• Nenhum resultado encontrado

Número:

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Número:"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

18/05/2021

Número: 0600382-55.2020.6.16.0044

Classe: RECURSO ELEITORAL

Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Regional Eleitoral Órgão julgador: Relatoria Dr. Roberto Ribas Tavarnaro

Última distribuição : 30/11/2020 Valor da causa: R$ 0,00

Processo referência: 0600382-55.2020.6.16.0044

Assuntos: Conduta Vedada ao Agente Público, Propaganda Política - Propaganda Eleitoral, Propaganda Política - Propaganda Eleitoral - Bem Público, Propaganda Política - Propaganda Eleitoral - Internet, Propaganda Política - Propaganda Institucional, Propaganda Política - Propaganda Eleitoral - Redes Sociais

Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? NÃO

Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO Tribunal Regional Eleitoral do Paraná PJe - Processo Judicial Eletrônico

Partes Procurador/Terceiro vinculado

ELEICAO 2020 CELSO FERNANDO GOES PREFEITO (RECORRENTE)

ORIDES NEGRELLO NETO (ADVOGADO)

AMANDA FERNANDES MONEGATO (ADVOGADO) FERNANDA ALVES FAGUNDES (ADVOGADO)

SILVANEY ISABEL GOMES DE OLIVEIRA (ADVOGADO) RICARDO GONCALVES TEIXEIRA JUNIOR (ADVOGADO) RAFAELA DISTEFANO RIBEIRO SCHMIDT (ADVOGADO) RAFAELA FARRACHA LABATUT PEREIRA (ADVOGADO) PAOLA SAYURI MENA OLIVEIRA (ADVOGADO)

JHONATHAN SIDNEY DE NAZARE (ADVOGADO) LUIZ PAULO MULLER FRANQUI (ADVOGADO) GUILHERME MALUCELLI (ADVOGADO) GUSTAVO BONINI GUEDES (ADVOGADO) RODRIGO GAIAO (ADVOGADO)

CASSIO PRUDENTE VIEIRA LEITE (ADVOGADO) JAYNE PAVLAK DE CAMARGO (ADVOGADO) ELEICAO 2020 SAMUEL RIBAS DE ABREU VICE-PREFEITO

(RECORRENTE)

ORIDES NEGRELLO NETO (ADVOGADO)

AMANDA FERNANDES MONEGATO (ADVOGADO) FERNANDA ALVES FAGUNDES (ADVOGADO)

SILVANEY ISABEL GOMES DE OLIVEIRA (ADVOGADO) RICARDO GONCALVES TEIXEIRA JUNIOR (ADVOGADO) RAFAELA DISTEFANO RIBEIRO SCHMIDT (ADVOGADO) RAFAELA FARRACHA LABATUT PEREIRA (ADVOGADO) PAOLA SAYURI MENA OLIVEIRA (ADVOGADO)

JHONATHAN SIDNEY DE NAZARE (ADVOGADO) LUIZ PAULO MULLER FRANQUI (ADVOGADO) GUILHERME MALUCELLI (ADVOGADO) GUSTAVO BONINI GUEDES (ADVOGADO) RODRIGO GAIAO (ADVOGADO)

CASSIO PRUDENTE VIEIRA LEITE (ADVOGADO) JAYNE PAVLAK DE CAMARGO (ADVOGADO) CESAR AUGUSTO CAROLLO SILVESTRI FILHO

(RECORRENTE)

ORIDES NEGRELLO NETO (ADVOGADO)

(2)

DORACI SENGER LUY (RECORRENTE) ORIDES NEGRELLO NETO (ADVOGADO) GUARAPUAVA CADA VEZ MELHOR 23-CIDADANIA / 45-

PSDB / 22-PL / 11-PP / 55-PSD / 19-PODE / 90-PROS (RECORRENTE)

ORIDES NEGRELLO NETO (ADVOGADO)

AMANDA FERNANDES MONEGATO (ADVOGADO) FERNANDA ALVES FAGUNDES (ADVOGADO)

SILVANEY ISABEL GOMES DE OLIVEIRA (ADVOGADO) RICARDO GONCALVES TEIXEIRA JUNIOR (ADVOGADO) RAFAELA DISTEFANO RIBEIRO SCHMIDT (ADVOGADO) PAOLA SAYURI MENA OLIVEIRA (ADVOGADO)

