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Academic year: 2021

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA EXECUTIVA

DEPARTAMENTO DE ARTICULAÇÃO DE AÇÕES DA AMAZÔNIA

PRÊMIO CHICO MENDES DE MEIO AMBIENTE – EDIÇÃO 2010

Perfil dos Premiados

LIDERANÇA INDIVIDUAL . 1° lugar: Sérgio Roberto Lopes/AC

Nascido em Congonhinhas, interior do Paraná, cresceu em Curitiba. Aos 13 anos passou a viver em fraternidade com os freis Capuchinhos, com quem aprendeu práticas produtivas e desenvolveu forte sensibilidade no trato com a natureza. Aos 22 anos sonhando conhecer a floresta amazônica, suas singularidades e seu povo, tomou a decisão de ir para Rondônia. Formado em filosofia, com especialização em Psicologia e História da Filosofia, tornou-se professor da Fundação Bradesco na cidade de Cacoal/RO. Sonhando ser agricultor, Sérgio Lopes inscreveu-se como candidato à reforma agrária no Incra – Instituto de Colonização e Reforma Agrária, em 1984. Junto com outros produtores recebeu um lote no Projeto Fundiário alto Madeira, gleba Euclides da Cunha, região hoje conhecida como Ponta do Abunã, Porto Velho. Observando as dificuldades de produzir por meio dos sistemas tradicionais, vislumbrou a possibilidade de cultivar em sistema de consórcio de espécies. Sua área tornou-se referência para os produtores da região e laboratório para o desenvolvimento e a concretização dos sistemas agroflorestais como alternativa produtiva adequada à vocação florestal da região. Essa experiência fez com que Sérgio e outros parceiros fundassem o projeto Reflorestamento Econômico e Consorciado e Adensado-RECA, organização que tem base social ampla, um sistema de gestão participativa, transparente e dinâmica e é conduzida pelos próprios produtores. Além de mentor desse modelo organizacional, Sérgio Lopes foi seu primeiro coordenador-presidente. Nestes 21 anos de trabalho junto ao RECA, milhares de hectares foram reflorestados; o nível de sensibilidade e participação das famílias associadas na busca da sustentabilidade é ímpar; a difusão da proposta junto a produtores familiares, extrativistas, ribeirinhos, índios, técnicos e pesquisadores do Brasil e do exterior atestam que o trabalho realizado muito tem contribuído com a busca de alternativas para o

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desenvolvimento da Amazônia. Participam desta rede de troca de experiências dezenas de grupos, associações, cooperativas, instituições de pesquisas, órgãos públicos diversos, somando milhares de pessoas que visitam as dependências do RECA todos os anos.

. Menção Honrosa: Eric Royer Stoner/DF

O Senhor Eric Royer Stoner é o gerente de Programa de Meio Ambiente da USAID, no Brasil, há mais de 20 anos. O Sr. Eric Stoner tem sido capaz de focar, identificar e catalisar iniciativas chave de pesquisa, análise de políticas, capacitação e educação, com grandes resultados para a Região Amazônica. Ele foi pioneiro na visão de que era possível financiar pesquisas sobre extração madeireira de baixo impacto, demonstrando a viabilidade econômica da extração cuidadosa e planejada, que gera poucos danos à floresta e permite extrações futuras. Hoje, dezenas de empresas madeireiras estão revendo seus processos e iniciando a adoção de práticas de extração de baixo impacto e buscando a certificação. Dr. Stoner contribuiu para a capacitação de centenas de técnicos sobre o manejo florestal, por meio do programa da USAID. Ele viabilizou a colaboração entre o Serviço Florestal Americano, o Departamento de Interior e a NASA para apoiar o Governo Brasileiro com modelos para prever as regiões com maiores riscos de incêndios. Por meio do Programa de Meio ambiente da USAID, o Dr. Stoner, estimulou o fortalecimento das ações da sociedade civil brasileira, contribuindo uma maior participação dessas organizações nos processos de acompanhamento de políticas para o meio ambiente. Ele é um estudioso multidisciplinar das políticas brasileiras de conservação e meio ambiente que distingue-se pela capacidade de articular alianças entre pessoas, programas e instituições que são críticas para a expansão do sucesso da conservação do meio ambiente no Brasil.

ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL

. 1° lugar: Fundação Viver Produzir e Preservar/PA

A FVPP foi fundada em 02 de agosto de 1991, pela iniciativa das organizações camponesas, movimentos pastorais e populares urbanos e de educadores da Transamazônica e Xingu, no Pará. A FVPP tem mais de 110 organizações filiadas nos municípios da Transamazônica e Xingu, em 16 municípios do Sudoeste Paraense. Participa ativamente dos esforços por uma BR-163 sustentável, que envolve todos os municípios do Oeste do Pará. Coordena atualmente um projeto de desenvolvimento com atividades de 2003 a 2013, no qual aperfeiçoa as estratégias produtivas, visando encadeamentos na economia florestal, ambiental, agrícola, pecuária e pesqueira e consolida ações de educação e infra-estrutura, a partir das proposições da sociedade.

