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Paisagem e urbanidade: os limites do projeto urbano na conformação de lugares em...

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Academic year: 2017

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(1)

Te se d e Do uto ra d o

G la uc o d e Pa ula C o c o zza

O rie nta d o ra

Pro fa . Dra . C a tha rina Pinhe iro C o rd e iro d o s Sa nto s Lima

Unive rsida de de Sã o Pa ulo

Fa c uld a d e d e Arq uite tura e Urb a nismo

Pa isa g e m e Am b ie nte

(2)

Pa isa g e m e Urb a nid a d e

O s lim ite s d o p ro je to urb a no na c o nfo rm a ç ã o d e lug a re s e m Pa lm a s

G la uc o d e Pa ula C o c o zza

Te se d e Do uto ra d o a p re se nta d a à Fa c uld a d e d e Arq uite tura e Urb a nismo d a Unive rsid a d e d e Sã o Pa ulo p a ra o b te nç ã o d o título d e Do uto r e m Arq uite tura e

Urb a nismo

Áre a d e C o nc e ntra ç ã o : Pa isa g e m e Amb ie nte

O rie nta d o ra : Pro fa . Dra . C a tha rina Pinhe iro C o rd e iro d o s Sa nto s Lima

(3)

PARA FINS DE ESTUDO E PESQ UISA, DESDE Q UE C ITADA A FO NTE.

E-MAIL: g c o c o zza @ uft.e d u.b r / g la uc o _c o c o zza @ ya ho o .c o m.b r

C o c o zza , G la uc o d e Pa ula

C 667p Pa isa g e m e urb a nid a d e : o s limite s d o p ro je to urb a no na c o nfo rma ç ã o d e lug a re s e m Pa lma s / G la uc o d e Pa ula C o c o zza . --Sã o Pa ulo , 2007.

253 p . : il.

Te se (Do uto ra d o - Áre a d e C o nc e ntra ç ã o : Pa isa g e m e Amb ie nte ) - FAUUSP.

O rie nta d o ra : C a tha rina Pinhe iro C o rd e iro d o s Sa nto s Lima

1.Esp a ç o s livre s 2.Esp a ç o p úb lic o 3.Esp a ç o urb a no - Pro je to 4.Pa lma s (TO ) I.Título

(4)
(5)

A g r a d e c i m e n t o s

Ag ra d e ç o ,

Prime ira me nte a Lilia ne , q ue a té o último mo me nto me d e u fo rç a s p a ra q ue e u p ud e sse tê -lo c o nc luíd o ;

a minha fa mília , q ue so ub e me a p o ia r e m to d a s a s d e c isõ e s; a C a tha rina Lima , q ue me insp ira na a rte d e e nsina r;

a o s p ro fe sso re s d a s d isc ip lina s d a FAU-USP, Jo rg e O se ki, Pa ulo Pe lle g rino , Eulle r Sa nd e ville e He lia na C o min Va rg a s;

a Ma no e l Ro d rig ue s Alve s e C a rlo s Ro b e rto Mo nte iro And ra d e , d a EESC , q ue na fa se fina l d e ssa jo rna d a p ro p o rc io na ra m no va s visõ e s so b re o urb a no ; a o s p ro fe sso re s e c o le g a s d o c urso d e C a p a c ita ç ã o e m Arq uite tura Pa isa g ístic a , p e sso a s inc ríve is q ue tra nsmitira m no vo s c o nhe c ime nto s;

a o s c o le g a s d e Vo tup o ra ng a , q ue e m d isc ussõ e s info rma is me a jud a ra m a d e se nvo lve r e sse te ma ;

a o s p ro fe sso re s d o c urso d e a rq uite tura e à UFT, q ue p o ssib ilita ra m uma ma io r d e d ic a ç ã o a e ste tra b a lho ;

a Luiz Hild e b ra nd o , C é sa r d e Sa ntis, Da nie la Fig he ra , Simo ne , C hiq uinha , e a to d a s a s p e sso a s d a SEDUH , SEMUC e ADTO , q ue me a jud a ra m ne ssa p e sq uisa ;

a Wa lfre d o Antune s, q ue e m lo ng a s c o nve rsa s me fe z c o mp re e nd e r um p o uc o ma is so b re a c id a d e q ue p ro je ta ra ;

a Ra ul Pe re ira e a o s no vo s a mig o s d a a rq uite tura p a isa g ístic a , q ue b a ta lha m p o r uma no va p a isa g e m na s c id a d e s;

a Ne uza , Da lva e d o na C issa , p e sso a s q ue a p re nd i a a d mira r; a o a luno Da nie l Pime nte l, q ue me a p re se nto u à sua Vila Uniã o ; a o s a luno s d o c urso d e a rq uite tura Re yffe r e G e ó rg ia ;

a o s ve lho s e no vo s a mig o s d e Sã o C a rlo s, c id a d e q ue no va me nte e ste ve p re se nte e m minha tra je tó ria a c a d ê mic a ;

a o s no vo s a mig o s d e Pa lma s;

(6)

R e s u m o

Na re c e nte histó ria urb a na , Pa lma s, a ma is no va c id a d e p la ne ja d a b ra sile ira , se d e p a ra na a tua lid a d e c o m q ue stõ e s e c o nflito s q ue me smo o p la ne ja me nto urb a no nã o c o nse g uiu e vita r. Este tra b a lho id e ntific a a g ê ne se urb a na d a Vila Uniã o , re g iã o d e Pa lma s na q ua l o d e te rminismo d o p la no c o nfro nta c o m fo rma s e sp o ntâ ne a s d e a p ro p ria ç ã o , e c ria uma no va fa c e na c o nfo rma ç ã o d e lug a re s. Se u p ro c e sso d e o c up a ç ã o c o nstruiu um e sp a ç o urb a no e sp e c ífic o , re sulta nd o e m uma o utra urb a nid a d e . A c o nte sta ç ã o id e ntitá ria c o nfig uro u sua q ua lid a d e e sp a c ia l, c a ra c te riza d a p e la e sfe ra p úb lic a d a vid a c o tid ia na .

A hip ó te se c e ntra l q ue p e rme ia e ste tra b a lho é q ue o s lug a re s

(7)

A b s t r a c t

In the re c e nt urb a n histo ry, Pa lma s, the ne we st Bra zilia n p la nne d c ity, a c tua lly c o nfro nt ma ny q ue stio ns tha t e ve n the urb a n p la nning c a nno t a vo id . This wo rk a ims id e ntify the mo rp ho lo g ic a l g e ne sis o f Vila Uniã o , a ne ig hb o rho o d unity in Pa lma s, whe re the d e te rminism o f the p la n c o nfro nt with the sp o nta ne o us a p p ro p ria tio ns fo rms, a nd c re a te a ne w fa c e in the c o nstitutio ns o f p la c e s. Yo ur o c c up a tio n p ro c e ss b uilt a sp e c ific urb a n sp a c e , re sulting in urb a nity. The id e ntita ry c o nte sta tio n c o nfig ure d yo ur sp a tia l q ua lity, c ha ra c te rize d b y the p ub lic sp he re o f q uo tid ia n life .

(8)

L i s t a d e F i g u r a s

Fig . 01 Fig . 02 Fig . 03 Fig . 04 Fig . 05 Fig . 06 Fig . 07 Fig . 08 Fig . 09 Fig . 10 Fig . 11 Fig . 12 Fig . 13 Fig . 14 Fig . 15 Fig . 16 Fig . 17 Fig . 18 Fig . 19 Fig . 20 Fig . 21 Fig . 22 Fig . 23 Fig . 24 Fig . 25 Fig . 26 Fig . 27 Fig . 28 Fig . 29 Fig . 30 Fig . 31 Fig . 32 Fig . 33 Fig . 34 Fig . 35

Mo d e lo d e Unid a d e d e Vizinha nç a d e Pe rry... Pla no d e Fo re st Hill e imp la nta ç ã o d e Ra d b urn... Unid a d e d e Vizinha nç a d e Bra sília ... Pla no p ilo to d a TO D e d e ta lhe d e se u c e ntro c o me rc ia l... O rg a niza ç ã o d o s e sp a ç o s livre s e á re a c o me rc ia l: TO D... Rua s e c a lç a d a s; Rua s a trá s d a s c a sa s... Pla no TND... Mo d e lo c e ntra liza d o e multifo c a l... Pla nta d e Ro ma mo stra nd o a s a ve nid a s a b e rta s p o r Sisto V... Ab e rtura d a s a ve nid a s e m Pa ris e p ro je to d e Wa shing to n... Vie na a nte s d e d e p o is d e sua inte rve nç ã o urb a na ... Estud o d a a xia lid a d e d a tra ma urb a na d e Lo nd re s... Esb o ç o d a c o ne c tivid a d e d e fluxo s p a ra o e sp a ç o ... Fluxo s e c o nc e ntra ç ã o d e p e sso a s na Tra fa lg a r Sq ua re , Lo nd re s... Re la ç ã o e ntre e sp a ç o livre e e d ific a ç ã o na s sup e rq ua d ra s d e Bra sília .. Pia zza Sa n Ma rc o e Pia zza d e l C a mp o ………... Mo d e lo q ue ne g a a s inte rfa c e s e mo d e lo urb a no c o m inte rfa c e s... Siste ma s d e e sp a ç o s livre s e m Ro ma e na c id a d e d e La Pla ta ... Pla no d e C e rd a p a ra Ba rc e lo na ... Ma q ue te d e uma q ua d ra d e Ba rc e lo na ... Siste ma d e Esp a ç o s livre s e m um p ro je to d e uso urb a no d e uso misto .... Ma p a d a lo c a liza ç ã o d o Esta d o d o To c a ntins e d a c id a d e d e Pa lma s. Lo c a liza ç ã o d a c id a d e e ntre a Se rra e o futuro La g o ... Pla no d e C ha nd ig a rh e d e Pa lma s... Pe rsp e c tiva g e ra l d o p la no d e Pa lma s... Mo d e lo d e Unid a d e d e Vizinha nç a d e Pe rry e d e Pa lma s... Pra ç a d o s G ira ssó is: ma rc o ic o no g rá fic o d a c id a d e ... Áre a s d e p re se rva ç ã o e p ro te ç ã o d e Pa lma s... Áre a s d e C o nse rva ç ã o p ro p o sta s p e lo No vo Pla no Dire to r d e Pa lma s... Esp a ç o livre utilitá rio d a c id a d e : Ave nid a Te o tô nio Se g ura d o ... C he g a d a a Pa lma s – Iníc io d a s o b ra s... Pro c e sso d e imp la nta ç ã o e urb a niza ç ã o d a C id a d e ... Pe rsp e c tiva d a c id a d e na a p re se nta ç ã o d o p ro je to ... Eta p a s d e c re sc ime nto d a c id a d e a té o a no d e 2010... O c up a ç ã o d a c id a d e a té 2002...

