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Elaine Cassia Pereira Fernandes

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Academic year: 2018

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6.

(7

(10)

O presente trabalho vincula se à Linha de Pesquisa História e Descrição da

Língua, do Programa de Pós Graduação em Língua Portuguesa, e objetiva

buscar, na História do Brasil e na constituição da língua nacional, uma explicação

para o uso consolidado do pronome

como pronome pessoal de segunda

pessoa, no português em uso no Brasil, como opção ao pronome

.

Sabe se que as manifestações culturais são capazes de revelar muito da

psicologia e do caráter de uma comunidade. Quando se trata de um país,

guardadas as diferenças regionais e pessoais, há traços que o singularizam,

mesmo em um mundo com tendências globalizantes e homogeneizantes, como o

atual. No confronto com a alteridade, descobrem se as particularidades de um

povo ou nação. É por meio desse confronto que se reconhecem, por exemplo, a

pompa e a pontualidade britânicas, a fleuma e a frieza germânicas, o ritualismo

chinês, o apego á hierarquia japonês, o pragmatismo americano, a alegria e a

hospitalidade brasileiras.

Dentre as manifestações culturais de um povo está sua língua. As escolhas

e as soluções linguísticas – sintáticas, semânticas, estilísticas, ortoépicas de uma

determinada comunidade revelam características dessa sociedade e tornam se,

assim, fonte documental importante não apenas para a Linguística, mas também

para a

Sociologia, a História, a Antropologia, a Geografia. Essas ciências

encontram, na língua, elementos para subsidiar suas indagações e seus

questionamentos, para alimentar suas pesquisas e para enriquecer suas

conclusões.

Dentre os vários aspectos da língua que podem suscitar o interesse de

estudiosos de diferentes disciplinas está a opção pronominal de tratamento do

interlocutor, devido às questões subjacentes que tal preferência pode revelar, tais

(11)

com a hierarquia, sua tendência ou não a relações aproximativas, seu caráter

mais ou menos conservador.

Esses dados produzidos por pesquisas multidisciplinares e interdisciplinares

podem e devem ter emprego em várias esferas da vida em sociedade

como a

política, a educação, a economia ,

conduzindo ações

e tornando as mais

efetivas.

Ao comparar o sistema pronominal brasileiro com o que diretamente o

originou – o sistema pronominal português – e com aqueles com os quais guarda

similitudes de origem e desenvolvimento – o sistema pronominal espanhol e o dos

países hispânicos da América Latina – percebe se uma característica que

peculiariza o sistema nacional: a alternativa representada pelo pronome

no

tratamento direto e informal do interlocutor.

Tanto na Espanha, quanto nos países americanos que falam espanhol, o

correspondente hispânico do

– o pronome

carrega ainda hoje uma

carga reverencial ou distanciadora que faz dele uma opção para as interações

formais ou não íntimas. Nesses países, com exceção da Argentina – que fez

opção pelo

– o pronome eleito para o tratamento direto é o

Também em Portugal, o pronome

é empregado em situações corriqueiras

e informais, cabendo ao

uma posição intermediária entre o irreverente

e o

respeitoso

o que não lhe imprime, no país europeu, o caráter

prosaico de que desfruta no Brasil.

Não há, portanto, como não se indagar sobre as vicissitudes históricas e

sociais que motivaram a inusitada escolha pronominal no Brasil, com o intuito de

conhecer mais sobre o povo brasileiro e de reconhecer se como nação, cujas

características precisam ser consideradas para a formulação de um projeto de

(12)

Levando se em consideração que o fato linguístico é resultado de uma

interação de inúmeros aspectos sociais e que seu estudo deve colaborar com a

solução de problemas da sociedade que o originou, buscou se na História das

Ideias Linguísticas e em

sua imanente filiação aos pressupostos da

interdisciplinaridade, multiplicidade documental e aplicabilidade do

conhecimento científico – o apoio teórico que orientou esta pesquisa.

Dividiu se a dissertação em quatro capítulos. O primeiro expõe a formulação

de uma nova concepção de História, motivada por inquietações sociais e

científicas, cujo desdobramento culminou no nascimento da História das

Mentalidades e

da História das Ideias, dentre elas a História das Ideias

Linguísticas, cujos pressupostos norteiam este trabalho.

O segundo capítulo visa

a reconstruir o percurso histórico e social do

pronome

,

revelando se

suas

origens

medievais

e

a

consolidação

renascentista de sua forma matriz –

, além de expor os motivos que

levaram ao sucesso das formas reverenciais de tratamento, em Portugal, e que

determinaram a alternativa ao

, no tratamento do interlocutor, no Brasil.

A fim de evidenciar também que, sobre o fato linguístico, atuam agentes

legitimadores e infirmativos e que, sobre a língua,

atuam forças centrípetas –

homogeneizantes

e centrífugas – heterogeneizantes

, analisaram se a

legitimação do emprego pronominal em textos literários e sua representação e

descrição em gramáticas.

Assim sendo, o capítulo III dedica se à elaboração do percurso literário do

pronome

, fazendo um breve recuo a textos produzidos nos séculos XVII e

XVIII, em Portugal, mas focando primordialmente obras escritas nos séculos XIX e

(13)

O Capítulo IV, ao buscar a inserção e a representação do pronome

em

obras gramaticais traça o percurso gramatical dos pronomes pessoais, iniciando o

com uma gramática que serviu de modelo às portuguesas – a

e finalizando o com obras gramaticais brasileiras do último quartel do

século XX.

(14)

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Enquanto as ciências biológicas e as ciências exatas proveram o ser

humano de conquistas e confortos sem precedentes, as ciências sociais

aquelas

cujo material de pesquisa é o próprio fator humano, suas relações, suas ideias,

seus conflitos

parecem não responder significativamente às demandas por suas

propostas e soluções. É nesse vácuo de respostas e proposições que o mundo se

vê à beira de um colapso humanitário e ambiental, paradoxalmente, em um

momento ímpar de produção de alimentos, de riquezas, de saberes terapêuticos e

de domínio de tecnologias diversas.

Claro está que as reflexões e os saberes produzidos pelas ciências sociais

a sociologia, a antropologia, a psicologia, a política, a história

têm orientado

muitas das escolhas para a vida em sociedade, possibilitando que ela fosse

organizada da forma como a conhecemos hoje. Cabe, no entanto, a essas

ciências, a elaboração de respostas emergenciais às questões que as vicissitudes

humanas criaram. Tais questões nos colocaram em embates sociais cujas faces

mais frequentes e alarmantes são a violência, a intolerância, o preconceito, a

degradação ambiental, o fosso social, o fracasso educacional. É do bojo das

ciências que lidam com o

material humano que devem emergir os saberes

capazes de encaminhar a humanidade a um futuro mais equitativo, justo, seguro e

sustentável.

