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Efeitos da evolução do salário mínimo no Brasil sobre a distribuição de renda entre categorias de trabalhadores: uma análise nãoparamétrica

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA – CAEN

EFEITOS DO SALÁRIO MÍNIMO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE

RENDA EM CATEGORIAS DE TRABALHADORES - UMA ANÁLISE

NÃO-PARAMÉTRICA

PAULOABREO SAMPAIO FILHO

(2)

PAULO ABREO SAMPAIO FILHO

EFEITOS DA EVOLUÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO NO BRASIL SOBRE

A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ENTRE CATEGORIAS DE

TRABALHADORES: UMA ANÁLISE NÃO-PARAMÉTRICA

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Economia, área de concentração em Economia de Empresas, da Universidade Federal do Ceará, como requisito para obtenção do título de Mestre em Economia.

Orientador: Prof. Dr. Emerson Luís Lemos Marinho

(3)

PAULO ABREO SAMPAIO FILHO

TERMO DE APROVAÇÃO

EFEITOS DA EVOLUÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO NO BRASIL

SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ENTRE CATEGORIAS

DE TRABALHADORES: UMA ANÁLISE NÃO-PARAMÉTRICA

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Economia, área de concentração em Economia de Empresas, da Universidade Federal do Ceará, como requisito para obtenção do título de Mestre em Economia.

Aprovada em: ______/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________

Prof. Emerson Luís Lemos Marinho (Orientador) CAEN

Universidade Federal do Ceará - UFC

____________________________________________

Prof. José Raimundo Carvalho CAEN

Universidade Federal do Ceará - UFC

____________________________________________

Prof. Marcos Sena

(4)

AGRADECIMENTOS

Aos Professores e Funcionários do Curso de Pós-Graduação em Economia –

CAEN.

Especial agradecimento ao meu irmão e colega de mestrado Humberto da

Veiga Sampaio Netos e meus amigos e também colegas de mestrado Antônio

Simão Arrais Filho e Fabrini Oliveira Matos pelos momentos comuns que

transformaram as horas de estudo em momentos realmente agradáveis.

À minha esposa, Tatiana Bittencourt Sampaio, que soube entender os

mo mentos em que tivemos que trocar horas de lazer por estudo e recepcionar

as reuniões com nosso grupo de estudo.

À empresa em que trabalho, Metta Sistemas de Segurança, em especial ao seu

diretor, Sr. Reinaldo Kobylinski.

E a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização e

(5)

RESUMO

Este estudo analisa os efeitos da evolução do salário mínimo no Brasil sobre a distribuição de renda entre categorias de trabalhadores, bem como o fluxo de trabalhadores, entre faixas de rendas demarcadas por um e dois salários mínimos, em conseqüência do aumento do salário mínimo verificado no período de 1995 a 2003. Os trabalhadores foram agrupados em diversas categorias de modo a melhorar a especificidade da análise.

Foram utilizados dados das PNADs (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) de 1995 e 2003, aplicando-se uma metodologia não-paramétrica, com o uso do estimador de Kernel para estimação das densidades dos rendimentos dos trabalhadores. Os resultados são eminentemente visuais e qualitativos e mostram que algumas categorias tiveram aumentos significativos na proporção de trabalhadores com renda igual ou menor que um salário mínimo. Várias categorias experimentaram um forte fluxo de trabalhadores com renda maior que dois salários mínimos em direção a rendas entre um e dois salários mínimos e rendas menores que um salário mínimo, evidenciando uma piora na distribuição da renda entre categorias de trabalhadores.

(6)

ABSTRACT

This study analyzes the effect of the minimum wage trend in Brazil on labor income the distribution, as well as the flow of workers, between bands of labor income demarcated by one and two minimum wages, in consequence of the increase in minimum wage verified in the period 1995 the 2003.

Workers were grouped in different categories, in order to improve detailing in the analysis. The PNADs (National Research of Sample for Domicile) data for the 1995 - 2003 series were used, applying a not-parametric methodology, with the use of estimator Kernel, to estimate the densities of workers’ income.

The results are visual and qualitative and show that some categories had significant changes in the ratio of workers with lesser or equal than a minimum wage and others experienced a strong flow of workers with bigger than two minimum wages in direction to incomes between one and two minimum wages and lesser incomes that a minimum wage.

(7)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com

carteira ... 22

FIGURA 2 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores sem

carteira... ... 24

FIGURA 3 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores sem grau de

instrução ... 25

FIGURA 4 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com grau de

instrução 1 a 4 anos... 27

FIGURA 5 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com grau de

instrução 5 a 8 anos... 28

FIGURA 6 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com grau de

instrução 9 a 11 anos ... 29

FIGURA 7 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com grau de instrução 12 anos ou mais ... 30 FIGURA 8 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores do sexo

masculino ... 32

FIGURA 9 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores do sexo

feminino ... 33

FIGURA 10 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da raça

branca ... 34

FIGURA 11 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da raça preta

e outros ... 35

FIGURA 12 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores do nordeste . 37 FIGURA 13 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores do sudeste ... 38 FIGURA 14 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da

agricultura ... 40

FIGURA 15 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da indústria . 41 FIGURA 16 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da construção

civil ... 42

FIGURA 17 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores do comércio 43 FIGURA 18 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores do serviço ... 44 FIGURA 19 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da

administração pública ... 45

FIGURA 20 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores na faixa etária de 16 a 25 anos ... 47 FIGURA 21 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores na faixa etária

de 26 a 35 anos ... 48 FIGURA 22 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores na faixa etária

de 36 a 45 anos ... 49 FIGURA 23 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores na faixa etária

de 46 a 55 anos ... 50 FIGURA 24 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores na faixa etária

(8)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Percentual de trabalhadores com carteira segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 22 TABELA 2 - Percentual de trabalhadores sem carteira segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003 ... 23 TABELA 3 - Percentual de trabalhadores sem grau de instrução segundo

faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 25

TABELA 4 - Percentual de trabalha dores com grau de instrução 1 a 4 anos segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 26 TABELA 5 - Percentual de trabalha dores com grau de instrução 5 a 8 anos

segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 28 TABELA 6 - Percentual de trabalhadores com grau de instrução 9 a 11 anos

segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 29 TABELA 7 - Percentual de trabalha dores com grau de instrução 12 anos ou

mais segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 30 TABELA 8 - Percentual de trabalhadores do sexo masculino segundo faixa

de renda para os a nos de 1995 e 2003 ... 31 TABELA 9 - Percentual de trabalhadores do sexo feminino segundo faixa

de renda para os a nos de 1995 e 2003 ... 33 TABELA 10 - Percentual de trabalhadores da raça branca segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003 ... 34 TABELA 11 - Percentual de trabalhadores da raça preta e outros segundo

faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 35

TABELA 12 - Percentual de trabalhadores do nordeste segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003 ... 37 TABELA 13 - Percentual de trabalhado res do sudeste segundo faixa de renda

para os anos de 1995 e 2003 ... 38 TABELA 14 - Percentual de trabalhadores da agricultura segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003 ... 40 TABELA 15 - Percentual de trabalhadores da indústria segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003 ... 41 TABELA 16 - Percentual de trabalhado res da construção civil segundo faixa

de renda para os a nos de 1995 e 2003 ... 42 TABELA 17 - Percentual de trabalhadores do comércio segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003 ... 43 TABELA 18 - Percentual de trabalhadores do serviço segundo faixa de renda

para os anos de 1995 e 2003 ... 44 TABELA 19 - Percentual de trabalhadores da administração pública segundo

faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 45

TABELA 20 - Percentual de trabalhado res na faixa etária de 16 a 25 anos segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 47 TABELA 21 - Percentual de trabalhado res na faixa etária de 26 a 35 anos

segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 48 TABELA 22 - Percentual de trabalhado res na faixa etária de 36 a 45 anos

segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 49 TABELA 23 - Percentual de trabalhado res na faixa etária de 46 a 55 anos

segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003 ... 50 TABELA 24 - Percentual de trabalhado res na faixa etária maior que 55

