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A IMPORTÂNCIA DO SUPORTE LOGÍSTICO INTEGRADO PARA A

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NO NÍVEL LATO SENSU EM

OPERAÇÕES MILITARES DE DEFESA ANTIAÉREA E DEFESA DO LITORAL

MARCELO SILVEIRA BARLETTA

A IMPORTÂNCIA DO SUPORTE LOGÍSTICO INTEGRADO PARA A

MANUTENÇÃO DAS VIATURAS BLINDADAS DE COMBATE GEPARD 1 A2 DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Rio de Janeiro

2018

(2)

MARCELO SILVEIRA BARLETTA

A IMPORTÂNCIA DO SUPORTE LOGÍSTICO INTEGRADO PARA A

MANUTENÇÃO DAS VIATURAS BLINDADAS DE COMBATE GEPARD 1 A2 DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea como requisito parcial para a obtenção do Grau Especialidade em Operações Militares de Defesa Antiaérea e Defesa do Litoral.

ORIENTADOR: Cap Art HERICK FALQUETO DE MEDEIROS

Rio de Janeiro

2018

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DECEx - DETMil

ESCOLA DE ARTILHARIA DE COSTA E ANTIAÉREA

COMUNICAÇÃO DO RESULTADO FINAL AO POSTULANTE (TCC)

BARLETTA, Marcelo Silveira (1º Ten Art). A importância do Suporte Logístico Integrado para a manutenção das Viaturas Blindadas de Combate Gepard 1 A2 do Exército Brasileiro. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no programa lato sensu como requisito parcial para obtenção do certificado de especialização em Operações Militares de Defesa Antiaérea e Defesa do Litoral. Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea.

Orientador: HERICK FALQUETO DE MEDEIROS / CAPITÃO / ARTILHARIA

Resultado do Exame do Trabalho de Conclusão de Curso: ____________________

Rio de Janeiro, ___ de ____________ de 2018.

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

________________________________________

ALLAN DIAS MERCÊS / MAJOR / ARTILHARIA PRESIDENTE

______________________________________________

GUILHERME BRUNO RIBEIRO / MAJOR / ARTILHARIA MEMBRO

_____________________________________________________

HERICK FALQUETO DE MEDEIROS / CAPITÃO / ARTILHARIA MEMBRO

DIVISÃO DE ENSINO / SEÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO

(4)

AGRADECIMENTOS

A Deus, que me concedeu o dom da vida, abençoando meus dias com saúde para cumprir meus objetivos.

Aos meus pais que me apoiaram durante toda a minha vida, fornecendo a base para o ser humano que me tornei e mostrando-me o caminho do conhecimento.

Ao meu orientador, Capitão Herick, que me ajudou com recomendações e precisas retificações tornando possível a construção deste trabalho, que Deus esteja sempre presente em sua vida.

À minha esposa, que foi paciente durante os momentos em que priorizei este

trabalho, e mesmo com as dificuldades, sempre me auxiliou e me deu forças,

tornando-se inspiração e motivação para mim.

(5)

excelência suprema; a excelência suprema

consiste em vencer o inimigo sem ser preciso

lutar.” (Sun-Tzu)

(6)

RESUMO

O presente trabalho trata-se de um estudo sobre a importância do suporte logístico integrado para a manutenção das viaturas blindadas de combate gepard 1 A2 do exército brasileiro. Com o objetivo de levantar os elementos providos pelo Suporte Logístico Integrado a fim de viabilizar a operacionalidade e o ciclo de vida da VBC DA Ae Gepard 1 A2. Para facilitar a compreensão do estudo, são abordados, com mais profundidade, os elementos do Suporte Logístico Integrado e as características e limitações da atividade de manutenção da viatura. É realizada uma abordagem exploratória para proporcionar maior familiaridade com os conceitos de logística, Suporte Logístico Integrado e manutenção, relacionando estes princípios com a garantia da operacionalidade das VBC DA Ae Gepard 1 A2 e valendo-se do método dedutivo como forma de validar a interação pretendida através de uma demonstração racional e lógica

Para alcançar os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base em um processo indutivo, dividindo a pesquisa em três capítulos destinados à exposição dos elementos do Suporte Logístico Integrado e das características da manutenção do Gepard com uma conclusão sobre o tema.

PALAVRAS-CHAVE: VBC DA Ae Gepard 1 A2, Suporte Logistico Integrado,

Manutenção.

(7)

The present work is a study about the importance of integrated logistic support for the maintenance of armored combat vehicles 1 A2 of the Brazilian army. Your objective is collect the elements provided by the Integrated Logistic Support in order to enable the operational readiness and life cycle of VBC DA Ae Gepard 1 A2. In order to facilitate the understanding of the study, the elements of the Integrated Logistic Support and the characteristics and limitations of the vehicle maintenance activity are better discussed. An exploratory approach is carried out to provide greater familiarity with the concepts of logistics, Integrated Logistic Support and maintenance to relating these principles with the guarantee of the operationality of the VBC DA Ae Gepard 1 A2 and using the deductive method as a way of validating the desired interaction through a rational and logical demonstration.

In order to reach the proposed objectives, a bibliographic research was carried out based on an inductive process, dividing the research into three chapters aimed at exposing the elements of the Integrated Logistic Support and the maintenance characteristics of the Gepard and a conclusion on the subject.

KEY WORDS: VBC DA Ae Gepard 1 A2, Integrated Logistic Support, Maintenance.

(8)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAAe Artilharia Antiaérea DA Ae Defesa Antiaérea

ECEME Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

EFCCL Escritório de Fiscalização de Contratos e Coordenação de Logística END Estratégia Nacional de Defesa

KMW Krauss-Maffei Wegmann MEM Material de Emprego Militar OM Organizações Militares

PEE DA Ae Projeto Estratégico do Exército Defesa Antiaérea PRODE Produto de Defesa

Sis Log Mnt Sistema Logístico de Manutenção SLI Suporte Logístico Integrado

VBC Viatura Blindada de Combate

(9)

Figura 1 Integração Logísica 20

Figura 2 O problema da visibilidade dos custos 21

Figura 3 Viatura Blindade de Combate Gepard 26

Figura 4 Contêiner com o ferramental para manuenção do Gepard 39

Figura 5 Instalações da empresa KMW em Santa Maria, RS 41

Figura 6 Pavilhão Oficina de Manutenção da VBC DA Ae Gepard 1 A2

na 6ª Bia AAAe AP 42

(10)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Elementos do SLI

23

Quadro 2 Principais características da VBC Gepard 27

Quadro 3 Escalões da manutenção na força terrestre 29

Quadro 4 Tipos de manutenção preventiva da VBC Gepard 32

(11)

1 INTRODUÇÃO...13

2 METODOLOGIA ...15

2.1 TEMA ...……

.

