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A influência do Programa de Preparação para a Parentalidade na Amamentação

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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS — N.º 12/2012

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A influência do Programa

de Preparação para a Parentalidade na Amamentação

Maria Isabel Esteves Campos Cruz1

RESUMO

As vantagens da amamentação são inequivocamente reconhecidas por toda a comunidade científica, tanto na saúde do jovem ser, como na saúde da sua progenitora, família e comunidade em geral.

Sabemos que o sucesso no aleitamento materno pode ser definido por uma amamentação mais prolongada, verificando-se no bebé um bom es- tado nutricional e um correcto desenvolvimento psicomotor.

Com a reorganização dos cuidados de saúde primários surgem as Unida- des de Cuidados na Comunidade (UCC) que desenvolvem programas de âm- bito comunitário na área da Preparação para o parto e parentalidade, onde a preparação para a amamentação é tratada de forma a incentivar, motivar e apoiar as futuras mães, fornecendo-lhes os conhecimentos que necessitam, para que, de forma mais esclarecida e fundamentada, decidam amamentar os seus filhos e tenham sucesso.

Foi realizado um estudo comparativo com dois grupos distintos, sendo o primeiro constituído por mães que frequentaram o Programa de Prepara- ção para a Parentalidade (PPP) da UCC de Albergaria-a-Velha, e outro grupo, que não frequentou qualquer programa de preparação pré natal, cujos fi- lhos nasceram entre Junho de 2009 e Junho de 2010. O mesmo teve como objectivos comparar alguns factores relacionados com a amamentação de crianças de ambos os grupos e ainda verificar a influência do PPP na ama- mentação.

1 Enfermeira Especialista SMO. ACES Baixo Vouga II - UCC Albergaria-a-Velha. Email: isabel.cruz.

isabel@gmail.com

Após a análise dos resultados obtidos, verificamos que existem de facto diferenças expressivas na amamentação de ambos os grupos. De todas, a mais relevante é o facto de as mães que amamentam os seus filhos durante mais tempo, serem as que frequentaram o PPP, pois os conhecimentos ad- quiridos durante a gravidez acerca da amamentação constituem um factor fundamental no sucesso desta prática.

Daqui ressalta a importância de as instituições de saúde, bem como os seus profissionais, nomeadamente os Enfermeiros Especialistas de Saúde Materna e Obstetrícia, continuarem a investir nos Programas de Preparação para a Parentalidade, especificamente no incentivo e apoio ao aleitamento materno, para desta forma se obtenham ganhos em saúde, tão necessários nas actuais políticas de saúde.

Palavras Chave: Amamentação; Profissionais de saúde

ABSTRAT

Breast-feeding advantages are unequivocally recognized by all cientific co- munity, both in the health of the young being as well as in the health of his progenitor and community in general.  

We know that success in breastfeeding can be defined by a more pro- longed time breastfeeding, confirming on the baby a good nutritional sta- tus and a right psychomotor development.

With the reorganization of primary health cares, it appears the Commu- nity  Care Units  that develop  programmes in the area of   preparation  for childbirth and parenting, where the preparation for breastfeeding is treated in a way to encourage, motivate and support expectant mothers, providing them the knowledge they need, so that more informed and reasoned, they can decide to breastfeed their children and have success.

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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS — N.º 12/2012 We conducted a  comparative study with  two  distinct groups,  the

first of mothers who attended the Program of Preparation for Parenting of the Community Care Units   of Albergaria-a-Velha, and the another of moth- ers who did not attend any prenatal preparation program and whose chil- drenwere born between June 2009 and June 2010. The study had as objec- tives the comparision of some factors related to breastfeeding in children of both groups and also check the influence of Program of Preparation for Par- enting  on breastfeeding.

After analyzing the results, we verified that there are indeed significant differences  on the  breastfeeding  in both groups.  In  all,  the most relevant is the fact that mothers who breastfeed their children for longer are those which  attended the  Program  of Preparation for  Parenting  , because  the knowledge gained during pregnancy about breastfeeding is a key factor in the success of this practice.