(9)

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS... 6

LISTA DE TABELAS... 7

INTRODUÇÃO... 9

1. REVISÃO DE LITERATURA... 12

1.1.Política e Evolução do Salário Mínimo no Brasil - Histórico... 12

1.2.Estudos realizados... 14

2. METODOLOGIA... 17

2.1.Introdução... 17

2.2.Estimador de Kernel... 17

3. DADOS AMOSTRAIS... 19

4. RESULTADOS DA ESTIMAÇÃO DAS DISTRIBUIÇÕES DE RENDA... 21

CONCLUSÕES... 53

BIBILIOGRAFIA... 55

(10)

9

INTRODUÇÃO

O salário mínimo brasileiro foi instituído no início dos anos 40

como remunerador mínimo capaz de satisfazer as necessidades básicas de

alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte, para todo trabalhador

adulto, independente de seu sexo, ou região de moradia. Apesar desta

definição, nem sempre seu valor foi fixado para alcançar estes objetivos. De

fato, outros fatores de natureza econômica e social, têm influenciado

significativamente as políticas de fixação do valor do salário mínimo no

Brasil, como se verificou na década de 80 e início da década de 90, quando

foi usado para políticas de estabilização da economia, para contenção da

inflação e servir como indexador dos salários.1

Os efeitos da evolução do salário mínimo sobre a distribuição de

renda e mercado de trabalho na teoria econômica são controversos, em virtude

do seu papel na determinação da taxa de salários, nível de emprego,

distribuição da renda, combate à pobreza e grau de incidência nas diversas

categorias de trabalhadores. Do ponto de vista da condução da política de

rendas e de emprego, essa investigação assume grande importância, uma vez

que o salário mínimo é uma variável institucional passível de alterações via

política econômica, podendo afetar de modo significante as variáveis

envolvidas. Conhecer a forma como o salário mínimo se diferencia quanto à

sua incidência em diversas características do trabalhador ou do seu posto de

trabalho, tais como sexo, cor, nível educacional, idade, setor de atividade,

permite que políticas públicas possam ser direcionadas para reduzir as

desigualdades encontradas.

Dado que nos últimos anos o salário mínimo vem experimento um

expressivo aumento no seu valor real, ao mesmo tempo em que a inflação vem

se mantendo em níveis aceitáveis e estáveis, parece oportuno analisar os

efeitos que o aumento real do salário mínimo no período de 1995 a 2003 tenha

porventura provocado sobre a distribuição de renda.

_______________________

1

N é r i, G o n z a g a e Ca m a r g o ( 2 0 0 0 ) r e a l iz a r a m e s tu d o o n d e o b s e r v a m r e mu n e r a ç õ e s q u e

(11)

10

Entre outros, pode-se destacar os seguintes estudos relacionados ao

salário mínimo: Reis e Ramos (1993) traçam um perfil de quem ganha salário

mínimo no Brasil. Barros Corseuil e Mendonça (1999) fazem uma análise da

estrutura salarial brasileira, Chagas (2001) elabora estudo sobre a importância

do salário mínimo na economia, através da análise de dados. Soares (2002)

em seu trabalho “Impactos distributivos do Salário Mínimo”, além de

analisar o impacto na distribuição de renda, também analisa a incidência do

salário mínimo por décimos de renda para diversas categorias de

trabalhadores.

Tendo como base o preço da mão de obra pouco qualificada, o

salário mínimo tem efeitos diversos sobre o mercado de trabalho e, portanto

sobre a economia. Mudanças em seu valor alteram o preço relativo do fator

trabalho e ocasionam elevação de custos para as empresas. Desta forma,

elevações provocam ajustes, alterando de modo significativo o nível de

salário e emprego, a qualificação média da mão de obra, o nível de lucros, a

taxa de inflação, grau de informalidade, entre outros. A combinação desses

efeitos faz com que o salário mínimo provoque alterações sobre a estrutura de

renda e emprego da economia.

Os efeitos da evolução do salário mínimo no mercado de trabalho e

na distribuição de renda são muito controversos Alguns defendem que são

benéficos outros não, além de divergirem quanto à magnitude do efeito. Na

defesa do salário mínimo, há os que afirmam que a fixação de um salário

mínimo tem impactos positivos na distribuição da renda, uma vez que os

rendimentos dos trabalhadores com salários inferiores ao mínimo seriam

arrastados para o novo valor ou estariam, de certa forma, indexados a este,

protegendo os trabalhadores menos capazes, de baixa produtividade, não

organizados através de acordos coletivos, ou ainda sob o poder de patrões que

exercem um certo poder monopsônico. O salário mínimo também serve como

um mecanismo de elevação da eficiência econômica, uma vez que a

produtividade de um trabalhador é, em geral, direta ou indiretamente afetada

pelo seu salário.

Do outro lado, os que não defendem, postulam que o salário mínimo

(12)

11

sobre os trabalhadores menos qualificados, não necessariamente atinge

aqueles que fazem parte das famílias mais pobres, pois muitos trabalhadores

de baixa renda estão na informalidade ou trabalham por conta própria.

Nesse estudo a estimação das distribuições dos rendimentos dos

trabalhadores foi executada utilizando-se metodologia não-paramétrica, com

uso do estimador de Kernel (função núcleo), de modo a produzir gráficos

representando funções densidade de probabilidade. Os dados foram extraídos

das PNADs dos anos de 1995 e 2003. Os resultados são eminentemente

visuais e qualitativos.

Este trabalho está dividido quatro capítulos, além desta introdução,

que expõe o objetivo do trabalho, e coloca as principais questões que

envolvem o salário mínimo. O primeiro capítulo faz uma revisão da literatura

sobre os diversos estudos envolvendo os impactos do salário mínimo no

mercado de trabalho e na distribuição de renda, antecedidos de um histórico

da evolução do valor do salário mínimo nas últimas décadas no Brasil. Isso

permitirá ao leitor verificar a abrangência e magnitude dos efeitos do salário

mínimo e das políticas implementadas. No segundo e terceiro capítulos

descreve-se, respectivamente, a metodologia usada e a descrição dos dados

amostrais. No quarto capítulo são apresentados os resultados obtidos. Por fim

(13)

12

1.

REVISÃO DE LITERATURA

1.1. Política e Evolução do Salário Mínimo no Brasil - Histórico

O primeiro salário mínimo foi fixado em 1º de maio de 1940, tendo

valores diferenciados por regiões (vinte e duas) e zonas (sub-regiões), após

estudo realizado por uma comissão composta de trabalhadores e

empregadores, respaldados pelo censo realizado pelo Serviço de Estatística da

Previdência e Trabalho (SEPT).

Ao longo de sua trajetória vários fatores influenciaram a fixação do

valor do salário mínimo tanto para valores mais próximos às necessidades

mínimas do trabalhador, como para valores mais distantes. Entre outros

podemos citar; i) aumento dos custos das empresas, o que propicia aumento

da taxa de desemprego, grau de informalidade e redução da massa salarial, ii)

impacto sobre taxa de inflação, seja pelo aumento da\demanda agregada, seja

através das empresas que têm que repassar o aumento de custos ao produto,

depreciando em um segundo momento o valor do salário do trabalhador, iii)

aumento do déficit público, o que exigiria ações por parte do governo para

alcançar o equilíbrio, como aumento de impostos. iv) necessidade de melhorar

a distribuição de renda e nível de pobreza, dado aos indicadores negativos

nesta área.