(15)

Do mesmo modo, a complexidade da sociedade hodierna, com suas

demandas urgentes em todos as esferas – social, econômica, política, ambiental –

não admite mais um acúmulo científico e uma produção de saberes e informações

sem precedentes, que se restrinjam a seu próprio campo de atuação,

incomunicável com outros campos científicos e, portanto, incomunicante com a

sociedade que os concebeu e que deles espera respostas para seus problemas e

inquietações.

É com o espírito de combate ao fazer científico de gabinete – aquele que

não ultrapassa as paredes do laboratório – e à especialidade que, em 1929,

Lucien Febvre e Marc Bloch propõem uma renovação nos estudos históricos, o

que vai ocasionar uma verdadeira “revolução francesa da historiografia”

nos

dizeres de Peter Burke (1997) – e dar o impulso para o que hoje se conhece como

.

Como intuito primordial, Febvre e Bloch desejavam, com a criação da

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que deu forma e divulgação

a suas ideias e interesses, romper os limites disciplinares e promover o diálogo

entre diferentes ramos do saber, além de aproximar os conhecimentos produzidos

pela história das problemáticas coetâneas.

Como desconsiderava os rígidos limites entre as disciplinas, propondo um

olhar global aos problemas e um intercâmbio de informações entre as distintas

esferas do conhecimento, Febvre conclamava suas plateias, com seu peculiar

discurso inflamado, a desvencilharem se das amarras disciplinares, que poderiam

tolher e limitar o fazer científico:

(16)

O primeiro grande combate dos

foi contra o espírito de

especialização, porém menor não foi sua luta contra a história historicizante. Se

se espera uma atitude interdisciplinar do historiador, no intuito de, por meio de

uma visão holística da realidade, poder problematizá la e compreendê la, não há

de se conformar com uma visão restritiva, que teime em considerar a história

como mero arrolar de fatos ligados aos grandes feitos de uma nação, às suas

conquistas

bélicas,

à

vida

de

seus

ilustres

representantes

políticos

e

governamentais.

Por meio dos pressupostos da

, as sociedades humanas

devem ser encaradas de modo amplo. Assim, não interessa apenas o governante,

mas também o governado; não interessa apenas a grande batalha, mas também o

modo de vida de quem combateu; não interessa apenas os sucessos econômicos

de uma nação, mas também as relações comerciais entre seus compatriotas. A

História não poderia mais se reduzir a crônicas de poderosos ou a relatos pontuais

sobre a vida de figuras proeminentes.

Ou a história ascende a este alargamento da visão do historiador – e, através dele, da dos seus contemporâneos – ou ela não será mais do que um jogo estéril, jogo de paciência para eruditos. Acredito ser esta a missão da História. (Ibid., p.117)

À história historicizante

opor se á, então, a história problematizante

proposta pelos

: ao analisar um dado fato social, devem se perscrutar lhe

os motivos, as causas, os desdobramentos, as implicações, a fim de buscar as

respostas

aos

porquês

socialmente

suscitados

e

elaborar

intervenções

cientificamente orientadas.

É que pôr um problema é precisamente o começo e o fim de toda a história. Se não há problemas, não há história. Apenas narrações, compilações. (Ibid., p.31)

Assim sendo, mais importante que a narrativa histórica tradicional, que

passa pelo “descobrimento” do Brasil e pela descrição dos períodos colonial,

(17)

nosso país, indagar o porquê de tal estado de coisas e buscar, em uma

perspectiva

multidisciplinar,

as

motivações

políticas,

sociais,

econômicas,

psicológicas para tal conjuntura. Na resposta obtida por meio da análise do

passado para a explicação de um dado do presente, pode estar a base para a

formulação de políticas compensadoras ou retificantes. É a sociedade oferecendo

os elementos para que a ciência os organize, os analise e retribua na forma de

soluções de problemas, pois “a ignorância do passado não se limita a prejudicar o

conhecimento do presente, comprometendo, no presente, a própria ação.

(BLOCH, 2001)

Dessa forma, os estudiosos da História deixam de ser arqueólogos e

expectadores de fatos passados, expostos em livros como peças de museu para

apreciação pública passiva, para serem atuantes na sociedade da qual participam

e produtores de dados capazes de possibilitar uma reformulação do presente.

Na busca por respostas aos desafios postos pela vida moderna, a partir das

proposições dos

, amplia se o conceito de documento histórico, que

ultrapassa o limite do texto escrito e vai encontrar em utensilagens diversas e em

constructos

multidiscplinares

o

material

necessário

para

a

elaboração

interpretativa do historiador.

Os textos, sem dúvida: mas todos os textos. E não só os documentos de arquivos em cujo favor se cria um privilégio – o privilégio de daí tirar, como dizia o outro, um nome, um lugar, uma data

;

uma data, um nome, um lugar – todo o saber positivo de um historiador indiferente ao real. Mas, também, um poema, um quadro, um drama: documentos para nós, testemunhos de uma história viva e humana, saturados de pensamento e de acção e potência... (FEBVRE, 1985, p.24)

A partir de Febvre e Bloch e durante as três gerações dos

, a

unidade da concepção fundadora do grupo se manteve, por meio da defesa de

uma abordagem interdisciplinar dos fatos sociais que deve formular respostas às

situações problema apresentadas ao pesquisador, valendo se de documentação

(18)

reveladora de necessidades, expectativas, sentimentos e valores humanos não

pode ser desprezada.

Como era de se esperar, o potencial heurístico dos

– como

proposta multidisciplinar e multidocumental

vem contribuindo, desde sua

fundação, para o intercâmbio entre várias áreas do conhecimento e

para o

desenvolvimento de inúmeras ciências, dentre elas, a que mais particularmente

nos interessa: a Linguística.

A benfazeja aproximação entre Linguística e História não chega a ser

novidade, pois permeia as

reflexões e pensamentos dos colaboradores da

, desde seus primórdios. Para esses pesquisadores, as trocas

entre as duas disciplinas deveriam ser estimuladas, visto que as áreas e objetos

de pesquisas de ambas estavam intrinsecamente entrelaçados.

(...) que qualquer explicação lingüística comporta a consideração de factos múltiplos – e que não se pode dar conta da evolução de uma língua senão considerando as situações históricas e as condições sociais em que essa língua se desenvolveu. Assim, a lingüística faz apelo à história e pede lhe, para os fins que lhe são próprios, um auxílio desinteressado. Não se segue daí, inversamente, que estudos lingüísticos apresentem para a história o mais vivo interesse? (FEBVRE, 1985, p.158)

Dessa aproximação surgirá uma nova linha de estudos, em que História e

Linguística se auxiliam e se interpenetram, revelando fontes documentais

inusitadas, carregadas de ideias que tanto têm a comunicar ao mundo, facilitando

sua compreensão e, consequentemente, orientando as intervenções de que

necessita.

