16486 - Aprendendo a cuidar do ambiente, cultivar hortaliças e produzir mudas de espécies arbóreas nativas, com sustentabilidade
Learning to care for the environment, grow vegetables and produce seedlings of native tree species, with sustainability
MARIANO,Deuza Aparecida da Silva¹; BERTAZZO,Claudio José².
¹NEPEA – Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia, UFG – Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão, deuzaas@gmail.com, cbertazzo@gmail.com.
Resumo: O presente relato descreve experiência desenvolvida por um projeto de agricultura urbana que se realiza em extensão universitária: Biofermentando a Agricultura Urbana na Macrorregião de Catalão – GO. Consideram-se as atividades de extensão de grande relevância, na medida em que estas têm como foco educar a comunidade urbana no sentido de estimular a separação e encaminhamento de resíduos em práticas mais adequadas e seguras, e procedendo do ensino de técnicas da Agroecologia, incentivar a produção de alimentos saudáveis e seguros à saúde humana, assim como ao cuidado e preservação da biodiversidade. A extensão que partiu do esclarecimento a famílias e educadores, seguindo de orientação aos alunos, se concretiza no plantio de horticultura, produção de mudas de árvores nativas do cerrado destinadas a recuperação de áreas degradadas e também frutíferas para formação de pomares.
Palavras-chave: educação ambiental, técnicas agrícolas, horticultura.
Abstract: This report describes an experience developed by an urban agriculture project that takes place in university extension: Biofermenting Urban Agriculture in the macro-region of Catalão - GO. Extension activities are considered of great importance, insofar as these are aimed to educate the urban community in order to encourage waste separation and routing, in more appropriate and safe practices, and using the teaching of Agroecology techniques, encourage the production of healthy and safe for human health food, as well as the care and preservation of biodiversity. The extension that came from the clarification to families and educators, following guidance to students, is realized in the planting of horticulture, production of seedlings of native trees from cerrado aimed at recovery of degraded areas and also fruit trees for the formation of orchards.
Keywords: environmental education, agricultural techniques, horticulture
Contexto
Graves problemas ambientais e de saúde estão relacionados a práticas de produção de alimentos e de alimentação com presença de agroquímicos. A possibilidade de orientar a população urbana sobre problemas ambientais e apresentar alternativas para produzir alimentos mais saudáveis na horta urbana de base ecológica foi motivadora dos esforços que se concretizaram na extensão universitária numa escola para a realização da experiência de horticultura.
A escola onde se concretizam as experiências em educação ambiental e em horta com base ecológica, é uma escola de ensino integral, desta forma disponibiliza de mais tempo para as atividades propostas pelo Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão em Agroecologia – NEPEA; além de contar com um amplo espaço sendo parte deste destinado a construção da horta, de viveiro para mudas nativas e frutíferas e de um pomar.
A experiência na escola tem como objetivo a educação dos cidadãos no sentido de uma tomada de consciência quanto aos problemas decorrentes das relações humanas com o meio ambiente e busca de alternativas diante dos mesmos. Nesta perspectiva, buscam-se alternativas como: separação e aproveitamento de resíduos, cuidado e preservação de áreas degradadas e produção de alimentos saudáveis por meio de práticas da agroecologia.
Descrição da experiência
As atividades de extensão tiveram início a partir de reuniões com as famílias e educadores para prestar esclarecimentos e firmar compromissos. As propostas apresentadas em reunião com pais ou responsáveis, tiveram o apoio unanime por parte dos mesmos. As oficinas consistem-se na abordagem de temas de educação ambiental e no desenvolvimento de técnicas para produção de hortaliças sem utilização de agroquímicos.
Tais atividades que tiveram início no mês de novembro do ano 2013, tendo continuidade em 2014, têm como financiador o MEC/ProEXT/SESu e é realizada pelo NEPEA, na Escola Estadual Wilson Elias Jorge Democh, no município de Catalão GO, cidade localizada ao sudeste de Goiás, com 96.836 habitantes, segundo estimativa do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (2014). A experiência de agroecologia na referida escola foi destinada em primeiro momento a duas turmas do quinto ano letivo que totaliza quarenta aluno/as. As primeiras atividades foram abordagens de temas educativos sobre sustentabilidade em oficinas de ensino sobre poluição, assim como, de apresentação de alternativas para separação, encaminhamento e aproveitamento de resíduos.