Vale ressaltar que além destes fatores, outros motivos têm afetado a

fixação do seu valor como; i) caráter mais populista ou conservador do

governo ii) grau de participação dos trabalhadores no cenário político do

Brasil.

Em seus primeiros 11 anos (1940 - 1951) o salário mínimo teve seu

valor real expressivamente reduzido dado o grande aumento do custo de vida

no período. Esta fase foi caracteriza pela mudança na orientação política do

governo com a substituição de um governo paternalista (Getúlio Vargas) por

um governo com idéias mais liberais (Eurico Gaspar Dutra), deixando de dar

ênfase à política de salário mínimo. Também neste período podemos citar

como fator importante, a pouca atuação do movimento sindical, imposta pela

(14)

13

No período de 1952 a 1961 o salário mínimo volta a recuperar seu

valor real, com o retorno de Getúlio Vargas ao poder, seguido de Juscelino e

João Goulart, que apresentaram um caráter mais social aos seus governos,

além do grande progresso dado à indústria brasileira. Neste período se

observa uma freqüência maior de reajustes, ao ponto do seu valor real

alcançar o patamar mais alto da história. Vale ressaltar que neste período se

observa uma atuação mais forte do movimento sindical.

Nos próximos 12 anos (1962 a 1973) o valor real do salário mínimo

foi degradado graças à aceleração inflacionária. Com o golpe de 1964, mais

uma vez a orientação política do salário mínimo mudou de rumo. Acreditando

que a escalada inflacionária era em parte decorrente dos reajustes no salário

mínimo, o governo adotou uma forte política de estabilização, baseado no

controle dos reajustes deste e desvinculando-o da inflação passada. Neste

período, mais precisamente no governo Médici, o aumento da repressão

política, reduziu drasticamente a atuação dos movimentos sindicais. É notório

que neste período o salário mínimo deixou de ser uma política social para

servir de instrumento de estabilização de preços.

No período que se seguiu (1974 a 1982) o salário mínimo

experimento ligeira recuperação nos primeiros anos do governo Geisel,

acompanhando a inflação nos anos subseqüentes a 1975. Esta recuperação

pode ser explicada pela distensão política que foi sendo implementada e

principalmente na virada dos anos 80, quando o movimento sindical ressurgiu.

De 1983 a 1995 a política de salário mínimo teve que se adequar às

constantes políticas de estabilização de preços, dada à nova escalada

inflacionária que caracterizou o período, provocando novo declínio no seu

valor real. Vale ressaltar que, como as aposentadorias e pensões cada vez

mais estavam vinculadas ao valor do salário mínimo, o governo passou a levar

em conta, na sua política de salário mínimo, o crescente déficit fiscal.

No período de 1996 até o presente momento, o salário mínimo vem

(15)

14

1.2. Estudos Realizados

Vários estudos foram realizados nas últimas décadas com relação

aos efeitos que o salário mínimo provoca na distribuição de renda, mercado

de trabalho e taxa de salário, sendo que, as conclusões não são unânimes e

bem longe disto, são bastante controversas e algumas vezes até inconclusivas.

Apresentamos a seguir um breve resumo de alguns desses estudos e suas

conclusões.

Distribuição de Renda

Cardoso (1993) encontra evidências de que maiores valores do

salário mínimo estão associados a maiores valores do índice de desigualdade

(Gini e Theil), já para Hoffmann (1998) esta relação é negativa. Ramos e Reis

(1994) e Barros (1998) mostram que aumento no salário mínimo tem efeito

muito fraco sobre a distribuição de renda das famílias. Néri (1997) mostra

uma relação negativa entre proporção de pobres e salário mínimo. Néri (1997)

e Néri, Gonzaga e Camargo (2000) mostram que aumento do salário mínimo

terá impacto razoável sobre a distribuição de renda dos indivíduos ocupados.

Soares (1998), Fajnzylber (2001) e Lemos (2001) também encontram impactos

fortes, principalmente nos indivíduos nas piores posições da distribuição de

renda. Reis e Ramos (1994) se mostram pessimistas quanto uma possível

melhora distributiva. Os resultados de Barros, Corseuil e Cury (2000)

sugerem inexpressivos impactos do salário mínimo sobre a pobreza e até

mesmo que, aumentos no salário mínimo elevariam a pobreza caso não

houvesse reajustes de aposentadorias vinculadas ao mínimo. Segundo Néri,

Gonzaga e Camargo (2001), a pobreza diminui para o âmbito de trabalhadores

sem carteira e autônomos, porém com importante contribuição dos efeitos

sobre os trabalhadores informais. No trabalho de Barros, Corseuil e Cury

(2001), nota-se uma redução da desigualdade salarial entre trabalhadores

formais, porém não se repete entre trabalhadores informais. Soares (2002)

conclui que o salário mínimo exerce influência sobre a distribuição de renda

individual, sendo mais relevante para as categorias de trabalhadores com

(16)

15

Mercado de Trabalho

Foguel (1997) mostra que um aumento no salário mínimo tende a

elevar o aumento de inativos e desocupados. Soares (1998) conclui que o

salário mínimo teve um comportamento reativo ao mercado de trabalho ao

longo dos anos 90. Lemos (2001) estima que aumentos no salário mínimo

tendam a comprimir a distribuição de salários, com efeitos adversos sobre o

nível de emprego.

Foguel, Ramos e Carneiro (2001) mostram um impacto negativo do

salário mínimo sobre o emprego no setor formal da economia, no longo prazo,

o contrário ocorrendo para os empregados do setor informal. Os resultados de

Fajnzylber (2001) apontam efeitos negativos e modestos para os empregados

com carteira, e também negativos, porém de magnitude maior, para os

sem-carteira e autônomos com relação à elasticidade-emprego do salário. Os

resultados de Corseuil e Morgado (2001) são inconclusivos na avaliação do

efeito do salário mínimo sobre o emprego no período estudado (1995 a 1999).

Barros, Corseuil e Cury (2001), no seu trabalho de simulação sem benefícios

previdenciários, encontraram uma queda no emprego para os trabalhadores

que receberam aumento de salário via propagação do aumento do salário

mínimo, sendo estes os de menor qualificação.

Taxa de Salários

Macedo e Garcia (1978) argumentam que o salário mínimo pouco

afeta o mercado de trabalho, principalmente trabalhadores não-qualificados.

Souza e Baltar (1979) defendem que o salário mínimo determina a taxa de

salário, sendo esta um farol para as remunerações dos trabalhadores

não-qualificados. Bacha e Taylor (1978) investigam a relação entre salário

mínimo e salário médio, mostrando um coeficiente positivo e de magnitude

significativa para o salário mínimo numa regressão que tem como variável

dependente o salário médio. Drobny e Well (1983) concluem que a taxa de

salários para a mão de obra não-qualificada nas empresas do setor formal da

(17)

16

que o resultado da estimação das equações para o caso dos empregados com

carteira confirma a relevância do salário mínimo na determinação do salário

médio dos trabalhadores não-qualificados. Para os trabalhadores sem carteira

os resultados são inconclusivos.

Carneiro e Faria (1997) e Carneiro e Henley (1998) concluíram que

o salário mínimo foi um importante determinante do nível médio dos salários

durante os anos 80, sendo que essa importância foi sendo gradualmente

reduzida nos anos 90. Lemos (1997) mostrou que o salário mínimo afeta

positivamente os outros salários na economia por um período de cinco

(18)

17

2.