Here underscores the importance of health institutions and their profes- sionals, including specialist nurses in Maternal Health and Obstetrics, conti- nue to invest in Programs Preparing for Parenthood, specifically on encou- raging and supporting breastfeeding, so that, this way it can obtain health gains, so needed in the current healthcare policy.

Keywords: Breast-feeding; Health cares

INTRODUÇÃO

As vantagens da amamentação são inequivocamente reco- nhecidas por toda a comunidade científica, tanto na saúde do jovem ser, como na saúde sua progenitora, família e co- munidade em geral.

A Organização Mundial de Saúde preconiza o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e parcial até aos dois anos, especialmente nas populações de baixo rendimento económico, uma vez que o leite materno pode ser uma importante fonte de calorias e de proteínas de alto valor biológico no segundo ano de vida.

Segundo ALBUQUERQUE (1996) múltiplas razões podem influenciar a decisão de optar pelo aleitamento materno, in- cluindo a educação da mãe, motivos profissionais, psicoló- gicos, o apoio e experiência familiar e de amigos, fenóme- nos de marketing e algumas atitudes e práticas dos profissio- nais de saúde.

A informação que os profissionais de saúde transmitem à grávida acerca do aleitamento materno, vai ser fundamental na sua decisão de amamentar, bem como no sucesso desta prática.

No entanto sabemos que o sucesso no aleitamento ma- terno pode ser definido por uma amamentação mais prolon- gada, verificando-se no bebé um bom estado nutricional e um correcto desenvolvimento psicomotor.

Segundo nos refere Molina Morales (2004)

“La educación durante el embarazo sobre aspectos teóricos y prácticos de la lactancia materna debe recomendarse siempre, tanto si es en grupo como si es individual, ya que se ha demos- trado que mejora claramente los resultados de la lactancia, es- pecialmente en primíparas.”

No nosso país, com a recente reorganização dos cuidados de saúde primários foram criadas diversas unidades funcio- nais que prestam cuidados de saúde de proximidade, às suas populações, de entre elas as Unidades de Cuidados na Co- munidade (UCC), mais vocacionadas para a intervenção de âmbito domiciliário e comunitário em pessoas, famílias e grupos com maior vulnerabilidade.

As UCC têm, na sua grande maioria, programas de âmbito comunitário na área da Preparação para o parto e parenta- lidade (PPP), onde a preparação para a amamentação é tra- tada de forma a incentivar, motivar e apoiar as futuras mães, fornecendo-lhes os conhecimentos que necessitam, para que, de forma mais esclarecida e fundamentada, decidam amamentar os seus filhos e tenham sucesso.

Foi realizado um estudo comparativo com dois grupos distintos, sendo o primeiro constituído por 19 mães que frequentaram o PPP da UCC de Albergaria-a-Velha, e outro grupo, também de 19 mães, que não frequentou qualquer programa de preparação pré natal, cujos filhos nasceram entre Junho de 2009 e Junho de 2010.

OBJECTIVOS

• Comparar alguns factores relacionados com a ama- mentação de crianças cujas mães frequentaram o PPP, com a amamentação de crianças, cujas mães, não frequentaram qualquer PPP.

• Pretendemos ainda verificar a influência do PPP no su- cesso da amamentação.

METODOLOGIA

A população alvo deste estudo, são mães, residentes no concelho de Albergaria-a-Velha, cujos filhos nasceram entre Junho de 2009 e Junho de 2010.

Tendo em conta a população e a natureza do estudo que pretendemos realizar, o método de selecção da amostra foi do tipo de conveniência, com a criação de dois grupos dis- tintos.

Os critérios de selecção da amostra foram:

Para o grupo 1 – Mães que frequentaram o PPP da UCC de Albergaria-a-Velha, residentes no mesmo concelho, cujos fi- lhos nasceram entre Junho de 2009 e Junho de 2010.

Para o grupo 2 – Mães que não frequentaram qualquer PPP, residentes no concelho de Albergaria-a-Velha, cujos fi- lhos nasceram entre Junho de 2009 e Junho de 2010.

A informação foi colhida através de entrevista telefónica a todas as mães.

CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra em estudo é formada por dois grupos, cada um com 19 mães, com idades compreendidas entre os 21 e os 40 anos, sendo a média das idades do grupo que frequentou o PPP de 28 anos e das que não frequentaram de 34 anos.

Conforme podemos verificar pela análise do Gráfico 1 – Idade das mães, no grupo com idade entre 21 e 29 anos exis- tem 6 mães que frequentaram o PPP, enquanto apenas 1 per- tence ao grupo das mães não frequentaram. Neste estudo, as mães mais jovens são também as mais motivadas para a fre- quência destes programas, enquanto aquelas que têm mais idade, são as que não frequentam o programa, talvez por te- rem já experiências anteriores de outros filhos, o que faz com que não sintam necessidade de frequência de programas para grávidas.

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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS — N.º 12/2012

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Gráfico 1 – Idade das mães

Relativamente ao grau de escolaridade verifica-se que as mães que frequentaram o PPP são as que têm um grau de es- colaridade mais elevado. No gráfico 2 podemos verificar que a maioria das mães que frequentaram o PPP pertencem ao grupo com graus de escolaridade mais elevados, licenciatura e ensino secundário completo, enquanto que, as que per- tencem ao grupo que não frequentou o PPP têm maiorita- riamente graus de escolaridade mais baixos, situando-se nos grupos que concluíram apenas o 1º, 2º e 3º ciclos de ensino.

Gráfico 2 – Grau de escolaridade

Relativamente à profissão exercida pelas inquiridas, pode- mos observar nos graficos 3 e 4 que são maioritariamente de- sempregadas as mães do grupo que não frequentou o PPP, enquanto as que não frequentaram são maioritariamente trabalhadoras não qualificadas. Os restantes grupos profis- sionais estão representados de forma equivalente nos dois grupos, excepto em relação às trabalhadoras qualificadas que são em maior número, no grupo de mães que frequen- tou o programa.

Gráficos 3 e 4 – Profissão

Neste estudo foi ainda observada a paridade das mães de ambos os grupos, verificando-se que são maioritariamente primíparas aquelas que frequentaram o PPP, sendo a multi- paridade dominante no grupo das mães que não frequen- tou o PPP.

Poderemos explicar este facto, devido às grávidas primí- paras reconhecerem uma maior necessidade de formação/

informação, talvez pela sua falta de experiências anteriores de maternidade, o que leva a que procurem e frequentem PPP de forma a adquirirem um conjunto de saberes que lhes confira alguma tranquilidade e segurança face aos desafios que se aproximam.

Gráfico 5 - Paridade

Relativamente ao tipo de parto das mães em estudo, não foram verificadas diferenças expressivas entre os dois gru- pos, sendo que, em ambos, se destacam os partos eutócicos como mesmo número de mães.

Gráfico 6 – Tipo de parto

VARIÁVEIS DA AMAMENTAÇÃO

A análise dos resultados relativos às variáveis da amamenta- ção pretende evidenciar de que forma o PPP, bem como toda a informação que é adquirida pelas grávidas sobre amamen- tação durante este período, é fundamental e relevante para o sucesso da amamentação.

Foram estudadas as variáveis existência de problemas re- lacionados com a amamentação, existência de apoio na ama- mentação, idade da diversificação alimentar e duração da amamentação.

4 Conforme podemos verificar pela análise do Gráfico 1- Idade das mães, no grupo com idade entre 21 e 29 anos existem 6 mães que frequentaram o PPP, enquanto apenas 1 pertence ao grupo das mães não frequentaram. Neste estudo, as mães mais jovens são também as mais motivadas para a frequência destes programas, enquanto aquelas que têm mais idade, são as que não frequentam o programa, talvez por terem já experiências anteriores de outros filhos, o que faz com que não sintam necessidade de frequência de programas para grávidas.