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114 115 116 118 119 119 120 121 121 122 123 126 127 128 129 129 131 133 134 135 136 136 137 138 140 141 143 148 149 150 151 152 153 154 155 157 158 Ta b e la d e c usto s to ta is d e se rviç o s urb a no s...

Mo rfo lo g ia d o Pla no d e Pa lma s e Mo rfo lo g ia a tua l d a c id a d e ... Pro je to p a ra a s p rime ira s q ua d ra s d e Pa lma s e Q ua d ra ARSE 51... Prime ira Missa C a mp a l na Pra ç a d o s G ira ssó is... Asp e c to d a Pra ç a d o s G ira ssó is no iníc io d e Pa lma s... Pro c e sso d e id e a liza ç ã o e fa se d a c o nstruç ã o d a Pra ç a d o s G ira ssó is.. Asp e c to inic ia l e a tua l d a Pra ç a d o s G ira ssó is... Asp e c to inic ia l d o Pa ç o Munic ip a l e d o Bo sq ue d o s Pio ne iro s... Antig a Pra ia d a G ra c io sa q ua nd o a ind a no Rio To c a ntins... O rla d a G ra c io sa no La g o c o nstruíd o no Rio To c a ntins... Ap ro p ria ç ã o d a s Ma rg e ns d o La g o : Pra ia d o Pra ta e d a Arno ... Lo c a liza ç ã o d a c id a d e e p ro je to d o Pa rq ue C e sa ma r... O s ja rd ins c o mo ima g e m d a c id a d e ... Ab e rtura d a Ave nid a Te o tô nio ... Tre c ho d a Ave nid a c o m o Pa lá c io Ara g ua ia a o Fund o ... C ro q ui d o G rup o 4 ilustra nd o o c o nte xto urb a no e p a isa g ístic o ... Prime ira fo to : tre c ho to ta lme nte d e va sta d o d a a ve nid a ... O c up a ç ã o d o Ja rd im Aure ny e m 1994... Áre a d o Pa la c inho no iníc io d e Pa lma s... Limite s d e finid o s p e lo d e se nho ... Prime ira s c o nstruç õ e s d a Vila Uniã o ... De ta lhe d e C a sa c o m o lo g o tip o d o Jo ã o d e Ba rro ... Prime ira s c o nstruç õ e s d a Vila Uniã o ... Pla no d e Pa lma s e d e ta lhe d a s trê s q ua d ra s q ue c o mp õ e m a VU... Lo c a liza ç ã o d a s Fe ira s 304S (AESE 31) e 307N(ARNO 33)... C e na s d o Me rc a d o d a 307N e m uma ma nhã d e d o ming o ... C e na s d o c o tid ia no na s rua s d a Vila Uniã o ... Princ íp io d e d ivisã o d a ma lha d a s q ua d ra s c o m se us a c e sso s... Lo c a liza ç ã o d a Vila Uniã o e Q ua d ra s C e ntra is... Ma p a d e De nsid a d e Po p ula c io na l d e Pa lma s... Ma p a d e o c up a ç ã o Te rrito ria l d a C id a d e d e Pa lma s... Ma p a d e uso p ro p o sto p a ra a Vila Uniã o ... Pro je to d ife re nc ia d o p a ra a ARNO 32... Q ua d ra d e Pa lma s c o m ma rc a s imp re ssa s no e sp a ç o ... Vila Uniã o se g uind o a s p re missa s d e sua c o nfo rma ç ã o ... Ho rta c o munitá ria d a Arno 33 g e rid a p e la c o munid a d e lo c a l... Q ua d ra s C e ntra is se g uind o p re missa s d o p la no ... Fig . 36

(10)

159 160 162 163 164 167 167 168 169 170 170 171 172 172 173 174 175 176 176 177 178 179 180 180 181 182 182 183 183 187 188 189 190 190 191 192 193 Q ua d ra s C e ntra is na a tua lid a d e ...

Ima g e m sínte se d a s p ro p o sta s e la b o ra d a s no Pla no Dire to r d e Pa lma s. Pla no d ire to r d a c id a d e c o m a s “ á re a s” p ré -e sta b e le c id a s... Dua s p rinc ip a is c e ntra lid a d e s: Pa lma s C e ntro e Ta q ua ra lto ... C e ntra lid a d e s d e uma q ua d ra c e ntra l: c o mé rc io , p ra ç a e e sc o la ... C e ntra lid a d e s c o nso lid a d a s na re g iã o c e ntra l... Pra ç a c e ntra l d a Arse 12... C e ntra lid a d e s d a Arse 13... C e ntra lid a d e d a Arse 14 – c o mé rc io junto a Pra ç a ... C e ntra lid a d e s c o nso lid a d a s na Vila Uniã o ... C e ntra lid a d e s d a Vila Uniã o ... C o mé rc io vic ina l d a Arno 32: c e ntra lid a d e d o p ro je to ... C e ntra lid a d e c o nfo rma d a no inte rio r d a Arno 31... C e ntra lid a d e no a c e sso viá rio e ntre a Arno 31 e 32... C e ntra lid a d e na e ntra d a d a q ua d ra Arno 33... Esq ue ma a xia l d a c id a d e d e Pa lma s... C o njunto d e p ra ç a s p la ne ja d a s p a ra a re g iã o c e ntra l... C o ne c tivid a d e e p o nto s d e a tra tivid a d e na re g iã o c e ntra l... C o ne c tivid a d e e p o nto s d e a tra tivid a d e na Vila Uniã o ... C o mé rc io Vic ina l d a Arse 14 e Arno 32... Esq ue ma d e a c e sso s na s q ua d ra s c e ntra is e na Vila Uniã o ... Muro s no s limite s d a s q ua d ra s... Mo d e lo d e a xia lid a d e p a ra a s q ua d ra s c e ntra is... Po nto s d e c o ne xõ e s na re g iã o c e ntra l... Fo to a é re a d o c o me rc io vic ina l d a Arse 12... Axia lid a d e d o p ro je to o rig ina l e c o mo e la se e nc o ntra na a tua lid a d e ... Po nto s d e C o ne xã o na Vila Uniã o ... Po nto s d e c o ne xã o e ntre a s via lo c a is e a a ve nid a s a rte ria is... C a minho s fe ito s p o r p e d e stre s... Mo vime nto s e p e rma nê nc ia s na Áre a C e ntra l a na Vila Uniã o ... C o mé rc io vic ina l d a Arse 12 e m uma te rç a -fe ira à ta rd e ... Pra ç a d a Arse 14 e m uma te rç a -fe ira à ta rd e ... Pra ç a d a Arno 31(a p rime ira q ua d ra d a Vila Uniã o ) te rç a -fe ira à ta rd e .. C e ntro c o me rc ia l d a Arno 33 te rç a -fe ira à ta rd e ... Mo vime nto s e p e rma nê nc ia s na Áre a C e ntra l a na Vila Uniã o ... C e na s c a p ta d a s na á re a c e ntra l na q uinta -fe ira ... Pe sso a s a ssistind o a missa na p ra ç a d a Arse 12... Fig . 73

(11)

Mo vime nto s e p e rma nê nc ia s na Áre a C e ntra l a na Vila Uniã o ... Arno 33 d o ming o p e la ma nhã ... Esp a ç o s p riva d o s e e sp a ç o s livre s d a s q ua d ra s c e ntra is... Pra ç a d a Arse 14... Muro s d o s lo te s re sid e nc ia is q ue limita m o e sp a ç o p úb lic o d o p riva d o .. C a lç a d a s q ue nã o p ro mo ve urb a nid a d e ... Fo to s d a Arse 21... Esp a ç o s p riva d o s e livre s d a Vila Uniã o ... Esp a ç o s e d ific a d o s e nã o e d ific a d o s d a s q ua d ra s c e ntra is... C e ná rio s d o c o tid ia no d a Vila Uniã o ... Áre a s e d ific a d a s e nã o e d ific a d a s d a Vila Uniã o ... Re la ç ã o e ntre a e sc a la d a a rq uite tura e d o e sp a ç o livre ... Tra nsfo rma ç ã o e ma nute nç ã o d a s c a ra c te rístic a s e d ilíc ia s: Vila Uniã o .. Ba rre ira s e xiste nte s na re g iã o c e ntra l... Ba rre ira s no e sp a ç o d a s q ua d ra s c e ntra is... Fo to a é re a d a p ra ç a c e ntra l d a Arse 12... Inte rfa c e s e xiste nte s na s q ua d ra s c e ntra is... Inte rfa c e s q ue o c o rre m na s q ua d ra s c e ntra is... Inte rfa c e na Arse 14... Ba rre ira s na Vila Uniã o ... Ba rre ira s na Vila Uniã o ... Inte rfa c e s na Vila Uniã o ... Fo to a é re a d a e ntra d a d a s Q ua d ra s Arno 32 e 33... De ta lhe d e inte rfa c e s na Vila Uniã o ... Dife re nte s mo me nto s d o p a isa g ismo d o s c a nte iro s e ro ta tó ria s... Pa isa g e m d a s a ve nid a s a rte ria is na re g iã o c e ntra l... Esp a ç o s ve rd e s na á re a c e ntra l... C a ra c te riza ç ã o d o s d e Esp a ç o s livre s Ve rd e s na re g iã o c e ntra l... Esp a ç o s ve rd e s to ta lme nte mo d ific a d o s: re g iã o c e ntra l... Esp a ç o s ve rd e s p e rte nc e nte s a o siste ma viá rio d e Pa lma s... C a nte iro s c e ntra is e p a sse io d e p e d e stre s na Arse 14... Esp a ç o s ve rd e s q ue so fre ra m inte rve nç ã o p ro je tua l... Áre a d a Pra ç a d a Arse 12 se m inte rve nç ã o c o m a s e sp é c ie s na tiva s... Pra ç a d a Arse 13 c o m sua ve g e ta ç ã o na tiva inc o rp o ra d a a o p ro je to ... Esp a ç o s ve rd e s q ue nã o so fre ra m inte rve nç ã o p ro je tua l... Esp a ç o s ve rd e s se m inte rve nç ã o p ro je tua l... Arb o riza ç ã o d a q ua d ra c e ntra l... Fig . 110

Fig . 111 Fig . 112 Fig . 113 Fig . 114 Fig . 115 Fig . 116 Fig . 117 Fig . 118 Fig . 119 Fig . 120 Fig . 121 Fig . 122 Fig . 123 Fig . 124 Fig . 125 Fig . 126 Fig . 127 Fig . 128 Fig . 129 Fig . 130 Fig . 131 Fig . 132 Fig . 133 Fig . 134 Fig . 135 Fig . 136 Fig . 137 Fig . 138 Fig . 139 Fig . 140 Fig . 141 Fig . 142 Fig . 143 Fig . 144 Fig . 145 Fig . 146

(12)

228 229 229 229 230 230 231 231 232 233 Arb o riza ç ã o na s c a lç a d a s d a re g iã o c e ntra l...