Após as oficinas sobre resíduos a Composteira foi apresentada como alternativa de aproveitamento dos resíduos orgânicos. Na sequencia as oficinas, os extensionistas construíram no espaço destinado as atividades práticas: um viveiro para abrigar as mudas de sementes plantadas pelos alunos, um berço para Composteira e canteiros para o plantio de hortaliças. As atividades com participação dos alunos/as acontecem em agendas semanais onde recebem acompanhamento e orientações dos extensionistas.
Na figura 1 a seguir, alunos/as no aterro sanitário observam a esteira de separação.
Figura 1: Balcão de separação de resíduos do aterro sanitário. Foto: MARIANO, D. A. S. NEPEA, Catalão 2014.
A primeira experiência prática desenvolvida com a participação de alunos/as foi o plantio de sementes de hortícolas em bandejas. Na sequencia foi feito o transplante das mudas desenvolvidas em bandejas para os canteiros. O manejo da horta ficou a encargo dos extensionistas que se revezam no cuidado diário da horta. A primeira colheita foi feita por alunos/as, juntamente com extensionistas e professores, na oportunidade receberam orientações sobre o solo e o desenvolvimento das plantas. Outra prática que os alunos/as participaram foi o plantio de sementes de árvores nativas do cerrado e de frutíferas para formação de pomares. Ajudaram a encher os saquinhos e realizaram o plantio das sementes. Nessas atividades, além das orientações sobre o plantio, procurou-se conscientiza-los tanto sobre a importância do cerrado quanto da necessidade de cuidar e preserva-lo.
Figura 2: Orientação sobre plantio de sementes. Foto: MARIANO, D. A. S. NEPEA, Catalão 2014.
Resultados
Consideramos de grande relevância o aprendizado na escola, tanto dos extensionistas quanto dos alunos e alunas da escola, cada vez mais eles manifestam interesse nos temas e práticas ensinados. Podemos considerar também a oferta de alimentos produzidos na horta agroecológica para as refeições dos alunos/as da escola e as mudas de arvores para repor áreas degradadas como para formação de pomares e o pomar na escola.
A horta produziu até o momento: rabanete Raphanus sativos, couve brassica oleracea, cenoura daucus carota. Outras variedades de hortaliças estão em cultivo: brócolis Brasica oleracea variedade itálica, alface Lactuca sativa, beterraba beta vulgares, jiló solanum gilo e pimentão capsicum annuum, entre outras. No pomar foram plantadas frutíferas, sendo, dez mudas de arvores frutíferas: nativas do cerrado e frutas exóticas. No viveiro até o momento foram plantadas pelos alunos e alunas da escola 850 sementes de arvores em 08 espécies de nativas do cerrado, algumas se encontram em fase de germinação e outras em fase de serem transplantadas.
Na figura 3 a seguir, espécies arbóreas nativas do cerrado plantadas por aluno/as da escola:
Figura 3: Arbóreas nativas do cerrado. Foto: MARIANO, D. A. S. NEPEA, Catalão 2014.
Os principais problemas que enfrentamos foram na horta. Um dos problemas maiores foi o ataque de pardais, principalmente nos canteiros da alface. Para afastar os pardais da horta procuramos alternativas indicadas por agricultores como: passar linhas sobre a horta e pendurar CDs. Essa alternativa está dando certo, foi feito o replantio da alface e elas estão se desenvolvendo sem problemas. Outros problemas como aparecimento de pulgões, entre outros, estão sendo solucionados com alternativas de manejo ecológico.
Quanto aos riscos, consideramos importante observar o manuseio de ferramentas na presença de grande número de crianças. Sentimos necessidade de cuidados como: a presença de adultos nas atividades que faz uso de ferramentas e o recolhimento das ferramentas imediatamente após o uso.
Agradecimentos
Agradecemos ao ProEXT/MEC/SESu pelo fomento ao programa Biofermentando a Agricultura Urbana na Microrregião de Catalão (GO), sob cujo abrigo se realizou as atividades aqui ressaltadas.
