20072)Bolsista CAPES

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de func¸˜oes est´aveis, obt´em-se, em cada n´ıvel, a interpretac¸˜ao para o paralelismo quˆantico. A computac¸˜ao ´e concebida como uma transic¸˜ao de estados associada a uma localizac¸˜ao espacial, e as transformac¸˜oes unit´arias s˜ao obtidas a partir da sincronizac¸˜ao de processos elementares cl´assicos, satisfazendo as condic¸˜oes de normalizac¸˜ao e ortogonalidade.

Uma das principais contribuic¸˜oes do modelo qGM ´e a possibilidade de mode-lagem da informac¸˜ao a partir da representac¸˜ao parcial associada aos estados e proces-sos, apresentando uma interpretac¸˜ao semˆantica uniforme para fenˆomenos inerentes `a computac¸˜ao quˆantica, como a descric¸˜ao da interferˆencia quˆantica. Assim, o objetivo deste trabalho ´e apresentar a evoluc¸˜ao de estados e portas quˆanticas, referentes `a vers˜ao quˆantica do Interferˆometro de Mach-Zehnder (IMZ), desde a construc¸˜ao da estrutura or-denada que constr´oi a informac¸˜ao referente aos estados deste sistema, passando pela construc¸˜ao dos conjuntos coerentes que correspondem `a transic¸˜ao dos estados associados. Mostram-se que as interpretac¸˜oes associadas aos objetos parciais s˜ao capazes de descr-ever as transformac¸˜oes que ocorrem quando da evoluc¸˜ao dos estados em cada um dos caminhos individuais do interferˆometro, e de forma independente. Esta descric¸˜ao aux-ilia a compreens˜ao e aplicac¸˜ao da interferˆencia, e n˜ao pode ser obtida fora do esquema conceitual da Teoria dos Dom´ınios, modelando as construc¸˜oes computacionais parciais.

A descric¸˜ao da porta ´optica IMZ ´e considerado na Sec¸˜ao 2. Posteriormente, apresenta-se sua interpretac¸˜ao no modelo qGM, incluindo uma breve an´alise compara-tiva com o modelo de circuitos. Na conclus˜ao, os resultados alcanc¸ados s˜ao resumidos.

2. Fenˆomeno da Interferˆencia

O fenˆomeno de interferˆencia ´e de fundamental importˆancia na discuss˜ao dos conceitos b´asicos da F´ısica Quˆantica envolvendo superposic¸˜ao e medidas. Segue-se, por con-seq¨uˆencia, sua importˆancia como instrumento para compreens˜ao e desenvolvimento de algoritmos quˆanticos, gerando superposic¸˜ao quando da entrada de dados cl´assicos e in-duzindo a ocorrˆencia de interferˆencia construtivas nas sa´ıdas (medidas) relevantes.

Este trabalho considera o Interferˆometro de Mach-Zehnder (IMZ), por tratar-se de instrumento an´alogo ao experimento de dupla fenda [Lula. 2004, Imre and Bal´azs 2005, Nielsen and Chuang 2000], que apresenta uma forma simplificada e atual do fenˆomeno de interferˆencia, facilitando sua compreens˜ao, incluindo acesso `as ferramentas para simulac¸˜ao desse experimento, como o Interferˆometro Virtual de Mach-Zehnder [Ricci T. F. 2007]. Os principais conceitos na definic¸˜ao de um interferˆometro, e consid-erados quando de sua interpretac¸˜ao na qGM, s˜ao a introduc¸˜ao de uma mudanc¸a de fase entre diferentes caminhos ´opticos e a superposic¸˜ao das ondas assim defasadas.

