Direito Processual Civil
Execução
PROFESSOR : NAYRON TOLEDO
ADVOGADO, PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA, MEMBRO DA COMISSÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL DA OABGO, PÓS-GRADUADO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL PELA UCAM, PÓS-GRADUADO EM TRIBUTÁRIO PELA UNIDERP, EX-ASSESSOR NO TJGO, EX-CHEFE DO JURÍDICO DO PROCON-GOIÂNIA
Teoria Geral
¤
Ganhar não significa levar.
¤
O sistema processual pátrio entende a
execução como um conjunto de
meios
previstos em lei, à disposição do juízo,
visando à satisfação do direito.
(NEVES,
Princípios do processo de execução.
¤
NULLA EXECUTIO SINE TITULO (não há execução sem
título que a embase) – A Execução é configurada
por um conjunto de atos do credor (exequente) que
invade
o
patrimônio
da
parte
devedora
(executado) a fim de obter a satisfação do seu
crédito. Assim, é necessário que exista algum título
que seja hábil a justificar os atos que serão realizados
contra o devedor.
Princípios do processo de execução.
¤ PATRIMONIALIDADE - A execução é sempre real (patrimonial), e nunca pessoal, ou seja, os bens materiais do executado, serão responsáveis para a satisfação do direito do exequente. Assim, não há que se falar em casos como existia na Lei da XII tábuas onde o devedor poderia perder filhos, esposa, partes do corpo ou até a vida para que fosse satisfeito crédito do autor. Obs. O Prisão do devedor de pensão alimentícia não é uma ofensa a esse princípio, já que não visa satisfação do crédito, mas sim uma mera pressão psicológica
NCPC CPC/73
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos
os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Princípios do processo de execução.
¤ PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE – A execução não pode serutilizada como meio de vingança privada como existia anteriormente, devendo assim o executado sofrer apenas o necessário para que se consiga a satisfação do direito do exequente.
NCPC CPC/73
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a
execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar
outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já
determinados.
Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a
execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.
Princípios do processo de execução.
¤
PRINCÍPIO DA LEALDADE E BOA-FÉ PROCESSUAL (art. 5º
NCPC) – É exigido aqui o respeito ao dever de
lealdade e boa-fé processual, podendo ser cominado
multa por ato atentatório a dignidade da justiça.
NCPC CPC/73 Art. 774. Considera-se atentatória à
dignidade da justiça a conduta
comissiva ou omissiva do executado que:
I – frauda a execução;
II – se opõe maliciosamente à
execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III – dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV – resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem
prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.
Art. 600. Considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que:
I - frauda a execução;
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III - resiste injustificadamente às ordens judiciais; IV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução.
Parágrafo único. O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não mais praticar qualquer dos atos definidos no artigo
antecedente e der fiador idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios.
Tipos de execução
¤
Direta (Por Sub-Rogação)
¤ O Estado por meio do juiz vence a resistência do executado, substituindo a sua vontade, com a consequente satisfação do crédito. Vale ressaltar que estes atos são realizados sem a concordância do executado. Ex. Penhora/Expropriação; Depósito/entrega de coisas.
¤
Indireta (Por Coerção)
¤ O Estado por meio do juiz não substitui a vontade do executado, mas cria situações a fim de convencê-lo a cumprir a sua obrigação perante o exequente. O juiz atua de forma a pressionar psicologicamente o executado para que ele próprio venha cumprir de forma voluntária (porém não expontânea) a vontade da outra parte.
A execução indireta poderá ser:
¤ Por ameaça a piorar a situação da parte
¤ O exemplo mais clássico é a aplicação de multa períodica, astreintes, vide art. 536, §1º do NCPC (art. 461 §1º do CPC/73).
¤ Art. 536. § 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá
determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
¤ Ex. Aplica-se multa de R$ 1000,00 por dia de descumprimento.
¤ Por oferta de uma melhora na situação da parte
¤ No caso da parte cumprir a obrigação ela terá algum tipo de benefício assim por exemplo que acontece no art. 827 §1º do NCPC (art. 652-A §1º do CPC/73)
¤ Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários
advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
¤ § 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor
Parte ativa na Execução
NCPC CPC/73
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título
executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao
exequente originário:
I – o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III – o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
IV – o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado.
Art. 566. Podem promover a execução forçada:
I - o credor a quem a lei confere título executivo;
II - o Ministério Público, nos casos prescritos em lei.
