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REFLEXÕES E DIÁLOGOS SOBRE PRÁTICA INVESTIGATIVA NO GRUPO DE PESQUISA LINGUAGEM, EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E INFÂNCIA

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REFLEXÕES E DIÁLOGOS SOBRE PRÁTICA INVESTIGATIVA NO GRUPO DE PESQUISA LINGUAGEM, EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E

INFÂNCIA

SCHAPPER, Ilka1 – UFJF MACÁRIO, Alice de Paiva2 - UFJF

Considerações Iniciais

Este texto procura refletir sobre a prática investigativa com os participantes de um grupo de pesquisa e as 22 coordenadoras das 22 creches públicas do município de Juiz de Fora- MG. Esse trabalho está inserido no Grupo de Pesquisa Linguagem, Educação, Formação de Professores e Infância- LEFoPI/CNPQ3, da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora. O grupo é constituído por professores- doutores da própria faculdade, doutorandas, mestres, mestrandas, bolsistas e profissionais externos ligados a Educação Infantil e aos anos iniciais do Ensino Fundamental.

O GP LEFoPI tem investigado, desde 2005, a formação dos profissionais (educadoras e coordenadoras pedagógicas4) que trabalham nas creches públicas, por meio de ações formativas que visam refletir de maneira crítica questões relativas ao cotidiano das práticas educativas na creche.

1Doutora em Linguistica Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e possui Pedagogia e Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Professora adjunta da Universidade Federal de Juiz de Fora. Professora do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora e pesquisadora associada ao diretório dos grupos de pesquisa do Brasil (CNPq). Coordenadora e pesquisadora do grupo de pesquisa Linguagem, Educação, Formação de Professores e Infância – LEFoPI. E-mail: ilkaschapper@gmail.com

2 Graduanda do 8º período de Pedagogia, da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Bolsista de Iniciação Científica (BIC/UFJF) e pesquisadora do grupo de pesquisa Linguagem, Educação, Formação de Professores e Infância – LEFoPI. E-mail: alice_macario14@yahoo.com.br

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O GP LEFoPI está dividido em três eixos distintos: ARFoRPE (argumentação, formação de professores e educação), coordenado pela professora Doutora Ilka Schapper; GRUPAI (Grupai- grupo de estudos dos ambientes da infância coordenado pela professora Dra Ana Rosa Moreira Picanço e LIPE (Linguagens, interações, pesquisa e extensão), coordenado pela professora Doutora Núbia Schaper Santos, do qual faço parte.

4 Referi-me ao gênero feminino porque não existem pessoas do sexo masculino atuando na função de

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Atualmente são realizados quatro encontros anuais, no qual as coordenadoras trazem as demandas e problemáticas oriundas de suas vivências na creche. A partir delas são organizados momentos de diálogo e discussão, nos quais buscamos refletir criticamente sobre as ações, práticas e concepções de todos envolvidos na pesquisa.

Seguimos a perspectiva sócio- histórica- cultural, tecendo interlocuções, principalmente, com Vigotski e Bakhtin, tendo como pressuposto que os sujeitos se formam nas interações com o Outro, portanto no interior das relações sociais (PINO, 2005).

No primeiro momento, apresentaremos a relação do GP LEFoPI com a metodologia crítica de colaboração. No segundo momento, abordaremos os espaços de pesquisa e a o instrumento de pesquisa utilizado pelo grupo, que são as sessões reflexivas. No terceiro ponto, focaremos como que esse trabalho reverbera nas práticas educativas das creches e apresentaremos algumas considerações sobre o trabalho realizado e os impactos dessa pesquisa no trabalho com as crianças e suas infâncias.

A Pesquisa Crítica de Colaboração- PCCol

O grupo de pesquisa LEFoPI adota como metodologia a Pesquisa Crítica de Colaboração- PCCol(Magalhães, 2004), por acreditar que o movimento dialético- discursivo da pesquisa possibilita um duplo percurso que são indissociáveis: Transformação dos envolvidos na pesquisa (1) e, por conseguinte, a transformação dos espaços educativos (2).

A PCCol tem como meta segundo Magalhães(2010) “organizar pesquisas apoiadas

em uma práxis crítica como atividade transformadora e criativa, em que as relações entre teoria e prática são entendidas dialeticamente, em sua autonomia e dependência mútua, isto

é, práxis.”(p.28) Não podendo ser compreendidas separadamente, mas sim, em um intenso

processo de diálogo e negociação, buscando novas possibilidades de se pensar/transformar determinada situação.