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Visando que as ações da FVPP se transformassem em políticas públicas, a organização elaborou o Projeto de Consolidação da Produção Familiar e Contenção dos Desmantamentos na Transamazônica e Xingu, o qual acabou se transformando, por meio do acúmulo de discussões, num dos principais instrumentos de articulação acerca do planejamento ordenado do território do oeste paraense, Pólo Transamazônica e Baixo Xingu. A FVPP função aglutinadora da formulação de políticas públicas, econômicas e sociais para região.

. Menção Honrosa: Comissão Pró Índio do Acre/AC

A Comissão Pró Índio do Acre-CPI/AC foi criada em fevereiro de 1979, sua missão é apoiar os povos indígenas do Acre em algumas de suas lutas pela conquista e exercício de direitos coletivos – territoriais, linguísticos, sócio-culturais – por meio de ações que articulem a gestão territorial e ambiental das terras indígenas, a educação intercultural e bilingüe e as políticas públicas. A criação e organização de livros didáticos é uma importante frente de atuação da CPI/AC desde 1983. Os livros didáticos de autoria indígena tornaram-se marca registrada do projeto de educação da CPI/AC. São escritos nas diversas línguas indígenas e/ou em português, elaborados em curso de formação ou em oficinas, nas aldeias. Possuem ótima aceitação, são criativos, colaboram com o processo de sistematização, funcionalidade e uso social da escrita em contexto de culturas de tradição oral. Essa iniciativa de criação de livros didáticos possibilita a valorização e manutenção do vasto conhecimento sobre o uso sustentável dos recursos naturais. A CPI/AC também promove a formação de agentes agroflorestais indígenas capacitados para a gestão territorial e ambiental das terras indígenas, com ações de manejo de recursos naturais e proteção da biodiversidade. Pela primeira vez no Brasil, uma turma de agentes agroflorestais indígenas concluiu o ensino profissional de nível médio com currículo diferenciado e intelectual, reconhecido oficialmente. A “Proposta Político Pedagógica e Curricular de Formação Profissional e Técnica Integrada a Educação Básica de Agentes Agroflorestais Indígenas”, foi aprovada pelo Parecer (CEE) n.° 101/2009, de 27 de novembro e Resolução 236/2009, de 21 de dezembro.

NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS

. 1° lugar: Fundação Vitória Amazônica/AM

A Fundação Vitória Amazônica-FVA, criada em 19 de janeiro de 1990, é uma organização não-governamental, sem fins econômicos, com sede em Manaus, Amazonas, Brasil. Seu foco de trabalho é a conservação ambiental, aliada à melhoria da qualidade de vida dos habitantes da região amazônica, mediante a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e o respeito às

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culturas e diversidade étnica regional. Sua área geográfica de atuação é a bacia do Rio Negro, que constitui a maior bacia hidrográfica de rios de água preta do mundo, sendo detentora de um ecossistema riquíssimo e ainda relativamente pouco perturbado pela ação humana em relação às outras regiões ecossistema da Bacia Amazônica. A FVA, em parceria com outras instituições governamentais e não-governamentais, vem desenvolvendo diversos projetos de pesquisa científica, organização social, educação e alternativas econômicas sustentáveis, além de ações em políticas públicas voltadas à conservação do meio ambiente, à melhoria da qualidade de vida dos habitantes da região, à gestão participativa dos recursos naturais e à obtenção de conhecimento científico sobre a Amazônia, como base para a construção de modelos de manejo sustentável da biodiversidade. A iniciativa Mercado Rio Negro: parcerias para a conservação – MRN do Programa de Alternativas Econômicas – PAE da Fundação Vitoria Amazônica, foi criado em 2006 com o objetivo de incentivar a geração de renda para as populações da bacia do Rio Negro, por meio de técnicas apropriadas para produção, manejo e comercialização para acesso ao mercado e aos negócios sustentáveis. O MRN é uma metodologia de trabalho, idealizada a partir da necessidade de construção de processos mais sustentáveis e duradouros, que não apenas atendam as necessidades imediatas dos grupos apoiados, mas que ao contrário, possa subsidiá-los para a auto-gestão e garantia mínima de continuidade deste processo construído de forma participativa. Assim, desde 2006, diversos grupos ribeirinhos e indígenas do baixo e médio Rio Negro, organizados formalmente em associações ou cooperativas, tem participado da iniciativa MRN, por meio destes projetos, fortalecendo-os institucionalmente e facilitando a sua incorporação e acesso aos mercados.

