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NOTA DE ORIENTAÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DE PROJETOS COMUNS FED-FEDER

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COMISSÃO EUROPEIA

Direção-Geral da Política Regional e Urbana

Direção-Geral do Desenvolvimento e da Cooperação – EuropeAid

Bruxelas, 18 de novembro de 2014

versão final

NOTA DE ORIENTAÇÃO PARA O

FINANCIAMENTO

DE PROJETOS COMUNS FED-FEDER

2014 - 2020

- Reforçar a cooperação entre as Regiões Ultraperiféricas da União Europeia, os países de África, das Caraíbas e do Pacífico e

(2)

ÍNDICE

1. Princípios gerais 1.1 Objetivo

1.2 Potenciais zonas de cooperação RUP /ACP-PTOM 1.3 Programas de cooperação

1.3.1. FEDER: Programas de cooperação territorial

1.3.2 FED-ACP: Programas de cooperação regional e bilateral 1.3.3 FED-PTU: Programas territoriais e regionais

2. Intervenientes e instâncias envolvidas 2.1 Para o FEDER 2.1.1 Autoridade de gestão 2.1.2 Secretariado Conjunto 2.1.3 Comité de acompanhamento 2.2 Para o FED 3. Domínios de cooperação

4. Mecanismo de coordenação FED - FEDER 5. Normas de execução

5.1 Fonte de financiamento única: FED ou FEDER

5.2 Dupla fonte de financiamento, FED e FEDER, para um mesmo projeto de cooperação comum

5.2.1 Congregação dos fundos FED e FEDER num organismo responsável pela sua gestão

5.2.2 Repartição das despesas entre o FED e o FEDER a nível dos projetos comuns 5.2.3 Regras de nacionalidade e de origem

Anexos

I. Bases jurídicas

II. Identificação dos projetos III. Fluxograma

(3)

1. PRINCÍPIOS GERAIS

1.1 Objetivo

O objetivo geral da presente nota de orientação é reforçar a cooperação entre as Regiões Ultraperiféricas (RUP) da União Europeia (UE), os países de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP) e os Países e Territórios Ultramarinos (PTU) vizinhos.

Para o efeito, ela procura especificamente facilitar a articulação entre os diferentes instrumentos financeiros, fornecendo aos responsáveis pelos programas de cooperação do Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED) e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) um guia para as fases de identificação e de formulação de projetos comuns FED-FEDER entre as Regiões Ultraperiféricas, os países de África, das Caraíbas e do Pacífico e/ou os Países e Territórios Ultramarinos vizinhos.

A presente nota destina-se:

- aos serviços competentes da União Europeia: Direções-Gerais da Política Regional e Urbana (REGIO) e do Desenvolvimento e da Cooperação (DEVCO) da Comissão Europeia, o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), as Delegações da União (nomeadamente a de Barbados, Cabo Verde, Guiana, Jamaica, Maurícia e Nigéria), - às autoridades de gestão dos programas FEDER, os gestores orçamentais regionais e

nacionais dos programas FED-ACP e os gestores orçamentais territoriais e regionais dos programas FED-PTU

a fim de lhes servir de guia na definição dos projetos comuns e orientar, desse modo, os potenciais beneficiários.

As indicações contidas na nota de orientação fundamentam-se nas disposições das bases jurídicas aplicáveis no período de 2014-2020 (ver anexo I). O seu intuito é tornar realidade as possibilidades oferecidas pelo novo quadro legislativo.

A nota de orientação complementa os diferentes documentos de programação: Programas de Cooperação Territorial (PCT) do FEDER, Programas Indicativos Nacionais (PIN) e Regionais (PIR) do FED-ACP e Programas Territoriais e Regionais do FED-PTU.

1.2 Potenciais zonas de cooperação RUP /ACP–PTU

Região RUP ACP PTU

Caraíbas/ Amazónia Guadalupe (FR) Guiana (FR) Martinica (FR) São Martinho (FR) Antígua e Barbuda Baamas Barbados Belize Domínica República Dominicana Granada Guiana Haiti Jamaica

São Cristóvão e Neves

Anguila Aruba Bonaire Curaçau Ilhas Caimão Monserrate Saba São Bartolomeu Santo Eustáquio São Martinho

(4)

Santa Lúcia

São Vicente e Granadinas Suriname

Trindade e Tobago

Ilhas Virgens Britânicas

Oceano Índico Maiote (FR) e Reunião (FR) África do Sul1 Comores Quénia Madagáscar Maurícia Moçambique Seicheles Somália Tanzânia

Terras Austrais e Antárticas Francesas África Ocidental Açores (PT) Ilhas Canárias (ES) Madeira (PT) Cabo Verde Mauritânia Senegal 1.3 Programas de cooperação

1.3.1 FEDER: Programas de cooperação territorial

O FEDER tem a missão de contribuir para a correção dos principais desequilíbrios regionais existentes na União. Em relação ao FEDER, a presente nota abrange os seguintes programas da lista de Programas de Cooperação Territorial (PCT) estabelecida pela Comissão2:

Programa de Cooperação Territorial Repartição indicativa FEDER (em milhões de euros) Oceano Índico/ Comissão do Oceano Índico 63,2

INTERREG Caraíbas / Organização dos Estados

das Caraíbas Ocidentais 64,3

Amazónia 18,9

São Martinho (Sint Maarten) 10

Maiote-Comores-Madagáscar 12

Madeira-Açores-Canárias (MAC) 110,6

1

Países ACP não elegíveis para o FED.

2

Decisão de Execução 2014/366/UE da Comissão, de 16 de junho de 2014, que estabelece a lista de programas de cooperação e indica o montante global do apoio total prestado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional a cada programa do objetivo da Cooperação Territorial Europeia para o período de 2014 a 2020 (notificada com o número C(2014) 3776), JO L 178 de 18.6.2014, p. 18).

(5)

1.3.2 FED-ACP: programas de cooperação regional e bilateral

O 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento está dividido em dotações nacionais e regionais, bem como numa dotação intra-ACP.

O 11.º FED bilateral financia projetos nos setores da Agenda para a Mudança em cada um dos países ACP. Cada Programa Indicativo Nacional (documento de programação) deve concentrar-se, no máximo, em 3 dos setores mencionados no número 3 abaixo.

Zona

Dotações indicativas PIN 11.ºFED ACP (em milhões de euros) países

potencialmente envolvidos

Caraíbas (incluindo a

Amazónia) 651

Oceano Índico 2 158

África Ocidental 597

O 11.º FED regional destina-se a reforçar a integração económica regional, a paz, a segurança e a gestão dos recursos naturais. É executado através dos Programas Indicativos Regionais.

Zona Repartições Indicativas PIR 11.º FED ACP (em milhões de euros)

Caraíbas 350

África Oriental e Austral e

Oceano Índico 1 332

África Ocidental 1 150

1.3.3 FED-PTU: programas territoriais e regionais

O 11.º FED-PTU financia as estratégias e as prioridades territoriais e regionais dos PTU enunciadas nos documentos de programação.

Região PTU Repartição indicativa 11.º FED PTU (em milhões de euros)

Caraíbas 40

(6)

PTU Repartição indicativa 11.º FED (em milhões de euros) Aruba 13,05 Bonaire 3,95 Curaçau 16,95 Saba 3,55 Santo Eustáquio 24,5

São Martinho (Sint

Maarten) 7

Anguila 14,05

Monserrate 18,4

Ilhas Turcas e Caicos 14,6

2. INTERVENIENTES E INSTÂNCIAS ENVOLVIDAS

3

2.1 Para o FEDER

As instâncias de gestão do FEDER a nível de cada Programa de Cooperação Territorial são as seguintes:

2.1.1 Autoridade de gestão

O ou os Estados-Membros designam como autoridade de gestão um organismo público nacional, regional ou local, ou um organismo privado responsável pela gestão do programa. Entre outras atribuições, compete à autoridade de gestão definir os procedimentos e critérios adequados para a seleção das operações. Faculta também aos beneficiários as informações pertinentes para realizarem as operações4. É a autoridade de gestão que fornece ao beneficiário principal de um projeto de cooperação um documento com as condições de execução aplicáveis5.

3

Ver no anexo I as definições exatas de cada interveniente/instância de acordo com as bases jurídicas aplicáveis.

4

Artigo 125.º do Regulamento (UE) n.º 1303/2013.