15

2.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ...15

2.3 QUESTÕES DE ESTUDO ...15

2.4 OBJETIVOS ...15

2.5 JUSTIFICATIVAS ...16

2.6 CONTRIBUIÇÃO ...16

2.7 PROCEDIMENTO METODOLÓGICOS ...16

3 SUPORTE LOGÍSTICO INTEGRADO ...18

3.1 LOGÍSTICA...18

3.2 CONCEITO DE SLI...20

3.3 FUNCIONAMENTO DO SLI...22

3.3.1 Análise de suporte logístico integrado...22

3.3.2 Logística baseada na perfomance...23

3.3.3 Elementos do SLI...23

4 VIATURA BLINDADA DE COMBATE GEPARD 1 A2...26

4.1 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA...27

4.2 MANUTENÇÃO...28

4.2.1 Planejamento da manutenção ...28

4.2.2 Escalonamento da manutenção...28

4.3 MANUTENÇÃO DA VBC GEPARD 1 A2...30

4.3.1 Características e limitações ...33

5 A IMPORTÂNCIA DO SLI NA MANUTENÇÃO DA VBC GEPARD 1 A2...34

5.1 A CONTRATAÇÃO DE UM SERVIÇO DE SLI E A COMPLEXIDADE DA MANUTENÇÃO DO SISTEMA GEPARD ...34

5.2 OS ELEMENTOS DO SLI E A MANUTENÇÃO DA VBC DA AE GEPARD 1 A2. 36 5.2.1 Manutenção...36

5.2.2 Recursos humanos ...37

5.2.3 Suprimentos...38

5.2.4 Equipamentos de apoio ...38

5.2.5 Dados técnicos ...39

5.2.6 Treinamento ...40

5.2.7 Tecnologia da informação ...40

(12)

5.2.8 Instalações...41

5.2.9 Embalagem, manuseio, armazenagem e transporte...42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...46

(13)

1 INTRODUÇÃO

Após a Segunda Guerra Mundial, os vetores aéreos ganharam grande importância nas operações militares das Forças Armadas de todo o mundo, visto que a superioridade aérea viabiliza a execução de várias operações militares de amplo espectro. Desta forma, muitos países têm envidado esforços na estruturação de uma Defesa Antiaérea (DA Ae), a fim de impedir que as ameaças aéreas comprometam a soberania em seus territórios.

A partir do momento que foi constatada a importância da superioridade aérea, os meios de Artilharia Antiaérea evoluíram e são constantemente modernizados para fazer frente às possibilidades da ameaça aérea. Neste sentido, foi aprovada em 2008 a Estratégia Nacional de Defesa (END), salientando a necessidade de modernização e transformação das Forças Armadas, com o objetivo de estarem mais preparadas para enfrentarem os desafios atuais.

Consequentemente, de acordo com a Portaria Nº 451, Brasil (2017), foi desenvolvido o Projeto Estratégico do Exército Defesa Antiaérea (PEE DA Ae), cujo principal objetivo é recuperar a capacidade de baixa altura e adquirir a capacidade de média altura, modernizando e reequipando as Organizações Militares (OM) que compõem a AAAe da Força Terrestre. Estas melhorias serão alcançadas mediante a aquisição de novos meios, a modernização dos meios existentes, o desenvolvimento de itens específicos pelo fomento à Indústria Nacional de Defesa, a capacitação de pessoal e a implantação de um Suporte Logístico Integrado (SLI), para oferecer suporte aos Produtos de Defesa (PRODE), durante todo o seu ciclo de vida.

Neste contexto, no intuito de obter a capacidade de DA Ae da 5ª Bda Cav Bld

e da 6ª Bda Inf Bld, bem como permitir a proteção das estruturas estratégicas

terrestres brasileiras, áreas sensíveis e da Força Terrestre, o Estado-Maior do

Exército publicou a Portaria Nº 31-EME, de 7 de março de 2013, aprovando a diretriz

para aquisição e implantação do Sistema Antiaéreo Gepard, da qual originou uma

frota de 34 Viaturas Blindadas de Combate Gepard 1 A2 (VBC Gepard) adquiridas

do Exército Alemão.

(14)

14

Os blindados foram desenvolvidas pela empresa Alemã Krauss-Maffei

Wegmann (KMW) e apresentam recursos tecnológicos avançados, gerando uma

complexidade na manutenção e no suprimento de peças de reposição. Neste ponto,

considerando a inexistência de mão de obra altamente especializada e a

necessidade da importação das peças de reposição, o Exército Brasileiro deparou-

se com um desafio: fornecer um suporte logístico para garantir a operacionalidade

dos blindados recém adquiridos, durante seu ciclo de vida útil.

(15)

2 METODOLOGIA

2.1 TEMA

A importância do Suporte Logístico Integrado para a manutenção das Viaturas Blindadas de Combate Gepard 1 A2 do Exército Brasileiro

2.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

A situação problematizada que norteou a pesquisa realizada foi a seguinte:

“Até que ponto a manutenção da VBC Gepard carece da prestação de um serviço de Suporte Logístico Integrado?”.

2.3 QUESTÕES DE ESTUDO

Dentre os questionamentos levantados para o guiamento do presente estudo, destacam-se os seguintes:

a. Como funciona o SLI e quais são seus principais elementos?

b. Quais são as características e os principais requisitos logísticos da manutenção da VBC Gepard?

c. Como o SLI pode atender as exigências da manutenção da VBC Gepard?

d. Quais os pontos da manutenção podem ser atendidos pela cadeia logística normal do Exército Brasileiro?

2.4 OBJETIVOS

A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral, foram formulados objetivos específicos, de forma a encadear logicamente o raciocínio descritivo apresentado nesse estudo.

a. Apresentar as utilidades e peculiaridades do SLI

b. Levantar as características e os requisitos logísticos da VBC Gepard

c. Identificar, de acordo com a Projeto Estratégico do Exército Defesa

Antiaérea, as necessidades da implantação de um serviço de SLI na garantia da

operacionalidade e vida útil da VBC Gepard

(16)

16

2.5 JUSTIFICATIVA

Após verificar que a manutenção e o suprimento de peças da VBC Gepard são tarefas complexas devido à alta tecnologia associada à exigência de mão de obra especializada, o Exército Brasileiro equacionou este problema optando por contratar o Suporte Logístico Integrado fornecido pela empresa Alemã Krauss-Maffei Wegmann, desenvolvedora do material.

Desta forma, faz-se necessário identificar a importância dos serviços prestados pela KMW, no sentido de levantar quais atividades realizadas por esta empresa são necessárias para a manutenção do Gepard, pois o Exército Brasileiro não possui recursos humanos e materiais especializados para executá-las em um primeiro momento.

2.6 CONTRIBUIÇÃO

O trabalho pretende ampliar o conhecimento acerca do conceito do Suporte Logístico Integrado que tem sido utilizado inicialmente pelo Exército para a aquisição dos PRODE de alta tecnologia. Além disso, identificar a relevância e os benefícios específicos do contratado SLI da VBC Gepard 1 A2, realizado em maio de 2017, com a empresa KMW, apontando possíveis oportunidades de melhoria na sistemática atualmente adotada.

2.7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Quanto à natureza, o presente estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa do tipo exploratória, por ter o objetivo de proporcionar maior familiaridade e caracterizar como o Suporte Logístico Integrado atende às necessidades da manutenção da VBC Gepard, valendo-se para tal do método dedutivo como forma de validar a interação pretendida através de uma demonstração racional e lógica.

Trata-se de estudo bibliográfico que, para sua consecução, terá por método a leitura exploratória e seletiva do material de pesquisa, bem como sua revisão integrativa, contribuindo para o processo de síntese dos resultados de vários estudos, de forma a consubstanciar um corpo de literatura atualizado e compreensível.

A seleção das fontes de pesquisa será baseada em publicações de portarias

e contratos logísticos relacionados à aquisição do Gepard, manuais técnicos e em

(17)

dissertações apresentadas à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).

Com relação às dimensões da variável Suporte Logístico Integrado, pretende-

se abordar os conceitos relacionados aos benefícios logísticos que o SLI

proporciona no sentido de viabilizar a manutenção do Gepard. Dentre as dimensões

da variável VBC Gepard, pretende-se abordar suas características técnicas e

peculiaridades da manutenção, no sentido de identificar quais elementos do SLI

fornecidos pela empresa KMW são essenciais para garantir sua operacionalidade

durante todo o ciclo de vida útil e quais podem ser atendidos pela cadeia logística

em vigor no Exército.

(18)

18 3. SUPORTE LOGÍSTICO INTEGRADO

Para abordar o assunto Suporte Logístico Integrado, faz-se necessário levantar algumas considerações sobre logística, principalmente no que tange à integração de suas diversas funções em prol da garantia da vida útil e da operacionalidade de um Material de Emprego Militar (MEM).