A vers˜ao quˆantica da porta ´optica IMZ est´a baseada na diminuic¸˜ao da intensidade do feixe, induzindo a emiss˜ao intermitente de f´otons. Neste caso, tornam-se necess´arios detectores suficientemente sens´ıveis, localizados ao final doaparato, capazes de detectar a presenc¸a de f´otons ´unicos denominados feixes monofotˆonicos [Junior 2003].A estrutura e o funcionamento da porta ´optica pode ser graficamente representado como na Figura 1. Tem-se uma entrada para os poss´ıveis caminhos, representados por |0i e |1i na notac¸˜ao de Dirac [Knill and Laflamme 1998]. Verifica-se que o aparato possui dois espelhos semi-refletores (ES1, ES2) e dois semi-refletores (E1,E2). Um espelho semi-refletor ´e um dispositivo que reflete metade da onda de luz incidente, transmitindo a outra metade sem ser afe-tada, introduzindo desta forma, diferentes atrasos na propagac¸˜ao ao longo dos caminhos.

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Quando n˜ao ocorre reflex˜ao de parte da luz, os espelhos n˜ao causam perdas.

Tem-se tamb´em a presenc¸a de defasadores θ0 e θ1que podem representar, por ex-emplo, uma mudanc¸a no tamanho do percurso nos caminhos ´opticos do interferˆometro, caracterizando uma mudanc¸a de fase dos feixes de onda. Na seq¨uˆencia, os feixes de ondas passam novamente por um espelho semi-prateado, para finalmente alcanc¸arem os dispositivos D0 e D1 (detectores da intensidade da onda nas respectivas sa´ıdas do in-terferˆometro). Como cada componente da onda incidente se desloca por um caminho distinto, poder´ıamos esperar que cada detector D0 e D1 medisse 50% do feixe mono-fotˆonico. Mas o experimento mostra que 100% do feixe original incide no detector D1 (superposic¸˜ao construtiva de onda em D1) e, portanto, em D0 n˜ao ocorre registro (superposic¸˜ao destrutiva de onda em D0 [Lima and J´unior 2007]. Portanto, o uso do in-terferˆometro viabiliza a verificac¸˜ao do comportamento ondulat´orio do feixe de luz.

De relevˆancia para a F´ısica Quˆantica, salienta-se que esse comportamento da luz no aparato ´e mantido mesmo quando o feixe de entrada ´e constitu´ıdo por um ´unico f´oton incidente em cada instante, o que marca o estranhamento t´ıpico dos processos quˆanticos, dado que a interferˆencia s´o seria poss´ıvel nesse caso se o f´oton pudesse percorrer os dois caminhos ao mesmo tempo para, no final, interferir consigo mesmo [Deutsch et al. 2001].

Figura 1.Porta ´Optica do IMZ.

Figura 2.Circuito Qu ˆantico do IMZ.

2.1. Interferˆometro em Circuitos

Aplica-se a linguagem de circuitos na descric¸˜ao do IMZ. Na Figura 3, introduzida em [Imre and Bal´azs 2005, Lula. 2004], faz-se uso de portas quˆanticas sobre estados de 1 q-bit, sendo que o estado inicial ´e indicado por |φ0i. Cada espelho semi-prateado est´a representado por uma porta Hadamard (H), e os defasadores θ0e θ1s˜ao representados pela porta unit´aria Phase (P). A evoluc¸˜ao do sistema pode ser observada pela transformac¸˜ao dos estados a partir de |ϕ0i, resultando em novos estados |ϕ1i, |ϕ2i e |ϕ3i.

Aplicando-se uma abordagem baseada na ´Algebra Linear e restringindo-se ao es-tudo do espac¸o de Hilbert bi-dimensional l2(H 2), considera-se na base computacional {|0i, |1i}, um vetor (α, β), com α, β n´umeros complexos satisfazendo a condic¸˜ao de nor-malidade α2+ β2 = 1, representa o q-bit |Ψi = α|0i + β|1i ∈ H2. As portas quˆanticas b´asicas s˜ao transformac¸˜oes lineares U (no caso H e P) definidas por matrizes unit´arias de ordem 2, tais que U†

