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Fabiana Santos Scherer Brigo

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Fabiana Santos Scherer Brigo

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS

2018

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Fabiana Santos Scherer Brigo

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária.

Orientadora: Prof.ª Med. Vet. MSc. Luciane Ribeiro Viana Martins Supervisor: Med. Vet. Marcos Antônio Paludo

Ijuí, RS

2018

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Fabiana Santos Scherer Brigo

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária.

Aprovado em: 29 de novembro de 2018

__________________________________________ Luciane Ribeiro Viana Martins, MSc. (UNIJUI)

(Orientadora)

Denize da Rosa Fraga, Drª. (UNIJUÍ) (Banca)

Ijuí, RS

2018

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, principalmente meus pais, irmão, sogros e meu marido que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando e sonhando junto comigo, por

todo carinho, paciência e amor que me proporcionaram em toda essa caminhada. As mais belas palavras não são suficientes para expressar todo amor que sinto por vocês. E

a todos aqueles que fizeram parte deste sonho, familiares, amigos e professores que me deram força para seguir em frente e nunca desistir diante das dificuldades.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido a vida, por me acompanhar, me proteger e me dar forças nas horas que mais precisei, sempre iluminando o meu caminho. Aos meus pais Tania e Florisbal Scherer meu irmão Anderson, meu sogros Nelcir e Helena Brigo e em especial ao meu marido Regis Brigo, por me proporcionarem a oportunidade de realizar uma graduação, por sempre me apoiarem e incentivarem para que nunca desistisse dos meus sonhos, sem medirem esforços para que eu conseguisse superar momentos de dificuldades e lutar pelo meus sonhos e objetivos.

Ao meu supervisor de estágio Marcos Antônio Paludo, pelas oportunidades e ensinamentos passados durante todo o estágio, principalmente pela amizade que construímos e pelos seus conselhos, tudo isso eu sei que foi para que eu me tornasse uma boa profissional. Aos professores, mestres e doutores desta instituição pelos ensinamentos, conhecimento técnico e teórico para a vida profissional.

A todos os médicos veterinários aos quais tive a oportunidade de acompanhar durante o período acadêmico, pelas experiências e oportunidades as quais me proporcionaram ensinamentos e conhecimentos técnicos repassados pelos mesmos sempre com o máximo de emprenho e atenção, paciência e dedicação para que eu aproveitasse ao máximo cada experiência.

A minha orientadora professora Luciane Ribeiro Viana Martins, pela amizade, paciência, incentivo, e disponibilidade de sempre me ajudar para a conclusão deste trabalho. A todos amigos, colegas e pessoas as quais pude conhecer melhor, e assim fazer novas amizades durante meu período de formação, agradecendo também a troca de conhecimentos, trabalhos em grupo e a ajuda entre os colegas quando estudávamos. Tenho a plena certeza que as amizades aqui construídas irei levar para toda a vida.

Para finalizar, agradeço de coração a todos pela ajuda e incentivo para que ocorresse a conclusão desta etapa em minha vida e me tornar Médica Veterinária.

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“O segredo do SUCESSO está na força de minha determinação pela conquista dos meus sonhos. Por isso nunca desista, para lá na frente não se arrepender, mais sim chegar lá e gritar bem alto "EU CONSEGUI"

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RESUMO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA CIRÚRGICA DE

GRANDES ANIMAIS

AUTORA: Fabiana Santos Scherer Brigo

ORIENTADORA: Luciane Ribeiro Viana Martins

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária (ECSMV), foi realizado na Cia (companhia) da vaca, no município de Santo Augusto-RS, no período de 03/08/2018 a 05/09/2018, totalizando 150 horas, tendo a supervisão do Médico Veterinário Marcos Antônio Paludo e orientação da Professora Mestre em Medicina Veterinária Luciane Ribeiro Viana Martins. A CIA da vaca se dedica a atendimentos clínicos e cirúrgicos, visitas técnicas e na área de reprodução animal. Durante o período de estágio foram realizadas atividades ligadas ao manejo nutricional, controle reprodutivo e status sanitário de rebanhos, atendimentos a casos clínicos e intervenções cirúrgicas em bovinos de corte e de aptidão leiteira. Nesse relatório serão descritos e discutidos dois casos clínicos, um de deslocamento de abomaso para à esquerda em uma fêmea bovina da raça holandesa e um abscesso mandibular em uma fêmea bovina da raça holandesa causado por Yersinia sp. As demais atividades acompanhadas no ECSMV serão apresentadas na forma de tabelas. No decorrer do estágio foi possível verificar a importância desta etapa na formação acadêmica, pois possibilitou vivenciar na prática o conhecimento adquirido durante a graduação, além de abranger as diversas áreas de atuação do Médico Veterinário na área de reprodução, clínica médica e cirúrgica de grandes animais.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Resumo das atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais, realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018...14 Tabela 2 Atendimento Clínicos durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018...15 Tabela 3 Atendimento Cirúrgicos durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018...15

Tabela 4 Atividades relacionada à reprodução, tratamentos reprodutivos e protocolos de sincronização de cio em fêmeas bovinas durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018...16 Tabela 5 Atendimentos e Manejo Preventivo e Sanitário durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018...16

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LISTA DE ABREVIATURAS % Porcentagem

® Marca Registrada BPM Batimentos por minuto CIA Companhia

Cm Centímetros

DA Deslocamento de Abomaso

DAE Deslocamento de Abomaso a Esquerda ECC Escore de condição corporal

ECSMV Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária G Gramas

Kg Quilogramas mg Miligramas mL Mililitros mm Milímetros

MPM Movimentos por minuto nº Número

ºC Graus Célsius RS Rio Grande do Sul

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 - Anexo 2 - Anexo 3 -

Laudo Microbiológico Bula Diclofenaco Bravet® Bula Agrovet®Plus Anexo 4 - Bula Iflox® 10% Anexo 5 - Bula Clavicilim® Anexo 6 - Bula Bociodo® Anexo 7 - Bula CB-30 TA® Anexo 8 - Bula Anestesico L®

