AS DIMENSÕES DA OFERTA..
servas ou paradas de unidades, por d e fe i to ou para m anutenção programada.
C oncom itantem ente, encontra-se em andamento a avaliação de dados e fer- ramental disponíveis para análise de confiabilidade, buscando a definição de critérios e m etodologias para uma abor dagem pro b a b ilística do planejam ento da transmissão.
Como a atividade de planejam ento da expansão dos sistemas elétricos vem se tornado cada vez mais com plexa, o MME, pela Portaria nP 1617, d e ... 2 3.11.82, resolveu criar o G rupo C oor denador do Planejamento dos Sistemas Elétricos — GCPS, de â m b ito nacional, tendo por finalidade estudar alternativas de desenvolvim ento dos sistemas e lé tri cos das concessionárias do respectivo serviço p ú b lic o e elaborar e apresentar pareceres e proposições no sentido de ajustar os programas de expansão dos mesmos, entre si e às diretrizes fixadas pela E L E T R O B R Á S , assegurando sua co m patibilidade com a p o lftic a energé tica governamental. O GCPS é coordena do pela E L E T R O B R Á S e nele têm par ticipação as principais concessionárias de serviços de energia elétrica.
Sistemas de distribuição
de energia elétrica
H IL T O N PUERTAS CARLOS A LB E R T O M A Y O N
N O G U E IR A
H ilto n Puertas é S uperintente-G eral técni co da D istribuição da L IG H T . Engenheiro civil e eletricista pela Universidade do Brasil, fo i S u perintendente de Engenharia e Planejam ento da D istribuição da L IG H T e Superintendente
Regional da mesma empresa.
Carlos A lb e rto M a yo n Nogueira é S up erinten dente Regional da L IG H T . Engenheiro e le tri cista pela Universidade Federal do R io de Ja neiro, fo i S up erintendente de Planejam ento da D istribuição da L IG H T .
A
d istrib u iç ã o de energia teve seu in íc io no ú ltim o q u a rtil do século passado, podendo ser considerada com o um marco a construção, por Thomas A lva Edison, em 1879, da prim eira central elétrica para d istrib u içã o de energia à cidade de Nova Iorque.No Brasil, o pioneirism o coube à ci dade de Campos, que, em 1883, to rn o u - se a prim eira da A m érica do Sul a rece ber ilum inação pú b lica elétrica.
A d istrib u içã o elétrica, e n tretanto, somente veio a constituir-se em um ser viço p ú b lic o relativam ente am plo a par t i r da prim eira década do século, in icia l m ente em São Paulo (1899) e, po ste rio r mente, no R io (1905).
Desde então, verificou-se um acelera d o im pulso ao novo serviço, que, se nos prim e iro s anos se dedicava predom inan tem ente à ilum inação pública e à tração elétrica (os tradicionais bondes), já na década de 20 estendia-se à cobertura do atendim ento aos usos com ercial, resi dencial e ind u stria l. Basta dizer que por esta época estavam já construídos, no ce n tro urbano daquelas duas cidades, so fisticados sistemas de d istrib u içã o sub terrâneos, do tip o " n e tw o rk " , que em essência nada d ife re m dos atualm ente em operação.
A p a rtir dos anos 60, a distribuição, incorporando as novas tecnologias dis poníveis, vem desenvolvendo-se de fo r ma acelerada, com o emprego de mé todos com putacionais, telecomando, etc.
1. Características Técnicas dos Sistemas de Distribuição
O Sistema E lé trico pode ser, de uma form a sim plificada, subdividido nos se guintes segmentos:
• Geração • Transmissão
• Estações de Transmissão • Subtransmissão
• Subestações D istrib u id o ra s (S/E's) • D istrib u içã o
A dotam os no presente te x to o c rité rio predom inante de considerara D is tri buição com o a parcela do sistema que tem origem nos disjuntores secundários das S/E's e té rm in o nos mediJores de consurro de energia instalados nos con sumidores.
O sistema d is trib u id o r pode, por sua vez, ser assim decom posto:
a) circ u ito s prim ários de média ten são (13,8 k V e 34,5 kV ), que levam a energia desde as S /E 's até as p ro x im id a des imediatas dos consumidores;
b) transform adores de • d is trib u a is , instalados em postes ou câmaras subter râneas, que baixam a tensão prim ária para sua utilização pelos consum idores;
c) rede secundária ou de baixa tensão (em geral 220-380 V, 127-220 V e 115- 2 3 0 V ), que transporta a energia dos transform adores de d istrib u içã o até os consumidores..
