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Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

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REALIMENTA ¸C ˜AO DE ESTADO H2 E H DE SISTEMAS MARKOVIANOS A TEMPO CONT´INUO COM TAXAS DE TRANSI ¸C ˜AO INCERTAS

Caetano B. Cardeliquio, Andr´e R. Fioravanti, Alim P. C. Gon¸calves

Av. Albert Einstein - 400 FEEC/UNICAMP, Campinas, SP, Brazil

Av. Mendeleyev - 200

FEM/UNICAMP, Campinas, SP, Brazil

Emails: caetanocardeliquio@gmail.com, fioravanti@fem.unicamp.br, alimped@dsce.fee.unicamp.br

Abstract— This paper addresses theH2and theHstate-feedback control of Markov Jump Linear Systems (MJLS) in continuous-time through Linear Matrix Inequalities (LMIs). For the case with completely known transition rates, we derive new necessary and sufficient LMI conditions for mean square stability,H2 andH norm calculation which are affine with respect to these parameters. Then, we treat the case where transition rates are uncertain, but belong to a given convex set. We illustrate the quality of our results through a numerical example.

Keywords— Markov models; Continuous-time systems; State-feedback control; Linear Matrix Inequalities.

Resumo— Este artigo aborda os projetos de controle H2 eH, via realimenta¸c˜ao de estado, de sistemas lineares a tempo cont´ınuo sujeitos a saltos markovianos por meio de desigualdades matriciais lineares (LMIs).

Obtivemos novas condi¸c˜oes necess´arias e suficientes para estabilidade na m´edia quadr´atica e c´alculo de normas H2eHpara o caso com taxas de transi¸c˜ao completamente conhecidas de forma que as LMIs sejam afins com rela¸c˜ao a esses parˆametros. Em seguida, tratamos o caso em que as taxas de transi¸c˜ao s˜ao consideradas incertas, mas pertencem a um determinado conjunto convexo. N´os ilustramos a qualidade dos nossos resultados atrav´es de um exemplo num´erico.

Palavras-chave— Modelos de Markov; Sistemas a tempo cont´ınuo; Controle via realimenta¸c˜ao de estado;

Desigualdades matriciais lineares.

1 Introdu¸c˜ao

Sistemas que tˆem mudan¸cas bruscas de compor- tamento devido a, por exemplo, mudan¸cas ambi- entais, falhas de sensores e atuadores, mudan¸cas no ponto de opera¸c˜ao para o caso n˜ao-linear, en- tre outros, podem n˜ao ser bem representados pe- los modelos lineares e invariantes no tempo. Uma maneira de modelar mudan¸cas bruscas de sistemas dinˆamicos ´e escrevˆe-los como subsistemas com di- ferentes modos de opera¸c˜ao. Cada modo ´e descrito por um conjunto de equa¸c˜oes lineares e efeitos ale- at´orios s˜ao modelados como mudan¸cas, ou saltos, entre os diferentes modos de opera¸c˜ao. Este artigo trata de sistemas - a tempo cont´ınuo - com saltos markovianos em que as taxas de transi¸c˜ao entre os modos ´e incerta. Duas referˆencias importan- tes na ´area s˜ao os livros (Boukas, 2006) e (Costa et al., 2013).

Para a realimenta¸c˜ao de estado em sistemas lineares sujeitos a saltos markovianos (MJLS), te- mos que a an´alise convexa foi considerada em (Costa et al., 1999), onde o problema de con- trole via realimenta¸c˜ao de estado H2 em tempo cont´ınuo para MJLS ´e definido e uma abordagem de programa¸c˜ao convexa ´e usada para estud´a-lo.