3.1 LOGÍSTICA

O conceito de logística muitas vezes é confundido com o simples fornecimento de um componente ou uma peça para que determinado equipamento ou material funcione. Porém, trata-se de uma ampla definição que engloba várias áreas funcionais, abordada pela Revista Logística & Supply Chain, da seguinte maneira:

É o processo de planejamento, implementação, controle do fluxo e armazenagem eficientes de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente, em uma mesma organização. Em um contexto industrial, a arte e ciência de administração e engenharia para obter, produzir e distribuir materiais fabricados ou industrializados a um local específico e em quantidades específicas. Em um sentido militar também pode envolver o movimento de pessoal/recursos (Revista logística, 2018, p.1).

A partir desta definição, podemos observar a logística não só como uma estrutura exigida para realizar uma atividade-fim de uma empresa, mas também como todo o processo de planejamento de um material para que este seja gerenciado desde o momento de sua aquisição até seu ciclo de vida útil.

Ciclo de vida é o conjunto de procedimentos que vai desde a detecção da necessidade operacional, seu pleno atendimento por intermédio de um Sistema ou de um Material, a confrontação deste com os requisitos estabelecidos, o seu emprego, a avaliação operacional, a sua oportuna modernização ou revitalização até sua desativação (ICA 400-31, 2010, p.12).

Considerando o sentido militar, o manual EB20-MC-10.204 Logística (2014, p.

1-3 ) define a logística militar como “o conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão dos recursos e dos serviços necessários à execução das missões das Forças Armadas.”

Delimitando ainda mais este conceito, o manual EB60-ME-22.401 sobre

gerenciamento da manutenção (2017) estabelece que:

(19)

Os elementos logísticos (organizações, métodos, processos, pessoal) se estruturam em torno das atividades que realizam em proveito dos efetivos ou voltados para os sistemas de armas e demais materiais. Nota-se, portanto, a existência de dois sistemas logísticos: um voltado para o atendimento do homem e outro para o material (BRASIL, 2017c, p. 2-1).

Neste ponto, pode-se observar a função de combate logística voltada para prover suporte às operações militares em suas áreas funcionais que são o apoio de pessoal, apoio de saúde e apoio material.

O apoio de material consiste no planejamento e na execução das atividades relacionadas à previsão, provisão e manutenção de materiais às forças apoiadas; ao movimento de pessoas e cargas por diversos modais; e à adequação da infraestrutura física, instalações e benfeitorias necessárias ao apoio logístico (BRASIL, 2017c, p. 2-1).

Para garantir o apoio material, o suporte logístico conta com seguintes elementos:

a) planejamento da manutenção e serviços;

b) ferramentas, equipamentos de teste, de calibração e de apoio;

c) embalagem, manuseio, armazenagem e transporte;

d) pessoal e treinamento;

e) instalações;

f) dados técnicos e de catalogação; e

g) recursos de informática (ICA 400-31, 2010, p.11-12).

Desta forma, as necessidades de um MEM são atendidas através destes elementos do suporte logístico, garantindo assim, a operacionalidade durante seu ciclo de vida útil. Contudo, estes fatores são desempenhados através de processos que envolvem diversas áreas de uma gestão, o que exige uma grande capacidade gerencial para integrar estes processos da maneira mais eficiente possível.

3.2 CONCEITO DE SLI

Conforme colocado anteriormente, o suporte logístico envolve uma gama de

processos que fazem parte de um sistema total cujo gerenciamento é uma tarefa

complexa que pode ser visualizada na figura abaixo:

(20)

20

Figura 1 – Integração logística

Fonte: TAYLOR, 2008 apud XARÁ, 2011, p. 35.

Assim sendo, com o intuito de englobar e gerenciar estes elementos do suporte logístico de uma maneira eficaz e sustentável, surgiu a ideia da implantantação de um Suporte Logístico Integrado. Este eficiente gerenciamento permite que os materiais ou equipamentos de alta tecnologia e complexidade tenham seus ciclos de vida útil garantidos, mesmo sendo necessário um dispendioso orçamento para adquirí-los e prolongar seus ciclos.

Em outras palavras, Suporte Logístico Integrado é uma função de gestão que provê o planejamento inicial, recursos e controle que ajudam a assegurar que o consumidor ou usuário final receba um sistema que não somente vá atingir requisitos de desempenho, mas possa ser apoiado com rapidez, eficiência e economia ao longo de seu ciclo de vida previsto (BLANCHARD, 1998 apud BRASIL, 2017c, p. 4-2).

Reforçando a ideia exposta, SLI é uma função gerencial que provê controles

de planejamento e funcionamento com o propósito de assegurar que o Sistema ou o

(21)

Material atinja os requisitos de desempenho, possa ser desenvolvido a um preço razoável e ser suportado durante todo Ciclo de Vida (ICA 400-31, 2010, p.12).

As despesas provenientes de serviços exigidos por um material durante sua vida útil podem ser igual ou até maiores que o orçamento da aquisição ou desenvolvimento deste material, sendo assim, o SLI é um fator determinante na decisão de adquirir ou desenvolver este material, o que pode ser ilustrado na figura abaixo:

Figura 2 – O problema da visibilidade dos custos

Fonte: BLANCHARD, FABRYCKY, 1991 apud SANTOS, 2002, p.13.

Pode-se obsevar que o autor da figura utilizou um iceberg para simular um gerenciamento de custos inadequado. Neste caso, a maior parte das despesas encontram-se submersas, ou seja, estão ocultas em um primeiro momento onde foi relevado os custos da aquisição ou desenvolvimento do material. Todavia, a parte inferior do iceberg é a que representa os elementos logísticos que garantem amplitude do ciclo de vida do material.

Para complementar o conceito de SLI, é importante salientar sua estreita

relação com a viabilidade orçamentária do material a ser adquirido ou desenvolvido,

reforçada pelos contingenciamentos de gastos que as Forças Armadas vêm

(22)

22 sofrendo nos útlimos anos. Este fator é imprescindível para que o suporte logístico seja efetivamente executado, garantindo o ciclo de vida útil do material.

O processo de SLI deve iniciar com os estudos sobre a necessidade de implantação de um novo MEM, prosseguindo com a análise da viabilidade da sua aquisição, com o levantamento de quais requisitos deve atender, quais as suas demandas logísticas, como será modelado seu suporte e como este suporte será garantido e realizado durante todo ciclo de vida do MEM (XARÁ, 2011, p.39).

3.3 FUNCIONAMENTO DO SLI

A implantantação de um Suporte Logístico Integrado ocorre primeiramente com uma Análise de Suporte Logístico (ASL), que lenvatará informações necessárias para se planejar um suporte logístico viável para determinado material.

Este planejamento será alicerçado sobre uma Logística Baseada na Performance e utilizará os requisitos levantados na ASL para se estabelecer um plano de Suporte Logístico Integrado.

Desta forma, através de um plano de Suporte Logístico Integrado, é possível determinar as tarefas a serem executadas por cada elemento do SLI sendo coordenadas por um gerente de projeto.

3.3.1 Análise de Suporte Logístico

Análise de Suporte Logístico é um processo interativo de identificação das necessidades de suporte de um novo sistema, utilizado especialmente nas fases iniciais de determinação dos requisitos técnicos e operacionais. Seu foco principal é assegurar que a performance do equipamento será a pretendida e influenciar a montagem de seus requisitos em relação ao custo e suporte pretendidos.

(ESTADOS UNIDOS, 2018)

Para complementar este conceito, é imporante ressaltar que a ASL não ocorre apenas no período inicial de implantação de um SLI, mas também durante todo o ciclo de vida de um material, conforme a seguinte definição:

Análise de Suporte Logístico é uma abordagem disciplinada e estruturada,

destacando ações para definir, analisar e quantificar os requisitos de

suporte logístico, e para influenciar o design para suporte, ao longo do

desenvolvimento do sistema. Seu objetivo é garantir que o desempenho, a

continuidade e a disponibilidade ideais do sistema sejam atingidos com um

custo mínimo de ciclo de vida (CORROSIONPEDIA, 2018).