A interligação entre a rede secundária e as instalações dos consumidores é fe ita através de derivações chamadas ramais de ligação.
As tensões acima referidas fo ra m pa dronizadas pelo D ecreto-Lei n9 73080, de 05.11.73. Persiste, e n tre ta n to , a u t ili zação de outras tensões, (com o as de 6 kV , 20 k V , 25 k V ), em face dos p ro b le mas inerentes à adequação dos sistemas distrib u id o re s e dos equipam entos dos consum idores às voltagens normalizadas.
No cam po da padronização, em geral, devem se destacar, entre outras, as d ifi culdades enfrentadas na D istrib u içã o , conseqüência de atividade ser o rig in a l mente encarada como problem a local, sem e n foque nacional. Não obstante, vêm-se alcançando sig n ifica tivo s progres- s o s n o s ú ltim o s anos, graças, em especial, aos esforços desenvolvidos no C om itê de
D istrib u içã o (C O D I), que reúne as 14 principais concessionárias do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste, como tam bém aos esforços do C om itê de Coorde nação de Operação do N orte/N ordeste (CCON).
Especificam ente, quanto às caracte rísticas técnicas, os sistemas d is trib u id o res classificam-se, de form a resumida, se gundo dois aspectos: tipos de constru ção e tipos de arranjos ou configuração.
1.1 Tipos de Construção
Os tipos de construção usados, segun d o as características urbanas e as pecu liaridades dos consumidores atendidos,' são: aérea e subterrânea.
A construção aérea apresenta custo mais reduzido, em relação à subterrâ nea. No mais, p erm ite rapidez de cons trução, rapidez de localização de defei tos e execução de reparos e m enor trans to rn o para a população, quando da exe cução das obras.
Por o u tro lado, possui menos c o n fia bilidade, isto é, apresenta m aior fre qüência de defeitos, p rin cip a lm e n te em função da exposição aos agentes exter- - nos, com o arborização, poluição, co n ta minação, vandalism o, abalroam ento de postes, etc.
A construção aérea apresenta ainda uma restrição c o n s titu íd a pelo conges tio n a m e n to das posteações. À medida que em determ inadas áreas a carga a tin ge elevados níveis de adensamento, to r na-se impossível a ampliação da rede aérea, em decorrência de as estruturas já terem a tin g ido o lim ite m áxim o de circ u ito s que podem ser suportados d e n tro de c rité rio s tecnicam ente reco mendáveis.
Q uanto à construção subterrânea, suas principais vantagens são: m aior con fia b ilid a d e , p o r assegurar m aior c o n ti nuidade de serviço, e m elhor aspecto estético, p or não in te rfe rir com as carac terísticas urbanísticas das áreas supridas. Em co n tra p a rtid a , im põe um investi m ento significativam ente m aior do que o im p o sto pelas redes aéreas.
Os principais itens negativos deste t i po de construção, além dos elevados custos, são o tem po de reparo, quando da eventual ocorrência de defeitos (po dendo a tin g ir, por vezes, 24 horas) e os
transtornos à com unidade, provocados pelas necessárias escavações para instala ção de cabos e equipam entos.
1.2 Tipos de Arranjo ou Configuração
São os seguintes os arranjos p rin ci pais adotados para as redes de d is trib u i ção aérea e subterrânea:
1.2.1 Rede Aérea
• Sistema radial simples: empregado
em áreas rurais e de carga rarefeita, on de os requisitos de continuidade de ser viço por parte dos consumidores não ju s tific a m arranjos de m aior co m p le xi dade. Neste sistema, quando da ocor rência de um defeito, é necessário que se façam sua localização e seu reparo an tes de processar o restabelecimento do fornecim ento.
• Sistema radial com recurso: é adota
do em áreas suburbanas de média den sidade de carga e perm ite, em caso de fa lha, o restabelecimento parcial ou to ta l da alim entação aos usuários, mediante sua transferência para circ u ito s adjacen tes.
• Sistema radial seletivo: fornece aos
consum idores duas alimentações, uma norm al e a o u tra de reserva. Em caso de d e fe ito no c irc u ito norm al, a alim enta ção é transferida manual ou au to m a ti camente para a linha de reserva. Tal ar ranjo, em rede aérea, restringe-se ao fo r necim ento a consum idores atendidos em tensão de d istrib u içã o prim ária (fá b ri cas, grandes centros comerciais, etc.).
