ARTIGO
PRÁTICA PEDAGÓG1CA EM EAD: REFLEXÕES SOBRE
A UN1VERS1DADE ABERTA E O FGV ONL1NE
Resumo
Edite Flora Sabbi Porciúncula, graduada em Artes e Pedagogia, Mestre em Educação nas Ciências - área de Pedagogia - pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNlJU1, professora-tutora do FGV Online.
Elolza Gomes de Oliveira, Mestre em Psicologia Escolar e Doutora em Educação Brasileira. Tutora do FGV Online. Coordenadora do Laboratório de Estudos da Aprendizagem Humana (LEAH) da UERJ. Autora de material didático para a Educação a Distância do FGV Online, do Consórcio CEDERJ e do lESDE. Diretora do Campus Virtual da UERJ.
Francisca de Oliveira Cruz, Professora-Tutora e Professora-Mentora do FGV Online. Professora do CEPEDERJ/UERJ. Coordenadora do MBA Gestão Educacional da FGV e do MBA em Administração e Gestão de Pessoas da UCAM - Universidade Candido Mendes. Pesquisadora do PPFH/UERJ e da FGV. Doutoranda em Políticas Públicas e Formação Humana - UERJ/RJ. Mestrado em Administração Pública pela FGV/ EBAPE. Consultora de Gestão de Pessoas.
O presente artigo objetiva uma reflexão sobre a prática pedagógica na docência em ensino a distância (EAD), por meio da interlocução com teóricos como Habermas, Vigotsky, Levy e Peters, entre outros, considerando as possibilidades de interação dos sujeitos através da linguagem.
Parte-se da revisão da trajetória da educação mediada por suportes de linguagem que, na história da humanidade, culmina hoje com as tecnologias da informação e da comunicação, possibilitando o uso da internet na educação. Pela versatilidade e interatividade que a caracteriza, • English Version • Versión en Espanol
I
a internet vem provocando inovações que dão sustentação e sig n ificação à prática docente, sinalizando grandes transformações na área da educação, entre elas, a criação da Universidade Aberta, um vetor para a democratização do ensino de forma global. As reflexões produzidas permitem a percepção de princípios norteadores que favorecem o aperfeiçoamento da comunicação e interação dos sujeitos em ambientes virtuais, tendo como parâmetro a teoria na empiria do Programa FGV Online. Palavras-chave
Suporte; educação; EAD; Universidade Aberta; I i ng uagem; interação.
Abstract
In examining the pedagogical aspect of teaching in distance education, this article dialogues with theorists such as Habermas, Vygotsky, Lévy and Peters to consider the possibilities of interaction among subjects through language. It begins with a review of the history of education mediated by language supports, culminating in today's information and communication technologies, which have made possible the use of the Internet in education. The versatility and interactivity characteristic of the Internet have led to innovations that underpin and impart signification to practices used in teaching, signaling major changes in education, which include the Open University, a vector in the democratization of education globally. The thinking reported here highlights guiding principies that favor improved communication and interaction among subjects in virtual
environments, as framed by the theory in the empirical context of the FGV Online Programo Key words:
Support; Education; Distance Ed ucation; Open University; language; interaction.
Resumen
EI siguiente artículo busca una reflexión sobre la práctica pedagógica en la docencia de la educación a distancia (EADl. mediante el diálogo con teóricos como Habermas, Vigotsky, Levy y Peters, entre otros, considerando las posibilidades de interacción entre los sujetos a través dei lenguaje. Se inicia con la revisión de la trayectoria de la educación mediada por soportes dei lenguaje que, en la historia de la humanidad, culmina con las tecnologías de información y de la comunicación actual, logrando el uso dei internet en la educación. Debido a su versatilidad e interactividad que la caracteriza, el internet viene dando innovaciones que dan sustento y significado a la práctica docente, logrando grandes transformaciones en el área de la educación, entre ellas, la creación de la Universidad Abierta, un vector para la democratización de la ensenanza de forma global. Las reflexiones producidas permiten la percepción de los principios a seguir que promueven el perfeccionamiento de la comunicación e interacción entre los sujetos en ambientes virtuales, teniendo como parámetro la teoría en el empírico Programa FGV Online. Palabras Clave
Soporte; educación; EAD; Universidad Abierta; lenguaje; interacción.
ARTIGO
PRÁTICA PEDAGÓG1CA EM EAD: REFLEXÕES SOBRE
A UN1VERS1DADE ABERTA E O FGV ONL1NE
Resumo
Edite Flora Sabbi Porciúncula, graduada em Artes e Pedagogia, Mestre em Educação nas Ciências - área de Pedagogia - pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNlJU1, professora-tutora do FGV Online.
Elolza Gomes de Oliveira, Mestre em Psicologia Escolar e Doutora em Educação Brasileira. Tutora do FGV Online. Coordenadora do Laboratório de Estudos da Aprendizagem Humana (LEAH) da UERJ. Autora de material didático para a Educação a Distância do FGV Online, do Consórcio CEDERJ e do lESDE. Diretora do Campus Virtual da UERJ.
Francisca de Oliveira Cruz, Professora-Tutora e Professora-Mentora do FGV Online. Professora do CEPEDERJ/UERJ. Coordenadora do MBA Gestão Educacional da FGV e do MBA em Administração e Gestão de Pessoas da UCAM - Universidade Candido Mendes. Pesquisadora do PPFH/UERJ e da FGV. Doutoranda em Políticas Públicas e Formação Humana - UERJ/RJ. Mestrado em Administração Pública pela FGV/ EBAPE. Consultora de Gestão de Pessoas.
O presente artigo objetiva uma reflexão sobre a prática pedagógica na docência em ensino a distância (EAD), por meio da interlocução com teóricos como Habermas, Vigotsky, Levy e Peters, entre outros, considerando as possibilidades de interação dos sujeitos através da linguagem.
Parte-se da revisão da trajetória da educação mediada por suportes de linguagem que, na história da humanidade, culmina hoje com as tecnologias da informação e da comunicação, possibilitando o uso da internet na educação. Pela versatilidade e interatividade que a caracteriza, • English Version • Versión en Espanol
I
a internet vem provocando inovações que dão sustentação e sig n ificação à prática docente, sinalizando grandes transformações na área da educação, entre elas, a criação da Universidade Aberta, um vetor para a democratização do ensino de forma global. As reflexões produzidas permitem a percepção de princípios norteadores que favorecem o aperfeiçoamento da comunicação e interação dos sujeitos em ambientes virtuais, tendo como parâmetro a teoria na empiria do Programa FGV Online. Palavras-chave
Suporte; educação; EAD; Universidade Aberta; I i ng uagem; interação.
Abstract
In examining the pedagogical aspect of teaching in distance education, this article dialogues with theorists such as Habermas, Vygotsky, Lévy and Peters to consider the possibilities of interaction among subjects through language. It begins with a review of the history of education mediated by language supports, culminating in today's information and communication technologies, which have made possible the use of the Internet in education. The versatility and interactivity characteristic of the Internet have led to innovations that underpin and impart signification to practices used in teaching, signaling major changes in education, which include the Open University, a vector in the democratization of education globally. The thinking reported here highlights guiding principies that favor improved communication and interaction among subjects in virtual
environments, as framed by the theory in the empirical context of the FGV Online Programo Key words:
Support; Education; Distance Ed ucation; Open University; language; interaction.