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U. A evoluc¸˜ao temporal no circuito, associado `a Figura 3, tem as seguintes etapas de desenvolvimento, aplicando a notac¸˜ao de Dirac e a notac¸˜ao matricial:

|ϕ1i= H|ϕ0i ou ainda       1 √ 2 1 √ 2       = 1 √ 2 1 1 1 −1 ! 1 0 ! (1) |ϕ2i= P|ϕ1i√1 2 ou ainda eiθ0 eiθ1 ! = e0iθ0 e0iθ1 !       1 √ 2 1 √ 2       (2) |ϕ3i= H|ϕ2i ou ainda 1 2 eiθ0+ eiθ1 eiθ0− eiθ1 ! =        1 √ 2 1 √ 2 1 √ 2 − 1 √ 2                   eiθ0 1 √ 2 eiθ1 1 √ 2            (3)

A fatorac¸˜ao da Eq. (3), resulta em: |ϕ3i= 1 2e i 2(θ0+θ1) (e i 2(θ0−θ1)− e−i2(θ0−θ1) (e2i(θ0−θ1)+ e −i 2(θ0−θ1)) ! (4)

Substituindo-se as exponenciais pelas func¸˜oes trigonom´etricas, reduz-se a Eq. (4) `a forma

|ϕ3i= e i 2(θ0+θ1)(isin(θ0−θ1 2 )|0i+ cos( θ0−θ1 2 )|1i) (5)

Omitindo-se a express˜ao e2i(θ0+θ1)e sendo 4θ

2 = θ0−θ1

2 , a Eq. (5) reduz-se `a express˜ao: |ϕ3i= isin(

2 )|0i+ cos( 4θ

2 )|1i. (6)

Pela observac¸˜ao da Eq. (6), verifica-se que se P0 = sin2(4θ2 ), e 4θ= 0 ent˜ao P0 = 0; caso contr´ario, se P1 = cos2(4θ2), e 4θ = 0 ent˜ao P1 = 1. Ou seja, a aplicac¸˜ao de um feixe monofotˆonico no interferˆometro mostra que este ir´a interagir consigo mesmo, produzindo interferˆencia construtiva num dos detectores, e interferˆencia destrutiva no outro detector. 2.2. Interferˆometro no modelo qGM

Consideram-se agora os resultados obtidos em [Reiser et al. 2007b, Reiser et al. 2007a], para obter a interpretac¸˜ao no modelo qGM dos estados |ϕii0≤i≤3 e portas quˆanticas U (H, P) relativos ao interferˆometro de Mach-Zehder, apresentado na Sec¸˜ao 2. Esta interpretac¸˜ao estende-se ao conjunto de estados e de processos, incluindo uma an´alise comparativa com o modelo de circuitos quˆanticos.

2.2.1. Interpretac¸˜ao de estados

Cada estado |ϕii0≤i≤3 descrito na Sec¸˜ao 2 est´a associado, no modelo qGM, a uma func¸˜ao est´avel ϕi0≤i≤3, definida do dom´ınio de posic¸˜oes Qω para para o dom´ınio de valores de mem´oria C (conjuntos coerentes de n´umeros complexos normalizados).

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Seja SI o subespac¸o coerente de estados quˆanticos associado a porta IMZ. Para cada conjunto coerente x ∈ SI, tem-se o correspondente trac¸o = tr(x) ∈ SI, ou seja, x pode ser descrito pelo conjunto de pares ordenados αn ≡ (ρ, θ)n ∈ x. Assim, tr(x) possui no m´aximo duas posic¸˜oes (0.0 e 1.0) associadas a valores de mem´oria normalizados n˜ao-nulos1, ou ainda, tr(ϕ) ≡ {α0.0, β0.1}{|α|2+|β|2≤1}.

