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Contribuição da ciência e da formação docente para a redução das desigualdades sociais às pessoas com deficiência/Contribución de la ciencia y de la formación docente para reducir las desigualdades sociales para personas con discapacidad

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 22918-22923, nov. 2019 ISSN 2525-8761

Contribuição da ciência e da formação docente para a redução das

desigualdades sociais às pessoas com deficiência

Contribución de la ciencia y de la formación docente para reducir las

desigualdades sociales para personas con discapacidad

DOI:10.34117/bjdv5n11-022

Recebimento dos originais: 09/10/2019 Aceitação para publicação: 03/11/2019

Vanderlei Balbino Costa

Doutor em Educação Especial Pela Universidade Federal de São Carlos – SP (UFSCar). Pós-Doutorando em Construção de Identidade Docente, Universidade Estadual do Rio de Janeiro

(UERJ). Professor do Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Goiás.

Instituição: Universidade Federal de Goiás

Endereço: Av. Esperança, s/n - Chácaras de Recreio Samambaia, Goiânia – GO, Brasil E-mail: Vanderleibalbino@gmail.com

Adrielle Martins Lima

Bolsista do Projeto de Monitoria no Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestranda em Educação no Programa de Pós

Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Instituição: Universidade Federal de Goiás

Endereço: Av. Esperança, s/n - Chácaras de Recreio Samambaia, Goiânia – GO, Brasil E-mail: adriellemartins56@gmail.com

RESUMO

O presente ensaio teórico se originou das nossas ações de pesquisa e Extensão junto a Universidade Federal de Goiás, atuando em dez cursos de formação de professores. A questão de pesquisa que suleou essa investigação foi: em que a formação docente pode contribuir para a redução das desigualdades na ciência, quando essa se refere a escolarização dos estudantes com deficiência nos diversos níveis do ensino? Assim, os objetivos que buscamos alcançar foram: apontar as contribuições da formação docente para a redução das desigualdades sócio educacionais nas ciências; discutir as razões pelas quais, a ciência ainda não se faz presente para todas as pessoas; identificar as causas políticas, nas quais a produção das ciências ainda não se configura para indígenas, quilombolas, despossuídos sociais e pessoas com deficiência nos diferentes níveis escolares. A metodologia utilizada versou sobre a pesquisa qualitativa, apoiando-nos em referenciais bibliográficos e documentos oficiais. As bases teóricas nos permitiram aferir que são grandes os desafios que a universidade tem pela frente para reduzir as desigualdades sociais envolvendo negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiências. Os resultados nos mostraram que é veemente a necessidade de formação de professores para a redução das desigualdades. Consideramos relevante investir nos cursos de formação de professores nas universidades. Palavras-chave: Formação docente. Construção da ciência. Desigualdade social.

RESUMEN

Este ensayo teórico se originó a partir de nuestras acciones de investigación y Extensión en la Universidad Federal de Goiás, trabajando en diez cursos de capacitación docente. La pregunta de investigación que orientó esta pesquisa fue: ¿en qué la formación docente puede contribuir a la reducción de las desigualdades en la ciencia, cuando esta se refiere a la escolarización de estudiantes con discapacidades en diferentes niveles de educación?

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 22918-22923, nov. 2019 ISSN 2525-8761

Así, los objetivos que buscamos alcanzar fueron: señalar las contribuciones de la formación docente a la reducción de las desigualdades socioeducativas en las ciencias; discutir las razones por las cuales la ciencia aún no está presente para todas las personas; identificar las causas políticas en las que la producción de ciencias aún no está configurada para indígenas, quilombolas, desposeídos sociales y personas con discapacidad en diferentes niveles escolares. La metodología utilizada versó sobre la investigación cualitativa, apoyándonos en referencias bibliográficas y documentos oficiales. Las bases teóricas nos permitieron evaluar que los desafíos que enfrenta la universidad en el futuro son grandes para reducir las desigualdades sociales que involucran a negros, indígenas, quilombolas y personas con discapacidades. Los resultados nos mostraron que hay una gran necesidad de capacitación docente para reducir las desigualdades. Consideramos relevante invertir en cursos de formación docente en las universidades.

Keywords: Formación docente. Construcción de la ciencia. Desigualdad social.

NOTAS INTRODUTÓRIAS

O mundo contemporâneo vem sendo marcado pelas mais variadas transformações políticas, econômicas e sociais. O "fim das ideologias comunistas" no leste europeu, o adormecer da Guerra Fria (Estados Unidos e União Soviética), queda do muro de Berlin, dissolução de países, difusão de ideias neoliberais, expansão da globalização mundial, dentre outras mudanças, poder-se-ia dizer que foram as transformações mais significantes entre o fim do século XX e o início do século XXI.

