• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE TECNÓLOGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PAULO JORGE DIAS FILHO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "UNIVERSIDADE TECNÓLOGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PAULO JORGE DIAS FILHO"

Copied!
86
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE TECNÓLOGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS­GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA. PAULO JORGE DIAS FILHO. MOBILE LEARNING COMO INSTRUMENTO PARA O PROCESSO DE ENSINO DE ESTATÍSTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. LONDRINA 2021.

(2) PAULO JORGE DIAS FILHO. MOBILE LEARNING COMO INSTRUMENTO PARA O PROCESSO DE ENSINO DE ESTATÍSTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. MOBILE LEARNING AS AN INSTRUMENT FOR THE STATISTICS TEACHING PROCESS IN THE FINAL YEARS OF ELEMENTARY EDUCATION. Dissertação apresentada ao Programa de Pós­ Graduação em Ensino de Matemática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio e Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ensino de Matemática. Orientador: Prof.º Dr. Leonardo Sturion. LONDRINA 2021. _____________________. 4.0 Internacional. Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho para fins não comerciais, desde que atribuam o devido crédito e que licenciem as novas criações sob termos idênticos. Conteúdos elaborados por terceiros, citados e referenciados nesta obra não são cobertos pela licença..

(3)

(4) Dedico este trabalho... À Deus por me dar força, sabedoria e toda resiliência necessária para que eu nunca desista dos meus ideais..

(5) AGRADECIMENTOS. À Deus, por estar sempre comigo, em todos os momentos, me iluminando e abençoando na trilha dos meus caminhos. Ao meu querido orientador, Prof.º Dr. Leonardo Sturion, por toda atenção, dedicação e conhecimento compartilhado nesta minha jornada. Aos membros da banca, Prof. ª Dr. ª Marcia Cristina dos Reis e Prof. ª Dr. ª Zenaide de Fátima Dante Correia Rocha, por terem aceito contribuir na minha formação e na conclusão deste trabalho. À minha Mãe Marineide, por ser a primeira a vibrar todas as minhas vitórias e conquistas. Ao meu Pai Paulo Jorge (In memoriam) que mesmo não estando neste plano espiritual, me faz sentir sua forte presença em minha vida. Às minhas irmãs Sâmia Paula e Thamirez Paula, por estarem sempre ao meu lado, me apoiando e compartilhando muito amor e admiração. Aos meus amigos e amigas Tainan Begara, Miréia Vale, Camila Paola, Andréia Espinoza, Raquel Moreira, Pamela Scalone, Rafaela Martins, Daniele Hutt, Luís Felipe, Júnior Ribeiro, Cássia Veronez e Daniele Miranda, por serem meu porto seguro de todos os momentos, sejam eles bons ou ruins, fazendo a minha vida mais feliz. A todos os Professores do Departamento de Matemática da Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari, que contribuíram para a minha formação. A todos os Professores do PPGMAT – UTFPR. Aos meus amigos e companheiros da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE de Cambé e do Colégio Estadual Carlos de Almeida por estarem sempre dispostos a me ajudar, deixando meus horários de trabalho flexíveis para que eu pudesse estudar. Aos meus alunos que contribuíram para a realização desta pesquisa, permitindo o meu crescimento como profissional. A todos os meus amigos e companheiros do PPGMAT, por toda alegria, sofrimento e conhecimento compartilhado. E a todos os meus amigos e amigas, minha família londrinense, amizades maravilhosas que eu tenho muito orgulho por ter conquistado, levando comigo por toda a vida. O meu Muito Obrigado!.

(6) “(...) ao meu passado eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo. Que espaço o meu passado deixa para a minha liberdade hoje? Não sou escrava dele”.. Simone de Beauvoir.

(7) DIAS FILHO, Paulo Jorge. Mobile Learning como instrumento para o processo de ensino de estatística nos anos finais do ensino fundamental. 2021. 85 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Matemática) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Londrina, 2021. RESUMO. A geração atual tem vivenciado um contexto em que as tecnologias ocupam um vasto espaço no âmbito social, acadêmico e profissional do ser humano, independentemente de idade e classe. Desta forma, é preciso repensar na ação docente, sendo papel do professor aproximar tais instrumentos tecnológicos ao cotidiano escolar do aluno, para que de fato, aconteça a sua inserção em sala de aula, oportunizando assim, a promoção de um ensino com a utilização das Tecnologias Educacionais Digitais (TEDs) aos estudantes. Pensando nisso, este trabalho tem por objetivo investigar práticas educacionais para o ensino de estatística nos anos finais do ensino fundamental mediante a utilização de aplicativos para dispositivos móveis caracterizados pelo método Mobile Learning (M­Learning). O estudo trata­se de uma pesquisa quanti/qualitativa de cunho descritivo dividida em quanto etapas. Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico de obras na literatura que buscam evidenciar a importância do ensino de estatística, a utilização das Tecnologias Educacionais Digitais na ação docente e o método de ensino Mobile Learning (Aprendizagem Móvel). Foram desenvolvidos estudos e pesquisas com estudantes de três turmas de 6º ano do ensino fundamental da rede pública via Formulário Google sobre a Acessibilidade às Tecnologias Digitais e suas experiências com o ensino remoto. Para a inserção das TEDs, foram realizadas aplicações de atividades de estatística por meio da plataforma de jogo online Kahoot! utilizando o serviço de comunicação por vídeo Google Meet. Como proposta final desta pesquisa, foi desenvolvido um Produto Educacional sendo um aplicativo para smartphones denominado “Estatística Divertida”, elaborado a partir do mapeamento sistemático dos aplicativos para dispositivos móveis disponíveis para downloads a partir da palavra de busca “Estatística” na loja online Google Play Store direcionado ao sistema operacional Android, a fim de analisar as ferramentas já existentes que tenham como objetivo auxiliar no processo de ensino de estatística nos anos finais do ensino fundamental. A partir das práticas desenvolvidas, observou­se que essas podem auxiliar no processo de ensino dos alunos ao facilitar as abordagens de conceitos, retomada de conteúdos e desenvolvimento de atividades de uma forma dinâmica, buscando promover um aprendizado significativo aos estudantes. Palavras­chave: Aprendizagem Móvel. Tecnologias Educacionais. Jogos. Ensino. Estatística.

(8) DIAS FILHO, Paulo Jorge. Mobile Learning as an instrument for the statistics teaching process in the final years of fundamental education. 2021. 85 f. Dissertation (Master’s degree in Mathematics Education) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Londrina, 2021. ABSTRACT. The current generation has experienced a context in which technologies occupy a vast space in the social, academic and professional scope of human beings, regardless of age and class. Then, it is necessary to rethink the teaching action, and the role of the teacher in perder to bring these technological instruments closer to the student's daily school life, so that their inclusion in the classroom actually takes place, providing opportunities for the promotion of teaching with the use of Digital Educational Technologies (TEDs) to students. Considering this, the present work aims to investigate educational practices for teaching statistics in the final years of elementary school through the use of applications for mobile devices characterized by the Mobile Learning (M­Learning) method. The study is a descriptive quantitative/qualitative research divided into four central steps. Initially, a bibliographic survey of works in literature that seeks to highlight the importance of teaching statistics, the use of Digital Educational Technologies in teaching activities and the Mobile Learning teaching method was carried out. Studies and research were carried out with students from the three groups of 6th grade at public elementary school via Google Form on Accessibility to Digital Technologies and their experiences with remote learning. For the insertion of TEDs, statistical activities were applied through the online game platform Kahoot! using the Google Meet video communication service. As the final proposal of this research, an Educational Product was developed, being an application for smartphones called “Fun Statistics”, elaborated from the systematic mapping of the applications for mobile devices available for downloads from the search word “Statistics” on the Google Play Store, an online store directed to the Android operating system, in order to analyze existent tools that aim to assist in the teaching process of statistics for the final years of elementary school. From the developed practices, it was observed that those can help in the students' teaching process by facilitating the approach of concepts, content resumption and development of activities in a dynamic way, seeking to promote meaningful learning for students. Keywords: Mobile Learning. Educational Technologies. Games. Teaching. Statistic..