METODOLOGIA

2.1. Introdução

A metodologia usada nesse estudo foi a não paramétrica, com

utilização do estimador de Kernel (função núcleo), de modo a produzir

gráficos de funções densidades de probabilidade.

A técnica de regressão não paramétrica permite hipóteses menos

rígidas com relação à distribuição e maior flexibilidade na possível forma da

função densidade de probabilidade, permitindo, por exemplo, que a

distribuição pertença à família de funções diferenciáveis e de quadrado

integrável. A escolha da distribuição se dá em relação ao grau de suavidade

que a função de regressão pode ter. Esta técnica de regressão não paramétrica

utiliza muito mais informações oriundas dos dados para estimar a função de

regressão do que as técnicas paramétricas. Porém, seus estimadores são menos

eficientes.

2.2. Estimador de Kernel

A definição de um estimador de Kernel ou função de núcleo é a de

uma função contínua, limitada e simétrica, com a propriedade de que sua

integral indefinida é igual a 1;

0 0 0 )

0

1

( ) lim ( ( , 2

h

z P z z h

h

= ∈ − z +h

K u du( ) =1

f

Esta propriedade permite construir um estimador para uma função

densidade, pois a função densidade de um escalar Z no ponto z0 pode ser

aproximada por;

0 0

0

1

( ) lim ( ( , )

2

h

0

f z P z z h z

h

h

= ∈ − +

e um estimador para f(z0) ser dado por:

( )

(

(

0 0

)

)

0

,

ˆ ,

2

z z h z h f z z

hn

# ∈ − +

=

Usando estas propriedades, a forma típica de um estimador de

(19)

18

( )

0

0

1

1

ˆ , n i

i

z z

f z z k

nh = h

− ⎛ ⎞

=

⎝ ⎠

onde utiliza-se como uma função de núcleo k(u):

( )

( )1,1

( )

1 2

K u =

I

u

onde “I” é a função indicador. O núcleo usado foi do tipo Gaussiano, definido

por:

( )

1

2 2

2π exp u

⎞ ⎜ ⎟

⎝ ⎠

O estimador de kernel divide os dados em intervalos, associando um

número de observações “n” a cada intervalo “h”. Os intervalos são

superpostos e as observações ponderadas de acordo com sua distância em

relação ao ponto médio do intervalo.

Um fator fundamental no uso de estimadores de função densidade

usando núcleo é a escolha do parâmetro “h”. O parâmetro “h”, conhecido

como “parâmetro de suavização” ou “bandwidth”, controla a ponderação dada

aos pontos zi≠z0. O parâmetro “h” controla a vizinhança de pontos utilizados

na estimação de ^f (z0,z). Valores menores de “h” levam a um menor número

de pontos utilizado para estimação da densidade em torno do ponto z0, o que

faz com que a densidade estimada para os dados seja menos suave.

Pode-se adotar o critério de minimizar o Erro Quadrático Médio

Integrado (EQMI) para escolha do parâmetro “h”:

( )

( )

{

(

( )

)

}

2

{

( )

( )

}

2

( )

ˆ ˆ ˆ varˆ

EQMI f x =

E f xf x dx=

E f x⎤− f x dx+

f x dx

Os gráficos usados neste trabalho apresentam aproximadamente uma

distribuição normal da variável logaritmo neperiano do salário/hora, o que

levou à escolha do kernel gaussiano. Para este caso, segundo Silverman

(1986) o parâmetro de suavização ótimo é dado por:

1,5

0,9

otm

h = Anhotm 0, 9An 1,5

= (1)

Inicialmente os gráficos das funções densidades de probabilidade

foram calculados pela expressão (1), sendo então gradativamente suavizados

(20)

19

3.

DADOS AMOSTRAIS

Foi utiliza, como base de dados, as PNADs (Pesquisa Nacional de

Amostras por Domicílio) de 1995 e 2003. A variável escolhida para a

elaboração dos gráficos de distribuição, foi o rendimento mensal do trabalho

principal do ano, para pessoas de 10 anos ou mais, agrupada nas seguintes

categorias de trabalhadores e respectivos filtros:

¾ Estados das regiões NE e SE - não houve aplicação de filtros

¾ Gênero - não houve aplicação de filtros

¾ Idade - aplicação do filtro “idade ignorada”

¾ Raça - aplicação do filtro “raça ignorada”

¾ Anos de Estudo - aplicação do filtro “não determinado ou sem

declaração”

¾ Horas Trabalhadas - aplicação de filtros de modo a se obter tão

somente indivíduos que trabalham entre 40 e 44 horas semanais

¾ Posição no trabalho principal - aplicação dos filtros; “não

remunerado” e “sem declaração”

¾ Atividade no trabalho principal - aplicação dos filtros; “não

definido” e “não declarado”

¾ Rendimento do trabalho principal - aplicação dos filtros;

“ignorado” e “não aplicável”. O valor do rendimento de 2003 foi

deflacionado para setembro de 1995, utilizando-se o Índice

Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Para elaboração dos gráficos “Trabalhadores com carteira e

Trabalhadores sem carteira” agruparam-se no primeiro os trabalhadores com

carteira, militares, funcionários públicos e trabalhadores domésticos com

carteira e no segundo grupo, trabalhadores sem carteira e doméstico sem

carteira.

No grupamento que deu origem ao gráfico de raças, no primeiro

ficaram somente os trabalhadores da raça branca e no seguinte os de cor ou

(21)

20

Foram escolhidas as regiões sudeste e nordeste, para elaboração dos

gráficos, por representarem a grande maioria da população brasileira.

Os gráficos que mostram os rendimentos de acordo com o grau de

instrução e idade estão divididos, respectivamente, em faixas de anos de

estudo e faixas etárias, usando o mesmo critério das PNADs.

Para elaboração dos gráficos dos setores de atividades, agruparam-se

os trabalhadores nas seguintes categorias:

¾ Agricultura

¾ Indústria de transformação e construção

¾ Construção civil

¾ Comércio

¾ Prestação de Serviços, alojamento e alimentação, educação, saúde

e serviços sociais, transporte, armazenagem e comunicações,

serviços domésticos, outros serviços coletivos e sociais e pessoais.

(22)

21

4.

RESULTADOS DA ESTIMAÇÃO DAS DISTRIBUIÇÕES DE RENDA

Os gráficos das figuras de 01 a 24 mostram as densidades dos

rendimentos dos trabalhadores, estimadas pelo método de Kernel, conforme

explicitado no capítulo 02. Cada gráfico apresenta a função densidade de

probabilidade dos rendimentos padronizados dos trabalhadores para os anos

de 1995 (gráfico em azul) e 2003 (gráfico em vermelho), com demarcações

através de uma linha vertical contínua, para o valor do salário mínimo em

1995, e uma linha pontilhada para o ano de 2003. O pico em cada gráfico

representa o salário modal. De modo a tornar mais clara a análise, as tabelas

de 01 a 24 informam os percentuais de trabalhadores com renda menor que um

salário mínimo, igual a um salário mínimo, entre um e até dois salários

mínimos e renda maior que dois salários mínimos. Na última coluna é

apresentada a variação em pontos percentuais ocorrida no período para cada

categoria.

A análise é conduzida separando-se os trabalhadores nas seguintes

categorias: grau de formalidade, grau de instrução, gênero, raça, região,

atividade e faixa etária.

A análise, através da visualização gráfica (figuras de 01 a 24),

evidencia as principais alterações sofridas nas densidades dos rendimentos

dos trabalhadores em 2003, quando comparadas às densidades de 1995,

principalmente com relação ao valor do salário mínimo, salário modal e

intervalos de renda. Como já foi dito, as tabelas de 01 a 24 subsidiarão a

análise.