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 14

3 RELATO DE CASO 1 ... 17

3.1 DESLOCAMENTO DE ABOMASO PARA À ESQUERA EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA ... 17 3.1.1 Introdução ... 17 3.1.2 Metodologia ... 18 3.1.3 Resultados e Discussão ... 20 3.1.4 Conclusão... 24 3.1.5 Referências Bibliográficas ... 24 4 RELATO DE CASO 2 ... 27

4.1 ABSCESSO MANDIBULAR EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA CAUSADO POR Yersinia sp. ... 27

4.1.1 Introdução ... 27 4.1.2 Metodologia ... 29 4.1.3 Resultados e Discussão ... 30 4.1.4 Conclusão ... 32 4.1.5 Referências Bibliográficas ... 33 5 CONCLUSÃO ... 35

Anexo 1 - Laudo microbiológico ... 36

Anexo 2 - Bula Diclofenaco Bravet® ... 37

Anexo 3 - Bula Agrovet®Plus ... 38

Anexo 4 - Bula Iflox® 10% ... 39

Anexo 5 - Bula Clavicilim® ... 40

Anexo 6 - Bula Bociodo®... 41

Anexo 7 - Bula CB-30 TA® ... 42

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1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária apresenta-se como um complemento prático fundamental para sistematização da graduação, sendo de grande importância na formação acadêmica do aluno, pois somente dessa forma, é possível vivenciar e executar funções da profissão escolhida.

A realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária ocorreu na CIA (companhia) da vaca, localizada no município de Santo Augusto - RS, no período de 03/08/2018 a 05/09/2018, totalizando 150 horas, tendo a supervisão do Médico Veterinário Marcos Antônio Paludo e orientação da Professora Mestre em Medicina Veterinária Luciane Ribeiro Viana Martins.

O Médico Veterinário supervisor do estágio é sócio proprietário da empresa CIA da vaca, localizada no município de Santo Augusto-RS. A empresa conta com uma equipe de três pessoas, uma colaboradora da limpeza, um médico veterinário e um técnico agropecuário sócio-proprietário da empresa. A empresa está há dois anos no município de Santo Augusto, possui toda linha de medicamentos veterinários com ênfase na bovinocultura de leite, toda linha de vacinas para bovinos, rações, tamponantes, sais minerais e ordenhadeiras.

As atividades desenvolvidas no estágio constituíram-se em acompanhamento das rotinas de campo, como por exemplo, atendimentos clínicos e cirúrgicos, diagnósticos de gestação por palpação retal e ultrassonografia, manejo nutricional e visitas técnicas.

Os atendimentos realizados pelo Médico Veterinário Marcos Antônio Paludo, são em sua grande maioria, em bovinos de rebanhos leiteiros. Sendo este, o ponto chave para a escolha do local de estágio. Além disso, o município de Santo Augusto está inserido em uma região com grande potencial na produção de leite, possuindo muitas propriedades que trabalham na área, aumentando o índice de atendimentos a casos clínicos e cirúrgicos, como também o manejo reprodutivo desses rebanhos. Possibilitando vivenciar diferentes realidades, desde propriedades pequenas até mais tecnificadas.

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária teve como objetivo principal a aplicação da prática em complemento com a teoria adquirida durante os anos de graduação, como também vivenciar a rotina e a conduta utilizada pelo profissional a campo, possibilitando uma visão mais ampla da vida profissional do Médico Veterinário. Sendo uma disciplina que oportuniza e contribui para formação de futuros Médicos Veterinários, na qual prepara os alunos para construção de uma conduta ética e profissional.

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O presente relatório apresenta a rotina da empresa Cia da vaca acompanhada durante o estágio curricular, desta forma optou-se por descrever e discutir dois casos, de um deslocamento de abomaso à esquerda em uma fêmea bovina da raça holandesa e um de abscesso mandibular em uma fêmea bovina da raça holandesa causado por Yersinia sp.

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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais. As principais atividades realizadas serão apresentadas na Tabela 1. As descrições de cada atividade realizada estão especificadas nas Tabelas 2, 3, 4 e 5.

Tabela 1 – Resumo das atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais, realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018.

Resumo das Atividades Total %

Atendimentos Clínicos 10 1,03

Atendimentos Cirúrgicos 39 4,02

Atendimentos Preventivos e Sanitários 297 30,65

Atividades relacionadas à reprodução 623 64,29

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Tabela 2 – Atendimento Clínicos durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018.

Atendimentos Clínicos Total %

Retenção de placenta 1 10

Mastite 1 10

Suspeita de Actinomicose 1 10

Suspeita de Tristeza Parasitária Bovina 3 35

Suspeita de Deslocamento de abomaso à esquerda 3 35

Total 10 100

Tabela 3 – Atendimento Cirúrgicos durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018.

Atendimentos Cirúrgicos Total %

Abomasopexia pelo flanco esquerdo 2 2,56

Orquiectomia bilateral 16 15,38

Amochamento térmico 50 56,42

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Tabela 4 – Atividades relacionada à reprodução, tratamentos reprodutivos e protocolos de sincronização de cio em fêmeas bovinas durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018.

Atividades relacionadas a reprodução Total %

Infusão intra-uterina 7 1,12

Inseminação artificial 23 3,69

Protocolo de inseminação artificial em tempo fixo 51 8,18

Palpação via transretal 271 43,9

Ultrassom para diagnóstico de gestação 271 43,49

Total 623 100

Tabela 5 – Atendimentos e Manejo Preventivo e Sanitário durante o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais realizado na empresa CIA da vaca, no município de Santo Augusto, RS, no período de 3 agosto a 5 de setembro de 2018.

Atendimentos e Manejo Preventivo e Sanitário Total %

Vacinação brucelose (Brucelina B-19®) 110 36,79

Teste de tuberculose (Aplicação e leitura) 107 35,78

Marcação para Brucelose 70 23,41

Colocação de brincos/ identificação dos animais 10 3,34

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3 RELATO DE CASO 1

3.1 DESLOCAMENTO DE ABOMASO PARA À ESQUERA EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA

3.1.1 Introdução

A bovinocultura de leite é uma atividade que cresce constantemente e produtores buscam melhores resultados e retorno econômico. Buscando genética adequada para melhorar o desempenho produtivo leiteiro (LAMBERT, 2010). Quando buscamos uma seleção genética interligada ao manejo nutricional, isto favorece uma melhor produção de leite porém, elevar a frequência do aparecimento de algumas enfermidades como, por exemplo, o descolamento de abomaso (SANTAROSA, 2010).