(9) LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Composição do código alfanumérico para a representação das habilidades ......... 24 Figura 2 – Página teste do aplicativo ....................................................................................... 42 Figura 3 – Acesso dos estudantes na plataforma ..................................................................... 42 Figura 4 – Desenvolvimento da 1ª Atividade Avaliativa ........................................................ 43 Figura 5 – Desenvolvimento da 2ª Atividade Avaliativa ........................................................ 43 Figura 6 – Ganhadores da 1ª Atividade Avalitiva ................................................................... 44 Figura 7 – Ganhadores da 2ª Atividade Avalitiva ................................................................... 44 Figura 8 – Endereço de acesso ao APP “Estatística Divertida” .............................................. 49.

(10) LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Idade em anos completos...................................................................................... 32 Gráfico 2 – Acesso às Tecnologias Digitais ............................................................................ 32 Gráfico 3 – Ferramentas Digitais utilizadas ............................................................................ 33 Gráfico 4 – Acesso ao uso individual do Smartphone............................................................. 33 Gráfico 5 – Acesso à Internet .................................................................................................. 34 Gráfico 6 – Forma de acesso à internet mais utilizado ............................................................ 34 Gráfico 7 – Locais de acesso à internet ................................................................................... 35 Gráfico 8 – Uso das ferramentas tecnológicas para auxiliar nas atividades escolares ............ 35 Gráfico 9 – Ferramentas utilizadas pelos estudantes como auxílio no desenvolvimento das atividades escolares ........................................................................................ 36 Gráfico 10 – Uso das tecnologias pelos professores em sala de aula ...................................... 37 Gráfico 11 – Ferramentas tecnológicas utilizadas pelos professores em sala de aula ............. 38 Gráfico 12 – Locais de acesso ao Aula Paraná pelos alunos ................................................... 40 Gráfico 13 – Desempenho acadêmico dos estudantes no ensino remoto ................................ 40.

(11) LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Proposta para o Ensino de Estatística no 6º ano – Ensino Fundamental.............. 24 Quadro 2 – Proposta para o Ensino de Estatística no 7º ano – Ensino Fundamental.............. 25 Quadro 3 – Proposta para o Ensino de Estatística no 8º ano – Ensino Fundamental.............. 25 Quadro 4 – Proposta para o Ensino de Estatística no 9º ano – Ensino Fundamental.............. 26 Quadro 5 – Apresentação dos aplicativos para dispositivos móveis que podem auxiliar no Ensino de Estatística ....................................................................................... 46.

(12) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APP. Aplicativo. BNCC. Base Nacional Comum Curricular. LDB. Lei de Diretrizes e Bases. PDA. Personal Digital Assistant (Assistente Digital Pessoal). PNE. Plano Nacional de Educação. TEDs. Tecnologias Educacionais Digitais. UTFPR. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

(13) SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 17 2.1 A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS DIGITAIS NA PRÁTICA DOCENTE ............................................................................................................................... 17 2.2 MOBILE LEARNING (M­LEARNING): APRENDIZAGEM POR INTERMÉDIO DOS DISPOSITIVOS MÓVEIS ....................................................................................................... 20 2.3 AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS DIGITAIS NO ENSINO DE ESTATÍSTICA E A SUA ABORDAGEM A PARTIR DA BNCC ...................................................................... 22 3 METODOLOGIA DE PESQUISA .................................................................................... 29 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 31 4.1 A PESQUISA COM OS ESTUDANTES SOBRE A ACESSIBILIDADE ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS .................................................................................................... 31 4.2 EXPERIÊNCIAS COM O ENSINO REMOTO E APLICAÇÕES DAS ATIVIDADES DE ESTATÍSTICA POR MEIO DO APLICATIVO KAHOOT! ............................................ 39 4.3 MAPEAMENTO DOS APLICATIVOS PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS A PATIR DA PALAVRA DE BUSCA “ESTATÍSTICA” E APRESENTAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL ..................................................................................................................... 45 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 50 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 52 APÊNDICE A – PESQUISA COM OS ESTUDANTES SOBRE A ACESSIBILIDADES ÀS TECNOLOGIAS .............................................................................................................. 57.

(14) APÊNDICE B – PESQUISA COM OS ESTUDANTES SOBRE O ENSINO REMOTO E EXPERIÊNCIA COM O KAHOOT! ................................................................................ 63 APÊNDICE C – PRODUTO EDUCACIONAL ................................................................. 66 ANEXO A – FICHA DE AVALIAÇÃO DE PRODUTO/PROCESSO EDUCACIONAL .................................................................................................................................................. 82.

(15) 14. 1 INTRODUÇÃO. A matemática como ciência, vem sendo investigada desde à antiguidade até os dias atuais, passando por constante transformação e evolução, surgindo através de diversas situações da vida cotidiana do ser humano (D’AMBRÓSIO, 2005, p. 102). Tal fato contribuiu na construção de um extenso sistema de estudos que agrega uma variedade de teorias e disciplinas que não devem ser consideradas como prontas e acabadas, mas sim, que se encontram em um obstinado processo de criação por meio das diversas formas de inovações desenvolvidas através da mente humana. Em meio a tantas mudanças, deve­se levar em consideração a constante reforma social, onde é criada uma geração de pessoas ativas e conectadas as tecnologias, que apresentam grandes necessidades de informações e conhecimentos, com ideias inovadoras e revolucionárias, que sentem a necessidade de serem vistas e ouvidas. “Estes jovens distinguem­ se pela grande familiaridade que têm com as tecnologias digitais e pela regularidade com que as utilizam” (CARREIRA, 2009, p. 54). Por isso, é preciso adequar as práticas pedagógicas com a realidade escolar do século XXI, oportunizando ao aluno o desenvolvimento do pensamento crítico e exposição de sua criatividade, trazendo as ferramentas tecnológicas do seu cotidiano para dentro da sala de aula. O ensino de matemática, na maioria das vezes, tem­se apresentado de uma forma mais tradicional do que as demais disciplinas que compõe o currículo da educação básica, sendo exposta para os alunos de maneira formal e extremamente isolada, não buscando realizar conexões com as demais disciplinas e nem com situações reais do dia a dia. Para Micotti (1999, p. 156­157), o ensino tradicional “acentua a transmissão do saber já construído, estruturado pelo professor; a aprendizagem é vista como impressão, na mente dos alunos, das informações apresentas nas aulas”. Algumas perguntas do tipo: “Para que estudar matemática? Onde vou usar matemática na minha vida?” estão muito presentes no cotidiano escolar e segundo Toledo e Toledo (1997, p. 10), uma das respostas mais comuns apresentadas pelos docentes é que “a matemática é necessária em atividades práticas que envolvem aspectos quantitativos da realidade, como os que lidam com grandezas, contagens, medidas, técnicas de cálculo, etc”. Porém, vale ressaltar que poucas vezes esse objetivo tem sido atingido, decorrentes de diversas razões, sejam elas pela utilização de métodos engessados e inadequados, falta da inserção das novas tecnologias e até mesmo a ausência de ligações entre os conteúdos e o cotidiano. Neste sentido, pode­se questionar: Como os alunos estão sendo educados.