Art. 567. Podem também promover a execução, ou nela prosseguir:
I - o espólio, os herdeiros ou os
sucessores do credor, sempre que, por morte deste, Ihes for transmitido o
direito resultante do título executivo; II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo Ihe foi transferido por ato entre vivos;
III - o rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
Parte Passiva na Execução
NCPC CPC/73
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I – o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III – o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a
obrigação resultante do título executivo;
IV – o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V – o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI – o responsável tributário, assim definido em lei.
Art. 568. São sujeitos passivos na execução:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título
executivo;
IV - o fiador judicial;
V - o responsável tributário, assim definido na legislação própria.
RESUMINDO
¤ PARTE ATIVA¤ Credor ¤ Sucessor
¤ MP
¤ Espólio, herdeiros, sucessores ¤ Cessionário e sub-rogado
¤ PARTE PASSIVA
¤ Devedor
¤ Espólio, herdeiros, sucessores
¤ Art. 796 do NCPC (art. 597 do CPC/73). O espólio responde pelas
dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube.
¤ Novo devedor (Assunção de dívida ou cessão de débito) ¤ Fiador de débito
¤ Responsável por dado como garantia ¤ Responsável tributário
Competência para execução de
título Executivo Judicial
¤ Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: ¤ I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
¤ II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
¤ III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
¤ Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
Competência para a Execução de
Título Extrajudicial
¤ Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante
o juízo competente, observando-se o seguinte:
¤ I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de
eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
¤ II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro
de qualquer deles;
¤ III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução
poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
¤ IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução
será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
¤ V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o
ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado
¤ No CPC/73 a matéria era tratada no art. 576 que remetia a mesma competência das ações de conhecimento.
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
-IMPENHORABILIDADES
¤ Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
¤ Art. 833. São impenhoráveis: (VER LEI 8009/90 – Lei da impenhorabilidade do bem de família)
¤ I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; (BENS DOADOS COM CLÁUSULA DE INALIENABILIDADE COMUNS EM TESTAMENTOS, OU BENS PÚBLICOS)
¤ II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
Jurisprudências do STJ sobre o Tema
¤ IMPENHORABILIDADE. LEI 8.009/90. APARELHO TELEVISOR. Oaparelho de TV inclui-se no equipamento que usualmente guarnece a moradia do devedor, não se podendo tê-lo como objeto de adorno ou de luxo. Recurso especial conhecido e provido. STJ - REsp: 182.190 SP
¤ EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. LEI Nº 8.009/90. BEM DE FAMÍLIA (APARELHO TELEVISOR E GELADEIRA). IMPENHORABILIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. 1. Na finalidade social que emerge da interpretação da Lei nº 8.009/90, este Egrégio Tribunal pacificou o entendimento que geladeira e aparelho televisor não são objetos de natureza suntuária. 2. Objetivo maior do legislador é a proteção da família, fundamento do Estado, não do devedor. 3. Precedentes. 4. Recurso não conhecido. Decisão unânime. STJ - REsp: 201232 SP
¤ RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BENS DE FAMÍLIA. LEI N. 8.009/90. ESTEIRA ELÉTRICA E PIANO. PENHORABILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO, EM PARTE. É impenhorável o imóvel residencial caracterizado como bem de família, assim como os móveis que guarnecem a casa, nos termos do artigo 1º e seu parágrafo único da Lei n. 8.009, de 25 de março de 1990. Nos termos do artigo 2º do referido diploma legal, que dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família,
são excluídos da impenhorabilidade os veículos de transporte, as obras de arte e os adornos suntuosos. Na hipótese dos autos, entre os bens penhorados, a esteira elétrica e o piano de parede não estão abrigados pela impenhorabilidade; a primeira por tratar-se de bem que, de ordinário, não é integrante daqueles que guarnecem uma casa de moradia; e o piano porque se subsume dentro do conceito de bem suntuoso, na esteira de precedente deste egrégio Tribunal (REsp n. 198.370/MG, Rel. Min. Waldemar Zveiter, DJ de 05.02.2001). Recurso especial provido, em parte. STJ - REsp: 371344 SC
¤
"PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA.