Arb o riza ç ã o na Vila Uniã o ... Arb o riza ç ã o no s lo te s p a rtic ula re s d a Vila Uniã o ... C a ra c te riza ç ã o d o s Esp a ç o s Ve rd e s na Vila Uniã o ... Esp a ç o s ve rd e s mo d ific a d o s e c o m no va ve g e ta ç ã o ... C a nte iro s c e ntra is d a s a ve nid a s... Esp a ç o s livre s ve rd e s q ue so fre ra m inte rve nç ã o p ro je tua l... Pra ç a c e ntra l d a Arno 33... Esp a ç o s livre s ve rd e s p a rc ia lme nte mo d ific a d o s... C e na s d o c o tid ia no e d o s e sp a ç o s livre s se m inte rve nç ã o p ro je tua l... Fig . 147

(13)

L i s t a d e s í m b o l o s , a b r e v i a t u r a e s i g l a s

SEC RETARIA MUNIC PAL DE C ULTURA

INSTITUTO DE PLANEJAMENTO URBANO DE PALMAS

SEC RETARIA DE DESENVO LVIMENTO URBANO E HABITAÇ ÃO ÁREA RESIDENC IAL SUDESTE

ÁREA RESIDENC IAL NO RO ESTE ÁREA RESIDENC IAL NO RDESTE ÁREA RESIDENC IAL SUDO ESTE ÁREA C O MERC IAL NO RDESTE ÁREA PÚBLIC A MUNIC IPAL ÁREA INSTITUC IO NAL ÁREA ESPEC IAL AVENIDA NO RTE - SUL AVENIDA LESTE -O ESTE

TRANSIT O RIENTED DEVELO PMENT

TRADIC IO NAL NEIG HBO RHO O D DEVELO PMENT UNIDADE DE VIZINHANÇ A

(14)

iii iv v vi vii xii De d ic a tó ria ...

Ag ra d e c ime nto s... Re sumo ... Ab stra c t... Lista d e Fig ura s... Lista d e Símb o lo s, Ab re via tura s e Sig la s...

S U M Á R I O

PRÓ LO G O...

And a nç a s...

INTRO DUÇÃO ... Em b usc a d a urb a nid a d e ... Me to d o lo g ia ... Estrutura d o tra b a lho ...

Ca pítulo 01 – e spa ç o , lug a r e pa isa g e m... A p ro d uç ã o d o Esp a ç o ... A na ture za da, na e para a c id a d e ... Esp a ç o p úb lic o e urb a nid a d e ... A c ultura d o lug a r... A o rd e m d a d e so rd e m – o s uso s d o c o tid ia no ... A c ultura e o lug a r na c o nte mp o ra ne id a d e ...

Ca pítulo 02 – a urba nida de e m que stã o...

Uto p ia s e limite s d o p ro je to urb a no ... C a minho s d a urb a nid a d e ... O s limite s d a urb a nid a d e ...

Ca pítulo 03 – insc riç õ e s no e spa ç o de Pa lma s...

Do c o nc e ito a o c o nte xto ... A g ê ne se d o urb a nismo d e Pa lma s... O s lug a re s a nte s e d e p o is d a p o nte ... Esp a ç o e Pa isa g e m e m Pa lma s... Do p la no a c id a d e re a l: o s limite s d o p ro je to urb a no ...

(15)

110 118 128 132 134 139

145 147 148 161 173 184 196 208 218

235

243 Um b re ve histó ric o d a “ e sc ulha mb a ç ã o ”...

A fo rma ç ã o e tra nsfo rma ç ã o d o s e sp a ç o s p úb lic o s d e Pa lma s... Do c o nte xto a o lug a r – d ime nsõ e s d a p a isa g e m na Av. Te o tô nio ... As inva sõ e s b á rb a ra s... Vila Uniã o : um b a irro d e ntro d o p la no ... Q ua nd o o me rc a d o vira p ra ç a e a p ra ç a vira me rc a d o ...

Ca pítulo 04 – o s limite s do pro je to urba no na c o nfo rma ç ã o de lug a re s...

As c a te g o ria s d e a ná lise ... Fra g me nto s d e uma c id a d e re a l... Múltip la c e ntra lid a d e ... C o ne c tivid a d e ... Mo vime nto e p e rma nê nc ia no e sp a ç o ... Re la ç ã o e ntre e sp a ç o livre e c o nstruíd o ... Inte rfa c e ... Esp a ç o ve rd e ...

Co nside ra ç õ e s fina is...

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A n d a n ç a s

Ainda me le mb ro de minha é p o c a de c o me ç o do c urso de a rq uite tura no

Ma c ke nzie , isso e m 1993, q ua ndo um a mig o me c o nvido u p a ra ir a Pa lma s junto

c o m o utro s c o le g a s do c urso , a ma is no va c ida de p la ne ja da Bra sile ira e q ue e sta va

e m p le na c o nstruç ã o . Le mb ro -me de uma a ula de um p ro fe sso r fa la ndo so b re o

p la no da c ida de , ma s p a ra mim, G o iá s, To c a ntins, a inda e ra m lo c a is

de sc o nhe c ido s de minha no ç ã o a inda p e q ue na de Bra sil, q ue se limita va a o sul e

a o sude ste b ra sile iro , e a a lg uma s via g e ns p a ra o no rde ste e m fa mília q ua ndo

g a ro to .

Nã o fui a e ssa via g e m, uma p e na , ma s re c o rdo da s p e sso a s a o re g re ssa r de

lá re la ta ndo a s a ve ntura s e o s fa to s p e lo q ua l ha via m p a ssa do , muito s inusita do s, e

fiq ue i c o m a q ue la inve ja sa dia e fe liz p o r e le s q ue p ude ra m vive nc ia r ta l

e xp e riê nc ia , a c o nstruç ã o de uma no va c ida de .

Lo g o de p o is fui a Bra sília e m uma via g e m se me lha nte , e m um e nc o ntro de

e studa nte s de a rq uite tura de to do Bra sil. Era 1994, é p o c a de c o p a do mundo , Bra sil

te tra c a mp e ã o . Lá e sta va e u e m me io a o utro s e studa nte s na c a p ita l p la ne ja da de

me u p a ís, a s a ula s so b re a rq uite tura e urb a nismo a juda ra m a c o mp re e nde r

a lg uma s c o isa s, p o ré m e xp e rime nta r a se nsa ç ã o de e sta r no me io do Bra sil fo i p a ra

mim ma is e ntusia sma ste .

Alg uns a no s se p a ssa ra m q ua ndo vo lte i a Bra sília , já c o mo a rq uite to , ma s da í

a p a sse io , e p a ra a C ha p a da do s Ve a de iro s, um lo c a l má g ic o no inte rio r de sse p a ís.

Este fa to ve m a o c a so p o r uma simp le s c o nve rsa . Esta va e u c o nve rsa ndo c o m um

p rimo me u, q ua ndo p e rg unte i o nde iria da r a q ue la e stra da q ue p a ssa va p e la

c ha p a da , e le disse .... se vo c ê fo r se mp re e m fre nte c he g a rá e m Pa lma s, fic a ma is

o u me no s 700 km. Lo g o me le mb re i da q ue le me u a mig o de fa c ulda de e ima g ine i

c o mo e sta va lo ng e de c a sa e c o mo e sta va p e rto de ssa c ida de q ue p a ra mim só

e xistia na s a ula s de urb a nismo . Me smo c o m uma c o c e ira p a ra se g uir e m fre nte ,

a c a b e i re to rna ndo a Bra sília e p o ste rio rme nte a Sã o Pa ulo .

Vire i p ro fe sso r de a rq uite tura na Unive rsida de Fe de ra l de Ub e rlâ ndia , e p a ra

mim o c e rra do já nã o e ra a lg o dista nte , ma s p a rte do me u c o tidia no . Ne ssa c urta

e xp e riê nc ia p o r lá , da ndo a ula de urb a nismo e disc utindo so b re c ida de s

(17)

se r c o mp re e ndido . Na é p o c a te nte i o rg a niza r uma visita c o m o s a luno s e o utro s

p ro fe sso re s p a ra lá , ma s a distâ nc ia imp e diu q ue no sso e nc o ntro fo sse a nte c ip a do .

Era 2003, Ub e rlâ ndia tinha fic a do p a ra trá s, e a c a b a ra de ing re ssa r no

do uto ra do . Em julho fiz a lg o q ue há muito nã o fa zia , via ja r c o m me u p a i. Ele me

c o nvido u p a ra ir a uma fa ze nda de um a mig o no no rte de Ma to G ro sso . Nã o fa zia

idé ia p a ra o nde e sta va indo , ma s a c e ite i. Enc o ntre i c o m me u p a i e m Mina s G e ra is,

e fo mo s de c a rro e m dire ç ã o a o c e ntro do Bra sil, no va me nte . Pe la e stra da p a sse i

p o r G o iâ nia , ma s se g uimo s e m fre nte p o is a inda tínha mo s muito s kilo me tro s a

p e rc o rre r a té c he g a r a o no sso de stino . Um p o uc o a nte s de e sc ure c e r ve jo uma

p la c a , b e m vindo a o To c a ntins. Era re a l, e le e xistia , e e u e sta va lá . Ainda me le mb ro

de lig a r p a ra Lilia ne e c o nta r o nde e sta va , ha via p a ra do e m G urup i p a ra p e rno ita r.

Pa rtimo s na o utra ma nhã p a ra a fa ze nda . Pa ra lá c he g a r c ruza mo s o rio

Ara g ua ia de b a lsa p e la ma nhã , e p a ra me u e sp a nto vi c e nte na s de p e sso a s

a c a mp a da s na s sua s ma rg e ns. Esta va e m p le na te mp o ra da de ve ra ne io e a s

p e sso a s de ssa re g iã o se muda m p a ra o s b a nc o s de a re ia na é p o c a se c a . Ainda

le mb ro de me u p a i fa la ndo , “ e sse é um o utro Bra sil, G la uc o ”. Pa ra mim e ra me smo .

Fo mo s à fa ze nda , p a ssa mo s a lg uns dia s lá e c o me ç a mo s a via g e m de vo lta .

C ruza mo s no va me nte o Ara g ua ia , ma s de ssa ve z p a ra mo s e m um de sse s

a c a mp a me nto s p a ra c o me r a lg o , ne m le mb ro o q ue c o mi. C he g a mo s e m Pa ra íso ,

na b e ira da BR 153, q ue c ruza to do o Bra sil de no rte a sul. C o mo sa b ia q ue e sta va

p e rto de Pa lma s, a p e na s 80 km, nã o p ude de ixa r de p e dir a me u p a i p a ra lá p a ssa r,

p o is p re c isa va ve r e c o nhe c e r a q ue la c ida de p la ne ja da e m me io a o c e rra do

b ra sile iro . Atra sa mo s um p o uc o a no ssa vo lta , ma s me u de se jo fo i a te ndido . Já e ra

de no ite e re so lve mo s q ue iría mo s lá do rmir e se g uir via g e m na ma nhã se g uinte .