(19)

Sob inspiração de Febvre e Bloch e, posteriormente, de Braudel, Le Goff, Le

Roy e Chartier, que concebiam e conclamavam a conceber a história de maneira

interdisciplinar e a vislumbrar como objeto de análise histórica e científica as mais

variadas fontes documentais, viu se nascer o estudo das representações, o que

amplia ainda mais o já vasto manancial de fontes históricas, a partir dos

.

Todo conhecimento é imbuído pela visão de mundo de quem o elaborou,

portanto nunca se tem acesso ao fato passado , mas à representação cultural que

alguém lhe deu. O estudo de tais representações vai impulsionar a criação da

História das Mentalidades, que visa a analisar como determinada sociedade, em

determinada época, sob determinadas condições, deixou registradas suas

impressões sobre os mais variados assuntos, circunscritas às mais variadas áreas

do saber humano.

Passam a fazer parte do cabedal científico do historiador, a partir de então,

as próprias produções de cada campo de pesquisa. Assim sendo, não interessa

mais apenas os dados estatísticos com os quais a geografia possa contribuir para

o desenvolvimento da pesquisa de sua e de

outras áreas do conhecimento;

interessa também a visão de mundo do momento e do espaço onde tais dados

foram criados e analisados, que interesses moveram sua criação e registro. Não

interessa apenas a representação do fato linguístico por meio das tecnologias e

dos instrumentos linguísticos dos quais o homem tem se valido, mas também os

valores da sociedade que permitiu tal representação e com qual finalidade a fez.

(...) construindo se e aplicando se cada vez mais a novos objetos, a novos campos, a História busca identificar o modo como, em diferentes lugares e momentos, uma determinada realidade social é construída, interpretada e deixada para a posteridade. Nesse sentido, é preciso pensar essa história como um trabalho de representação, isto é, como são traduzidos as posições e interesses dos indivíduos que compõem a sociedade, como pensam que ela é, como agem ou como gostariam que ela fosse. (FÁVERO & MOLINA, 2004, p.138)

A análise das representações que uma sociedade faz de um determinado

dado social pode revelar muito mais que a própria representação intentou. Pode

(20)

intenções subjacentes às coerções sociais que impulsionaram

a criação do

contributo cultural.

E, para o historiador, idéias, instituições nunca são dados do Eterno; são manifestações históricas do gênio humano, numa determinada época e sob a pressão de circunstâncias que nunca mais se reproduzem.(FEBVRE, 1985, p.225)

No século XX, o nascimento da História das Ideias – as da Pedagogia, da

Psicologia, da Sociologia, da Geografia, da Linguística – traçará a possibilidade

de, por meio da análise e da interpretação das representações sociais, lançar luz

às

instigantes

indagações possibilitadas e engendradas pelo fazer histórico

problematizante.

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A linguagem humana suscita, desde muito antes do advento da Linguística

como ciência, no século XX, reflexões a seu respeito. O conjunto de obras

destinadas a registrar essas reflexões e todo o conhecimento

advindo dessas

considerações e desenvolvido a partir delas

produzido acerca da língua pode ser

arrolado pela História das Ideias Linguísticas.

Seja a linguagem humana, tal como ela se realizou na diversidade das línguas; saberes se constituíram a seu respeito; esse é nosso objeto. (AUROUX, 1992, p. 13)

Desse modo, são de interesse do pesquisador da História das Ideias

Linguísticas os instrumentos linguísticos

tecnológicos, como a gramática e o

dicionário. São também de capital importância para esse pesquisador as

instituições, os programas de ensino, as diretrizes, os documentos que versam

sobre a linguagem, os recursos midiáticos que abordam e visam a disseminar o

“bom uso” da língua, as ideias socialmente concebidas sobre a linguagem

(21)

linguísticas na literatura, visto que todas as ideias, acerca da língua, expressas

nesses espaços documentais guardam estreita relação com a sociedade que as

produziu e, em grande medida, as determinou, revelando conceitos, preconceitos

e interesses dessa mesma sociedade.

As causas que agem sobre o desenvolvimento dos saberes lingüísticos são extremamente complexas. Pode se notar conjuntamente: a administração dos grandes Estados, a literarização do idioma e sua relação com a identidade nacional, a expansão colonial, o proselitismo religioso, as viagens, o comércio, os contactos entre línguas, ou o desenvolvimento dos conhecimentos conexos como a medicina, a anatomia ou a psicologia. O purismo e a exaltação da identidade nacional com seu acompanhamento de constituição / preservação de um corpus literário (seja religioso ou profano), são, por exemplo, fenômenos quase universais na constituição, espontânea ou por transferência, dos saberes lingüísticos. (AUROUX, 1992,p. 28)

O presente trabalho visa a vincular a história do saber metalinguístico à

história da constituição da língua nacional, com o intuito de formular uma

explicação para o emprego generalizado

do pronome

como pronome de

segunda pessoa no português em uso no Brasil.

Orientando se por

essa fundamentação teórica, analisar se á o fato

linguístico na sua complexidade, recorrendo se para isso, às contribuições

interdisciplinares, buscando na história e na sociologia – cujas fronteiras nem

sempre estão bem delimitadas

as características fundamentais da brasilidade

que enveredaram a escolha pronominal. Além disso, por meio da análise das

representações linguísticas – literárias e gramaticais , procurar se á traçar o

confronto das forças centrípetas e centrífugas que atuaram na formação da língua

nacional, elemento maior da própria constituição da nacionalidade, entendendo se

como forças centrípetas aquelas que objetivam conferir à língua um caráter mais

homogêneo

e como forças centrífugas aquelas que, apesar de mecanismos

coercitivos, agem na constituição da diversidade, fato inerente a todas as línguas

naturais.

(22)

A fim de observar os métodos e limitações impostos ao pesquisador da

História das Ideias Linguísticas (Fávero e Molina, 2006), limitou se o trabalho à

análise de obras literárias e gramaticais do século XIX e XX, ambos momentos

cruciais para a afirmação de uma identidade nacional, que suscitou a asserção de

uma língua também nacional, repleta de peculiaridades e com um caráter

desvencilhador da matriz europeia que a originou. Com a

consciência da

impossibilidade de exaustividade, buscaram se obras de autores relevantes, sem

no entanto, ater se a nenhum critério de filiação teórica ou literária.