Em (de Farias et al., 2002), um projeto de con- trole via realimenta¸c˜ao de estado ´e proposto para o problemaH usando LMIs. Assume-se, nesses trabalhos, que todas as taxas de transi¸c˜ao para

os modos de Markov s˜ao completamente conhe- cidas. Al´em disso, as restri¸c˜oes obtidas por meio de LMIs, s˜ao n˜ao lineares sobre as taxas de transi-

¸c˜ao. Na pr´atica, no entanto, essas taxas podem ser incertas e, por exemplo, pertencerem a um dado intervalo. O fato de que as restri¸c˜oes obtidas s˜ao n˜ao lineares representa uma dificuldade extra em adotar tal projeto para essa situa¸c˜ao. Em (Zhang and Boukas, 2009b) , (Zhang and Boukas, 2009a) e (Zhang and Lam, 2010), alguns elementos da matriz de taxas de transi¸c˜ao podem ser conside- rados desconhecidos. Tal representa¸c˜ao pode ser muito conservadora. Em (Shen and Yang, 2012), a possibilidade de que uma dada taxa de transi¸c˜ao pertence a um intervalo tamb´em ´e considerada.

Nosso projeto considera o caso em que qualquer li- nha da matriz de taxas de transi¸c˜ao pertence a um conjunto convexo com v´ertices conhecidos. Afir- mamos que esta abordagem inclui a maioria dos demais casos.

A nota¸c˜ao utilizada em todo o texto ´e a pa- dr˜ao. Letras mai´usculas denotam matrizes e le- tras min´usculas denotam vetores. Para escalares, letras gregas min´usculas s˜ao utilizadas. Para ma- trizes reais, ou vetores, () indica transposto. Por simplicidade, na nota¸c˜ao de matrizes sim´etricas particionadas, o s´ımbolo (•) denota genericamente cada um de seus blocos sim´etricos. O conjunto dos n´umeros naturais ´e denotado por N, enquanto o conjunto finito dosN primeiros n´umeros naturais

(2)

{1,· · ·, N}´e denotado porK. Definimos tamb´em o conjunto finito deN−1 elementos,Ki=K−{i}. O s´ımbolo E {·} denota esperan¸ca matem´atica de {·}. Para qualquer sinal estoc´asticoξ(t), definido no dom´ınio de tempo cont´ınuot∈R, a quantidade kξk22:=R

0 E {ξ(t)ξ(t)}dt´e sua norma quadrada.

O conjunto de sinais ξ(t) ∈ Rr, t ∈ R tais que kξk22 < ∞ ´e denotado por L2. Para facilitar a apresenta¸c˜ao, as seguintes nota¸c˜oes s˜ao usadas de maneira intercambi´avelA(θt) :=Ai, J(θt) :=Ji, Czt) := Czi, e assim por diante, sempre que θt = i ∈ K. Para matrizes definidas positivas, a inversa da combina¸c˜ao linear das inversas com pesosλij,∀j∈K, j6=i, ´e denotada por

Xλi:=

 X

j∈Ki

λijX−1

j

−1

ainda usamos a seguinte nota¸c˜ao para representar a soma de uma matriz com sua transposta

He(A) :=A+A 2 Defini¸c˜ao do Problema

Um sistema MJLS a tempo cont´ınuo ´e descrito pelo seguinte modelo de espa¸co de estados esto- c´astico

G:

x˙(t) = A(θt)x(t) +E(θt)w(t) z(t) = C(θt)x(t) +F(θt)w(t) (1) em quex∈Rn´e a vari´avel de estado, θt∈K´e a vari´avel aleat´oria,w∈Rr´e a perturba¸c˜ao externa ez∈Rp´e a sa´ıda a ser controlada. As condi¸c˜oes iniciais s˜aox(0) =x00=θ. O processo{θt, t∈ [0,+∞)}´e um processo estoc´astico markoviano no qual

pij(∆) = Prob(θt+∆=j|θt=i)

=

λij∆ +o(∆) i6=j 1 +λii∆ +o(∆) i=j (2) em queλij ≥0 parai6=j,λii ≤0 e

X

j∈K

λij= 0 (3)

Podemos agora definir a matriz de transi¸c˜ao

Λ ={λij} (4)

formada pelas taxas de transi¸c˜ao entre os modos da cadeia de Markov representados por θt ∈ K.