Segundo Radostits et al., (2010a) são de grande importância os cuidados no período pré-parto dos animais e a nutrição, para ter uma menor ocorrência de distúrbios metabólicos e melhoramento na eficiência reprodutiva e produtiva dos animais, pois o animal tem grandes exigências nutricionais nesse período de transição, por isso deve se evitar que ocorra o balanço energético negativo de forma acentuada, mantendo as vacas sempre em um escore de condição corporal adequado, fornecer água e alimentos de boa qualidade( silagem, feno e dietas pré – parto) promovendo a máxima ingestão de matéria seca ao final da gestação e assim auxiliando no desenvolvimento do bezerro e na saúde da futura produtora leiteira.

O deslocamento de abomaso é uma enfermidade multifatorial, que ocorre em virtude do acúmulo de gás (Acético, Butírico e Propiônico) dentro do abomaso, causando o seu deslocamento (GUARD, 2006). Segundo Cardoso (2004) o órgão se desloca tanto para o lado direito quanto para o lado esquerdo, sendo mais comum para o lado esquerdo.

A maior casuística desta patologia é observada em animais de grande porte e vacas leiteiras de alta produção no período pós-parto e é pouco observado em pequenos ruminantes, animais em crescimento e bovinos de corte (SANTOS et al., 2006). Para Radostitis et al., (2010 a) ocorre no pós - parto mais frequentemente pois o rúmem fica reduzido de tamanho e com isso a cavidade abdominal fica maior, acarretando assim o deslocamento, que causa grandes perdas econômicas aos produtores, devido à queda na produção leiteira e ao alto custo da realização cirúrgica para a correção do mesmo.

Esta afecção resulta na maioria das cirurgias realizadas no abdômen de vacas leiteiras, podendo acometer bovinos de qualquer idade e sexo (SILVA et al., 2017).

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Os sinais clínicos mais observados nos animais quando apresentam o deslocamento de abomaso à esquerda, são a perda de apetite, queda na produção de leite (SANTOS et al., 2006), diminuição na produção de fezes e nas contrações ruminais, na inspeção visual observa-se uma elevação nas duas últimas costelas do lado esquerdo, causada pela distensão do abomaso que está fora do seu local anatômico, no entanto a fossa paralombar do mesmo lado, poderá encontrar-se funda (GUARD, 2006).

Quando se trata de deslocamento de abomaso o diagnóstico é baseado na auscultação de um som metálico no abomaso denominado “ping”, revelando onde o órgão está localizado (GUARD, 2006). O local e o tamanho do “ping” poderão variar conforme a quantidade de gás dentro do órgão, da pressão que o rúmen exerce sobre o mesmo e também pelo tamanho do animal. O “ping” pode estar localizado desde a nona costela até a fossa paralombar esquerda (CARDOSO, 2004).

De acordo com Silva, et al., (2017) o tratamento para a correção do deslocamento de abomaso à esquerda (DAE) é baseado na recolocação do órgão novamente em seu local anatômico, esta correção pode ocorrer por intervenção física (rolamento do animal) ou cirúrgica, a escolha do procedimento a se realizar varia de acordo com a conduta do médico veterinário.

O procedimento cirúrgico é forma mais adequada para corrigir o deslocamento de abomaso. As técnicas cirúrgicas mais indicadas são: abomasopexia paramediana direita, omentopexia do flanco direito e abomasopexia pelo flanco esquerdo (REBHUN, 2000).

Devido à grande importância dessa patologia na bovinocultura leiteira, o objetivo deste trabalho é relatar um caso de deslocamento de abomaso à esquerda em uma vaca da raça holandesa, atendida durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária. 3.1.2 Metodologia

Durante o período de Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, no município de Santo Augusto-RS, foi atendida uma fêmea bovina da raça holandesa, multípara com aproximadamente 600 kg de peso vivo, apresentando escore de condição corporal (ECC) 3,50 (escala de 1 a 5, onde 1 é magra e 5 é obesa).

Na anamnese o proprietário relatou que a fêmea havia parido há 7 dias, parto gemelar, o parto ocorreu de forma eutócica não necessitando de auxílio, o proprietário ainda relatou que a placenta foi totalmente expulsa. A principal queixa do produtor era a queda na produção de

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leite e diminuição no consumo de alimento que o animal teria apresentado cerca de três dias antes da consulta.

Para o exame clínico geral, foi realizada a contenção física da vaca no canzil, foi aferida a temperatura retal que foi de 38,7°C, movimento ruminal diminuído, porém não foi aferida frequência cardíaca e nem frequência respiratória. Ao ser realizada a percussão entre o 11ª e 12ª espaço intercostal e na fossa paralombar esquerda auscultou-se o som característico de “ping” metálico, sendo visualizado um aumento de volume no abdômen nessa região, realizou-se a auscultação no lado direito na região anatômica do abomaso onde não realizou-se evidenciou sons anormais, nem aumento de volume.

Diante da anamnese e exame clínico foi diagnosticada a patologia de deslocamento de abomaso à esquerda (DAE), onde a conduta do Médico Veterinário foi de optar pela correção cirúrgica através da técnica de Abomasopexia pelo flanco esquerdo.

Na preparação do local do procedimento cirúrgico, foi efetuada a higienização com água e sabão na região da fossa paralombar esquerda, em seguida realizou-se tricotomia ampla nesta região e antissepsia com cloreto de aquil dimetil benzil amônio (CB30®). Para a anestesia local foi utilizada a técnica linear, no local da incisão, com o uso de Anestésico L®, (cloridrato de lidocaína 2% e epinefrina 0,002g) no volume de 50 mL.

A abomasopexia foi antecedida por uma laparatomia com incisão da pele, músculo oblíquo abdominal externo, oblíquo abdominal interno, transverso do abdômen e peritônio. A partir da incisão do peritônio, foi executada a inspeção dos órgãos na cavidade abdominal, no qual observou-se o abomaso deslocado. Então com o auxílio de uma agulha e um fio nylon nº 3 (0,80 mm) foi efetuado uma sutura no abomaso contínua simples. Em seguida, foi reposicionando o mesmo para o assoalho da cavidade abdominal, para facilitar a perfuração do assoalho da cavidade foi trocada a agulha, utilizando assim uma agulha em “S”, primeiramente foi passada uma ponta do fio para o meio externo da cavidade abdominal e depois acoplou-se a agulha na outra ponta do fio percorrendo o mesmo caminho da primeira, já com as duas pontas exteriorizadas o abomaso foi alocado em seu local anatômico e então na parte externa foi colocado dois botões, realizando-se um nó de cirurgião e mais 4 nós simples para fixar o mesmo próximo ao seu local anatômico, na porção ventral do abdômen..