(16) 15. matematicamente? Será que estão sendo preparados para terem autonomia na administração do seu próprio conhecimento, e assim, sendo capazes de exercê­lo nas práticas diárias? Será que é possível relacionar os conteúdos ministrados na educação básica com situações reais do cotidiano? Essas perguntas indagam as práticas pedagógicas, levando a refletir como esses estudantes estão sendo preparados para a vida e como levá­los a construir os conceitos básicos da matemática, utilizando situações reais que eles se deparam fora da sala de aula. De fato, os estudos que envolvem os conceitos matemáticos têm­se apresentado por meio de uma extensa diversidade de aplicações, estando presentes na vida do ser humano, seja pessoal, profissional e/ou acadêmica, desde momentos mais singelos, como por exemplo, nas formas geométricas de inúmeros objetos, o fato de operar quantidades, de realizar contagem, até em situações mais complexas, como na construção civil de estruturas simples até as mais faraônicas, em pesquisas estatísticas, na administração de multinacionais, dentre outros, buscando sempre contribuir para o desenvolvimento global. Dentre as áreas que envolvem a Matemática, pode­se destacar a Estatística, que para Rodrigues, Lima e Barbosa (2017, p. 620), é definida como uma ciência que busca testar hipóteses por meio de uma análise de dados, a veracidade de fenômenos e interações entre determinados grupos. Dessa forma, pode­se compreender a estatística como sendo uma ciência aplicada, que contribui para diversas áreas do conhecimento por meio de comprovações da veracidade e possibilidades de um determinado evento acontecer. Para Ignácio (2010, p. 3), “com a velocidade da informação, a estatística passou a ser uma ferramenta essencial na produção e disseminação do conhecimento. O grau de importância atribuído à estatística é tão grande que praticamente todos os governos possuem organismos oficiais destinados à realização de estudos estatísticos”. Desta forma, pensando na importância da educação estatística no ensino básico, o trabalho desenvolvido teve como o objetivo investigar práticas educacionais para o ensino de estatística nos anos finais do ensino fundamental mediante a utilização de aplicativos para dispositivos móveis, a fim de testar a hipótese de que o método Mobile Learning (M­Learning) auxilia no processo de ensino de estatística, promovendo um aprendizado significativo aos estudantes. No desenvolvimento desta pesquisa, utilizou­se a metodologia quanti/qualitativa de cunho descritivo para análise dos resultados de uma prática docente e a organização de um mapeamento sistemático para descrever e apresentar os aplicativos para dispositivos móveis que estão disponíveis a partir da palavra­chave “Estatística” na loja Google Play Store, a fim de investigar as principais características desses APPs no intuito de subsidiar a desenvolvimento do Produto Educacional..

(17) 16. Para tanto, essa dissertação está organizada em quatro etapas: a) Levantamento bibliográfico pelo pesquisador a partir de obras que buscam evidenciar a importância do ensino de estatística, à utilização das tecnologias educacionais digitais na ação docente e o método de ensino Mobile Learning (Aprendizagem Móvel); b) Pesquisa com os estudantes sobre a Acessibilidade às Tecnologias Digitais; c) Apresentação das experiências com o Ensino Remoto e os resultados da realização das atividades de estatística por meio da plataforma de jogo online Kahoot! utilizando o serviço de comunicação por vídeo Google Meet; d) Mapeamento sistemático dos aplicativos para dispositivos móveis disponíveis para downloads a partir da palavra de busca “Estatística” na loja online Google Play Store direcionado ao sistema operacional Android e elaboração de um Produto Educacional que busque auxiliar no processo de ensino de estatística para alunos dos anos finais do ensino fundamental..

(18) 17. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. Buscou­se nessa seção, apresentar o levantamento bibliográfico de obras que defendem a importância do ensino de estatística na educação básica, o uso das Tecnologias Educacionais Digitais para engajar os estudantes no processo de ensino e aprendizagem de estatística, as propostas apresentadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de estatística e as diferentes maneiras de inserir metodologias mais ativas na prática de sala de aula.. 2.1 A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS DIGITAIS NA PRÁTICA DOCENTE. Nesse mundo de tecnologias onde os estudantes estão inseridos, as aulas de matemática precisam ser desafiadoras, com atividades que problematizem determinadas situações, para que eles se sintam instigados à criarem hipóteses e diferentes formas de soluções, tendo a oportunidade de realizar experimentações e troca de experiências com os demais colegas de classes, registrando e sistematizando as ideias construídas. É de extrema importância “envolver o aluno quanto protagonista de sua aprendizagem, desenvolvendo ainda o senso crítico diante do que é aprendido, bem como competências para relacionar esses conhecimentos ao mundo real” (PINTO et al. 2012, p. 78). Para Oliveira (2013), cabe ao professor ouvir seus alunos e realizar troca de informações com os mesmos. Tal prática não se limita em reproduções de respostas que o professor quer ouvir, mas possibilita ao estudante expressar sua visão de mundo. [...] a tecnologia vem se transformando na grande aliada da juventude, por outro, o uso fluente e especializado dos recursos da comunicação tem modificado alguns conceitos de aprendizagem, dando destaque a uma dinâmica em que o estudante demostra maior autonomia para a experimentação, o improviso e autoexpressão. Neste sentido, se torna, igualmente, uma aliada do educador interessado em sintonizar­se com o novo contexto cultural vivido pela juventude. (SOARES, 2011, p. 27).. Cirino e Souza (2009, p. 5) afirmam que “no mundo dos computadores, da Internet e do universo multimídia o professor é chamado à mudança, vendo­se obrigado a repensar a sua profissão, as estratégias que utiliza e a lutar pela melhoria das práticas educativas”. Contudo, tais mudanças acabam sendo um grande desafio para a ação docente, pois “a inserção de tecnologias no meio educacional não é importante se não houver, em paralelo, a capacitação do.

(19) 18. atual corpo docente que, muitas vezes, opta por não utilizar tais recursos em função de não possuir o conhecimento necessário para a utilização destes” (SILVA; SILVA; GROENWALD, 2018, p. 61). Para Papert (2008, p. 70), “muito mais do que 'treinamento', é necessário que os professores desenvolvam a habilidade de beneficiarem­se da presença dos computadores e de levarem este benefício para seus alunos”. Contudo, vale ressaltar que “não basta apenas colocar à disposição uma série de ferramentas; é necessário que haja interesses compartilhados, intimidade, perenidade nas relações” (LEMOS; LÉVY, 2010, p. 103). Para inserir as tecnologias em sala é preciso planejar, escolher os instrumentos a serem utilizados, os métodos de abordagem e aplicação, e principalmente, a ação do professor como mediador desse processo de ensino. Planejar uma aula com recursos de multimeios exige preparo do ambiente tecnológico, dos materiais que serão utilizados, dos conhecimentos prévios dos alunos para manusear estes recursos, do domínio da tecnologia por parte do professor, além de seleção e adequação dos recursos à clientela e aos objetivos propostos pela disciplina (FARIA, 2004, p. 3).. Ao analisar a trajetória histórica e cultural da sociedade, pode­se observar que aos recursos digitais e tecnológicos se tornam cada vez mais acessíveis e indispensáveis, principalmente quando se tratam de tecnologias móveis, como os celulares, por exemplo, que já fazem parte da vida do ser humano. “O homem transita culturalmente mediado pelas tecnologias que lhe são contemporâneas. Elas transformam suas maneiras de pensar, sentir, agir. Mudam também suas formas de se comunicar e de adquirir conhecimentos”. (KENSKI, 2007, p. 18). Em meados dos anos 90, pode­se notar que dentre os recursos tecnológicos utilizados como ferramentas didáticas, destacam os televisores, vídeos cassetes e retroprojetores, marcando uma importante evolução das tecnologias educacionais. Moran (2007, p. 70) salienta que “educar numa sociedade em mudanças rápidas e profundas nos obriga a reaprender a ensinar e a aprender [...], e a escola não pode ficar isolada da realidade que a cerca”. Dessa forma, com a grande evolução tecnológica, os recursos digitais educacionais também mudaram, dando espaço para os computadores que apresentam uma enorme capacidade de reprodução de vídeos, áudios, músicas, simulações de fenômenos por meio de softwares de última geração, para os tablets que trazem consigo uma vasta capacidade de armazenamento e fácil mobilidade e para os smartphones que podem ser considerados como sendo um “computador de bolso”, oferecendo toda comodidade e praticidade para os seus usuários. Segundo Merije (2012, p. 81) “se o computador ainda é um objeto restrito, o celular.

