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Palavra chave: vaso; pressão; ASME; BSI PD 5500; manutenção.

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RESUMO 

A primeira referência de código de construção para vasos de pressão foi        elaborada em 1911 pela       ​American Society of Mechanical Engineers         (ASME),  com base nesse código foram elaborados muitos outros similares, tendo como        principais diferenças: adaptações de nomenclaturas, especificação de materiais        regionais e a modificação de critérios empíricos adotados pelo ASME, como o        estabelecimento do coeficiente de segurança para a definição da tensão        admissível; a escolha de tipos de junta soldada permitidas; e as exigências        referentes a aplicação, extensão e critérios de aceitação dos exames não        destrutivos, para garantia da sanidade das soldas. Assim, ingleses, alemães,        franceses, italianos, japoneses e outros criaram suas próprias normas para        projeto, construção, montagem e inspeção para vasos de pressão. No início        dos anos 80, para possibilitar concorrências internacionais, os principais        fabricantes de vasos de pressão passaram a adotar também o código ASME.       

Este trabalho faz uma verificação dos critérios de cálculo para a espessura do        casco e tampos de vasos de pressão, simulando diferentes pressões de projeto        para um mesmo vaso e compara os resultados, com o intuito de verificar a        possiblidade de estender a vida útil de um vaso mudando o código de projeto.       

Os códigos usados nesse trabalho foram o ASME seção VIII divisão 1, edição        2013 e o código PD 5500, editado pela       ​British Standards Institution     (BSI),  edição 2015. 

 

Palavra­chave: vaso; pressão; ASME; BSI PD 5500; manutenção. 

         

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INTRODUÇÃO 

A primeira referência de código de construção para vasos de pressão foi        elaborado em 1911 pela       ​American Society of Mechanical Engineers         (ASME),  com base nesse código sugiram outros similares, tendo como principal        diferença adaptações referentes a especificação de materiais e critérios        empíricos de projeto, como o estabelecimento do coeficiente de segurança,        tipos de junta soldada permitida e a definição de critérios referentes aos        exames não destrutivos, cujo objetivo é garantir a sanidade das soldas, sempre        com o intuito de criar um código com uma identificação do seu país. Assim,        ingleses, alemães, franceses, italianos, japoneses e outros criaram suas        próprias normas para projeto, construção, montagem e inspeção para vasos de        pressão, com particularidades específicas de cada país. No início dos anos 80,        para possibilitar concorrências internacionais os principais fabricantes de vasos        de pressão voltaram a trabalhar também com o código ASME e o mundo        passou a ter a maioria dos vasos de pressão atendendo esse código. 

Na década de 1960 a indústria de equipamentos de vasos pressão        Reino Unido enfrentou dificuldades de exportação de vasos de pressão,        particularmente para o continente europeu. O Ministério da Tecnologia do        Reino Unido nomeou uma comissão no dia 9 de dezembro de 1966, que        recomendou melhorias na tecnologia dos vasos de pressão, incluindo as        diretrizes, projeto e fabricação. O relatório, publicado em 1969, recomendou,        entre outras coisas, que o código British Standards deveria ser atualizado para        se tornar mais competitivo. 

Com a ajuda da indústria a BSI elaborou o código BS 5500. Este projeto        foi revisto e aprovado pela indústria de vaso de pressão do Reino Unido, que        incluía fiscais, usuários, compradores, consultores, designers, fabricantes e        autoridades de inspeção. A primeira edição do código BS 5500 foi em 1976 e a        partir dessa data tornou­se uma norma internacional de fato. Esta norma, pela        primeira vez, substituiu o conceito de coeficientes de juntas pelo conceito de       

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categorias construção. A última edição do código BS 5500 foi em 1997 após        janeiro do ano 2000 a BS 5500 atualizou para BSI PD 5500. 

Objetivo 

O principal objetivo desse trabalho é analisar se a mudança do código        de projeto de um vaso de pressão, que apresenta perda de espessura uniforme        acima da sobre espessura de corrosão, pode aumentar a vida útil do vaso, sem        a necessidade de reconstituição da espessura. 

Esta análise foi realizada simulando uma perda de espessura uniforme        em um vaso de pressão calculado pelo código ASME seção VIII divisão 1        (2013) e recalculado utilizando o código BSI PD 5500 (2015). 

Antes de realizar a análise verificou­se as diferenças dos principais        requisitos para o cálculo de espessura dos dois códigos, simulando o cálculo        de um mesmo vaso pelos dois códigos para diversas pressões, com o intuito        de verificar os diferentes valores de espessura em função da pressão. 

MÉTODO E DESENVOLVIMENTO 

Nesse capítulo são apresentados os métodos usados para o        desenvolvimento do presente trabalho bem como também os materiais usados. 

Métodos 

Foi elaborado um estudo das variáveis que influenciam no cálculo de        espessura conforme critério próprio de cada código de projeto. 

Materiais para vasos de pressão 

Para realizar esse trabalho, foi escolhido o material ASME SA 516 Gr 60        (chapa de aço carbono para temperatura moderada), por ser um aço carbono        mais utilizado na fabricação de vasos de pressão projetados pelo código ASME        VIII divisão 1, após a década de 80 (Telles, Materiais para Equipamentos de        Processos, 2003). 