Disseminar o conhecimento científico, o saber elaborado, a troca de experiências, construir escolas abertas às diferenças, formar professores, democratizar o acesso à educação, abrir à escola a diversidade de negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, dentre outras ações, talvez tenha sido os grandes passos que a educação brasileira tenha dado nos últimos anos. Frente ao exposto, vimos borbulhar no cenário internacional a Declaração Mundial de Educação para Todos - Jomtien (UNESCO, 1990); A declaração de Salamanca, (UNESCO, 1994), dentre outros, talvez tenha sido os discursos mais difundidos no mundo a partir da década de 1990 ao redor do planeta.

Se considerarmos todas essas transformações políticas, econômicas, sociais e, por conseguinte, educacionais que borbulharam na esfera global, somos levados a fazer algumas indagações: a escola efetivamente se abriu para todas as pessoas? A ciência "presente" nos discursos dos dirigentes políticos vem contribuindo na prática para a redução das desigualdades entre povos? As pessoas com deficiência estão podendo acessar o conhecimento por meio da ciência? Essa tríplice indagação nos leva a fazer outra reflexão. No Brasil, indígenas, quilombolas, despossuídos sociais, pessoas com deficiência, dentre outros estão sendo beneficiados com a difusão do conhecimento científico proliferado nos discursos institucionais expresso pelos gestores públicos?

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 22918-22923, nov. 2019 ISSN 2525-8761 Neste ensaio teórico, diríamos que são muitas as justificativas que legitimam a necessidade de que a ciência pode e deve atuar como mecanismo de redução das desigualdades entre os diversos seguimentos sociais. Quando nos referimos aos negros - escravizados por quase quatro séculos, aos indígenas - dizimados pela dominação europeia quando do encobrimento do Brasil, quilombolas - refugiados da exploração agrícola dos latifúndios, enfim, das pessoas com deficiência, segregadas, excluídas, estigmatizadas, marginalizadas na sociedade, vemos a veemente necessidade de anunciar, denunciar e apresentar pesquisas dessa natureza.

O presente ensaio de pesquisa, ora em debate, tem como questão suleadora: em que a formação docente pode contribuir para a redução das desigualdades na ciência, quando essa se refere à escolarização dos estudantes com deficiência nos diversos níveis do ensino?

Neste sentido, procuramos alcançar neste artigo os seguintes objetivos: apontar as contribuições da formação docente para a redução das desigualdades sócio educacionais nas ciências; discutir as razões pelas quais, a ciência ainda não se faz presente para todas as pessoas; identificar as causas políticas, nas quais a produção das ciências ainda não se configura para indígenas, quilombolas, despossuídos sociais e pessoas com deficiência nos diferentes níveis escolares.

METODOLOGIA

Nossa opção neste ensaio teórico foi pela pesquisa qualitativa. Deste modo, apoiamos em Lüdke e André (1986, p. 11) ao acentuarem que "a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento".

Por se tratar de um estudo qualitativo, de cunho exploratório, lançamos mão da pesquisa bibliográfica, aqui descrita por Severino (2007, p. 122), ao assinalar que:

A pesquisa bibliográfica é entendida como aquela que se realizam a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados.

Analisando os discursos da classe política dirigente, dos gestores da educação pública e até de professores que defendem a implantação das ciências como forma de reduzir as desigualdades sociais, observamos em resoluções, conferências, diretrizes, documentos oficiais, Declarações (UNESCO, 1994), legislações como A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) - Lei Nº 13.146 (BRASIL, 2015), a veemente necessidade de que, por meio da ciência, possamos promover o acesso de todas as pessoas ao conhecimento cientifico e ao saber elaborado.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 22918-22923, nov. 2019 ISSN 2525-8761 REFLEXÃO TEÓRICA

O século XXI nasce marcado pelas mais diversas mudanças sociais e culturais, principalmente, no que concerne à educação influenciada por dois fenômenos mundiais: neoliberalismo e globalização.

Pensar nas ciências como mola propulsora das transformações do conhecimento científico, do saber elaborado, da troca de experiência entre redes de saberes é poder refletir sobre as possibilidades que esta ciência tem de reduzir as desigualdades, ainda muito presente no cenário brasileiro, envolvendo negros, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e despossuídos sociais, alijados do processo ensino-aprendizagem durante séculos, registrado nos anais da historia desde a colonização europeia.

Em recente publicação mundial sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - (CLAVERY, 2018), em 189 países pesquisados, o Brasil ocupa a 79ª posição no ranking mundial. Em se tratando da América do Sul, ocupamos o quinto lugar, perdendo inclusive para a Venezuela. Importa aqui assinalar que a Venezuela encontra-se arrasada pela crise interna que assola seus habitantes há uma década.