(20) 19. está presente em boa parte das escolas, nas mochilas dos alunos de diferentes classes sociais”. Os softwares de esteio pedagógico estão auferindo um grande espaço nas pesquisas realizadas no meio educacional, a fim de potencializar o processo de ensino e aprendizagem na atual era digital. Tais instrumentos são capazes de proporcionar uma verdadeira interação entre aluno­professor e aluno­problema, oportunizando uma vivência virtual da realidade, sendo capaz de possibilitar ao estudante, a investigação sobre um determinado assunto de maneira mais desafiadora, refletindo na construção de novo conhecimentos baseados na interação entre os sujeitos.. As tecnologias digitais são, sem dúvida, recursos muito próximos dos alunos, pois a rapidez de acesso às informações, a forma de acesso randômico, repleto de conexões, com incontáveis possibilidades de caminhos a se percorrer, como é o caso da internet, por exemplo, estão muito mais próximos da forma como o aluno pensa e aprende. Portanto, utilizar tais recursos tecnológicos a favor da educação torna­se o desafio do professor, que precisa se apropriar de tais recursos e integrá­los ao seu cotidiano de sala de aula (JORDÃO, 2009, p. 10).. No entanto, é importante esclarecer que os softwares não apresentam autonomia para promover a construção do conhecimento nos alunos, por isso, deve­se ressaltar que esses instrumentos não surgiram para substituir o professor em sala de aula, muito pelo contrário, o papel do docente é fundamental na mediação entre aluno­tecnologia­aprendizagem, fazendo­se necessário que o mediador tenho a familiarização e o domínio dessas ferramentas, a fim de oferecer ao aluno subsídios essências na realização da comunicação entre essas informações. Dessa forma, Souza (2015, p. 12) afirma que As novas tecnologias não surgem com a finalidade de substituir os professores, mas, pelo contrário, elas são parceiras no processo de ensino­aprendizagem. O importante é que os professores possam compreendê­las e estudá­las para saber qual a melhor forma de inseri­las em sala de aula, e com as mesmas conseguir melhores resultados junto com seus alunos.. Pesquisas voltadas para o ensino de matemática com foco nas tecnologias educacionais apontam que as utilizações de ferramentas digitais no apoio pedagógico contribuem significativamente no processo de ensino, pois com a utilização desses instrumentos, “alunos e professores podem diversificar os espaços de aprendizagem disponíveis na sala de aula e nos espaços virtuais” (BRUM; PEREIRA, 2019, p. 5), superando muitas questões que dão ênfase no “tabu” imposto sobre aprender matemática, descrevendo esse processo como algo difícil ou até mesmo impossível de se compreender. Para a superação desse paradigma “é importante conectar sempre o ensino com a vida do aluno. Chegar ao aluno por todos os caminhos.

(21) 20. possíveis: pela experiência, pela imagem, pelo som, pela representação (dramatizações, simulações), pela multimídia, pela interação on­line e off­line” (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000, p. 61).. 2.2 MOBILE LEARNING (M ­ LEARNING): APRENDIZAGEM POR INTERMÉDIO DOS DISPOSITIVOS MÓVEIS.. Com o avanço acelerado das tecnologias, os estudantes da atualidade tendem a usufruir desses instrumentos em diversas situações de sua vida, apresentando maior facilidade de inserção ao mundo tecnológico. Para Romanello (2016, p. 33), é “perceptível que o cotidiano de muitos dos alunos está permeado de tecnologias, como é o caso dos celulares, e uma forma de diminuir essa diferença entre seu cotidiano e o ambiente escolar é, justamente, inseri­los nas rotinas de atividades escolares”. Contudo, a utilização desse recurso por vezes, está ligada a momentos de lazer e diversão, ignorando o fato de que o uso das tecnologias pode contribuir efetivamente na aprendizagem de diversas áreas do ensino. Por isso “o uso consciente das tecnologias deve ser ensinado e aprendido, como qualquer outra habilidade cognitiva” (AZEVEDO et al., 2018, p. 6). Segundo Meredyk, Elias e Motta (2018, p. 3), utilizar as tecnologias móveis no ambiente escolar contribui na inserção de novas formas de abordagens de conteúdos diversos, possibilitando a organização do pensando através da linguagem audiovisual e hipertextos. Moran (2012) salienta que tais tecnologias móveis como tablets ou smartphones carregam consigo novos desafios para a educação, buscando a descentralização do processo de gestão do conhecimento voltado ao professor, dando mais autonomia para aluno, pois tais instrumentos permitem aprender em qualquer lugar, a qualquer hora, por meio de trabalhos colaborativos, em grupo ou individual, estando presentes fisicamente ou de maneira virtual. Para Carvalho (2012), por meio das tecnologias móveis, a aprendizagem retrata um marco pela mobilidade global do usuário, demonstrando uma forma de conexão ubíqua, na qual a sua independência e disponibilidade a qualquer hora e qualquer lugar, caracteriza­se como Mobile Learning (M­Learning), podendo ser traduzida para a língua portuguesa como “Aprendizagem Móvel”, definida pelas diversas possibilidades de inserção das tecnologias no processo de ensino. Segundo Mülbert e Pereira (2011, p. 2), mobile learning ou m­learning “é o conceito que representa a aprendizagem entregue ou suportada por meio de dispositivos de mão tais como PDAs (Personal Digital Assistant), smartphones, iPods, tablets e outros pequenos dispositivos digitais que carregam ou manipulam informações”. Por se tratarem de.

(22) 21. ferramentas compactas e de fácil acesso, os smartphones por exemplo, podem ser um grande aliado no processo de aprendizagem dos estudantes, pois “as tecnologias móveis ampliam o tempo e o espaço de estudo ao quebrar as barreiras temporais e espaciais, visto que o aluno pode aceder ao material de estudo em diversos momentos e contextos” (MOURA; CARVALHO, 2009, p. 39). Processos de aprendizagem apoiados pelo uso de tecnologias da informação ou comunicação móveis e sem fio, cuja característica fundamental é a mobilidade dos aprendizes, que podem estar distantes uns dos outros e também de espaços formais de educação, tais com salas de aula, salas de formação, capacitação e treinamento ou local de trabalho” (SACCOL; SCHLEMMER; BARBOSA, 2011, p. 23).. No cotidiano escolar, observa­se que muitas vezes o uso de smartphone em sala de aula não é defendido ou aceito por parte dos professores, haja visto que esses acreditam que tais dispositivos apenas influenciam na distração dos estudantes, não apresentando contribuição na produção do conhecimento no ambiente escolar. Em contrapartida, para Carvalho (2015, p. 9), “se, no nosso dia a dia, os dispositivos móveis são inseparáveis da nossa vivência, porque não os usar em contextos educativo formativo?”. Portanto, deve­se levar em conta que os estudantes estão mergulhados no mundo tecnológico.. As novas tecnologias estão em todos os estratos da sociedade e são resultado da vida humana e, notadamente, em suas ações e/ou práticas acadêmicas e profissional. As inovações trazidas pelas TICs estão presentes nos mais transformados ambientes sociais (PAIVA; CAVALCANTE, 2017, p. 3).. De fato, é preciso que os estudantes sejam estimulados a apropriar­se da cultura digital (cibercultura) que visa entender as tecnologias não apenas como instrumentos de distração, mas também, como grande aliado no processo educacional, pois “é da competência da escola, hoje, oportunizar aos jovens a vivência plena e crítica das redes digitais. Logo, é responsabilidade do professor, profissional dessa instituição, a formação dos jovens para a vivência desses novos espaços de comunicação e produção” (BONILLA; SOUZA, 2011, p. 99). Pode­se observar uma grande variedade de aplicativos disponíveis de forma gratuita para download, que podem ser instalados em tablets ou smartphones, de cunho educacional ou não, que visam a praticidade de utilização, apresentando uma infinidade de conteúdos em rede, demonstrando­se uma poderosa ferramenta de apoio pedagógico. Para Silva (2015, p. 22) “assim como para saber analisar nessas tecnologias suas possíveis potencialidades e limitações para a educação é necessário conhecer como sua utilização pode ser útil para o contexto educacional”..