JHONATHAN SIDNEY DE NAZARE (ADVOGADO) LUIZ PAULO MULLER FRANQUI (ADVOGADO) GUILHERME MALUCELLI (ADVOGADO) JAYNE PAVLAK DE CAMARGO (ADVOGADO) CASSIO PRUDENTE VIEIRA LEITE (ADVOGADO) RODRIGO GAIAO (ADVOGADO)

GUSTAVO BONINI GUEDES (ADVOGADO) CELSO FERNANDO GOES (RECORRENTE) ORIDES NEGRELLO NETO (ADVOGADO)

AMANDA FERNANDES MONEGATO (ADVOGADO) FERNANDA ALVES FAGUNDES (ADVOGADO)

SILVANEY ISABEL GOMES DE OLIVEIRA (ADVOGADO) RICARDO GONCALVES TEIXEIRA JUNIOR (ADVOGADO) RAFAELA DISTEFANO RIBEIRO SCHMIDT (ADVOGADO) RAFAELA FARRACHA LABATUT PEREIRA (ADVOGADO) PAOLA SAYURI MENA OLIVEIRA (ADVOGADO)

JHONATHAN SIDNEY DE NAZARE (ADVOGADO) LUIZ PAULO MULLER FRANQUI (ADVOGADO) GUILHERME MALUCELLI (ADVOGADO) JAYNE PAVLAK DE CAMARGO (ADVOGADO) CASSIO PRUDENTE VIEIRA LEITE (ADVOGADO) RODRIGO GAIAO (ADVOGADO)

GUSTAVO BONINI GUEDES (ADVOGADO) SAMUEL RIBAS DE ABREU (RECORRENTE) ORIDES NEGRELLO NETO (ADVOGADO)

AMANDA FERNANDES MONEGATO (ADVOGADO) FERNANDA ALVES FAGUNDES (ADVOGADO)

SILVANEY ISABEL GOMES DE OLIVEIRA (ADVOGADO) RICARDO GONCALVES TEIXEIRA JUNIOR (ADVOGADO) RAFAELA DISTEFANO RIBEIRO SCHMIDT (ADVOGADO) RAFAELA FARRACHA LABATUT PEREIRA (ADVOGADO) PAOLA SAYURI MENA OLIVEIRA (ADVOGADO)

JHONATHAN SIDNEY DE NAZARE (ADVOGADO) LUIZ PAULO MULLER FRANQUI (ADVOGADO) GUILHERME MALUCELLI (ADVOGADO) JAYNE PAVLAK DE CAMARGO (ADVOGADO) CASSIO PRUDENTE VIEIRA LEITE (ADVOGADO) RODRIGO GAIAO (ADVOGADO)

GUSTAVO BONINI GUEDES (ADVOGADO) ELEICAO 2020 ANTENOR GOMES DE LIMA PREFEITO

(RECORRIDO)

RAMON BARBOSA E SILVA (ADVOGADO) DANIEL DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO) DAVI DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO)

OSCAR VIRMOND ARRUDA SOBRINHO (ADVOGADO) LUIZ EDUARDO PECCININ (ADVOGADO)

DYLLIARDI ALESSI (ADVOGADO)

PRISCILLA CONTI BARTOLOMEU (ADVOGADO)

(3)

ELEICAO 2020 JOAO ALBERTO NIECKARS DA SILVA VICE- PREFEITO (RECORRIDO)

OSCAR VIRMOND ARRUDA SOBRINHO (ADVOGADO) DAVI DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO)

DANIEL DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO) RAMON BARBOSA E SILVA (ADVOGADO) LUIZ EDUARDO PECCININ (ADVOGADO) DYLLIARDI ALESSI (ADVOGADO)

PRISCILLA CONTI BARTOLOMEU (ADVOGADO) MOVIMENTO GUARAPUAVA PARA TODOS 13-PT / 15-MDB

/ 65-PC do B (RECORRIDO)

OSCAR VIRMOND ARRUDA SOBRINHO (ADVOGADO) DAVI DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO)

DANIEL DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO) RAMON BARBOSA E SILVA (ADVOGADO) LUIZ EDUARDO PECCININ (ADVOGADO) DYLLIARDI ALESSI (ADVOGADO)

PRISCILLA CONTI BARTOLOMEU (ADVOGADO) ANTENOR GOMES DE LIMA (RECORRIDO) PRISCILLA CONTI BARTOLOMEU (ADVOGADO)