Pa ra íso e stá e m uma c o ta ma is a lta , e de lá já p ude ve r um c la rã o q ue ilumina va

uma no ite de julho de 2003, e ra Pa lma s. À me dida q ue p e rc o rría mo s a e stra da , o

c la rã o sumia e vo lta va , de p e nde ndo da sinuo sida de da p ista , a té q ue uma ho ra

e le a c e nde u de ve z. Ha vía mo s c he g a do a o o utro la do do rio , a b e ira de um la g o

re c é m c ria do , e q ue só de p o is fui sa b e r da sua histó ria . Uma p o nte me se p a ra va

da q ue le mo me nto , 8 km, p e rc o rrido s e m linha re ta , p o ré m c o m o o lha r se

mo vime nta ndo na b usc a de c o mp re e nde r a q ue le c o nte xto . No fim da p o nte , a

c he g a da , e e ra b e m no dia e m q ue o s jip e iro s do Ra lly do s Se rtõ e s de sc o b ria m a

(18)

Nã o e nte ndia dire ito o nde e sta va , ma s sa b ia do Pa lá c io , q ue lo g o vi a o

c ruza r a p o nte , e q ue a c ida de tinha um e ixo p rinc ip a l, ma s q ue nã o sa b ia o nde

fic a va e q ue ta mp o uc o se c ha ma va Te o tô nio Se g ura do .

A de sc o b rimo s à no ite e no s p re p a ra mo s p a ra via ja r no p ró ximo dia .

Le va nta mo s c e do e fo mo s c o nhe c e r no va me nte a c ida de p e la ma nhã a nte s de

se g uir via g e m, a lg uma s fo to s do p a lá c io , da Se rra q ue e ntã o surg ia c o m o

a ma nhe c e r, e me p re p a re i p a ra ir e mb o ra e m dire ç ã o a Sã o Pa ulo , g ua rda ndo

numa má q uina fo to g rá fic a a ntig a , to da ma nua l, re sta ura da e q ue le va ra na

via g e m p a ra uma e xp e rime nta ç ã o fo to g rá fic a , le mb ra nç a s de um lo c a l q ue há

muito q ue ria c o nhe c e r e q ue p e nsa va c o mig o q ue dific ilme nte vo lta ria .

Nã o se i se fo i o de stino , ma s vo lte i. Em uma re vira vo lta e m minha vida re so lvi

p re sta r um c o nc urso na Unive rsida de Fe de ra l do To c a ntins. Na é p o c a a s dúvida s

e ra m ma io re s q ue a s c e rte za s e p a ra c a da a mig o q ue c o nta va , re c e b ia c o m um

sina l de e sp a nto p e rg unta s c o mo , “ o q ue vo c ê e stá fa ze ndo da sua vida ? ” Até ho je

nã o se i. Le mb ro -me de re la ta r p a ra minha o rie nta do ra p a ra o nde e sta va indo , e m

um a lmo ç o no Ene p e a de Be lo Ho rizo nte e m 2004, c o nte i-lhe q ue a c a b a ra de se r

a p ro va do no c o nc urso e q ue e sta va p e nsa ndo e m me muda r p a ra Pa lma s. O

e sp a nto nã o fo i me no r, ma s a fo rç a da da me mo tivo u a se g uir e sse c a minho . E

se g ui.

Ante s de ir p a ra lá uma o utra a mig a me disse : sa b e q ue m ta mb é m mo ra e m

Pa lma s? O C é sa r, do Ma c ke nzie . Era me u a mig o q ue ha via me p e rg unta do na

(19)

E m b u s c a d a u r b a n i d a d e

O o lha r a te nto d o a rq uite to p o d e susc ita r d ife re nte s q ue stio na me nto s so b re a e sfe ra urb a na q ue o c e rc a e q ue o instig a . Vive nc ia r uma c id a d e p la ne ja d a é p re se nc ia r um la b o ra tó rio a c é u a b e rto , o nd e e sta s q ue stõ e s p o d e m se r le va nta d a s a tra vé s d e uma simp le s c a minha d a , d e uma simp le s mira d a p a ra a p a isa g e m, o u d e c o mp re e nsõ e s ma is sig nific a tiva s d e c o mo c o nfo rma r lug a re s. O s imp a c to s d e um p ro je to urb a no sã o re ve la d o s nã o só p e lo s a mb ie nte s físic o s c ria d o s, sua e strutura visíve l, ma s p e la d inâ mic a so c ia l q ue se c o nfo rma , sua e strutura invisíve l, à me d id a q ue o e sp a ç o se c o nso lid a .

A p ra tic a p ro je tua l d o a rq uite to e urb a nista ve m se nd o p o sta à p ro va p e lo s g ra d a tivo s, e no vo s p o sic io na me nto s q ua nto à ve rd a d e ira e fic á c ia d o mo d e lo te c nic ista d e inte rve nç ã o no e sp a ç o , d e sua p rá xis c o mo id e a liza d o r d e lug a re s. Sua e sp a c ia liza ç ã o , e sb a rra e m p re missa s c ultura is q ue ve m se nd o e stud a d a s p o r d ife re nte s g rup o s d e p ro fissio na is, ma s p rinc ip a lme nte p e la s c iê nc ia s huma na s, c o mo p o nto d e c o nve rg ê nc ia p a ra se c o nstruir um no vo mo d e lo .

È ne sse c e ná rio d e e nte nd ime nto q ue se p ro p õ e m o s e stud o s d a Pa isa g e m e Urba nida de : os limite s do proje to urba no na c onforma ç ã o de lug a re s e m Pa lma s.

A c id a d e d e Pa lma s, a última c id a d e p la ne ja d a b ra sile ira d o sé c . XX, a p re se nta e sse p a no ra ma , d e c o nflito s g e ra d o s p e lo tra ç a d o , p e lo o rd e na me nto d e um p la no d e te rminista , e p o r uma c o nd iç ã o c ultura l, p o lític a , e c o nô mic a e so c ia l, q ue c o nfro nta d ire ta me nte o e sp a ç o c o nc e b id o c o mo id e a l.

(20)

O tra b a lho p o ssui c o mo te ma p rinc ip a l a s inte rfa c e s e ntre a a rq uite tura (p ro je to ) e a so c ie d a d e (c ultura ), e e m q ue me d id a a c o nfo rma ç ã o d a p a isa g e m e d o s e sp a ç o s livre s p úb lic o s d e fine m e sse d iá lo g o .

Ne ste se ntid o , a hip ó te se c e ntra l q ue p e rme ia e ste tra b a lho é q ue os lug a re s c onforma dos nos limite s e ntre o proje to urba no e os proc e ssos

soc ia is, sã o os princ ipa is promotore s de ssa nova urba nida de.

As p re missa s d e ste tra b a lho se inic ia ra m no me stra d o , q ua nd o no e stud o d a s p ro p o siç õ e s urb a nístic a s suste ntá ve is, a a usê nc ia d a s d isc ussõ e s d o s c o nd ic io na nte s c ultura is na p ro d uç ã o e sp a c ia l, re ve la va m e ssa la c una no d isc urso a mb ie nta l. Ta is p ro p o siç õ e s d e fe nd ia m a te se d e q ue a e c o lo g ia , p ro mo vid a p e la suste nta b ilid a d e urb a na , é o p rinc ip a l c a minho p a ra a lc a nç a r e a ssim p ro mo ve r, um e q uilíb rio na re la ç ã o e ntre ho me m e na ture za , c ria nd o uma no va é tic a no d e se nvo lvime nto e m to d a s a s e sfe ra s d a so c ie d a d e e m p ro l d e um b e m c o mum, a ma nute nç ã o d o s re c urso s na tura is p a ra a s g e ra ç õ e s futura s.

Um no vo p a p e l d a urb a nid a d e , na é p o c a e nte nd id a c o mo c ivilid a d e , inic ia va o s q ue stio na me nto s so b re a p rá tic a d e p ro d uç ã o d o s e sp a ç o s a tra vé s d a d ime nsã o c ultura l d a suste nta b ilid a d e . A hip ó te se inic ia l a c o nc e itua va c o mo uma tría d e d e q ua lid a d e s q ue re sulta ria m d o e q uilíb rio e ntre : o urb a no , a mb ie nta l e c ultura l, fo rma nd o a b a se d a suste nta b ilid a d e c ultura l. A inve stig a ç ã o re ve lo u se u c a rá te r a d je tivo , c o nve rg ind o p a ra uma p e rc e p ç ã o d o s no vo s va lo re s q ua lita tivo s d o e sp a ç o .

A p e sq uisa d e limito u o e spa ç o livre urba no e sua p ro d uç ã o , c o mo

o b je to c e ntra l d e sta no va urb a nid a d e . A a b o rd a g e m d o s te ma s q ue e strutura m e sse c o nd ic io na nte q ua lita tivo d a s c id a d e s, se c a ra c te riza no s limite s e ntre ho me m e e sp a ç o . Limite s p a ra e sta p e sq uisa nã o se e vid e nc ia m c o mo b a rre ira s, c o mo fro nte ira s, ma s c o mo p o ssib ilid a d e s, p o te nc ia lid a d e s e c o mo inte rfa c e s.

(21)

d isc ussã o so b re o s re fle xo s d a p ro d uç ã o d o e sp a ç o so b uma ó tic a p ro g re ssista . Po ré m, a c id a d e id e a l e nc o ntro u va riá ve is re a is p a ra o se u d e se nvo lvime nto , d e sc a ra c te riza nd o e m p a rte o se u p ro c e sso d e c o nfo rma ç ã o , e vid e nc ia nd o o s c o nd ic io na nte s c ultura is, p o lític o s e a mb ie nta is q ue d e fine m uma no va c o nd iç ã o p a ra se u p ro je to .

O o b je tivo d o tra b a lho é id e ntific a r o s g ra us d e urb a nid a d e q ue se inse re m e m d ua s á re a s d istinta s d a c id a d e d e Pa lma s, a Vila Uniã o e a s q ua d ra s c e ntra is, d e finid o s p o r c a te g o ria s sub sta ntiva s e a d je tiva s no e sp a ç o , d e te rmina nd o e m q ue c irc unstâ nc ia s p ro je tua is e so c ia is o s lug a re s sã o c o nfo rma d o s.

M e t o d o l o g i a

O tra b a lho b usc o u no e stud o d e c a so um fo rte a p o rte p rá tic o p a ra o s sup o rte s te ó ric o -c o nc e itua is q ue e strutura m a p e sq uisa . A Vila Uniã o é um fra g me nto q ue c o ntra p õ e m a s d ire trize s d o p ro je to urb a no , c o nfe rind o -lhe uma o utra c o nd iç ã o q ua lita tiva .