(23) 22. Segundo Moura (2010), a existência e o uso dessas tecnologias digitais torna­se capaz de criar uma nova caracterização da sociedade contemporânea, se apresentando como aliado na construção de culturas e identidades, permitindo assim, a comunicação por meio da mobilidade. “[...] na sociedade da informação, todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar­nos, a ensinar; reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico, a integrar o individual, o grupal e o social” (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000, p. 61). Ainda, Barbosa, Bassan e Miorelli (2013), evidenciam que os usos das tecnologias associadas ao processo de ensino e aprendizagem podem contribuir positivamente para uma aprendizagem significativa com colaboração e integração na formação de grupos que sejam capazes de interagir por meio de comunidades em rede para uma efetiva aprendizagem. “Os dispositivos móveis, conectados à Internet, permitem que se possa aceder à informação e aos amigos e familiares a qualquer hora e em qualquer lugar, tornando a interação e o feedback imediato uma realidade inimaginável há algumas décadas” (CARVALHO, 2018, p. 27).. 2.3 AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS DIGITAIS NO ENSINO DE ESTATÍSTICA E A SUA ABORDAGEM A PARTIR DA BNCC. O uso das Tecnologias Educacionais Digitais em sala de aula tem se tornado uma prática muito comum na ação docente, buscando dinamizar e potencializar o trabalho do professor. Contudo, utilizar dispositivos móveis como ferramenta de ensino tem se tornado um grande desafio, tais “como a falta de conhecimento do dispositivo, por parte de alguns professores, para reconhecê­lo como recurso para aprendizagem”. (RIBEIRO, 2015, p. 3). Para Borba, Silva e Gadanidis (2014, p. 77) “os usos dessas tecnologias já moldam a sala de aula, criando novas dinâmicas, e transformam a inteligência coletiva, as relações de poder (de Matemática) e as normas a serem seguidas nessa mesma sala de aula”, enfatizando a importância da inserção dos dispositivos móveis na prática pedagógica. A utilização de tecnologias digitais como instrumento pedagógico se torna ainda mais essencial no ensino de estatística ao realizar práticas que envolvem coleta, análise, tratamento de dados e “em especial na construção de gráficos e tabelas e no cálculo de importantes medidas, como a média e o desvio padrão” (MARTINS et al. 2018, p. 3). Vale ressaltar que a estatística é uma ciência muito presenta no cotidiano do ser humano, pois segundo Martins et al. (2018, p. 3): [...] a todo o momento são divulgadas informações que dependem de conceitos estatísticos: estimar a expectativa de vida ao nascer, calcular o valor do seguro de um veículo, estimar o número médio de pessoas que circulam em determinado local.

(24) 23. diariamente, etc., só é possível com o estudo da Estatística.. A estatística pode ser definida como “parte da Matemática Aplicada que fornece metas para a coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados para a utilização dos mesmos para a tomada de decisões”. (CARDOSO; STURION; STURION, 2021, p. 62). Os autores ainda destacam a importância dessa disciplina no meio acadêmico que busca desenvolver nos estudantes as habilidades de compreender melhor os fatos sociais por meio de suas experiências. Para Lopes e Meireles (2005, p. 3), a estatística é vista como. [...] arte e a ciência de coletar, analisar e fazer inferências a partir de dados. A Estatística está intimamente ligada a medidas descritivas de eventos em massa e fornece uma maneira científica de coletar, analisar e interpretar dados numéricos obtidos por medida e contagem.. O ensino de estatística na educação básica é abordado desde os anos iniciais do ensino fundamental até o ensino médio, contemplando um dos cinco eixos da Matemática, previstos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n. 9.394, 1996 (BRASIL, 1996) e pelo Plano Nacional de Educação Básica (BRASIL, 2014), apresentados pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que norteia o currículo da Educação Básica do Brasil, que determina os objetivos de conhecimento e as habilidades que os estudantes precisam desenvolver durante a sua jornada acadêmica por meio das disciplinas ministradas. Na BNCC, a unidade temática Probabilidade e Estatística, [...] propõe a abordagem de conceitos, fatos e procedimentos presentes em muitas situações­problema da vida cotidiana, das ciências e da tecnologia. Assim, todos os cidadãos precisam desenvolver habilidades para coletar, organizar, representar, interpretar e analisar dados em uma variedade de contextos, de maneira a fazer julgamentos bem fundamentados e tomar as decisões adequadas. Isso inclui raciocinar e utilizar conceitos, representações e índices estatísticos para descrever, explicar e predizer fenômenos (BNCC, 2017, p. 270).. Ainda, busca apresentar orientações sobre o uso de tecnologias educacionais digitais em diversas áreas do conhecimento, assim como, na educação estatística. Merece destaque o uso de tecnologias – como calculadoras, para avaliar e comparar resultados, e planilhas eletrônicas, que ajudam na construção de gráficos e nos cálculos das medidas de tendência central. A consulta a páginas de institutos de pesquisa – como a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – pode oferecer contextos potencialmente ricos não apenas para aprender conceitos e procedimentos estatísticos, mas também para utilizá­los com o intuito de compreender a realidade (BNCC, 2017, p. 270)..

(25) 24. Alguns planejamentos e expectativas são apresentadas pela BNCC em relação ao ensino e aprendizagem em estatística nos anos finais do ensino fundamenta, como: Com relação à estatística, os primeiros passos envolvem o trabalho com a coleta e a organização de dados de uma pesquisa de interesse dos alunos. O planejamento de como fazer a pesquisa ajuda a compreender o papel da estatística no cotidiano dos alunos. Assim, a leitura, a interpretação e a construção de tabelas e gráficos têm papel fundamental, bem como a forma de produção de texto escrito para a comunicação de dados, pois é preciso compreender que o texto deve sintetizar ou justificar as conclusões. (BNCC, 2017, p. 271).. A seguir, serão apresentados os conteúdos para o ensino de estatística para os anos finais do ensino fundamental, apresentados pela BNCC, bem como seus “Objetivos de Conhecimentos” e “Habilidades”. As habilidades propostas pela BNCC, são representadas através de um código alfanumérico, conforme demonstrado na figura 1: Figura 1 ­ Composição do código alfanumérico para a representação das habilidades. Fonte: Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017, p. 28).. Quadro 1 ­ Proposta para o Ensino de Estatística no 6º Ano – Ensino Fundamental OBJETIVOS DE CONHECIMENTO. HABILIDADES. Cálculo de probabilidade como a razão entre o número de resultados favoráveis e o total de resultados possíveis em um espaço amostral equiprovável Cálculo de probabilidade por meio de. (EF06MA30) Calcular a probabilidade de um evento aleatório, expressando­a por número racional (forma fracionária, decimal e percentual) e comparar esse número com a probabilidade obtida por meio de.