BENS QUE GUARNECEM A RESIDÊNCIA DOS
DEVEDORES. DUPLICIDADE. POSSIBILIDADE. 1. Os
bens
que
guarnecem
a
residência
são
impenhoráveis, a teor da disposição da Lei 8.009⁄90,
excetuando-se
aqueles
encontrados
em
duplicidade, por não se tratarem de utensílios
necessários à manutenção básica da unidade
familiar
. 2. Recurso especial a que se dá
provimento." (Resp 533.388⁄RS, Rel. Min. TEORI
ALBINO
ZAVASCKI,
Primeira
Turma,
DJ
de
¤ III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
¤ IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º;
¤ § 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese
de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
¤ V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
¤ VI - o seguro de vida;
¤ VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
¤ VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
¤ IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
¤ X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
¤ XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
¤ XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. (NOVIDADE DO NCPC)
1. O objetivo do novo sistema de impenhorabilidade de depósito em caderneta de poupança é, claramente, o de garantir um mínimo existencial ao devedor, como corolário do princípio da dignidade da pessoa humana. Se o legislador estabeleceu um valor determinado como expressão desse mínimo existencial, a proteção da impenhorabilidade deve atingir todo esse valor, independentemente do número de contas-poupança mantidas pelo devedor.2. Não se desconhecem as críticas, "de lege ferenda", à postura tomada pelo legislador, de proteger um devedor que, em lugar de pagar suas dívidas, acumula capital em uma reserva financeira. Também não se desconsidera o fato de que tal norma possivelmente incentivaria os devedores a, em lugar de pagar o que devem, depositar o respectivo valor em caderneta de poupança para burlar o pagamento. Todavia, situações específicas, em que reste demonstrada postura de má-fé, podem comportar soluções também específicas, para coibição desse comportamento. Ausente a demonstração de má-fé, a impenhorabilidade deve ser determinada.3. Recurso especial conhecido e provido.(REsp 1231123/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
(...) 2 A Segunda Seção pacificou o entendimento de que a remuneração protegida pela regra da impenhorabilidade é a última percebida - a do último mês vencido - e, mesmo assim, sem poder ultrapassar o teto constitucional referente à remuneração de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Após esse período, eventuais sobras perdem tal proteção. 3. É possível ao devedor, para viabilizar seu sustento digno e de sua família, poupar valores sob a regra da impenhorabilidade no patamar de até quarenta salários mínimos, não apenas aqueles depositados em cadernetas de poupança, mas também em conta-corrente ou em fundos de investimento, ou guardados em papel-moeda.4. Admite-se, para se alcançar o patamar de quarenta salários mínimos, que o valor incida em mais de uma aplicação financeira, desde que respeitado tal limite. De qualquer modo, no caso dos autos, uma das aplicações financeiras do devedor cobre tal quantia.5. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 1340120/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
"O valor obtido a título de indenização trabalhista, após longo período depositado em fundo de investimento, perde a característica de verba salarial impenhorável (inciso IV do art. 649). Reveste-se, todavia, de impenhorabilidade a quantia de até quarenta salários mínimos poupada, seja ela mantida em papel-moeda; em conta- corrente aplicada em caderneta de poupança propriamente dita ou em fundo de investimentos, e ressalvado eventual abuso, má-fé, ou fraude, a ser verificado caso a caso, de acordo com as circunstâncias da situação concreta em julgamento (inciso X do art. 649)" (REsp 1230060/PR, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/08/2014, DJe 29/08/2014).
Título Executivo Judicial
NOVO CPC CPC/73
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
X - (VETADO).
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia;
II – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo;
IV – a sentença arbitral;
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.”
Análise do artigo 515
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
Como se vê, a palavra decisão engloba tanto as sentenças como as decisões interlocutórias e decisões colegiadas dos tribunais.
Com tal redação supera-se o entendimento que decisões meramente declaratórias não eram títulos executivos judiciais. Ou seja, se em uma ação for declarada nula uma cláusula abusiva, excluindo certo valor, tal decisão já configura-se como título executivo judicial. II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
Ver art. 334 do NCPC e seus parágrafos
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
Ver art. 725, VIII do NCPC , trata-se de procedimento de jurisdição voluntária.
Análise do artigo 515
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
Esses documentos são extraídos dos autos do inventário em que se descreve os bens da herança, a partilha e a respectiva transmissão aos herdeiros ou sucessores.
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
Honorários do perito, interprete, tradutor, que antes eram extrajudiciais, agora são judiciais.
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
Ver art. 91 do CP que trata que um dos efeitos da condenação é de tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
Análise do artigo 515
VII - a sentença arbitral;
Equivalentes jurisdicionais. Lei da arbitragem (Lei 9307/96)
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
Para uma sentença estrangeira ter eficácia no Brasil ela precisa ser homologada pelo STJ. (antes da EC45 era o STF que fazia isso).