5

(7)

Programa de cooperação 2014-2020 Autoridade de gestão

Oceano Índico/ Comissão do Oceano Índico Conselho Regional da Reunião (FR) INTERREG Caraíbas/OECO Conselho Regional de Guadalupe (FR) Plataforma das Guianas/Amazónia Conselho Regional da Guiana (FR)

São Martinho - Sint Maarten Vice-governador Civil de São Martinho (FR)

Maiote-Comores-Madagáscar Governador Civil de Maiote (FR) Madeira-Açores-Canárias (MAC) Governo das Canárias (ES)

A autoridade de gestão pode delegar a gestão de parte de um programa operacional num organismo intermediário (como a AFD - Agence Française de Développement, a KfW - Kreditanstalt für Wiederaufbau -, a AECID- Agencia Española de Cooperacion Internacional para el Desarrollo, etc.), através de um acordo escrito entre esse organismo e a autoridade de gestão (denominado «subvenção global»). O organismo intermediário deve fornecer garantias da sua solvabilidade e competência no domínio em causa, bem como da sua capacidade em matéria de gestão administrativa e financeira6.

2.1.2 Secretariado Conjunto

O Secretariado Conjunto (SC) é um órgão de coordenação que presta assistência à autoridade de gestão (e ao comité de acompanhamento). Tem como principais missões instruir os processos, fornecer informações aos potenciais beneficiários sobre as possibilidades de financiamento e auxiliar os beneficiários na execução das operações. Idealmente, o SC deverá incluir funcionários provenientes de todos os países ou territórios que participem no programa (Estados-Membros e países terceiros, designadamente países parceiros ACP e/ou PTU). O seu financiamento (incluindo a contratação de pessoal dos territórios e países terceiros) é assegurado pela assistência técnica do programa (6 % ou 7 % do montante do programa financiado pelo FEDER). 2.1.3 Comité de acompanhamento

A autoridade de gestão institui o comité de acompanhamento depois de consultar os Estados-Membros que tenham pelo menos uma RUP visada pelo programa, bem como os PTU e os países ACP que aceitem o convite para participar no programa7. O comité é constituído por representantes das autoridades competentes dos Estados-Membros e de todos os países terceiros participantes8, bem como das organizações regionais.

6

Artigo 123.º, n.º 7, do Regulamento (UE) n.º 1303/2013.

7

Artigo 23.º, n.º 2, do Regulamento (UE) n.º 1299/2013.

8

(8)

O comité de acompanhamento analisa as questões que afetem o desempenho do programa e emite um parecer em caso de alteração do programa proposta pela autoridade de gestão. Apresenta também recomendações à autoridade de gestão sobre a execução do programa.

O comité de acompanhamento tem igualmente a missão de selecionar as operações que serão financiadas pelos programas, quer diretamente, quer por intermédio de um comité diretor que age sob a sua responsabilidade9.

O comité de acompanhamento não é uma autoridade do programa como a autoridade de gestão.

2.2 Para o FED:

Quanto ao FED, os principais intervenientes na gestão dos fundos são os seguintes: - O gestor orçamental do FED (ou seja, a Comissão)

- Os gestores orçamentais nacionais e regionais do FED-ACP (organizações regionais devidamente mandatadas, incluindo o «high-level steering committee»10);

- Os gestores orçamentais territoriais e regionais do FED-PTU; - As Delegações da UE, incluindo as delegações regionais.

As definições exatas destes intervenientes constam dos artigos 35.º e 36.º do Acordo de Cotonu, bem como do artigo 86.º da Decisão de Associação Ultramarina, no anexo I.

3. DOMÍNIOS DE COOPERAÇÃO

Os Programas de Cooperação Territorial do FEDER contêm Objetivos Temáticos (OT) identificados a partir de uma lista de onze objetivos que contribuem para a estratégia EUROPA 202011. A fim de evitar uma dispersão excessiva do FEDER, que reduziria o impacto dos programas, os PCT concentram, no mínimo, 80 % do financiamento do FEDER em quatro objetivos temáticos. Os 20 % restantes são afetados a um ou mais dos outros objetivos temáticos e à assistência técnica.

Os Programas Indicativos Nacionais e os Programas Indicativos Regionais FED-ACP compreendem geralmente três setores de concentração e prioridades horizontais.

Os documentos de programação FED-PTU concentram-se num único setor, tanto a nível territorial como regional. O setor de concentração é escolhido de entre os domínios de cooperação estabelecidos na Decisão de Associação Ultramarina.

Em cada zona geográfica e na sequência do exercício de programação, os Programas de Cooperação Territorial e os programas do FED podem partilhar domínios de cooperação comuns (Objetivos Temáticos e setores de concentração idênticos). A procura de financiamento conjunto deverá visar, portanto, estes domínios de cooperação comuns. No entanto, em relação aos outros temas, a flexibilidade que o FEDER proporciona de

9

Artigo 12.º, n.º 1, do Regulamento (UE) n.º 1299/2013.

10

Este comité de alto nível é criado em cada uma das regiões para coordenar a programação e a execução das dotações regionais do FED.

11

Artigo 5.º do Regulamento (UE) n.º 1301/2013, completado pelo artigo 7.º do Regulamento (UE) n.º 1299/2013.

(9)

financiar até 30 % da sua dotação fora do território da UE12 poderá ser utilizada na parte dos projetos de cooperação situada nos países ACP ou nos PTU, ou respeitante aos mesmos. FEDER 11 objetivos temáticos FED-ACP Regional 3 setores regionais FED-ACP Nacional (Setores da Agenda para a Mudança)

FED-PTU Territorial e regional

8 setores

1. Investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação 2. Acesso às TIC, sua utilização e

qualidade

3. Competitividade das PME 4. Transição para uma economia de

baixo teor de carbono em todos os setores

5. Adaptação às alterações

climáticas, prevenção e gestão de riscos

6. Proteção do ambiente e utilização eficiente dos recursos

7. Transportes sustentáveis, eliminação dos estrangulamentos nas principais infraestruturas de rede

8. Sustentabilidade e qualidade do emprego, mobilidade dos trabalhadores

9. Inclusão social, combate à pobreza e à discriminação 10. Educação, formação,

nomeadamente profissional, para a aquisição de competências e a aprendizagem ao longo da vida 11. Capacidade institucional das

autoridades públicas e partes interessadas, e eficiência da administração pública

1. Paz e segurança 2. Integração económica

regional

3. Gestão dos recursos naturais 1. Democracia, direitos humanos e Estado de direito 2. Igualdade de género e empoderamento das mulheres

3. Gestão do setor público, política e administração fiscais, corrupção 4. Sociedade civil e autoridades locais 5. Recursos naturais 6. Correlação entre desenvolvimento e segurança

7. Proteção social, saúde, educação e emprego 8. Enquadramento empresarial e integração regional 9. Agricultura e energia sustentáveis 1. Ambiente, alterações climáticas e redução dos riscos de catástrofes 2. Acessibilidade 3. Investigação e inovação 4. Juventude, educação, formação, saúde, emprego e política 5. Cultura 6. Luta contra a criminalidade organizada 7. Turismo 8. Comércio e cooperação ligada ao comércio

Os países terceiros que participem nos programas de cooperação territorial devem afirmar o seu acordo quanto ao conteúdo do programa, por escrito ou através de atas formalmente aprovadas das reuniões de concertação ou das deliberações das organizações regionais.13

12

Artigo 20.º, n.º 2, alínea b), do Regulamento (UE) n.º 1299/2013.

13

(10)

4. MECANISMOS DE COORDENAÇÃO FED - FEDER

Algumas disposições regulamentares do FED e do FEDER (ver anexo I) têm em vista a criação de mecanismos de coordenação ao nível adequado para facilitar a utilização dos recursos provenientes do FED e do FEDER em prol de projetos comuns.

Em conformidade com essas disposições, as autoridades de gestão do FEDER e as autoridades competentes do FEDER e do FED estabelecem conjuntamente, em cada zona (Caraíbas, Oceano Índico ou África Ocidental), uma estrutura de coordenação que será «uma plataforma de diálogo e coordenação regional» (a seguir designada por «plataforma»).