Nesta interpretac¸˜ao, os subconjuntos coerentes maximais para a condic¸˜ao de normalizac¸˜ao s˜ao objetos totais em SI, dados pela express˜ao tr(ϕi)0≤i≤3 = {α0.0

i , β 0.1

i }{|αi|2+|βi|2=1}. Os estados |ϕii indicados na Figura 3 s˜ao modelados em SI pelos conjuntos coerentes:

• tr(ϕ0)= {(1, 0)0.0, (0, 0)1.0}; • tr(ϕ1)= {(√12, 0)0.0, (√12, 0)1.0};

• tr(ϕ2)= {(√12eiθ0, 0)0.0, (√12eiθ1, 0)1.0}; • tr(ϕ3)= {(sin(4θ2), π2)0.0, (cos(4θ2), 0)1.0}. Salienta-se que os subconjuntos coerentes n˜ao-vazios {(√1

2, 0)

0.0} e {(1 2, 0)

1.0} em S I inter-pretam estados parciais (aproximac¸˜oes n˜ao maximais para a condic¸˜ao de normalizac¸˜ao) do estado tr(ϕ1)= {(√12, 0)0.0, (√12, 0)1.0}. Tem-se que:

• {(√1 2, 0)

0.0} corresponde ao trac¸o da func¸˜ao que ainda est´a indefinida na posic¸˜ao 1.0, ou seja, tem-se que primeira componente da superposic¸˜ao |ϕ1i recebe o valor (√1

2, 0) e todas as demais posic¸˜oes tem valor (0, 0), exceto a posic¸˜ao |1i que est´a indefinida (recebe ⊥, indicando o conjunto vazio). Logo o conjunto coerente {(√1

2, 0)

0.0} interpreta o estado parcial 1

2|0i+⊥|1i (veja representac¸˜ao na Figura 3.) • {(√1 2, 0) 1.0} ⊆ {(1 2, 0) 0.0, (1 2, 0)

1.0} corresponde ao trac¸o da func¸˜ao que ainda est´a indefinida na posic¸˜ao 0.0. Neste caso, o conjunto coerente {(√1

2, 0)

1.0} interpreta o estado parcial ⊥|1i+ √1

2|1i.

De forma an´aloga, obt´em-se os demais os estados parciais apresentados nos distintos caminhos do interferˆometro da Figura 3:

• {(√1 2e

iθ0, 0)0.0} para 1

2e

iθ0|0i+ ⊥|1i; • {(1

2e

iθ1, 0)1.0} para ⊥|0i+ 1

2e iθ0|1i; • {(sin(4θ2),π2)0.0} para i(sin(

2)|0i+⊥|1i; • {(cos( 4θ

2), 0)

1.0} para ⊥|0i+(cos(4θ 2)|1i. Esta an´alise estende-se aos demais conjuntos coerentes que interpretam os estados |ϕii0≤i≤3, de tal forma a se obter uma interpretac¸˜ao para os distintos caminhos no inter-ferˆometro, de forma independente.

2.2.2. Interpretac¸˜ao de Processos

Define-se, nesta sec¸˜ao o procedimento de construc¸˜ao dos espac¸os coerentes relaciona-dos com as portas unit´arias Hadamard e Phase, bem como sua correspondˆencia com o modelo de circuitos[Knill and Nielsen 2002, Lula. 2004, Junior 2003]. O conceito mais fundamental, na interpretac¸˜ao proposta em [Reiser et al. 2007a, ?], ´e o de um processo elementar, o qual pode ser descrito como uma transic¸˜ao entre estados cl´assicos executada em uma unidade de tempo computacional (1utc). Uma transformac¸˜ao unit´aria ´e definida pela sincronizac¸˜ao de processos elementares cl´assicos.

1Pares com valores de mem´oria nulos ser˜ao omitidos na representac¸˜ao, quando n˜ao relevantes no

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Figura 3.Circuitos ´opticos parciais do interfer ˆometro.

Seja pri. j a notac¸˜ao para func¸˜ao projec¸˜ao na posic¸˜ao de mem´oria i. j ∈ Qω. Para interpretac¸˜ao das portas H e P no interferˆometro, considera-se a Prop. 1 apresentada em [?], referente `as seguintes operac¸˜oes cl´assicas:

•h(0.0)(s)(k) = ( s(1.0) := pr(1.0)(s)= s(1.0), s(0.0) := {√1 2s(0.0)+ 1 √ 2s(1.0)}, •h(1.0)(s)(k) = ( s(0.0) := pr(0.0)(s)= s(0.0), s(1.0) := {√1 2s(0.0) − 1 √ 2s(1.0)}. •p(0.0)(s)(k) = ( s(1.0) := pr(1.0)(s)= s(1.0), s(0.0) := eiθ0s(0.0), •p (1.0)(s)(k) = ( s(0.0) := pr(0.0)(s)= s(0.0), s(1.0) := eiθ1s(0.0).