Para poder comparar os dois códigos de projeto foi preciso encontrar        uma especificação de material equivalente ao ASME SA 516 Gr 60 aceita pelo       

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código BSI PD 5500. A especificação de material mais similar ao ASME SA 516        Gr 60 encontrada, aceita pela BSI PD 5500 é o material BS 1501­161 Gr 430 A. 

O Quadro 1 adaptado da tabela 19 da especificação BS 1501 parte 1,        mostra as propriedades mecânicas normalizadas do material BS 1501­161 Gr        430 A. 

Quadro 1: propriedades mecânicas do material BS 1501­161 Gr 430 A 

BS 1501­161 Gr 430 A: Aço carbono acalmado com silício. 

Espessura  (mm) 

Limite de resistência 

(MPa)  Limite de 

escoamento  (MPa) 

Alongamento  (%) 

Mínima  Máxima  Mínima  Máxima 

16  430  550  250  23 

16  40  430  550  240  23 

40  63  430  550  230  22 

63  100  430  550  220  21 

100  150  430  550  210  21 

Fonte: tabela 19 da especificação BS 1501 parte 1 

O Quadro 2 retirado do ASME seção II parte A especificação ASME SA        516 Gr 60, mostra as propriedades mecânicas do material ASME SA 516 Gr        60. 

Quadro 2: propriedades mecânicas do material ASME SA 516 Gr 60 

ASME SA 516 Gr 60: chapa de aço carbono para moderada temperatura  Espessura  

(mm)  Limite de resistência 

(MPa)  Limite de 

escoamento  (MPa) 

Alongamento  (%) 

Mínima  Máxima  Mínima  Máxima 

­  50  415  550  220  25 

­  80  415  550  220  21 

Fonte: ASME seção II parte A especificação ASME SA 516 Gr 60   

Quadro 3 mostra a comparação entre as propriedades mecânicas dos        materiais ASME SA 516 Gr 60 e BS 1501­161 Gr 430 A. 

Quadro 3: comparação das propriedades mecânicas especificadas 

Faixa de propriedades mecânicas para enquadrar o material ASME SA 516  Gr 60 como BS 1501­161 Gr 430 A. 

Espessura  (mm) 

Limite de resistência  (MPa) 

Limite de  elasticidade 

(MPa)    

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Mínima  Máxima  Mínima  Máxima 

16  430  550  250 

16  40  430  550  240 

40  63  430  550  230 

63  100  430  550  220 

100  150  430  550  220 

Fonte: tabela 19 da especificação BS 1501 parte 1 e ASME seção II parte A especificação SA 516  Gr 60 

Temperatura mínima 

Foi considerado para efeito de estudo uma temperatura mínima igual a        30°C por atender tanto as exigências da parte UCS­66 do código ASME VIII        (2013) quanto aos requisitos do anexo D do código BSI PD 5500 para uma        grande faixa de espessuras (até 120mm). 

Temperatura de projeto 

O comportamento da tensão admissível varia com a temperatura        conforme critério de cada código de projeto. Foi executado um estudo        comparativo do comportamento da tensão admissível em função da        temperatura de acordo com os requisitos adotados por cada código de projeto. 

Espessuras mínimas 

Com objetivo de fazer um comparativo entre as espessuras mínimas        calculadas por cada código de projeto, foi montada uma planilha usando as        formulas de cálculo de espessura mínima de casco cilíndrico e tampo elíptico.       

Foram adotados os seguintes parâmetros: 

● Diâmetro interno = 2500mm; 

● Temperatura = 100°C; 

● Tensão admissível conforme cada código de projeto; 

Primeiro foram calculadas as espessuras mínimas para o casco        cilíndrico conforme ambos os códigos de projeto, iniciando arbitrariamente na        pressão de projeto de 1MPa e acrescendo 0,5MPa até chegar em 12MPa. Para        melhor visualizar o comportamento das espessuras em função da pressão        projeto os valores obtidos foram plotados na Figura 1. 

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Depois foram calculadas as espessuras mínimas para tampos elípticos        conforme ambos os códigos de projeto da mesma maneira que foi realizado        para o casco cilíndrico. O tampo elíptico usado foi o 2:1 em que o diâmetro        maior do perfil da elipse é duas vezes o diâmetro menor do perfil da elipse. Os        valores obtidos estão na Figura 2. 

Foram construídas curvas comparativas para a espessura mínima do        tampo elíptico e do casco cilíndrico calculada por ambos os códigos de projeto        plotados na  Figura 3. 