1.2.2 Rede Subterrânea
• Sistema em anel: análogo ao radial
com recurso (descrito acima, no tocante
à rede aérea), dele difere pelo fa to de
que todos os transform adores de d is tri buição estão conectados a chaves que pe rm ite m a segregação dos mesmos no trecho do c irc u ito com d e feito, assegu rando o to ta l restabelecim ento do servi ço, p o r m eio de alim entação pelo c irc u i to adjacente.
• Sistema radial seletivo: sim ilar, em
concepção, ao radial seletivo de rede aérea (descrito acima), é recom endado para alim entação a cargas concentradas. O arranjo constitui-se em uma a lte rn a ti va de opção entre o anel e o reticulado secundário (descrito a seguir). Exige in vestim entos menores e apresenta um ní-- vel de co n tin u id a d e de fo rn e c im e n to sig nifica tiva m e n te superior, quando p ro v i do de chaves de transferência a u to m á ti ca.
• Sistema com secundário reticulado
(" n e tw o rk " ): no qual os alimentadores prim ários são radiais e a rede de baixa tensão é malhada, totalm ente interliga da. Neste arranjo os consumidores não são afetados por interrupções, mesmo em caso de d e fe ito nos alimentadores prim ários ou na rede secundária. O fo r necim ento é m antido pelos com ponen tes não afetados, independente de qual quer ação operativa. Este sistema só se re comenda para áreas de alta densidade de carga, onde o investim ento adicional pa ra sua im plantação é reduzido, em fu n ção de a rede secundária estar pratica mente pronta para formação da malha.
Como se deduz da descrição sumária aqui fe ita dos tipos e arranjos básicos do sistema d is trib u id o r, existe, na opção por um deles, uma relação íntim a com a densidade de carga e os reqpisitos dos consumidores quanto à continuidade do serviço.
2. A Problemática de Expansão dos Sis temas de D istribuição.
A d istrib u içã o , mais do que qualquer o u tro com ponente d o Setor E létrico, so fre profunda influência das característi cas urbanísticas, sociais, econômicas, geográficas e ecológicas da área em que atua, assim com o de sua evolução a c u r to e m édio prazos.
É preciso ter em mente que, enquan to um sistema de transmissão de m édio/ grande porte opera com algumas deze nas de linhas e cerca de uma centena de S/E's (pontos de entrega da energia), uma rede d is trib u id o ra equivalente ma nipula mais de m il circ u ito s prim ários, dezenas de milhares de secundários e m i lhões de pontos de entrega, que são os consumidores.
Este fa to dem onstra que os “ cantei ros de o b ra s " da D istrib u içã o são as ruas das cidades e que a relação da D is trib u i ção com o am biente externo se torna extrem am ente estreita, até porque a re de te m seu fim nas casas e indústrias, is to é, na in tim id a d e m aior de co m u n id a de atendida.
Neste c o n te x to , citarem os alguns fa tores im portantes que hoje condicionam e/ou d ific u lta m a expansão e operação dos sistemas de d is trib u iç ã o :
• as peculiaridades urbanísticas, co mo a freqüente in co m p a tib ilid a d e entre a d iscip lin a d o gabarito das edificações e a largura dos logradouros; a ausência de
um planejamento para a criação de no vos pólos industriais e residenciais/co merciais, que são im plantados, geral mente, sem consulta aos serviços p ú b li cos sobre a viabilidade de seu atendi mento em prazos e a custo razoáveis; a fixação de posturas governamentais onerosas, com o, p or exemplo, a exigên cia de redes subterrâneas em zonas de baixa densidade de carga, etc.;
• as características geográficas e geo lógicas que, com o no Rio de Janeiro, le varam à form ação d o núcleo de maior concentração de carga co n fin a d o em uma estreita fa ixa entre o mar e a m on tanha, que apresenta um lençol freático pouco p ro fu n d o , o qual, além de d ific u l ta r as construções, mantém as redes per manentemente inundadas com reflexos em seu desempenho;
• a d ific u ld a d e de coordenação da utilização d o subsolo pelos diversos ser viços públicos, pela ausência de um pla nejamento integrado, que defina as fa i xas de ocupação de cada concessionária, em função das características d o serviço e das dimensões dos logradouros; • a ausência de uma urbanização de fin itiv a nas áreas mais afastadas dos cen tros urbanos, o que d ific u lta a im plan tação das redes d istrib u id o ra s;
• a crescente exigência dos consum i dores q u a n to à qualidade do fo rn e c i m ento (continuidade de serviço e níveis áe tensão), conseqüência natural da tam bém crescente utilização e depen dência dos equipam entos elétricos.