Essa plataforma deverá ser o mais inclusiva possível e contar entre os seus membros representantes das instâncias seguintes:

• autoridade de gestão do Programa de Cooperação Territorial do FEDER, • secretariado conjunto do Programa de Cooperação Territorial do FEDER, • gestores orçamentais regionais do FED-ACP e do FED-PTU

• gestores orçamentais nacionais, bem como territoriais, se for caso disso, do FED-ACP e do FED-PTU,

• autoridades nacionais dos Estados-Membros envolvidos, • organizações regionais da zona,

• Comissão Europeia: DG Política Regional e Urbana, DG DEVCO e Delegações da UE envolvidas.

A plataforma poderia reunir-se uma ou duas vezes por ano14 e ser presidida em alternância pela autoridade de gestão do Programa de Cooperação Territorial e pelas autoridades competentes dos países ACP e/ou dos PTU responsáveis pela gestão dos programas do FED.

Essa plataforma desempenhará um papel fundamental na mobilização dos diversos intervenientes, tendo em vista a identificação e a disponibilização dos fundos do FED e/ou FEDER para os projetos de cooperação comuns. Terá as seguintes funções:

- proceder à concertação sobre os domínios de cooperação comuns;

- definir os objetivos a atingir em cada setor, bem como as partes envolvidas;

- propor as ações a realizar (projetos ou programas), bem como as suas possíveis normas de execução (incluindo a eventual entidade responsável pela execução) e fontes de financiamento. A plataforma transmite estas propostas aos gestores orçamentais territoriais, nacionais ou regionais do FED e ao comité de acompanhamento do FEDER para validação e apropriação. Estes ficarão incumbidos de instruir os projetos/programas e assegurar a tomada de decisões de financiamento através dos processos habitualmente utilizados pelo FED e o FEDER ;

- garantir o acompanhamento destas propostas e avaliar periodicamente os progressos realizados em matéria de coordenação dos programas;

14

A organização dessas reuniões compete à assistência técnica dos programas FEDER, sendo as respetivas modalidades determinadas em cada programa.

(11)

- identificar todos os projetos financiados pelo FED e o FEDER na região, independentemente de terem sido ou não preparados em conjunto. Por conseguinte, deverá ser informada pelas autoridades de gestão desses projetos/programas acerca dos progressos do Programa de Cooperação Territorial e das ações do FED na zona.

A plataforma poderá ser assistida por um apoio administrativo FED/FEDER, com localização a determinar posteriormente, financiado pela assistência técnica FEDER. As normas dessa plataforma devem ser descritas nos programas de cooperação territorial financiados pelo FEDER.

5. NORMAS DE EXECUÇÃO

5.1 Fonte de financiamento única: FED ou FEDER

Os projetos15 de cooperação comuns podem ser financiados por uma fonte de financiamento única, como tem acontecido, até agora, na maioria dos casos. Esses projetos continuam a ser geridos segundo o método de governação próprio da fonte de financiamento, mas é importante discuti-los no âmbito da plataforma, ou pelo menos apresentá-los aos participantes a título informativo, a fim de identificar todos os projetos que contribuem para o objetivo global de melhorar a cooperação entre RUP, países ACP e PTU vizinhos. O apoio administrativo FED/FEDER que prestará assistência à plataforma será responsável por essa identificação.

a) FEDER: O FEDER pode financiar um projeto comum enquanto fonte de financiamento única, se o projeto estiver situado na parte do programa referente à UE e se os impactos e vantagens transfronteiriços ou transnacionais forem identificados. Exemplo 1:

- reuniões no território das RUP que incluam os parceiros dos países ACP e/ou PTU - construção e equipamento de um centro de formação linguística na Guadalupe, aberto aos beneficiários dos países e territórios vizinhos

Isto aplica-se mutatis mutandis aos projetos situados fora do território da UE. Neste caso, o montante total dos projetos financiados fora da UE pelo FEDER, como fonte de financiamento única ou não, não poderá ser superior a 30 % do montante do FEDER previsto para o programa16.

A contribuição financeira dos países terceiros não é obrigatória. Com efeito, para ser selecionado, um projeto de cooperação deve respeitar pelo menos dois dos quatro critérios seguintes: ser elaborado em conjunto, ser executado em conjunto, ser dotado de pessoal em conjunto e ser financiado em conjunto (sendo o financiamento um dos quatro critérios, pode ser compensado por um dos outros três)17.

15

Na aceção do FEDER, um «projeto» não coincide forçosamente com uma «operação» (ver definição no anexo I).

16

Artigo 20.º, n.º 2, alínea b), do Regulamento (UE) n.º 1299/2013.

17

(12)

A taxa de participação do FEDER é calculada a nível de cada eixo prioritário18 e não ao nível da operação. No caso do cofinanciamento do FEDER a 85 % (taxa máxima do FEDER no custo total/nas despesas públicas elegíveis de um eixo prioritário), a autoridade de gestão deve comprovar uma contrapartida financeira pública ou privada de pelo menos 15 %. Isso significa que, se as taxas de financiamento de uns projetos forem superiores à taxa do eixo prioritário (neste caso 85 %), os outros projetos deverão ser financiados a uma taxa inferior, de modo a que, no total, a taxa de 85 % seja respeitada. A referida contrapartida não pode ser dada por outro fundo da União. No entanto, o Estado-Membro ou o país terceiro podem substituir a sua contrapartida por um crédito ou um apoio financeiro do Banco Europeu de Investimento ou do Banco Mundial, por exemplo (ou mesmo de um banco privado).

b) FED: No caso do FED, é igualmente possível financiar um projeto comum como fonte de financiamento única, se o projeto estiver situado num país ACP ou num PTU e se os impactos e vantagens transfronteiriços ou transnacionais forem identificados.

Exemplo 2: Projeto «SMARTFISH»

No Oceano Índico, um projeto de intercâmbio automático de dados de satélites entre os Estados membros da Comissão do Oceano Índico permite vigiar as pescas e partilhar dados em toda a região, incluindo a Reunião (RUP). Após uma primeira fase financiada pela Direção-Geral dos Assuntos Marítimos e das Pescas da Comissão Europeia, o Projeto «SMARTFISH» está a ser executado com base no 10.º FED Regional no Oceano Índico, que financia dois anos de «phasing-out» (saída gradual) com um montante de 2 milhões de EUR.

Exemplo 3: Produção de eletricidade de origem geotérmica na Domínica e conexão com a Guadalupe e/ou a Martinica

A Domínica (ACP) tem um grande potencial de produção de energia geotérmica. Na sequência do êxito obtido na fase exploratória, o Governo da Domínica está a lançar a fase de elaboração e implantação de um quadro institucional adaptado, com o apoio de um empréstimo bonificado no montante de 6,5 milhões de EUR, da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), e uma subvenção de 2 milhões de EUR do 10.º FED, através da Facilidade de Investimento para as Caraíbas. Este projeto poderá levar à construção e exploração de centrais geotérmicas com cerca de 100 MW de capacidade, que beneficiarão não só a Domínica, mas também a Guadalupe (RUP) e a Martinica (RUP) através da construção de uma conexão elétrica.

18

(13)

5.2 Dupla fonte de financiamento, FED e FEDER, para um mesmo projeto de cooperação comum

A plataforma poderá propor a mobilização simultânea de fundos do FED e do FEDER para um mesmo projeto de cooperação comum.

No âmbito do FED, a fonte de financiamento tanto poderão ser os fundos de cooperação bilateral (ACP) ou territorial (PTU) como os fundos previstos para a cooperação regional (ACP ou PTU), ou intra-ACP.

À semelhança dos projetos com fonte de financiamento única, também é importante debater estes projetos ou apresentá-los a título meramente informativo no âmbito da plataforma, no mesmo exercício de identificação exaustivo de todos os projetos que contribuam para o objetivo global de melhorar a cooperação entre RUP, países ACP e PTU vizinhos.

Exemplo 4: Estação de tratamento de águas residuais comum entre São Martinho (FR) e Sint Maarten

Na medida em que este eventual projeto comum FED-FEDER está situado no PTU de Sint Maarten, isto é, fora do território da UE, a participação do FEDER não pode ser superior a 3 milhões de EUR, ou seja, 30 % do programa São Martinho-Sint Maarten, que conta com uma dotação total de 10 milhões de EUR (independentemente do custo dessa infraestrutura). O montante complementar poderá provir do FED territorial de Sint Maarten. As partes decidirão as normas de gestão e execução do cofinanciamento, nomeadamente a forma de lançar os respetivos concursos.