O p rinc ip a l vié s te ó ric o e stá na c o nd iç ã o d ia lé tic a d o e sp a ç o , d e finid o p o r Milto n Sa nto s, p o r o b je to e a ç ã o . Em um p rime iro e nsa io , b usc o u-se o e nte nd ime nto so b re a p ro d uç ã o d o e sp a ç o e d a p a isa g e m, e se us c o nd ic io na nte s c ultura is d e c o nfo rma ç ã o . Pa ra o tra b a lho fo ra m e le nc a d o s q ua tro e ixo s te ó ric o s p a ra e xp lic ita r o c o nc e ito p ro p o sto , d e ntre o s q ua is: Esp a ç o Púb lic o , Lug a r, C o tid ia no e C ultura C o nte mp o râ ne a . Este s d e fine m c o mo o s p ro c e sso s so c ia is insc re ve m a s ma rc a s d a s d e te rmina d a s so c ie d a d e s, c a ra c te riza nd o a s e sfe ra s p úb lic a s e p riva d a s no e sp a ç o livre . Um se g und o e nsa io te ó ric o re fe re -se a o p ro je to urb a no , d e mo nstra nd o a s c a ra c te rístic a s c o nc e itua is, so c ia is, mo rfo ló g ic a s, e d e sinta xe e sp a c ia l, d e p a ra d ig ma s q ue te m c o mo p rinc íp io o o rd e na me nto urb a no .

(22)

p rimá ria . Pa ra a d e mo nstra ç ã o d a te se fo ra m c o mp a ra d a s d ua s á re a s d istinta s na c id a d e , a Vila Uniã o e a s Arse 12, 13 e 14, e sc o lhid a s p e lo s d ife re nte s p ro c e sso s d e c o nfo rma ç ã o e sp a c ia l.

Fo ra m fe ita s p e sq uisa s in lo c o , o b se rva nd o -se o s e le me nto s q ue fo rma ta m a s c a te g o ria s d e a ná lise e le nc a d a s p a ra e ste tra b a lho ; e ntre vista s c o m o a uto r d o p ro je to d a c id a d e , c o m o g o ve rna d o r q ue c rio u a Vila Uniã o , c o m o d ire to r d e p la ne ja me nto d a c id a d e , e c o m o s re p re se nta nte s d o s mo ra d o re s d a s q ua d ra s e stud a d a s, a lé m d e le va nta me nto s fo to g rá fic o s e d e sinta xe e sp a c ia l.

C o mo re fe re nc ia l te ó ric o , o s p rinc ip a is a uto re s utiliza d o s fo ra m: Ma rc Aug é , Ro sa lyn De utsc he , Mic ha e l d e C e rte a u, Ha nna h Are nd t, He nri Le fe b vre , Ed wa rd C a se y, No ra Ra b o tniko f, Ric ha rd Se nne tt, Rub e n Pe sc i, Ig na si d e So lá -Mo ra le s, Mike Fe a the rsto ne , Fé lix G ua tta ri, Milto n Sa nto s, Ma ria Âng e la Fa g g in Pe re ira Le ite , Ana Fa ni C a rlo s, Bill Hillie r, Ma ria Ela ine Ko lhsd o rf, Fre d e ric o d e Ho la nd a , O tília Ara nte s, Antô nio C a rlo s Ro b e rt Mo ra e s, Te re za C a ld e ira , He ito r Frug o li Jr. e Luc ré c ia Fe rra ra .

E s t r u t u r a d o T r a b a l h o

A te se se d ivid e e m q ua tro s c a p ítulo s p rinc ip a is. O p rime iro d isc ute o s a sp e c to s te ó ric o -c o nc e itua is d o s e ixo s e strutura nte s d e ste tra b a lho : o e sp a ç o p úb lic o , c o tid ia no , lug a r e c ultura . Essa d isc ussã o se b a se ia no s sig nific a d o s c o nte mp o râ ne o s d o e sp a ç o livre c o mo p rinc ip a l a rtic ula d o r d a e sfe ra p úb lic a , c o lo c a d o a q ui nã o só p e lo se u a p o rte físic o , ma s p e la d ime nsã o p o lític a e a b stra ta q ue e ste a b a rc a .

(23)

O te rc e iro c a p ítulo c a ra c te riza a c id a d e d e Pa lma s e o e stud o d e c a so , a Vila Uniã o , uma re g iã o d e ntro d o p la no q ue fo i o c up a d a a tra vé s d e uma inva sã o p ro mo vid a p e lo p o d e r p úb lic o , c o mo a ç ã o p o lític a c o ntra o g o ve rno a nte rio r, e so c ia l, já q ue c o nc e d e u a p o sse d a te rra a o s ha b ita nte s a té e ntã o e xc luíd o s d a á re a “ le g a l” d o p la no . O te xto p e rme ia a histó ria d a c id a d e , a c o nso lid a ç ã o d a d e so rd e m g e ra d a p e la g e stã o d o e sp a ç o urb a no , a fo rma ç ã o d o s e sp a ç o s p úb lic o s e a s trê s c a te g o ria s d e e sp a ç o s ve rd e s e xiste nte s.

(24)

A p r o d u ç ã o d o e s p a ç o

As c id a d e s se c o nfo rma m e se c o nstitue m p e la s d ife re nte s p rá tic a s so c ia is q ue p a rtic ip a m d o p ro c e sso d e c o nstruç ã o d o s e sp a ç o s, se ja m e le s c o nstruíd o s o u livre s, id e a is o u re a is, p ro je ta d o s o u e sp o ntâ ne o s, p a ra e m c a d a mo me nto d e sta re c e nte histó ria , na re la ç ã o te mp o -e sp a ç o , insc re ve r a s ne c e ssid a d e s huma na s d o s d ife re nte s g rup o s so c ia is no te rritó rio g e o g rá fic o p ro p o rc io na d o p e la na ture za p rime ira . A fo rma ç ã o d a urb e

ind ic a c a d a e ta p a d e ste p ro c e sso , sub sc re ve nd o histó ria s q ue c o nfo rma m a s p a isa g e ns, a s id e ntid a d e s e o s c o nte xto s c ultura is d e c a d a e sp a ç o urb a no .

Pro c e sso s d e tra nsfo rma ç ã o urb a na se mp re fo ra m c o nd ic io na d o s p e la c o nstruç ã o d e sua me mó ria e a e ssê nc ia d e se us fa to s c o le tivo s, uma ve z q ue a c id a d e (urb e ), e nq ua nto me io físic o , c o nc re tiza -se nã o d e mo d o unitá rio e c o e re nte , ma s sim d e mo d o fra g me nta d o e múltip lo e m uma e strutura e sp e c ífic a q ue , d e te rmina d a p e lo e sp a ç o c o le tivo urb a no , c o nstitui-se no lo c us d a c o munid a d e . (ALVES, 2006)

“ Na re a lid a d e , é o mo vime nto histó ric o d o p ro c e sso d e p ro d uç ã o e sp a c ia l q ue d e sve nd a o fa to d e q ue o e sp a ç o g e o g rá fic o nã o é ne m e te rno , ne m ine rte e imó ve l, e ta mp o uc o na tura l, ma s um p ro d uto c o nc re to d e re la ç õ e s so c ia is histo ric a me nte d e te rmina d a s.” (C ARLO S, 1994, p 33)

(25)

A c ria ç ã o d e uma no va c iê nc ia p a ra o e sp a ç o , p a ssa p e lo e nte nd ime nto d a s d ife re nte s p e rc e p ç õ e s d e sta s á re a s d e e stud o . Nã o p e la visã o ho lístic a e multid isc ip lina r p ro p a g a d a c o mo a id e a l p a ra a e la b o ra ç ã o d e e stra té g ia s q ue e ng lo b e m vá rio s c o nhe c ime nto s, já q ue se mp re e xiste a p ré -d isp o siç ã o p a ra a va lo riza ç ã o d e c e rta s e sp e c ific id a d e s d e ma io r a finid a d e d o p e sq uisa d o r, ma s p e la c o mp re e nsã o d o e sta d o d a a rte e m q ue se c o lo c a e ssa p ro d uç ã o na c o nte mp o ra ne id a d e .

A p ro d uç ã o d o e sp a ç o é a c iê nc ia d o uso , d a s ne c e ssid a d e s, d o s d e se jo s e d a s d ife re nte s p o ssib ilid a d e s d a a p ro p ria ç ã o huma na so b re a

na ture za . Se p a ra o g e ó g ra fo Milto n Sa nto s (1991, p 64), a p ro duç ã o do

e sp a ç o é re sulta do da a ç ã o do s ho me ns a g indo so b re o p ró p rio e sp a ç o , inte rme dia do s pe lo s o b je to s, natura is e a rtific ia is, p a ra a a rq uite ta Ko lhsd o rf (1996, p 18), q ua lq ue r e strutura ç ã o so c ia l nã o e xiste se m e sp a ç o. Ele é fruto d a s re la ç õ e s e d a histó ria d o ho me m c o m o c o nte xto q ue o c e rc a . As c id a d e s e nq ua nto p ro d uç õ e s so c ia is huma na s, d a s tro c a s, d o s fluxo s e d a c o nstituiç ã o d e so c ie d a d e s, re sulta m o ra se c o mp le ta nd o a o e sp a ç o g e o g rá fic o , o ra se o p o nd o a e le , d e te rmina nd o a sua so b re vivê nc ia .

“ A so c ie d a d e ta mb é m p ro d uz o e sp a ç o e p a ssa a te r d e le uma d e te rmina d a c o nsc iê nc ia . Re fe re -se a o fa to d e q ue o s ho me ns, a o p ro d uzire m se us b e ns ma te ria is e se re p ro d uzind o c o mo e sp é c ie , p ro d uze m o e sp a ç o g e o g rá fic o . Entre ta nto , d e p e nd e nd o d o mo me nto histó ric o o fa ze m d e mo d o e sp e c ífic o , d ife re nc ia d o d e a c o rd o c o m o e stá g io d e d e se nvo lvime nto d a s fo rç a s p ro d utiva s. O e sp a ç o p a ssa a se r p ro d uzid o e m funç ã o d o p ro c e sso p ro d utivo g e ra l d a so c ie d a d e .” (C ARLO S, 1994, p 22)

(26)

(2003), o e sp a ç o é a c o ntra diç ã o e ntre a s fo rç a s p ro dutiva s e a s re la ç õ e s so c ia is de p ro duç ã o e de p ro p rie da de.

Este se c o nstitui a tra vé s d a s e strutura s so c ia is, e c o nô mic a s, p o lític a s e c ultura is, d a s d ife re nte s so c ie d a d e s so b re a g e o g ra fia d e d e te rmina d a s p a isa g e ns. Em Pa lma s, o b je to d e ste tra b a lho , a inse rç ã o d e um no vo e sp a ç o urb a no no c e rra d o mo d ific o u g ra nd e p a rte d a c o nd iç ã o na tura l e xiste nte . A c id a d e se a p ro p rio u d a p a isa g e m p a ra a sua c o nfig ura ç ã o , tra nsfo rma nd o -a , mo ld -a nd o --a -a um-a no v-a e strutur-a urb -a n-a e so c i-a l.