Além disso, as obras escolhidas foram analisadas, levando se em conta “a

intransponível distância espaço temporal entre o cenário no qual viveram os

personagens que produziram as obras que constituem objeto de estudo e o

contexto em que se produz o trabalho” (FÁVERO, 1996, p.16), visto que a

conjuntura passada, em parte dedutível, jamais será plenamente reconstituível.

(...) pode se dizer que o estudioso da História das Idéias Lingüísticas, mais que localizar a fonte de um pensamento, deverá analisar, no contexto em que foi criada aquela idéia, como frutificou, foi compreendida, difundida, interpretada e representada, mergulhando em sua profundidade, enxergando os fios que a constituíram e todos os seus reflexos, favorecendo uma melhor compreensão da lingüística atual. (FÁVERO & MOLINA, 2006, p. 29)

Valendo se, então, de uma análise documental, na qual se conciliarão os

olhares do historiador e do linguista, buscar se á, neste trabalho, a resposta a uma

indagação do presente que se faz possível por meio de uma reorganização do

passado, cujos documentos manifestam modos de ser e de pensar, de agir, reagir

e representar.

A história recolhe sistematicamente, classificando e agrupando os fatos passados, em função de suas necessidades atuais. É em função da vida que ela interroga a morte. Organizar o passado em função do presente: assim se poderia definir a função social da história.” (LE GOFF, 2003, p.26 )

Dados históricos, sociais, linguísticos e gramaticais serão organizados com

(23)

que levaram ao uso consolidado do pronome você em território nacional e,

paralelamente, que forças atuaram em sua legitimação

ou não – em

(24)

6

Ao filiar se teoricamente à História das Ideias Linguísticas não se pode

analisar um fato da língua, qualquer que seja ele, de um ponto de vista

estritamente linguístico. A análise interdisciplinar é uma condição

#

,

quando se adere a uma corrente de investigação científica tributária da História

das Mentalidades, por sua vez nascida da corrente histórica que revolucionou a

historiografia na França no do séc XX, a

(...) qualquer explicação lingüística comporta a consideração de fatos

múltiplos e não se pode dar conta da evolução de uma língua senão

considerando as situações históricas e as condições sociais em que essa

língua se desenvolve.(FEBVRE, 1985, p.158)

Assim sendo, concebe se a língua como palco dialógico em que coerções

sociais as mais diversas atuam. Tais coações motivam escolhas linguísticas,

elegem e preterem fórmulas comunicativas, arcaízam construções e vocábulos,

inovam e atualizam instrumentos linguísticos, sintonizando a língua com o mundo

circundante, pois “sendo a língua o fato social por excelência, ela reflete com uma

fidelidade única, o estado geral da civilização nas diversas épocas” (Ibid, p.182).

Com o intuito de explicar um fato linguístico atual – o uso

do

no

tratamento

da

segunda

pessoa,

no

português

brasileiro

buscou se,

diacronicamente, nas relações entre contextos históricos e sociais e escolhas

pronominais de tratamento do interlocutor, um fio condutor capaz de elucidar o

sucesso dessa opção, em território nacional, atendo se assim a um dos pilares da

: a reconstrução analítica de fatos passados com vista à

(25)

A Idade Média, conduzida ao posto de berço do Ocidente pela historiografia

do séc. XX, especialmente representada por medievalistas ligados à

"

suscitará a primeira reflexão sobre as estreitas relações entre estruturas

sociais e escolha do tratamento do interlocutor.

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A representação medieval concebida pela historiografia do século XX não

se pretende definitiva, visto que feriria dessa maneira um dos principais aportes

que a fundou e que regem este trabalho: as formas de representar o mundo são

frutos de uma sociedade, em uma determinada época, limitada por toda sorte de

imposições sociais, políticas, psicológicas, ideológicas. Desse modo, dos já

célebres dizeres de Lucien Febvre , a História é filha de seu tempo, deduz se seu

caráter provisório e mutável.

No entanto, a Idade Média que a atual historiografia nos tem legado

desconstrói algumas representações medievais com as quais se está habituado. A

própria denominação do período é hoje utilizada, convencionalmente, sem que se

vincule a esse espaço de tempo nenhuma característica desdenhosa ou

depreciativa, como se fez por longo tempo.

O século XX assiste a uma reabilitação da Idade Média, não mais encarada

como um período de trevas, de retrocesso, de atraso religioso, de criação artística

grosseira e de produção científica desprezível. Ora, foi nesse período, marcado

pela insegurança e por uma estabilidade que essa própria insegurança ajudou a

manter, em que germinou tudo que veio a se conceber como moderno: o

protestantismo, a formação dos Estados absolutistas, o capitalismo comercial, as

evoluções tecnológicas que permitiram as grandes navegações, a divulgação da

(26)

Até mesmo a delimitação da Idade Média é hoje contestada, aceitando se

os mil anos entre os séculos V e XV como meros limites institucionais

questionáveis e flexíveis, de acordo com a abordagem (política, religiosa,

econômica, geográfica) que se desenvolva.

Embora, segundo penso, o núcleo central da Idade Média esteja situado nos

três séculos e meio transcorridos entre o ano mil e a Peste Negra, atualmente

eu tenderia a enquadrar esta curta Idade Média numa longa Idade Média que

se estende aproximadamente do século 3º até meado do século 19, um

milênio e meio em que o sistema essencial continuou a ser o feudalismo,

mesmo que se possa distinguir fases por vezes contrastantes. (LE GOFF,

2005, p.11)

Não cabe ao presente trabalho tentar estabelecer, como critério de análise,

um limite cronológico para a Idade Média, mesmo que tal limite partisse de uma

abordagem linguística. Relevante será traçar um panorama daquilo que veio a se

consubstanciar como caracterizador de um período coeso, com atribuições

particulares que o coloca em oposição a outros períodos com características

distintas. Período esse, cujas raízes encontram se na Antiguidade e cujo reflexo

ainda se faz sentir nas sociedades ocidentais hodiernas.

Nesse sentido, faz se, na Idade Média, um corte sincrônico, a fim de

enfocar lhe o momento em que suas estruturas sociais se apresentam, ao menos

na aparência, estanques, embora escondam uma mobilidade silenciosa e rasteira,

que é o próprio motor da História.

É esse recorte que permitirá ver constância e imobilidade em um período

cuja complexidade não se poderia reduzir por meio de uma análise simplista e

homogeneizante, mas que manteve uma estrutura, mesmo que superficial e

(27)

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67 %

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# "81

Apesar da onda medievalista que, durante o século XX, atualizou as

representações acerca da Idade Média, procurando analisá la, sem julgá la, além

de propor novos problemas e novas explicações a problemas já postos, algo

parece inquestionável e unânime para os historiadores que se debruçam sobre o

período: ele foi, de fato, essencialmente agrário, feudal e cristão.