(23)

3.3.2 Logística Baseada na Perfomance

Segundo o Performance Based Logistics Guidebook, 2016, a Logística Baseada na Performance significa suporte de ciclo de vida ao produto baseado em desempenho, onde os resultados são obtidos através de planos que atendem aos padrões de excelência impostos nos requisitos operacionais. Além disso, incentivam os provedores do suporte do material a reduzir custos através da inovação.

Para que a Logística Baseada na Performance seja bem estruturada, é importante estabelecer os parâmetros de desempenho necessários para garantir a confiabilidade do material, de forma a atingir resultados satisfatórios dentro de cada elemento do SLI.

3.3.3 Elementos do SLI

Os elementos do SLI abrangem todos os serviços prestados pelo apoio logístico necessários para garantir a vida útil de um MEM. Eles são baseados no plano de SLI, funcionam de uma maneira interdependente sob a coordenação de um gerente de projeto e podem variar de acordo com os requisitos operacionais de cada MEM. Basicamente são os descritos no quadro a seguir:

Quadro 1 – Elementos do SLI

Elementos do Suporte Logístico Integrado

Elemento Objetivo Descrição

Manutenção

Identificar, planejar, desenvolver e implementar conceitos e requisitos de manutenção para garantir que exista a melhor relação possível entre equipamento e disponibilidade quando o combatente necessitar, com o custo do ciclo de vida mais econômico possível.

Estabelece conceitos e requisitos de manutenção para a vida do sistema.

Inclui a necessidade de equipamentos de suporte, treinamento, instalações, manutenção orgânica e misto de terceirização, ativação de locais de trabalho, desenvolvimento de programas de manutenção preventiva.

Este elemento tem grande impacto no planejamento, desenvolvimento e aquisição de outros elementos de suporte logístico.

Recursos Humanos

Identificar, planejar, fornecer e engajar pessoal civil e militar com as capacidades e habilidades técnicas necessárias para:

a) operar o equipamento, completar as missões, efetivamente combater ou dar suporte ao combate;

Envolve a identificação e engajamento

de pessoal civil e militar com as

capacidades e habilidades técnicas

necessárias para manter e dar suporte

a sistemas ao longo do seu ciclo de

vida. Se houver carência de pessoal

capacitado envolvido no SLI, deve ser

encaminhada aos escalões superiores

a solicitação de identificação e

movimentação desse pessoal.

(24)

24

Elementos do Suporte Logístico Integrado

Elemento Objetivo Descrição

Suprimento

Identificar, planejar, possibilitar e implementar ações gerenciais para adquirir peças de reposição, componentes e todas as classes de suprimento que garantam o melhor índice de disponibilidade do equipamento possível.

Consiste em todas as ações gerenciais, procedimentos e técnicas necessárias para adquirir, catalogar, receber, armazenar, transferir e fornecer componentes, peças de reposição e todas as classes de suprimento disponíveis, na quantidade certa, no lugar certo, no momento certo e com preço justo.

Equipamento de apoio

Identificar, planejar, possibilitar e implementar ações gerenciais para a aquisição e suporte do equipamento (móvel ou fixo) necessário a garantir a operação e manutenção do sistema, de forma a deixá-lo disponível para o combatente quando necessário ao menor custo do seu ciclo de vida.

Consiste em todos os equipamentos necessários aosuporte da operação e manutenção do sistema. Inclui equipamento de manuseio terrestre e manutenção, caminhões, geradores, ferramentas, equipamento de metrologia e calibração e equipamentos de teste.

Dados Técnicos

Implementar ações gerenciais a fim de desenvolver e obter informações para:

a)operação, manutenção e treinamento de utilização do equipamento de forma a

melhorar sua efetividade e

disponibilidade;

b)catalogar e adquirir componentes e peças de reposição, equipamentos de apoio e todas as classes de suprimento;

Representa a informação de natureza técnica ou científica como manuais técnicos, dados de engenharia, especificações e padrões.

Treinamento

Planejar, possibilitar e implementar estratégias de treinamento de pessoal militar e civil, de forma a capacitar recursos humanos para operação, e manutenção dos sistemas.

Consiste na política de ensino, processos de formação e especialização de pessoal, utilização de simuladores e equipamentos de instrução, tanto para operação quanto para manutenção do equipamento.

Tecnologia da Informação

Identificar, planejar, possibilitar e obter equipamentos e programas, destinar instalações e alocar pessoal habilitado para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao suporte de informática.

Estabelece as instalações, equipamentos, programas, e pessoal habilitado necessários ao desenvolvimento de atividades relacionadas ao suporte de informática.

Instalações

Identificar, planejar, possibilitar e direcionar instalações para o treinamento,

manutenção e armazenamento, de forma

a maximizar a eficiência e eficácia do suporte logístico.

Consiste no estudo e definição dos tipos de instalações necessárias ao treinamento, manutenção e

armazenamento. Deve-se

considerar, sobre a localização das

instalações, o espaço disponível, a

segurança, as implicações

ambientais, as ligações de

transporte existentes e os recursos

locais.

(25)

Elementos do Suporte Logístico Integrado

Elemento Objetivo Descrição

Embalagem, manuseio, armazenagem

e transporte

Identificar, planejar e fornecer as

condições necessárias ao

desenvolvimento de tarefas relacionadas à embalagem, manuseio, armazenagem e transporte dos materiais, suprimentos e equipamentos de suporte.

Combinação de recursos,

processos, modelos, considerações e métodos que garantem a devida e correta execução da embalagem, do manuseio e do transporte de todos os sistemas, materiais e equipamentos de suporte, incluindo as considerações ambientais e preservação dos estoques por curtos e longos períodos de armazenamento.

Fonte: ESTADOS UNIDOS, 2008 apud XARÁ, 2011, p. 40.

(26)

26 4. VIATURA BLINDADA DE COMBATE GEPARD 1 A2

O Gepard 1 A2 é um carro de combate de defesa antiaérea sobre lagarta, cuja torre gira 360º, controlada hidráulica ou manualmente, com sistema de estabilização (BRASIL, 2014b, p. 1-1).

De acordo com a Portaria Nº 031- EME, de 07 de março de 2013, a VBC Gepard integra o Sistema Operacional Defesa Antiaérea para emprego na faixa de Baixa Altura (até 3000 m), realizando a Defesa Antiaérea da Força Terrestre, bem como contribuindo para a proteção das estruturas estratégicas terrestres brasileiras e áreas sensíveis, cuja ameaça aérea inclui, entre outros tipos de vetores, as aeronaves de ataque ao solo, caças-bombardeiros, helicópteros, sistemas de aeronaves remotamente pilotadas, mísseis balísticos e de cruzeiro, foguetes e morteiros.

A Revista Verde Oliva (2014, p. 54) define a VBC Gepard da seguinte maneira:

Sistema de armas autônomo e altamente móvel, com alta prontidão operacional, pequeno tempo de reação e capaz de fazer frente a uma variada gama de ameaças. Ele tem a missão de realizar a defesa antiaérea das Brigadas Blindadas, impedindo ou dificultando o reconhecimento e/ou o ataque aéreo inimigo. Ao mesmo tempo, possibilita o funcionamento de órgãos e instalações vitais sediados em território nacional e permite a liberdade de manobra para elementos de combate, o livre exercício do comando e uma maior disponibilidade e eficiência das unidades de apoio ao combate e apoio logístico.

Figura 3 – Viatura Blindada de Combate Gepard 1 A2

Fonte: Defesanet, 2018.

(27)

Como pode ser observado na figura 3, a VBC Gepard é constituida de duas grandes partes: a torre com os armamentos, e o chassi, com os motores, o compartimento do motorista e os trens de rolamento.