4.1. Categoria de Trabalhadores Segundo a Formalidade

Verifica-se, através da análise do gráfico da Figura 01, que o salário

modal para os trabalhadores com carteira permaneceu em R$ 206,54 para os

anos de 1995 e 2003. Dado que o salário mínimo experimentou um aumento

de 25,27% no período, visto pelas linhas verticais contínua e pontilhada, a

relação entre salário modal e salário mínimo é diferente para cada ano. (106%

(23)

22

sugere que a alteração sofrida no salário mínimo parece não ter exercido

influência relevante sobre esta categoria de trabalhadores.

É interessante notar que a curva vermelha, referente ao ano de 2003,

é mais estreita e com altura maior quando comparada à curva de 1995,

sugerindo uma melhor distribuição da renda para os trabalhadores com

carteira.

Analisando os dados apresentados na Tabela 01, merece destaque o

percentual de trabalhadores com carteira, ganhando exatamente um salário

mínimo em 2003 (11,9%), o que corresponde a uma expansão de 3,3 pontos

percentuais, quando comparado com 1995. Já o percentual de trabalhadores

ganhando menos que um salário mínimo não é relevante. A proporção para os

trabalhadores com renda entre um e até dois salários mínimos, expandiu-se

em 13,6 pontos percentuais, ao passo que, para trabalhadores com renda maior

que dois salários mínimos, houve retração de 14 pontos percentuais,

sugerindo um aumento do fluxo de trabalhadores com renda mais altas em

direção a rendas intermediárias, o que pode evidenciar uma piora na

distribuição da renda dessa categoria de trabalhadores.

TABELA 01 - Percentual de trabalhadores com carteira segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 1.0 % 1.4 % 0.4

Igual a 1SM 8.6 % 11.9 % 3.3

Entre 1SM até 2SM 34.1 % 47.7 % 13.6

Maior que 2SM 64.8 % 50.8 % -14.0

(24)

23

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 01 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com carteira

O gráfico da Figura 02 revela que o salário modal para os

trabalhadores sem carteira, praticamente coincide com o valor do salário

mínimo do ano correspondente, sendo de R$ 100,53 em 1995 e R$ 127,80 em

2003. Note-se que na faixa intermediária de renda a curva de 2003 se desloca

para a direita com relação à curva de 1995, acompanhando a variação do

salário mínimo. Isso sugere que esta categoria pode ter tido o salário mínimo

como indexador. Pode-se observar a elevada amplitude das curvas sobre o

valor do salário mínimo, indicando uma concentração da renda em torno desse

valor.

A simetria da curva em relação ao salário mínimo mostra que um

grande número de trabalhadores sem carteira percebe renda menor que um

salário mínimo. Para essa categoria, conforme os dados apresentados na

Tabela 02, em 2003 houve um incremento de 10,7 pontos percentuais com

relação a 1995. Nota-se também a grande quantidade de trabalhadores sem

carteira que ganham exatamente um salário mínimo (25,6% em 1995 e 19,2%

em 2003), e a variação negativa de 6,4 pontos percentuais ocorrida no

período. Da mesma forma, houve retração no percentual de trabalhadores

ganhando entre um e até dois salários mínimos e mais que dois salários

mínimos. Em outras palavras, a expansão ocorrida no número de trabalhadores

com renda menor que um salário mínimo, cedeu em detrimento dos

(25)

24

indicativo da piora na distribuição de renda para essa classe de trabalhadores

sem carteira.

TABELA 02 - Percentual de trabalhadores sem carteira segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 22.7 % 33.3 % 10.7

Igual a 1SM 25.6 % 19.2 % -6.4

Entre 1SM até 2SM 55.3 % 48.2 % -7.2

Maior que 2SM 22.0 % 18.5 % -3.5

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 02 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores sem carteira

Na comparação entre trabalhadores com e sem carteira, verifica-se

que o percentual de trabalhadores sem carteira com renda igual ou menor que

o salário mínimo é significantemente mais elevado que o percentual de

trabalhadores com carteira, sugerindo que trabalhadores sem carteira são mais

sensíveis às políticas relacionadas ao salário mínimo.

4.2. Categoria de Trabalhadores Segundo o Grau de Instrução

Assim como ocorreu com trabalhadores sem carteira, o salário modal

(R$ 101,95 em 1995 e R$ 125,70 em 2003) para os trabalhadores sem grau de

instrução também é muito próximo ao valor do salário mínimo do ano

(26)

25

que, na faixa intermediária da renda, o gráfico de 2003 se desloca para a

direita com relação ao gráfico de 1995, acompanhando a variação do salário

mínimo, o que sugere que esta categoria pode ter tido o salário mínimo como

indexador. Pode-se observar a elevada amplitude dos gráficos sobre o valor

do salário mínimo, indicando uma concentração da renda em torno desse

valor.

A simetria da curva em relação ao salário mínimo mostra que um

grande número de trabalhadores sem grau de instrução percebe renda menor

que um salário mínimo. Para essa categoria, conforme os dados apresentados

na Tabela 03, em 2003 houve um incremento de 15,5 pontos percentuais com

relação a 1995. Nota-se também, a grande quantidade de trabalhadores sem

grau de instrução que ganham exatamente o salário mínimo (18,8% em 1995 e

16,8% em 2003), e a variação negativa de 2,0 pontos percentuais ocorrida no

período. Da mesma forma, houve retração no percentual de trabalhadores

ganhando entre um e até dois salários mínimos e mais que dois salários

mínimos. Em outras palavras, a expansão ocorrida no número de trabalhadores

com renda menor que um salário mínimo, se deu em detrimento dos

trabalhadores que percebem renda igual ou maior que um salário mínimo. Isso

novamente evidencia que houve uma piora na distribuição da renda.

TABELA 03 - Percentual de trabalhadores sem grau de instrução segundo

faixa de renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 32.5 % 48.1 % 15.5

Igual a 1SM 18.8 % 16.8 % -2.0

Entre 1SM até 2SM 50.9 % 43.0 % -7.9

Maior que 2SM 16.5 % 9.0 % -7.6

(27)

26

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 03 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores sem grau de

instrução

O salário modal para os trabalhadores com grau de instrução de 1 a 4

anos é ligeiramente superior ao valor do salário mínimo do ano

correspondente, sendo de R$ 103,08 em 1995 e R$ 132,35 em 2003, conforme

apresentado no gráfico da Figura 04. Note-se que a curva referente ao ano de

1995 apresenta dois picos e que não são proeminentes, contrariamente à curva

de 2003, que apresenta um único pico e com altura elevada. Esta

diferenciação sugere que em 2003 houve uma concentração de trabalhadores

em torno de um único valor, qual seja o salário modal, caracterizado pelo pico

na curva de 2003, em contrapartida à dispersão da renda na faixa que abrange

os dois picos (salários modais) na curva de 1995.

Para esta categoria de trabalhadores, o gráfico já não possui a

mesma simetria com relação ao valor do salário mínimo, se comparado às

categorias de trabalhadores sem carteira e sem grau de instrução. Conforme os

dados da Tabela 04, o percentual de trabalhadores com renda igual ou menor

que o salário mínimo para o ano de 2003 é de 41,4%, tendo sofrido uma

expansão de 13,2 pontos percentuais com relação a 1995.