O mundo romano, cujas estruturas ruíram com as invasões bárbaras,

assiste a uma fuga em massa da população para o campo, já que os ambientes

citadinos eram atraentes para os invasores. Essa fuga provocou a formação de

uma estrutura econômica baseada em grandes propriedades rurais fechadas e

pretensamente autossuficientes.

A sociedade romana,

hierarquizada, reorganiza se e contrapõe dois

segmentos sociais: os grandes proprietários de terra e os camponeses

despossuídos,

já que as classes intermediárias rurais e urbanas desapareceram.

Dentre os latifundiários estão as aristocracias laica e eclesiástica,

descendentes das mesmas famílias elitistas de outrora; dentre os já outrora

despossuídos vieram juntar se as camadas médias da organização econômica

pré bárbara. Nesses estratos se infiltraram, com relativa facilidade, os bárbaros ,

cuja organização social também era hierarquizada – formada por ricos e pobres,

fracos e poderosos .

Essa nova estruturação social

agrária, feudal e cristã

irá possibilitar, por

confluência de interesses, o equilíbrio mantido durante um vasto período: os ricos

precisam garantir quem trabalhe suas terras e sustente suas necessidades; os

pobres submetem se em busca de proteção e subsistência; e

a Cristandade

legitima a imobilidade social, por meio de um discurso que a descreve como a

(28)

Fato social, a ruralização é o aspecto mais espetacular de uma evolução que

vai imprimir à sociedade do Ocidente medieval um traço essencial que

permanecerá arraigado nas mentalidades por muito mais tempo do que na

realidade material: a compartimentação social e profissional. A fuga de certos

ofícios e a mobilidade da mão de obra rural tinham levado os imperadores do

Baixo Império a tornar obrigatoriamente hereditárias certas profissões, e

encorajado os grandes proprietários a fixar na terra os colonos que

substituíam os escravos – cada vez menos numerosos. A Cristandade

medieval fará do desejo de renegar seu próprio estado um pecado grave. Tal

pai, tal filho, será a Lei herdada do Baixo Império romano. (Ibid. p. 35)

A sociedade medieval, assim configurada, regida pelo

contrato de

vassalagem, que sela a submissão de um servo a seu suserano, a quem, em troca

de proteção e sustento, deve absoluta fidelidade, além de conformar se à função

da sua ordem social – a de trabalhador braçal, de produtor – na sociedade

imobilizada de que participa, por si só já faz imaginar a existência de uma relação

assimétrica marcada pela reverência do mais humilde em relação ao mais

poderoso.

As representações iconográficas ou literárias da Idade Média corroboram

essa tese, reforçando a postura de servidão e submissão que marcaram o

período. Se as estruturas sociais românicas motivaram

se não condicionaram

representações artísticas, com certeza também o fizeram em relação à linguagem

cotidiana.

Especialmente no que concerne às formas de tratamento do interlocutor em

uso na Idade Média, a imutabilidade social reflete se em um sistema simples e

estável: o pronome

, utilizado na relação entre iguais; e o pronome

empregado nas relações assimétricas, pelo hierarquicamente inferior dirigindo se

ao superior

na Idade Média, o detentor do poder econômico, religioso e político.

É evidente que essa simulação do tratamento medieval só leva em conta a

(29)

formais, em situações que exprimam respeito ou ironia, e também as opções por

modalidades informais, utilizadas para a expressão de desprezo, exasperação, ira.

Parafraseando Bakhtin, é a língua o mais sensível indicador das mudanças sociais

e também temperamentais, psicológicas, emocionais.

Dirigia se, portanto, o servo ao seu senhor ou o vassalo a seu suserano por

meio de

e recebia, em contrapartida, do mesmo interlocutor,

configurando

uma relação de poder, que estendia sua assimetria para dentro das classes

sociais, submetendo o sexo feminino ao masculino e os filhos aos pais.

Dentro das classes senhoriais, houve uma constante disputa por autoridade

entre a nobreza e o clero, ou seja, entre a aristocracia laica e a eclesiástica, com

uma pendência favorável a esta, sem que isso, aparentemente, se refletisse nas

formas de tratamento entre as classes dominantes, visto que não há alusões a

esse fato nos estudos sobre formas de tratamento medievais.

Mas, como já foi mencionado, sob o aparente manto da rigidez e da

imobilidade medievais, caminhava inexoravelmente a história, que se desenvolve

por meio de aparentes rupturas, numa continuidade imanente ao humano, cujo

traçado leva, inevitavelmente, à transformação da realidade.

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A instabilidade do poder facetado, distribuído nas mãos de muitos senhores,

ao final da Idade Média, fez surgir o Estado moderno centralizado e suas

instituições – jurídicas, políticas, tributárias

como formas de garantir o poder da

antiga aristocracia. Esse fator, aliado a outros de ordem econômica, cultural e

tecnológica, configura, em diferentes épocas e em diferentes regiões, o período

(30)

Portugal, estado que mais cedo se centraliza e se emancipa no grupo de

estados remanescentes da România Ocidental, por características conjunturais

diversas,

logo reúne condições para se tornar a primeira potência da Idade

Moderna.

A ascensão da burguesia no século XIV foi um dos motivos que

impulsionou a empresa naval e colonizadora portuguesa; porém, aliados aos

interesses burgueses na expansão marítimo comercial estavam os interesses dos

monarcas, dos nobres, dos religiosos e até do povo miúdo, motivo determinante

do sucesso dessa empreitada lusitana .

Apesar da centralização do poder em Portugal e de seu caráter mediador e

conciliador, à estabilidade medieval sobrevém a instabilidade provocada pelos

novos arranjos sociais. A nobreza portuguesa, acostumada com seus privilégios

garantidos pelas instituições medievais e supostamente eternizados pela

legitimação religiosa

se percebe ameaçada pela expansão burguesa, cuja

formação em Portugal tanto teve de precoce quanto de efêmera.