4.1 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA

A VBC Gepard é capaz de proporcionar muito boa combinação entre mobilidade, proteção blindada, defesa antiaérea e situação aérea local de defesa aeroespacial (BRASIL, 2014b, p. 1-1).

As principais características da VBC Gepard são as seguintes:

Quadro 2 – Principais características da VBC Gepard

Característica Dado Técnico

Guarnição 03 homens(Comandante da VBC, Atirador e Motorista)

Peso total 47,5 toneladas

Dimensões Largura: 3,29m - Altura: 3,21m - Comprimento: 7,29m

Velocidade máxima 62 Km/h à frente / 24 Km/h à ré

Autonomia Aproximadamente 550km

Capacidade de combustível 985L

Armamento principal 02 (dois) canhões 35mm Oerlikon

Capacidade de munições 640 munições antiaéreas e 40 munições anti-carro Cadência de tiro teórica 550 tiros/ minuto por arma

Armamento secundário 08 (oito) lançadores de fumígeno de 77mm Sistema de comunicações Conjunto rádio FALCON III e intercomunicador Alcance do Radar de Busca 750m a 15750m horizontal / 3000m vertical Alcance do Radar de Tiro 300m a 15000m

Alcance do LASER 320m a 5117,5m

Fonte: BRASIL (2014b, p. 1,2).

Analisando as características apresentadas, percebe-se que a VBC Gepard é

um sistema de armas de alta tecnologia, uma vez que possui sensores

eletromagnéticos, como seus radares de busca e de tiro, sensores optrônicos, como

seu subsistema LASER. A alta tecnologia agregada em seus sensores utilizados nos

processos de deteccção, identificação e acompanhamento permite que a VBC

Gepard obtenha informações precisas para o engajamento dos alvos com grande

precisão e segurança contra medidas de ataque eletrônicas.

(28)

28

4.2 MANUTENÇÃO

De acordo com o manual de Gerenciamento da manutenção (BRASIL, 2017), manutenção consiste no conjunto de atividades realizadas para manter o material em condições de utilização durante todo seu ciclo de vida e, quando houver avarias, reestabelecer essa condição. A manutenção também engloba ações técnicas, administrativas e de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um equipamento em condições de desempenhar, eficazmente, as funções para as quais foi projetado.

4.2.1 Planejamento da manutenção

O manual de Logística (BRASIL, 2014a) relaciona as atividades de manutenção com atividades de suprimento provenientes de um apoio logistico da seguinte forma: uma manutenção inadequada reduz a vida útil do material e impõe um aumento das necessidades de suprimento. Inversamente, as deficiências de suprimento exigem maior esforço de manutenção e aumentam o tempo de reparo, e consequentemente a indisponibilidade dos equipamentos.

Desta forma, para que a manutenção seja eficiente a fim de garantir a funcionalidade de um MEM durante seu ciclo de vida, faz se necessária uma estrutura de suporte logístico capaz de surprir demandas que são levantadas através de um planejamento da manutenção.

O planejamento da manutenção consiste em determinar as necessidades, capacidades e carências em termos de instalações, pessoal, material e ferramental para execução das demais atividades de manutenção em uma situação específica. Permite quantificar custos e proporciona maior previsibilidade ao processo de manutenção. (BRASIL, 2014

a

, p. 3-7).

Neste ponto, o conceito de planejamento da manuteção, de uma forma mais genérica, é semelhante à Análise de Suporte Logístico, ferramenta do SLI conceituada anteriormente. Desta forma, retifica-se a importância do Suporte Logístico Integrado com seus elementos e ferramentas para que uma atividade de manutenção seja realizada de forma obter o máximo de disponibilidade e de confiabilidade de um MEM, com orçamentos exequíveis.

4.2.2 Escalonamento da manutenção

De acordo com o manual de Logística, a manutenção, de uma forma geral, é

dividida em preventiva, corretiva e modificadora:

(29)

a) A manutenção preventiva é a base do sistema de manutenção da Força Terrestre. Normalmente, engloba procedimentos periódicos de pouca complexidade técnica, destinados a reduzir ou evitar a queda no desempenho, degradação ou avaria dos materiais. Inclui, entre outras ações, as inspeções, testes, reparações ou substituições.

b) A manutenção corretiva destina-se à reparação ou recuperação do material danificado para repô-lo em condições de uso. Pode ser classificada como planejada e não planejada. A gestão da cadeia de suprimento de peças e conjuntos de reparação tem influência significativa na disponibilidade dos materiais, de modo a evitar interrupções (paradas) e atrasos na manutenção por falta desse insumo.

c) A manutenção modificadora consiste nas ações destinadas a adequar o equipamento às necessidades ditadas pelas exigências operacionais e melhorar o desempenho de equipamentos existentes. Envolve as ações de reconstrução, modernização/modificação de equipamentos e sistemas de armas, bem como a reparação e recuperação de conjuntos e componentes.

Normalmente, exige projetos de engenharia, pessoal com competências técnicas específicas e infraestrutura fabril (civis e/ou militares) (BRASIL, 2014a, p. 3-8)

Além desta divisão, o Exército Brasileiro estrutura as atividades de manutenção em escalões, baseados no nível de capacitação técnica dos recursos humanos e na infraestrutura adequada para manutenção. Este escalonamento tem a finalidade de orientar e otimizar os processos de manutenção, atribuir responsabilidades de execução e permitir o emprego judicioso dos recursos disponíveis (BRASIL, 2017).

Quadro 3 – Escalões da manutenção na Força Terrestre

Fonte: BRASIL, 2014a, p. 3-9.

(30)

30 O quadro número 3 demonstra o padrão do Exército Brasileiro de escalonamento da manutenção, sendo o de 1º escalão realizada com os meios orgânicos disponíveis na própria OM. É importante ressaltar que a capacidade de manutenção das OM podem abranger civis contratados para executar tarefas passíveis de serem tercerizadas (BRASIL, 2014a). Estas terceirizações vem aumentado com a importação de MEM de alta tecnologia agregada que demandam mão de obra especializada para acompanhar e orientar as atividades de manutenção, inclusive as de natureza preventiva e de escalões mais baixos.

Segundo o site Defesanet (2017), com a importação de blindados da Alemanha, como o carro de combate Leopard 1A5, o Exército Brasileiro trouxe consigo a doutrina de manutenção alemã com foco na manutenção preventiva, seguindo uma “diagonal de manutenção” que baseia-se em ciclos denominados F1:

(mensal), F2: (semestral), F3: (anual), F4: (bianual) e F5: (quadrianual). Além disso, o Exército Brasileiro adquiriu simuladores, torres didáticas, ferramental especial, desenvolveu cursos de especialização, construiu novas instalações de manutenção e criou o Sistema Logístico de Manutenção (Sis Log Mnt), uma moderna ferramenta de gestão logística online para as atividades de manutenção dos blindados adquiridos.

4.3 MANUTENÇÃO DA VIATURA BLINDADA DE COMBATE GEPARD 1 A2

De acordo com o manual técnico da Krauss-Maffei Wegmann (2009), a manutenção da VBC Gepard, de forma geral, é constituída em serviços de inspeções periódicas (SIP) com base em prazos, horas operacionais e quantidade de tiros. Estes serviços de inspeção são pré-requisitos indispensáveis para garantir a prontidão da VBC Gepard.