As possibilidades de conjugar as contribuições do FED e do FEDER em benefício de projetos comuns são a seguir descritas. Seja qual for o sistema escolhido, os mecanismos de gestão e de controlo devem garantir que as mesmas despesas não sejam declaradas duas vezes, uma vez para obter uma contribuição do FED e outra para obter uma contribuição do FEDER.

5.2.1 Congregação dos fundos FED e FEDER num organismo responsável pela sua gestão

a) Disponibilização de fundos FED para um programa FEDER (autoridade de gestão): Em conformidade com o Regulamento Financeiro do FED, podem ser transferidos fundos FED, em gestão indireta, para uma autoridade de gestão de um PCT, desde que se trate de um organismo de direito público de um Estado-Membro da União e que a Comissão se certifique de que o organismo delegatário garante, na sua gestão dos fundos da União, um nível de proteção dos interesses financeiros da UE equivalente ao que o Regulamento Financeiro prevê para a Comissão. Através do denominado exame dos «pilares», a Comissão verifica se os organismos delegatários:

- instituem um sistema de controlo interno eficaz e eficiente e asseguram o seu funcionamento;

- utilizam um sistema de contas que forneça informações rigorosas, completas e fiáveis, em tempo oportuno;

- se submetem a uma auditoria externa independente, realizada em conformidade com as normas de auditoria aceites internacionalmente, por um serviço de auditoria funcionalmente independente da entidade ou pessoa em causa;

(14)

- aplicam regras e procedimentos adequados para a concessão de financiamentos a partir dos fundos da União através de subvenções, de contratos públicos e de instrumentos financeiros;

- asseguram a publicação a posteriori de informações sobre os destinatários dos fundos; - asseguram um nível razoável de proteção dos dados pessoais.

Essa verificação dos pilares é efetuada por um auditor externo e independente, de acordo com o caderno de encargos estabelecido pela Comissão, para o qual podem utilizar-se alguns elementos recolhidos aquando da certificação das autoridades de gestão para a execução dos PCT, a fim de facilitar o trabalho dos auditores incumbidos de proceder à verificação. No caso específico das autoridades de gestão, pode considerar-se que as verificações conducentes à sua certificação para gerirem os fundos do FEDER são equivalentes à verificação dos pilares.

Seguidamente, a autoridade de gestão poderá assinar com a Comissão um acordo de delegação relativo à parte do cofinanciamento do FED. A autoridade de gestão recebe o cofinanciamento FEDER através do PCT. Essa autoridade deverá prever uma secção especificamente dedicada à gestão dos fundos FED nos relatórios anuais de atividade do PCT.

A disponibilização de fundos FED a uma autoridade de gestão pode dever-se ao financiamento de um projeto comum específico e previamente identificado, ou ao financiamento de várias ações com um objetivo comum e selecionadas através de um convite à apresentação de propostas. Tanto num caso como no outro, as regras de elegibilidade e de seleção dos contratantes, dos participantes e das ações/projetos devem respeitar as normas do FEDER19.

Exemplo 5: Exemplo fictício de cooperação entre vários PTU (a título do seu programa regional geográfico FED-PTU), RUP (no âmbito do programa de cooperação territorial europeia) e/ou países ACP (a título do seu programa regional FED-ACP)

Os PTU das Caraíbas iniciam conversações preliminares sobre o setor de cooperação ao abrigo do 11.º FED e decidem escolher o setor «gestão dos recursos naturais», nomeadamente o subsetor «energias renováveis».

Na medida em que este setor corresponde igualmente aos objetivos temáticos e aos setores de concentração adotados pelo programa regional ACP Caraíbas e pelo PCT, os PTU (através, por exemplo, do gestor orçamental regional) encetam conversações com os ACP e as RUP (por exemplo, representados, respetivamente, pelo gestor orçamental regional para as Caraíbas e pela autoridade de gestão do PCT), com vista a identificar um projeto setorial comum. Elaboram um plano de ação e um orçamento que permitem determinar a contribuição do FED ou do FEDER (ou outra) de cada uma das partes. Caso se decida confiar a gestão deste projeto comum à autoridade de gestão do PCT, a Comissão transferirá os fundos FED (do programa regional ACP Caraíbas e do programa regional PTU Caraíbas) para a autoridade de gestão FEDER, através da assinatura de um acordo de delegação, com aplicação do cofinanciamento paralelo.

19

Graças à flexibilidade do FED resultante da congregação dos fundos, como se explica no parágrafo «Regra de origem e de nacionalidade», que permite o alinhamento com as regras do FEDER.

(15)

Com o conjunto dos fundos FED e FEDER ao seu dispor, a autoridade de gestão pode lançar, assim, um convite comum à apresentação de propostas, em que serão elegíveis os beneficiários das RUP, países ACP e PTU em causa. A autoridade de gestão também pode, por exemplo, iniciar um estudo único sobre o potencial de toda a região das Caraíbas em matéria de fontes de energia renováveis.

Exemplo 6: Exemplo de cooperação entre países ACP (a título do seu programa regional FED-ACP) e o programa FEDER

O projeto «Wider Cariforum», financiado pelo 10.º FED, tem o objetivo de reforçar a integração regional em setores que também correspondem aos objetivos temáticos/ setores de concentração adotados pelo programa regional ACP Caraíbas e pelo PCT FEDER. Estão previstas as ações seguintes:

- alargamento dos intercâmbios universitários existentes nas RUP das Caraíbas de modo a incluir universidades dos países ACP das Caraíbas ou a criação de novas iniciativas deste tipo;

- ações de formação e atividades de reforço das capacidades administrativas das autoridades locais;

- criação de uma academia de formação profissional em setores importantes para todos os países, regiões e territórios das Caraíbas (turismo, saúde, educação, etc.).

O Conselho Regional da Guadalupe, autoridade de gestão do PCT FEDER, será a entidade adjudicante para as duas fontes do cofinanciamento. Para executar os fundos FED, o Conselho Regional de Guadalupe assinará um acordo de delegação com a Comissão Europeia e o Secretariado-Geral da CARICOM (Gestor orçamental regional do FED). As três partes chegarão a acordo sobre os setores em que serão atribuídas as futuras subvenções, os critérios de seleção comuns e o orçamento da ação que permitirá determinar a contribuição de cada uma das partes (FED, FEDER ou outra).

b) Disponibilização de fundos FEDER para o FED: Essa disponibilização não é possível a nível «macro» (isto é, transferência da DG REGIO ou da autoridade de gestão para a DEVCO ou a delegação da UE) porque o artigo 4.º, n.º 7, do Regulamento (UE) n.º 1303/2013 exclui qualquer outro método de execução do orçamento FEDER que não seja a gestão partilhada, nos termos do artigo 59.º do Regulamento Financeiro da UE20. A autoridade de gestão só pode assinar contratos com os beneficiários/parceiros principais dos projetos21.

c) Delegação de gestão do FED e do FEDER num mesmo organismo intermediário A Autoridade de Gestão e a Comissão podem confiar ao mesmo organismo intermediário a gestão conjunta do fundo FEDER e dos fundos FED, respetivamente.

Esse organismo poderá ser, nomeadamente, o gestor orçamental regional PTU ou ACP, um gestor orçamental nacional ou territorial, uma organização regional ou internacional

20

As exceções não se aplicam aos programas da CTE.

21

(16)

ou um banco de desenvolvimento regional ou europeu (Banco Europeu de Investimento ou instituição financeira de um Estado-Membro como a AFD ou a KfW). Essa entidade ficará encarregada de gerir os fundos de acordo com os seus próprios procedimentos, caso de trate de uma organização internacional ou de uma entidade pública de um Estado-Membro que tenha sido aprovada na avaliação dos pilares.

5.2.2 Repartição das despesas entre o FED e o FEDER a nível dos projetos comuns a) Cofinanciamento paralelo de operações distintas referentes a um mesmo projeto

O projeto comum divide-se em (pelo menos) duas «operações» claramente identificáveis, cada uma das quais financiada por uma fonte de financiamento diferente. Por conseguinte, não há fungibilidade dos fundos e estes serão, por isso, executados segundo as regras e os procedimentos específicos de cada fonte de financiamento.

Uma mesma proposta de projeto comum identificado pela plataforma de diálogo FED-FEDER poderá ser assim objeto de financiamentos separados do FED e do FEDER que se completem para realizar o projeto comum.