Nesta homologação a análise fica restrita aos aspectos formais, não se adentrando ao mérito da ação. Vide súmula 420 do STF.
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
Aqui autoriza, mediante carta rogatória, a execução provisória, de decisão interlocutória que defere medida de urgência prolatada por autoridade estrangeira.
Vide art. 960 do NCPC e Regimento Interno STJ. X - (VETADO).
Títulos executivos extrajudiciais
NOVO CPC CPC/73
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida;
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial;
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Análise do art. 784
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
Temos aqui as hipóteses dos títulos de crédito, os quais não necessitam de protesto para que sejam considerados como título executivo extrajudicial.
Tendo em vista a característica do Princípio da circulabilidade dos títulos de crédito, para que se ingresse com a ação de execução é necessária a instrução da petição inicial com o título original, não sendo possível se juntar xerox, mesmo que estas sejam autenticadas. Caso o título faça parte de outro processo judicial, e necessário que se requeira uma certidão.
Nos casos de processos digitais deve-se seguir disposições do art. 425 §§ 1º e 2º do NCPC (art. 365 §§ 1º e 2º do CPC/73)
Análise do art. 784
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
Escritura pública – ato privativo do tabelião de notas.
Documento Público – Pode ser produzido por qualquer agente público no exercício de suas funções.
Temos aqui uma confissão de dívida feita pelo devedor.
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
A intenção das duas testemunhas é para que elas comprovem que no ato da celebração do contrato o devedor assumiu a responsabilidade de forma livre e consciente .
• fato das testemunhas do documento particular não estarem presentes ao ato de sua formação não retira a sua executoriedade, uma vez que as assinaturas podem ser feitas em momento posterior ao ato de criação do título executivo extrajudicial, sendo as testemunhas meramente instrumentárias ( REsp nºs 1.127/SP e 8.849/DF).
Análise do art. 784
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores
ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
Novidades do NCPC é a Advocacia Pública e os conciliadores e mediadores credenciados.
Muito comum nas práticas jurídicas das faculdades e em semanas de conciliação.
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
Temos aqui as hipóteses de contratos de garantia seja ela rea, que estão vinculadas a bensl (hipoteca, penhor, anticrese) ou fidejussória que estão vinculadas a pessoas (fiança).
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
São espécies de rendas imobiliárias decorrentes da Enfiteuse. Porém tal instituto é de pouca relevância e pouco uso, sendo que o CC em seu art. 2.038 proibiu novas
Análise do art. 784
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
Vale ressaltar que a doutrina e a jurisprudência da desnecessidade de contrato escrito, bastando qualquer outra prova documental, por
exemplo um folder de publicidade.
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
Matéria ensinada em Direito Tributário. Segue o rito estabelecido pela Lei de Execução Fiscal L. 6830/80.
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
Novidade do NCPC. Vale ressaltar os requisitos: a) prevista na Convenção ou aprovadas em Assembleia Geral ; b) Documentalmente aprovadas.
Análise do art. 784
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Exemplos:
Créditos da OAB contra os inscritos (art. 46 da lei 8906/94) Cédula de Produto Rural (Lei 11.076/04)
Liquidação de sentença
¤ Liquidar uma sentença significa determinar o objeto da
condenação, permitindo-se assim que a demanda executiva tenha início com o executado sabendo exatamente o que o exequente pretende obter para a satisfação do seu direito. (Assunção, 2013, p. 923).
¤ Ilíquida é a sentença que não fixa o valor da condenação ou
não lhe individua o objeto. Essa condição é incompatível com a índole do processo executivo que pressupõe, sempre, a lastreá-lo um título representativo de obrigação certa, líquida e exigível. (Theodoro Junior, 2015, p. 1142)
Exemplos de Iliquidez de sentença
¤
O Prof. Humberto Theodoro Júnior dá os seguintes
exemplos:
¤
Dívidas em dinheiro
¤ Condena ao pagamento de perdas e danos, sem fixar o respectivo valor;
¤ Condena em juros, genericamente;
¤ Condena à restituição de frutos, naturais ou civis;
¤ Condena o devedor a restituir o equivalente da coisa devida;
Desnecessidade de Liquidação de
sentença.
¤
Art. 509 § 2
oQuando a apuração do valor depender
apenas de cálculo aritmético,
o credor poderá
promover,
desde logo, o cumprimento da sentença.