O manual técnico da KMW aponta que os serviços de inspeção periódica

baseada em prazos, são trabalhos recorrentes que devem ser realizados após

passar um tempo determinado, sendo F2 trimestral, F3 anual (ou antes do tempo, se

o consumo de combustível atingir 5000L), e F4 bienal (ou antes do tempo, se o

consumo de combustível atingir 10000L). Os serviços de inspeção periódica com

base em horas operacionais (HO) são trabalhos recorrentes que devem ser

realizados após alcançar uma determinada quantidade de horas operacionais, como

o SIP-HO1000. O serviços de inspeção periódica com base em Planos de Tiro SIP-

AT (antes de atirar) são os trabalhos executados quando, antes de um plano de tiros,

(31)

a realização da inspeção F3 ter ocorrido há mais de 3 meses, e os SIP-DT (depois de atirar) são realizados após um disparo. Os serviços de inspeção periódica com base na quantidade de tiros são realizados após um determinado número de cartuchos disparados por cano ou carcaça da arma, devendo ser executados nos intervalos de inspeção, como exemplo o SIP3000 (F3000) após disparar três mil tiros.

Além destas inspeções, o manual também aborda a situação de desativação temporária quando o equipamento é desligado pela duração máxima de 6 meses.

Nesse caso são previstos serviços a serem executados antes e durante a desativação temporária e também durante a recolocação em funcionamento, incluindo os recursos operacionais necessários. Além disso, os serviços de inspeção periódica que deveriam ser realizados durante o tempo de desativação, devem ser executados antes da desativação.

O quadro número 4, confeccionado por militares da 6ª Bateria de Artilharia

Antiaérea em Santa Maria (6º Bia AAAe AP) e baseado no manual técnico LCMLP

Krauss Maffei Wegmann (2009), aborda de forma resumida os serviços de

inspeções periódicas indicando a peridiocidade, o responsável pela execução e os

trabalhos realizados em cada serviço.

(32)

32

Quadro 4 – Tipos de manutenção preventiva da VBC Gepard

Fonte: 6º Bateria de Artilharia Antiaérea AP, 2018.

Segundo o manual (BRASIL, 2014a), para auxiliar na verificação, manutenção e reparos da VBC Gepard, é disponibilizado para o operador e mecânico no painel 1 do blindado, o menu BITE que permite um trabalho rápido e eficiente, em parte sem apoio do manual técnico. Os programas disponíveis estão constituídos com a denominação “Funktionsprüfung” (Verificação de funções),“Fehlerlokalisierung” (localização de erros) e “sonstige” (outros).

Desta forma, quando uma falha é detectada faz se necessário a execução de

uma manutenção corretiva, de acordo com sua complexidade. Quando se tratar de

falha de baixa complexidade, a manutenção corretiva poderá ser realizada com os

meios orgânicos disponíveis sob responsabilidade do operador ou da OM detentora

(33)

do material, conforme o quadro 3. Se não for possível solucionar a falha, sendo necessário pessoal, ferramental e instalações compatíveis com a complexidade encontrada, a manutenção corretiva ficará a cargo de uma Organização Militar Logística de Manutenção ou com a empresa fabricante do MEM.

4.3.1 Características e limitações

De acordo com CARNEIRO (2017, p.84), a VBC Gepard apresenta algumas limitações em função de seu grande peso e complexidade dos componentes: alto custo de manutenção; demanda de pessoal altamente especializado; período de formação e qualificação de pessoal mais longo do que os demais materiais de AAAe do Brasil; alta demanda logística; grande consumo de combustível; grande tamanho físico, dificultando movimento em ambiente urbano; possibilidade de danificar pavimentos em centros urbanos; necessidade de transporte por Viaturas Prancha 60 ton; grande quantidade de panes elétricas, demandando mecânicos de eletrônica com grande experiência; e tempo de remuniciamento elevado.

Em face destas limitações, pode-se observar que para sustentar a atividade

de manutenção da VBC Gepard é necessário um eficiente e amplo apoio logístico

executado através de uma gestão eficiente a fim de minimizar os custos e atender

as demandas provenientes de fatores como: a tecnologia dos componentes que

exigem pessoal altamente especializado, importação de peças de reposição de

ferramental especial; e infraestrutura adequada para suportar o transporte, fluxo e

armazenamento dos blindados, munição, combustível, componentes e suprimentos

consumíveis.

(34)

34

5. A IMPORTÂNCIA DO SLI NA MANUTENÇÃO DA VBC DA AE GEPARD 1 A2 No capítulo anterior foram levantadas as principais características da VBC DA Ae Gepard 1 A2, a fim de evidenciar as particularidades que devem ser observadas para garantir o ciclo de vida útil e a operacionalidade das viaturas. Agora será abordado como o Suporte Logístico Integrado atende as necessidades da manutenção do Gepard.

5.1 A COMPLEXIDADE DA MANUTENÇÃO DO SISTEMA GEPARD E A CONTRATAÇÃO DE UM SERVIÇO DE SLI

As dificuldades impostas pela complexidade tecnológica da VBC DA Ae Gepard 1 A2 junto com a estrutura, mão de obra especializada e ferramental necessários para realizar sua manutenção carecem da implantação de um suporte logístico eficiente que contemple todos os elementos envolvidos neste processo de manutenção e esteja dentro de um orçamento sustentável.

Isto posto, a fim de equacionar a situação, a Portaria Nº 31-EME, de 7 de março de 2013, levantou os seguintes objetivos específicos na diretriz de implantação do Gepard:

a)Planejar, contratar, executar e controlar as medidas logísticas para a implantação e execução do projeto, tais como: transporte, catalogação, manutenção, estocagem, fornecimento, dentre outros, dos materiais, da munição e das peças adquiridas.

b)Planejar, contratar, implantar e executar o suporte logístico integrado necessário.

c)Construir e/ou adequar a infraestrutura física das Baterias de Artilharia Antiaérea da 5ª Bda Cav Bld, da 6ª Bda Inf Bld e da EsACosAAe (construção e adequações dos Pavilhões, Paióis e do Simulador do Sistema AAe GEPARD) necessária para o recebimento das VBC GEPARD.

d)Planejar e implementar a infraestrutura para o suporte logístico integrado.

e)Planejar o Ciclo de Vida do Sistema AAe GEPARD.

f)Capacitar recursos humanos para operação e manutenção das Vtr e dos simuladores do Sistema AAe GEPARD.

g) Adquirir simuladores para o Sistema AAe GEPARD (BRASIL, 2013, p.17).

Pode-se observar a necessidade do planejamento de uma ampla estrutura de apoio logístico a fim de atender às peculidaridades da VBC DA Ae Gepard 1 A2.

Consequentemente, a Portaria Nº 31-EME, de 7 de março de 2013,

estabeleceu a seguinte premissa para a aquisição e implantação do Projeto Gepard:

(35)

O Governo Alemão celebrará um contrato com o Governo Brasileiro e receberá a outorga de mandato, à exemplo do Projeto LEOPARD, onde o Governo Alemão, por meio do seu Ministério da Defesa, se encarregará de negociar, celebrar e realizar contratos com a indústria alemã em nome e por conta da Parte Brasileira. O Mandato refere-se especialmente à aquisição dos equipamentos e à prestação dos serviços como: Manutenção preventiva e corretiva de viaturas antiaéreas blindadas GEPARD (viaturas blindadas de combate); aquisição, manutenção e adaptação de simuladores, após a conclusão do treinamento; aluguel de instalações de treinamento; aquisição de ferramentas especiais e de equipamentos de teste; aquisição de peças de reposição; apoio técnico; treinamento;

transporte e seguro do “material” após a transferência de propriedade; e aquisição de munição. Podendo ainda, caso necessário, referir-se à aquisição e manutenção preventiva e corretiva de Viaturas Blindadas Especiais Socorro (VBE Soc) e o Suporte Logístico Integrado a ser prestado pela indústria alemã no Brasil, com assistência técnica, suprimento de peças de reposição e itens consumíveis, além de desmontagem de veículos para fornecimento de peças (BRASIL,2013, p. 18).

Percebe-se que a aquisição e a manutenção da VBC DA Ae Gepard 1 A2, que apresentava como principais empecilhos a alta complexidade tecnológica e estrutura para realização da manutenção foi viabilizada através dos pontos levantados nesta premissa. Logo, o Suporte Logístico Integrado necessário foi contratado da indústria alemã Krauss-Maffei Wegmann, fabricante do Gepard e das Viaturas Blindadas Carro de Combate (VBCC) Leopard 1A5 BR, orgânicas da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, que foram adquiridas em 2009 e possuem um chassi semelhante.

