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ROCHAS ERUPTIVAS DA PENíNSULA DE MACAU E DAS ILHAS DE TAIPA E COLOANE POR

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ROCHAS ERUPTIVAS DA PENíNSULA DE MACAU E DAS ILHAS DE TAIPA E COLOANE

POR

J. M. COTELO NEIVA

ASSISTENTE DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DO PÔRTO BOLSEIRO DO INSTITUTO PAHA A ALTA CULTURA.

_ São diversos

OS

afloramentos de rochas eruptivas- na coló- nia portuguesa de Macau e tem o seu estudo grande interêsse para o conhecimento da geologia daquela região do Extremo- -Oriente.

Deve-se ao malogrado Dr. Artur Medina, então professor do liceu daquela nossa província asiática, valiosa colheita de rochas da península de Macau e das ilhas de Taipa e Coloane, realizada a pedido do Prof. Dr. Carríngton da Costa.

Publicamos aqui o estudo das rochas daquela colecção.

PENfNSUL-A DE MACAU

ROCHAS SÔBRE-SATURADAS

Granitos

Afloramentos graníticos de fácies semelhante encontram-se na Avenida da República, em Mong-Há, junto à casa mortuária • . e próximo do pagode Lin-Fong-Miu.

Aspecto macroscópico:

. São rochas eucristalinas, de grão médio a grosso,' com

feldspatos de côr esbranquiçada mesclados por outros de colo-

ração rósea. O quartzo é, normalmente, de semelhantes dimen-

sões às dos feldsoatos. No zeral estas rochas não mostram

(2)

i46

grande quantidade de biotite e a moscovite é rara. A biotite, - por vezes, embora em peq ue ninos cri stais, mostra-se idiomorfa, de contôrno hexag onal. Ocor re m, co mo acessórios raros ; alguns cris tais de horneblenda numa a mostra colhida no afloramento da Aven ida da República.

Por vezes alg uns cristais d e feldspatos individualizam-se, chegando a a ting ir 2 crn., e o granito toma um aspecto por- firóide , mui to possivelm ente local. .

É vulga r enc ontrare m-se aspectos de breve piritização dos gran itos, que ocorr eu ulteriormente à sua consolidação e que result ou , possivelm ente, d e soluções hidroterrnaisalcalinas.

Os .granitos encontram-se, em diversos -locais, profunda- mente alte ra dos: os feld spatos estão extremamente caulinizados ou alterados para um mineral muito semelhante à montrno- rillonite e a bi otite cloritizou-se. Impregnações de óxidos de ferro confere m-lhe s, então, uma coloração avermelhada. e sulfa- tos férric os bás icos, resul tantes da alteração da pirite, dão-lhe localmente tonalidade esverdeada. ' Por vezes , nas regiões mais alte radas, há i mpr egnações de bióxido de manganésio com aspecto dendr ítico.

Aspecto microscópico:

São roc has leu cocratas, nalg uns afloramentos com tendên- cias a holo leucocratas. Holocristalinas, as suas texturas são do tipo xen o mórfico-g ranular co m ten dência ao hipautomórfico- -granular. Minera logi camen te mostram a seg uinte constituição:

ortose, oligoclase, qu ar tzo , b iotit e (é vulgar a variedade mero- xena) , moscovi te , zircão, magn etite , pirite, pouca apatite, e, aciden tal mente , gra nada , fluorite e horneblenda. A ortose predo- mina sôbre a pla giocla se. A biotite, embora em pequena quan- . tidade, predomina sôbre a moscovite que -t em quantidade mínima.

A ortose é alotrio ou hipidiomorfa, por vezes maclada segundo a lei de Carl sbad e com os dois sistemas de clivagem segundo (001} e (010 L de que o primeiro é mais perfeito.

Raramente os cristais de ortose mostram crescimento zonado.

São um tanto raras as micropegm atites. No geral a ortose enc ontra-se albitizada, sendo vulgares as micropertites filamen-

tn<:~ p vpn~ (b p r~r~ ~ mi r-rnnerfite em farra nos. É normal a

(3)

J. M. C. NEIVA - Rochas erupt. da Provo de Macau

Fig. 1- Granito de grào fino, porfiróille,de Macau-Siae (Pen ín su la de Macau ). Luz nat o(X23).