¤ § 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. Diversos tribunais já possuem em seus sites programas de
atualização. O mais famoso é o do TJDFT.
Segue o link:
Observações
¤ Caso o executado não concordar com o cálculo do credor, terá de
impugná-lo com fundamento no excesso de execução (art. 525, §1º, V do NCPC).
¤ Quando a parte for beneficiária da assistência judiciária, a mesma poderá solicitar ao juiz que tais cálculos sejam realizados pelo contador judicial, com base no entendimento que já estava pacificado pelo STJ (REsp. 1.274.466/SC) e que foi trazido ao NCPC em seu art. 95, §3º, I c/c 98 §1º, VII, vejamos:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 1o A gratuidade da justiça compreende: (...)
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução;
Pedido de Liquidação
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
¤ O NCPC inova ao permitir que o pedido de liquidação seja tanto do Credor como do DEVEDOR!!!
¤ “Isso se justifica plenamente se se pensar na necessidade de aferição de valor ao título judicial para que possa o devedor promover o pagamento em dinheiro ou destinar patrimônio suficiente para tanto”. (Wambier, 2015, p. 1313)
Procedimentos de Liquidação
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
O Processamento dessa liquidação será feito nos mesmos autos do processo da ação condenatória. Só será feito em autos apartados nos casos de execução provisória (art. 512 do NCPC) e quando se profere sentença com parte líquida ou ilíquida (art. 509, §1º do NCPC)
§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
Natureza Jurídica da decisão que encerra
a liquidação de sentença
¤ A natureza jurídica da decisão que encerra a liquidação de sentença é de DECISÃO INTERLOCUTÓRIA, neste caso atacável por AGRAVO DE INSTRUMENTO, conforme previsão do art. 1015, parágrafo único do NCPC.
¤ Art. 1015 Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
Liquidação por arbitramento
¤ Cabe a liquidação por arbitramento sempre que houver a necessidade de atividade pericial para a determinação do valor ou da extensão do objeto da condenação genérica. (WAMBIER, 2015, p. 1316)
¤ Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
¤ O texto grifado é a novidade do NCPC em relação ao art. 475-D do CPC/73
Liquidação por arbitramento Requerimento do credor (art. 509) Partes apresentam pareceres ou
documentos elucidativos (art. 510)
Juiz pode decidir de plano, arbitrando o valor da
condenação.
Juiz nomeia perito, quando os pareceres são insuficientes para o arbitramento.
Partes podem formular quesito e indicar assistentes
Observar-se-á o procedimento da prova pericial (art. 510 e 464 e ss) Sobre o laudo, as partes terão 15 dias
para se pronunciar. (art. 477, §1º) Esclarecimentos do perito poderão
ser requeridos. (art. 477§2º) Liquidação é julgada por decisão interlocultória
Liquidação pelo procedimento comum
¤ Conforme art. 509, II essa liquidação acontece quando houver a necessidade de alegar e provar fato novo. No CPC/73 chamava-se liquidação por artigos. Geralmente tal liquidação está relacionada a casos de pedidos indeterminados, onde a lei autoriza o autor a apresentar detalhes do pedido futuramente, já que os mesmos não precisavam ou não poderiam ser provados na fase inicial do processo.
¤ Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código.
Exemplo dado pelo Prof. Humberto
Theodoro.
Um sitiante foi condenado a indenizar seu vizinho pelo prejuízo decorrente da invasão da lavoura por animais com destruição de toda a colheita esperada. Na ação de conhecimento, como não podia deixar de ser, ficaram provadas a invasão e a destruição da lavoura. Na liquidação, o prejudicado articulará os seguintes fatos a serem provados para a apuração do valor da indenização:
a) Extensão da área cultivada destruída; b) Produtividade da lavoura
c) Volume da produção prevista; d) Qualidade do produto esperado e) Sua cotação no mercado;
f) Valor final líquido da produção não obtido (prejuízo a ser indenizado, que será igual à diferença entre o valor da produção e o custo da lavoura) (THEODORO, 2015, p. 1159)
Liquidação por procedimento comum Requerimento do credor (art. 511)
Intimação do devedor, na pessoa de seu advogado, para contestação no prazo de 15 dias
Prossegue segundo procedimento comum Julgamento conforme o estado do processo Liquidição é julgado por decisão interlocutória
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
¤ Buscando uma maior efetividade o NCPC prevê o cumprimento de sentença no bojo do processo de conhecimento (sincretismo processual), criando diferentes procedimentos conforme o tipo de obrigação a ser cumprida. (adaptado de SHIMURA, 2015, p. 1319)
¤ Art. 513. (correspondente no art. 475-I do CPC/73). O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código (PROCESSO DE EXECUÇÃO – APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA).
