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Rev. Bras. Psiquiatr. vol.26 número4

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Academic year: 2018

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Rev Bras Psiquiatr 2004;26(4):277-9

279

Carta aos editores

Ana Carina T Ana Carina TAna Carina T Ana Carina T

Ana Carina Tamanahaamanahaamanahaamanahaamanaha

Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Centro Universitário de Araraquara

Jacy P Jacy P Jacy P Jacy P

Jacy Perissinoto e Marcia R M Perissinoto e Marcia R M Perissinoto e Marcia R M Perissinoto e Marcia R M Perissinoto e Marcia R M Pedromônicoedromônicoedromônicoedromônicoedromônico

Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Referências Referências Referências Referências Referências

1. Organização Mundial de Saúde - OMS. Classificação estatística inter-nacional de doenças e problemas relacionados à saúde: CID 10. 3ª ed. 10ª revisão. São Paulo: OMS; 1996.

2. Wetherby AM, Prutting CA. Profiles of communicative and cognitive-social abilities in autistic children. J Speech Hear Res.1984;27(3):364-77. 3. Affonso LA, Tamanaha AC, Perissinoto J, Pedromônico MRM. Carac-terização da ecolalia no autismo Infantil: um estudo de caso. Anais. IX Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, Guarapari (ES); 2001.

Considerações sobre o uso da

ecolalia por crianças diagnosticadas

com Síndrome de Asperger: uma

abordagem fonoaudiológica

Sr. Editor,

O fenômeno da ecolalia no Autismo e na Síndrome de Asperger1

está bem documentado. No entanto, não está bem documenta-da a atribuição de funcionalidocumenta-dade à estrutura ecolálica, nem o uso clínico deste fenômeno para adequação do discurso dos portadores destes quadros.

Temos observado que algumas das ocorrências ecolálicas de cri-anças com Síndrome de Asperger têm características funcionais de comunicação. Decorreu disto o desenvolvimento de um protocolo de avaliação e de intervenção que parte das hipóteses que a ecolalia representa a estrutura discursiva inicial destas crianças.

Cada criança é observada por 45 minutos, individualmente, em situação lúdica com a fonoaudióloga. As sessões são, perio-dicamente, gravadas em videotape, assistidas por dois observa-dores-cegos e a produção de fala ecolálica, no contexto de sua ocorrência, é classificada segundo 14 categorias como interativa ou não-interativa.2

Um levantamento inicial da observação de nove crianças por-tadoras de Síndrome de Asperger mostrou que, dentre aquelas categorias consideradas interativas, as de maior ocorrência foram solicitação de objeto, solicitação de ação, solicitação social e pro-testo; e as de menor ocorrência foram as categorias permissão, agradecimento, informação, identificação e comentário. Estas úl-timas representam a troca comunicativa de maior complexidade. Todas as categorias não-interativas foram, freqüentemente, utilizadas pelas crianças. Dentre estas, ressalta-se que as cate-gorias execução, auto-regulação e exclamação, sugerem a regulação de comportamentos através da fala e as categorias reação e sem foco, a tendência ao isolamento, característica da própria patologia. Ainda que as categorias de maior ocorrência sejam as de menor complexidade comunicativa, envolvendo so-licitação, rejeição, busca de atenção e engajamento em rotinas sociais simples, vimos valorizando e empregando-as como estra-tégia de intervenção clínica em busca da inserção social. Os episódios ecolálicos são considerados pelo interlocutor adulto como tendo função comunicativa. A partir desta premissa, o adulto responde àquela estrutura verbal. O emprego deste pressuposto é ampliado para os diferentes contextos de desenvolvimento da criança, com o envolvimento dos familiares e professores, que passam a utilizar esses mesmos procedimentos. Com esta conduta de intervenção temos observado que as crianças come-çam a utilizar a estrutura ecolálica também para pedir e dar informações e fazer alguns comentários. Além disto, há uma redução dos episódios ecolálicos imediatos e o aumento do uso da repetição de fragmentos de fala, modificados dentro de con-textos (ecolalia mitigada). Paralelamente, há o aumento da fala espontânea, não ecolálica, devido ao trabalho de contingência do discurso dessas crianças; ou seja, pela tutela realizada pelo fonoaudiólogo na busca pela manutenção de tópicos do discur-so, capacidade fundamental para o estabelecimento da dinâmi-ca do diálogo. Essa contingência permitirá transformar a fala ecolálica em evento contextualizado pelo interlocutor.3

Referências

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