A luz destas considerações, passare mos a apresentar breves com entários es pecíficos sobre cada uma das zonas t í p i cas em que se pode d iv id ir a área de a te n d im e n to :
2.1 Áreas Urbanas de A lta Densidade de Carga
Considera-se a densidade de carga, norm alm ente, expressa em demanda de energia po r k m 2 . E n tre ta n to , nos cen tros de cidades co m o o R io e São Paulo, os valores de densidade atingem mais de 200 M V A /k m 2, vale d ize r que o consu mo de energia elétrica em uns poucos quarteirões dos centros comerciais des tas capitais equivale ao de uma cidade in teriorana de mais de um m ilhão e meio de habitantes.
A dicio n a lm e n te , nestas zonas de car ga concentrada, a energia elétrica torna- se um elem ento absolutam ente essen cial, até sob o p o n to de vista de seguran ça da população, pois predom inam gran
des prédios e m acroedif ícios, onde todas as facilidades são dependentes da c o n ti nuidade d o fornecim ento.
Este segundo aspecto impõe que as redes distribuidoras, além de subterrâ neas, adotem arranjos de elevada c o n fia bilid a d e que, conform e referido ante riorm ente, consistem no sistema com re tic u la d o secundário e, opcionalm ente, no radial seletivo com transferência au- mática.
Na maioria dos centros das grandes m etrópoles brasileiras, ao quadro atrás descrito se soma a ocorrência de eleva das taxas de crescimento do consumo, em média 8% ao ano.
Assim é que as Concessionárias se vêem obrigadas a continuam ente am p lia r suas instalações, com trabalho que se torna d ifíc il por causa de congestio namentos do subsolo, de escassez e a lto custo dos terrenos para subestações e de a trito s com a com unidade, provocados pelos transtornos decorrentes de escava ções em logradouros de trâ n sito intenso.
Não obstante, os obstáculos citados vêm sendo superados ou contornados p o r um co n ju n to de medidas e avanços tecnológicos, entre os quais destaca mos:
• construção de S/E's compactas, com utilização de gás isolante SF6 (está em estudo avançado a construção dessas instalações no subsolo de praças, jardins, etc.);
• obrigatoriedade de as novas e d ifi cações reservarem espaço para instala ções dos equipam entos de transform a ção e proteção, a n teriorm ente abrigados em câmeras subterrâneas construídas nas pistas de rolam ento ou calçadas, com enorme p re ju íz o para o trâ n s ito ; • desenvolvim ento de técnicas de construção de canalizações no p eríodo n o tu rn o , com recom posição da pista de rolam ento d u ra n te o dia.
2.2 Áreas Suburbanas de Média Densi dade de Carga
Os problemas básicos apontados ao in íc io , embora se externem de form a mais grave em seus reflexos nas zonas urbanas de alta densidade nem por isso deixam de a tin g ir as regiões suburbanas.
Nas áreas de que agora tratam os as densidades situam-se entre 3 e 10 M V A / k m 2, e o consumo predom inante nor m alm ente é residencial, com uma p a rti cipação com ercial ta rrb é m ponjderável, proveniente de estabelecim entos que atendem o mercado local e d e indústrias de pequeno e m édio portes.
Nessas áreas, o nível de densidade de carga enseja a d is trib u iç ã o de energia através de redes aéreas; inclusive econo micamente é desaconselhável a im plan tação de rede subterrânea.
Este fa to cria um c o n flito , pois as redes aéreas convencionais possuem um nível de desempenho inerente que nem sempre pode atender, em qualidade de fo rn e cim e nto , os usuários, progressiva mente mais dependentes dos equipa m entos elétricos, que dia-a-dia se apre sentam mais sofisticados e exigentes.
No caso das indústrias e d o com ércio de grande porte, como hipermercados e shopping-centers, em rede aérea o siste ma radial seletivo (de alim entação dupla, alternativa, e de fo rn e cim e nto em tensão prim ária) já vem sendo largamente errv pregado com resultados satisfatórios. É evidente que em épocas de fo r te conten ção de investim entos, quando se redu zem as folgas de capacidade das redes e subestações, ta l solução tam bém neces sita ser restringida a casos específicos, onde os problemas ultrapassam os lim i tes toleráveis.