Parece-nos um tanto quanto difícil promover nos bancos escolares a ciência, se na nossa formação inicial, não tivemos disciplinas que nos habilitasse para atuar com as diferenças (COSTA, 2014). Isso nos revela que sem essa formação, seguramente, não daremos conta de promover a inclusão escolar, garantir o conhecimento científico, o saber elaborado e, por conseguinte, produzir ciência, ação esta capaz de reduzir as desigualdades sociais entre negros, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e despossuídos sociais.

CONSTRUÇÃO DOS RESULTADOS

Ao copilar os dados alcançados o decorrer da realização desse ensaio teórico, fomos levados a constatar que não são satisfatórios os resultados que estamos alcançando ao longo dessa pesquisa investigativa, uma vez que alunos indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência estão chegando ao ensino médio e, por conseguinte, na universidade sem conhecer a língua portuguesa (alunos indígenas), e a Língua Brasileira de Sinais (alunos surdos).

Os resultados vêm nos mostrando que há uma considerável barreira a ser superados entre os três níveis do ensino, ou seja, há lacunas didático-pedagógicas entre o ensino fundamental, médio e superior.

Enquanto profissionais da educação, convivendo com a necessidade de promover a inclusão de negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência nos diversos níveis de

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 22918-22923, nov. 2019 ISSN 2525-8761 ensino, pensamos que a educação pública precisa passar imediatamente por reformas, uma vez que há uma alargada distância entre os diversos seguimentos, razão pela qual registramos tamanha desigualdade nos espaços educativos.

Considerando o exposto, pensamos que a formação docente associada à ciência difundida para todos os seguimentos sociais, muito pode contribuir para a redução das desigualdades, principalmente, se aventarmos para a possibilidade de que a educação é a mola propulsora deste processo.

NOTAS CONCLUSIVAS

Consideramos neste ensaio de pesquisa que, em relação à formação de professores, a inserção dos diferentes/deficientes nos espaços educativos, a proliferação das ciências como forma de reduzir as desigualdades, estamos caminhando a passos lentos, uma vez que a cultura da inclusão escolar bateu ontem às nossas portas, nos pegou (des) preparado, sem formação, seja a nível inicial, seja continuada, para atuar com as diferenças na e para a diversidade.

Ao se referir a preparação na educação básica, envolvendo negros, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e despossuídos sociais, oriundos de escolas sem estruturas mínimas, pensamos que produzir ciência, cuja meta é reduzir as desigualdades, a tarefa ainda está distante, considerando que no mundo neoliberal, hoje nossas escolas buscam alcançar eficiência, habilidades, competitividade e produtividade, óbvio, sem preocupar com a formação libertadora, humana e humanizante (FREIRE, 1992).

O modelo educacional que ora se desenha, em especial na educação básica nos assustam, porque nossos educandos estão chegando à universidade sem saber ler, escrever, dominar conceitos mínimos da língua portuguesa. Este fenômeno vem ocorrendo, por exemplo, com indígenas, que não dominam "nossa língua"; pessoas com surdez, que não sabem a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e estudantes com deficiência visual, que não são alfabetizados nos sistema Braille.

Neste ensaio de pesquisa, nossas reflexões, não conclusivas, nos levam a pensar: Em que a universidade enquanto promotora do conhecimento científico e do saber elaborado, pode contribuir para que a ciência possa ser um direito social de todos? Até que ponto a formação inicial dá conta de fazer ciência e, por conseguinte, contribuir para a redução das desigualdades sociais entre nossos educandos? Enfim, efetivamente, a ciência que está sendo produzida no país hoje, dará conta de reduzir os processos excludentes nos quais estão inseridos negros,

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 22918-22923, nov. 2019 ISSN 2525-8761 indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e despossuídos sociais - alijados de direitos há séculos?

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).\ Casa Civil, Brasília, 2015.

CLAVERY, Elisa. IDH no Brasil. Disponível em: <

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/09/14/brasil-tem-pequena-melhora-no-idh-mas-segue-estagnado-no-79lugar-em-ranking-global.ghtml>. Recuperado em: set. 2018. COSTA, Vanderlei Balbino. Olhares docentes sobre inclusão escolar: inclusão escolar dos estudantes com deficiência na escola comum. Saarbrücken: Novas Edições

Acadêmicas, 2014.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo, Cortez, 2007.

UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos. Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, Tailândia, 1990. Disponível em:

<http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm> Recuperado em: jul. 2018. UNESCO. Declaração de Salamanca de princípios, política e prática para as necessidades educativas especiais. Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE). Brasília: 1994. Disponível em:

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