. Menção Honrosa: Cooperativa Agrícola Mista de Tomé Açu/PA

A Cooperativa Agrícola Mista de Tome Açu foi fundada 62 anos atrás, quando 43 famílias de japoneses imigrantes chegaram ao Pará. Até 1953 o modelo de produção da comunidade japonesa era a monocultura. A partir da década de 70 foi desenvolvido o sistema agroflorestal de Tomé-Açu (SAFTA). Os sistemas agroflorestais combinam uma agricultura diversificada e a atividade florestal sustentável. Tem recebido destaque internacional como uma medida eficaz, não somente para o desenvolvimento rural e a redução da pobreza em nível local, como também para os desafios globais como as alterações climáticas, as ameaças à biodiversidade e a desertificação. Experiência vivida por essa comunidade revelou que as extensas plantações de monocultivo em áreas da Amazônia, representam grande risco à cadeia produtiva, mas principalmente à

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biodiversidade da Região. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

. 1° lugar: COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Centro Amazônico de Formação Indígena)/AM

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira foi criada em uma reunião de líderes indígenas em abril de 1989. Congrega 75 organizações indígenas dos nove Estados da Amazônia. Foi fundada para permitir a representação dos povos indígenas da Amazônia pelos seus direitos básicos. Busca a promoção da articulação entre suas organizações regionais e de base por meio de seus fóruns e eventos coletivos, além de apoiar a demarcação e retificação de reservas indígenas.

No ano de 2006, através de apoio e parceria específica, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB criou o Centro Amazônico da Formação Indígena – CAFI, uma instituição pensada criada e implementada por lideranças indígenas da Amazônica. O CAFI recebe anualmente jovens lideranças indígenas de vários povos e organizações indígenas. O CAFI já formou 85 alunos, vindos de todos os nove estados da Amazônia Legal. O CAFI atua a partir de demandas dos povos indígenas, treinando-os para fazer a gestão e a vigilância dos seus territórios. O Centro se tornou referência para os povos indígenas de outras regiões do Brasil. Essa experiência serviu de referência para elaboração do Projeto GEF Indígena, parceria entre o governo federal, Banco Mundial e populações indígenas, no qual ficou definida a criação de três Centros de Formação Indígena, no nordeste, no centro oeste e no sul do Brasil similares ao CAFI. SAÚDE E MEIO AMBIENTE

. 1° lugar: (Projeto de Saúde do Parque Indígena do Xingu) Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Hospital São Paulo/SP

Compreender e intervir nos problemas de saúde que afetam as comunidades indígenas da Amazônia é um desafio. Dentre iniciativas, destacam-se o trabalho da Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM em conjunto com a Escola Paulista de Medicina, atual UNIFESP no Parque do Xingu, que acontece desde 1965. A SPDM desenvolve trabalhos assistenciais, formação profissional, promoção de saúde e pesquisas. O trabalho abrange o Ambulatório do Índio e o Hospital São Paulo, referência nacional em saúde das populações indígenas. A SPDMA possui experiência em projetos de intervenção, avaliação e promoção da saúde com indígenas do Rio Negro, São Paulo e Mato Grosso. No Xingu, equipes

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multiprofissionais da SPDM respondem pela atenção básica à saúde com a implementação dos programas de saúde à criança e imunização; saúde da mulher com ênfase ao pré-natal e controle do câncer uterino; programa de tuberculose, DST e doenças endêmicas voltadas para adultos e idosos. Como resultados, os indicadores de saúde assemelham-se aos de centros urbanos desenvolvidos e refletem a estruturação dos serviços de saúde realizada pela SPDM. Além da capacitação dos profissionais das equipes locais, a SPDM também ofertou curso para aproximadamente 100 agentes indígenas de saúde, 16 auxiliares de enfermagem indígenas e um curso para gestores em saúde indígena. Esse processo consolidou o protagonismo dos indígenas na construção do sistema local de saúde e na tomada de decisões em busca da qualidade de vida baseada no modo de viver e pensar o processo saúde-doença destes povos.

MUNICÍPIO

. 1° lugar: Paragominas/PA

Desde 2008, quando a Portaria do MMA n.º 28/2008 listou o município de Paragominas como um dos municípios mais desmatadores da floresta amazônica, foram tomadas providências visando implantar ações contra o desmatamento e objetivando buscar soluções para evitar uma futura crise na cidade. A Prefeitura, logo no início de 2008, reuniu 51 entidades civis do município que ratificaram o Projeto Município Verde, assinando um Pacto pelo “Desmatamento Zero” e pelo Cadastramento Ambiental Rural em todas as propriedades. Posteriormente, a Prefeitura, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e o Ministério de Meio Ambiente (MMA) assinaram o Termo de Cooperação Técnica para a elaboração do Plano Municipal de Combate ao Desmatamento, cujo objetivo era fazer de Paragominas o primeiro Município Verde, com maior área certificada com espécies nativas da Amazônia. Através destas parcerias, o município teve 80% das propriedades rurais cadastradas, aumentando significativamente o processo de regularização ambiental das propriedades e reduziu o desmatamento, permitindo que o município saísse da lista do municípios mais desmatadores. A Prefeitura também está promovendo a recuperação em áreas degradadas, por meio da parceria estabelecida com o Poder Judiciário local, que está convertendo as multas ambientais em recuperação de áreas degradadas. O Município de Paragominas, junto com seus parceiros, está buscando o desenvolvimento sustentável.

Referências

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