Resumen
EI siguiente artículo busca una reflexión sobre la práctica pedagógica en la docencia de la educación a distancia (EADl. mediante el diálogo con teóricos como Habermas, Vigotsky, Levy y Peters, entre otros, considerando las posibilidades de interacción entre los sujetos a través dei lenguaje. Se inicia con la revisión de la trayectoria de la educación mediada por soportes dei lenguaje que, en la historia de la humanidad, culmina con las tecnologías de información y de la comunicación actual, logrando el uso dei internet en la educación. Debido a su versatilidad e interactividad que la caracteriza, el internet viene dando innovaciones que dan sustento y significado a la práctica docente, logrando grandes transformaciones en el área de la educación, entre ellas, la creación de la Universidad Abierta, un vector para la democratización de la ensenanza de forma global. Las reflexiones producidas permiten la percepción de los principios a seguir que promueven el perfeccionamiento de la comunicación e interacción entre los sujetos en ambientes virtuales, teniendo como parámetro la teoría en el empírico Programa FGV Online. Palabras Clave
Soporte; educación; EAD; Universidad Abierta; lenguaje; interacción.
INTRODUÇÃO
O
S sistemas de gerenciamento deapren-dizagem ou Learning Management S
ys-tems (LMS) ganham espaço no cenário nacional e mundial, sinalizando a tendência global de as pessoas desejarem, cada vez mai~ buscar conhecimento em cursos de ensino a distância que correspondam à especificidade de seu projeto de vida, com comodidade e li-berdade em suas ações. suprindo as necessida-des individuais, sociais e do mundo do traba-lho. Nesse contexto, destaca-se a Universidade Aberta com uma proposta de democratização da educação atravé:s de políticas acadêmicas que oferecem ensino superior de forma flexível
e variável em relação a espaço e tempo, o que, no Brasil, já é uma realidade.
A crescente expansão e consolidação do ensino a distância acentua sua importância
e emergência, exigindo uma reflexão coletiva e critica - especialmente de nôs professores-tutores, que precisamos ter a aguda perspicácia -, que dispensa o otimismo exagerado e leva ao discernimento do que é realmente vâlido, evitando-se assim as distorções desprovidas de preocupação com um ensino de qualidade.
Por ser recente, essa modalidade educativa evi-dencia que é na versatilidade das salas de aula virtuais que decifraremos os enigmas do EAD, em um processo não lin~r, convivendo com a diversidade cultural dos alunos, adaptando-nos a constantes inovações, aos paradigmas que lhe dão sustentação, às potencialidades, às
li-mitações. às construções e às rupturas, em um
vir a ser constante,. enriquecido ao buscarmos., pela vivência e reflexão coletiva, uma formação continuada, que seja fruto de nossas práticas e experiências docentes.
As diferentes articulações de linguagem, es-truturalmente implicadas em suas formas cor-póreas., evoluíram e influenciaram, determinan-temente, o ato de pensar e de agir dos sujeito~
evidenciando que a educação está ligada, de ma-neira indissociável, às tecnologias e aos suportes de linguagem de seu tempo. Por serem
provoca-doras de mudanças culturais definitivas e pro-tagonistas de novos paradigmas, as te01ologias deixaram de ser mediadoras entre o homem e a natureza para serem extensões da própria inte-ligência (LEvY. 2000), ou instrumentos de uma
nova razão (PRmO, 1996). Elas transformam os ambientes e as sociedades,. modificando-se por sua vez. pelo que transformam (MORIN, 2001). Para compreender os efeitos das te01ologias é necessârio conhecer suas implicações socioQJI-turais em todas as dimensões,. desenvolvendo o espirito crítico e as habilidades necessárias para interagir com a crescente fluência tecnológica de nossa sociedade, o que dá sentido às novas dinâmicas pedagógica~
É na corporeidade da linguagem que as tecnologias se constituem como matrizes da razão prática, capazes de teorizar as lógicas internas da razão operante, tanto nos aspec-tos particulares quanto nos globais. Referimo-nos também a currículos, programas e teorias de aprendizagem que, apesar de entidades abstratas, são partes importantes nas
tecno-Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
logias educacionais. A familiaridade que os educadores têm com essas tecnologias é que as tornam transparentes.
Nessa perspectiva, trazemos teóricos como Lévy, Habermas, Vigotsky e Peter~ entre ou-tros, que consideram as possibilidades de
inte-"
A internet permitiu
•
significativos avanços
ao ensino a distância,
que hoje é uma realidade
nas universidades e
demais instituições
educacionais
"
ração dos sujeitos por meio da linguagem para esta reflexão, que culmina com considerações sobre a teoria na empiria do FGV Online. 1. A EDUCAÇÃO MEDIADA POR SUPORTES
DE LINGUAGEM
A comunicação é inevitável e permanente. As novas formas de comunicação virtual nos per-mitem aproximar o local e o global, como espa-ços potenciais de novas interações e aprendi-zagens. Estamos sempre emitindo e recebendo mensagens, experienciando formas de lingua-gem, que se diversificam e se complexificam permeadas de significado~ Elas despertam a
sensibilidad~ a imaginação e a criatividade,
ampliando nossas possibilidades de ação nos
espaços em que atuamo~ lançando peculiares desafios à educação
e.
mais precisamente. às relaçães pedagógica~ cujas formas precisam ser entendidas na sutil idade com que se entre-laçam no entorno social próximo e global.Por muito tempo, os saberes históricos ela-borados a partir das relações homem-natureza e homem-grupos foram constituindo-se de modo natural, sem que existisse uma reflexão sobre o saber prático e técnico, o que só aconteceu quando o homem sentiu necessidade de elaborar essas ações para fins determinados. Para chegar à linguagem em suportes técnico~
Levy
(2000) distingue duas etapas anteriores: a primeira ini-ciou pela OJltura oral via corpos dos interlocu-tores em presença física imediata, numa época em que as comunidades viviam uma totalidade em si mesmas. sem a dimensão deuniversali-dade. A segunda etapa aconteceu e se aperfei-çoou pela cultura escrita, uma distinta forma de linguagem que se instalou de forma fixa nas sociedades civilizadas, dando novos sentidos ao fazer humano, levando a muitas formas de es-crever e pensar sobre si e sobre o discurso de outrem. A imprensa ampliou a tecnologia da linguagem escrita, perpetuando a memória so-cial, assegurando a continuidade da cultura dos
povo~ modificando significados e modos de fazer educação. Agora, em uma terceira etapa, ch"9a a <ibercultura. Nessa etapa, Levy pre-vê ·uma globalização concreta das sociedad~
em um sentido universal sem totalidade, onde se multiplicam as micro totalidades ~mergentes,
INTRODUÇÃO
O
S sistemas de gerenciamento deapren-dizagem ou Learning Management S
ys-tems (LMS) ganham espaço no cenário nacional e mundial, sinalizando a tendência global de as pessoas desejarem, cada vez mai~ buscar conhecimento em cursos de ensino a distância que correspondam à especificidade de seu projeto de vida, com comodidade e li-berdade em suas ações. suprindo as necessida-des individuais, sociais e do mundo do traba-lho. Nesse contexto, destaca-se a Universidade Aberta com uma proposta de democratização da educação atravé:s de políticas acadêmicas que oferecem ensino superior de forma flexível
e variável em relação a espaço e tempo, o que, no Brasil, já é uma realidade.
A crescente expansão e consolidação do ensino a distância acentua sua importância
e emergência, exigindo uma reflexão coletiva e critica - especialmente de nôs professores-tutores, que precisamos ter a aguda perspicácia -, que dispensa o otimismo exagerado e leva ao discernimento do que é realmente vâlido, evitando-se assim as distorções desprovidas de preocupação com um ensino de qualidade.
Por ser recente, essa modalidade educativa evi-dencia que é na versatilidade das salas de aula virtuais que decifraremos os enigmas do EAD, em um processo não lin~r, convivendo com a diversidade cultural dos alunos, adaptando-nos a constantes inovações, aos paradigmas que lhe dão sustentação, às potencialidades, às
li-mitações. às construções e às rupturas, em um
vir a ser constante,. enriquecido ao buscarmos., pela vivência e reflexão coletiva, uma formação continuada, que seja fruto de nossas práticas e experiências docentes.