Gráfico 1 – Idade das mães

Relativamente ao grau de escolaridade verifica-se que as mães que frequentaram o PPP são as que têm um grau de escolaridade mais elevado. No gráfico 2 podemos verificar que a maioria das mães que frequentou o PPP pertence aos graus de escolaridade mais elevados, licenciatura e ensino secundário completo, enquanto que, as que pertencem ao grupo que não frequentou o PPP têm maioritariamente graus de escolaridade mais baixos, situando-se nos grupos que concluíram apenas o 1º, 2º e 3º ciclos de ensino.

Gráfico 2 – Grau de escolaridade

5 Relativamente à profissão exercida pelas inquiridas, podemos observar nos graficos 3 e 4 que são maioritariamente desempregadas as mães do grupo que não frequentou o PPP, enquanto as que não frequentaram são maioritariamente trabalhadoras não qualificadas. Os restantes grupos profissionais estão representados de forma equivalente nos dois grupos, excepto em relação às trabalhadoras qualificadas que são em maior número, no grupo de mães que frequentou o programa.

Gráficos 3 e 4 – Profissão

Profissão

Neste estudo foi ainda observada a paridade das mães de ambos os grupos, verificando-se que são maioritariamente primíparas, aquelas que frequentaram o PPP, sendo a multíparidade dominante no grupo das mães que não frequentou o PPP.

5 Relativamente à profissão exercida pelas inquiridas, podemos observar nos graficos 3 e 4 que são maioritariamente desempregadas as mães do grupo que não frequentou o PPP, enquanto as que não frequentaram são maioritariamente trabalhadoras não qualificadas. Os restantes grupos profissionais estão representados de forma equivalente nos dois grupos, excepto em relação às trabalhadoras qualificadas que são em maior número, no grupo de mães que frequentou o programa.

Gráficos 3 e 4 – Profissão

Profissão

Neste estudo foi ainda observada a paridade das mães de ambos os grupos, verificando-se que são maioritariamente primíparas, aquelas que frequentaram o PPP, sendo a multíparidade dominante no grupo das mães que não frequentou o PPP.

6 Poderemos explicar este facto, devido às grávidas primíparas reconhecerem uma maior necessidade de formação/informação, talvez pela sua falta de experiencias anteriores de maternidade, o que leva a que procurem e frequentem PPP de forma a adquirirem um conjunto de saberes que lhes confere alguma tranquilidade e segurança face aos desafios que se aproximam.

Gráfico 5 - Paridade

Relativamente ao tipo de parto das mães em estudo, não foram verificadas diferenças expressivas entre os dois grupos, sendo que, em ambos, se destacam os partos eutocicos como mesmo número de mães.

Gráfico 6 – Tipo de parto

6 Poderemos explicar este facto, devido às grávidas primíparas reconhecerem uma maior necessidade de formação/informação, talvez pela sua falta de experiencias anteriores de maternidade, o que leva a que procurem e frequentem PPP de forma a adquirirem um conjunto de saberes que lhes confere alguma tranquilidade e segurança face aos desafios que se aproximam.

Gráfico 5 - Paridade

Relativamente ao tipo de parto das mães em estudo, não foram verificadas diferenças expressivas entre os dois grupos, sendo que, em ambos, se destacam os partos eutocicos como mesmo número de mães.

Gráfico 6 – Tipo de parto

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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS — N.º 12/2012 A existência de problemas relacionados com a amamen-

tação bem como a sua percepção é maior no grupo de mães que frequentou o PPP, uma vez que também são estas as mais informadas e esclarecidas, logo valorizam mais as suas dúvidas e ou problemas existentes. De referir o facto de aquelas que não frequentaram o PPP terem referido maioritariamente que não tiveram problemas relacionados com a amamentação, pois sendo maioritariamente multíparas como vimos anteriormente, já possuirão alguma experiência nesta área o que faz com que tenham e refiram menos problemas relacionados.

Gráfico 7 - Existência de problemas relacionados com a amamentação

Também em relação à existência de apoio na amamenta- ção as mães que mais verbalizaram ter usufruído de apoio na amamentação são as que pertencem ao grupo que frequen- tou o PPP, em oposição ao grupo que não frequentou. Este apoio refere-se à ajuda a nível hospitalar nas primeiras ma- madas, mas também na resolução de pequenos problemas que surgiram após a alta, facto que leva as mães a recorrerem aos cuidados de saúde primários, onde têm a sua referência no conselheiro em aleitamento, que ministrou a preparação para a parentalidade durante a gravidez.