A formação crítica reflexiva se dá um movimento contínuo, no qual os sujeitos envolvidos se colocam, concordando ou discordando, defendendo suas posições e concepções. Sendo essa reflexão contextualizada, valorizando as experiências vivenciadas pelos participantes da pesquisa, buscando a melhoria do trabalho e do serviço oferecido pela creche às crianças pequenas e também na qualidade da formação inicial dada aos alunos do Curso de Pedagogia.

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Assim, as pesquisas do GP LEFoPI possibilitam um (dês)construir e um (re) construir da prática educativa, a partir das discussões teóricas/práticas tecidas entre os sujeitos envolvidos na pesquisa, constituindo assim, novos sentidos e significados para os participantes. Como aponta Magalhães (2010),

Entender o padrão da negociação significa mapear como os participantes, escutam uns aos outros, retomam as falas uns dos outros para concordar ou discordar, partilhar pensamentos, ideias, conflitos, compreensões, inserir novos temas, pedir esclarecimento, completar, aprofundar o que já foi dito, permanecer em silêncio. (p.29)

Nesse processo, cada participante é ativo e resposivo no processo de colaboração, assumindo como nos diz Bakhtin (1992), a “responsividade”, ou seja, uma resposta responsável e comprometida com o outro, contribuindo mutuamente com suas experiências e estudos. Micarello(2010) corrobora afirmando que colaboração significa “trabalhar na mesma obra”.(p.96) . Isso implica assumir a responsabilidade e o compromisso com a pesquisa na construção de práticas educativas de qualidade e que promovam o desenvolvimento infantil.

Nesta perspectiva, buscamos romper com a dicotomia teoria- prática, possibilitando aos envolvidos tecer relações entre as mesmas, (re)construindo suas práticas educativas, por meio da reflexão crítica de suas ações e concepções acerca das crianças pequenas.

A pesquisa no LEFoPI e seus instrumentos

O GP LEFoPI concebe a sessão reflexiva como um elemento mediador entre a teoria e a prática, oferecendo a possibilidade de transformação da prática educativa a partir das reflexões teóricas tecidas nas sessões.

Esse instrumento de pesquisa é percebido como momento no qual as coordenadoras e pesquisadoras repensam e refletem criticamente sobre sua própria prática, trazendo elementos da realidade vivida. Por meio de um olhar exotópico (BAKHTIN,1992), podemos contribuir para a formação profissional e pessoal dos envolvidos na investigação. Além disso, a pesquisa possibilita ter um olhar exotópico, como aponta Mello (2011), “a exotopia é colocar-se de fora, é ação humana que, por meio da atividade estética, desloca-colocar-se do eu sou inexorável da realidade existencial e no intervalo que possibilita ver-se no duplo, pergunta-se, esse sou eu?” (p.292). Como reafirma Freitas(2003),

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“Mais que participante esta observação é caracterizada pela dimensão alteritária: o pesquisador ao participar do evento observado constitui-se parte dele, mas ao mesmo tempo mantém uma posição exotópica que lhe possibilita o encontro com o outro. “(p.32)

Neste movimento alteritário é possível perceber o papel exercido pelo outro no contexto da pesquisa. Sendo esse outro “sujeito que fala e produz texto, tanto quanto o pesquisador que o estuda”(Souza e Albuquerque, 2012). Assim, é no caminho da alteridade que se encontra a busca pela produção e reconstrução do conhecimento.

Dessa forma, tal produção se dá a partir da interação dialógica entre pesquisador e pesquisado e das múltiplas vozes presentes no processo de pesquisa, em um movimento de alteridade mútua, no qual todos os envolvidos “negociam modos como cada um define, por assim dizer, suas experiências na busca de dar sentido à vida”(p.116). Nesse caso, segundo as mesmas, passando por um processo de “estranhamento e pertencimento”.

Acreditamos que a categoria ZDP (zona de desenvolvimento proximal), desenvolvida por Vigostski (2007), pode ser encontrada no interior das sessões, já que coordenadoras e pesquisadoras buscam tecer discussões teóricas-práticas que desencadeiam a construção de “pontes” entre a teoria e a prática, despertando aprendizados que não seriam possíveis sem a ajuda do Outro.