As diferentes articulações de linguagem, es-truturalmente implicadas em suas formas cor-póreas., evoluíram e influenciaram, determinan-temente, o ato de pensar e de agir dos sujeito~
evidenciando que a educação está ligada, de ma-neira indissociável, às tecnologias e aos suportes de linguagem de seu tempo. Por serem
provoca-doras de mudanças culturais definitivas e pro-tagonistas de novos paradigmas, as te01ologias deixaram de ser mediadoras entre o homem e a natureza para serem extensões da própria inte-ligência (LEvY. 2000), ou instrumentos de uma
nova razão (PRmO, 1996). Elas transformam os ambientes e as sociedades,. modificando-se por sua vez. pelo que transformam (MORIN, 2001). Para compreender os efeitos das te01ologias é necessârio conhecer suas implicações socioQJI-turais em todas as dimensões,. desenvolvendo o espirito crítico e as habilidades necessárias para interagir com a crescente fluência tecnológica de nossa sociedade, o que dá sentido às novas dinâmicas pedagógica~
É na corporeidade da linguagem que as tecnologias se constituem como matrizes da razão prática, capazes de teorizar as lógicas internas da razão operante, tanto nos aspec-tos particulares quanto nos globais. Referimo-nos também a currículos, programas e teorias de aprendizagem que, apesar de entidades abstratas, são partes importantes nas
tecno-Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
logias educacionais. A familiaridade que os educadores têm com essas tecnologias é que as tornam transparentes.
Nessa perspectiva, trazemos teóricos como Lévy, Habermas, Vigotsky e Peter~ entre ou-tros, que consideram as possibilidades de
inte-"
A internet permitiu
•
significativos avanços
ao ensino a distância,
que hoje é uma realidade
nas universidades e
demais instituições
educacionais
"
ração dos sujeitos por meio da linguagem para esta reflexão, que culmina com considerações sobre a teoria na empiria do FGV Online. 1. A EDUCAÇÃO MEDIADA POR SUPORTES
DE LINGUAGEM
A comunicação é inevitável e permanente. As novas formas de comunicação virtual nos per-mitem aproximar o local e o global, como espa-ços potenciais de novas interações e aprendi-zagens. Estamos sempre emitindo e recebendo mensagens, experienciando formas de lingua-gem, que se diversificam e se complexificam permeadas de significado~ Elas despertam a
sensibilidad~ a imaginação e a criatividade,
ampliando nossas possibilidades de ação nos
espaços em que atuamo~ lançando peculiares desafios à educação
e.
mais precisamente. às relaçães pedagógica~ cujas formas precisam ser entendidas na sutil idade com que se entre-laçam no entorno social próximo e global.Por muito tempo, os saberes históricos ela-borados a partir das relações homem-natureza e homem-grupos foram constituindo-se de modo natural, sem que existisse uma reflexão sobre o saber prático e técnico, o que só aconteceu quando o homem sentiu necessidade de elaborar essas ações para fins determinados. Para chegar à linguagem em suportes técnico~
Levy
(2000) distingue duas etapas anteriores: a primeira ini-ciou pela OJltura oral via corpos dos interlocu-tores em presença física imediata, numa época em que as comunidades viviam uma totalidade em si mesmas. sem a dimensão deuniversali-dade. A segunda etapa aconteceu e se aperfei-çoou pela cultura escrita, uma distinta forma de linguagem que se instalou de forma fixa nas sociedades civilizadas, dando novos sentidos ao fazer humano, levando a muitas formas de es-crever e pensar sobre si e sobre o discurso de outrem. A imprensa ampliou a tecnologia da linguagem escrita, perpetuando a memória so-cial, assegurando a continuidade da cultura dos
povo~ modificando significados e modos de fazer educação. Agora, em uma terceira etapa, ch"9a a <ibercultura. Nessa etapa, Levy pre-vê ·uma globalização concreta das sociedad~
em um sentido universal sem totalidade, onde se multiplicam as micro totalidades ~mergentes,
abertas e: intercomunicantes pelos contatos e interações que promovem" (LÉVY. 2000, p. 47). Os dois últimos séculos viram o aparecimento de várias ternologias de comunicação, que foram absorvidas pelo computador, ao mesmo temfXl em que se digitalizaram, legitimando-se o uso da internet - que: dá, à escrita, uma graficação espacializada da linguagem encarnada e:m novo
"
A primeira Universidade
Aberta do mundo foi
instituída na lnglaterra na
década de sessenta, embora
seu projeto inidal tenha
nasddo muito
antes
"
suporte, reservada aos iniciados às teOlologias da informação e da comunicação.
A internet permitiu significativos avanços ao ensino a distância, que hoje é uma reali -dade nas universi-dades e demais instituições educacionais. O crescimento da receptividade, da percepção e do interesse social sobre seus caminhos pode ser constatado pelo volume das discussões na mídia em geral. Essa nova mo-dalidade de ensino amplia as possibilidades de uma ação comunicativa intencional, mais cria-tiva e humanizadora, que: nos coloca e:m um contínuo processo de invenção e criação vir-tual. Para Marques (1999, p. 45), "esses
agen-ciamentos maquínicos da linguagem a colocam numa dimensão ampliada de criatividade, de fXliésis, que eleva a ponto extremo as capaci-dades de invenção de coordenadas mutantes~ Ao nos colocar em uma Ndimensão am-pliada de criatividade e de poiésis", como pontua o autor, esses novos suporte:s de l in-guagem tem sido vetores para avanços signi-ficativos em todas as dimensões sociocultu-rais. Exemplo disso é a Universidade Aberta, que como o nome já enuncia, caracteriza-se por abrir suas portas a diversos públicos em diferentes locais, culturas e contextos, com uma flexibilidade sem precedentes.
Como agentes de educação, para além da necessária interatividade com as ferramentas técnicas de tutoria, urge ampliar nossa capa-cidade de interação com os alunos, lembrando que a tecnologia é apenas um meio e: que pre-cisamos utilizá-Ia como um instrumento que fXlssa favorecer a construção do conhecimento em todas as áreas do saber.
2. UNIVERSIDADE ABERTA - VETOR PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO
A Universidade Aberta caracteriza-se por oportunizar cursos de graduação, atualização ou qualificação de estudos universitários, em uma perspectiva pessoal, cívica, social ou pro-fissional, às pessoas que buscam um conheci-mento dinâmico do mundo, de sua profissão, dos outros e de si próprias, sem restrições de território, geralmente de forma gratuita, dis-pensando requisitos formais de ingresso, mas
Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
assegurando os direitos e: deveres relaciona-dos à aprendizagem de forma responsável.
Para Peters, na universidade do futuro, facada no ensino a distância o estudo pode ser iniciado, interrompido e retomado, exatamente de acordo com as necessidades de vida e de carreira dos es-tudantes. O autor afirma que NO ensino a distân-cia tem o fXlder de transformar estruturalmente sistemas de ensino e aprendizagem tradicionais e de acelerar mudanças" (2001, p. 382), o que se observa a partir de experiências já realizadas pelas instituições educacionais pioneiras, que investem na qualidade: dos cursos oferecidos em EAD.
A Universidade Aberta permite que os estudos sejam realizados em temPJ integral ou parcial, podendo alternar as duas formas, empregando tanto momentos presencias quanto de educação a distância, com uso de multimídia, hipertexto ou teleconterências. O aluno fXlde optar entre estudo aberto ou pacotes fechados de ensino rigorosa-mente estruturaoos, com possibilidade de com-binações entre os modos de ensino, paralela ou sequencialmente, em uma ou várias instituições ao mesmo temfXl, com a liberdade de recorrer tanto a uma assessoria intensiva de: ensino como a uma assistência tutorial competente, e outras formas de ensino e aprendizagem que o ensino tradicional não oportuniza (PETERS, 2001).