Após o abomaso ser reposicionado, realizou-se a sutura das três camadas de musculatura separadamente, sendo que no peritônio e o músculo abdominal transverso utilizou-se a sutura contínua festonada com o fio categute número 2, músculos abdominais externos e interno e subcutâneo com pontos isolados em sultan com categute nº 3. Na pele realizou-se a sutura

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contínua festonada utilizando fio nylon nº 3 (0,80 mm). Após o término da sutura foi realizada a limpeza do local e aplicado Spray Prata® sobre os pontos e em toda área de tricotomia.

No pós-operatório imediato instituiu-se glicose a 50%, no volume de 500mL, associada a um antibiótico de amplo espectro, por via endovenosa, a base de Benzilpenicilina Procaína, , Sulfato de Dihidroestreptomicina, Piroxicam e Cloridrato de procaína (Agrovet® Plus) no volume total de 50 mL ainda foi administrado Diclofenaco Bravet ® (a base de diclofenaco de sódio) no volume de 10mL, por via endovenosa, o mesmo foi indicado para repetir por via intramuscular, por um período de três dias na mesma dose e ainda foi utilizado Iflox (enrofloxacina), no volume de 15 mL, por via endovenosa sendo o mesmo indicado para repetir por mais três dias, por via intramuscular.

Ainda para o pós-operatório foi recomendado ao produtor que fornecesse ao animal somente alimentos volumosos, pasto verde e fenos, evitando fornecer alimentos concentrados por uma semana, após esse período então reintroduzir gradualmente os alimentos concentrados na dieta do animal. Orientou o proprietário que respeitasse a carência dos medicamentos e não consumisse o leite.

Retornou a propriedade dez dias após o procedimento cirúrgico, porém não foi realizada a retirada dos pontos. O proprietário relatou que a vaca estava se alimentando normalmente e sua produção de leite havia retornado ao normal.

3.1.3 Resultados e Discussão

A ocorrência do deslocamento de abomaso (DA) é mais frequente em vacas de grande porte com alto potencial de produção de leite, esta enfermidade na maioria das vezes ocorre nas primeiras seis semanas pós-parto (RADOSTITIS, et al., 2010a). Sendo considerada por Rebhun (2000) a enfermidade que caracteriza a maioria das cirurgias realizadas no abdômen de vacas leiteiras, condizendo assim com o caso acompanhado onde se tratava de uma fêmea de produção leiteira com o peso vivo aproximadamente 600 kg, com sete dias pós-parto.

De acordo com Kahn (2008) as causas que mais contribuem para a ocorrência de DA, são hipomotilidade abomasal com aumento na produção de gás. Já Cardoso (2004) descreve que as dietas com altos níveis de concentrados diminuem a quantidade de ruminação, inibindo a motilidade do abomaso e diminuindo a sua taxa de esvaziamento, outro fator a produção de gás no abomaso está associado com dietas ricas em concentrados. No caso atendido o animal apresentou deslocamento de abomaso para à esquerda muito provavelmente pela associação de fatores de pré disposição como a dieta inadequada e também a gestação gemelar.

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Quando se trata de deslocamento de abomaso os sinais clínicos que o animal geralmente apresentam são a redução no consumo de alimentos, onde ocorre uma diminuição da ruminação e com isso baixa na produção de leite, sendo observado nos casos agudos com anorexia, diarreia com fezes escassas sinais de cólicas, podendo levar a ausência de ruminação e emagrecimento progressivo (WHITAKER, 2008). Concordando com os sinais apresentados pelos os autores o animal atendido, apresentou perda de apetite, diminuição na produção de leite e movimento ruminais diminuído.

De acordo com Radostits et al., (2010b), os parâmetros fisiológicos a temperatura corporal de vacas leiteiras variam de 38,5ºC a 39,5ºC, frequência cardíaca de 60-80 batimentos por minuto (bpm), frequência respiratória de 10-30 movimentos por minuto (mpm), 1 a 2 movimentos ruminais por minuto. Porém neste caso não foi realizada a avaliação de alguns dos parâmetros fisiológicos, como frequência cardíaca e frequência respiratória, sendo que os movimentos ruminais foram avaliados porém se apresentavam reduzidos. Já Rebhun (2000) descreve no seu estudo que os animais acometidos pelo DAE, não sofrem alteração de frequência cardíaca e respiratória e nem de temperatura retal.

O diagnóstico para deslocamento de abomaso à esquerda (DAE) no caso acompanhado foi realizado por meio da anamnese detalhada e pelo exame clínico o qual com a realização da auscultação e percussão, foi possível perceber o sonido de “ping” metálico entre o 11ª e 12ª espaço intercostal. Concordando com Motta e Kahn (2014, 2008) que comenta que o diagnóstico confirmatório baseia-se na associação da anamnese com um exame clínico detalhado que permite auscultar a presença do “ping” metálico, normalmente dos casos encontra-se entre o 9ª e 13ª espaço intercostal.

Confirmada a enfermidade iniciaram-se os procedimentos para a realização da cirurgia para a correção do DAE pelo método de Abomasopexia pelo flanco esquerdo, que segundo Rebhun (2000) é bem aceita, pois tem como vantagem a possibilidade de realizar o procedimento com o animal em estação e também realizar a fixação do abomaso com uma sutura contínua na curvatura maior do órgão. Turner e McIlwraith (2002) enfatizam a importância de realizar uma tricotomia ampla na região do flanco esquerdo, condizendo assim com o procedimento realizado no caso acompanhado.