A pr´oxima defini¸c˜ao (Costa et al., 2013) aborda a estabilidade de um sistema de Markov a tempo cont´ınuo.

Defini¸c˜ao 1 Dizemos que G, com w≡0, ´e est´a- vel na m´edia quadr´atica (MSS) se

E {|x(t)|2} →0

enquantot → ∞, para quaisquer condi¸c˜oes inici- ais x0 eθ .

Uma condi¸c˜ao necess´aria e suficiente para es- tabilidade MSS do sistema G (Ji and Chizeck, 1990) ´e a existˆencia dePi >0 tal que

He(AiPi) +X

j∈K

λijPj<0 (5) para todoi∈K.

O conjunto de LMIs (5) n˜ao ´e adequado para o projeto via realimenta¸c˜ao de estado devido ao produto entre a vari´avel de LyapunovPie a trans- posta da matriz do sistemaA

i. Assim como ficar´a claro nas pr´oximas se¸c˜oes, ´e melhor lidarmos com Xi=P−1

i . Ap´os aplicar o complemento de Schur nas LMIs (5) e multiplicar as desigualdades obti- das pela direita e pela esquerda pela matriz n˜ao singular diag(Xi, I),i∈K, obtemos

He(AiXi) +λiiXi • Xi −Xλi

<0 (6) As desigualdades (6) s˜ao n˜ao lineares devido ao termoXλi. Uma estrat´egia comum para evitar essa n˜ao linearidade e expressar essas desigualda- des como um conjunto de LMIs ´e trabalhar com matrizes aumentadas como diag(X1,· · · , XN), veja (de Farias et al., 2000), por exemplo. N´os propomos uma abordagem de lineariza¸c˜ao dife- rente, em que as LMIs resultantes s˜ao afins com respeito as taxas de transi¸c˜aoλij. Isso ser´a parti- cularmente ´util quando as incertezas nesses parˆa- metros forem introduzidas. Considere as vari´aveis Zij >0 eHi tais que

Zij > HiX−1

j Hi. (7)

Para qualquer conjunto de n´umeros reais1 λij ≥ 0, i ∈ K, j ∈ Ki, as desigualdades (7) implicam que

X

j∈Ki

λijZij> Hi

 X

j∈Ki

λijXj−1

Hi (8) Para facilitar a nota¸c˜ao nos pr´oximos passos, usa- remos os seguintes operadores:

Ψi:= He(Hi)− X

j∈Ki

λijZij (9) Ξi:= (Hi−Xλi)(Xλi)−1(Hi−Xλi) (10) Pela (8) e (9) temos que

Ψi<He(Hi)−H

i(Xλi)−1Hi (11) portanto

Ψi< Xλi−Ξi≤Xλi (12) Considere as seguintes LMIs

He(AiXi) +λiiXi

Xi −Ψi

<0 (13)

1Assumimos queλij6= 0 para pelo menos umjKi, do contr´ario o complemento de Schur n˜ao pode ser aplicado.

(3)

e Zij

Hi Xj

>0 (14)

para todo i, j ∈ K, nas quais as LMIs (14) s˜ao obtidas pelo complemento de Schur em (7). Se as LMIs (13) e (14) s˜ao v´alidas, as desigualdades (6) tamb´em o s˜ao e o sistema (1) ´e MSS est´avel.

Reciprocamente, se as desigualdades (6) s˜ao vali- das, ent˜ao podemos escolher valores apropriados paraZij eHi tais que (13) e (14) s˜ao v´alidas, veja (Geromel et al., 2009) ou (Gon¸calves et al., 2012) para mais detalhes. Em outras palavras, o sis- tema (1) ´e MSS est´avel, se e somente se, (13) e (14) forem fact´ıveis.