A primeira Universidade Aberta do mundo foi instituída na Inglaterra na década de ses-senta, embora seu projeto inicial tenha nascido muito antes, com o objetivo principal de ofere-cer o acesso a uma educação flexível aos tra-balhadores, que por razões diversas, não tinham
condições de frequentar os cursos de educação especializada para acompanhar a evolução téc-nicocientífica, acelerada pelo capitalismo. Nos anos setenta iniciaram-se os aJrsos de forma-ção, a profXlsta ampliou-se no decorrer do tem-po e neste início de século se expandiu de forma acelerada, com dimensões de universalidade.
Um exemplo de Universidade Aberta é o Open Course Ware Consortium (OCWC),
consi-"
Desse modo,
o
Sistema
UAB fundona
como
um
efIcaz instrumento para a
universalização do acesso
ao
ensino superior
"
derado o maior movimento de educação com-partilhada da internet Trata-se de um consórcio de instituições de ensino de diversos países, do qual o FGV Online faz parte, oferecendo 21 cur-sos gratuitos que já foram acessados fXlr quatro milhões de brasileiro~ O FGV Online se destaca no cenário nacional por ser a primeira instituição brasileira a ingressar neste consórcio e a emitir o certificado de conclusão dos cursos aos alunos.
No Brasil o EAD se consolida e busca o su-cesso de algumas das grandes universidades do cenário mundial com a institucionalização da Universidade Aberta do Brasil (UAB), criada pelo Ministério da Educação, em 2005, e ins
-abertas e: intercomunicantes pelos contatos e interações que promovem" (LÉVY. 2000, p. 47). Os dois últimos séculos viram o aparecimento de várias ternologias de comunicação, que foram absorvidas pelo computador, ao mesmo temfXl em que se digitalizaram, legitimando-se o uso da internet - que: dá, à escrita, uma graficação espacializada da linguagem encarnada e:m novo
"
A primeira Universidade
Aberta do mundo foi
instituída na lnglaterra na
década de sessenta, embora
seu projeto inidal tenha
nasddo muito
antes
"
suporte, reservada aos iniciados às teOlologias da informação e da comunicação.
A internet permitiu significativos avanços ao ensino a distância, que hoje é uma reali -dade nas universi-dades e demais instituições educacionais. O crescimento da receptividade, da percepção e do interesse social sobre seus caminhos pode ser constatado pelo volume das discussões na mídia em geral. Essa nova mo-dalidade de ensino amplia as possibilidades de uma ação comunicativa intencional, mais cria-tiva e humanizadora, que: nos coloca e:m um contínuo processo de invenção e criação vir-tual. Para Marques (1999, p. 45), "esses
agen-ciamentos maquínicos da linguagem a colocam numa dimensão ampliada de criatividade, de fXliésis, que eleva a ponto extremo as capaci-dades de invenção de coordenadas mutantes~ Ao nos colocar em uma Ndimensão am-pliada de criatividade e de poiésis", como pontua o autor, esses novos suporte:s de l in-guagem tem sido vetores para avanços signi-ficativos em todas as dimensões sociocultu-rais. Exemplo disso é a Universidade Aberta, que como o nome já enuncia, caracteriza-se por abrir suas portas a diversos públicos em diferentes locais, culturas e contextos, com uma flexibilidade sem precedentes.
Como agentes de educação, para além da necessária interatividade com as ferramentas técnicas de tutoria, urge ampliar nossa capa-cidade de interação com os alunos, lembrando que a tecnologia é apenas um meio e: que pre-cisamos utilizá-Ia como um instrumento que fXlssa favorecer a construção do conhecimento em todas as áreas do saber.
2. UNIVERSIDADE ABERTA - VETOR PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO
A Universidade Aberta caracteriza-se por oportunizar cursos de graduação, atualização ou qualificação de estudos universitários, em uma perspectiva pessoal, cívica, social ou pro-fissional, às pessoas que buscam um conheci-mento dinâmico do mundo, de sua profissão, dos outros e de si próprias, sem restrições de território, geralmente de forma gratuita, dis-pensando requisitos formais de ingresso, mas
Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
assegurando os direitos e: deveres relaciona-dos à aprendizagem de forma responsável.
Para Peters, na universidade do futuro, facada no ensino a distância o estudo pode ser iniciado, interrompido e retomado, exatamente de acordo com as necessidades de vida e de carreira dos es-tudantes. O autor afirma que NO ensino a distân-cia tem o fXlder de transformar estruturalmente sistemas de ensino e aprendizagem tradicionais e de acelerar mudanças" (2001, p. 382), o que se observa a partir de experiências já realizadas pelas instituições educacionais pioneiras, que investem na qualidade: dos cursos oferecidos em EAD.
A Universidade Aberta permite que os estudos sejam realizados em temPJ integral ou parcial, podendo alternar as duas formas, empregando tanto momentos presencias quanto de educação a distância, com uso de multimídia, hipertexto ou teleconterências. O aluno fXlde optar entre estudo aberto ou pacotes fechados de ensino rigorosa-mente estruturaoos, com possibilidade de com-binações entre os modos de ensino, paralela ou sequencialmente, em uma ou várias instituições ao mesmo temfXl, com a liberdade de recorrer tanto a uma assessoria intensiva de: ensino como a uma assistência tutorial competente, e outras formas de ensino e aprendizagem que o ensino tradicional não oportuniza (PETERS, 2001).
A primeira Universidade Aberta do mundo foi instituída na Inglaterra na década de ses-senta, embora seu projeto inicial tenha nascido muito antes, com o objetivo principal de ofere-cer o acesso a uma educação flexível aos tra-balhadores, que por razões diversas, não tinham
condições de frequentar os cursos de educação especializada para acompanhar a evolução téc-nicocientífica, acelerada pelo capitalismo. Nos anos setenta iniciaram-se os aJrsos de forma-ção, a profXlsta ampliou-se no decorrer do tem-po e neste início de século se expandiu de forma acelerada, com dimensões de universalidade.
Um exemplo de Universidade Aberta é o Open Course Ware Consortium (OCWC),
consi-"
Desse modo,
o
Sistema
UAB fundona
como
um
efIcaz instrumento para a
universalização do acesso
ao
ensino superior
"
derado o maior movimento de educação com-partilhada da internet Trata-se de um consórcio de instituições de ensino de diversos países, do qual o FGV Online faz parte, oferecendo 21 cur-sos gratuitos que já foram acessados fXlr quatro milhões de brasileiro~ O FGV Online se destaca no cenário nacional por ser a primeira instituição brasileira a ingressar neste consórcio e a emitir o certificado de conclusão dos cursos aos alunos.
No Brasil o EAD se consolida e busca o su-cesso de algumas das grandes universidades do cenário mundial com a institucionalização da Universidade Aberta do Brasil (UAB), criada pelo Ministério da Educação, em 2005, e ins
-tituida pelo Decreto n. 5.800, de 8 de junho de 2006. Seu objetivo maior é incentivar "o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interio-rizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País~ Trata-se de um sistema
inte-grado por universidades públicas que, focadas na metodologia do ensino a distância, oferecem
cursos em nível superior para camadas da
popu-lação que têm dificuldade de acesso à formação
universitária. Atualmente, é gerenciada pela Co-ordenadoria de Aperfeiçoamento do Ensino Su-perior - CAPES, que articula a participação das
universidades públicas e demais organizações
interessadas, de forma consorciada, com vistas
a atender às demandas nacionais, especialmente para cursos de graduação.