DYLLIARDI ALESSI (ADVOGADO) LUIZ EDUARDO PECCININ (ADVOGADO)

OSCAR VIRMOND ARRUDA SOBRINHO (ADVOGADO) DAVI DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO)

DANIEL DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO) RAMON BARBOSA E SILVA (ADVOGADO) JOAO ALBERTO NIECKARS DA SILVA (RECORRIDO) PRISCILLA CONTI BARTOLOMEU (ADVOGADO)

DYLLIARDI ALESSI (ADVOGADO) LUIZ EDUARDO PECCININ (ADVOGADO)

OSCAR VIRMOND ARRUDA SOBRINHO (ADVOGADO) DAVI DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO)

DANIEL DALZOTO DOS SANTOS (ADVOGADO) RAMON BARBOSA E SILVA (ADVOGADO) Procurador Regional Eleitoral1 (FISCAL DA LEI)

Documentos Id. Data da

Assinatura

Documento Tipo

34273 366

13/05/2021 16:54 Decisão Decisão

(4)

JUSTIÇA ELEITORAL

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ

Guarapuava - PARANÁ RECURSO ELEITORAL (11548) - Processo nº 0600382-55.2020.6.16.0044 -

RECORRENTES: CELSO FERNANDO GOES e SAMUEL RIBAS DE ABREU

Advogados dos RECORRENTES: ORIDES NEGRELLO NETO - PR0085791, AMANDA

FERNANDES MONEGATO - PR66104, FERNANDA ALVES FAGUNDES - PR50146, SILVANEY ISABEL GOMES DE OLIVEIRA - PR42291, RICARDO GONCALVES TEIXEIRA JUNIOR - PR0088286, RAFAELA DISTEFANO RIBEIRO SCHMIDT - PR0103194, RAFAELA FARRACHA LABATUT PEREIRA - PR0058415, PAOLA SAYURI MENA OLIVEIRA - PR0090525,

JHONATHAN SIDNEY DE NAZARE - PR0084893, LUIZ PAULO MULLER FRANQUI - PR0098059, GUILHERME MALUCELLI - PR0093401, JAYNE PAVLAK DE CAMARGO - PR0083449, CASSIO PRUDENTE VIEIRA LEITE - PR0058425, RODRIGO GAIAO - PR0034930, GUSTAVO BONINI GUEDES - PR0041756

RECORRIDOS: MOVIMENTO GUARAPUAVA PARA TODOS 13-PT / 15-MDB / 65-PC DO B, ANTENOR GOMES DE LIMA, JOAO ALBERTO NIECKARS DA SILVA

Advogados dos RECORRIDOS: PRISCILLA CONTI BARTOLOMEU - PR0097632, DYLLIARDI ALESSI - PR0055617, LUIZ EDUARDO PECCININ - PR0058101, OSCAR VIRMOND ARRUDA SOBRINHO - PR46784, DAVI DALZOTO DOS SANTOS - PR88501, DANIEL DALZOTO DOS SANTOS - PR53841, RAMON BARBOSA E SILVA - PR0048887

I - RELATÓRIO

Trata-se de Recurso Especial Eleitoral interposto por CELSO FERNANDO GÓES e SAMUEL RIBAS DE ABREU em face do Acórdão nº 58.610 (ID 32.542.666), desta Corte Regional, que, por unanimidade

Num. 34273366 - Pág. 1

Assinado eletronicamente por: TITO CAMPOS DE PAULA - 13/05/2021 16:54:44

https://pje.tre-pr.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21051316475775500000033420342 Número do documento: 21051316475775500000033420342

(5)

de votos, negou provimento ao recurso por eles interposto, mantendo a sentença que os condenara ao pagamento de multa no importe de R$ 5.320,00 (cinco mil, trezentos e vinte reais), em razão da prática da conduta vedada pelo artigo 73, I, da Lei nº 9.504/97.

O Acórdão tem a seguinte ementa:

EMENTA – ELEIÇÕES 2020. RECURSO ELEITORAL.

REPRESENTAÇÃO ELEITORAL POR CONDUTA VEDADA.

ILEGITIMIDADE PASSIVA DO PREFEITO MUNICIPAL.

PRELIMINAR AFASTADA. GRAVAÇÃO DE VÍDEO NO INTERIOR DE ESCOLA MUNICIPAL. USO DE BEM PÚBLICO. ACESSO RESTRITO.