“ C a d a tip o d e p a isa g e m é a re p ro d uç ã o d e níve is d ife re nte s d e fo rç a s p ro d utiva s, ma te ria is e ima te ria is, p o is o c o nhe c ime nto ta mb é m fa z p a rte d o ro l d e fo rç a s p ro d utiva s.” (SANTO S, 1991, p 64)

As e strutura s d e sta p a isa g e m, sínte se fo rma l e e sté tic a d a a p ro p ria ç ã o d o sup o rte físic o p e la so c ie d a d e , a lte ra m o s c o nd ic io na nte s q ue d ã o a e la le g ib ilid a d e s c o mo ta l, mo d ific a d a s p e la s a tivid a d e s só c io -e c o nô mic a s q ue d e fine m e c ria m o s e sp a ç o s d a s p rá tic a s huma na s, re sulta nd o e m uma na ture za se g und a , d o ho me m so b re a na ture za , e ntre o suje ito e o o b je to .

“ Se nsíve l c o mo visua lid a d e , a p a isa g e m é uma a p re e nsã o surp re e nd e nte d o re a l q ue , a o g a nha r visib ilid a d e , e só e ntã o , no s ind ic a inte rve nç õ e s e fo rma s d e o rg a niza ç ã o q ue me lho r p o d e m c o ntrib uir p a ra c o nc re tiza r a s a lte ra ç õ e s d e se ja d a s p e la so c ie d a d e , p a ra d a r um se ntid o à s a ç õ e s huma na s, p a ra p e rmitir ve r o e sp a ç o huma no e m p e rsp e c tiva .” (LEITE, 2004, p 54)

O e sp a ç o é o p ro d uto , muita s ve ze s ina c a b a d o , d a a b stra ç ã o p ro mo vid a p e la s a ç õ e s a ntró p ic a s. Se p a ra Le fe b vre , e ste é fruto d a p e rc e p ç ã o , d a vivê nc ia e d a c o nc e p ç ã o huma na , o se u uso é a junç ã o d e ste s e le me nto s, g e ra lme nte p a uta d o na func io na lid a d e e ma is va lia q ue e ste d e ve a p re se nta r e e strutura r, o q ue no rma lme nte a c a rre ta na rup tura e ntre o e sp a ç o d o ho me m e o d a na ture za .

(27)

de ve se r c o nside ra do c o mo um c o njunto indisso c iá ve l de q ue p a rtic ip a m, de um la do , c e rto a rra njo de o b je to s g e o g rá fic o s, o b je to s na tura is e o b je to s so c ia is, e , de o utro , a vida q ue p re e nc he e o s a nima , o u se ja , a so c ie da de e m mo vime nto. (SANTO S, 1991, p 26)

“ Esp a ç o urb a no e so c ie d a d e sã o d ua s fa c e s d a me sma mo e d a ; o u se ja , o e sp a ç o é um a sp e c to e strutura l d a c id a d e . Se u p a p e l sup e ra o c o nc e ito so c io ló g ic o d e sup o rte d e a tivid a d e s, p o is nã o é um me io ríg id o e ne utro , ma s c a p a z d e o fe re c e r p o ssib ilid a d e s e re striç õ e s á re a liza ç ã o d e p rá tic a s. Sua na ture za so c ia l imp lic a q ue o e sp a ç o d a c id a d e se ja ne c e ssa ria me nte histó ric o , no se ntid o d e p o sic io na d o e m ma rc o s te mp o ra is, g e o g rá fic o s e c ultura is.” (KO LHSDO RF, 1996, p 21)

A a tua lid a d e d a s c id a d e s re fle te uma histó ria d e c o nflito s e ntre o p ro c e sso e o p ro d uto d a sua c o nstruç ã o . Um d o s d e sa fio s d a c o nte mp o ra ne id a d e é sa na r a s múltip la s c o nse q üê nc ia s d a rup tura e ntre a na ture za p rime ira e se g und a , e ntre a e sfe ra p úb lic a e a e sfe ra p riva d a , e ntre a fra g me nta ç ã o e a se g re g a ç ã o q ue c o mp õ e m ho je e sta s p a isa g e ns.

“ A histó ria huma na é ta mb é m uma ininte rrup ta tra nsfo rma ç ã o d a p rime ira e m se g und a na ture za , num p ro c e sso o nd e o ho me m va i a lte ra nd o a s p a isa g e ns d a sup e rfíc ie d a te rra , imp rimind o -lhe s a sua ma rc a .” (MO RAES, 1994, p 74)

As a lie na ç õ e s d o s q ue p ro d uze m o e sp a ç o , se m uma e fe tiva p e rc e p ç ã o d o s fa to re s so c ia is e na tura is, e sua c o nse q üe nte fra g me nta ç ã o , c o nd ic io na o s no vo s p a ra d ig ma s p ro je tua is p a ra uma re ve rsã o d e ste p ro c e sso , na e xp e c ta tiva d e c ria r uma a lte ra ç ã o d e sta na ture za se g und a , inte g ra nd o se us e le me nto s c o m o s va lo re s a ntró p ic o s d o c o tid ia no e d a p a isa g e m d e uma c id a d e .

(28)

fra g me nto . Esta d e no mina ç ã o re fe re -se à s e strutura s nã o físic a s, visíve is a té c e rto p o nto e m no ssa p e rc e p ç ã o .

“ No p ro c e sso d e a p ro p ria ç ã o d a na ture za , c o nstruç ã o d a p a isa g e m e q ua lific a ç ã o d o lug a r, a a te nç ã o e stá d e slo c a d a p a ra a o rd e m d o fra g me nto , p e rc e b id a a tra vé s d e situa ç õ e s b á sic a s, mo nó to na s e ina lte rá ve is – e m e ssê nc ia , a fo rma p e la q ua l sã o p e rp e tua d o s no lug a r inte re sse s d e d o mina ç ã o – c o nd e na d o to d o s a nã o p e rc e b e r o mo vime nto re a l d a so c ie d a d e , q ue é o mo vime nto d o e sp a ç o .” (LEITE, 1992, p 76)

As e strutura s so c ia is, q ue se c o nfo rma m e se tra nsfo rma m no te mp o , se c a ra c te riza m p o r sig nific a d o s e va lo re s q ue sã o tra nsmitid o s no e p e lo e sp a ç o . O c o ntra p o nto e ntre o va lo r d e tro c a e d e uso é fund a me nta l p a ra sua p ro d uç ã o e c o nfig ura ç ã o , e m um mo me nto e sp e c ífic o . Se g und o C a rlo s

(1996, p 65), o e sp a ç o e te mp o sã o c a da ve z ma is, no c o nte xto da s

tra nsfo rma ç õ e s do p ro c e sso p ro dutivo , do mina do s p e la tro c a. A c id a d e é histo ric a me nte lo c a l o nd e e ssa s o c o rre m, d o s fluxo s e d a c o nso lid a ç ã o d o se r na tura l e m se r so c ia l.

“ Pe lo c o ntrá rio , e m o p o siç ã o a e sta te nd ê nc ia d o mina nte e o fic ia l, a ve rd a d e d o e sp a ç o vinc ula o e sp a ç o , p o r um la d o , a p rá tic a so c ia l e , p o r o utro , a o s c o nc e ito s e la b o ra d o s e e nc a d e a d o s p e la filo so fia , a ind a q ue sup e ra nd o -a c o mo ta l, p re c isa me nte g ra ç a s a sua c o ne xã o c o m a p rá tic a ... Nã o há re a lid a d e se m uma c o nc e ntra ç ã o d e e ne rg ia , se m um fo c o o u um núc le o e , e m c o nse q üê nc ia , se m um mo vime nto d ia lé tic o : fo c a liza ç ã o -d issip a ç ã o , c o nc e ntra ç ã o

-fra g me nta ç ã o .” (LEFEBVRE, 2003)

(29)

Essa d ive rsid a d e p o ssib ilita a c o nfig ura ç ã o d e no va s fo rma s e sp a c ia is, o nd e a func io na lid a d e e fo rma lismo d o p ro je to sã o inc o rp o ra d o s p o r p rá tic a s d e o c up a ç ã o e uso d e d e te rmina d o s g rup o s so c ia is.

Se g und o Le fe b vre , o p a p e l e a funç ã o d o e sp a ç o se d e ra m a tra vé s d e se us símb o lo s, q ue na p rá tic a o s p ro d uziu inic ia lme nte d ive rsific a d o s p e la d ime nsã o d o intuitus, tra nsfo rma d o e m ha b itus e d e p o is e m inte le c tus. Este , c o mo símb o lo d a mo d e rnid a d e , a b stra iu a imp o rtâ nc ia d a s tra ma s so c ia is p a ra a c o nfig ura ç ã o d e e sp a ç o s “ nã o g re g á rio s” , d a unive rsa lid a d e , e d a mo nume nta lid a d e q ue e ste d e ve ria re p re se nta r p a ra a c id a d e e p a ra a huma nid a d e .

Se us símb o lo s sã o p ro d uzid o s p e lo c o tid ia no , p e lo s mo d o s d e p ro d uç ã o e p e la s re la ç õ e s so c ia is. O b se rva r c o mo se c o mp o rta m o s mo vime nto s no e sp a ç o urb a no é e sse nc ia l p a ra o p ro c e sso p ro je tua l e p a ra sua c o nfo rma ç ã o . O p e rc e b id o (Intuitus), o vivid o (ha b itus) e o c o nc e b id o (inte le c tus) se to rna m a tría d e p rinc ip a l d e ste p ro c e sso , q ue irá c o mp o r uma no va d ia lé tic a e ntre ho me m e na ture za .

As d ime nsõ e s d o p e rc e b id o e d o vivid o , e sse nc ia is p a ra d e limita r a s e strutura s e funç õ e s d a s p rá tic a s so c ia is, sã o e vid e nc ia d a s p o r mé to d o s e te o ria s c o mo o e strutura lismo e a fe no me no lo g ia . A p rime ira , d e a c o rd o c o m Mo ra e s, d e fe nd e a e strutura c o mo a c a te g o ria b á sic a no e nte nd ime nto d e q ua lq ue r fe nô me no so c ia l, e nq ua nto a se g und a , se re fe re à e xp e riê nc ia vivid a c o mo b a se d e to d o c o nhe c ime nto e o b se rva ç ã o d a s re p re se nta ç õ e s, c o mo o b je to d a inve stig a ç ã o .

A ve rte nte c ultura lista d a a ntro p o lo g ia se b a se ia no p e nsa me nto e strutura lista p a ra o e stud o d o se r e m g rup o , d a s re la ç õ e s so c ia is, d e sc o nstruind o o suje ito e nq ua nto ind ivíd uo . O suje ito é so c ia l e a o me smo te mp o é ind ivíd uo . Ele re sulta d a d ime nsã o p rá tic a e histó ric a d e c o mo se p ro d uz a c ultura , o s rito s e o s sig nific a d o s d e uma d e te rmina d a so c ie d a d e .