Nos municípios que desejam participar da
UAB, são montados Polos de Apoio Presencial
-PAPs. Esses paios dão a cada unidade um caráter próprio, que se familiariza com as necessidades e condições de cada contexto, e são dotados de salas de aula, laboratórios didáticos,
professo-res-tutores para os alunos, biblioteca e outros recursos, garantindo um apoio presencial em
localidades estratégicas. Nessa perspectiva, há o incentivo ao desenvolvimento de municípios com baixo índice de Desenvolvimento Humano
(lDH) bem como de baixo Indice de Desenv olvi-mento da Edu",ção Básica (lDEB). Desse modo, o Sistema UAB funciona como um eficaz instru-mento para a universalização do acesso ao ensi-no superior e para a requalificação do professor, fortalecendo as escolas no interior do Brasil,
"
É
importante
salientar
•
que
o
Sistema UAB,
além
de fomentar
a
modalidade
de ensino a distância nas
instituições públicas de
ensino superior, apoia
pesquisas em metodologias
inovadoras
"
minimizando a concentração de oferta de aJr-sos de graduação nos grandes centros urbanos e evitando, dessa forma, o fluxo migratório para as grandes cidades.
É importante salientar que o Sistema UAB, além de fomentar a modalidade de ensino a distância nas instituições públicas de ensino superior, apoia pesquisas em metodologias ino-vadoras, respaldadas em ternologias de
infor-mação e comunicação. São novas dimensões de programas de formação profissional que buscam envolver as estruturas das instituições públicas
a favor da qualificação dos sujeto~ O público em geral tem acesso à UAB, mas os professores que atuam na educação básica têm prioridade de formação, seguidos dos dirigentes, gestores e trabalhadores em educação bási", dos Estado~ dos Munidpios e do Distrito Federal.
Mesmo que na Universidade Aberta do Brasil ainda existam requisitos ou exames de
ingresso para os cursos oferecidos, devido às
Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
exigências da legislação brasileira do ensino superior, ela veio para repaginar conceitos, que-brar paradigmas e ampliar a questão midiático-pedagógica, configurando-se como vetor para a participação ativa das instituições educacio-nais com formas alternativas de organização espaço-temfXlral, que auxiliam na superação da fragmentação disciplinar e linear de se con-ceber a educação. É um momento importante
na história do ensino público brasileiro em que as inovações acontecem a passos largos dire-cionando o país ao mundo desenvolvido.
Ora, para que sejam atingidos os objetivos da Universidade Aberta do Brasil e do EAD nas instituições que o disponibilizam ao público, a nós professores-tutores colocam-se desafios, aos quais é preciso dar adequada e consistente resfXlsta. O papel dos meios eletrônicos de inte-ração e suas implicações para as novas prolX'stas de ensino e aprendizagem requerem permanen-te aquisição, adaptação e atualização dos co-nhecimentos, das aptidões e das competências, o que nos obriga a um esforço de entendimento de questões urgentes. Destacamos a necessária compreensão de teorias que promovem a "inte-ração" entre professor-tutor e aluno, e a prática efetiva sinalizada IX'r essas teorias, que tanto tem favorecido o ensino nos ambientes virtuais.
3. DIALOGANDO COM TEÓRICOS SOBRE A
INTERAÇÃO DOS SUJEITOS EM AMBIENTES
EDUCATIVOS VIRTUAIS
Na tentativa de desenvolver um estudo reflexi-vo a partir da articulação entre teoria e prática
do fazer pedagógico em ambientes interativos,
como são as salas de aula virtuais, buscou-se um modo de ver a educação em uma
reconstru-ção sustentada a partir da teoria habermasiana, que, a nosso ver, contempla a modalidade de ensino a distância, impulsionando-nos a apri-morar a interação nas comunicações síncronas e assíncronas no ambiente on-line.
A teoria de Habermas (1989) fundamen-ta-se na intersubjetividade mediada pela lin-guagem pragmática do mundo da vida. Para o autor, o conhecimento não se constrói na reflexão isolada, mas de forma dialógica, pro-cessual, tendo como referência básica o grulX' e a linguagem usual do homem visto como um ser plural, que vive em um mundo intersub-jetivamente compartilhado. Para Habermas,
as mudanças são permanentes e cada temlX' requer reconstruções que melhor se adaptem a suas necessidades prementes.
Analisar o referencial da intervenção peda-gógica no EAD a fl3rtir da racionalidade comuni-cativa significa dedicar um olhar muito diferente daquele que orientou as práticas educativas na modem idade, fundamentada na racionalidade estratégico-instrumental do paradigma da cons-ciência, que partia de uma relação sujeito-objeto, ou seja, professor-aluno. A construção do conhe-cimento no paradigma da ação comunicativa re-sulta da interação permanente entre professor e aluno, de forma que sejam desenvolvidas aprendi-zagens significativas nas diversas situações, exer-citando a arte: de comunicar-se e de aprender a aprender pelas inter-relações estabelecidas entre
tituida pelo Decreto n. 5.800, de 8 de junho de 2006. Seu objetivo maior é incentivar "o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interio-rizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País~ Trata-se de um sistema
inte-grado por universidades públicas que, focadas na metodologia do ensino a distância, oferecem
cursos em nível superior para camadas da
popu-lação que têm dificuldade de acesso à formação
universitária. Atualmente, é gerenciada pela Co-ordenadoria de Aperfeiçoamento do Ensino Su-perior - CAPES, que articula a participação das
universidades públicas e demais organizações
interessadas, de forma consorciada, com vistas
a atender às demandas nacionais, especialmente para cursos de graduação.
Nos municípios que desejam participar da
UAB, são montados Polos de Apoio Presencial
-PAPs. Esses paios dão a cada unidade um caráter próprio, que se familiariza com as necessidades e condições de cada contexto, e são dotados de salas de aula, laboratórios didáticos,
professo-res-tutores para os alunos, biblioteca e outros recursos, garantindo um apoio presencial em
localidades estratégicas. Nessa perspectiva, há o incentivo ao desenvolvimento de municípios com baixo índice de Desenvolvimento Humano
(lDH) bem como de baixo Indice de Desenv olvi-mento da Edu",ção Básica (lDEB). Desse modo, o Sistema UAB funciona como um eficaz instru-mento para a universalização do acesso ao ensi-no superior e para a requalificação do professor, fortalecendo as escolas no interior do Brasil,
"
É
importante
salientar
•
que
o
Sistema UAB,
além
de fomentar
a
modalidade
de ensino a distância nas
instituições públicas de
ensino superior, apoia
pesquisas em metodologias
inovadoras
"
minimizando a concentração de oferta de aJr-sos de graduação nos grandes centros urbanos e evitando, dessa forma, o fluxo migratório para as grandes cidades.
É importante salientar que o Sistema UAB, além de fomentar a modalidade de ensino a distância nas instituições públicas de ensino superior, apoia pesquisas em metodologias ino-vadoras, respaldadas em ternologias de
infor-mação e comunicação. São novas dimensões de programas de formação profissional que buscam envolver as estruturas das instituições públicas
a favor da qualificação dos sujeto~ O público em geral tem acesso à UAB, mas os professores que atuam na educação básica têm prioridade de formação, seguidos dos dirigentes, gestores e trabalhadores em educação bási", dos Estado~ dos Munidpios e do Distrito Federal.