CARACTERIZAÇÃO DA CONDUTA VEDADA PREVISTA NO ART. 73, I DA LEI DAS ELEIÇÕES. AUSÊNCIA DE GRAVIDADE. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.

MULTA APLICADA NO PATAMAR MÍNIMO. RECURSOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS.

1. Em Representações por conduta vedada, a legitimidade passiva do Chefe do Poder Executivo Municipal independe de prova de autoria ou de prévio conhecimento, matéria reservada ao mérito.

2. A gravação de vídeo contendo propaganda eleitoral realizada em Escola Pública Municipal configura conduta vedada prevista pelo art. 73, I da Lei das Eleições, na medida em que não há mera captação de imagens, mas efetivo uso de bem público de acesso restrito, ofendendo a isonomia da disputa eleitoral.

3. Nos termos da jurisprudência do TSE, configurada a conduta vedada, a proporcionalidade e a razoabilidade devem nortear a aplicação das penalidades (TSE, Rp nº 119878, Acórdão, rel. Min. Luís Roberto Barroso, DJE 26/08/2020).

4. Multa fixada no patamar mínimo de R$ 5.320,50 (cinco mil, trezentos e vinte reais e cinquenta centavos) aos recorrentes.

5. Recursos conhecidos e desprovidos.

O recurso (ID 33.649.066) fundamenta-se na violação ao artigo 73, I, da Lei nº 9.504/97, sob a alegação de que não houve, no caso em apreço, efetiva utilização do bem público, que foi presumida pelo Tribunal

, mas sim a mera captação de imagens dos referidos bens.

a quo

Aduzem que a descrição fática realizada no acórdão permite delinear a mera ocorrência da captação de imagens, inexistindo qualquer elemento apto a demonstrar a efetiva afetação dos serviços prestados em prol da campanha eleitoral.

Apontam dissídio jurisprudencial quanto a tema, indicando como paradigma o julgado do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte na AIJE nº 14115, no qual se entendeu que a gravação em prédios públicos, quando não realizadas de modo a interromper ou inviabilizar o fornecimento do serviço público, não configura conduta vedada.

Sustentam que o caso em apreço revestiu-se de menor gravidade, na medida em que, em razão da

pandemia de Covid19, não estavam sendo ministradas aulas presenciais e as escolas estavam abertas para a gravação dos conteúdos disponibilizados por via remota, o que possibilitou-lhes o ingresso ao bem público.

Requerem, ao final, a admissão e o provimento do recurso, para o fim de se afastar a condenação em razão da inocorrência de conduta vedada.

Num. 34273366 - Pág. 2

Assinado eletronicamente por: TITO CAMPOS DE PAULA - 13/05/2021 16:54:44

https://pje.tre-pr.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21051316475775500000033420342 Número do documento: 21051316475775500000033420342

(6)

II - DECISÃO

O recurso é tempestivo, mas não merece seguimento.

Os recorrentes alegam, em síntese, que o Tribunal presumiu a ocorrência de efetivo uso do bem público, pois o caso em apreço trata de mera captação de imagens, o que é possível extrair-se da descrição fática contida no acórdão.

Em que pese a alegação, o que se observa da análise fática realizada pela Corte, soberana na avaliação de fatos e provas, é exatamente o contrário:

Os representados, por sua vez, alegam que não foram realizadas gravações em diversas instalações públicas, mas somente a gravação de uma peça publicitária em uma sala de aula na Escola Municipal Antonio Lustosa de Oliveira, no dia 14/10/2020, no período das 11h30 às 13h. Apontam, ainda, que as crianças que aparecem na gravação são atores e as imagens teriam sido produzidas e fornecidas por agência de marketing que auxiliou na confecção do material, sendo do banco de imagens dos profissionais. Abalizam que as cenas são produzidas e não houve qualquer interferência nas rotinas escolares, até porque as aulas presenciais estavam suspensas por conta da pandemia.

(...)

Pela análise da prova trazida com a inicial, verifica-se que trata-se da gravação de um vídeo com 03m54s, no qual o candidato aparece no interior da sala de aula de uma Escola Pública, sendo possível visualizar alguns alunos em situação de aula e prática de esportes, acompanhadas de entrevistas de apoio de algumas pessoas, as quais se presume sejam professoras, concedidas no mesmo ambiente escolar. Note-se:

(...)