(30)

-e d ific a d o . Ela c a rr-e g a o s símb o lo s c o nstruíd o s junto à s c id a d -e s, -e q u-e p o d e m o u nã o re p re se nta r a s p rá tic a s e sp a c ia is d o s d ife re nte s g rup o s so c ia is.

A c rític a c o lo c a d a ne ste tra b a lho nã o se re fe re so me nte à p rá xis d o a rq uite to , ta mp o uc o à c id a d e mo d e rna , ma s d o s limite s d o p ro je to c o mo p rinc ip a l p ro p ulso r d a q ua lid a d e urb a na , d o s limite s c o m q ue o p ro c e sso d e c ria ç ã o e c o nfo rma ç ã o d o e sp a ç o se d e p a ra , e c o mo o s p a ra d ig ma s c ultura is e a mb ie nta is p o d e m se r inc o rp o ra d o s na sua e la b o ra ç ã o . Ja ne Ja c o b s já a le rta va so b re o fra c a sso d o s mo d e lo s d e p la ne ja me nto , q ue d e struía m o s e sp a ç o s d a re p re se nta ç ã o e d a s p rá tic a s so c ia is p a ra a e la b o ra ç ã o d e p ro je to s q ue se p re o c up a va m ma is c o m a s fo rma s e funç õ e s c o mo a le g o ria d a vid a c o tid ia na .

“ Se , na e sc a la d a a tua ç ã o , a p a isa g e m, e ssa c o nstruç ã o tra nste mp o ra l, tra nsve rsa l, d ura d o ura , nã o é p ro d uto unic a me nte d a d isp o siç ã o d e o b je to s va lo riza d o s p e lo simp le s fa to d e te re m sid o d e se nha d o s p o r e sp e c ia lista s, d e fo rma a ná lo g a , na e sc a la d a c o mp re e nsã o , o p a isa g ismo é um mo d o d e e nte nd ime nto d o e sp a ç o q ue tra nsc e nd e o p ro je to , e mb o ra d e le se utilize c o mo fo rma d e c o nhe c ime nto d a re a lid a d e .” (LEITE, 2004, p 55)

O se r huma no b usc a o d ife re nc ia l p a ra sa tisfa ze r d e se jo s, imp rimind o no e sp a ç o a s ma rc a s q ue c a ra c te riza m o s g rup o s so c ia is. O p ro je to urb a no e vid e nc ia a s d ife re nç a s a tra vé s d e fo rma s e funç õ e s, p o ré m, g e ra lme nte nã o se c o nc e ntra na d ive rsid a d e d o s a nse io s d o s g rup o s c o mo p ila r d a sua p rá tic a . Pa ra Le fe b vre , o a rq uite to o c up a uma p o siç ã o d e sc o nfo rtá ve l ne ste p ro c e sso , p o is c o mo d e te nto r d a té c nic a a p o sta no re p e titivo , e c o mo a rtista a p o sta no d ife re nc ia l p a ra e xa lta r fo rma s se nsua is, c urva s e o utra s inúme ra s fo rma s g e o mé tric a s q ue o p ro d uze m.

(31)

e ntre o s d e se jo s e a s ne c e ssid a d e s huma na s no e sp a ç o . Na p rime ira visã o , e la e xc lui a d ime nsã o so c ia l d o s p ro b le ma s d a s a ç õ e s a ntró p ic a s so b re o me io , e nq ua nto a se g und a p re g a um p re se rva c io nismo d a na ture za , c o lo c a nd o -a c o mo um va lo r ma io r q ue o ho me m. (MO RAES, 1994)

A p rio riza ç ã o d e uma e m d e trime nto d a o utra , p ro d uz c o nhe c ime nto s o ra muito g e ne ra lista , o ra muito e sp e c ífic o s so b re a q ue stã o a mb ie nta l. O urb a no nã o se re sume à a ç ã o a ntró p ic a so b re o me io e a o s d a no s d o ho me m a na ture za . Busc a -se uma e c o lo g ia q ue suste nte a p ro d uç ã o d o e sp a ç o , p ro p o rc io na nd o uma me lho r inte ra ç ã o e ntre o a mb ie nte e o se u p rinc ip a l a g e nte . Mo ra e s (1994, p 30), e nfa tiza q ue o a mb ie nta l nã o se ho mo g e ne íza num só a lvo d e a ç ã o , a nte s se d ifund e c o mo uma fa c e ta ine re nte a to d o a to d e p ro d uzir e sp a ç o , e nq ua nto q ue p a ra G ua tta ri (1990, p 33), a e c o lo g ia so c ia l d e ve rá tra b a lha r na re c o nstruç ã o d a s re la ç õ e s huma na s e m to d o s o s níve is.

“ A p rá tic a e sp a c ia l nã o p o d e se r d e finid a ne m p o r um siste ma e xiste nte (urb a no o u e c o ló g ic o ) ne m p e la a d a p ta ç ã o a um siste ma . Ao c o ntrá rio , o e sp a ç o se te a tra liza , se d ra ma tiza , g ra ç a s à s e ne rg ia s p o te nc ia is d o s g rup o s d ive rso s q ue d e svia m p a ra o se u uso o e sp a ç o ho mo g ê ne o .” (LEFEBVRE, 2003)

C a b e a o p ro je to tra d uzir o s limite s d e sta no va e c o lo g ia , na inc o rp o ra ç ã o d o s va lo re s c ultura is d a s re la ç õ e s so c ia is, e à s c iê nc ia s huma na s, a inc o rp o ra ç ã o d o s va lo re s a mb ie nta is d o d isc urso e c o ló g ic o p a ra a p ro d uç ã o d o s e sp a ç o s urb a no s. Se p a ra C a rlo s (1996, p 15) o p ro c e sso de pro duç ã o do e spa ç o é tamb é m um pro c e sso de re pro duç ã o da vida huma na, e le d e ve re fle tir a c ultura e o s rito s d e ssa s so c ie d a d e s, q ue se a p ro p ria m d o urb a no p a ra p ro mo ve r sua s re la ç õ e s e p rá tic a s.

(32)

fo rç a s c ultura is q ue d e te rmina m a sua p ro d uç ã o . O s rito s d o c o tid ia no se a p ro p ria m d o s e sp a ç o s d e fo rma s va ria d a s, d a nd o -lhe sig nific a d o s d ife re nte s

d o c o nc e b id o . Assim c o mo a firma Fe rra ra , o e sp a ç o é ma nip ula do

te c nic a me nte p a ra a de q ua r-se a uma e sta b ilida de func io na l q ue o sub me te a um c ó dig o p ro je tivo a b so luto e imutá ve l. (1998, p 26)

O a ntig o há b ito d e fla na r p o r a la me d a s o u p e la s p ra ç a s d a s c id a d e s, c o mo o fla nê ur d e Be nja min, nã o se e nc a ixa e m muita s no va s c ultura s urb a na s, ma s q ue p o r sua ve z, c ria m no vo s mo d o s d e inte ra ç ã o . Este s g e ra m a c úmulo s d e funç õ e s e d e sig no s d e uma no va e xp e riê nc ia c o le tiva , e m p a rte fruto d o s p ro je to s urb a no s q ue re p re se nta m a a tua l re a lid a d e e ne c e ssid a d e d a c o le tivid a d e , e e m p a rte p e la s p rá tic a s so c ia is q ue imp rime m sua s ma rc a s no s e sp a ç o s d e uma c id a d e .

A re p e tiç ã o c o m q ue se p ro d uz o e sp a ç o p ro vo c a uma a lie na ç ã o no s c id a d ã o s so b re o s e le me nto s c ultura is e a mb ie nta is q ue o s e strutura m. O s p a ra d ig ma s e tra ta d o s urb a nístic o s q ue se a c umula m d e sd e o mo vime nto d a s C id a d e s-ja rd ins, p a ssa nd o p e lo mo vime nto Mo d e rno , a té o No vo Urb a nismo a me ric a no , e sp e lha ra m a lg uns d o s no vo s mo d e lo s d e urb a niza ç ã o d a c o nte mp o ra ne id a d e , e te nta ra m se m suc e sso inse rir e le me nto s d a p rá tic a so c ia l, c o le tiviza ç ã o e e c o lo g ia , no p ro je to , p ro p o nd o p ro fund a s tra nsfo rma ç õ e s na c o nd iç ã o urb a na e m se us e sp e c ífic o s mo me nto s.

(33)

“ O e sp a ç o c o nstruíd o te m uma d up la c a ra c te riza ç ã o : d e um la d o , d e ma rc a a s fo rma s d e a p ro p ria ç ã o d o e sp a ç o urb a no ; d e o utro , e sta s ma rc a s re p re se nta m o e le me nto c o mum d e mútuo p e rte nc e r e ntre o e sp a ç o e a c o le tivid a d e q ue o d ina miza .” (FERRARA, 2001, p 15)

O e sp a ç o livre , c a ra c te riza d o c o mo to d o e sp a ç o livre d e e d ific a ç ã o , é c o nfo rma d o p o r o utro s e le me nto s físic o s e so c ia is q ue o c a ra c te riza m c o mo o b je to d e e stud o d a a rq uite tura p a isa g ístic a . Esta c a te g o ria e ng lo b a d ife re nte s e sfe ra s q ue se rã o a b o rd a d a s p o ste rio rme nte ne ste tra b a lho . Ne ste s, a s d e fic iê nc ia s e ne c e ssid a d e s d e um p o vo se re ve la m, se a c o mo d a m, e e xa lta m a s fo rç a s d o se r so c ia l, tra nsmitind o o s sig no s e va lo re s d e sua so c ie d a d e . Pa ra C a rlo s (p g . 26), o e sp a ç o é p ro duzido e m funç ã o da s e xig ê nc ia s e ne c e ssida de s da so c ie da de. Ma s e m q ue limite e ste c o rre sp o nd e à s ne c e ssid a d e s d e sta s? Q ua is a s inte rfa c e s e ntre o e sp a ç o e so c ie d a d e ?