Mesmo que na Universidade Aberta do Brasil ainda existam requisitos ou exames de
ingresso para os cursos oferecidos, devido às
Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
exigências da legislação brasileira do ensino superior, ela veio para repaginar conceitos, que-brar paradigmas e ampliar a questão midiático-pedagógica, configurando-se como vetor para a participação ativa das instituições educacio-nais com formas alternativas de organização espaço-temfXlral, que auxiliam na superação da fragmentação disciplinar e linear de se con-ceber a educação. É um momento importante
na história do ensino público brasileiro em que as inovações acontecem a passos largos dire-cionando o país ao mundo desenvolvido.
Ora, para que sejam atingidos os objetivos da Universidade Aberta do Brasil e do EAD nas instituições que o disponibilizam ao público, a nós professores-tutores colocam-se desafios, aos quais é preciso dar adequada e consistente resfXlsta. O papel dos meios eletrônicos de inte-ração e suas implicações para as novas prolX'stas de ensino e aprendizagem requerem permanen-te aquisição, adaptação e atualização dos co-nhecimentos, das aptidões e das competências, o que nos obriga a um esforço de entendimento de questões urgentes. Destacamos a necessária compreensão de teorias que promovem a "inte-ração" entre professor-tutor e aluno, e a prática efetiva sinalizada IX'r essas teorias, que tanto tem favorecido o ensino nos ambientes virtuais.
3. DIALOGANDO COM TEÓRICOS SOBRE A
INTERAÇÃO DOS SUJEITOS EM AMBIENTES
EDUCATIVOS VIRTUAIS
Na tentativa de desenvolver um estudo reflexi-vo a partir da articulação entre teoria e prática
do fazer pedagógico em ambientes interativos,
como são as salas de aula virtuais, buscou-se um modo de ver a educação em uma
reconstru-ção sustentada a partir da teoria habermasiana, que, a nosso ver, contempla a modalidade de ensino a distância, impulsionando-nos a apri-morar a interação nas comunicações síncronas e assíncronas no ambiente on-line.
A teoria de Habermas (1989) fundamen-ta-se na intersubjetividade mediada pela lin-guagem pragmática do mundo da vida. Para o autor, o conhecimento não se constrói na reflexão isolada, mas de forma dialógica, pro-cessual, tendo como referência básica o grulX' e a linguagem usual do homem visto como um ser plural, que vive em um mundo intersub-jetivamente compartilhado. Para Habermas,
as mudanças são permanentes e cada temlX' requer reconstruções que melhor se adaptem a suas necessidades prementes.
Analisar o referencial da intervenção peda-gógica no EAD a fl3rtir da racionalidade comuni-cativa significa dedicar um olhar muito diferente daquele que orientou as práticas educativas na modem idade, fundamentada na racionalidade estratégico-instrumental do paradigma da cons-ciência, que partia de uma relação sujeito-objeto, ou seja, professor-aluno. A construção do conhe-cimento no paradigma da ação comunicativa re-sulta da interação permanente entre professor e aluno, de forma que sejam desenvolvidas aprendi-zagens significativas nas diversas situações, exer-citando a arte: de comunicar-se e de aprender a aprender pelas inter-relações estabelecidas entre
e correlação com o pensamento do emissor, do que interpretar a fala em um diálogo pre-senciai, com seu conjunto de estímulos au-diovisuais, o que nos reporta às palavras de Vigotsky (1987, p. 30): "para compreender a
fala de outrem não basta compreender suas palavras - temos que entender seu pensa-mento". Deduz-se então que talvez seja mais fácil compreender o interlocutor por meio da palavra escrita, PJrque, ao escrever, tanto
o escritor como o leitor têm oportunidades ampliadas de reflexão.
Nossa prática evidencia que, no EAD, o
professor-tutor "sente" as palavras do aluno muito mais do que as analisa com o racio-cínio. Elas iluminam seu olhar, convidando
a sentir e compreender seu pensamento, o
que acontece com o uso de outras
percep-ções aguçadas pela ampliação da
sensibi-lidade que a experiência proporciona. Isso
não é fácil nem imediato para quem estava acostumado com a tagarelice das palavras na sala de aula presencial, mas as tecnologias
que possibilitam essa nova modalidade de ensinar abrem caminho a novas hipóteses e reinvenções, que induzem a uma nova cons -ciência de nós mesmos, a nos redescobrimos e redimensionarmos nosso perfil para esse novo jeito de ensinar.
Em nosso entendimento, a abordagem
histórico-cultural de Vigotsky (1987) está
em sintonia com a ação comunicativa de Habermas, percebendo-se uma
inter-rela-ção que complementa seus fundamentos.
Ao defender o papel da linguagem e dos
contextos socioculturais para o
desenvol-vimento do indivíduo, Vigotsky acentua
que, para além da comunicação, os aspec-tos socioculturais influenciam o despertar do diálogo interno, que se torna a base da abstração reflexiva, mesmo que haja uma dissociação entre linguagem e
pensamen-•
"
N
ossa pra
't'
lca
evidencia que, no
EAD, o professor-tutor
'sente' as palavras
do aluno muito mais
do que as analisa
com o raciocinio
"
to.
o
autor enfoca, extensamente, os as-pectos relativos à linguagem parapromo-ver uma maior interação sujeito-sujeito,
oferecendo-nos valiosas descobertas,
en-tre elas, a Zona de Desenvolvimento Pro-ximal (ZDPJ, definindo-a como:
a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da
s0-lução imependente de problemas, e o nível de desenvolvimento poterx:ial, determinado atra -vés da solução de problemas sob a orientação
de um adulto ou em colaboração c:om compa
-nheiros mais capazes. MGOTSKY, 2001, p. 112).
Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
Esse conceito transformou-se em um eixo articulador importante de sua teoria sobre aprendizagem e desenvolvimento, a partir do qual compreendemos que a troca de ideias entre os colegas, com a mediação e o estímulo do professor-tutor, possibili-ta a criação de "zona de construção", que favorece a contínua
construção/reconstru-ção do conhecimento a partir de ambientes
educativos virtuais.
Nossas reflexões são complementadas com
o que nos indica Peters (2004), que também,
em consonância com Habermas, vê o
paradig-ma educacional neomoderno em um forparadig-mato de processo de ensino e aprendizagem mais aberto, interativo, baseado nos resultados e flexível quanto ao currículo, diferentemente
da abordagem pedagógica tradicional. Peters
(2004) enfatiza a proeminência da pedagogia
em transformação no contexto contemporâ -neo da educação. Desse modo, os impactos de uma proposta pedagógica neomoderna atin-gem não somente os alunos como também os
próprios professores, que se veem direciona-dos a uma reformulação drástica do processo de ensino e aprendizagem, em que o professor deixa de ser o "sábio no palco" para trans-formar-se no "guia ao lado". A partir disso, consolida-se a figura do estudante autônomo,
o que direciona o papel do professor apenas à mediação e ao balizamento da aprendizagem, cabendo a ação central ao aluno.
Contudo, ainda que o papel do
profes-sor seja diferenciado na nova pedagogia, o
"
O professor deixa de
ser o 'sábio no palco'
para se transformar
no 'guia ao lado'
"
•
mesmo não é minimizado. Peters (2004)ressalta que a responsabilidade do pro-fessor não diminui; em verdade, torna-se ainda maior nesse contexto de mudanças, uma vez que ele continua sendo o princi-pal agente de transformação e precisa ficar
alerta em ambientes virtuais. Neste
senti-do, o autor sugere que os profissionais de
educação atuem como protetores de seus alunos, protestando e reagindo contra o
exagero desnecessário de entusiasmo tec-nológico, que, com fins apenas comerciais, desumaniza o ensino.