Para o restante dos consumidores, en tre ta n to , a solução que se vem im pondo é a utilização de cabos semi-isolados ou isolados, em áreas onde a agressão e x te r na é m u ito acentuada. A co n fiabilidade das redes aéreas com esses cabos é in fe rio r à das redes subterrâneas, mas supe rio r à das redes aéreas com condutores nus.
O utra medida relevante é a in te n s ifi cação d o uso de equipam entos de mano bra e proteção, tais com o religadores au tom áticos, cuja atuação elim ina 90% dos desligamentos (defeitos transitórios), além de reduzir o envolvim ento de co n sumidores quando de falha de caráter permanente,.
Cabe, p o r fim , m encionar as áreas ou bairros onde, em função de posturas go vernamentais, é ’vedada a construção aé rea po r m otivos estéticos.
Foi necessário desenvolver, para aten der esses casos, um sistema subterrâneo de baixo custo. São empregados cabos enterrados, transform adores instalados em cabines de superfície, term inais des- conectáveis, em vez das chaves tra d ic io nais, e até pequenas extensões em radial simples.
2.3 Aglomerados de Baixa Renda
O a te ndim ento aos aglomerados de baixa renda, especialmente a alguns que não dispõem de um m ín im o de u rb a n i zação, sempre representou um desafio
para os serviços de d istrib u içã o de ener gia elétrica. T om ando com o exem plo o R io de Janeiro, onde as favelas (em geral surgidas nas encostas de m orros e locali zadas ta n to em zonas urbanas co.no em zonas suburbanas) abrigam uma p opula ção de mais de um m ilhão de habitantes, podemos dizer que lá o fo rn e cim e nto de energia aos favelados, até 1979, ou ine- xistia ou era efetuado em tensão prim á ria, através de cabines de média tensão.
A p a rtir dessas S/E's, "Com issões" formadas pelos moradores encarrega- .jm -se da d istrib u iç ã o no in te rio r da co munidade, através de redes extrem am en te precárias, que apresentavam, além de uma má qualidade de serviço, uma taxa elevada de risco para a segurança dos moradores. A dicio n a lm e n te , o custo da energia vendida era freqüentem ente m u ito superior às tarifas oficiais.
Os argumentos então usados para jus tific a r essa situação eram basicamente de dois tipos:
• im possibilidade técnica de p ro te ção das redes da Concessionária e de sua posterior manutenção, em face da ine xistência de urbanização fo rm a l; • d ific u ld a d e de relacionam ento har m ônico Concessionária/Comunidade em conseqüência de uma pretensa falta de consciência dos favelados, q u a n to às suas obrigações na qualidade de consu midores.
0 programa desenvolvido, que já atende a 528 favelas, com 170 m il con sumidores, fo i viab iliza d o através de um trabalho integrado de ataques aos em pe cilhos levantados, de natureza técnica e social.
No que tange ao aspecto técnico, a que nos ateremos aqui, fo ra m desenvol vidos padrões especiais que propiciaram a eletrificação das favelas d e n tro de co n dições de segurança adequadas.
Podem-se c ita r dentre estes padrões: • u tiliza çã o de cabos isolados pré-reu- nidos de média e baixa tensão, em v i las e cam inhos onde a distânci3 entre a rede e as moradias fica aquém dos lim i tes de segurança;
• emprego de cabines (simples, duplas ou triplas) para a instalação dos m edido res;
• adoção de crité rio s de p ro je to que li m ite m ao m ín im o a extensão de redes prim árias no in te rio r das favelas.
Por fim , é im p o rta n te salientar que a e letrificação das favelas vem se mos tra n d o rentável. Isso é explicável pela elevada densidade de consum idores na quelas comunidades, o que propicia um balanço favorável entre o núm ero de li
gações e a extensão de rede requerida para efetivá-las. 0 custo/consum idor vem se situando na casa dos US$ 200,, ligeiramente in fe rio r aos das ligações em áreas urbanizadas.
2.4 Áreas Rurais
As zonas rurais caracterizam-se por uma densidade de carga extremamente baixa, in fe rio r a 0,1 M V A /K m 2, pois embora o consumo médio por consum i d o r chegue, em algumas regiões, a 1000/ kWh/mês, os consumidores estão natu ralm ente m u ito afastados entre si.