(26) 25. muitas repetições de um experimento (frequências de ocorrências e probabilidade frequentista). experimentos sucessivos.. Leitura e interpretação de tabelas e gráficos (de colunas ou barras simples ou múltiplas) referentes a variáveis categóricas e variáveis numéricas. (EF06MA31) Identificar as variáveis e suas frequências e os elementos constitutivos (título, eixos, legendas, fontes e datas) em diferentes tipos de gráfico. (EF06MA32) Interpretar e resolver situações que envolvam dados de pesquisas sobre contextos ambientais, sustentabilidade, trânsito, consumo responsável, entre outros, apresentadas pela mídia em tabelas e em diferentes tipos de gráficos e redigir textos escritos com o objetivo de sintetizar conclusões (EF06MA33) Planejar e coletar dados de pesquisa referente a práticas sociais escolhidas pelos alunos e fazer uso de planilhas eletrônicas para registro, representação e interpretação das informações, em tabelas, vários tipos de gráficos e texto.. Coleta de dados, organização e registro Construção de diferentes tipos de gráficos para representá­los e interpretação das informações. Diferentes tipos de representação de informações: gráficos e fluxogramas. (EF06MA34) Interpretar e desenvolver fluxogramas simples, identificando as relações entre os objetos representados (por exemplo, posição de cidades considerando as estradas que as unem, hierarquia dos funcionários de uma empresa etc.).. Fonte: Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017, p. 300­301).. Quadro 2 ­ Proposta para o Ensino de Estatística no 7º Ano – Ensino Fundamental OBJETIVOS DE CONHECIMENTO. HABILIDADES. Experimentos aleatórios: espaço amostral e estimativa de probabilidade por meio de frequência de ocorrências. (EF07MA34) Planejar e realizar experimentos aleatórios ou simulações que envolvem cálculo de probabilidades ou estimativas por meio de frequência de ocorrências. (EF07MA35) Compreender, em contextos significativos, o significado de média estatística como indicador da tendência de uma pesquisa, calcular seu valor e relacioná­lo, intuitivamente, com a amplitude do conjunto de dados. (EF07MA36) Planejar e realizar pesquisa envolvendo tema da realidade social, identificando a necessidade de ser censitária ou de usar amostra, e interpretar os dados para comunicá­los por meio de relatório escrito, tabelas e gráficos, com o apoio de planilhas eletrônicas.. Estatística: média e amplitude de um conjunto de dados. Pesquisa amostral e pesquisa censitária Planejamento de pesquisa, coleta e organização dos dados, construção de tabelas e gráficos e interpretação das informações Gráficos de setores: interpretação, pertinência e construção para representar conjunto de dados. (EF07MA37) Interpretar e analisar dados apresentados em gráfico de setores divulgados pela mídia e compreender quando é possível ou conveniente sua utilização.. Fonte: Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017, p. 306 ­ 307).. Quadro 3 ­ Proposta para o Ensino de Estatística no 8º Ano – Ensino Fundamental OBJETIVOS DE CONHECIMENTO. HABILIDADES.

(27) 26. Princípio multiplicativo da contagem Soma das probabilidades de todos os elementos de um espaço amostral. Gráficos de barras, colunas, linhas ou setores e seus elementos constitutivos e adequação para determinado conjunto de dados Organização dos dados de uma variável contínua em classes. Medidas de tendência central e de dispersão. (EF08MA22) Calcular a probabilidade de eventos, com base na construção do espaço amostral, utilizando o princípio multiplicativo, e reconhecer que a soma das probabilidades de todos os elementos do espaço amostral é igual a 1. (EF08MA23) Avaliar a adequação de diferentes tipos de gráficos para representar um conjunto de dados de uma pesquisa. (EF08MA24) Classificar as frequências de uma variável contínua de uma pesquisa em classes, de modo que resumam os dados de maneira adequada para a tomada de decisões. (EF08MA25) Obter os valores de medidas de tendência central de uma pesquisa estatística (média, moda e mediana) com a compreensão de seus significados e relacioná­los com a dispersão de dados, indicada pela amplitude.. Pesquisas censitária ou amostral Planejamento e execução de pesquisa amostral. (EF08MA26) Selecionar razões, de diferentes naturezas (física, ética ou econômica), que justificam a realização de pesquisas amostrais e não censitárias, e reconhecer que a seleção da amostra pode ser feita de diferentes maneiras (amostra casual simples, sistemática e estratificada). (EF08MA27) Planejar e executar pesquisa amostral, selecionando uma técnica de amostragem adequada, e escrever relatório que contenha os gráficos apropriados para representar os conjuntos de dados, destacando aspectos como as medidas de tendência central, a amplitude e as conclusões. Fonte: Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017, p. 310 ­ 311).. Quadro 4 ­ Proposta para o Ensino de Estatística no 9º Ano – Ensino Fundamental OBJETIVOS DE CONHECIMENTO. HABILIDADES. Análise de probabilidade de eventos aleatórios: eventos dependentes e independentes. (EF09MA20) Reconhecer, em experimentos aleatórios, eventos independentes e dependentes e calcular a probabilidade de sua ocorrência, nos dois casos.. Análise de gráficos divulgados pela mídia: elementos que podem induzir a erros de leitura ou de interpretação. (EF09MA21) Analisar e identificar, em gráficos divulgados pela mídia, os elementos que podem induzir, às vezes propositadamente, erros de leitura, como escalas inapropriadas, legendas não explicitadas corretamente, omissão de informações importantes (fontes e datas), entre outros. (EF09MA22) Escolher e construir o gráfico mais adequado (colunas, setores, linhas), com ou sem uso de planilhas eletrônicas, para apresentar um determinado conjunto de dados, destacando aspectos como as medidas de tendência central.. Leitura, interpretação e representação de dados de pesquisa expressos em tabelas de dupla entrada, gráficos de colunas simples e agrupadas, gráficos de barras e de setores e gráficos pictóricos Planejamento e execução de pesquisa amostral e apresentação de relatório. (EF09MA23) Planejar e executar pesquisa amostral envolvendo tema da realidade social e comunicar os resultados por meio de relatório contendo avaliação de medidas de tendência central e da amplitude, tabelas e gráficos adequados, construídos com o apoio de planilhas eletrônicas. Fonte: Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017, p. 314 ­ 315)..

(28) 27. Ao analisar as propostas apresentadas pela BNCC, pode­se observar que este documento procura proporcionar maior ênfase e relevância para o ensino de estatística nos anos finais do ensino fundamental, buscando desenvolver no estudante uma aprendizagem mais fundamentada, processual e contínua, para que esse aluno tenha a oportunidade de ingressar no Ensino Médio e Superior carregando consigo uma barragem teórica e prática de estudos para a construção de uma formação continuada em estatística. Contudo, é preciso repensar nas práticas desenvolvidas na sala de aula ao abordar o estudo de estatística, pois segundo Lopes (2008, p.57),. [...] é necessário desenvolver uma prática pedagógica na qual sejam propostas situações em que os estudantes realizem atividades, as quais considerem seus contextos e possam observar e construir os eventos possíveis, por meio de experimentação concreta, de coleta e de organização de dados. A aprendizagem da estocástica só complementará a formação dos alunos se for significativa, se considerar situações familiares a eles, que sejam contextualizadas, investigadas e analisadas.. Dessa forma, é preciso inserir metodologias ativas no cotidiano escolar, partindo do princípio da atuação do estudante em sua aprendizagem, a partir do seu engajamento com o auxílio de ferramentas digitais que estejam próximas de sua realidade, como os smartphones, por exemplo. Para Levy (2004, p. 40), “quanto mais uma pessoa participar ativamente da aquisição de um conhecimento, mais ela irá integrar e reter aquilo que aprende”. Segundo Sturion et al. (2018, p. 79), Na atualidade, para que o ensino de Estatística e Probabilidade contribua para uma aprendizagem efetiva, é importante que se possibilite aos alunos uma interação com os problemas variados do seu cotidiano e que eles possam equacionar as várias possibilidades para escolherem suas próprias soluções. E para que estas soluções sejam resolvidas sem um excessivo processo de cálculos é preciso utilizar ferramentas modernas, como os softwares específicos, as calculadoras científicas, os recursos oferecidos pela Web e os dispositivos móveis, que vão tornar esta aprendizagem muito mais consistente.. Nesse sentindo, as Tecnologias Educacionais Digitais buscam proporcionar subsídios para uma efetiva aprendizagem, oferecendo aos estudantes “novas formas de explorar, analisar dados e de pensar em ideias estatísticas, permitindo que eles se concentrem na interpretação de resultados, na compreensão de conceitos e não na mecânica computacional” (CHANCE et al. 2007, p. 20, tradução nossa). Tal prática pode proporcionar a criação de um ambiente dinâmico e motivador, que favoreça o desenvolvimento da autonomia do aluno, tanto no trabalho individual, quanto no coletivo. Para Moran (2012), esse processo se faz importante a partir do.