É interessante notar que, a proporção de trabalhadores em 2003, com

grau de instrução de 1 a 4 anos e com renda maior que dois salários mínimos,

(28)

27

TABELA 04 - Percentual de trabalhadores com grau de instrução 1 a 4 anos

segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 12.2 % 24.9 % 12.6

Igual a 1SM 15.9 % 16.5 % 0.6

Entre 1SM até 2SM 48.9 % 54.6 % 5.7

Maior que 2SM 38.8 % 20.5 % -18.3

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 04 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com grau de

instrução 1 a 4 anos

Verifica-se, através da análise do gráfico da Figura 05, que o salário

modal dos trabalhadores com grau de instrução de 5 a 8 anos, para o ano de

2003 (R$ 137,07) é menor que o salário modal de 1995 (R$ 154,39). Quando

comparado ao valor do salário mínimo do ano correspondente, o salário modal

de 1995 é 54,39% maior que o salário mínimo e o de 2003 é somente 10,30%

maior.

Note-se que a curva referente ao ano de 1995 apresenta dois picos e

que não são proeminentes, contrariamente à curva de 2003, que apresenta um

único pico e com altura elevada. Da mesma forma que na categoria de

trabalhadores com grau de instrução de 1 a 4 anos, esta diferenciação sugere

que em 2003, houve uma concentração de trabalhadores em torno de um único

valor, o salário modal, em contrapartida à dispersão da renda na faixa que

(29)

28

A Tabela 05 revela a expansão em 2003, do percentual de

trabalhadores com grau de instrução de 5 a 8 anos ganhando até dois salários

mínimos (19,8 p.p.), em contrapartida à retração (-19,8 p.p) ocorrida nos

trabalhadores que ganham mais que dois salários mínimos. Note-se a

proporção elevada de trabalhadores que ganham entre um e dois salários

mínimos (55,95%) em 2003.

TABELA 05 - Percentual de trabalhadores com grau de instrução 5 a 8 anos

segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 5.2 % 15.2 % 10.0

Igual a 1SM 14.7 % 15.8 % 1.0

Entre 1SM até 2SM 46.0 % 55.9 % 9.8

Maior que 2SM 48.8 % 28.9 % -19.8

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 05 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com grau de

instrução 5 a 8 anos

O gráfico da Figura 06 revela que o salário modal dos trabalhadores

com grau de instrução de 9 a 11 anos, para o ano de 2003 (R$ 214,97) é

menor que o salário modal de 1995 (R$ 293,68). Quando comparado ao valor

do salário mínimo do ano correspondente, o salário modal de 1995 é 193,68%

(30)

29

Percebe-se também que a curva referente ao ano de 2003 é mais

estreito e com altura maior com relação à curva de 1995, sugerindo uma

melhor distribuição da renda para os trabalhadores com grau de instrução de 9

a 11 anos. Nota-se que, para a curva de 2003, a renda é bem mais dispersa em

torno do salário modal se comparada às três últimas curvas de 2003 (Figuras

03, 04 e 05).

Analisando os dados apresentados na Tabela 06, merece destaque a

expansão em 2003, do percentual de trabalhadores com renda até dois salários

mínimos (23,7 p.p.), em contrapartida à retração (-23,7 p.p.) ocorrida no

número de trabalhadores que ganham mais que dois salários mínimos. Note-se

a proporção elevada de trabalhadores com renda maior que um salário mínimo

(82,0%) em 2003.

TABELA 06 - Percentual de trabalhadores com grau de instrução 9 a 11 anos

segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 1.3 % 5.8 % 4.4

Igual a 1SM 7.5 % 12.3 % 4.9

Entre 1SM até 2SM 28.2 % 47.6 % 19.3

Maior que 2SM 70.4 % 46.7 % -23.7

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 06 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com grau de

(31)

30

A análise do gráfico da Figura 07 mostra um deslocamento para a

esquerda de praticamente toda a curva para o ano de 2003 quando comparado

à de 1995, o que sugere uma perda na renda de todos os trabalhadores com

grau de instrução de 12 anos ou mais no período analisado. Note-se que o

pico dos gráficos não é acentuado, caracterizando uma melhor dispersão da

renda.

É interessante notar, através dos dados apresentados na Tabela 07,

que um pequeno percentual de trabalhadores desta categoria recebe até um

salário mínimo (2,4% em 2003), sugerindo que alterações no valor do salário

mínimo pouco alteram a distribuição da renda desta categoria. Os dados da

tabela 07 confirmam isso com os trabalhadores dessa categoria percebendo

uma perda na renda, dada a redução em 8,1 pontos percentuais na proporção

de trabalhadores com renda maior que dois salários mínimos.

TABELA 07 - Percentual de trabalhadores com grau de instrução 12 anos ou

mais segundo faixa de renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 0.2 % 0.7 % 0.5

Igual a 1SM 1.2 % 1.7 % 0.5

Entre 1SM até 2SM 5.4 % 12.9 % 7.6

Maior que 2SM 94.4 % 86.3 % -8.1

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

a b

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 07 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores com grau de

(32)

31

Em suma, o percentual de trabalhadores percebendo renda até um

salário mínimo é acentuado para os trabalhadores com graus de instrução até

oito anos, ressaltando-se que, no período analisado, houve um incremento em

todas as faixas, no percentual de trabalhadores ganhando menos que um

salário mínimo em detrimento de uma redução no percentual de trabalhadores

com renda maior que dois salários mínimos. Isso evidencia uma piora na

distribuição da renda dessa categoria de trabalhadores.

4.3. Categoria de Trabalhadores Segundo o Gênero

O gráfico da Figura 08 apresenta duas modas para a distribuição de

renda dos trabalhadores do sexo masculino, uma próxima ao valor do salário

mínimo e outra próxima a dois salários mínimos. O salário modal (pico mais

elevado) para o ano de 2003 (R$ 139,98) é significantemente menor que o

salário modal de 1995 (R$ 210,50) além de se aproximar do valor do salário

mínimo. Quando comparado ao valor do salário mínimo do ano

correspondente, o salário modal de 1995 é 110,5 % maior que o valor do

salário mínimo, ao passo que, o de 2003 é somente 11,74% maior. A ausência

de um pico com altura elevada e presença de dois picos próximos um do

outro, indica uma maior dispersão da renda em torno do salário modal.

Analisando os dados apresentados na Tabela 08, merece destaque a

expansão de 5,8 pontos percentuais ocorrida no período para os trabalhadores

com renda menor que um salário mínimo, em contrapartida à retração em 11,6

pontos percentuais ocorrida nos trabalhadores que ganham mais que dois

salários mínimos.

Note-se a proporção elevada de trabalhadores com renda maior que

(33)

32

TABELA 08 - Percentual de trabalhadores do sexo masculino segundo faixa

de renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 9.1 % 14.9 % 5.8

Igual a 1SM 10.2 % 10.1 % -0.1

Entre 1SM até 2SM 34.7 % 40.5 % 5.8

Maior que 2SM 56.2 % 44.7 % -11.6

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 08 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores do sexo

masculino

O gráfico da Figura 09 revela que o salário modal dos trabalhadores

do sexo feminino para o ano de 2003 (R$ 133,02) é maior que o salário modal

de 1995 (R$ 102,77), percebendo um incremento de 29,43% no período. Além

de ser bem próximo ao valor do salário mínimo do ano correspondente, seu

incremento no período também foi próximo ao incremento experimentado no

salário mínimo (25,27%).

Note-se que a curva referente ao ano de 1995 apresenta dois picos

não tão proeminentes, contrariamente à curva de 2003, que apresenta um

único pico e com altura elevada. Esta diferenciação sugere que em 2003,

houve uma concentração de trabalhadores recebendo em torno de um único

valor, o salário modal, em contrapartida à dispersão da renda na faixa que

abrange os dois salários modais da curva de 1995.