Em decorrência, raramente os investi mentos necessários ao atendim ento rural se apresentam rentáveis, apesar de todos os esforços desenvolvidos para redução dos custos, com o o emprego de trans form ação direta de 34,5 k V para baixa tensão, sistemas com apenas um con d u to r (m onofilares com re to rn o pela terra), crité rio s de projetos que reduzem ao m áxim o as extensões, mediante a u ti lização de faixas de passagem nas fazen das, etc.
A inda assim, o nível médio de inves tim e n to /lig a çã o situa-se em U S$ 2.600. É treze vezes superior, p o rta n to , ao de um consum idor em favelas.
Neste c o n te x to , a d istrib u içã o rural depende de programas especiais, onde órgãos financiadores com o o B IR D dêem suporte aos investim entos das con cessionárias e, tam bém , de esquemas es- pecíficos que to rn e m viável a pa rticip a ção financeira dos interessados.
3. Planejamento da Distribuição 3.1 O Estágio Atual
O planejam ento da d istrib u içã o no Brasil, com o atividade específica, é rela tivam ente recente. Data da década de 60.
A in d a hoje não se pode considerar que esse nosso planejam ento tenha al cançado sua m aturidade, pois ele fre qüentem ente é c o n fu n d id o com progra mação de obras e com projetos.
Em quaisquer das etapas principais d o planejam ento da d is trib u iç ã o , a ques tão da inform ação adquire proporções m u ito grandes, em razão da relatividade das já citadas características dos siste
mas d istrib u id o re s : o elevado núm ero de variáveis a ponderar e a rapidez com que se m o d ifica m as tendências de evolução em â m b ito de microárea acarretam gran de com plexidade de análise.
Houve, entetanto, significativa d if i culdade para sensibilização das empresas diante da im portância de realizar maci-• ços investimentos em sistemas de in fo r
mação destinados à D istribuição. Embora atualm ente a m aioria das empresas já disponha de tais sistemas em operação ou desenvolvimento, nota-se que eles ainda estão predom inantem ente voltados à operação e ao projeto, co n tem plando com poucos produtos o pro cesso de planejamento, em seu sentido amplo.
A inda d e n tro desta breve análise c rí tica do estágio atual d o planejam ento da distribuição, cabe considerar que o em prego de instrum entos de prospecção ainda é raro. Prevalecem as técnicas in- crementalistas, em função das quais o presente se com porta segundo as regras d o passado.
3.2 A Formulação e o Acompanha mento do Planejamento da Dis tribuição
São os seguintes, em resumo, os ins trum entos empregados na form ulação d o planejam ento da d is trib u iç ã o :
• diagnóstico da ambiência interna e externa, por meio do qual se detectam pontos da operação do sistema d is trib u i d o r que já são c rític o s ou que virão a sê- lo a c u rto prazo, bem com o o im pacto d o grau de convergência das políticas adotadas e dos anseios da população; • análise prospectiva po r m icrorre- giõesdo mercado, através da qual se pre tende avaliar as tendências de evolução (demanda, requisitos de qualidade de serviços, etc.) que servirão, inclusive, para a Empresa agir ju n to aos setores pú blicos e os setores privados, a fim de as segurar um desenvolvim ento harm ôni co;
• acom panham ento perm anente das novas tecnologias disponíveis, com vis tas à sua adoção com o in stru m e n to pos- sib ilita n te de um m elhor serviço e de re dução dos custos (os desenvolvimentos tecnológicos são o b je to de observações resumidas item seguinte);
• elaboração d o plano de obras, manu tenção, operação e atendim ento aos consumidores, base dos orçam entos da D istribuição.
Destaque-se que, no planejam ento da d istrib u içã o , há necessidade acentuada de um enfoque com abrangência tam bém sobre os campos de recursos huma nos e de meios de apoio, com o veículos, seções de rede, comunicações, etc.
Por o u tro lado, o acompanhamento da d istrib u içã o é fe ito basicamente sob três enfoques:
a) c o n tro le da evolução do mercado por microrregiões, q u a n to ao crescimen to da demanda e aos requisitos de q uali- dade de serviço, com parativam ente à o ferta prevista com a execução d o pla nejam ento;
b) acom panham ento da execução do programa de obras e das atividades de operação, com vistas a prever eventuais distorções e adotar medidas corretivas em te m p o hábil;
c) c o n tro le fin a n ce iro , ta n to dos dispêndios efetuados quanto, e p rin ci palmente, dos compromissos assumidos e a assumir.