4. A TEORIA NA EMPIRIA: PERCEPÇÕES DA
PRÁXIS PEDAGÓGICA NO FGV ONLlNE
Na dinâmica da sala de aula virtual
insti-tulda no FGV Online, coexistem múltiplas
possibilidades, significações e produção de sentidos, a partir da estrutura técnica, da
proposta pedagógica e da singularidade dos
sujeitos que nela interagem. Em seu contex-to, perpassa um universo de mecanismos, abordagens, ações, palavras e interações
que são reconstruídos a cada dia. Ao teo-rizarmos nossas práticas, as reflexões
pos-e corrpos-elação com o pensamento do emissor, do que interpretar a fala em um diálogo pre-senciai, com seu conjunto de estímulos au-diovisuais, o que nos reporta às palavras de Vigotsky (1987, p. 30): "para compreender a
fala de outrem não basta compreender suas palavras - temos que entender seu pensa-mento". Deduz-se então que talvez seja mais fácil compreender o interlocutor por meio da palavra escrita, PJrque, ao escrever, tanto
o escritor como o leitor têm oportunidades ampliadas de reflexão.
Nossa prática evidencia que, no EAD, o
professor-tutor "sente" as palavras do aluno muito mais do que as analisa com o racio-cínio. Elas iluminam seu olhar, convidando
a sentir e compreender seu pensamento, o
que acontece com o uso de outras
percep-ções aguçadas pela ampliação da
sensibi-lidade que a experiência proporciona. Isso
não é fácil nem imediato para quem estava acostumado com a tagarelice das palavras na sala de aula presencial, mas as tecnologias
que possibilitam essa nova modalidade de ensinar abrem caminho a novas hipóteses e reinvenções, que induzem a uma nova cons -ciência de nós mesmos, a nos redescobrimos e redimensionarmos nosso perfil para esse novo jeito de ensinar.
Em nosso entendimento, a abordagem
histórico-cultural de Vigotsky (1987) está
em sintonia com a ação comunicativa de Habermas, percebendo-se uma
inter-rela-ção que complementa seus fundamentos.
Ao defender o papel da linguagem e dos
contextos socioculturais para o
desenvol-vimento do indivíduo, Vigotsky acentua
que, para além da comunicação, os aspec-tos socioculturais influenciam o despertar do diálogo interno, que se torna a base da abstração reflexiva, mesmo que haja uma dissociação entre linguagem e
pensamen-•
"
N
ossa pra
't'
lca
evidencia que, no
EAD, o professor-tutor
'sente' as palavras
do aluno muito mais
do que as analisa
com o raciocinio
"
to.
o
autor enfoca, extensamente, os as-pectos relativos à linguagem parapromo-ver uma maior interação sujeito-sujeito,
oferecendo-nos valiosas descobertas,
en-tre elas, a Zona de Desenvolvimento Pro-ximal (ZDPJ, definindo-a como:
a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da
s0-lução imependente de problemas, e o nível de desenvolvimento poterx:ial, determinado atra -vés da solução de problemas sob a orientação
de um adulto ou em colaboração c:om compa
-nheiros mais capazes. MGOTSKY, 2001, p. 112).
Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
Esse conceito transformou-se em um eixo articulador importante de sua teoria sobre aprendizagem e desenvolvimento, a partir do qual compreendemos que a troca de ideias entre os colegas, com a mediação e o estímulo do professor-tutor, possibili-ta a criação de "zona de construção", que favorece a contínua
construção/reconstru-ção do conhecimento a partir de ambientes
educativos virtuais.
Nossas reflexões são complementadas com
o que nos indica Peters (2004), que também,
em consonância com Habermas, vê o
paradig-ma educacional neomoderno em um forparadig-mato de processo de ensino e aprendizagem mais aberto, interativo, baseado nos resultados e flexível quanto ao currículo, diferentemente
da abordagem pedagógica tradicional. Peters
(2004) enfatiza a proeminência da pedagogia
em transformação no contexto contemporâ -neo da educação. Desse modo, os impactos de uma proposta pedagógica neomoderna atin-gem não somente os alunos como também os
próprios professores, que se veem direciona-dos a uma reformulação drástica do processo de ensino e aprendizagem, em que o professor deixa de ser o "sábio no palco" para trans-formar-se no "guia ao lado". A partir disso, consolida-se a figura do estudante autônomo,
o que direciona o papel do professor apenas à mediação e ao balizamento da aprendizagem, cabendo a ação central ao aluno.
Contudo, ainda que o papel do
profes-sor seja diferenciado na nova pedagogia, o
"
O professor deixa de
ser o 'sábio no palco'
para se transformar
no 'guia ao lado'
"
•
mesmo não é minimizado. Peters (2004)ressalta que a responsabilidade do pro-fessor não diminui; em verdade, torna-se ainda maior nesse contexto de mudanças, uma vez que ele continua sendo o princi-pal agente de transformação e precisa ficar
alerta em ambientes virtuais. Neste
senti-do, o autor sugere que os profissionais de
educação atuem como protetores de seus alunos, protestando e reagindo contra o
exagero desnecessário de entusiasmo tec-nológico, que, com fins apenas comerciais, desumaniza o ensino.
4. A TEORIA NA EMPIRIA: PERCEPÇÕES DA
PRÁXIS PEDAGÓGICA NO FGV ONLlNE
Na dinâmica da sala de aula virtual
insti-tulda no FGV Online, coexistem múltiplas
possibilidades, significações e produção de sentidos, a partir da estrutura técnica, da
proposta pedagógica e da singularidade dos
sujeitos que nela interagem. Em seu contex-to, perpassa um universo de mecanismos, abordagens, ações, palavras e interações
que são reconstruídos a cada dia. Ao teo-rizarmos nossas práticas, as reflexões
pos-sibilitam a percepção e o estudo de fatores intervenientes no processo de construção do conhecimento, sendo esse processo, nos-so objeto de compromisso com o aluno.
Percebemos, em nossa caminhada, um processo colaborativo entre "aluno--alu-no" e "aluno-tutor", que alavanca a cons-trução individual de conhecimentos, o que acontece a partir dos temas e das ideias
"
Vale lembrar que, na
maioria das vezes, o
aluno
é
apenas um
nome, sem corpo, sem
rosto, sem expressão,
pois não podemos
obrigá-lo a disponibilizar
sua foto na rede
"
nascidas da própria coletividade, mas que cada aluno direciona para a área de suas preferências. Isso se reflete nas escolhas e no direcionamento de sua participação nos diversos espaços para discussão que a plataforma Moodle oferece. Vale lembrar que, na maioria das vezes, o aluno é ape-nas um nome, sem corpo, sem rosto, sem expressão, pois não podemos obrigá-lo a disponibilizar sua foto na rede. Para
ame-nizar essa frieza, sem a postura tradicional de um detentor do conhecimento, avalia-dor e cerceador, o tutor precisa colocar-se em uma posição de mediador e estimula-dor com espírito de eterno aprendiz, mas, ao mesmo tempo, com uma proposta bem fundamentada, o que contribuirá para que o aluno adquira autoconfiança e se supere. Podemos observar diferentes pessoas, conhecendo-se apenas virtualmente, com diferentes níveis de desenvolvimento cog -nitivo, criando interações motivadoras que despertam a vontade de aprender, porque um contagia o outro, o que exclui a passiv i-dade. Cada um se beneficia por meio da tro-ca de informações, pela convivência e pela observação reflexiva, favorecida quando há afinidade nas ideias, nas atitudes e interes-se nos referenciais simbólicos. Constata-se que os alunos se articulam, organizam-se, avaliam os parceiros e se autoavaliam criti-camente, analisando o próprio pensamento. Ao fazermos a mediação nesse processo, e compartilharmos sentimentos e pensamentos, precisamos nos despir do espírito de domina-ção, proporcionando um clima favorável para o aprendizado e sendo receptivos às idéias dos alunos. Esse movimento pode levar a uma di-nâmica de revezamento nas trocas e intera-ções em que vão surgindo assuntos diversos a partir dos temas em debate, sendo ne cessá-rio que se tenha a sensibilidade de atuar, ora como animadores, ora como moderadores, de acordo com as circunstâncias, para que não se
Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
perca o fio condutor da disciplina. Criam-se assim, condições para que as informações e contribuições possam ser analisadas, valida -das ou não, tendo presente que, frente à rede, é impossível ficar passivo, satisfeito com uma única informação - como acontecia no mo-delo tradicional, em que o professor tinha a informação "verdadeira", e nada mais era va li-dado ou considerado. A estrutura da rede inci-ta a navegar, a buscar mais informações sobre o mesmo assunto. As buscas na web trazem informações que são socializadas e transfor-madas em conhecimento pela comunhão de interesses, o que se torna fator de estímulo aos alunos e favorece a construção de grupos de aprendizagem colaborativa.