Uma no va c ultura p a ra o e sp a ç o urb a no é ne c e ssá ria . A fug a p a ra c o nd o mínio s fe c ha d o s é a fug a d a d ive rsid a d e d a s re la ç õ e s so c ia is, d o s e nc o ntro s c o m a s d ife re nç a s e c o nflito s q ue e ste p ro d uz. Pa ra Le fe b vre

(2003), a s c o ntra diç õ e s da so c ie da de se re ve la m no e sp a ç o , no níve l do

e sp a ç o , e ng e ndra ndo a s c o ntra diç õ e s do e sp a ç o. A te nta tiva d e unive rsa liza ç ã o d o se r huma no p ro p a g a d a p e la uto p ia mo d e rnista , e sb a rra na re d uç ã o d e uma so c ie d a d e se m o s c o nflito s q ue a c a ra c te riza m. Em Pa lma s, o c o nflito no e p e lo e sp a ç o se re ve la na c o ntra p o siç ã o a o se u p ro je to , a o se u d e te rminismo e a te nta tiva d e o rd e na ç ã o d a s d ife re nç a s. É no e sp a ç o livre q ue e sta s re ssa lta m e a le rta m so b re a ne c e ssid a d e d e re p e nsa r o s limite s d o p ro je to p a ra a c o nfo rma ç ã o d e lug a re s. No e sp a ç o se insc re ve m, e a inda ma is, se re a liza m a s dife re nç a s, da me no r à e xtre ma. (C ARLO S, 1996, p 14)

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“ As re g ra s q ue o rg a niza m o e sp a ç o urb a no sã o b a sic a me nte p a d rõ e s d e d ife re nc ia ç ã o so c ia l e d e se p a ra ç ã o . Essa s re g ra s va ria m c ultura l e histo ric a me nte , re ve la m o s p rinc íp io s q ue e strutura m a vid a p úb lic a e ind ic a m c o mo g rup o s so c ia is se inte r-re la c io na m no e sp a ç o d a c id a d e .” (C ALDEIRA, 2000, p 211)

As p rá tic a s c ultura is e e sp a c ia is d e ve m se b a se a r na s d ife re nte s fo rma s d e a p ro p ria ç ã o q ue e sta p o ssib ilita . C ria r o p ç õ e s p a ra vive nc ia r a c id a d e d e ve se r g e ra d o p e la inte rfa c e d e e le me nto s, ta nto d o e sp a ç o livre c o mo d o c o nstruíd o , c a p a ze s d e p ro mo ve r uma me lho r q ua lid a d e a o s a mb ie nte s.

“ À p a isa g e m c a b e ria o p a p e l d e re ve la r a fa lsific a ç ã o d e c o rre nte d o d e sc o mp a sso e ntre a s re la ç õ e s so c ia is, ta l c o mo e stã o e sta b e le c id a s, e a ima g e m q ue a re p re se nta , a b rind o , a tra vé s d a p e rc e p ç ã o d e sse d e sc o mp a sso , c a minho p a ra mud a nç a s d e se ja d a s.” (LEITE, 1998, p 66)

Lo c a is urb a no s q ue histo ric a me nte e xa lta va m a c o le tivid a d e e a s tro c a s, a p re se nta m a g o ra no va s fo rma s d e a p ro p ria ç ã o . Vive nc ia r o e sp a ç o nã o sig nific a so me nte fla na r p o r e le , ma s inte ra g ir c o m se us e le me nto s. O e sp a ç o vivid o , c o nc e ito a d o ta d o p a ra re p re se nta r lo c a is c o m inte nsa s inte ra ç õ e s so c ia is, ma te ria liza -se d e fo rma a p ro mo ve r no va s p a isa g e ns e no vo s lug a re s. Este é o lo c us d a s re p re se nta ç õ e s d o c o tid ia no e d a c ultura d e c a d a so c ie d a d e a tra vé s d o s há b ito s d e se us mo ra d o re s. O a to d e vive nc ia r se tra nsmite p e lo s g e sto s ma is b a na is d e c a d a c id a d ã o , se ja p o r se se nta r a uma so mb ra d e á rvo re , p o r b rinc a d e ira s d e c ria nç a s o u p e la c o mp le xa re d e d e fluxo s q ue se c ria m na tra ma d e rua s e e d ifíc io s.

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ma s a nte s de tudo p o rq ue é p ro duto , c o ndiç ã o e me io de to da a tivida de huma na.

“ A c id a d e o fe re c e à so c ie d a d e um c o njunto “ ilimita d o d e e sc o lha s” e d e c o nd iç õ e s d e vid a . C o mo c a d a um sa tisfa rá sua ne c e ssid a d e , isto é , c o nsumirá , o e sp a ç o e sta rá vinc ula d o a o lug a r q ue o c up a no p ro c e sso d e p ro d uç ã o g e ra l d a so c ie d a d e .” (C ARLO S, 1994, p 53)

C o mo p ro d uto d a s a tivid a d e s huma na s, o e sp a ç o a p re se nta a re la ç ã o d ia lé tic a e ntre c a usa e e fe ito so b re o se r. Ao me smo te mp o e m q ue é mo ld a d o p e lo ho me m, c a usa so b re e le e fe ito s ne m se mp re e sp e ra d o s p o r a q ue le s q ue o d e te rmina m: me d o , inse g ura nç a , tra nq üilid a d e , a c o nc he g o , p e rp le xid a d e , so lid ã o , visib ilid a d e . Esse s sã o a lg uns e xe mp lo s se ntid o s p o r c id a d ã o s, se ja m c o mo ind ivíd uo s o u c o mo g rup o s, e xp e rime nta d o s c o mo se nsa ç õ e s p ro p o rc io na d a s p e lo e sp a ç o , se ja e le c o nstruíd o o u livre . Assim c o mo a firma C a ld e ira , se a s e xp e riê nc ia s de se pa ra ç õ e s imp re ssa s no me io urb a no se to rna re m he g e mô nic a s e m sua s so c ie da de s, e la s se dista nc ia rã o da de mo c ra c ia.(2000, p 340)

A b usc a p o r uma no va urb a nid a d e re me te a uma a sso c ia ç ã o d ia lé tic a e ntre a s e strutura s q ue a tua m no e sp a ç o , físic a s e so c ia is. Esta s, d e sd e a sua c o nc e p ç ã o a té a imp le me nta ç ã o , se d e p a ra m c o m a s e strutura s d a so c ie d a d e e p rinc ip a lme nte c o m a s a mb ie nta is e xiste nte s, e a s q ue surg irã o d a sua tra nsfo rma ç ã o , a b a ste c e nd o o ima g iná rio e o s símb o lo s d e uma so c ie d a d e , e p e rmitind o , a c a d a ind ivíd uo , inse rir-se o u e xtra ir-se d o c o nte xto urb a no . Ele a o me smo te mp o é a to r e é a g e nte re g ula d o r d a s c o nd iç õ e s a mb ie nta is urb a na s d e te rmina nte s p a ra a sua q ua lid a d e .

“ la o tra c a lle , la q ue no p isé nunc a , e s e l c e ntro se c re to d e la s ma nza na s, lo s p a tio s último s, e s lo q ue la s fa c ha d a s o c ulta n, e s mi e ne mig o , si lo te ng o , e s la p e rso na a q uie n d e sa g ra d a n mis ve rso s (a mí me d e sa g ra d a n ta mb ié n), e s la mo d e sta lib re ría e n q ue a c a so e ntra mo s y q ue he mo s o lvid a d o , e s e sa ra c ha d e milo ng a silb a d a q ue re c o no c e mo s y q ue no s to c a , e s lo q ue se ha p e rd id o y lo q ue se rá , e s lo ulte rio r, lo a je no , lo la te ra l, e l b a rrio q ue no e s tuyo ni mío , o q ue ig no ra mo s y q ue re mo s.” (BO RG ES, c ita d o p o r ALVES, 2006)1

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C ultura é o c o njunto de p rá tic a s, té c nic a s, símb o lo s e va lo re s q ue se de ve tra nsmitir à s no va s g e raç õ e s pa ra g a ra ntir a re pro duç ã o de um e sta do de c o e xistê nc ia so c ia l (LEITE, 1998, p 65). Esta p o d e se r p e rc e b id a a tra vé s d e se us há b ito s, d o se u c o tid ia no e d e sua s re la ç õ e s, ra tific a nd o a ne c e ssid a d e d e e nc o ntra r o s limite s e ntre so c ie d a d e e e sp a ç o . As e strutura s so c ia is le g itima m o p a p e l d o e sp a ç o livre na c o nstruç ã o d a urb a nid a d e . A c o mp le xid a d e huma na é a e ssê nc ia d e sua p ró p ria e xistê nc ia , e a ssim no s d ife re nc ia mo s d e o utra s e sp é c ie s e d e nó s me smo s, ind ivid ua liza d o s p e la s p rá tic a s q ue c a d a ve z ma is tra nsfo rma o se r huma no e m se r ind e p e nd e nte e g lo b a liza d o p e lo s no vo s siste ma s d e p ro d uç ã o , a lime nta nd o no va s te o ria s so b re a c o nte mp o ra ne id a d e e se us re fle xo s ne sta s re la ç õ e s.

A b usc a p e la c o le tivid a d e se to rna , à me d id a q ue a lg uns c e ntro s urb a no s inte nsific a m d ife re nte s p ro c e sso s d e e xc lusã o , um d e sa fio a o s urb a nista s e p la ne ja d o re s, a ta d o s e m p a rte p e la p rá tic a te c nic ista , e e m p a rte p e la a ind a e mb rio ná ria p a rtic ip a ç ã o d o s a to re s so c ia is. Esta , nã o d e ve se r so me nte um a rtifíc io p o lític o -e stra té g ic o p a ra le g itima r a s a ç õ e s d o p o d e r p úb lic o c o m o a va l d a p o p ula ç ã o .

A p a rtic ip a ç ã o p o p ula r nã o se le g itima a p e na s na s d e c isõ e s, ma s p e la vivê nc ia e p e la inse rç ã o d o ind ivíd uo no c o tid ia no d e uma c id a d e . Esta p ro mo ve d ife re nte s fo rma s d e a p ro p ria ç ã o d o te rritó rio , p a ra re a liza ç ã o d e p a rte d e sua s a tivid a d e s d iá ria s, se ja p a ra o la ze r, p a ra o tra b a lho , p a ra a c o nte mp la ç ã o d o fe io e d o b e lo , o u simp le sme nte p e la o c io sid a d e q ue

c o mp õ e m a p rá tic a d e muito s mo ra d o re s, e q ue fo rma m o b a lé da s rua s

(JAC O BS, 2000). A re sp o nsa b ilid a d e d o c o rp o té c nic o e d o s inte rlo c uto re s no p ro c e sso p a rtic ip a tivo é , c o mp re e nd e r e ssa s e strutura s invisíve is p a ra p ro je ta r o e sp a ç o d e fo rma a c o nd ic io na r o s e le me nto s e d ific a d o s e a mb ie nta is à s so c ia is q ue inte ra g e m so b re e ste , ma s c o mo ta mb é m, g e ra r c o nd iç õ e s p a ra q ue se institua e m c a d a inte rve nç ã o uma re la ç ã o d e id e ntid a d e , p e rte nc ime nto e p rinc ip a lme nte visib ilid a d e d e c a d a g rup o so c ia l.

Imagem

Fig . 04, Pla no  p ilo to  d a  TO D, e  d e ta lhe  d e  se u c e ntro  c o me rc ia l
Fig . 09, Pla nta  d e  Ro ma  mo stra nd o  a s a ve nid a s a b e rta s p o r Sisto  V
Fig . 11, Vie na  a nte s d e  d e p o is d e  sua  inte rve nç ã o  urb a na . (Fo nte : BENÉVO LO , 1999)
Fig . 14, Fluxo s e  c o nc e ntra ç ã o  d e  p e sso a s na  Tra fa lg a r Sq ua re , Lo nd re s
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