Gráfico 8 – Existência de apoio na amamentação

A idade da diversificação alimentar é um factor que po- derá ser determinante no sucesso ou insucesso da amamen- tação, uma vez que quando iniciada precocemente, além de provocar risco na saúde do bebé pela sua ainda imaturidade na assimilação e metabolismo de outros alimentos, além do leite materno, irá determinar um decréscimo na produção do

leite materno que poderá comprometer a manutenção da amamentação por mais tempo.

Neste estudo verificamos que, o grupo mais representa- tivo corresponde a 11 mães que não frequentaram o PPP e iniciaram a diversificação alimentar aos 4 meses de idade.

Como sabemos a OMS recomenda que todos os bebés se- jam alimentados com leite materno exclusivamente até aos 6 meses de vida.

As mães que pertencem ao grupo que frequentou o PPP iniciaram na sua maioria, a introdução de outros alimentos aos seus filhos, aos 6 meses de idade, conforme as orienta- ções de saúde em vigor, no entanto, existe ainda uma pe- quena parte (5) que iniciou esta diversificação aos 4 meses, por se tornar imperativo o regresso ao trabalho nesta idade.

Algumas mães ainda se debatem actualmente, com dificul- dades laborais para usufruírem dos direitos que protegem a maternidade e consequentemente fomentariam a amamen- tação.

Gráfico 9 – Idade da diversificação alimentar

Em relação à duração da amamentação, observamos que todas as inquiridas amamentaram os seus filhos, embora o número mais representativo das mães que amamentou, o te- nha feito por um período superior a 12 meses e pertença ao grupo que frequentou o PPP.

No grupo de mães que não frequentou o PPP é evidente uma incidência elevada de mães (6) que abandonaram esta prática, até ou mesmo antes, do 1º mês de vida do bebé. A falta de informação sobre as vantagens da amamentação, bem como a inadaptabilidade à prática por falta de conhe- cimentos teóricos acerca do aleitamento em geral levam a que o aleitamento materno seja abandonado muito precoce- mente, o que se traduz conforme sabemos no aumento dos riscos de saúde para a mãe e bebé, bem como no aumento de encargos financeiros para a família e comunidade em ge- ral.

Podemos ainda verificar que as mães que não frequenta- ram o PPP foram também as que referiram maioritariamente que não tiveram problemas relacionados com a amamenta- ção, o que nos leva a crer que as mesmas não têm noção da falta de informação que possuem acerca deste tema, uma vez que são elas que amamentam durante menos tempo, apesar de não referirem quaisquer problemas relacionados com a amamentação dos seus filhos.

7 VARIÁVEIS DA AMAMENTAÇÃO

A análise dos resultados relativos às variáveis da amamentação pretende evidenciar de que forma o PPP, bem como toda a informação que é adquirida pelas grávidas sobre amamentação durante este período, é fundamental e relevante para o sucesso da amamentação.

Foram estudadas as variáveis existência de problemas relacionados com a amamentação, existência de apoio na amamentação, idade da diversificação alimentar e duração da amamentação.

A existência de problemas relacionados com a amamentação bem como a sua percepção é maior no grupo de mães que frequentou o PPP, uma vez que também são estas as mais informadas e esclarecidas, logo valorizam mais as suas dúvidas e ou problemas existentes. De referir o facto de aquelas que não frequentaram o PPP terem referido maioritariamente que não tiveram problemas relacionados com a amamentação, pois sendo maioritariamente multíparas como vimos anteriormente, já possuirão alguma experiência nesta área o que faz com que tenham e refiram menos problemas relacionados.