Vale ressaltar que concebemos ZDP como uma zona instável, de conflito, no qual o indivíduo se desestabiliza para então, produzir conhecimentos. Como afirma Schapper (2010), “o desenvolvimento e aprendizado dos participantes se concretizam em ZPDs em que o status de mais experiente não está fixado em um participante, mas no processo coletivo de produção do conhecimento mediado pela linguagem”(p.42).

Para Vigostski, o aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento que são capazes de operar somente nas interações com o Outro. Dessas relações emergem o conceito de mediação que como nos diz Pino (1991) “é toda a intervenção de um terceiro “elemento” que possibilita a interação entre os “termos” de uma relação”.(p.32). O mediador da sessão assume assim, o papel de instaurador de questões, problematizando as discussões, orientando e auxiliando na condução da sessão.

As sessões são organizadas de acordo com as quatro ações apontadas por Smyth, descritas por Magalhães (2004): descrever, informar, confrontar e reconstruir, que visam

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desencadear a reflexão crítica. Essas ações não são lineares, podendo aparecer em ordens diversas e até concomitantemente. De acordo com ela,

descrever é compreendido como a palavra, a voz do ator sobre sua própria ação, conhecer suas ações; (...) informar envolve uma busca dos princípios que embasam (conscientemente ou não) as ações; (...) o confrontar estaria ligado ao fato de o praticante submeter as teorias formais que embasam suas ações, assim como suas ações, a um questionamento que busca compreender os valores que servem de base para o seu agir e pensar; (...) reconstruir está voltado a uma concepção de emancipação através do entendimento que as práticas acadêmicas não são imutáveis e que o poder de contestação precisa ser exercido. (p. 72).

Como forma de registro adotamos a gravação em vídeo, as notas de campo feitas pelos pesquisadores e posteriormente as transcrições das sessões reflexivas. Esses registros são arquivados no banco de dados do grupo, para posterior análise, por parte dos pesquisadores do grupo.

Diálogos e impactos da prática investigativa

Percebemos que nas sessões há a produção de um conhecimento coletivo, mas há também o que Vigotski (2007) chama de “internalização”, processo em que o sujeito internaliza algo, de forma subjetiva e individual. Apesar da produção coletiva do conhecimento nas sessões, cada participante transforma e é transformado pelas suas próprias experiências de reflexão e ação nas práticas educativas.

Nas sessões coordenadoras e pesquisadoras expõem não só suas concepções, mas suas formas de pensar e ver o mundo, sendo, portanto sujeitos de contexto, inseridos em momento histórico e social, refletindo sobre suas práticas e ações cotidianas nas vivências da creche.

Nas discussões e problematizações, reafirmam ou modificam seus pensamentos e ações, passando por um processo duplo de transformação, na qual (re) pensam e transformam suas concepções, para então, transformar suas práticas educativas.

Dessa forma, buscamos nas sessões e nas análises realizadas preservar as vozes de todos os envolvidos na pesquisas: coordenadoras, pesquisadores e mediador a fim de firmar um movimento dialógico na pesquisa e no trabalho realizado.

Nesse processo, os envolvidos podem trocar não só experiências, mas discutirem criticamente sobre suas atitudes, modos de pensar e agir diante de situações, bem como

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refletirem sobre o que embasam suas práticas, como pode ser observado no fragmento da transcrição abaixo:

1ºexcerto:

Coordenadora 1: Em teorias, em... Na própria prática mesmo, acho que na teoria que a gente tá

sempre estudando, sempre vendo em relação aos conflitos, e a própria prática do dia-a-dia né, as atitudes que você tem que tem frente às situações, então você vai conduzindo da melhor maneira, então a teoria e a própria prática. Conciliando essa teoria com a própria prática.

Coordenadora 2: Acho que na questão especifica do choro, mais a prática mesmo entendeu, a teoria

pouco, porque como você falou não tem tanta voltada pra questão do choro, então é mais o que a gente vai aprendendo na prática mesmo, do dia-a-dia.

Mediadora da sessão: Não tem sobre o choro, mas tem sobre o desenvolvimento, sobre a linguagem,

aprendizagem...

Coordenadora 1: As emoções...