A Tabela 09 revela a expansão em 2003 do percentual de

(34)

33

um e dois salários mínimos (5,9 p.p.), em contrapartida à retração ao

percentual de trabalhadores ganhando mais que dois salários mínimos (-10,2

p.p.). É interessante notar o percentual demasiadamente alto de trabalhadores

com renda até dois salários mínimos (62,6% em 2003).

TABELA 09 - Percentual de trabalhadores do sexo feminino segundo faixa

de renda para os anos de 1995 e 2003

Trabalhadores Sexo Feminino 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 7.6 % 11.9 % 4.3

Igual a 1SM 15.8 % 16.0 % 0.3

Entre 1SM até 2SM 44.8 % 50.7 % 5.9

Maior que 2SM 47.7 % 37.4 % -10.2

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 09 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores do sexo feminino

Na comparação, analisando especificamente o ano de 2003,

constata-se que um percentual maior de trabalhadores do constata-sexo masculino percebe renda

menor que um salário mínimo. Ao se incluir o salário mínimo ocorre uma

inversão, o percentual dos trabalhadores do sexo feminino passa a ser maior.

Para renda entre um e dois salários mínimos, o percentual de trabalhadores é

maior para o sexo feminino, invertendo-se para rendas maiores que dois

salários mínimos. De um modo geral, as variações em pontos percentuais

foram similares nas faixas de rendas analisadas, segundo o gênero dos

(35)

34

4.4. Categoria de Trabalhadores Segundo a Raça

Verifica-se, através da análise do gráfico da Figura 10, que o salário

modal para os trabalhadores da raça branca permaneceu em R$ 214,75 para os

anos de 1995 e 2003. Dado que o salário mínimo experimentou um aumento

de 25,27% no período, o percentual do salário modal com relação ao valor do

salário mínimo decresceu no período, caindo de 114,75% para 71,43%. A

permanência do salário modal no mesmo valor sugere que a alteração do valor

do salário mínimo parece não exercer influência forte sobre esta categoria de

trabalhadores.

Percebe-se também que a curva referente ao ano de 2003 é mais

estreita e com altura maior com relação à curva de 1995, sugerindo uma

melhor distribuição da renda para os trabalhadores da raça branca.

Merece destaque, conforme os dados apresentados na Tabela 10, a

expansão de 11,5 pontos percentuais ocorrida no período, para os

trabalhadores ganhando renda até dois salários mínimos, mediante à retração

de 11,5 pontos percentuais para rendas maiores que dois salários mínimos,

sugerindo um fluxo de trabalhadores com renda mais alta em direção às

rendas intermediárias. Note-se que mais da metade dos trabalhadores desta

categoria, percebem renda superior a dois salários mínimos.

TABELA 10 - Percentual de trabalhadores da raça branca segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 4.4 % 7.6 % 3.2

Igual a 1SM 8.6 % 8.8 % 0.2

Entre 1SM até 2SM 31.5 % 39.8 % 8.3

Maior que 2SM 64.1 % 52.6 % -11.5

(36)

35

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 10 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da raça branca

A análise do gráfico da Figura 11 mostra que, o salário modal dos

trabalhadores da raça preta e outras para o ano de 2003 (R$ 132,35) é maior

que o salário modal de 1995 (R$ 104,63), percebendo um incremento de

26,50% no período. Além de ser bem próximo ao valor do salário mínimo do

ano correspondente, seu incremento no período, também foi próximo ao

incremento experimentado no salário mínimo (25,27%).

Os dados da Tabela 11 mostram a expansão de 10 pontos percentuais

ocorrida no percentual de trabalhadores com renda até dois salários mínimos

em contrapartida aos que ganham mais que dois salários mínimos. É

interessante notar o percentual demasiadamente alto de trabalhadores com

renda até dois salários mínimos (70,50% em 2003).

TABELA 11 - Percentual de trabalhadores da raça preta e outros segundo

faixa de renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 13.9 % 20.8 % 6.9

Igual a 1SM 16.6 % 16.5 % -0.1

Entre 1SM até 2SM 46.6 % 49.7 % 3.1

Maior que 2SM 39.5 % 29.5 % -10.0

(37)

36

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 11 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da raça preta e

outros

Na comparação das duas categorias, analisando especificamente o

ano de 2003, percebe-se que o percentual de trabalhadores da raça preta e

outras que ganham até um salário mínimo é muito maior que os da raça branca

(37,3% contra 16,4%), ocorrendo uma inversão para os trabalhadores que

ganham mais dois salários mínimos (29,5% contra 52,6%). Outro ponto que

merece destaque é o salário modal, que na raça branca é bem superior ao

valor do salário mínimo, contrariamente ao da raça preta e outras. No período

analisado, as duas categorias perceberam redução equivalente no percentual

de trabalhadores ganhando mais que dois salários mínimos, porém, nota-se

que a categoria de trabalhadores da raça preta e outras foi mais desfavorecida,

uma vez que o incremento no percentual de trabalhadores ganhando menos

que um salário mínimo foi maior que na raça branca (6,9% contra 3,2%).

4.5. Categoria de Trabalhadores Segundo a Região

O gráfico da Figura 12 revela que o salário modal para os

trabalhadores do nordeste, praticamente coincide com o valor do salário

mínimo do ano correspondente, sendo de R$ 101,75 em 1995 e R$ 129,08 em

2003. Note-se que, na faixa intermediária da renda, a curva de 2003 se

desloca para a direita com relação à curva de 1995, acompanhando a variação

(38)

37

como indexador. Pode-se observar a altura elevada das curvas no ponto onde a

renda é igual ao salário mínimo, indicando uma concentração da renda em

torno do seu valor.

A simetria da curva em relação ao salário mínimo mostra que um

grande número de trabalhadores do nordeste percebe renda menor que um

salário mínimo. Para essa categoria de trabalhadores, conforme os dados

apresentados na Tabela 12, em 2003 houve um incremento de 8,2 pontos

percentuais com relação a 1995. Nota-se também, o percentual alto de

trabalhadores com renda igual ao salário mínimo (19,3% em 2003),

ressaltando-se a expansão de 2,3 pontos percentuais ocorrida no período. A

expansão ocorrida nestas faixas foi em detrimento à retração verificada na

faixa onde a renda é maior que dois salários mínimos.

TABELA 12 - Percentual de trabalhadores do nordeste segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 21.7 % 29.9 % 8.2

Igual a 1SM 16.9 % 19.2 % 2.3

Entre 1SM até 2SM 45.5 % 45.3 % -0.2

Maior que 2SM 32.8 % 24.8 % -8.0

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

(39)

38

Verifica-se, através da análise do gráfico da Figura 13, que a

alteração do salário modal para os trabalhadores do sudeste foi mínima em

2003 quando comparado com o ano de 1995, sendo de R$ 211,98 para o ano

de 1995 e de 213,68 para o ano de 2003. Dado que o salário mínimo

experimentou um aumento de 25,27% no período, o percentual do salário

modal com relação ao valor do salário mínimo decresceu no período, caindo

de 111,98% para 70,58%. A mínima variação verificada no salário modal

sugere que a alteração do valor do salário mínimo parece não exercer

influência forte sobre esta categoria de trabalhadores.

Percebe-se também que a curva referente ao ano de 2003 é mais

estreita e com altura maior com relação à curva de 1995, sugerindo uma

melhor distribuição da renda para os trabalhadores do sudeste.

Analisando os dados apresentados na Tabela 13, merece destaque a

expansão em 10,9 pontos percentuais ocorrida no período, para os

trabalhadores com renda até dois salários mínimos, mediante à retração de

10,9 pontos percentuais para rendas maiores que dois salários mínimos.