Uma modalidade normalmente utilizada para o efeito consiste em selecionar esses projetos através de um convite único à apresentação de propostas lançado pela autoridade de gestão FEDER, ao abrigo de regras comuns de elegibilidade dos participantes e de seleção, que respeitem as bases jurídicas tanto do FED como do FEDER. Considera-se cada projeto comum como um projeto único a nível operacional, ainda que dividido em várias operações executadas de acordo com as regras e os procedimentos específicos de cada fonte de financiamento. O projeto é apresentado com um plano de financiamento global que especifique a contrapartida FEDER e FED, e completado por um plano de financiamento relativo a cada uma das operações. A autoridade de gestão assinará, deste modo, contratos separados para as operações do FED e do FEDER.

Do lado do FEDER, os fundos serão executados pela autoridade de gestão ou por um organismo intermediário, enquanto do lado do FED, os responsáveis pela gestão dos fundos poderão variar muito: serviços da Comissão/ Delegação (gestão direta), gestor orçamental nacional/ gestor orçamental territorial / gestor orçamental regional, organização internacional, agência de um Estado-Membro da UE ou outra entidade (gestão indireta).

Todavia, um dos parceiros (independentemente da sua nacionalidade) deverá ser designado para coordenar a execução do projeto comum a nível técnico e operacional. Neste contexto, recomenda-se a criação de um comité diretor comum para o projeto, a fim de coordenar da melhor forma as atividades financiadas em paralelo pelo FED e o FEDER.

Exemplo 7: Projeto ISLANDS no Oceano Índico

A primeira fase do projeto ISLANDS (de 2011 a meados de 2014) recebeu um financiamento de 10 milhões de EUR ao abrigo do Programa Indicativo Regional do 10.º FED da região da África Austral e Oriental/do Oceano Índico. Este projeto visa contribuir para o desenvolvimento económico, social e ambiental das Comores, de Madagáscar, da Maurícia, das Seicheles e de Zanzibar, bem como para uma melhor integração regional. A ilha da Reunião financiou, em paralelo, algumas atividades do projeto com fundos FEDER. Essa cooperação entre RUP e países ACP começou desde o início da execução do projeto, nomeadamente desde o seu primeiro comité diretor (de

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que a Reunião fazia parte enquanto Estado membro da COI), em que a Reunião se ofereceu para ser o parceiro principal na operação «recifes de coral». A Reunião contribuiu com fundos FEDER de assistência técnica para o comité técnico regional dos recifes de coral, de que é presidente. As atividades FEDER estão inseridas no planeamento das atividades do FED, bem como no seu quadro lógico. As prioridades e questões financeiras e programáticas são decididas nas reuniões do comité técnico regional e do comité diretor.

Exemplo 8: Projetos Biodiversidade e Energias Renováveis no Oceano Índico

Os projetos Biodiversidade e Energias Renováveis no Oceano Índico previram expressamente, desde a sua formulação, que a Reunião participaria nas suas convenções de financiamento do FED. Por exemplo, na convenção de financiamento «Energias renováveis», refere-se que embora a Reunião, enquanto região ultraperiférica francesa, não beneficie financeiramente do projeto, estará estreitamente envolvida no mesmo como membro da Comissão do Oceano Índico. A sua participação será financiada pelo FEDER e pelos seus próprios recursos.

Exemplo 9: Exemplo fictício de cooperação entre um PTU (apoiado pelo seu programa territorial FED) e uma RUP (apoiada pelo programa de cooperação territorial europeia)

Com base nas conversações entre autoridades competentes, um PTU e uma RUP chegam a acordo sobre o lançamento de um projeto comum no setor das energias renováveis, com especial incidência nas redes de distribuição.

Para o efeito, o PTU dedicará uma parte dos recursos financeiros que lhe são concedidos no âmbito do seu programa territorial ao abrigo do 11.º FED-PTU, enquanto a RUP mobilizará recursos disponíveis no quadro do programa de cooperação territorial europeia. O PTU e a RUP identificam em conjunto as ações que poderão ser realizadas e elaboram um plano de ação e um orçamento com a distribuição das rubricas de despesas do projeto comum entre eles. A escolha do PTU relativamente à sua cooperação com a RUP deve estar refletida e integrada no documento de programação a título da sua dotação territorial, que submeterá à aprovação da Comissão. Uma vez aprovado o Documento de Programação e adotada a decisão de financiamento, a convenção de financiamento será assinada e a execução do projeto poderá começar no que respeita à parte FED-PTU. A execução do projeto deverá ser acompanhada pelas duas partes através de um comité diretor.

b) Cofinanciamento paralelo no âmbito de uma mesma operação

No caso do cofinanciamento de um mesmo projeto comum, os itens de despesas no orçamento único são claramente imputados quer ao FED quer ao FEDER, a fim de assegurar o cumprimento do artigo 65.º, n.º 11, do Regulamento (UE) n.º 1303/201222. Tal como acontece com o cofinanciamento paralelo em operações distintas (ponto 5.2.2, alínea a), acima), não há fungibilidade dos fundos e, por isso, os itens de despesas serão

22

Artigo 65.º, n.º 11, do Regulamento (UE) n.º 1303/2013: «Uma operação pode receber apoio de um ou vários [Fundos Europeus Estruturais e de Investimento] ou de um ou vários programas e de outros instrumentos da União, desde que o item de despesa indicado no pedido de pagamento para reembolso por um dos FEEI não receba apoio de outro Fundo ou instrumento da União, nem apoio do mesmo Fundo no âmbito de outro programa.».

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executados de acordo com as regras e os procedimentos específicos de cada fonte de financiamento.

Como a expressão «item de despesa» não está juridicamente definida, para efeitos do presente documento considera-se que esta corresponde a um montante elegível a título de uma rubrica orçamental.

Quanto aos programas de cooperação cofinanciados pelo FEDER, o Regulamento Delegado (UE) n.º 481/2014 da Comissão23 definiu categorias de despesas relativas aos custos de pessoal, às despesas com instalações e administrativas, às despesas de deslocação e alojamento, aos custos de peritos e serviços externos e às despesas de equipamento. Além disso, o FEDER pode ser utilizado na partilha de instalações e recursos humanos, e todos os tipos de infraestruturas24.

A repartição das despesas entre o FED e o FEDER será definida na convenção de financiamento do projeto comum. O nível de contribuição de cada fonte de financiamento deverá refletir o grau de participação estimado das RUP e dos países ACP e/ou PTU no projeto comum.

5.2.3 Regras de origem e de nacionalidade

As regras de origem e de nacionalidade são as estabelecidas pelas bases jurídicas de cada instrumento. Um condicionalismo frequentemente referido como um entrave ao cofinanciamento entre o FED e o FEDER é a incompatibilidade dessas regras no contexto dos concursos (nacionalidades dos candidatos a contratos de serviços, fornecimentos e obras, ou origem dos fornecimentos). Na verdade, as regras de origem e de nacionalidade do FED são menos abertas do que as do FEDER.

Todavia, na gestão indireta (ponto 5.2.1, alíneas a) e c), acima), as regras da entidade adjudicante podem aplicar-se plenamente desde que incluam pelo menos as nacionalidades/origens elegíveis para o FED. Se as regras da entidade adjudicante forem as do FEDER (nomeadamente no caso da autoridade de gestão), é possível que elas se apliquem igualmente ao cofinanciamento do FED.

23

Regulamento Delegado (UE) n.º 481/2014 da Comissão, de 4 de março de 2014, que completa o Regulamento (UE) n.º 1299/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às regras específicas em matéria de elegibilidade da despesa para os programas de cooperação (JO L 138 de 13.5.2014, p. 45).

24

(19)

Anexo I

Referências às bases jurídicas

I PARTE FED

• Acordo de Cotonu revisto:

Artigo 35.º

Gestor Orçamental Nacional

1. O Governo de cada Estado ACP designa um gestor orçamental nacional que o representa em todas as operações financiadas a partir dos recursos do quadro financeiro plurianual de cooperação a título do presente Acordo geridos pela Comissão e pelo Banco. O gestor orçamental nacional designa um ou mais gestores orçamentais nacionais suplentes que o substituem caso esteja impedido de exercer esta função e informa a Comissão dessa substituição Sempre que estejam cumpridas as condições de capacidade institucional e de boa gestão financeira, o gestor orçamental nacional pode delegar as suas funções de execução dos programas e projetos em causa na entidade responsável, no interior da administração nacional, devendo nesse caso informar a Comissão das delegações que efetua.