Gráfico 7 - Existência de problemas relacionados com a amamentação

Também em relação à existência de apoio na amamentação as mães que mais verbalizaram ter usufruído de apoio na amamentação são as que pertencem ao grupo que frequentou o PPP, em oposição ao grupo que não frequentou. Este apoio refere-se à ajuda a nível hospitalar nas primeiras mamadas, mas também na resolução de pequenos problemas que surgiram após a alta, facto que leva as mães a recorrerem aos cuidados de saúde primários, onde têm a sua referência

0 5 10 15

Sim Não

Existência de problemas relacionados com a amamentação

Frequentou CPP Não frequentou CPP

8 no conselheiro em aleitamento, que ministrou a preparação para a parentalidade durante a gravidez.

Gráfico 8 – Existência de apoio na amamentação

A idade da diversificação alimentar é um factor que poderá ser determinante no sucesso ou insucesso da amamentação, uma vez que quando iniciada precocemente, além de provocar risco na saúde do bebé pela sua ainda imaturidade na assimilação e metabolismo de outros alimentos, além do leite materno, irá determinar um decréscimo na produção do leite materno que poderá comprometer a manutenção da amamentação por mais tempo.

Neste estudo verificamos que, o grupo mais representativo corresponde a 11 mães que não frequentaram o PPP e iniciaram a diversificação alimentar aos 4 meses de idade. Como sabemos a OMS recomenda que todos os bebés sejam alimentados com leite materno, exclusivamente até aos 6 meses de vida.

As mães que pertencem ao grupo que frequentou o PPP iniciaram na sua maioria, a introdução de outros alimentos aos seus filhos, aos 6 meses de idade, conforme as orientações de saúde em vigor, no entanto, existe ainda uma pequena parte (5) que iniciou esta diversificação aos 4 meses, por se tornar imperativo o regresso ao trabalho nesta idade. Algumas mães ainda se debatem actualmente, com dificuldades laborais para usufruírem dos direitos que protegem a maternidade e consequentemente fomentariam a amamentação.

0 5 10 15

Sim Não

14 5

11 8

Existência de apoio na amamentação

Não frequentou CPP Frequentou CPP

9 Gráfico 9 – Idade da diversificação alimentar

Em relação à duração da amamentação, observamos que todas as inquiridas amamentaram os seus filhos, embora o número mais representativo das mães que amamentou, fê-lo por um período superior a 12 meses e pertence ao grupo que frequentou o PPP.

No grupo de mães que não frequentou o PPP é evidente uma incidência elevada de mães (6) que abandonaram esta prática, até ou mesmo antes, do 1º mês de vida do bebé. A falta de informação sobre as vantagens da amamentação, bem como a inadaptabilidade à prática por falta de conhecimentos teóricos acerca do aleitamento em geral levam a que o aleitamento materno seja abandonado muito precocemente, o que se traduz conforme sabemos no aumento dos riscos de saúde para a mãe e bebé, bem como no aumento de encargos financeiros para a família e comunidade em geral.

Podemos ainda verificar que as mães que não frequentaram o PPP foram também as que referiram maioritariamente que não tiveram problemas relacionados com a amamentação, o que nos leva a crer que as mesmas não têm noção da falta de informação que possuem acerca deste tema, uma vez que são elas que amamentam durante menos tempo, apesar de não referem quaisquer problemas relacionados com a amamentação dos seus filhos.

Gráfico 10 – Duração da amamentação

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Gráfico 10 – Duração da amamentação

DISCUSSÃO

Este estudo pretendeu evidenciar as vantagens do trabalho desenvolvido no Programa de Preparação para o Parto e Pa- rentalidade , essencialmente na área do aleitamento mater- no, tendo por base, as suas reconhecidas vantagens.

Apesar de a amostra deste estudo não ser muito represen- tativa, o mesmo traduz de forma clara e inequívoca que:

As mães que frequentaram o Programa de preparação para a parentalidade são em geral mais jovens, com um grau de escolaridade maior e pertencem a grupos profissionais com maiores qualificações de que aquelas que não frequentaram.

A maioria das grávidas que frequenta este programa é pri- mípara, ao contrário das que não frequentaram, que na sua maioria são multíparas.

As crianças que foram amamentadas durante mais tempo, são as que pertencem ao grupo de mães que frequentou o Programa de preparação para a parentalidade, tendo sido a diversificação alimentar mais tardia, contrariamente ao grupo que não frequentou.