Mediadora da sessão: Emoções... Você entendeu? Quando você trás essa idéia, realmente sobre o

choro não temos, nós estamos construindo esse caminho, mas a gente tem uma concepção de homem, de mundo, que tá embasando ali o nosso agir nesse mundo, como é que é isso? O que que nos move? O que que faz com que a gente haja com o ser humano de uma forma e não de outra? Ou seja, quais são os princípios que estão sendo embasados aí? Vocês teriam condições de falar sobre isso?

Tabela 1 – Excerto da transcrição da sessão reflexiva do dia 18 de maio de 2011. p.14. Fonte: Dados da pesquisa realizada, organizados pelos autores.

Este fragmento apresenta o diálogo entre três participantes da pesquisa, recortado das transcrições de uma das sessões reflexivas. É possível observar no mesmo o confronto entre a coordenadora e a mediadora, que visa desencadear a reflexão crítica entre os participantes, de modo que todos possam se envolver e participar do movimento reflexivo.

É possível notar, também, o papel relevante do mediador da sessão, que busca colaborar para que a reflexão não seja somente uma reflexão prática como aponta Liberali (2012), mas uma reflexão verdadeiramente crítica sobre o que embasa nossas práticas e ações nas práticas educativas. Pois, somente assim, é possível construir uma reflexão transformadora capaz de contribuir e modificar a realidade vivida.

Outro ponto relevante é a fala de uma das coordenadoras sobre como ela concebe essa relação teoria- prática e sua relevância. Uma não nega a outra, mas há uma contribuição mútua. Essa relação, para o GP LEFoPI, só pode ser construída a partir da reflexão crítica e emancipatória dos envolvidos na pesquisa. Como aponta Liberali (2012, p.35),

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Nesse sentido, refletir seria uma possibilidade de emancipação, uma vez que não haveria uma simples sujeição às teorias formais, mas um entrelaçamento entre prática e teoria, confrontação coma realidade e valores éticos para a realidade e valores éticos para a possibilidade de uma emancipação pela chance de transformação informada da ação.

2º excerto:

Coordenadora: E eu lembro, eu coloco a importância desse grupo sobre o choro porque é uma coisa

que constantemente eu penso, e eu acho que aquilo que está constantemente com a gente, que a gente usa no dia-a-dia é porque fez efeito, porque se fosse indiferente né, se não tivesse acrescentado nada, seria indiferente. Então assim, eu constantemente, por várias vezes dentro da rotina eu sempre me lembro de muitas das coisas que nós fizemos nas sessões reflexivas aqui, com relação ao choro, porque é muito comum isso dentro da unidade, principalmente esse momento que a gente vive né, que é o processo de acolhida dessas crianças. A inserção da criança, da criança que ta chegando agora, então ele é mais notável, mais marcante, que aconteça repetidamente, mas é comum, criança chora mesmo né, como a gente colocou, é uma forma de linguagem dele né. E muito mais comum, mais notável nesse período mesmo de acolhida dessa criança.

Tabela 2 – Excerto da transcrição da sessão reflexiva do dia 18 de maio de 2011. p.11. Fonte: Dados da pesquisa realizada, organizados pelos autores.

Este excerto foi recortado de uma das sessões de 2011, na qual as participantes dialogavam sobre as contribuições da pesquisa no contexto da creche. A coordenadora ressaltou a importância das discussões feitas sobre o choro. Pela fala da mesma é possível inferir que ela considera a pesquisa como uma possibilidade de reflexão tanto nas sessões quanto no cotidiano das creches.

A fala da coordenadora reafirma o papel da reflexão teórica-prática, ressaltando o efeito das discussões nas vivências experenciadas por ela. Na frase “sempre me lembro de muitas das coisas que nós fizemos nas sessões reflexivas” ela compartilha a ideário de que aquilo que é discutido no campo das ideias na universidade, é retomado nas práticas das coordenadoras no interior das práticas educativas.

Desse modo, ao conseguir tecer relações entre o teoria e a prática a coordenadora está demonstrando como as sessões podem ser momentos potentes de reflexão crítica acerca das questões emergentes nas mesmas, bem como de (re)construção das práticas na creche.

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Considerações Finais

A pesquisa do GP LEFoPI nos permite perceber os impactos desse trabalho nas práticas cotidianas das coordenadoras de creches do município de Juiz de Fora, bem como a maneira como reverbera no interior das creches e da própria Faculdade de Educação.