No caso de programas e projetos regionais, a organização ou organismo competente designa um gestor orçamental regional, cujas tarefas correspondem, mutatis mutandis, às do gestor orçamental nacional.

No caso de programas e projetos intra-ACP, o Comité de Embaixadores ACP designa um gestor orçamental intra-ACP, cujas tarefas correspondem, mutatis mutandis, às do gestor orçamental nacional. Caso o Secretariado ACP não seja o gestor orçamental, o Comité de Embaixadores é informado, em conformidade com o acordo de financiamento, da execução dos programas e projetos.

Quando a Comissão tiver conhecimento de problemas no decurso dos procedimentos relativos à gestão dos recursos do quadro financeiro plurianual de cooperação a título do presente Acordo, estabelecerá com o gestor orçamental competente todos os contactos necessários para resolver o problema e adotará todas as medidas adequadas.

O gestor orçamental competente assumirá unicamente a responsabilidade financeira pelas tarefas de execução que lhe são confiadas.

No âmbito da gestão descentralizada dos recursos do quadro financeiro plurianual de cooperação a título do presente Acordo e sem prejuízo dos poderes complementares que lhe poderão ser confiados pela Comissão, o gestor orçamental competente:

a) É encarregado da coordenação, da programação, do acompanhamento regular e dos reexames anuais intercalares e finais da execução da cooperação, bem como da coordenação com os dadores;

b) É responsável, em estreita colaboração com a Comissão, pela preparação, apresentação e instrução dos programas e projetos;

c) Prepara os processos dos concursos e, sempre que necessário, os documentos dos convites à apresentação de propostas;

d) Antes da abertura dos concursos e, sempre que necessário, dos convites à apresentação de propostas, apresenta à Comissão para aprovação os processos dos concursos e, se for caso disso, os documentos dos convites à apresentação de propostas;

e) Em estreita colaboração com a Comissão, procede à abertura de concursos, bem como, sempre que necessário, aos convites à apresentação de propostas;

(20)

f) Recebe as propostas, tanto no âmbito de concursos, bem como, sempre que necessário, dos convites à apresentação de propostas, e transmite uma cópia das propostas à Comissão; preside à análise das propostas e aprova o seu resultado no prazo de validade das propostas tendo em conta o prazo exigido para a aprovação dos contratos;

g) Convida a Comissão a analisar as propostas apresentadas no âmbito dos concursos e, se necessário, dos convites à apresentação de propostas e comunica os resultados da análise à Comissão para aprovação das propostas de adjudicação de contratos e de concessão das subvenções;

h) Apresenta os contratos e os orçamentos-programa à Comissão para aprovação, bem como as respetivas adendas;

i) Assina os contratos e respetivas adendas aprovados pela Comissão;

j) Procede à liquidação e assina as ordens de pagamento das despesas, dentro dos limites dos recursos que lhe são atribuídos; e

k) No decurso das operações de execução, toma as medidas de adaptação necessárias para assegurar a correta execução, do ponto de vista económico e técnico, dos programas e projetos aprovados.

2. Durante a execução das operações, e sem prejuízo do dever de informar a Comissão, o gestor orçamental nacional decidirá sobre:

a) As adaptações e modificações técnicas de pormenor dos programas e projetos, desde que não afetem as soluções técnicas escolhidas e não excedam a reserva para adaptações prevista no acordo de financiamento;

b) As mudanças de implantação dos programas ou projetos com unidades múltiplas, por razões técnicas, económicas ou sociais;

c) A aplicação ou remissão das multas por atraso; d) Os atos que permitam o levantamento das cauções;

e) As compras no mercado local, independentemente da origem das mercadorias;

f) A utilização de materiais e máquinas de construção não originários dos Estados-Membros ou dos Estados ACP, sempre que não exista produção de materiais e máquinas comparáveis nos Estados-Membros ou nos Estados ACP;

g) As subempreitadas;

h) As receções definitivas, desde que a Comissão assista às receções provisórias, vise as atas correspondentes e, se necessário, assista às receções definitivas, nomeadamente nos casos em que a extensão das reservas formuladas aquando da receção provisória exija correções importantes; e

i) O recrutamento de consultores e outros peritos de assistência técnica. Artigo 36.º

Chefe de delegação

1. A Comissão é representada, junto de cada Estado ACP ou de cada grupo regional que o solicite expressamente, por uma delegação sob a autoridade de um chefe de delegação, com a aprovação do Estado ou Estados ACP em questão. Serão tomadas medidas adequadas no caso de ser designado um chefe de delegação para um grupo de Estados ACP. O chefe de delegação representa a Comissão em todos os domínios da sua competência e em todas as suas atividades.

2. O chefe de delegação é o interlocutor privilegiado dos Estados ACP e dos organismos elegíveis para apoio financeiro ao abrigo do presente acordo. Coopera e trabalha em estreita colaboração com o gestor orçamental nacional.

3. O chefe de delegação recebe as instruções e os poderes necessários para facilitar e acelerar todas as operações financiadas no âmbito do acordo.

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4. O chefe de delegação informa regularmente as autoridades nacionais das atividades comunitárias suscetíveis de ter um interesse direto para a cooperação entre a Comunidade e os Estados ACP.

• Acordo Interno do 11.º FED:

Artigo 10.º Disposições de execução

1.(…) O regulamento de execução do 11.º FED deve incluir medidas adequadas para permitir coordenar o financiamento dos créditos do FED e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional destinados a financiar projetos de cooperação entre as regiões ultraperiféricas da União e os Estados ACP, bem como os PTU das Caraíbas, África Ocidental e Oceano Índico, em particular mecanismos simplificados para a gestão conjunta desses projetos.».

• Regulamento de execução do 11.º FED: Artigo 17.º

Participação de um país ou de uma região terceiros

A fim de assegurar a coerência e a eficácia da ajuda da União, nos casos em que o projeto ou programa em questão seja de natureza regional ou transfronteiriça e respeite o artigo 6.º do anexo IV do Acordo de Cotonu, a Comissão pode decidir que os países em desenvolvimento não-ACP e organismos de integração regional que contem com países ACP entre os seus membros e promovam a cooperação e a integração regionais, elegíveis para assistência da União ao abrigo de outros instrumentos de financiamento da ação externa da União, podem beneficiar dos fundos mencionados no artigo 1.º, n.º 2, alínea a), subalínea i), do Acordo Interno. Os Países e Territórios Ultramarino («PTU») elegíveis para assistência da União ao abrigo da decisão […], e as regiões ultraperiféricas da União podem também participar em projetos ou programas de cooperação regional; o financiamento para permitir a participação destes territórios ou regiões ultraperiféricas deve ser complementar em relação aos fundos referidos no artigo 1.º, n.º 2, alínea a), subalínea i), do Acordo Interno. O objetivo de uma cooperação reforçada entre os Estados-Membros, as suas regiões ultraperiféricas, os PTU e os Estados ACP deve ser tido em conta e, quando apropriado, devem ser criados mecanismos de coordenação. Este financiamento e os tipos de financiamento mencionados no Regulamento Financeiro do 11.º FED podem ser previstos nos documentos de estratégia e nos programas indicativos plurianuais, bem como nos programas de ação e medidas referidos no artigo 9.º do presente regulamento.

• Decisão 2013/755/UE do Conselho, de 25 de novembro de 2013, relativa à associação dos países e territórios ultramarinos à União Europeia ( «Decisão de Associação Ultramarina»)

(22)

Programação

1. Para efeitos da presente decisão, a ajuda programável deve basear-se num documento de programação.

2. O documento de programação pode ter em conta os planos de desenvolvimento territorial ou outros planos acordados entre os PTU e os Estados-Membros a que estão ligados.

3. Em conformidade com o artigo 10.º, as autoridades dos PTU assumem a responsabilidade principal pela formulação das estratégias, prioridades e modalidades através da elaboração de documentos de programação em coordenação com a Comissão e o Estado-Membro ao qual o PTU está ligado.

4. Incumbe às autoridades dos PTU:

a) Definir as prioridades em que deverá basear-se a estratégia; e

b) Formular propostas de projetos e de programas apresentados à Comissão e analisados com esta.