As desigualdades (13) e (14) s˜ao adequadas para o projeto de realimenta¸c˜ao de estado, como veremos na Se¸c˜ao 4. A implementa¸c˜ao da t´ecnica de lineariza¸c˜ao adotada ou daquela presente em (de Farias et al., 2002) e (de Farias et al., 2000)

´e uma escolha do programador. Ao contr´ario das restri¸c˜oes obtidas nessas LMIs, as nossas s˜ao afins com rela¸c˜ao `as taxas de transi¸c˜aoλij, permitindo um tratamento direto quando essas taxas s˜ao in- certas.

Agora assumimos que Λ ={λij} n˜ao ´e com- pletamente conhecida mas cada linha Λi, i ∈ K, pertence a um conjunto convexo de v´ertices co- nhecidos, i.e.,

Λi=

Np

X

ℓ=1

αΛ(ℓ)i (15) em que PNp

ℓ=1α = 1, α ≥ 0. Por exemplo, se tivermos a seguinte matriz de transi¸c˜ao

Λ =

−2 [0,1] [1,2]

2 −4 2

0 1 −1

 (16) em que [a, b] representa o intervalo com a taxa incertaλij tal que a ≤λij ≤b, a primeira linha pode ser escrita como

Λ11Λ(1)12Λ(2)1 (17) em que

Λ(ℓ)1 =h

Λ(ℓ)11 Λ(ℓ)12 Λ(ℓ)13i

(18) E f´acil perceber que a combina¸c˜ao convexa´ que gera a primeira linha dessa matriz de tran- si¸c˜ao em particular ´e

Λ11

−2 0 2 +α2

−2 1 1

(19) Em (Zhang and Boukas, 2009a) e (Zhang and Lam, 2010), uma abordagem diferente para repre- sentar as incertezas nas taxas de transi¸c˜ao ´e ado- tada. Nesses artigos, um determinado elemento λij da matriz de taxas de transi¸c˜ao ´e dito ser co- nhecido ou desconhecido, casos que s˜ao represen- tados por ˆλij ou “ ?”, respectivamente. Essa incer- teza pode ser sempre representada por uma com- bina¸c˜ao convexa do tipo (15), exceto para o caso

em que, pelo menos, duas taxas s˜ao desconheci- das e uma delas pertence `a diagonal principal da matriz de transi¸c˜ao Λ. Se uma taxa pertence `a diagonal principal, um limitante inferior ´e estabe- lecido em (Zhang and Lam, 2010). Essa estrat´egia faz sentido na pr´atica, poisλii → −∞representa um modo cujo tempo de permanˆenciaτ →0, veja a rela¸c˜ao entre taxas de transi¸c˜ao e distribui¸c˜ao de probabilidade para tempo de permanˆencia em (Leon-Garcia, 2007).

Lema 1 O sistema (1) com taxas incertas perten- cendo a um politopo de v´ertices conhecidos repre- sentado pelas LMIs (6) ´e est´avel se existirXi>0, Zij >0 eHi tais que

"

He(AiXi) +λ(ℓ)

ii Xi

Xi −Ψ(ℓ)i

#

<0 (20)

e

Zij • Hi Xj

>0 (21)

em queΨ(ℓ)i := He(Hi)−P

j∈Kiλ(ℓ)

ij Zij para todo i, j∈Keℓ∈ {1,2,· · ·, Np}.

Prova: E imediato de (13) e (14) aplicadas aos´ v´ertices do politopo de incertezas e pelo fato que tais LMIs serem afins com respeito a esses parˆa-

metros. ✷

3 NormasH2 e H

Nesta se¸c˜ao, mostramos como a mesma estrat´egia de lineariza¸c˜ao pode ser usada para as normasH2

eH.