Materiais 

Para a realização desse trabalho foram usados os critérios de cálculo da        espessura mínima dos seguintes códigos de projeto:  

● Código ASME VIII divisões 1 (2013) – Regras para Construção de Vasos        de Pressão;  

Código BSI PD 5500 (2015) – especificação para vasos de pressão soldados        não sujeitos a chamas; 

RESULTADOS 

Símbolos adotados nos quadros desse capitulo: 

Di = diâmetro interno; 

e = espessura mínima conforme código BSI PD 5500; 

f = tensão admissível conforme código BSI PD 5500; 

P = pressão de projeto 

S = tensão admissível conforme código ASME VIII divisão 1; 

t = espessura mínima conforme código ASME VIII divisão 1; 

Comparação das espessuras calculadas para o casco cilíndrico 

A Figura 1 são o resultado das espessuras mínimas calculadas para        casco cilíndrico usando os critérios dos códigos ASME seção VIII divisão 1        (2013) e BSI PD 5500 (2015) para o mesmo vaso de pressão. (Apêndice A e B) 

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Figura 1: comparação das curvas de espessura mínima para casco cilíndrico 

Comparação das espessuras calculadas para o tampo elíptico 

A Figura 2 são o resultado das espessuras mínimas calculadas para        tampo elíptico 2:1 usando os critérios dos códigos ASME seção VIII divisão 1        (2013) e BSI PD 5500 (2015) para o mesmo vaso de pressão. (Apêndice C e       

D)  

Figura 2: comparação das curvas de espessura mínima de tampo elíptico 2:1   

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Comparação das espessuras do casco cilíndricos e tampos elípticos  A Figura 3 é o resultado do estudo de comparação das espessuras        mínimas de casco cilíndrico e tampo elíptico calculada para ambos os códigos        de projeto. 

 

Figura 3: comparação das curvas de espessura mínima de casco cilíndrico e tampo elíptico 2:1 

 

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 

Fator de segurança e tensão admissível 

Para o material em estudo, aço carbono acalmado, verificou­se que: 

a) Até 370°C a temperatura em que não existe interferência na        resistência mecânica do material o código ASME seção VIII        divisão 1 usa fatores de segurança maiores que o código BSI PD        5500. Um fator de segurança maior embutido na tensão        admissível implica em uma espessura maior calculada para o        componente. 

b) Após 370°C a resistência mecânica do material sofre interferência        do mecanismo de fluência. A partir dessa temperatura a tensão       

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admissível utilizada pelos dois códigos são similares e não mais        interferem nos valores da espessura mínima. 

Para poder utilizar mais as propriedades mecânicas dos materiais        adotados o código BSI PD 5500, faz uso de tensões admissíveis diferentes        para faixa de espessura. Assim, o código BSI permite utilizar tensões        admissíveis mais elevadas respeitando as faixas de espessura, desta forma        consegue trabalhar com espessuras menores. 

 

Eficiência de junta 

O código ASME usa a eficiência de junta soldada como um dos        parâmetros para cálculo da espessura mínima esse valor é definido em função        da categoria da junta, do tipo de junta e da extensão do exame radiográfico. 

O código BSI defini o tipo de junta e a extensão dos exames não        destrutivos por meio da categorização do vaso de pressão, não interferindo no        cálculo da espessura. 

Alteração 

A NR­13, norma regulamentadora do ministério do trabalho para caldeiras        e vasos de pressão e tubulações (2014), permite a alteração do código de        projeto do vaso de pressão desde que atenda ao item 13.3.6 da NR­13. 

“13.3.6 Projetos de alteração ou reparo ­ PAR devem ser concebidos        previamente nas seguintes situações: 

a) sempre que as condições de projeto forem modificadas; 

b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a        segurança. ” (NR­13, 2014) 

CONCLUSÃO 

Um vaso de pressão projetado, construído, montado e inspecionado pelo        código ASME seção VIII divisão 1 poderá ser recalculado pelo código BSI PD       

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5500 com o objetivo de extensão de sua vida útil, quando todos os requisitos        descritos a seguir forem atendidos: 

a) O material usado nas partes pressurizadas for aceito pelo código ASME e        tiver equivalência com uma especificação do código BSI, em termos de        composição química e propriedades mecânicas; 

b) A eficiência das juntas soldadas determinada pelo código ASME seção        VIII divisão 1 for igual a 1; 

c) A temperatura mínima de pressurização do vaso atender aos requisitos        do código BSI PD 5500; 

d) Emitir o documento denominado Procedimento de Alteração e Reparo        (PAR), com as justificativas da alteração realizada, seguindo os requisitos        da Norma Regulamentadora 13 (NR13) do Mistério do Trabalho e        Emprego (MTE). 

A diferença no cálculo da espessura mínima tem grande influência da        temperatura de projeto. Assim, para temperaturas de projeto até 150      ​0​C a    probabilidade de se conseguir um aumento de vida útil pela mudança do código        de projeto é alta; entre 150 e 370      ​0​C essa probabilidade cai linearmente com a        temperatura e chega a zero para temperaturas acima de 370​0C.. 

 

REFERÊNCIAS 

ASME. (2013).   ​American Society of Mechanical Engineers ­ ASME seção VIII                  Division 1 ­ Rules for Construction of Pressure Vessels.  

BSI PD 5500. (2015).        ​Specification For Unfired Fusion Welded Pressure            Vessels.  

NR­13. (2014). CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÕES. Em N.       

R. MTE. MTE. 

Telles, S. (2003).      ​Materiais para Equipamentos de Processos          (6ª ed.).   

Interciência. 

Telles, S. (2010). ​Vasos de Pressão.

 LTC. 

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