Diferentemente do que afirmam os representados, ora recorrentes, mais do que simples captação de imagens do bem público, houve efetiva utilização do interior das

dependências da Escola Municipal para realização da propaganda eleitoral, com a gravação do vídeo de campanha do candidato no interior de uma sala de aula,

acompanhada de imagens de alunos do ensino municipal e entrevistas concedidas por prováveis servidores públicos, no mesmo ambiente público.

In casu, não se mostra crível a alegação do recorrente no sentido de que não houve a gravação do vídeo em horário de expediente e que as imagens constantes do vídeo compõem acervo dos responsáveis pela produção, posto que a mera utilização do bem público com o fito de propaganda eleitoral já caracterizaria a vedação tipificada no art.

73, I da Lei das Eleições. Até porque, as imagens em que o candidato aparece sozinho foram efetivamente realizadas no interior da supracitada Escola Municipal Antonio Lustosa de Oliveira, indene de dúvidas.

No tocante à prova da cessão do bem público pela requerida Doraci Senger Luy, Secretária Municipal de Educação e Cultura, restou cabalmente demonstrado nos autos que houve por ela a autorização formal, como bem se observa (id. 21544616):

Num. 34273366 - Pág. 3

Assinado eletronicamente por: TITO CAMPOS DE PAULA - 13/05/2021 16:54:44

https://pje.tre-pr.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21051316475775500000033420342 Número do documento: 21051316475775500000033420342

(7)

Nota-se, da análise probatória, que os ora recorrentes reconheceram a utilização da Escola Municipal Antonio Lustosa de Oliveira para a gravação da propaganda eleitoral, o que também restou demonstrado pela declaração fornecida por Doraci Senger Luy, Secretária Municipal de Educação e Cultura, no sentido de que autorizou a gravação e acompanhou a equipe de gravação (ID 21.544.616).

Assim, tem-se que para contrariar a conclusão da Corte no sentido da efetiva utilização do bem público, com a devida vênia, seria necessário o reexame de fatos e provas pretendido no presente recurso especial, providência incabível no Recurso Especial Eleitoral, a teor da Súmula TSE nº 24, nos termos da

jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral:

ELEIÇÕES 2016. AGRAVOS INTERNOS EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. CONDUTA VEDADA E ABUSO DE PODER. CONDENAÇÃO. AGRAVO DO PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS). REQUERIMENTO DE INTERVENÇÃO COMO ASSISTENTE SIMPLES NO FEITO, COM A FINALIDADE DE ASSEGURAR O DEFERIMENTO DO REGISTRO DE CANDIDATURA DE AFILIADO EM ELEIÇÃO SUBSEQUENTE À TRATADA NA ESPÉCIE. AUSÊNCIA DE INTERESSE JURÍDICO NA DEMANDA. AGRAVO DE NELSON ROBERTO BORNIER DE OLIVEIRA. PUBLICIDADE INSTITUCIONAL EM PERÍODO VEDADO. ART. 73, VI, b, DA LEI DAS ELEIÇÕES C/C O ART. 22, XIV, DA LEI DAS INELEGIBILIDADES. IDENTIFICAÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS PÚBLICOS COM A LOGOMARCA E AS CORES DA GESTÃO. ASSOCIAÇÃO À PESSOA DO PREFEITO. PERMANÊNCIA DURANTE O PERÍODO ELEITORAL.

FATO INCONTROVERSO. ILÍCITO DE NATUREZA OBJETIVA. GRAVIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS, AFETANDO A NORMALIDADE E A LEGITIMIDADE DO PLEITO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IGUALDADE ENTRE OS

CANDIDATOS. REEXAME DO CONTEÚDO FÁTICO–PROBATÓRIO DOS AUTOS. INVIABILIDADE. SÚMULA Nº 24/TSE. AGRAVOS DESPROVIDOS.

(...)

Do agravo de Nelson Roberto Bornier de Oliveira

1. Nos termos da moldura fática delineada no acórdão regional, o ora agravante se utilizou da máquina pública para estampar em todos os bens e serviços do Município de Nova Iguaçu/RJ as cores e o novo símbolo associados a sua pessoa enquanto prefeito, em estado de permanência, concretizando a prática de publicidade institucional em período vedado.

2. As provas produzidas assentam robustez suficiente para demonstrar a ocorrência do abuso de poder político e a gravidade das circunstâncias que o caracterizam, afetando a normalidade e a legitimidade do pleito.