Assim como, na esfera política, se forjaram

instituições para uma

manutenção relativa da ordem vigente – o poder concentrado nas mãos dos

nobres , forjaram se também normas de tratamento: a aristocracia tenta estancar

por meio da linguagem o que não conseguia estancar socialmente, exigindo para

si formas de tratamento que a diferenciasse de qualquer elemento do terceiro

estado, por mais endinheirado que ele fosse. No entanto, a Renascença traz

consigo uma mobilidade no topo da sociedade, provocando, especialmente em

Portugal, a união da nobreza à burguesia, pois aquela precisava reconstituir ou

reconquistar seu poder econômico e esta tinha um arraigado desejo de

nobilitação. Fundava se assim um conceito de aristocracia, em Portugal, que

pouco privilegia os direitos consanguíneos ou hereditários e, em contrapartida,

valoriza e possibilita, como em nenhum outro país, o enobrecimento por méritos

(31)

Tendo recebido do latim o dual sistema pronominal

, de uso

abrangente e extensivo, Portugal também herdou as formas de tratamento

cunhadas no período medieval.. Essas formas visavam a estabelecer uma

distância entre súditos e soberanos, por meio de um tratamento reverencial,

representado por uma construção perifrástica, cujo efeito era o de não se dirigir

diretamente ao nobre interlocutor, mas a um atributo seu. Ora, era de se esperar

que em sociedades de estrutura feudal e agrária, como as que prevaleceram na

Idade Media pré absolutista, um dos atributos da classe dominante fosse a

senhoria, isto é, a qualidade daquele que detém a posse da terra; e, se nessas

sociedades, os laços de dependência pessoal eram intensos, haveria de o mais

humilde contar com a mercê de seu superior hierárquico. Desse modo, de duas

características relevantes do período medieval – a dependência pessoal e a posse

da terra – surgem os duas formas de tratamento mais populares da Renascença

portuguesa:

$

.

Se o pronome

atendeu a uma necessidade de distanciamento entre

povo e nobres, durante um bom período da Idade Média, a Renascença verá

surgir, nos dizeres de Biderman (1972 1973), um maneirismo de tratamento,

recuperando e multiplicando os usos de formas derivadas de substantivos

abstratos, cujo emprego se alastrará, em Portugal, por todas as camadas sociais,

a partir da infiltração de elementos não nobres na aristocracia.

Ao antigo e estável sistema dual medieval – tu / vós

sobrepõe se,

portanto, o complexo e instável sistema renascentista, o que transforma o modo

de tratar o interlocutor e o tratamento recebido socialmente em uma contínua

preocupação dos portugueses, que se estende até os dias atuais, apesar da

tendência democratizante ocidental, que afeta as relações interpessoais,

tornando as mais solidárias e menos exigentes de soluções linguísticas

(32)

As mudanças sociais fizeram, de fato, emergir novas formas linguísticas de

direcionamento ao interlocutor, que denotassem as múltiplas intenções e o

dos falantes. No entanto, o sucesso que as formas reverenciais de tratamento

atingiram em Portugal não pode ser explicado somente por parâmetros sociais e

econômicos.

características

psicológicas,

emocionais,

temperamentais,

axiológicas do povo português que atuaram nesse êxito. Se assim não o fosse,

todos os povos que viveram situações semelhantes às que Portugal vivenciou

teriam desenvolvido o mesmo maneirismo no tratamento, o que não aconteceu,

pois:

É bem conhecida a estranheza que causa no falante de outra língua moderna

européia a complexidade do sistema das formas de tratamento em português

– isto é, das formas que, em Portugal, um interlocutor usa para se dirigir a

outro interlocutor, a primeira pessoa do discurso (para empregar termos

gramaticais), à segunda pessoa do mesmo discurso. (LINDLEY CINTRA,

1972, p. 8)

Assim sendo, há de se procurar, também, no caráter português e na

mentalidade portuguesa, as motivações para a disseminação dos modos de

tratamento reverenciais em Portugal, especialmente da expressão

expandida de forma mais livre e democrática e de emprego mais generalizado.

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De acordo com Santos Luz (1956), o primeiro registro de

se

dá, na corte portuguesa, em 1331. Portanto, em Portugal, no século XIV, esse

tratamento já existia em sua função inicial, o direcionamento ao monarca. Como o

país se consolida em 1139, com Afonso I se proclamando rei de Portugal,

subentende se que o tratamento real ainda se contentava, no século XII, com o

(33)

Cintra (1972) corrobora a tese de que a forma

já aparece nas

cortes de 1331 e acrescenta que

$

surge a partir de 1442, em

tentativa de

substituição à primeira, já desgastada e de emprego não mais

restrito.

De origem latina anterior à centralização do poder em Portugal, essas

formas entram no país por meio de empréstimos do italiano – Vossa Senhoria – e

do castelhano – Vossa Mercê

e logo conhecem em solo lusitano intensa

aceitação.

De tratamento exclusivo ao rei, no começo do século XIV,

passa, ainda no mesmo século, a tratamento extensivo à nova aristocracia

formada pela Revolução de Avis, que, ao se miscigenar com as camadas

socialmente mais elevadas do terceiro estado, pretende deste se distinguir por

meio de diversos comportamentos, inclusive linguísticos, evidenciando a pretensa

superioridade de sua estirpe, “demarcando” seu território e forjando uma

estabilidade social que estava irremediavelmente abalada.

A miscigenação social entre a nobreza e as camadas mais elevadas do

terceiro estado, a partir da revolução de 1383 1385, foi, aliás, o principal motivo

que levou, em Portugal, ao uso cada vez mais ampliado de algumas dessas

fórmulas de tratamento, pois os burgueses, mesmo os que não se enobreciam,

por meio de casamentos ou pela concessão de títulos, julgavam se dignos de

tratamento diferenciado, à medida que expandiam seus poderes econômicos e

políticos.

Essa dinâmica inter relação entre fatores sociais e verbais pode ser

particularmente visível no sistema de tratamento do interlocutor, já que esse

sistema representa talvez da forma mais direta alguns dos fundamentos

axiológicos da organização do status social. Assim, se uma sociedade

passou ou está passando por rápidas mudanças que se refletem nas

relações interpessoais possíveis, pode se esperar que mudanças lingüísticas

na área do tratamento venham a ocorrer, com possíveis conseqüências para

(34)

Logo esse sentimento de merecimento nobilitante e até de pertinência à

nobreza se alastraria das camadas superiores para as camadas mais populares

da sociedade, levando consigo o tratamento reverencial, então a todos concedido,

algo que tanto estranhamento causara ao estrangeiro em Portugal, como fica

evidente em várias alusões históricas à fidalguia do povo português. De acordo

com Godinho (1997), “ a mania de ostentação atingira as proporções duma

loucura coletiva. Das classes mais elevadas propagava se ao povo.”

O século XV assiste ao desgaste e à expansão de

e suas

variantes entre a população não aristocrática; a aristocracia – ou os que se

julgavam aristocratas – passa a exigir

$

, entre os séculos XV e XVI.

já caíra nas graças do povo, definitivamente, em quinhentos, o que

generalizou seu uso, mas não dilapidou, ainda, seu caráter respeitoso entre as

camadas populares. Já, no direcionamento a

e entre aristocratas era tido como

vulgar e expressivo, especialmente em suas formas abreviadas, do pouco valor

que se atribuía a quem se dirigia a palavra.