Defini¸c˜ao 2 ((de Farias et al., 2000)) A norma H2 de um sistema, MSS, G ´e definida como

kGk22=

r

X

s=1

X

i∈K

µikzs,ik22 (22) em que µi := Prob(θ0 = i) e zs,i representa a sa´ıda {zt; t≥0} quando:

a) a entrada ´e dada por w(t) = esδ(t), em que δ(t) ´e o impulso unit´ario e es ´e a s-´esima coluna da matriz identidade r×r;

b) x0= 0 eθ0=i∈K

Para que se tenha normaH2 limitada, o sis- tema (1) deve terFi = 0 para todo i ∈K. Com as taxas de transi¸c˜aoλij conhecidas, pode ser cal- culada como (de Farias et al., 2000)

kGk22= min

Pi>0

X

i∈K

µiTr(EiPiEi) (23) sujeito a

He(AiPi) +CiCi+X

j∈K

λijPj<0 (24)

(4)

De maneira similar `aquela usada para obter as LMIs (13) e (14) podemos dizer que (23) e (24) s˜ao equivalentes a

kGk22= minX

i∈K

µiTr(Wi) (25) sujeitas a

Wi • Ei Xi

>0 (26)

He(AiXi) +λiiXi • •

Xi −Ψi

CiXi 0 −I

<0 (27) e (21), para todoi, j∈K.

Para o caso de incertezas polit´opicas, um li- mitante superior da normaH2 pode ser calculado usando (25)–(27) e (21) simplesmente trocando-se λii porλ(ℓ)ii e Ψipor Ψ(ℓ)i nas LMIs (27) para todo ℓ ∈ {1,· · ·, Np}. Isso ´e poss´ıvel pois essas LMIs s˜ao afins com rela¸c˜ao as taxas de transi¸c˜ao.

Defini¸c˜ao 3 ((de Farias et al., 2000)) O quadrado da normaH de um sistema, MSS, G, kGk2, ´e o menorγ >0, tal que

kzk22< γkwk22

Como a entrada w ´e arbitr´aria e de norma L2 finita, o mesmo ocorre com a norma L2 da sa´ıda, pois o sistema ´e estocasticamente est´avel.

Portanto, segue a identidade γ= sup

θ0∈K,w∈L2 w6=0

kzk2

kwk2

(28)

Logo, podemos concluir que a normaH do sis- tema ´e oganhoL2 de pior caso.

A norma H pode ser obtida por meio do seguinte programa de otimiza¸c˜ao convexa (Costa et al., 2013)

kGk2= min

γ>0,Pi>0

γ (29)

sujeito a

He(AiPi) +X

j∈K

λijPj • •

EiPi −γ I •

Ci Fi −I

<0 (30)

Utilizando a mesma mudan¸ca de vari´aveis pode-se expressar (29) e (30) como

kGk2= min

γ>0,Xi>0

γ (31)

sujeita a

He(AiXi) +λiiXi • • •

Ei −γ I • •

Xi 0 −Ψi

CiXi Fi 0 −I

<0 (32)

e (21) para todoi, j ∈ K. Como foi dito para o casoH2, um limitante superior da normaHcom taxas incertas pode ser calculado usando (31)–(32) e (21) simplesmente trocandoλiiporλ(ℓ)

ii e Ψipor Ψ(ℓ)i nas LMIs (32) para todoℓ∈ {1,· · · , Np}.

4 Realimenta¸c˜ao de Estado

Apesar do objetivo principal do controle ser esta- bilizar o sistema, objetivos adicionais podem ser impostos, seja para adicionar robustez ou para au- mentar o desempenho. Esta se¸c˜ao destina-se a es- tabelecer um controlador que n˜ao s´o estabiliza o sistema de malha fechada, mas tamb´em minimiza sua normaH2 ou H. O sistema em malha fe- chada pode ser descrito como

Gc:

˙

x(t) = Aix(t) +Biu(t) +Eiw(t) z(t) = Cix(t) +Diu(t) +Fiw(t) u(t) = Kix(t)

(33) na qualu∈Rm´e a entrada de controle. Nas pr´o- ximas se¸c˜oes, consideramos que as taxas de tran- si¸c˜ao s˜ao incertas mas pertencem a um intervalo convexo de v´ertices conhecidos.