3. A revisão das conclusões da Corte regional acerca da configuração de conduta vedada e de abuso de poder político demandaria o revolvimento do arcabouço fático–probatório dos autos, providência vedada em sede de recurso especial, nos termos da Súmula nº 24/TSE.

4. Registre–se, ademais, que o art. 73, VI, b, da Lei nº 9.504/1997 veda, no período de três meses que antecede o pleito, toda e qualquer publicidade institucional,

independentemente de termo inicial de veiculação e de suposta falta de caráter

eleitoreiro, com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado e os casos de grave e urgente necessidade pública, reconhecida previamente pela Justiça Eleitoral. Precedentes.

5. Agravo interno a que se nega provimento.

Num. 34273366 - Pág. 4

Assinado eletronicamente por: TITO CAMPOS DE PAULA - 13/05/2021 16:54:44

https://pje.tre-pr.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21051316475775500000033420342 Número do documento: 21051316475775500000033420342

(8)

(Agravo de Instrumento nº 49130, Acórdão, Relator Min. Edson Fachin, Publicação:

DJE - Diário da justiça eletrônica, Tomo 156, Data 06/08/2020)

A pretensão da reanálise da matéria fática também se verifica dos argumentos relacionados à suspensão das aulas em razão da pandemia do Covid19, fator já considerado no acórdão recorrido.

Ademais, O alegado dissídio jurisprudencial não autoriza a admissão do recurso especial, na medida em que o entendimento do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande no Norte, no sentido de que a conduta vedada não se configura em razão da ausência de suspensão/interrupção do atendimento ao público, não encontra eco na jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, senão vejamos:

DIREITO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. ELEIÇÕES 2014. CONDUTA VEDADA. ART. 73, I E III, DA LEI Nº 9.504/1997. BEM PÚBLICO. USO COMUM. CESSÃO OU USO. UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE – UBS. VISTORIA DAS DEPENDÊNCIAS. GRAVAÇÃO DE PROGRAMA ELEITORAL. PRESENÇA DA PRESIDENTE DA REPÚBLICA CANDIDATA À REELEIÇÃO.

CAPTAÇÃO DE IMAGENS. REUNIÃO E ENTREVISTA COM MÉDICOS.

CONDUTA VEDADA CONFIGURADA. SERVIDOR PÚBLICO. CESSÃO OU USO DE SERVIÇOS. CORPO CLÍNICO DA UBS. MERA APRESENTAÇÃO DO LOCAL A AUTORIDADES E ENTREVISTA SOBRE COTIDIANO DE

TRABALHO. MINISTRO DA SAÚDE. INAPLICABILIDADE DO CONCEITO DE HORÁRIO DE EXPEDIENTE. CONDUTA VEDADA NÃO CONFIGURADA.

AUSÊNCIA DE IMPACTO E DE GRAVIDADE DO ILÍCITO RECONHECIDO.

PROCEDÊNCIA PARCIAL DO PEDIDO. MULTA. APLICAÇÃO A CANDIDATO BENEFICIADO.

I – Hipótese

1. Representação, com pedido de liminar, ajuizada contra a Coligação Com a Força do Povo (PT/PMDB/PDT/PCdoB/PP/PR/PSD/PROS/PRB), Dilma Vana Rousseff, Michel Miguel Elias Temer Lulia, então Presidente e Vice–Presidente da República candidatos à reeleição em 2014; Ademar Arthur Chioro dos Reis, então Ministro da Saúde; César Tamashita, Juan Gusmelie e Hilda Suares, médicos; e Walter Freitas Júnior, servidor público municipal, por suposta prática de conduta vedada, com fundamento no art. 73, I e III, da Lei nº 9.504/1997.

2. Gravação de propaganda eleitoral nas dependências de Unidade Básica de Saúde, com presença da Presidente da República e do Ministro da Saúde, captação de imagens e concessão de entrevista, por médicos.

(...)

III – Mérito

5. Para fins eleitorais, entendem–se como bens públicos de uso comum os assim definidos pelo Código Civil e também aqueles aos quais a população em geral tem acesso. Escolas e bibliotecas públicas também já foram consideradas bens públicos de uso comum, desde que: (i) o local das filmagens seja de acesso livre a qualquer pessoa; (ii) o uso das dependências seja igualmente possibilitado aos demais candidatos (AgR–RO nº 1379–94/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. em 28.11.2016);

(iii) a utilização do bem se restrinja à captação de imagens, verificada pela

"ausência de interação direta entre os que são filmados e a câmera" e de encenação (RO nº 1960–83/AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. em 27.06.2017) e (iv) não haja interrupção da prestação do serviço ao público em virtude das filmagens.