Essa apropriação das formas de tratamento pelas classes populares,

resultado da associação do sentimento de fidalguia português ao fato histórico

social da aristocratização das camadas superiores do “terceiro estado”, fez do uso

do tratamento pessoal assunto de lei, levando à formulação da primeira

pragmática, no final do século XVI, a legislar sobre os modos como se devia se

dirigir ao interlocutor, e de uma segunda, que atualizava a primeira, no século

XVIII, visto que a mais antiga se mostrou inócua em seu caráter disciplinador.

As maneiras nominais como há que dirigir se a outrem, e que esse outrem

pode exigir foram reguladas por lei em 1597 e 1739; proibia se não só dar

tratamento, como mesmo aceitá lo, às pessoas a quem não era devido.(Ibid,

(35)

Interessante ressaltar que a mania de ostentação dos portugueses se fazia

notar pelos trajes que usavam, pelos séquitos de escravos dos quais se faziam

seguir, pelos adornos das casas e, claro, pelo emprego do tratamento cortês.

Assim como se apropriou da forma de tratamento dada inicialmente ao rei e

posteriormente aos nobres, o povo também lhes imitava a maneira de vestir e de

se portar socialmente.

As pragmáticas

sejam aquelas que regulavam a suntuária, restringindo,

por exemplo, o uso de seda apenas pelos nobres, sejam as que regulavam o

tratamento destinado ao interlocutor

visavam a atender o desejo das classes

dominantes de manterem seu

social, diferenciando as da gente comum,

mas, como não se muda o comportamento de um povo por meio de decretos

oficiais, todas foram vãs, especialmente aquelas destinadas a legislar sobre a

linguagem, pois, conforme Fiorin (2000), “nenhum domínio linguístico, a não ser a

ortografia, curva se a decretos.”

As pragmáticas sobre o tratamento, como todas as leis, tinham intenções

prescritivistas. No entanto, malogrado seu intento, acabaram por servir de

documento denunciador, mesmo sem ser seu ideal, da problemática social

relacionada às formas de tratamento, ou seja, da tentativa de manutenção do

#

, por meio de imposições linguísticas, nos séculos em que foram

promulgadas.

Essas Leis de Cortesia

nome dado às pragmáticas ou decretos reais de

1597 (de Felipe II) e 1739 (de D. João V) já não fazem referência a

dado que faz dos decretos instrumentos mais eficazes para a reconstrução da

história do pronome, que para a realização de sua intenção reguladora dos modos

de tratamento, mesmo porque até

$

%&

formas

com as quais as leis se preocupavam, restringindo seu emprego

também se

popularizaram entre os portugueses, sem, evidentemente, o sucesso e o alcance

(36)

O fato de não se legislar sobre a forma reverencial

demonstra

que, à época da publicação das leis, seu emprego já era de tal forma

generalizado,

que frustraria qualquer tentativa inibidora ou reguladora. Nesse

período de uso intenso, os fidalgos exigiam sua forma inicial, pronunciada

integralmente, banindo as foneticamente reduzidas, mas entre o povo, conviviam

as formas derivadas, inclusive aquela que tanto prestígio teria entre lusófonos de

todas as classes sociais, o pronome

.

Embora já de domínio popular, a expressão

continuou sendo

usada entre os nobres, denotando status social sempre inferior à

$

até o século XVIII, época em que já aparece com tom arcaizante.

A expressão

tem seu surgimento no século XVII, como uma das

formas resultantes dos desgastes fonético e semântico a que foi submetido o

outrora nobre tratamento cerimonioso,

. Concorrendo certamente

com rivais procedentes da mesma origem, o

se afirma como tratamento do

interlocutor em Portugal e no Brasil. Lá, como pronome intermediário entre

e o

senhor; aqui, como legítimo representante da segunda pessoa do discurso,

desbancou tanto as rivais corroídas quanto a originária, que deixou de circular

entre o final do século XVIII e início do século XIX..

O primeiro registro escrito de você data de 1666, em

'

&

(

, de

Francisco Manuel de Melo, o que nos faz concluir que sua circulação oral seja

anterior a essa data, em Portugal. No século XVIII, já conta com a supremacia da

escolha como tratamento não íntimo entre as camadas mais populares e, em

efeito “bumerangue”,

após a arcaização de

passa a ser usado

pelos nobres e pela alta sociedade.

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(37)

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Até o século XVII, as observações acerca da língua portuguesa versam

sobre a vertente europeia. A explicação para isso encontra se no fato de que, nos

primeiros séculos coloniais, não se pode falar ainda em constituição de um

conceito de brasilidade, já que os primeiros colonos dispersos no imenso território

se restringiam a relações delimitadas geograficamente, pouco ou nada se

comunicando com outras regiões, pois, como reclamavam os primeiros jesuítas,

era mais fácil ter notícia de Portugal que de outra parte do Brasil.

Grosso modo, havia, na América portuguesa, nos séculos iniciais da

colonização, os sistemas familiares fechados do Nordeste canavieiro e o

aventureirismo

próprio dos portugueses que desembarcavam ao Sul do país.

Objetivando superar o clima inóspito e a adversidade cultural que o contato com

outra “raça” desencadeava, as línguas gerais prevaleciam na restrita comunicação

colonial até o século XVII.

Em meados do século XVIII, a língua que viria a se tornar hegemônica no

Brasil ainda não vingara. Somente na segunda metade desse século começa a

haver observações sobre a língua portuguesa em uso no Brasil, que, agora

obrigatória por meio da imposição da política pombalina, já começa a apresentar

singularidades em relação à língua portuguesa falada em Portugal.

É interessante, a esse propósito, estudar a maneira como é apresentada a

personagem do brasileiro no teatro português da segunda metade do século

XVIII e dos primeiros anos do século XIX. Trata se do brasileiro rico de

origem européia, chamado quase sempre ‘mineiro’. A primeira alusão à

maneira de falar desse tipo de personagem aparece numa peça de 1788 ()

* % + ,. É necessário, no entanto, esperar ) #

ou ) - * , de Manuel Rodrigues Maia (comédia transmitida por

um manuscrito da Biblioteca Nacional de Paris copiado em 1818, mas que

(38)

caracterizadores da língua da personagem : + (diga me), * (de lá),

emprego generalizado de você, etc. (TEYSSIER, 2001, p. 96)

Sabendo se que a maior

parte dos colonos portugueses que vieram ao

Brasil pertenciam às camadas populares e que, dentre os indivíduos dessa

camada, era corrente desde o século XV o emprego de

, pode se

concluir que, desde muito cedo, essa forma desembarcou no Brasil, ao lado do

denotador de intimidade e proximidade.

Durante os séculos XVII e XVIII, quando se intensifica a migração de

portugueses para o Brasil, atraídos pela descoberta das minas de

ouro e

diamantes, já era corrente entre as populações pobres portuguesas o emprego

de

, que ainda guardava em Portugal, apesar do evidente desprestígio social

entre as camadas mais elevadas, um caráter distanciador e não íntimo, que

permanece, em território lusitano, até os dias atuais.