4.1 NormaH2

O objetivo deste problema ´e encontrar um con- trolador via realimenta¸c˜ao de estado de tal forma que as excurs˜oes de x(t) e u(t) sejam ambas li- mitadas. Dessa forma, o estado permanece perto do ponto de equil´ıbrio e, ao mesmo tempo, um enorme esfor¸co de controle pode ser evitado. A defini¸c˜ao de matrizes Ci e Di indica, para cada modo, o peso que ´e dado em cada um destes dois objetos conflitantes. Lembramos que para o caso H2 precisamos terFi = 0 para todoi∈K.

Teorema 1 Existe um conjunto de ganhos de re- alimenta¸c˜ao de estado Ki, parai∈K, tais que

kGck22≤minX

i∈K

µiTr(Wi) (34) se existirem matrizes sim´etricasWi,Xi,Zije ma- trizesYi,Hide dimens˜oes compat´ıveis tais que as LMIs

Θ(ℓ)i • •

Xi −Ψ(ℓ)i • CiXi+DiYi 0 −I

<0 (35) com

Θ(ℓ)i := He(AiXi+BiYi) +λ(ℓ)

ii Xi

e (21) e (26) forem v´alidas para todoi, j∈Keℓ∈ {1,· · · , Np}. Nesse caso, os ganhos de controle s˜ao dados por

Ki=YiX−1

i (36)

(5)

x

θ M

(m, ℓ)

f(t)

Figura 1: Exemplo - Guindaste Industrial

Prova: Segue de (21), (26) e (27), calculadas nos v´ertices do politopo de incerteza para as matrizes em malha fechada Ai +BiKi, Ci +DiKi e da introdu¸c˜ao das novas vari´aveisYi=KiXi. ✷

4.2 NormaH

Estamos agora interessados em encontrar um con- trolador robusto na presen¸ca do ru´ıdow∈L2. Teorema 2 Existem os ganhos Ki para i ∈ K tais que

kGck2≤minγ (37) se existir γ ∈ R, matrizes sim´etricas Xi, Zij e matrizesYi,Hi de dimens˜oes compat´ıveis tais que

Θ(ℓ)i • • •

E

i −γ I • •

Xi 0 −Ψ(ℓ)i • CiXi+DiYi Fi 0 −I

<0 (38)

e (21) forem v´alidas para todo i, j ∈ K e ℓ ∈ {1,· · ·, Np}. Nesse caso, os ganhos de controle s˜ao dados por (36).

Prova: Segue os mesmos passos do Teorema 1.

5 Exemplo

Consideramos o modelo de um guindaste indus- trial como ilustrado na Figura 1. Trata-se de um carro de massaM, movendo-se no plano horizon- tal sob a a¸c˜ao de uma for¸ca externa f(t) e uma for¸ca com coeficiente de arrasto b. Ao longo do seu centro de massa, um pˆendulo homogˆeneo de massa m e comprimento ℓ est´a montado. Este pˆendulo tamb´em ´e afetado por uma for¸ca com co- eficiente de arrastoB.

O vetor de estado ´ev(t) = [x(t)θ(t) ˙x(t) ˙θ(t)] e linearizamos o modelo em torno da origem.

As equa¸c˜oes diferenciais podem ser postas sob a

formaEv˙(t) =Av(t) +Bf(t), em que

E=

1 0 0 0

0 1 0 0

0 0 M+m mℓ/2

0 0 mℓ/2 Jcm+m(ℓ/2)2

A=

0 0 1 0

0 0 0 1

0 0 −(b+B ℓ) −B ℓ2/2 0 −mgℓ/2 −B ℓ2/2 −B ℓ3/3

B=

0 0 1 0

O nosso objetivo ´e conduzir o sistema a par- tir da condi¸c˜ao inicial v(0) = [10 0 0 0] para a origem v(t) = 0 controlando a posi¸c˜ao angular do pˆenduloθ(t) por meio de um controle via reali- menta¸c˜ao de estadof(t) =Kiv(t). Este problema de condi¸c˜ao inicial pode ser tratado no ˆambitoH2

considerandoEi =v(0) em (33).