Artigo 85.º Aplicação

1. A Comissão adota a decisão de financiamento correspondente a cada documento de programação em conformidade com as normas previstas no regulamento financeiro aplicável ao 11.º FED e seguindo o procedimento estabelecido no artigo 87.º

2. A Comissão dá execução aos recursos do 11.º FED destinados aos PTU segundo as modalidades previstas no regulamento financeiro aplicável ao 11.º FED e em conformidade com as condições estabelecidas na presente decisão e nas medidas de execução da mesma. Para o efeito, conclui convenções de financiamento com as autoridades relevantes do PTU.

3. Incumbe às autoridades dos PTU: a) Preparar, negociar e celebrar contratos; b) Executar e gerir os projetos e programas; e

c) Assegurar a manutenção e a viabilidade dos projetos e programas.

4. Incumbe conjuntamente às autoridades competentes dos PTU e à Comissão: a) Assegurar a igualdade de condições de participação nos concursos e nos contratos; b) Acompanhar e avaliar os efeitos e resultados dos projetos e dos programas; e c) Assegurar uma execução adequada, rápida e eficiente dos projetos e programas.

5. Para facilitar a troca de opiniões, devem ter lugar, pelo menos uma vez por ano, reuniões técnicas entre os gestores orçamentais territoriais, os Estados-Membros em causa e os representantes da Comissão envolvidos na programação, nomeadamente através do recurso às modernas tecnologias ou, se possível, como extensão do diálogo do Fórum PTU-UE.

6. As ações financiadas ao abrigo do 11.º FED podem ser executadas mediante um cofinanciamento conjunto ou paralelo, sob reserva das disposições do regulamento financeiro aplicável ao 11.º FED.

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Artigo 86.º

Gestores orçamentais territoriais e regionais

1. O governo de cada PTU nomeia um gestor orçamental territorial para o representar em todas as operações financiadas a partir dos recursos do 11.º FED geridos pela Comissão e pelo Banco Europeu de Investimento. O gestor orçamental territorial nomeia um ou mais gestores orçamentais territoriais suplentes que o substituirão quando estiver impedido de exercer as suas funções e informa a Comissão dessa nomeação. Sempre que estiverem cumpridas as condições de capacidade institucional e de boa gestão financeira, o gestor orçamental territorial pode delegar as suas funções de execução dos programas e projetos em causa na entidade responsável no seio da autoridade competente do PTU, devendo nesse caso informar ex ante a Comissão das delegações que efetua.

Quando a Comissão tiver conhecimento de problemas no decurso dos procedimentos relativos à gestão dos recursos do 11.º FED, estabelece com o gestor orçamental territorial todos os contactos necessários para resolver o problema e adota todas as medidas adequadas. O gestor orçamental territorial assume unicamente a responsabilidade financeira pelas tarefas de execução que lhe são confiadas.

Em caso de gestão indireta dos recursos do 11.º FED, e sob reserva dos poderes complementares que lhe possam ser confiados pela Comissão, o gestor orçamental territorial:

a) É responsável pela coordenação, programação, acompanhamento regular e reexames da execução da cooperação, bem como pela coordenação com os doadores;

b) É responsável, em estreita colaboração com a Comissão, pela preparação, apresentação e avaliação dos programas e projetos.

2. Em caso de gestão indireta dos recursos do 11.º FED, e sob reserva dos poderes complementares que lhe possam ser confiados pela Comissão, o gestor orçamental territorial responsável atua como entidade adjudicante para programas implementados por concursos públicos ou convites à apresentação de propostas, sob controlo ex ante da Comissão.

3. Durante a execução das operações, e sob reserva da obrigação de informar a Comissão, o gestor orçamental territorial decide sobre:

a) As adaptações e modificações técnicas de pormenor dos programas e projetos, desde que não afetem as soluções técnicas escolhidas e não excedam a reserva para adaptações prevista na convenção de financiamento;

b) As mudanças de implantação dos programas ou projetos com unidades múltiplas, por razões técnicas, económicas ou sociais;

c) A aplicação ou remissão de penalidades por atraso; d) Os atos que permitam o levantamento de cauções; e) As subempreitadas;

f) A receção definitiva, desde que a Comissão esteja presente na receção provisória, vise as respetivas atas e, se for caso disso, esteja presente na receção definitiva, em especial na medida em que na receção provisória tenham sido formuladas reservas que exijam trabalhos adicionais importantes; o recrutamento de consultores e outros peritos de assistência técnica.

4. No caso de programas regionais, as autoridades dos PTU participantes designam um gestor orçamental regional de entre os agentes da cooperação referidos no artigo 11.º. As funções do gestor orçamental regional correspondem, mutatis mutandis, às do gestor orçamental territorial.

(24)

Regras em matéria de nacionalidade e origem aplicáveis a procedimentos de adjudicação de contratos públicos, de concessão de subvenções e outros

procedimentos de adjudicação para PTU 1. Regras gerais sobre elegibilidade

a) A participação nos procedimentos de adjudicação de contratos ou de concessão de subvenções e outros procedimentos de adjudicação no âmbito de ações financiadas ao abrigo da presente decisão em benefício de terceiros deve ser aberta a todas as pessoas singulares que sejam nacionais de um país elegível e a todas as pessoas coletivas que se encontrem efetivamente estabelecidas nesse país ou território, de acordo com o disposto no n.º 2, bem como a organizações internacionais.

b) No caso das ações cofinanciadas com um parceiro ou outro doador ou executadas mediante gestão partilhada com um Estado-Membro, ou através de um fundo fiduciário criado pela Comissão, são também elegíveis os países elegíveis ao abrigo das regras desse parceiro, doador ou Estado-Membro ou os determinados no ato constitutivo do fundo fiduciário.

No caso das ações executadas por intermédio de organismos competentes, que são Estados-Membros ou as suas agências, o Banco Europeu de Investimento, organizações internacionais ou as suas agências, as pessoas singulares e coletivas que são elegíveis ao abrigo das regras do referido organismo competente, tal como definidas nos acordos celebrados com o organismo cofinanciador ou de execução, são igualmente elegíveis; c) No caso das ações financiadas no âmbito da presente decisão e ainda por outro instrumento de ação externa, incluindo o Acordo de parceria entre os Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico e a Comunidade Europeia e os seus Estados-Membros assinado em Cotonu, em 23 de junho de 2000 (1), na redação que lhe foi dada em Uagadugu em 22 de junho de 2010 (2), os países identificados ao abrigo destes instrumentos são considerados elegíveis para efeitos dessas ações.

No caso das ações de natureza global, regional ou transfronteiriça financiadas pela decisão, as pessoas singulares e coletivas de países, territórios e regiões abrangidos pela ação podem participar nos procedimentos de execução dessas ações;

d) Todos os fornecimentos adquiridos no âmbito de um contrato público, ou em conformidade com uma convenção de subvenção financiados ao abrigo da presente decisão devem ser originários de um país ou de um território elegíveis. Podem, no entanto, ser originários de qualquer país ou território quando o montante dos fornecimentos a serem adquiridos for inferior ao limiar fixado para o recurso ao procedimento por negociação concorrencial. Para efeitos do presente artigo, o termo «origem» é definido nos artigos 23.º e 24.º do Regulamento (CEE) n.º 2913/92 do Conselho (3), e noutra legislação da União que rege a origem não preferencial;

e) As regras do presente artigo não se aplicam às pessoas singulares empregadas ou de qualquer outro modo juridicamente contratadas por um contratante elegível ou, se for caso disso, por um subcontratante, nem criam restrições de nacionalidade em relação a essas pessoas;

f) A elegibilidade, tal como definida no presente artigo, pode ser restringida no que respeita à nacionalidade, localização ou natureza dos candidatos, quando exigido em função da natureza e dos objetivos da ação e, se necessário, para efeitos da sua execução efetiva;

g) As pessoas singulares e coletivas às quais tenham sido adjudicados contratos devem observar a legislação ambiental aplicável, incluindo os acordos multilaterais em matéria de ambiente, bem como as normas de trabalho fundamentais acordadas internacionalmente.