Os principais itens controlados em detalhe são as aquisições de materiais e equipam entos e os contratos de forne cim ento de serviços e obras.
3.3 A Evolução do Planejamento da Distribuição
A creditam os que já se quebraram as; amarras que to lh ia m o desenvolvim ento d o planejamento da d istrib u içã o . Deve ta l planejam ento a c u rto prazo apresen ta r s ig n ifica tivo desenvolvim ento.
Para isso, a ampliação da o fe rta de instrum entos com putacionais, com o a fam iliarização dos profissionais de pla nejam ento da d istrib u içã o com os mes mos, já enseja que se vença a principal dificuldade, c o n s titu íd a pela indisponi- bilidade de dados ou pela extrem a d i ficuldade em manipulá-los.
Por o u tro lado, em adição às técnicas incrementalistas, fo ra m introduzidas análises prospectivas, a nível espacial de m icrobairros, in c lu íd o o enfoque dos dados sociais, econôm icos e dem ográfi cos, que p ro p icia m prover a D istrib u içã o de um planejam ento estratégico.
Salientamos tarrbém que o futuro do planejamento, como instrumento eficaz para otimização do desenvolvimento do sistema distribuidor, em muito depende rá do processo de interações e iterações que se alcancem com as demais ativida des de planejamento urbano.
4. Inovações Tecnológicas — opções téc nicas atuais e em estudo
A tecnologia da distribuição vem
apresentando, nos últimos anos, um avanço significativo, que se traduz na oferta de novos materiais e equipamen
tos, assim com o de sistemas autom atiza dos de gerência e controle.
Um aspecto im portante é o fa to de as indústrias fundam entais para essa tecno logia localizadas no Brasil virem acom panhando de perto os progressos regis trados no e xte rio r; de o u tro lado, im p o rta n te tam bém é a co n trib u iç ã o a ca da dia mais significativa de nossos cen tros de pesquisa que trabalham em in o vações tecnológicas próprias, adequadas à solução dos problemas à luz das carac terísticas específicas d o país.
Neste c o n te x to , a D istribuição no Brasil passou a dispensar praticam ente as importações, que num prazo m u ito c u rto poderão ser elim inadas de to d o .
A títu lo de exem plo, podemos c ita r inovações já em pleno uso e produzidas no país, nos campos de materiais, equi pamentos e sistemas, que am pliaram a gama de opções técnicas para engenha ria e gerência da D istribuição.
• Materiais: cabos co m isolam ento sólido, cabos aéreos isolados, emendas pré-fabricadas e emendas de pequeno d iâ m e tro para instalações em dutos.
• Equipamentos: transform adores se
cos, indicadores de d e fe ito para redes aéreas e subterrâneas, chaves de trans ferência autom ática de tam anho redu zido, adaptação de disjuntores de fa b ri cação nacional para operação com o p ro tetores " n e tw o r k " e diversos equipa mentos de medição, com o os eletrônicos dig ita is requeridos pelas tarifas d ife re n ciadas.
• Sistemas: gerência de rede, que atra
vés de tra ta m e n to estatístico do consu mo fa tu ra d o propicia o c o n tro le in d ire to d o sistema, gestão de obras, que per m ite ad m in istra r em detalhe ou agrega- dam ente as milhares de obras da D is tri buição, etc.
Com relação aos desenvolvim entos que se vêm processando, o destaque ca be aos sistemas de supervisão, c o n tro le e telecom ando da rede d is trib u id o ra . Es tes sistemas, em resumo, p e rm ite m : • inform ação perm anente das co n d i ções.operativas da rede com a id e n tific a ção d o "s ta tu s " de cada in te rru p to r, se aberto ou fechado;
• inform ação sobre as grandezas bási cas (corrente, tensão, etc.) nos pontos- chaves de rede;
• com ando à distância dos in te rru p to res, dispensando o deslocam ento de equipes até as chaves para efetuarem a manobra.
Desta fo rm a , os sistemas em pauta p e rm ite m m aior rapidez e segurança na
operação das redes, reduzindo os tem pos de interrupção do fo rn e cim e nto , além de propiciarem a otim ização das condições operativas, pelo adequado provim ento de inform ação.