A anestesia local foi realizada pela a técnica linear, anestesiando a linha de incisão em três camadas: pele, subcutâneo e muscular, que segundo Turner e McIlwraith (2002) é uma técnica bem aceita para anestesiar o flanco esquerdo juntamente com bloqueio paravertebral em L invertido. A anestesia foi realizada com cloridrato de lidocaína associado a epinefrina no volume total de 50 mL, concordando com Andrade et al., (2008), que recomenda a utilização

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deste anestésico por ser um anestésico local que possui alta capacidade de penetração nos tecidos com ação prolongada, podendo ser associado também a um vasoconstritor, conforme no caso acompanhado.

Após devidamente anestesiada a região paralombar, o procedimento cirúrgico consiste em realizar uma incisão de 20 a 25 cm na região do flanco esquerdo promovendo a abertura da cavidade abdominal, tomando sempre cuidado, pois o abomaso deslocado pode estar localizado imediatamente no local da incisão (TURNER e MCILWRAITH, 2002). O procedimento realizado no caso acompanhado foi condizente com o descrito na literatura, depois de localizado o abomaso ectópico foi feita uma linha de sutura contínua simples com fio nylon sobre a curvatura maior do órgão, alocado e fixado no assoalho da cavidade abdominal, concordando com Câmara (2011) que cita a sutura contínua simples com fio não absorvível uma boa opção para promover uma fixação segura do órgão.

O abomaso foi reposicionado no seu local anatômico, a cavidade abdominal foi suturada em três camadas musculares a primeira camada de peritônio e músculo transverso do abdômen foi feita a sutura contínua festonada com o fio categute número 2, concordando com (HENDRICKSON, 2010).

A segunda camada de subcutâneo, músculo oblíquo abdominal externo e interno, foi suturada utilizando fio categute número 3 com pontos isolados em sultan, já a terceira camada suturada foi a pele onde foi feito uma sutura contínua festonada utilizando fio nylon, concordando com Turner e McIlwraith (2002) na maior parte do procedimento efetuado, discordando somente na segunda camada de sutura que segundo o autor deve ser utilizada uma sutura contínua simples.

No pós-operatório imediato foi utilizada uma terapia suporte por via endovenosa para auxiliar na melhora clínica da fêmea atendida, composta por glicose a 50% no volume de 500 mL associada a um antibiótico de amplo espectro Agrovet® plus, onde foi fornecida uma dose acima da recomendada pela literatura (a base de Benzilpenicilina procaína na dose de 16,67 UI/ Kg, sulfato de Dihidroestreptomicina na dose de 6,67 mg/kg, Piroxicam na dose 0,5mg/kg , cloridrato de Procaína na dose 1,45mg/kg) no volume de 50mL, Diclofenaco Bravet (a base de diclofenaco de sódio) na dose de 1,0 mg/kg no volume de 10mL e Iflox® (enrofloxacina) na dose de 2,5mg /kg no volume de 15 mL. Câmara (2010) destaca que as terapias de suporte são muito valiosas no pós-operatório em conjunto com o tratamento cirúrgico, promovendo uma melhora clínica mais rápida das vacas submetidas à cirurgia de Deslocamento de abomaso do lado esquerdo. Devido a desidratação e a possível cetose que o bovino desenvolve, a administração intravenosa de cálcio, glicose e suplementos vitamínicos são de extrema

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importância para a recuperação pós-operatória, pois auxiliam na restauração da motilidade e na reposição do déficit hidroeletrolítico (CARDOSO, 2004). Condizendo com o caso atendido onde a mesma recebeu glicose a 50% no volume de 500mL.

Animal recebeu Agrovet® plus um antibiótico de amplo espectro onde a dose recomendada é a base de Benzilpenicilina Procaína de 10.000 UI/kg, Sulfato de Dihidroestreptomicina, na dose de 4.0 mg/kg, Piroxicam, na dose de 0,3 mg/kg e Cloridrato de procaína, na dose de 0,86 mg/kg. Sendo que o medicamento possui um período de carência no leite de 6 dias após a última aplicação do produto. Segundo Spinosa (2010) é um antibióticos de longa duração que inibem o crescimento bacteriano e age diretamente sobre microrganismos gram-positivos, sendo recomendada o seu uso na forma intramuscular ou subcutânea, pois a partir da sua administração o mesmo é liberado lentamente na corrente sanguínea, tendo uma longa duração dos seus níveis terapêuticos. O autor ainda ressalta que a penicilina procaína e a benzatina pertencem ao grupo das benzilpenicilinas, onde pode haver uma associação com as penicilinas naturais (cristalina, benzatina e procaína), para ampliar o espectro de ação do produto em uma única aplicação alcançar os níveis terapêuticos. Porém no caso atendido o antibiótico foi aplicado em dose única, no volume de 50 ml, por via endovenosa juntamente com a glicose e não em via intramuscular ou subcutânea, como é recomendado por Spinosa (2010).

A terapia empregada para aplicações posteriores e para auxiliar na melhora da fêmea atendida, foi a enrofloxacina (Iflox®) a qual é um antibiótico da classe das quinolonas de segunda geração, possui amplo espectro e proporciona uma rápida absorção e recuperação dos animais em dose única (GÓRNIAK, 2011). Segundo Papich (2012) é uma fluoroquinolona, de amplo espectro, especialmente contra bactérias gram-negativas e positivas que deve ser administrado na dose de 2,5 mg/kg. Estando de acordo com o caso atendido onde foi administrado um volume de 15 mL, sendo recomendada a mesma dose por um período de três dias.

Devido ao fato do animal ter passado por um procedimento cirúrgico invasivo na cavidade abdominal torna-se importante o uso de um anti-inflamatório, tal como o Diclofenaco que é um analgésico, antipirético e um potente anti-inflamatório não esteroidal, com alta potência, pois acelera a recuperação dos animais, sendo usado para a dor, febre e para diminuir processos inflamatórios, onde a dose recomendada é de 1mg/kg (TASAKA, 2010). O caso acompanhado, está de acordo com o autor, onde o mesmo foi recomendado por um período de três dias, por via intramuscular.

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O pós-operatório foi indicado ao proprietário respeitar a carência dos medicamentos fazendo o descarte do leite e orientou ele que deveria fornecer a vaca durante uma semana somente alimentos volumosos, utilizando feno e pasto verde, após esse período então reintroduzir gradativamente alimentos concentrados na dieta, concordando com Turner e McIlwraith (2002) ressalta que dos animais que tenham sido acometidos por deslocamento de abomaso, o alimentação no período pós-operatório deve ser rica em fibras cruas para evitar a recidiva do caso e também promover um estimulo na motilidade do órgão (HENDRICKSON, 2010).