Precedentes.

Num. 34273366 - Pág. 5

Assinado eletronicamente por: TITO CAMPOS DE PAULA - 13/05/2021 16:54:44

https://pje.tre-pr.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21051316475775500000033420342 Número do documento: 21051316475775500000033420342

(9)

6. Para que seja constatada a mera captação de imagens, é necessário que não haja a identificação expressa do estabelecimento público, servindo o local apenas como pano de fundo, a fim de ilustrar as propostas dos candidatos para as áreas

. relacionadas ao local das filmagens

7. Art. 73, I, da Lei nº 9.504/1997. O conjunto probatório demonstra que a conduta dos representados extrapolou a mera captação de imagens, uma vez que: (i) medidas preparatórias para a visita foram adotadas ante a comunicação de que um representante do Ministério da Saúde realizaria uma visita técnica no local; (ii) a candidata circulou por áreas internas da UBS e realizou reunião em sala administrativa, espaços em relação aos quais não se pode presumir acesso do público em geral; (iii) as circunstâncias não permitem concluir que outros candidatos poderiam ter acesso idêntico. Assim, ficou configurado o uso de bem público em benefício da candidatura.

(...)

(Representação nº 119878, Acórdão, Relator Min. Luís Roberto Barroso, Publicação:

DJE - Diário da justiça eletrônica, Data 26/08/2020)

Nota-se, portanto, que a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral não encerra a análise da conduta vedada pelo artigo 73, I, da Lei nº 9.504/97 na suspensão/interrupção do serviço público, considerando também, dentre outros requisitos, que o uso das dependências seja igualmente possibilitado aos demais candidatos e a inexistência identificação expressa do estabelecimento público, o que pode se extrair, conforme se infere do precedente supratranscrito, das circunstâncias que envolvem o caso.

Tem-se, assim, que a decisão desta Corte está em consonância com o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, incidindo na espécie, o óbice enunciado na Súmula TSE nº 30.

Nessas condições, nega-se seguimento ao recurso.

À Secretaria Judiciária para as providências.

Curitiba, 13 de maio de 2021.

DES. TITO CAMPOS DE PAULA Presidente

Num. 34273366 - Pág. 6

Assinado eletronicamente por: TITO CAMPOS DE PAULA - 13/05/2021 16:54:44

https://pje.tre-pr.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21051316475775500000033420342 Número do documento: 21051316475775500000033420342

Referências

Documentos relacionados

LUCIANO GANDRA MARTINS (ADVOGADO) ROMARIO ESTRELA PEREIRA (ADVOGADO) THIAGO AUGUSTO SILVA ANDREZA (ADVOGADO) ANGELA MARIA RODRIGUES (ADVOGADO) CAROLINE CAMPOS DE OLIVEIRA

Região, Relator: Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Agravante(s): ROBERT BOSCH LTDA., Advogado: Alexandre Euclides Rocha, Advogado: Victor Russomano Júnior,

Região, Relator: Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, Embargante: SERGIO LUIZ NUNES, Advogado: Shigueru Sumida, Advogado: Alexandre Simões Lindoso, Advogado: Fábio

Região, Relator: Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, Agravante(s): JOSÉ CARLOS MACHADO, Advogado: João Pedro Ferraz dos Passos, Advogado: Shigueru Sumida, Advogado: Alexandre

Região, Relator: Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Embargante: JBS S.A., Advogado: Gustavo Barbaroto Paro, Advogado: Victor Russomano Júnior, Advogado:

BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A., Advogado: Carlos Jose Elias Junior, Advogado: Gustavo Ferreira Cruz, Advogado: Osmar Mendes Paixão Côrtes, Advogado: Fernando de

Região, Relator: Ministro Augusto César Leite de Carvalho, Embargante: WHIRLPOOL S.A., Advogado: Victor Russomano Júnior, Advogado: Alberto Augusto de Poli, Advogado: Victor

Região, Relator: Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Embargante: GLÓRIA MARIA VERELLA GOMES, Advogado: Maurício de Figueiredo Corrêa da Veiga, Advogado: Mauricio