TABELA 13 - Percentual de trabalhadores do sudeste segundo faixa de renda

para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 4.0 % 7.5 % 3.5

Igual a 1SM 11.2 % 9.7 % -1.5

Entre 1SM até 2SM 35.7 % 43.1 % 7.4

Maior que 2SM 60.3 % 49.4 % -10.9

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a P N A D .

(40)

39

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 13 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores do sudeste

Na comparação das duas categorias, analisando especificamente o

ano de 2003, percebe-se que o percentual de trabalhadores do nordeste que

ganham até um salário mínimo é muito maior que os do sudeste (49,2% contra

17,2%), ocorrendo uma inversão para os trabalhadores que ganham mais dois

salários mínimos (24,8% contra 49,4%). Outro ponto que merece destaque é o

salário modal, que no sudeste é bem superior ao valor do salário mínimo,

contrariamente ao do nordeste. No período analisado, as duas categorias

perceberam redução no percentual de trabalhadores ganhando mais que dois

salários mínimos (-10,9 p.p. no sudeste e -8,0 p.p. no nordeste), porém,

nota-se que a categoria de trabalhadores do nordeste foi mais desfavorecida, uma

vez que o incremento no percentual de trabalhadores ganhando até um salário

mínimo foi bem maior que no sudeste (10,5% contra 2,0%).

Note-se que a curva dos trabalhadores do sudeste é bastante

suavizada, contrariamente à do nordeste que apresenta um pico estreito e

elevado, indicando uma dispersão maior da renda dos trabalhadores do

sudeste.

4.6. Categoria de Trabalhadores Segundo a Atividade

O gráfico da Figura 14 revela que o salário modal para os

trabalhadores da agricultura, coincide com o valor do salário mínimo para o

(41)

40

que, na faixa intermediária da renda, a curva de 2003 se desloca para a direita

com relação à de 1995, acompanhando a variação do salário mínimo, o que

sugere que esta categoria pode ter o salário mínimo como indexador do seu

salário. Pode-se observar a elevada amplitude das curvas sobre o valor do

salário mínimo, indicando uma concentração da renda em torno do seu valor.

A simetria das curvas em relação ao salário mínimo mostra que um

grande número de trabalhadores da agricultura percebe renda menor que um

salário mínimo, ressaltando que, conforme os dados apresentados na Tabela

14, houve em 2003 um incremento de 16,1 pontos percentuais com relação a

1995. Note-se também, que o incremento no percentual de trabalhadores com

renda menor do que um salário mínimo foi em detrimento de todos os

trabalhadores com renda igual ou maior do que o salário mínimo,

destacando-se a retração de 12,1 pontos percentuais para os trabalhadores com renda

entre um e dois salários mínimos.

TABELA 14 - Percentual de trabalhadores na agricultura segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 40.7 % 56.8 % 16.1

Igual a 1SM 17.4 % 12.4 % -5.0

Entre 1SM até 2SM 45.4 % 33.3 % -12.1

Maior que 2SM 13.8 % 9.9 % -4.0

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

(42)

41

Verifica-se, através da análise do gráfico da Figura 15, que o salário

modal para os trabalhadores da indústria permaneceu em R$ 209,24 para os

anos de 1995 e 2003. Dado que, o salário mínimo experimentou um aumento

de 25,27% no período, o percentual do salário modal com relação ao valor do

salário mínimo decresceu no período, caindo de 109,24% para 67,03%. A

permanência do salário modal no mesmo valor sugere que a alteração do valor

do salário mínimo parece não exercer influência forte sobre esta categoria de

trabalhadores.

Percebe-se também que a curva referente ao ano de 2003 é mais

estreita e com altura maior com relação à curva de 1995, sugerindo uma

melhor distribuição da renda para os trabalhadores da indústria.

Merece destaque, conforme os dados apresentados na Tabela 15, a

expansão de 13,5 pontos percentuais ocorrida no período, para os

trabalhadores ganhando renda até dois salários mínimos, mediante à retração

de 13,5 pontos percentuais para rendas maiores que dois salários mínimos,

sugerindo um fluxo de trabalhadores com renda mais alta em direção às

rendas intermediárias. Note-se o percentual alto de trabalhadores com renda

entre um e dois salários mínimos (47,9%).

TABELA 15 - Percentual de trabalhadores na indústria segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 3.4 % 7.0 % 3.6

Igual a 1SM 9.2 % 9.9 % 0.7

Entre 1SM até 2SM 38.0 % 47.9 % 9.9

Maior que 2SM 58.6 % 45.2 % -13.5

(43)

42

FIGURA 15 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da indústria

A curva relativa ao ano de 1995 (gráfico da Figura 16), que

representa as densidades dos rendimentos dos trabalhadores da construção

civil apresenta uma disparidade muito grande com relação à curva de 2003, o

que nos impede de tecer algum comentário comparativo. Desta forma algumas

observações são feitas somente com relação à curva de 2003.

O salário modal em 2003 é de R$ 145,25, sendo 15,9% maior que o

valor do salário mínimo. O percentual de trabalhadores ganhando até um

salário mínimo é significante, sendo de 28,6%. Vale destacar o percentual de

trabalhadores ganhando entre um e dois salários mínimos (53%)

TABELA 16 - Percentual de trabalhadores na construção civil segundo faixa

de renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 4.0 % 17.4 % 13.4

Igual a 1SM 10.3 % 11.2 % 0.9

Entre 1SM até 2SM 28.1 % 53.0 % 24.9

Maior que 2SM 67.9 % 29.7 % -38.3

(44)

43

F o n t e : E l a b o r a ç ã o a p a r t i r d o s d a d o s d a s P N A D s d e 1 9 9 5 e 2 0 0 3 .

FIGURA 16 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores da construção

civil

A análise do gráfico da Figura 17 revela que o salário modal dos

trabalhadores do comércio para o ano de 2003 (R$ 142,66) é

significantemente menor que o salário modal de 1995 (R$ 200,63). Quando

comparado ao valor do salário mínimo, o salário modal de 1995 é 100,63%

maior que o salário mínimo e o de 2003 é somente 13,88% maior. A ausência

de um pico estreito e com altura elevada, indica uma maior dispersão da renda

em torno do salário modal.

Analisando os dados apresentados na Tabela 17, merece destaque a

expansão de 7,2 pontos percentuais ocorrida no período, para os trabalhadores

com renda menor que um salário mínimo, em contrapartida à retração em 14,9

pontos percentuais ocorrida nos trabalhadores que ganham mais que dois

salários mínimos. Note-se a proporção elevada de trabalhadores com renda

maior que um salário mínimo (76,6% em 2003).

TABELA 17 - Percentual de trabalhadores no comércio segundo faixa de

renda para os anos de 1995 e 2003

Faixa de Renda 1995 2003 Variação p.p.

Menor que 1SM 4.4 % 11.6 % 7.2

Igual a 1SM 11.8 % 11.8 % 0.0

Entre 1SM até 2SM 40.2 % 47.9 % 7.7

Maior que 2SM 55.4 % 40.5 % -14.9

Imagem

TABELA 01 - Percentual de trabalhadores com carteira segundo faixa de  renda para os anos de 1995 e 2003
TABELA 02 - Percentual de trabalhadores sem carteira segundo faixa de  renda para os anos de 1995 e 2003
TABELA 03 -  Percentual de trabalhadores sem grau de instrução segundo  faixa de renda para os anos de 1995 e 2003
FIGURA 03 - Densidade dos rendimentos dos trabalhadores sem grau de  instrução
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