Após a realização do procedimento cirúrgico de Abomasopexia pelo flanco esquerdo o prognóstico é favorável, tendo uma sobrevivência de 95%, contudo o mesmo se torna reservado, em condições onde sem tem um maior comprometimento do órgão ou algum tipo de alteração sistêmica (KAHN, 2008; CÂMARA, 2010). A prevenção desta enfermidade é através do fornecimento de dietas que não promovam atonia do abomaso e pré-estômagos, incluindo aos poucos alimentos concentrados no pós-parto e também contribuindo na prevenção de outras doenças nesse período diminuindo assim a incidência de deslocamento de abomaso para a esquerda (GUARD, 2006).

3.1.4 Conclusão

Conclui-se que através de uma anamnese detalhada, e com presença de sinais clínicos característicos, e na auscultação a presença do ‘ping’ metálico, pode-se diagnosticar o animal com deslocamento de abomaso à esquerda.

A técnica de Abomasopexia pelo flanco esquerdo, mostrou-se satisfatória para a correção cirúrgico de casos de DAE, com a plena recuperação do animal acometido no pós-operatório.

3.1.5 Referências Bibliográficas

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4 RELATO DE CASO 2

4.1 ABSCESSO MANDIBULAR EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA CAUSADO POR Yersinia sp.

4.1.1 Introdução

Atualmente a sanidade na bovinocultura leiteira vem sendo de grande importância, devido as enfermidades que podem causar grandes perdas econômicas e produtivas, e com um alto custo na realização do tratamento para a recuperação desses animais, podendo levar o agravamento da doença, por isso é grande a urgência na identificação das patologias. Uma das enfermidades que podem acarretar perdas na produção são os abscessos mandibulares, causando dificuldade na ingestão de alimentos e a redução da produção desses animais, por isso é de suma importância o diagnóstico para se evitar maiores riscos à saúde do consumidor e das pessoas que realizam o manejo desses animais (DANTAS et al., 2010).

As enfermidade de causas infecciosas são de maior importância aos animais pecuários, podendo se manifestar em muitos animais em um curto período de tempo, e algumas delas possuem alta taxa de letalidade com perdas econômicas muito grandes (RADOSTITS et al., 2010).

Os Abscessos são causados devido à instalação de um processo inflamatório em torno de um material séptico ou asséptico que o organismo animal não consegue degradar por completo. Em torno deste processo, forma-se uma membrana externa que recobre o conteúdo celular inflamatório e infectado, o qual com a evolução do caso irá formar um conteúdo que poderá ser seroso, purulento ou caseoso (ACKERMANN, 2009).

O abscesso maxilar apresenta formas redondas e discretas das bochechas, sendo comuns em bezerros e bovinos em crescimento (WHITAKER, 2008). A formação do abscesso pode ser causada por lesões traumática, fômites contaminados, causas virais ou bacterianas.

A Yersínia, que compõem o quadro das enfermidades que causa abscesso e que deverão ser pesquisadas no diagnóstico diferencial, causa enfermidades pela infecção por Yersínia e a Yersínise capaz de ser transmitida ao ser humano, o que a faz ser considerada uma zoonose. Preferencialmente acomete roedores, suínos e aves. Possui três espécies patogênicas Y.pestis, que ocasiona a Peste Negra, que acomete humanos e roedores e raramente em animais domésticos; Y. enercolitica acomete com mais frequência animais domésticos e primatas tendo prevalência maior em humanos; Y.pseudotuberculosis afeta aves e roedores e acidentalmente animais domésticos e primatas. Estas três espécies patogênicas manifestam características em

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comum inclusive tropismo por tecidos linfóides, tendo capacidade de resistir à respostas imunes inespecíficas (MOXLEY, 2017).

Estas enfermidades causam grandes prejuízos econômicos aos produtores leiteiros. O diagnóstico é realizado através de cultura e PCR. Sua ocorrência é mundial, considerada uma zoonose em humanos ela manifesta como septicemia e insuficiência renal, a forma de infecção pode ser através de alimento ou o consumo de água e fezes contaminadas. O principal reservatório da Yersínia são os suínos e os seus derivados são, potenciais, fontes de contágio para os seres humanos. O tratamento baseia-se na identificação do agente e na realização de testes de sensibilidade antimicrobiana, não existindo um controle específico para esta doença (RADOSTITS et al., 2010).

Dentre as enfermidades mais comuns de causarem abscesso sendo considerada como diagnóstico diferencial de Yersinia sp, cita-se a Actinomicose, a qual é causada por uma bactéria do gênero Actinomyces, é uma doença infecciosa definida pela formação de abscessos e lesões nodulares, piogranulomatosas na cabeça, principalmente da mandíbula e do maxilar em bovinos (RIBEIRO, 2016).

Brown et al. (2017) descreve que Actinomicose apresenta a sintomatologia de aumento extensivo de volume na mandíbula ou no maxilar comprometendo a estrutura óssea, as formas de ocorrência podem ser por meio de ferimentos que perfuram os tecidos moles na região da mucosa oral.

Em bovinos esta doença pode ocorrer devido ao consumo de forrageiras, alimentos fibrosos, grosseiros e cortantes, levando a ocorrência de lesões, ou também, pelas trocas dentárias (RIBEIRO, 2018).

Os sinais clínicos mais observados na Actinomicose são de aspecto tumoral revestido por pús de coloração amarelada, os bovinos manifestam dificuldades respiratórias devido o comprometimento dos ossos da cavidade nasal, dificuldade na ruminação e perda de escore corporal (MORAES et al., 2017).

O diagnóstico de actinomicose é realizado através de exames microbiológicos, citológicos e histopatológicos onde pode-se observar lesões características, já o citológico e o histológico é utilizado para determinar o agente causador do abscesso. O diagnóstico diferencial inclui abcessos por Yersínia, actinobacilose, nocardiose e estafilococose (Brown et al., 2017). O tratamento de abscessos desta etiologia é indefinido, em animais domésticos recomenda-se o uso de antimicrobianos por via parenteral, procedimentos cirúrgicos para a remoção e infusões com o uso de soluções antissépticas nas lesões (RIBEIRO, 2016).