Todas estas evidências permitem-nos concluir que esta- mos no caminho certo.

É imprescindível, que as instituições de saúde, bem como os seus profissionais, nomeadamente os Enfermeiros Espe- cialistas de Saúde Materna e Obstetrícia, continuem a investir nos Programas de Preparação para a Parentalidade, especifi- camente no incentivo e apoio ao aleitamento materno.

Também, em todos os programas dirigidos a grávidas que já estejam implementados, é importante que um número considerável de horas, seja destinado exclusivamente a tra- tar o tema aleitamento materno, onde se façam abordagens gerais e especificas sobre o tema e onde os casais consigam reconhecer e evidenciar os benefícios desta prática, tanto no bem-estar do seu filho, como também em todos os aspetos específicos que os envolve diretamente.

Estamos convictos que os ganhos em saúde que são indis- cutivelmente reconhecidos actualmente, sê-lo-ão também num futuro próximo, incrementando a saúde da população das próximas gerações.

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9 Gráfico 9 – Idade da diversificação alimentar

Em relação à duração da amamentação, observamos que todas as inquiridas amamentaram os seus filhos, embora o número mais representativo das mães que amamentou, fê-lo por um período superior a 12 meses e pertence ao grupo que frequentou o PPP.

No grupo de mães que não frequentou o PPP é evidente uma incidência elevada de mães (6) que abandonaram esta prática, até ou mesmo antes, do 1º mês de vida do bebé. A falta de informação sobre as vantagens da amamentação, bem como a inadaptabilidade à prática por falta de conhecimentos teóricos acerca do aleitamento em geral levam a que o aleitamento materno seja abandonado muito precocemente, o que se traduz conforme sabemos no aumento dos riscos de saúde para a mãe e bebé, bem como no aumento de encargos financeiros para a família e comunidade em geral.

Podemos ainda verificar que as mães que não frequentaram o PPP foram também as que referiram maioritariamente que não tiveram problemas relacionados com a amamentação, o que nos leva a crer que as mesmas não têm noção da falta de informação que possuem acerca deste tema, uma vez que são elas que amamentam durante menos tempo, apesar de não referem quaisquer problemas relacionados com a amamentação dos seus filhos.

Gráfico 10 – Duração da amamentação

Posições alternativas em trabalho de parto

João Nogueira11

RESUMO

As articulações sacroilíacas são as articulações da bacia mais móveis. A con- tranutação aumenta o diâmetro antero-posterior do estreito superior e di- minui os diâmetros antero-posteriores na escavação pélvica e estreito infe- rior. A nutação diminui o diâmetro antero-posterior a nível do estreito supe- rior e aumenta os diâmetros antero-posteriores ao nível da escavação pé- lvica e estreito inferior. É necessário, portanto, posicionar a parturiente de forma a adequar o movimento da articulação sacroilíaca com a descida da apresentação. Por outro lado, a concordância entre o eixo do estreito supe- rior e o eixo do puxo uterino promove a evolução normal do trabalho de

1 Enfermeiro Especialista SMO. Urgência de Obstetrícia/ Ginecologia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu. E-mail: joaordfn@gmail.com

parto. Atualmente existem evidências científicas que contrariam a prática de colocar sistematicamente as parturientes na posição de litotomia para parir.

Não há dados científicos que justifiquem a necessidade de incentivar a par- turiente a realizar esforços expulsivos antes de esta ter a sensação imperiosa de puxar ou antes de duas horas de descida passiva.

Palavras-chave: posições, parto, parturiente, trabalho de parto.

ABSTRACT

The sacroiliac joints are the more mobile of the hip joints. The counter-nu- tation increases the anteroposterior diameter of the narrow top and decrea- ses the anteroposterior diameter in the pelvic excavation and narrow bot- tom. The nutation decreases the anteroposterior diameter at the narrow top and increases the anteroposterior diameter at the bottom narrow and pel- vic excavation. It is therefore necessary to place the parturient in order to ad-

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