Aplicando-se a Def. 4.2 em [?], tem-se que H0 = {h(0.0), h(1.0)} ∈ D1 ´e o subconjunto coerente interpretando a porta Hadamard, quando aplicada na posic¸˜ao 0 (q-bit 0) no modelo qGM. Os correspondentes objetos parciais s˜ao:

• {h(0.0)} ∈ D 1 interpretando 1 √ 2 1 √ 2 ⊥ ⊥ ! • {h(1.0)} ∈ D 1interpretando ⊥ ⊥ 1 √ 2 1 √ 2 ! • {p(0.0)} ∈ D 1 interpretando eiθ0 0 ⊥ ⊥ ! • {p(1.0)} ∈ D 1interpretando ⊥ ⊥ 0 eiθ1 !

Al´em disso, tem-se uma interpretac¸˜ao para a evoluc¸˜ao (em etapas) dos estados, mostrando-se separadamente o que ocorre em cada um dos caminhos do interferˆometro. No caso do percurso |0i, observam-se os seguintes resultados parciais:

• Primeira etapa do percurso |0i: 1

2|0i+ ⊥|1i ⇒       1 √ 2 ⊥       =       1 √ 2 1 √ 2 ⊥ ⊥       1 0 !

• Segunda etapa do percurso |0i: 1 2e

iθ0|0i+ ⊥|1i ⇒

       eiθ0 √ 2 ⊥       = eiθ0 0 ⊥ ⊥ !       1 √ 2 ⊥      

A evoluc¸˜ao dos estados pelo outro caminho, |1i pode ser constru´ıda de forma an´aloga: • Primeira etapa do percurso |1i:⊥|0i+ √1

2|1i ⇒       ⊥ 1 √ 2       =       ⊥ ⊥ 1 √ 2 −1 2       1 0 !

• Segunda etapa do percurso |1i:⊥|0i+ √1 2e iθ1|1i ⇒        ⊥ eiθ1 √ 2       = ⊥ ⊥ 0 eiθ1 !       ⊥ 1 √ 2      

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Por fim, tem-se que, pela a uni˜ao das aproximac¸˜oes parciais referentes a segunda etapa, nos diferentes caminhos do IMZ, {(√1

2e

iθ0, 0)0.0} ∪ {(√1 2e

iθ1, 0)1.0} obt´em-se o estado de superposic¸˜aoeiθ0

√ 2|0i+

eiθ1

2|1i. Aplicando-se as portas parciais da transformac¸˜ao H, tem-se: • Estado parcial incidindo no detector D0:isen4θ2|0i+ ⊥|1i ⇒

      1 √ 2 1 √ 2 ⊥ ⊥              1 √ 2e iθ0 1 √ 2e iθ1       

• Estado parcial incidindo no detector D1:⊥|0i+cos4θ2|1i ⇒       ⊥ ⊥ 1 √ 2 − 1 √ 2              1 √ 2e iθ0 1 √ 2e iθ1       

Portanto, o estado final |ϕ3i = isen4θ2|0i + cos4θ2|1i ´e obtido pela uni˜ao dos subcon-juntos coerentes {(sin(4θ2),π2)0.0} e {(cos(

2), 0)

1.0} correspondendo aos estados parciais isen4θ2|0i+ ⊥|1i e ⊥|0i + cos4θ2 |1i, respectivamente.