Consideramos tamb´em uma pequena penali- dade para o esfor¸co de controle. Portanto, a sa´ıda a ser controlada ´e

z(t) =

1 0 0 0

0 10 0 0

0 0 0 0

v(t) +

 0 0 0,01

f(t) Assumimos que o sistema est´a propenso a ter mal funcionamento no atuador. Consequen- temente, temos dois modos de opera¸c˜ao. O modo nominal, i = 1, e o modo quando ocorre a fa- lha, i = 2. Para o primeiro caso temos que B1 = E−1B, enquanto que para o segundo caso B2= 0.

Para fins de simula¸c˜ao num´erica, considera- mos queM = 1000 kg, m = 200 kg, b = 2 Ns/m, B = 5 Ns/m2, ℓ = 1 m e g = 9.8 m/s2. Ainda, Jcm=mℓ2/12 ´e o momento de in´ercia do pˆendulo com respeito ao seu centro de massa. As taxas de transi¸c˜ao para a ocorrˆencia de falha s˜ao incertas, mas pertencem a um conjunto convexo de v´ertices conhecidos dado por

Λ =

−0,5 0,5 [1,0, 1,5] [−1,5, −0,5]

Consideramos que o sistema parte do modo 1, i.e., µ1 = 1 e µ2 = 0. Como, em nosso exemplo, B2 = 0, a matriz de ganhos quando h´a falha no atuador pode ser escolhida, sem perda de gene- ralidade, como K2 = 0. Aplicando o Teorema 1 obtemos como custo garantidokGck22 ≤23,887 e o seguinte valor para o ganho de realimenta¸c˜ao de estado:

K1=

−125,57 193,98 −719,08 220,86 (39) Projetamos tamb´em, um controlador LQR para a planta nominal, ou seja, sem levar em considera-

¸c˜ao a possibilidade de falhas. Calculamos a norma

(6)

1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 23.1

23.2 23.3 23.4 23.5 23.6 23.7 23.8 23.9 24

λ21

kH2k

Figura 2: NormaH2 para os controladores: Mar- kov (pontilhada) x LQR (cont´ınua)

H2 em malha fechada para todos os valores no in- tervalo de incerteza. A Figura 2 ilustra a com- para¸c˜ao entre as normasH2 para esses dois con- troladores. Em linha pontilhada, apresentamos os resultados para o controlador robusto proposto e em linha cont´ınua, o controlador LQR, ambos submetidos as mesmas taxas de transi¸c˜ao entre os modos com falha e com comportamento nominal.

Nota-se a maior robustez do nosso projeto com rela¸c˜ao ao controlador LQR. O controlador proposto apresenta um desempenho superior para todoλ21 considerado.

6 Conclus˜ao

Lidamos com o projeto de controle via realimen- ta¸c˜ao de estadoH2eHusando novas condi¸c˜oes nas LMIs. A principal caracter´ıstica dessas LMIs ´e a de serem afins com rela¸c˜ao `as taxas de transi¸c˜ao.

Desta forma, tornou-se bastante simples incorpo- rar o caso em que existem incertezas polit´opicas sobre esses parˆametros. O projeto foi ilustrado atrav´es de um exemplo num´erico, comparando o desempenho do projeto de controle via realimen- ta¸c˜ao de estado proposto com o cl´assico LQR.

Vamos continuar a estudar este problema, a fim de fornecer um projeto de realimenta¸c˜ao de sa´ıda H2 e H para o caso em que as taxas de transi¸c˜ao s˜ao incertas. Outra quest˜ao interes- sante, e ainda n˜ao muito explorada, ´e a disponi- bilidade para o controlador do modo de Markov para MJLS a tempo cont´ınuo.

Referˆencias

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Referências

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