(29) 28. saber lidar com a forma de ensinar e proporcionar a aprendizagem entre os sujeitos, professor­ aluno e os ambientes abertos de colaboração..

(30) 29. 3 METODOLOGIA DE PESQUISA. Pode­se definir uma pesquisa como sendo a produção de novos conhecimentos, gerados por consequência de diversas indagações e, até mesmo, insatisfações pessoais que implicam na busca infindável por soluções de questões inconclusivas, gerando dúvidas que instigam a procura por respostas. Para Ghedin e Franco (2008, p. 47), a pesquisa em educação se trata de um amplo campo de investigação, voltado à um movimento reflexivo do sujeito ao empírico que busca a construção de novos conhecimentos, novas interpretações e compreensões das ações que norteiam o ambiente pedagógico. É importante destacar ainda que, quando a pesquisa tem suas aplicações no campo educacional, para Lüdke e André (2013, p. 4) deve­se utilizar para validação dos dados e resultados, uma proposta qualitativa, pois “em educação as coisas acontecem de maneira tão inextricável que fica difícil isolar as variáveis envolvidas”. Sendo assim, este estudo apresenta um teor quati/quantitativo de cunho descritivo, tendo como análise final a avaliação dos resultados obtidos durante o desenvolvimento da pesquisa. Buscou­se com o desenvolvimento deste trabalho, investigar práticas educacionais para o ensino de estatística nos anos finais do ensino fundamental mediante a utilização de aplicativos para dispositivos móveis caracterizados pelo método Mobile Learning (M­ Learning), a fim de testar a hipótese de que o método Mobile Learning (M­Learning) auxilia no processo de ensino de Estatística, promovendo um aprendizado mais significativo aos estudantes. Inicialmente, realizou­se um levantamento bibliográfico em literaturas que buscam enfatizar a importância do uso das tecnologias digitais como aliado na ação docente voltadas para o processo de ensino e aprendizagem de estatística na educação básica, tendo como principal instrumento o método Mobile Learning (Aprendizagem Móvel). Em seguida, desenvolveu­se um estudo quati/qualitativo de cunho descrito acerca da acessibilidade dos estudantes junto as tecnologias e suas experiências com o ensino remoto. A pesquisa foi desenvolvida durante o mês de setembro do ano de 2020, com 8 (oito) alunos de três turmas de 6º ano da rede pública de ensino, denominados como E1, E2, E3, E4, E5, E6, E7 e E8. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário disponibilizado via Google Forms (Apêndice A) no decorrer da realização da aula pela plataforma Google Meet. Realizou­se o trabalho de forma remata devido a Pandemia do Covid­19 que, por meio do Decreto nº 4.230, determinou a suspensão das aulas de escolas públicas, particulares e.

(31) 30. universidades, a partir do dia 20 de março de 2020, com retorno das atividades escolares no dia 06 de abril de 2020, porém, na modalidade de ensino remoto, amparada pela Resolução SEED nº 1.016 ­ 03/04/2020 ­ Regime especial ­ aulas não presenciais. Para investigar as práticas educacionais voltadas ao ensino de estatística, desenvolveu­ se duas atividades avaliativas envolvendo o conteúdo de gráficos e tabelas, utilizando a plataforma de jogo online Kahoot!. A coleta de dados deu­se por meio de um questionário via Google Forms (Apêndice B) disponibilizado após o desenvolvimento da aula proposta. A análise realizada apresentou um teor qualitativo de cunho descritivo através das respostas dos estudantes. Como proposta final, desenvolveu­se um Produto Educacional que consiste na criação de um aplicativo para dispositivos móveis que tenha por objetivo auxiliar no processo de ensino de Estatística na educação básica, procurando apresentar ferramentas diferentes daquelas que já se encontram disponíveis. Para isso, realizou­se um mapeamento sistemática que segundo Petersen et al. (2008), busca categorizar materiais e estudos já existentes na literatura. Esse método tem por objetivo expandir os conhecimentos do pesquisador acerca de algum tema específico, buscando lhe oportunizar o desenvolvimento de novas pesquisas (BUDGEN et al., 2008). Para o mapeamento dos aplicativos, utilizou­se o smartphone do próprio pesquisador tendo como principal fonte a loja Google Play Store. Foi realizado um levantamento dos aplicativos para download de forma gratuita, disponíveis por meio da palavra de busca “Estatística”. Dentre os APPs encontrados, escolheu­se os dez com maior número de acessos que apresentam o gênero “Educacional” para realizar uma análise de suas funcionalidades, bem como as ferramentas eles oferecem..

(32) 31. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS. Nesta sessão, buscou­se apresentar os resultados da pesquisa com os estudantes sobre a Acessibilidade às Tecnologias Digitais, as experiências com o ensino remoto, os resultados da aplicação de atividades de estatística por meio da plataforma de jogos online Kahoot! utilizando o serviço de comunicação por vídeo Google Meet, o resultado do mapeamento sistemático dos aplicativos para dispositivos móveis disponíveis para downloads a partir da palavra de busca “Estatística” na loja online Google Play Store direcionado ao sistema operacional Android e a elaboração do produto educacional.. 4.1 A PESQUISA COM OS ESTUDANTES SOBRE A ACESSIBILIDADE ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS. Serão apresentados os resultados da pesquisa realizada a fim de mensurar e analisar a acessibilidade às tecnologias digitais pelos estudantes. O questionário foi aplicado aos alunos de três turmas de 6º ano do ensino fundamental da rede pública, através do Google Forms disponibilizado via link na plataforma Google Meet que atualmente é principal ferramenta de comunicação e interação entre alunos e professores no ensino remoto. A união das três turmas, totalizam uma quantidade de 77 (setenta e sete) alunos, dentre esses, apenas 8 (oito) participaram da pesquisa. A baixa adesão pode ser justificada, segundo relato dos estudantes, pela falta de acesso às redes de internet fora do ambiente escolar, acarretando na impossibilidade de conexão às plataformas online de aprendizagem. A seguir, serão apresentados os gráficos com os resultados obtidos por meio da aplicação do formulário de pesquisa. O Gráfico 1 apresenta idade dos sujeitos em questão, observa­se que, esses apresentam 50% com 11 anos completos e 50% com 12 anos completos, chegando à conclusão de que existe uma homogeneidade entre as idades dos entrevistados..

(33) 32. Gráfico 1 ­ Idade em anos completos. Fonte: Autoria própria (2020). O Gráfico 2 aponta que 100% dos sujeitos entrevistados dispõe do acesso à pelo menos um instrumento tecnológico digital, indo ao encontro com as ideias de Borba e Villareal (2005) que deram origem ao termo “Seres humanos com mídias” apresentando uma visão de que a cognição é construída por meio das interações entre os homens e as mídias. Gráfico 2 ­ Acesso às Tecnologias Digitais. Fonte: Autoria própria (2020). Ao serem questionados sobre quais instrumentos que os estudantes têm acesso, é expresso no Gráfico 3 que 100% desses, possuem aquisição de Smartphone, uma questão defendida por Borba e Lacerda (2015) que traz, em tese, que os celulares passaram a fazer parte integralmente de um conjunto de “seres­humanos­com­mídias”, que de fato, foram desenvolvidos por “humanos­com­tecnologias” que apresenta uma forma mais específica de como compreender as características do ser humano. Além dos Smartphones, observa­se que 37,5% utiliza­se de Tablet, 12,5% de Computadores Desktop, 75% de Computadores Notebook,.