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Este trabalho tem como objetivo, relatar um caso de abscesso mandibular causado por Yersínia sp. em uma fêmea bovina da raça holandesa, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, no município de Santo Augusto, Rio Grande do Sul. 4.1.2 Metodologia

Durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, foi realizado um atendimento a uma fêmea bovina da raça holandesa, multípara com aproximadamente 500 kg, apresentando escore de condição corporal (ECC) 2,75 (onde 1 é magra e 5 é obesa).

Na anamnese, o proprietário relatou que o animal apresentava um aumento de volume firme na região da mandíbula e que o animal apresentava bastante dificuldade de se alimentar e beber água, além de perda de peso gradativa e diminuição da produção de leite. O mesmo também nos relatou que ele fazia a adubação das pastagens com dejetos de suínos.

No exame clínico da cavidade oral observou se a presença de uma massa, rosa e ulcerada, de consistência firme, localizada dentro da boca do animal e um grande edema na região externa da mandíbula de consistência firme. A temperatura retal estava em 40ºC, porém não foram aferidas, a frequência respiratória e frequência cardíaca.

Diante do caso, optou-se primeiramente em tratar o animal para a febre com Diclofenaco Bravet® (a base de diclofenaco de sódio) no volume de 15 mL,por via intramuscular em dose única. O diagnóstico clínico, primeiramente foi de actinomicose e desta forma, para o tratamento desta, receitou-se o uso de Clavacilim® (amoxicilina + clavulanato de potássio) no volume de 40 mL, por via intramuscular, por 5 dias e Bociodo® (iodeto de sódio + iodo) no volume de 20 mL, por via intramuscular por 5 dias, os quais foram aplicados no animal, no dia seguinte ao exame clínico. E orientou ao proprietário que separasse a vaca do restante do rebanho.

Na semana seguinte, examinou-se novamente o animal, o qual apresentou pouca redução do edema e continha conteúdo purulento nas narinas. A partir deste novo quadro clínico, iniciou-se o tratamento novamente e na semana seguinte retornou-se novamente na propriedade, e o proprietário relatou que o animal havia apresentado uma sensível melhora, começando a se alimentar e beber água aos poucos e que o abscesso teria abscedado, apresentando secreção esbranquiçada e purulenta pelo orifício e muita secreção nasal.

No dia seguinte retornou-se na propriedade para fazer a coleta do material para encaminhar ao laboratório para diagnóstico microbiológico. Para este, foi feita a higienização da mandíbula com água e sabão e a realização da coleta do conteúdo, utilizou – se luvas para a

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coleta das crostas e o Swab para auxiliar na coleta do conteúdo e armazenado em frasco estéril o qual foi encaminhado para o laboratório de microbiologia da UNIJUÍ. Após o resultado do exame bacteriológico retornou a propriedade e não foi realizado outro tratamento, terminou o que estava sendo feito e o animal apresentou melhoras.

4.1.3 Resultados e Discussão

De acordo com Dobereiter et al., (1974) a formação do edema mandibular conhecido como "cara inchada", ocorre com maior frequência em bezerros jovens com idade até 1 ano, sua evolução é rápida causando processo inflamatórios peridentários podendo levar a perda de dentes, emagrecimento progressivo, processos inflamatórios, febre, as lesões ocorrem na lateral da face principalmente na região maxilar e alguns casos podem levar a morte. No caso acompanhado não era um animal jovem e sim uma fêmea multípara, com aproximadamente 3 anos de idade, contudo, apresentou um abscesso mandibular de consistência firme na região da mandíbula tendo um emagrecimento progressivo devido à dificuldade de se alimentar.

O processo inflamatório leva ao aumento da temperatura, devido a esta ocorrência, torna-se necessário o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, o Diclofenaco (a base de diclofenaco de sódio) é um potente anti-inflamatório, antipirético, analgésico, onde a dose recomendada é de 1mg/kg de peso vivo (TASAKA, 2010). A conduta do médico veterinário foi a utilização deste fármaco, na dose de 1,5mg/kg, pois a fêmea apresentava temperatura retal aumentada no momento da realização do exame clínico.

O tratamento instituído pelo médico veterinário foi o uso de um antibiótico de amplo espectro indicado no tratamento de infecções bacterianas em bovinos o Clavacilim® (amoxicilina na dose de 11,2 mg/kg e clavulanato na dose de 2,8mg/kg) no volume de 40 mL. O período de carência de carne e leite é de 24 horas após o último tratamento para o consumo do leite e 21 dias para o consumo da carne. Segundo Papich (2012), é um antibacteriano de amplo espectro usado no tratamento de infecções bacterianas (Gram negativas e Gram positivas), que proporciona uma rápida melhora nas infecções de tecidos moles, cutâneas, vias respiratórias e do trato urinário inferior. Segundo a literatura a dose recomendada é de 8,75 mg/kg, porém devido ao quadro clínico do animal atendido a dose aplicada, no animal acompanhado, está acima do recomendada pela literatura. E foi recomendado ao produtor que respeitasse a carência do medicamento para depois fazer o aproveitamento do leite.

Para o auxílio do tratamento utilizou se o Bociodo® (a base de iodeto de sódio e iodo) no volume de 40 mL, por via intramuscular, que ajuda na fluidificante e expectorante do catarro, auxiliando no tratamento de abscessos e que pode ser aplicado por via intramuscular ou por via

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oral. A dose recomendada é de 20 mL a 100 mL para bovinos e equinos adultos, dose de 15 a 20 mL para potros e bezerros e na dose de 2 a 10 mL para pequenos animais. Para Papich (2012), o iodo é utilizado nas infecções fúngicas, bacterianas e por actinomicetos. Sendo que em bovinos se utiliza em casos de actinobacilose (“língua de pau” e estomatite necrótica) e actinomicose (abcesso mandibular).

No primeiro momento do atendimento seguintes sinais clínicos poderão ser observados: formação de nódulos na região mandibular, no maxilar, na gengivas, palato e na região do periodontal, principalmente no dente molar central e no pré-molar. Estes sinais são visíveis a partir de 2 a 4 semanas da infecção, o bovino poderá apresentar ulcerações de pele, fístulas com presença de pús e regiões endurecidas. Em alguns casos poderá ocorrer o emagrecimento do animal devido à dificuldade na deglutição dos alimentos, devido ao aumento de volume e a dor do processo inflamatório (RIBEIRO, 2018). Devido os sinais clínicos observados e relatados pelo produtor, o veterinário suspeitou que a fêmea estivesse com Actinomicose.