Cabe determinar o que levou à dissociação entre o sistema de tratamento

português e brasileiro, fato documentado a partir do século XVIII, em que, como

visto, já há alusões à opção majoritária brasileira

por

de acordo com

Teyssier (2004).

A partir dos primeiros momentos do processo colonizador, chegou ao

território brasileiro várias formas de se dirigir ao interlocutor: tanto o

quanto o

e o

, além de outras variantes de

Quando, no século XVIII, a língua portuguesa finalmente torna se

preponderante

no

Brasil,

se

arcaizava

e

tendia

ao

desaparecimento na linguagem oral, mesmo em Portugal, cedendo espaço às

formas fonética e semanticamente corroídas, dentre as quais, a mais bem

sucedida –

Portanto

teve caminhos similares em ambos os

países, saindo de circulação em períodos semelhantes. Resta entender o motivo

(39)

senhor – com sua gradação semântica, do mais íntimo ao menos íntimo; do mais

solidário ao mais hierárquico; do mais irreverente ao mais polido, além do êxito de

%&

.

e, no Brasil, um sistema dual – você ou tu, o senhor , com

oposições ao invés de gradações.

Em primeiro lugar, a disputa por formas de tratamento expoentes de prestígio

social ocorria nas camadas mais elevadas da sociedade portuguesa. Nas

camadas populares, universalizou se o emprego de

, cujo uso

intenso levou à erosão já aludida. Vossa Mercê já traduzia o respeito diferenciador

de um

entre os mais humildes e já lhes satisfazia a vaidade, qualidade própria

de qualquer português. É por esse motivo que não houve no Brasil o êxito que

%&

, tratamento requerido pela aristocracia, teve em Portugal. Ora,

os setores mais elevados da sociedade portuguesa estavam envolvidos com os

negócios na Ásia, até então mais promissores que os do América. Restou para a

colonização brasileira a grande massa de desprovidos, que vislumbravam no

continente americano a possibilidade de ascensão social, que não viam na terra

natal. Vossa Excelência não fazia parte do repertório dessa camada social, o que

explica o fato de esse tratamento, no Brasil jamais ter tido lugar fora de situações

protocolares, como por exemplo, nas audiências do senado federal. Mesmo em

entrevistas com o presidente da República, contenta se com um respeitoso

Se a exposição de qual parcela da sociedade portuguesa veio ao Brasil

explica o insucesso de

%&

em território nacional, não explica, no

entanto, a forte concorrência entre você e

, no direcionamento íntimo ao

interlocutor, fato não observado em Portugal, nem dentre os mais humildes.

Na procura por fatores condicionantes do bem sucedido emprego do

pronome

, no Brasil, chegou se a facetas do caráter português pouco

conhecidas entre brasileiros, cujas características psicológicas e sociais, muitas

(40)

planejamento, desprezo à hierarquia, tendência à simetrização das relações –

creditavam se aos elementos africano e indígena.

Por mais que esses dois últimos elementos fundadores

da chamada

brasilidade tenham contribuído para dar ao caráter e à língua brasileiros suas

feições atuais, a realidade é que, sem dúvida, nesse processo hibridante, a

contribuição portuguesa sobrepuja as demais.

É herança lusitana nosso “amor” ao conhecimento superficial e de

aparência, como bem retrata Machado de Assis em

/ *

0 1

. É lusitana nossa mania nacional de tratar filhos e filhas por príncipes e

princesas, de nomear estabelecimentos comerciais com títulos de nobreza –

)

2

, resquício de nosso passado colonial e

monárquico e, mais que isso, produto do nosso herdado sentimento de fidalguia e

desejo de nobilitação, que paradoxalmente, faz o brasileiro buscar ser nobre e

solidário: uma nobreza à portuguesa, aquela que não raro come à mesa com a

criadagem.

A fatia da população portuguesa que se desloca ao Brasil já havia sido

contaminada com a tão aludida mania de ostentação e fidalguia das classes

aristocratas portuguesas. O desejo de nobilitação era comum a todo humilde

português que buscou fora de seu país a chance de enobrecer se por meio das

novas possibilidades comerciais que se desenvolviam e da consequente

mobilidade social, muito mais flexível aos desprovidos, que em sua terra natal.

Não só a burguesia urbana mas os próprios labregos deixavam se

contaminar pelo resplendor da existência palaciana com seus títulos e

honrarias. (BUARQUE DE HOLANDA, 1995, p. 36)

Pertencer à nobreza de direito ou à de fato era aspiração corrente de toda a

sociedade, como no caso dos senhores de engenho no Brasil colonial. Assim,

(41)

freqüentemente desejava o enriquecimento não como um fim em si

,

mas como meio de enobrecimento, interrompendo o ciclo capitalista poupança

investimento e direcionando seus recursos para a compra de títulos

nobiliárquicos, cargos enobrecedores, terras improdutivas e palácios

dispendiosos – aquilo que Fernand Braudel chamou de ‘traição da burguesia’

a seus ideais supostamente capitalistas. Este fenômeno, particularmente

intenso em Portugal

,

foi fustigado pela crítica do mordaz Gil Vicente, entre outros. (WEHLING,1999, p. 26)

Chegando ao Brasil, estimulados pela propaganda pró emigração, os

portugueses tinham exacerbado sua fidalguice: eram descendentes da ilustre e

orgulhosa nação portuguesa, cujos feitos cantados por Camões os engrandeciam.

Além disso, eram os desbravadores, os dominadores, aqueles que subjugariam as

raças tidas como inferiores e carentes de civilização e catequização, na América

portuguesa.

Os colonos, “nobres” portugueses entre índios, negros e mestiços, não

poderiam admitir um tuteamento plebeu e aproximativo. Haviam de marcar sua

nobre posição com um tratamento mais cerimonioso, que, à época, mesmo no

Brasil, o

ainda carregava. Passaram a dar e receber

e suas formas

correlatas –

,

e outras

, que foram suplantadas pela bem

sucedida forma abreviada, respondendo a uma tendência natural da língua à

economia de esforços e a simplificação e acomodação de palavras muito

empregadas.

O

, marca da anterior situação plebéia do colono, na Europa, passa a ser

desprezado no Brasil, onde a simples menção à origem portuguesa já fazia do

cidadão um ser diferenciado, distinto da turba cabocla. Em Portugal, o povo,

embora com desejos nobilitantes, continuava plebeu, com nada que o tornasse

distinto pelo simples fato de ser português, em nação portuguesa. Lá, o

se

consolida em relações solidárias e, no século XX, ascende a todos os níveis

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