A nós, professores-tutores, cabe ditar o ritmo dos cursos do FGV Online, ao fazermos a ponte entre o professor-autor dos progra-mas de ensino e os alunos virtuais, nesse caso, solitários buscadores de conhecimento. Esse processo exige habilidade no modo de conduzir a ação educativa, de acolher, per-ceber, sentir, entender e interagir com esses alunos, que nem sempre buscam o EAD por vontade própria, mas sim por uma necessi-dade profissional -o que, nesses casos, torna o estudo uma obrigação. Precisamos propor-cionar um clima positivo para o aprendizado e transformar essa obrigação em um desejo -e -essa é uma tarefa complexa, à qual precisa-mos estar sensíveis. Em se tratando de alunos mais jovens, nativos das novas tecnologias, é bem possível que interajam mais via meios
eletrônicos do que presencial mente, o que não acontece com os demais, que hoje são a maioria no EAD e estão ainda em fase de adaptação aos novos suportes de linguagem. O desafio é "aprender como motivar e favorecer a aprendizagem do aluno atra-vés d~ ambi~nt~s virtuais". Conquistar o aluno para a causa do conhecimento é a "nossa causa': Para isso, a grande questão
•
"
A '
nos, pro,essores-
..-tutores, cabe ditar
o ritmo dos cursos
do FGV Online, ao
fazermos a ponte entre
o professor-autor dos
programas de ensino e
os alunos virtuais
"
que Habermas nos coloca é a necessidade da "int~ração ~ntre prof~ssor e aluno", tendo como pressuposto que a interação é o elemento central para o sucesso nos pro-cessos de ensino e aprendizagem.CONCLUSÃO
A tendência educacional hoje perpassa pela dimensão tecnológica, alterando as dimen-sões de espaço e tempo. Consequentemente, requer dos agentes da educação uma raz
o-sibilitam a percepção e o estudo de fatores intervenientes no processo de construção do conhecimento, sendo esse processo, nos-so objeto de compromisso com o aluno.
Percebemos, em nossa caminhada, um processo colaborativo entre "aluno--alu-no" e "aluno-tutor", que alavanca a cons-trução individual de conhecimentos, o que acontece a partir dos temas e das ideias
"
Vale lembrar que, na
maioria das vezes, o
aluno
é
apenas um
nome, sem corpo, sem
rosto, sem expressão,
pois não podemos
obrigá-lo a disponibilizar
sua foto na rede
"
nascidas da própria coletividade, mas que cada aluno direciona para a área de suas preferências. Isso se reflete nas escolhas e no direcionamento de sua participação nos diversos espaços para discussão que a plataforma Moodle oferece. Vale lembrar que, na maioria das vezes, o aluno é ape-nas um nome, sem corpo, sem rosto, sem expressão, pois não podemos obrigá-lo a disponibilizar sua foto na rede. Para
ame-nizar essa frieza, sem a postura tradicional de um detentor do conhecimento, avalia-dor e cerceador, o tutor precisa colocar-se em uma posição de mediador e estimula-dor com espírito de eterno aprendiz, mas, ao mesmo tempo, com uma proposta bem fundamentada, o que contribuirá para que o aluno adquira autoconfiança e se supere. Podemos observar diferentes pessoas, conhecendo-se apenas virtualmente, com diferentes níveis de desenvolvimento cog -nitivo, criando interações motivadoras que despertam a vontade de aprender, porque um contagia o outro, o que exclui a passiv i-dade. Cada um se beneficia por meio da tro-ca de informações, pela convivência e pela observação reflexiva, favorecida quando há afinidade nas ideias, nas atitudes e interes-se nos referenciais simbólicos. Constata-se que os alunos se articulam, organizam-se, avaliam os parceiros e se autoavaliam criti-camente, analisando o próprio pensamento. Ao fazermos a mediação nesse processo, e compartilharmos sentimentos e pensamentos, precisamos nos despir do espírito de domina-ção, proporcionando um clima favorável para o aprendizado e sendo receptivos às idéias dos alunos. Esse movimento pode levar a uma di-nâmica de revezamento nas trocas e intera-ções em que vão surgindo assuntos diversos a partir dos temas em debate, sendo ne cessá-rio que se tenha a sensibilidade de atuar, ora como animadores, ora como moderadores, de acordo com as circunstâncias, para que não se
Prática Pedagó:Jica em Ead - Edite Porciúncula, Eloiza Oliveira e Francisca Cruz
perca o fio condutor da disciplina. Criam-se assim, condições para que as informações e contribuições possam ser analisadas, valida -das ou não, tendo presente que, frente à rede, é impossível ficar passivo, satisfeito com uma única informação - como acontecia no mo-delo tradicional, em que o professor tinha a informação "verdadeira", e nada mais era va li-dado ou considerado. A estrutura da rede inci-ta a navegar, a buscar mais informações sobre o mesmo assunto. As buscas na web trazem informações que são socializadas e transfor-madas em conhecimento pela comunhão de interesses, o que se torna fator de estímulo aos alunos e favorece a construção de grupos de aprendizagem colaborativa.
A nós, professores-tutores, cabe ditar o ritmo dos cursos do FGV Online, ao fazermos a ponte entre o professor-autor dos progra-mas de ensino e os alunos virtuais, nesse caso, solitários buscadores de conhecimento. Esse processo exige habilidade no modo de conduzir a ação educativa, de acolher, per-ceber, sentir, entender e interagir com esses alunos, que nem sempre buscam o EAD por vontade própria, mas sim por uma necessi-dade profissional -o que, nesses casos, torna o estudo uma obrigação. Precisamos propor-cionar um clima positivo para o aprendizado e transformar essa obrigação em um desejo -e -essa é uma tarefa complexa, à qual precisa-mos estar sensíveis. Em se tratando de alunos mais jovens, nativos das novas tecnologias, é bem possível que interajam mais via meios
eletrônicos do que presencial mente, o que não acontece com os demais, que hoje são a maioria no EAD e estão ainda em fase de adaptação aos novos suportes de linguagem. O desafio é "aprender como motivar e favorecer a aprendizagem do aluno atra-vés d~ ambi~nt~s virtuais". Conquistar o aluno para a causa do conhecimento é a "nossa causa': Para isso, a grande questão
•
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A '
nos, pro,essores-
..-tutores, cabe ditar
o ritmo dos cursos
do FGV Online, ao
fazermos a ponte entre
o professor-autor dos
programas de ensino e
os alunos virtuais
"
que Habermas nos coloca é a necessidade da "int~ração ~ntre prof~ssor e aluno", tendo como pressuposto que a interação é o elemento central para o sucesso nos pro-cessos de ensino e aprendizagem.CONCLUSÃO
A tendência educacional hoje perpassa pela dimensão tecnológica, alterando as dimen-sões de espaço e tempo. Consequentemente, requer dos agentes da educação uma raz