Quando o animal não apresenta uma resposta significativa ao tratamento prescrito pelo veterinário, o indicado deve ser realizado exame complementares. De acordo Sturion et al., (2015) devemos realizar diagnósticos definitivos como a biopsia ou cultivo microbiológico, exame histopatológico, contudo o tratamento é prescrito com base nos sinais clínicos, como foi realizado neste caso.

Devido ao animal não ter apresentado uma melhora significativa após duas semanas, o médico veterinário optou por coletar amostra do conteúdo do abscesso ara o exame, o local foi higienizado e posto em um frasco estéril para que não ocorresse a contaminação da amostra. A amostra que foi encaminhada ao laboratório de microbiologia veterinária da UNIJUÍ, para a realização de cultura, apresentou o cultivo de uma bactéria do gênero Yersinia e não de actinomicose o qual era a suspeita clínica e pelo o qual o animal foi tratado.

Yersinia sp é considerada uma zoonose para o ser humano. Sendo transmitida do rato para o ser humano através da picada de uma pulga infectada, e em mamíferos infectados pode transmitir por via aérea, sendo bactérias que se proliferam em temperaturas muito baixas (HIRSH e ZEE, 2009). Porém no caso atendido o animal infectado foi separada do restante do rebanho devido estar apresentando grande quantidade de secreção nasal

Segundo Moxley (2017), em casos de Yersinia sp o diagnóstico é realizado a coleta de amostras dos locais infectados, cultura ou até mesmo um exame sorológico, sendo de grande importância para o diagnóstico e o tratamento correto para as enfermidades.

Esta enfermidade pode acometer suínos, cervídeos, equinos, animais selvagens, aves e seres humanos, cães e gatos, basicamente sendo transmitida através da alimentação ou da

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contaminação do ambiente (GERLBERG, 2018). Um fator que pode ter sido levado a ocorrência da bactéria Yersinia na fêmea bovina foi o uso de adubação das pastagens com dejeto de suínos, segundo a literatura vários relatos foram descritos com essa bactéria tendo como um dos principais reservatórios, os suínos.

Segundo Radostitis et al., (2010), quando se trata de bactérias o tratamento e controle, os microrganismos isolados variam em sua sensibilidade aos antibióticos por isso a realização do antibiograma é aconselhável. No caso acompanhado foi realizado o antibiograma o qual apresentou uma bactéria da família das Enterobacteriaceae à Yersinia sp, uma bactéria Gram negativa que apresentou resistência para ampicilina, cefalexina, cefalotina, eritromicina, penicilina G e tetraciclina e se mostrou sensível ao ceftiofur, ciprofloxacina, enrofloxacina, gentamicina, norfloxacina e a sulfazotrim.

A maioria dos isolamentos revelam sensibilidade aos aminoglicosideos, às tetraciclinas e às sulfonamidas ou uma combinação de sufonamidas e a trimetropina. Há relatos de que as sulfonamidas e as trimetropinas não são eficaz para o tratamento de Yersinia em bovinos. Já as tetraciclinas de longa ação são recomendadas para o tratamento de ambas asse infecções em combinação com uma terapia de suporte. Não existe um controle especifico mas se acredita que a manutenção de uma boa nutrição seja uma importante fator para evitar a doença clínica. (RADOSTITS et al.,2010).

O diagnóstico clínico e laboratorial das doenças infecciosas pode ser difícil, entretanto quando se tem o suporte laboratorial apropriado e amostras adequadas, a maioria delas poderão ser diagnosticadas definitivamente. Para muitas doenças, amostras certas e coletadas corretamente podem ser submetidas ao laboratório para isolamento e demonstração do patógeno específico, assim como a realização de exames que visam avaliar a sensibilidade do agente à antimicrobianos.

O exame deve ser detalhado observando as características epidemiológicas da doença, sendo valioso, contribuindo com o diagnóstico, assim como tem o potencial de indicar o melhor tratamento e os seus respectivos métodos de controle. Outra grande importância é o auxílio no diagnóstico diferencial das patologias. (RADOSTITS et al., 2010). Após vários artigos e livros estudados para escrever esse relato de caso chegou se a conclusão que a Yersinia sp é uma bactéria que acomete mais suinos e humanos sendo comensal ao trato digestivo, porém no caso relatado ocorreu a formação de abcesso mandibulares em uma fêmea bovina da raça holandesa, sendo que é uma enfermidade que deve ser mais pesquisada em bovinos.

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O tratamento instituído pelo médico veterinário promoveu a melhora clínica do animal, mesmo com a suspeita de outra patologia que não, o agente etiológico do caso apresentado. Enfatizando a importância da realização de diagnósticos diferenciais para o correto tratamento. Os abscessos mandibulares causados por bactérias do gênero Yersinia promovem enfermidades que carecem maior investigação, pelo fato de serem potenciais riscos à saúde humana e animal e por possuírem reservatório doméstico, com os suínos.

4.1.5 Referências Bibliográficas

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TASAKA A. C. Antiinflamatórios não- estoroidais. In: SPINOSA et al., Farmacologia Aplicada a Medicina Veterinária. Ed. 4, Rio de Janeiro, cap. 21, p. 256- 476, 2010.

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5 CONCLUSÃO

A realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, proporcionou um amplo conhecimento prático, onde foi possível unir as informações adquiridas durante a graduação.

O estágio permite que vivenciamos a realidade dos produtores rurais, sendo possível o conhecimento do dia-a-dia junto aos conhecimentos adquiridos nas aulas e auxiliando para que as atividades realizadas sejam desenvolvidas com qualidade e os objetivos finais sejam alcançados, prezando sempre pelo bem-estar e a saúde dos animais e com ética profissional.

Cada estágio realizado durante a graduação denotaram ser grandes oportunidades de convivência com profissionais excelentes, com paciência e disponibilidade do tempo para ensinamento e explicações, auxiliando na formação profissional.

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Anexo 2 - Bula Diclofenaco Bravet®

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Referências

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