Em 16 de maio de 2017 foi assinado junto à KMW o Contrato Nº 024/2017 COLOG/ D Mat, a fim de prover até o dia 15 de maio de 2027 o SLI para as VBC DA Ae Gepard 1 A2, VBCC Leopard 1 A5 BR e seus respectivos simuladores. Este contrato tem como objeto o serviço de manutenção de forma continuada com aplicação de material, modificações ou modernizações, retoques de pintura, calibração de ferramentas especiais, reparação de componentes, assistência técnica e logística e aquisição de materiais para os blindados e seus respectivos simuladores, fornecidos pela KMW e coordenados e controlados pela Diretoria de Material através de seu escritório na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul.

É importante destacar que o gerenciamento do SLI necessário para as

atividades de manutenção da VBC Gepard, bem como alguns dos elementos do SLI

que serão abordados na próxima seção ficaram sob a responsabilidade do Exército

Brasileiro, de modo que somente os serviços que o SLI orgânico não é capaz de

atender num momento inicial foram contratados.

(36)

36 Desta forma, a estrutura gerencial foi viabilizada através do Escritório de Fiscalização de Contratos e Coordenação de Logística (EFCCL) da Diretoria de Material/Comando Logístico (COLOG), previsto nas normas EB40-N-20.902 (2017) com as seguintes atribuições previstas no Art 14:

I - realizar o acompanhamento e, mediante determinação ou delegação da D Mat/COLOG, a fiscalização e a aceitação provisória das atividades de manutenção de viaturas blindadas das famílias Leopard/Gepard, seus reparáveis e materiais correlatos realizadas em território nacional, conforme previsto nos contratos de prestação de serviços e/ou fornecimentos de bens, suporte logístico integrado e assistência técnica, visando obter os melhores resultados para a operacionalidade do material, sob os enfoques logístico, técnico e econômico;

II - buscar permanentemente a aquisição de novos conhecimentos referentes a sistemas de manutenção, suprimento e transporte, com ênfase na área da ciência e tecnologia, para aplicação na gestão do ciclo de vida e no emprego operacional do material Leopard/Gepard, dentro das suas possibilidades;

III - auxiliar a D Mat/COLOG, as OM de apoio logístico e as OM detentoras do material em todos os contatos com as empresas e entidades ligadas às atividades de manutenção do material Leopard/Gepard, representando a D Mat/COLOG quando determinado;

IV - zelar pelo fiel cumprimento de todas as cláusulas contratuais dos instrumentos jurídicos firmados pelo Exército Brasileiro com as empresas sediadas no território nacional para a aquisição e/ou manutenção de bens e prestação de serviços necessários à gestão do ciclo de vida das frotas Leopard/Gepard e materiais correlatos;

V - assessorar a D Mat/COLOG na formulação de contratos a serem firmados pelo Exército Brasileiro com empresas ou entidades oficiais, para a aquisição e/ou manutenção dos bens e prestação de serviços necessários à gestão do ciclo de vida das frotas Leopard/Gepard e materiais correlatos;

VI - desenvolver e implementar, dentro de suas possibilidades, ferramentas de controle baseadas em tecnologia da informação, visando a aperfeiçoar o controle das atividades de manutenção e suprimento das frotas Leopard/Gepard e materiais correlatos, por iniciativa própria ou por solicitação da D Mat/COLOG (BRASIL, 2017b, p. 83).

5.2 OS ELEMENTOS DO SLI E A MANUTENÇÃO DA VBC DA AE GEPARD 1 A2 Nesta seção será verificado como os principais elementos do SLI apresentados no quadro 1 contribuem para a logística exigida na manutenção da VBC Gepard.

5.2.1 Manutenção

Está previsto no Contrato Nº 024/2017 COLOG/ D Mat, a prestação pela

empresa KMW dos serviços de manutenções preventivas do tipo F2, F3, F4, SIP-

HO1000, SIP-AT, SIP-DT, SIP3000, SIP6000, SIP15000; serviços de manutenções

corretivas, modificações ou modernizações; retoque da pintura; calibração de

ferramental; reparação de componentes e assistência técnica e logística do Gepard.

(37)

Estas manutenções são realizadas conforme o cronograma de serviços (Diagonal de Manutenção) estabelecido pela empresa KMW no anexo F do contrato que determina o período e quais tipos de manutenção serão realizadas em cada uma das viaturas adquiridas.

Embora haja previsão da realização de todas as manutenções necessárias para garantir o funcionamento e o ciclo de vida das VBC Gepard pela empresa KMW, o Exército Brasileiro tem investido na capacitação de recursos humanos e já dispõe de alguns militares que realizaram cursos e estágios de manutenção (conforme será abordado na seção 5.2.6), permitindo que algumas manutenções mais simples de 1º escalão, como exemplo a F2, SIP-AT e SIP-DT, sejam realizadas na 6ª Bia AAAe AP sem a necessidade da presença de um técnico da fabricante.

Em outras palavras, a previsão no contrato da execução de todos os serviços de manutenção pela KMW é uma solução imediata para a questão da complexidade tecnológica das atividades de manutenção da VBC Gepard. Contudo, conforme o Exército Brasileiro aumentar a capacidade orgânica de realizar a manutenção especializada através da capacitação de militares, a tendência é diminuir a demanda de serviços realizados pela empresa KMW, reduzindo assim os custos da manutenção.

5.2.2 Recursos humanos

No Contrato Nº 024/2017 COLOG/ D Mat, a KMW disponibiliza a mão de obra necessária para a realização das atividades de manutenção preventivas previstas no Manual Técnico LCMLP; a mão de obra referente às operações de desmontagem, equipagens e desequipagens, bem como para os testes funcionais na viatura dos componentes removidos durante a execução dos serviços das manutenções preventivas; a mão de obra para a execução das manutenções corretivas quando forem encontrados defeitos; e a mão de obra para realização dos serviços referentes à aplicação de modificações ou modernizações.

A mão de obra fornecida pela empresa é regulada pelo Cronograma de

Assistência Técnica que prevê a permanência de técnicos nas OM que possuem a

VBC DA Ae Gepard 1 A2 por determinados períodos de tempo. Caso a localidade

não esteja contemplada com a presença de um técnico, a assistência técnica será

prestada via telefone ou outro meio de comunicação, e se o resultado desejado não

(38)

38 for obitdo a OM solicitará ao Fiscal do Contrato em Santa Maria/RS com antecedência de quinze dias a presença de um técnico para solucionar a falha.

Ao mesmo tempo que o contrato oferece a mão de obra para realização de atividades de manutenção preventivas, corretivas, é disponibilizada a prestação de treinamento e orientação para a execução destes serviços (on the job training) das equipes de militares envolvidas nas atividades, durante o período de vigência do contrato, buscando a capacidade plena de realizar as manutenções previstas nos manuais técnicos. Esta transmissão de conhecimentos durante a execução dos serviços é essencial para a capacitação dos militares.

5.2.3 Suprimentos

De acordo com o Contrato Nº 024/2014 COLOG/ D Mat, a KMW é responsável por disponibilizar os materiais utilizados para execução de serviços de manutenção preventiva como kits de peças, produtos de limpeza, tintas, abrasivos, equipamentos, ferramentais comuns e utensílios, nas quantidades estimadas e qualidade necessária.

A demanda de combustíveis, lubrificantes, óleos e graxas e afins necessários para os trabalhos de manutenção periódica e as peças para a manutenção corretiva serão fornecidas pelo Exército Brasileiro. Caso não haja estoque do material necessário para a manutenção corretiva este poderá ser adquirido da KMW.