(25)

2.Os proponentes, requerentes e candidatos dos seguintes países e territórios são elegíveis para financiamento ao abrigo da presente decisão:

a) Estados-Membros, países candidatos e potenciais candidatos, tal como reconhecidos pela União, e membros do Espaço Económico Europeu;

b) Os PTU;

c) Países e territórios em desenvolvimento incluídos na lista de beneficiários da APD do CAD/OCDE que não sejam membros do Grupo G-20;

d) Países relativamente aos quais é estabelecido pela Comissão o acesso recíproco à assistência externa. O acesso recíproco pode ser concedido, por um período limitado de, pelo menos, um ano, sempre que um país conceda a elegibilidade, em igualdade de condições, às entidades da União e dos PTU;

e) Estados-Membros da OCDE, no caso de contratos executados num país menos avançado;

f) Quando anunciado previamente nos documentos relativos ao procedimento:

i) Países que tenham laços económicos, comerciais ou geográficos tradicionais com países vizinhos beneficiários,

ii) Todos os países, em caso de urgência ou de indisponibilidade dos produtos e serviços nos mercados dos países elegíveis.

3. Os proponentes, requerentes e candidatos de países não elegíveis ou bens de origem não elegível podem ser aceites como elegíveis pela Comissão em casos devidamente fundamentados em que as regras de elegibilidade impossibilitariam ou tornariam excessivamente difícil a realização de um projeto, de um programa ou de uma ação. 4. Relativamente às ações executadas em regime de gestão partilhada, o Estado-Membro pertinente em que a Comissão delegou tarefas de execução tem o direito de autorizar, em nome da Comissão, a participação de proponentes, requerentes e candidatos de outros países, e de autorizar bens de outros países na aceção do n.º 2, alínea f), e de aceitar como elegíveis proponentes, requerentes e candidatos de países não elegíveis, na aceção do n.º 3, ou bens de origem não elegível, na aceção do n.º 1, alínea d).

Artigo 92.º

Elegibilidade para o financiamento territorial

1. As autoridades públicas dos PTU podem beneficiar do apoio financeiro previsto na presente decisão.

2. Sob reserva do acordo das autoridades dos PTU em causa, as entidades ou organismos seguintes beneficiam igualmente do apoio financeiro previsto na presente decisão:

a) Os organismos públicos ou semipúblicos locais, nacionais e/ou regionais, as autarquias locais dos PTU, nomeadamente as instituições financeiras e os bancos de desenvolvimento;

b) As sociedades e empresas dos PTU e de grupos regionais;

c) As sociedades e empresas de um Estado-Membro, a fim de lhes permitir, para além da sua própria contribuição, empreender projetos produtivos no território de um PTU;

d) Os intermediários financeiros dos PTU ou da União que promovam e financiem investimentos privados nos PTU; e

(26)

e) Os agentes da cooperação descentralizada e outros agentes não estatais dos PTU e da União, a fim de lhes permitir empreender projetos e programas económicos, culturais, sociais e educativos nos PTU, no âmbito da cooperação descentralizada, referida no artigo 12.º.

Artigo 93.º

Elegibilidade para o financiamento regional

1. Deve ser utilizada uma dotação regional para operações que beneficiem e em que participem:

a) Dois ou mais PTU, independentemente da sua localização;

b) Um ou mais PTU e uma ou mais regiões ultraperiféricas referidas no artigo 349.º do TFUE;

c) Um ou mais PTU e um ou mais Estados vizinhos, ACP e/ou não ACP;

d) Um ou mais PTU, uma ou mais regiões ultraperiféricas e um ou mais Estados ACP e/ou não ACP;

e) Dois ou mais organismos regionais de que sejam membros os PTU;

f) Um ou mais PTU e organismos regionais de que façam parte os PTU, os Estados ACP ou uma ou mais das regiões ultraperiféricas;

g) Os PTU e a União no seu conjunto; ou

h) Uma ou mais entidades, autoridades ou outros organismos de pelo menos um PTU, membros de um AEGT, em conformidade com o artigo 8.º, uma ou mais regiões ultraperiféricas e um ou mais Estados vizinhos, ACP e/ou não ACP. 2. O financiamento para permitir a participação dos Estados ACP, das regiões ultraperiféricas e de outros países deve ser adicional aos fundos atribuídos aos PTU ao abrigo da presente decisão.

3. A participação dos Estados ACP, das regiões ultraperiféricas e de outros países em programas estabelecidos ao abrigo da presente decisão só deve ser prevista na medida em que:

a) O centro de gravidade dos projetos e programas financiados ao abrigo do quadro financeiro plurianual de cooperação se situe num PTU;

b) Existam disposições equivalentes no quadro dos instrumentos financeiros da UE; e

c) O princípio da proporcionalidade seja respeitado.

4. São incluídas medidas adequadas para permitir fazer face ao financiamento de dotações do FED e do orçamento geral da União com vista a financiar projetos de cooperação entre os PTU, os países ACP, as regiões ultraperiféricas bem como outros países, em especial mecanismos simplificados para a gestão conjunta desses projetos.

(27)

• Regulamento de base25 :

Artigo 1.º Objeto

O presente regulamento estabelece as disposições comuns aplicáveis ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), ao Fundo Social Europeu (FSE), ao Fundo de Coesão, ao Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) e ao Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), que operam no âmbito de um quadro comum («Fundos Europeus Estruturais e de Investimento - FEEI»). Estabelece igualmente as disposições necessárias para assegurar a eficácia dos FEEI, a coordenação dos Fundos QEC entre si e com os outros instrumentos da União. As regras comuns aplicáveis aos FEEI são estabelecidas na parte II.

(…)

Artigo 2.º Definições Para efeitos do presente regulamento, entende-se por: (…)

6) «Programa», um «programa operacional» referido na parte III ou na parte IV do presente regulamento e no Regulamento FEAMP (...);

(…)

8) «Prioridade», nas partes II e IV do presente regulamento, o «eixo prioritário» referido na parte III do presente regulamento no que se refere ao FEDER, ao FSE e ao Fundo de Coesão (...);

9) «Operação», um projeto, contrato, ação ou grupo de projetos selecionados pelas autoridades de gestão dos programas em causa, ou sob a sua responsabilidade, que contribuem para os objetivos de uma prioridade ou prioridades; no contexto dos instrumentos financeiros, uma operação é constituída pelas contribuições financeiras de um programa para instrumentos financeiros e pelo apoio financeiro subsequente prestado por esses instrumentos financeiros;

10) «Beneficiário», um organismo público ou privado e, (...) responsáveis pelo arranque ou pelo arranque e execução das operações. No contexto dos regimes de auxílio estatal, na aceção do ponto 13 do presente artigo, o organismo que recebe o auxílio. No contexto dos instrumentos financeiros no âmbito da Parte II, Título IV, do

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Regulamento (UE) n.º 1303/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, que estabelece disposições comuns relativas ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, ao Fundo Social Europeu, ao Fundo de Coesão, ao Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural e ao Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, que estabelece disposições gerais relativas ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, ao Fundo Social Europeu, ao Fundo de Coesão e ao Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1083/2006 do Conselho (JO L 347 de 20.12.2013, p. 320)

(28)

presente regulamento, o organismo que executa o instrumento financeiro ou o fundo de fundos, consoante o caso;

(…)

18) «Organismo intermediário», qualquer organismo público ou privado que atue sob a responsabilidade de uma autoridade de gestão ou de certificação ou que desempenhe funções em nome desta autoridade em relação aos beneficiários que executam as operações;

(…)

36) «Irregularidade», uma violação do direito da União, ou do direito nacional relacionado com a sua aplicação, resultante de um ato ou omissão de um operador económico envolvido na execução dos FEEI que tenha, ou possa ter, por efeito lesar o orçamento da União através da imputação de uma despesa indevida ao orçamento da União;

37): «Operador económico», uma pessoa singular ou coletiva, ou qualquer outra entidade, que participe na execução dos FEEI, com exceção dos Estados-Membros no exercício das suas prerrogativas de poder público;

(…).

Artigo 9.º Objetivos temáticos

A fim de contribuir para a estratégia da União para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo e para as missões específicas dos Fundos de acordo com os objetivos dessas missões baseados no Tratado, incluindo a coesão económica, social e territorial, cada FEEI deve apoiar os seguintes objetivos temáticos:

1) Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação; 2) Melhorar o acesso às TIC, bem como a sua utilização e a sua qualidade;

3) Reforçar a competitividade das PME, do setor agrícola (em relação ao FEADER) e do setor das pescas e da aquicultura (em relação ao FEAMP);

4) Apoiar a transição para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores; 5) Promover a adaptação às alterações climáticas e a prevenção e gestão de riscos; 6) Preservar e proteger o ambiente e promover a utilização eficiente dos recursos;

7) Promover transportes sustentáveis e eliminar os estrangulamentos nas principais infraestruturas das redes;

8) Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos trabalhadores;

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