(34) 33. 100% de Televisores, 37,5% de Rádios e 37,5% de Vídeo Game. Desta forma, pode­se que concluir que, os instrumentos tecnológicos mais utilizados pelos alunos são de fácil mobilidade.. Gráfico 3 ­ Ferramentas Digitais utilizadas. Fonte: Autoria própria (2020). Observa­se que o uso de Smartphone é de acesso geral pelos estudantes, contudo deve­ se destacar que nem todos esses, possuem um aparelho de uso individual, tendo que, de alguma forma, compartilhar com outros indivíduos, como aponta as informações presentes no Gráfico 4. Gráfico 4 ­ Acesso ao uso individual do Smartphone. Fonte: Autoria própria (2020). É importante notar que possuir um Smartphone não indica ter acesso à internet, logo, independe da quantidade de acessórios e funcionalidade que o aparelho celular apresente, sem a devida conexão à rede, o seu uso fica extremamente limitado, portanto, foi questionado se os estudantes possuem acesso à alguma rede de internet, obtendo­se os resultados descritos no.

(35) 34. Gráfico 5. Gráfico 5 ­ Acesso à Internet. Fonte: Autoria própria (2020). Pode­se observar que 100% dos estudantes apresentam fazer uso da internet. Dentre os diferentes tipos de conexões, foi perguntado aos alunos qual era a forma mais utilizada de acesso, chegando ao resultado de que 87,5% realizam conexões por meio de rede Wi­Fi e 32,5% utilizam o algum plano 4G de internet individual, como mostra no Gráfico 6.. Gráfico 6 ­ Forma de Acesso à Internet mais utilizado. Fonte: Autoria própria (2020). O acesso à internet pelos alunos pode acontecer em diversos lugares. Conforme demonstra o Gráfico 7, 87,5% dos estudantes realizam conexões em redes de internet de sua própria residência, 12,5% dependem da residência de terceiros para se conectarem, 12,5% realizam conexões no estabelecimento de ensino e 37,5% possuem acesso à rede 4G de uso individualizado..

(36) 35. Gráfico 7 ­ Locais de acesso à Internet. Fonte: Autoria própria (2020). Dentre as diversas possibilidades do uso das tecnologias digitais, pode­se destacar a utilização desses recursos para engajar os estudantes no processo de ensino­aprendizagem, dessa forma, Borba e Penteado (2001, p. 17), salientam que O acesso à informática deve ser visto como um direito e, portanto, nas escolas públicas e particulares o estudante deve poder usufruir de uma educação que no momento atual inclua, no mínimo, uma ‘alfabetização tecnológica. Tal alfabetização deve ser vista não como um Curso de Informática, mas sim, como um aprender a ler essa nova mídia. Assim, o computador deve estar inserido em atividades essenciais, tais como aprender a ler, compreender textos, entender gráficos, contar, desenvolver noções espaciais etc.. Dessa forma, o Gráfico 8 apresenta que 50% dos estudantes utilizam as tecnologias para auxiliar em seus estudos, 25% não utilizam e 25% utilizam às vezes as ferramentas tecnológicas. Gráfico 8 ­ Uso das ferramentas tecnológicas para auxiliar nas atividades escolares. Fonte: Autoria própria (2020).

(37) 36. Dentre os instrumentos tecnológicos mais utilizados pelos alunos, o Smartphone ganha o topo, com 100% de adesão pelos estudantes. Tal fato pode ser justificado por Carvalho (2015, p. 9) que defende o uso dos dispositivos móveis como instrumento de aprendizagem, destacando que “o facto de termos sempre à mão um smartphone ou um tablet permite­nos aprender em qualquer lugar e a qualquer hora, concretizando o mobile learning (aprendizagem móvel)”. Além dos Smartphones, 12,5% dos estudantes relatam utilizar a calculadora, 50% fazem uso de computadores e nenhum dos estudantes utilizam o Tablet como ferramenta de auxílio no processo de aprendizagem, como mostra o Gráfico 9. Gráfico 9 ­ Ferramentas utilizadas pelos estudantes como auxílio no desenvolvido das atividades escolares. Fonte: Autoria própria (2020). Em relação ao uso das tecnologias pelos professores em sala de aula, pode­se constatar a presença de vários desafios que precisam ser superados para que aconteça de fato, a inserção dos meios digitais na prática docente. Segundo Schuhmacher, Alves Filho e Schuhmacher (2017), os obstáculos se dividem em três grupos, sendo de razão estrutural, epistemológico e didático. Por mais que os professores tenham o reconhecimento da importância de se utilizar das tecnologias da informação e comunicação como instrumento didático­pedagógico, a falta de conhecimento para o emprego adequado desses recursos é uma das questões a serem discutidas e superadas pelo docente. Diante deste fato, Borba e Penteado (2001, p. 65) salientam que “o professor é desafiado constantemente a rever e ampliar seu conhecimento. Quanto mais ele se insere no mundo da informática, mais corre o risco de se deparar como uma situação matemática, por exemplo, que não lhe é familiar”..

(38) 37. Foi questionado aos estudantes sobre o uso das tecnologias digitais pelos seus professores em sala de aula e, segundo as informações presentes no Gráfico 10, pode­se observar que 50% dos sujeitos relataram que os docentes não utilizam as tecnologias em suas práticas, 12,5% disseram que utilizam e 37,5% que essa prática não faz parte da ação docente. Gráfico 10 ­ Uso das tecnologias pelos professores em sala de aula. Fonte: Autoria própria (2020). Dentre os recursos tecnológicos digitais utilizados apresentados no Gráfico 11, 12,5% dos estudantes relatam que seus professores fazem uso de Televisores, 25% de Projetores, 25 % de Smartphone, 12,5% de Computadores e 62,5 % de Calculadoras. Para Gouvêa (1999, p. 45), O professor será mais importante do que nunca, pois ele precisa se apropriar dessa tecnologia e introduzi­la na sala de aula, no seu dia­a­dia, da mesma forma que um professor, que um dia, introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a lidar de modo diferente com o conhecimento – sem deixar as outras tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também pelo computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando às nossas vistas.. Dessa forma, faz­se necessário que o professor busque conhecimentos e formações em relação ao uso das tecnologias como ferramenta metodológico, para que ocorra a promoção de um ensino inovador..

Referências

Documentos relacionados

Esta dissertação pretende explicar o processo de implementação da Diretoria de Pessoal (DIPE) na Superintendência Regional de Ensino de Ubá (SRE/Ubá) que

Além desta verificação, via SIAPE, o servidor assina Termo de Responsabilidade e Compromisso (anexo do formulário de requerimento) constando que não é custeado

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Muito embora, no que diz respeito à visão global da evasão do sistema de ensino superior, o reingresso dos evadidos do BACH em graduações, dentro e fora da

para cada resultado esperado estabelecer a progressão descritores que contribuem para que esse resultado atingido.... competências exigidas pela sociedade do momento

Os níveis atingidos por cada sujeito na compreensão do oral, na leitura, na expressão oral, na expressão escrita e no conhecimento explícito determinam o seu nível de mestria

Áreas com indícios de degradação ambiental solo exposto no Assentamento Fazenda Cajueiro A e no Assentamento Nossa Senhora do Carmo B, localizados, respectivamente, no Município de

A curva em azul é referente ao ajuste fornecido pelo modelo de von Bertalany, a curva em vermelho refere-se ao ajuste fornecido pelos valores calculados Lt, dados pela equação