Com isso, percebemos o relevante papel de se refletir criticamente sobre as ações e práticas que foram sendo naturalizadas com o tempo e que precisam ser ressignificadas no cotidiano das instituições infantis.

Por meio das discussões e reflexões críticas, em um movimento dialético, acreditamos que contribuímos com a formação profissional das coordenadoras e elas contribuem conosco com suas experiências, transformando também o trabalho realizado com a formação Inicial, oferecida pela Universidade.

Concebemos, assim, que ao oferecer a possibilidade de reflexão e transformação estamos contribuindo indiretamente para a qualidade da educação e do atendimento oferecido as crianças pequenas no interior das creches. Portanto, o que é problematizado nas sessões, em um primeiro momento, no campo das ideias, é colocado em prática, em um segundo momento, durante as vivências na creche.

Compreendemos que a prática investigativa desenvolvida pelo grupo de pesquisa LEFoPI visa não só a produção de conhecimento, mas o cumprimento de sua função social que é produzir conhecimentos no campo cientifico, que reverbera no campo prático, nesse caso na creche e em sua comunidade como um todo. Portanto, rompendo com a dicotomia teoria- prática.

Durante as sessões vão emergindo temáticas relacionadas às vivências das coordenadoras que elas desejam aprofundar. Em decorrência, o grupo seleciona e trabalha com as temáticas mais reincidentes. No interior da pesquisa já foram trabalhados diferentes tópicos como: choro, a brincadeira e o faz de conta, a sexualidade e as relações de gênero na infância, políticas públicas, a identidade profissional dos profissionais das creches do município de Juiz de Fora.

A partir desse movimento, como desdobramento dessa investigação estão em andamento pesquisas sobre a rotina na creche, o choro, o brincar, o desenvolvimento infantil, a linguagem de bebês, os espaços e tempos na creche, entre outros.

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REFERÊNCIAS

AMORIM, Marilia. O pesquisador e seu outro: Bakhtin nas ciências humanas. São Paulo: Musa editora, 2004.

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FREITAS, Maria Tereza de assunção. A perspectiva sócio-histórica: uma visão humana da

construção do conhecimento: In: FREITAS, M. T. A; JOBIM E SOUZA, S; KRAMER,

S.(orgs). Ciências Humanas e Pesquisa, 2ªed. São Paulo: Cortez, 2003.

LIBERALI, Fernanda Coelho. Formação crítica de educadores: questões fundamentais. São Paulo: Cabral Editora e Livraria Universitária, 2012.

MAGALHÃES, Maria Cecília C. A formação do professor como um profissional crítico. São Paulo: Mercado das Letras, 2004, pp. 59-85.

MAGALHÃES, Maria Cecília C. Pesquisa crítica de colaboração: uma pesquisa de

intervenção no contexto escolar. In: Diálogos de Pesquisas sobre crianças e infâncias.

[Organizadores]: Léa Stahlschmidt Pinto Silva e Jader Janer Moreira Lopes. Niterói: Editora da UFF, 2010.

MELLO, Marisol Bareno de. Autorias Infantis: o brincar como exotopia. In: FREITAS, Maria Teresa de Assunção (Org.). A responsividade bakhtiniana: na educação, na estética e na política. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2011. p. 289- 293.

PINO, Angel. As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança na

perspectiva de Lev S. Vigotski- São Paulo: Cortez, 2005.

SCHAPPER, Ilka. O Fluxo do Significado do Brincar na Cadeia Criativa: argumentação e formação de pesquisadores e educadores. Tese de Doutorado em Lingüística Aplicada e estudos da Linguagem, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2010.

SOUZA, S. J. ALBUQUERQUE, E. D. P. A pesquisa em ciências humanas: uma leitura

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SZUNDY, Paula T. C. A construção no jogo e sobre o jogo. Ensino-Aprendizagem de LE e formação reflexiva. Tese de Doutorado em lingüística aplicada e estudos da linguagem. PUC São Paulo, 2005.

VIGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos

processos psicológicos superiores/ L.S. Vigotski; organizadores Michael Cole... [et al.];

tradução José Cipolla Neto, Luis Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. – 7ª. ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007. – (Psicologia e pedagogia).

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