Da necessidade de requerimento
¤ Art. 513 § 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a
requerimento do exequente.
¤ Com esta norma, verifica-se a necessidade de requerimento
expresso da parte exequente (do credor) nos casos de obrigações por de natureza pecuniária (pagar quantia).
¤ Diante disso, se reafirma o Princípio da Inércia da Jurisdição (ou do impulso oficial), afastando qualquer debate sobre a possibilidade de o juiz atuar de ofício nesses casos.
¤ Obs. Nos casos de obrigação de natureza não pecuniária, é
possível a atuação do juiz de ofício. Vide arts. 536/538 do NCPC.
Da necessidade de intimação do
devedor executado
¤ § 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença:
¤ I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado
constituído nos autos;
¤ II - por carta com aviso de recebimento, quando
representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
¤ III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246,
não tiver procurador constituído nos autos.
¤ IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 (CITAÇÃO
DEVERÁ SER FEITA A INTIMAÇÃO PESSOAL E
A PRESUNÇÃO DE VALIDADE.
¤ ART. 513 § 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo.
¤ PRESUNÇÃO DE VALIDADE DE INTIMAÇÕES
¤ OBS. ART. 274 Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço.
PRINCÍPIO DO VÍNCULO SUBJETIVO
AO TÍTULO EXECUTIVO
¤ ART. 513 § 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.
¤ Este artigo tem direta relação com os limites subjetivos da coisa julgada constante no art. 506 do NCPC, vejamos:
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
¤ Importante salientar que tal artigo não retira a legitimação passiva superveniente, no caso por exemplo de Herdeiro, ou sucessor do devedor, novo devedor, ou responsável tributário.
DO PROTESTO CARTORÁRIO DA DECISÃO.
¤ Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser
levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. (15 DIAS) ¤ Necessidade de apresentação de certidão no cartório:
¤ § 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.
¤ Requisitos da certidão
¤ § 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário.
¤ Exclusão do protesto por ordem judicial após cumprimento
¤ § 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
DA POSSIBILIDADE DE NEGATIVAÇÃO
EM CADASTROS DE INADIMPLENTES
¤ Art. 782. § 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar
a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes.
¤ § 4o A inscrição será cancelada imediatamente se for
efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a
execução for extinta por qualquer outro motivo.
¤ § 5o O disposto nos §§ 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de título judicial.
POSSIBILIDADE DE ARGUIÇÃO DE VÍCIOS
PELO DEVEDOR NOS PRÓPRIOS AUTOS
¤
Art. 518. Todas as questões relativas à validade do
procedimento de cumprimento da sentença e dos
atos executivos subsequentes poderão ser arguidas
pelo executado nos próprios autos e nestes serão
decididas pelo juiz.
DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR
QUANTIA CERTA
¤ Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso
desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
¤ I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga,
se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;
¤ II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a
sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
¤ III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou
anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;
¤ IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que
importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado,
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO
¤ ART. 520 § 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525.
¤ ART. 525 § 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou
DA DISPENSA DE CAUÇÃO
(GARANTIA)
¤ Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser
dispensada nos casos em que:
¤ I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
¤ II - o credor demonstrar situação de necessidade;
¤ III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042;
(AGRAVO EM REsp E RE)
¤ IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em
consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
¤ Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA –
OBRIGAÇÃO DE QUANTIA CERTA
¤ Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
¤ CONDENAÇÃO EM MULTA DE 10% E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE 10%
¤ § 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito
será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. (MEDIDA COERCITIVA)
¤ PAGAMENTO PARCIAL
¤ § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa
e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. ¤ EXPEDIÇÃO DO MANDADO DE PENHORA E AVALIAÇÃO
¤ § 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será
expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. (NÃO HÁ NECESSIDADE DA PARTE SOLICITAR)
Requisitos da petição de
cumprimento de sentença
¤ Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
¤ I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o;
¤ II - o índice de correção monetária adotado; ¤ III - os juros aplicadose as respectivas taxas;
¤ IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária
utilizados;
¤ V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
¤ VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; ¤ VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
Sobre os cálculos apresentados
¤ EXCESSO DE EXECUÇÃO APARENTE¤ § 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
¤ VERIFICAÇÃO DOS CÁLCULOS PELO CONTABILISTA DO JUÍZO
¤ § 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de
contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
¤ DADOS NO PODER DE TERCEIROS OU DO EXECUTADO
¤ § 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em
poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
¤ § 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência.