3. Resultados Alcanc¸ados

O modelo qGM introduz uma nova interpretac¸˜ao baseada na parcialidade dos objetos que constroem o dom´ınio de interpretac¸˜oes para computac¸˜ao quˆantica. As abstrac¸˜oes do modelo qGM podem ser aplicadas na interpretac¸˜ao dos algoritmos descritos na linguagem universal de circuitos, com uma adicional abordagem, capaz de mostrar que a evoluc¸˜ao de sistemas quˆanticos, referente `as construc¸˜oes s´ıncronas como estados e processos, tamb´em pode ser interpretada a partir da an´alise dos objetos parciais. Esta construc¸˜ao indutiva e uniforme da informac¸˜ao generaliza as interpretac¸˜oes j´a obtidas em sistemas cl´assicos.

A Tabela 1 apresenta um resumo, restrito `a compreens˜ao obtida neste trabalho, das correspondˆencias entre os modelos para computac¸˜ao quˆantica estudados. No caso, a noc¸˜ao de aproximac¸˜ao entre objetos parciais ´e definida pela relac¸˜ao de inclus˜ao e mod-ela as computac¸˜oes na qGM, as quais interpretam a evoluc¸˜ao dos estados de sistemas quˆanticos graficamente representados por circuitos. Os conjuntos coerentes de operac¸˜oes ortogonais (ou valores de mem´oria) indexados por pontos de um espac¸o geom´etrico mod-elam os processos (ou estados) quˆanticos que correspondem a matrizes unit´arias (ou ve-tores) do espac¸o de Hilbert que fundamenta a mecˆanica quˆantica.

O estudo de caso apresenta as interpretac¸˜oes obtidas para o IMZ, detalhando que a composic¸˜ao das portas quˆanticas, como Hadamard e Phase, pode ser definida pelas cor-respondentes representac¸˜oes parciais, e tal parcialidade permite descric¸˜ao explicitamente de todas as partes cr´ıticas para compreens˜ao do fenˆomeno da interferˆencia quˆantica. Ou seja, a computac¸˜ao que ocorre em cada caminho independente, pode ser sincronizada, modelando a computac¸˜ao que ocorre quando da superposic¸˜ao dos caminhos no IMZ.

Tabela 1.Comparativo entre Modelos Computacionais

Teoria dos Dom´ınios Modelo Semˆantico Modelo F´ısico

Dom´ınios Qualitativos Modelo qGM Circuitos Quˆanticos

relac¸˜ao de inclus˜ao ⇔ computac¸˜oes ⇔ noc¸˜ao de evoluc¸˜ao (noc¸˜ao de aproximac¸˜ao) (objetos parciais) (construc¸˜ao temporal)

conjuntos coerentes ⇔ estado de mem´oria ⇔ vetores de Hilbert

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4. Considerac¸˜oes Finais

Na computac¸˜ao quˆantica, o processamento da informac¸˜ao pode ser modelado pelo uso do q-bit como abstrac¸˜ao para codificac¸˜ao da informac¸˜ao. Intuitivamente, pelo fenˆomeno da interferˆencia, verifica-se que o q-bit pode existir nos estados cl´assicos ou em superposic¸˜ao, neste caso acrescido do coeficiente num´erico indicando a probabilidade de estar em cada um dos estados cl´assicos. Este comportamento, ora corpuscular ora ondu-lat´orio, gera propriedades especiais (superposic¸˜ao) dos q-bits. O uso destas propriedade pode ser analisado quando de sua evoluc¸˜ao no Interferˆometro de Mach-Zehnder, e faz com que a computac¸˜ao quˆantica introduza novas fronteiras com relac¸˜ao `a velocidade e complexidade de computac¸˜oes, se comparadas ao caso cl´assico. O trabalho apresenta um estudo de caso para a construc¸˜ao da estrutura ordenada que interpreta o IMZ no modelo qGM, incluindo uma comparac¸˜ao com o modelo de circuitos quˆanticos. Atrav´es de obje-tos parciais, obteve-se uma interpretac¸˜ao para os distinobje-tos caminhos no interferˆometro que est´a de acordo com os resultados esperados pelo fenˆomeno da interferˆencia. Os trabalhos futuros investigam a interpretac¸˜ao na qGM do algoritmo de Deutsch e de Grover.

Referˆencias

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Referências

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