Cabe ressaltar que a KMW oferece garantia técnica por avaria proveniente de qualquer defeito de material ou de serviço sobre os componentes e peças fornecidos, exceto as avarias decorrentes de incidentes e operações que ocorram fora dos padrões previstos nos manuais.

5.2.4 Equipamento de apoio

Conforme consta no Contrato Nº 024/2017 COLOG/ D Mat, a KMW é responsável por fornecer equipamentos de oficina, ferramentas comuns e utensílios necessários para realizar as atividades de manutenção.

Pode-se observar na figura número 4 um contêiner de apoio à manutenção

contendo o ferramental e utensílios necessário para executar a manutenção

preventiva da VBC DA Ae GEPARD 1 A2 nas instalações da Escola de Artilharia de

Costa e Antiaérea (EsACosAAe), realizada por uma equipe de mecânicos do Parque

(39)

Regional de Manutenção/3 e de técnicos da empresa KMW, no período de 14 a 18 de outubro de 2017, a fim de permitir a realização do tiro durante a Escola de Fogo de Instrução da Escola.

Figura 4 – Conteiner com o ferramental para manutenção do Gepard.

Fonte: BRASIL, 2018b.

5.2.5 Dados técnicos

A empresa KMW disponibilizou os manuais técnicos da VBC DA Ae Gepard 1 A2 traduzidos para o português, contendo todas as informações necessárias para a operação, normas de segurança, inspeções e manutenção do blindado. São eles:

LCDP – Descrição da Viatura, LCFIP – Identificação e Localização de Falhas, LCMLP – Inspeções Periódicas, LMCPP – Manutenção de Presevação, LCOP V1 – Operações Tomo I, LCOP V2 – Operações Tomo II, LCSOP – Listas de Controle e Inspeções antes da Utilização e do Tiro.

Além disso, está previsto no Contrato Nº 024/2017 COLOG/ D Mat que a empresa é responsável pelo preenchimento do Livro de Registro da Viatura e do Livro Registro da Torre e Armamento após realizar as atividades de manutenção, registrando os serviços realizados e todas as peças substituídas.

Todos os itens de suprimento fornecidos pela KMW necessários para a

execução da manutenção preventiva prevista no contrato possuem o número de

(40)

40 estoque da OTAN (NSN – Nato Stock Number). Caso não possuam, a KMW deverá fornecer os documentos necessários à catalogação que contenham as descrições completas para todas as especificações técnicas, ilustrações ou amostras reais para possibilitar a identificação dos materiais componentes do objeto do contrato. Esta medida é importante para viabilizar os pedidos de componentes necessários para realizar as manutenções.

5.2.6 Treinamento

Desde a aquisição do Gepard em 2013, o Exército Brasileiro tem investido na capacitação de recursos humanos através de cursos de operação e manutenção destes blindados, como o Curso de Capacitação para o Emprego do Sistema de Armas Antiaéreas Gepard 1 A2, realizado em 2013, conforme Portaria Nº 31- EME, de 7 de março de 2013, Curso de Manutenção da VBC DA Ae Gepard 1 A2 em junho de 2014, conforme o Diário Oficial da União (DOU), de 30 de dezembro de 2013, e os Cursos de Manutenção da VBC DA Ae Gepard 1 A2 - Modalidade On The Job Training - Módulo Eletrônica Embarcada de Torre e Módulo Mecânica de Torre e de Armamento, conforme Portaria Nº 214-DGP/APG, de 27 de outubro de 2016, todos ministrados pela empresa KMW na Alemanha.

Além destes cursos no exterior, está previsto no Contrato Nº 024/2017 COLOG/ D Mat a prestação de treinamento e orientação para a execução dos serviços de manutenção preventiva (on the job training) dos militares envolvidos nas atividades de manutenção, permitindo a transmissão de conhecimentos dos técnicos da empresa a fim de capacitar os militares.

Com o aumento de militares especializados nas atividades de manutenção e operação da VBC DA Ae Gepard 1 A2, o Exército Brasileiro passou a disponibilizar cursos e estágios para ampliar a capacitação de seus recursos humanos como o Estágio de Manutenção Preventiva da VBC DA Ae Gepard realizado no Parque Regional de Manutenção/3 com encerramento no dia 06 de maio de 2018, (BRASIL,2018b) e o Curso de Operação da Viatura Blindada de Combate Antiaérea Gepard 1 A2 para Oficiais e Sargentos, ministrado pela EsACosAAe, conforme Portaria Nº 207-EME, de 6 de junho de 2016.

5.2.7 Tecnologia da Informação

Segundo as normas Reguladoras para o Funcionamento dos Escritórios de

(41)

Fiscalização de Contratos, a missão de desenvolver e implementar ferramentas de controle baseadas em tecnologia da informação, visando a aperfeiçoar o controle das atividades de manutenção e suprimento das frotas Leopard/Gepard foi executada pelo EFCCL, originando assim o Sistema Logístico de Manutenção (Sis Log Mnt). Este sistema informatizado permite o gerenciamento da manutenção e do ciclo de vida dos blindados e atende toda a estrutura de manutenção da frota, abrangendo as Unidades que possuem a VBC DA Ae Gepard 1 A2 (EsACosAAe, 6ª Bia AAAe AP e 11ª Bia AAAe AP) e as Unidades de Apoio, como o Parque Regional de Manutenção/3.

5.2.8 Instalações

Segundo Minussi (2016), a KMW iniciou em 2014 e terminou em março de 2016, às margens da rodovia BR-287 em Santa Maria - RS, a contrução de um complexo que possui estrutura para realizar atividades de manutenção nas frotas dos blindados Leopard e Gepard adquiridos pelo Exército Brasileiro.

Figura 5: Instalações da empresa KMW em Santa Maria, RS.

Fonte: MINUSSI, 2018.

De acordo com o Escritório de Projetos do Exército (2018) foram realizadas

construções e adequações de estruturas das Unidades usuárias e Unidades de

(42)

42 Apoio das VBC DA Ae Gepard 1 A2 a fim de viabilizar as atividades de manutenção e a implantação de simuladores para adestramento: Pavilhão Oficina de Manutenção VBC DA Ae Gepard 1 A2 do 5º Batalhão Logístico, em Curitiba – PR, no ano de 2015; Pavilhão Oficina de Manutenção da VBC DA Ae Gepard 1 A2, na 6ª Bateria de Artilharia Antiaérea Autopropulsada, Santa Maria – RS, em 2016; Pavilhão de Manutenção de Blindados do Parque Regional de Manutenção da 3ª Região Militar, em Santa Maria – RS, no ano de 2016; ampliação do pavilhão dos simuladores da VBC DA Ae Gepard 1 A2 da EsACosAAe – RJ, em 2016; e adequação do Pavilhão de Simuladores da 11ª Bateria de Artilharia Antiaérea Autopropulsada, Rio Negro – PR, em 2017.

Figura 6 – Pavilhão Oficina de Manutenção da VBC DA Ae Gepard 1 A2 na 6ª Bia AAAe AP

Fonte: BARROS, 2018.

5.2.9 Embalagem, manuseio, armazenagem e transporte

Segundo o Contrato Nº 024/2014 COLOG/ D Mat, o transporte, o seguro e as formalidades administrativas para o envio e recebimento das VBC DA Ae Gepard 1 A2 e seus componentes até as instalações da KMW onde serão realizados os serviços de manutenção são de responsabilidade do Exército Brasileiro, sendo realizado por meios orgânicos, como as Companhias de Transporte e Base de Apoio Logistico do Exército.

Quando se tratar de material importado fornecido pela KMW, o transporte e o

seguro do local de origem na Alemanha até o local de destino no Brasil são de

(43)

responsabilidade do Exército Brasileiro, sendo que a preparação para o transporte, a

embalagem, a estufagem do contêiner e a preparação da documentação para

liberação alfandegária ficam a cargo da KMW.

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