¤ § 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem
apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.
DA IMPUGNAÇÃO
¤ Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 (15 DIAS) sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
¤ § 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
¤ I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo
correu à revelia;
¤ II - ilegitimidade de parte;
¤ III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; ¤ IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
¤ V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; ¤ VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
¤ VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
DECLARAÇÃO IMEDIATA DO VALOR CORRETO
¤ § 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
¤ § 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou
não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
DO EFEITO SUSPENSIVO
¤ § 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
¤ § 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens
¤ § 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito
apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
¤ § 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.
¤ § 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao
exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
Possibilidade do Réu pagar voluntariamente
¤ Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
¤ Prazo para impugnação do valor depositado
¤ § 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
¤ Penalidade pela insuficiência do depósito
¤ § 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a
diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
¤ Inércia do Credor
¤ § 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo.
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
¤ DOS ALIMENTOS, DO REQUERIMENTO, PRAZO E OPÇÕES DO
EXECUTADO
¤ Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
¤ IMPORTANTE RESSALTAR QUE ESSE ARTIGO REGULA O CUMPRIMENTO DE
DECISÃO FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL. A EXECUÇÃO DE ALIMENTOS POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL SERÁ FEITA PELAS REGRAS DO ART. 911 E SEGUINTES DO NCPC.
¤ POSSIBILIDADE DE PROTESTO EM CARTÓRIO
¤ § 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517.
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
¤ JUSTIFICATIVA PARA INADIMPLEMENTO
¤ § 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade
absoluta de pagar justificará o inadimplemento.
A situação atual de desemprego do alimentante não o isenta da obrigação de alimentar perante seus filhos. Precedentes. (...).(RHC 29.777/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/05/2011, DJe 11/05/2011)
O pagamento parcial do débito não afasta a regularidade da prisão (HC 304.072/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/04/2015, DJe 23/04/2015)
¤ POSSIBILIDADE DE PRISÃO
¤ § 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for
aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
¤ REGIME DA PRISÃO
¤ § 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
¤ NECESSIDADE DE PAGAMENTO MESMO APÓS A LIBERDADE
¤ § 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
¤ SUSPENSÃO DA ORDEM DE PRISÃO
¤ § 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da
ordem de prisão.
¤ DÉBITO QUE AUTORIZA A PRISÃO
¤ § 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
¤ SÚMULA STJ 309 : O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo.
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
¤ OPÇÃO PELA EXPROPRIAÇÃO DIRETA
¤ § 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da
sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
¤ COMPETÊNCIA
¤ § 9o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o
exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia
DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO
¤ Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar,
diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia.
¤ § 1o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício.
¤ § 2o O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito.
DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO
¤ § 3o Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.
¤ ART. 533 (..) § 5o Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.
¤ Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e seguintes.
¤ Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos
bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
¤ § 1o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos apartados.
¤ § 2o O cumprimento definitivo da obrigação de prestar
alimentos será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença.
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
PELA FAZENDA PÚBLICA
¤ Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo:
NOVIDADE DO NCPC – PROCEDIMENTO SINCRÉTICO
¤ I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
¤ II - o índice de correção monetária adotado; ¤ III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
¤ IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária
utilizados;
¤ V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
¤ VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.
¤ § 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 113.
¤ § 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública.
¤
Art. 535. A Fazenda Pública será
intimada (NÃO É MAIS
CITAÇÃO)
na pessoa de seu representante judicial,
por
carga, remessa ou meio eletrônico
, para, querendo,
no
prazo de 30 (trinta) dias
e
nos próprios autos (NÃO SÃO
AUTOS APARTADOS),
impugnar a execução,
podendo
arguir:
¤ I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o
processo correu à revelia;
¤ II - ilegitimidade de parte;
¤ III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; ¤ IV - excesso de execução ou cumulação indevida de
execuções;
¤ V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; ¤ VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação,
como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença.
A FAZENDA PÚBLICA NÃO É INTIMADA PARA PAGAR, MAS SIM PARA APRESENTAR DEFESA.