Fig.2- Gr a nito de grào fino. porfir ói de , de Ma cau-Sia e (P en ín su la de Ma cau ). Luz pol.,nico

+.

(X23).

EST. I

Boi. da Soe. Geai.de Porlugal- Va i.III- 1944.

(4)

147 caulinização da ortose e a parcial sericitização dos seus cristais.

Contém poucas inclusões idio e hipidiomorfas de plagioclase e de magnetite; por vezes mostra quartzo e biotite inclusos e rara moscovite.

A plagioclase encontra-se em cristais hipidiomorfos, maclada polissinteticarnente segundo a lei da albite, mais raramente associada à lei da periclina, ocorrendo também o complexo albite-Carlsbad, e como raro o complexo albite-Ba- veno. É uma plagioclase com 18 010 de An. e de carácter óptico biaxial negativo. Trata-se de oligoclase. Nalgumas lâminas delgadas reconhecemos, nos bôrdos de certas secções de cristais . de plagioclase, a existência de mirmequite, especialmente naque- las em que se nota crescimento zonado. Caulinizada, essa alteração parcial faz ressaltar as clivagens segundo ~ 001 } e ~ 010 ~ e os planos de macla. É vulgar a sericitização dos cristais de oligoclase, sendo, no entanto, menos intensa que ada ortose.

Contém inclusões de quartzo e de biotite (por vezes mero- xena), raras e esqueletiformes de moscovite, e raros acículos de biotite. Os cristais de oligoclase, quando fracturados, foram penetrados por soluções Iimoníticas.

O elemento torado, que normalmente ocorre em pequena quantidade neste tipo de granitos, é a biotite ou a sua varie- dade meroxena, que encontrámos raramente.

Apresenta-se a biotite alotrio ou hipidiomorfa, neste caso com faces laterais de clivagem. Por vezes intercresce com a moscovite, mas esta é-lhe no geral ulterior. O seu pleocroísrno é acentuado:

~ =.'( = castanho-escuro

(1.

= amarelo-palha,

• •• absorção:

~

= '( >

(1..

Extinção C:

(1.

= 0°.

Contém inclusões de magnetite. algumas de apatitee

raríssimas de quartzo. Algumas secções mostram inclusões de

zircão com halos pleocróicos. Cristais de zircão estão parcial-

mente alterados nara rnalacon.

(5)

148

Secções há de biotite incipiente mente cloritizadas e outras totalmente. Pelo pleocroísmo que a clorite apresenta,

~ = '( = verde-escuro,

IX=

amarelo-esverdeado,

•'. absorção: ~ = '( >

IX,

pela

e pela côr de 'polarização que é azul-de-Berlim com tons violá- ceos, deve tratar-se de penina. Quando da cloritização houve exsudação de ferro que ficou mobilizado sob a forma de magnetite.

A meroxena, variedade de biotite que encontrámos numa das amostradas de granito da Avenida da República, apr-e-·

senta-se alotrio ou hipidiomorfa e pleocr6ica:

~ = '( = verde-escuro,

IX

= verde-claro,

•'. absorção: ~ = '( > a.

Extinção :C: a = 0°.

Tem cõres de polarização amareladas ou avermelhadas, com certa irisação. Mostra também inclusões de zircão com auréolas escuras de intenso pleocroísmo.

Somente numa amostra colhida na Avenida da República lográmos observar alguns e pequenos cristais de horneblenda, hipidiomorfos, contactando uns com a biotite e outros próxi- mos dela. De côr verde, com refringência alta, mostra-se rugosa. "O seu pleocroísrno é intenso: .

'( = verde-acinzentado,

~ = verde-amarelado,

a = amarelo-pálido levemente esverdeado,

• "h"nl'l'!in' 'f~

B '> a.

(6)

149

Extinção C: 'í = 21°..

Birrefringência: "(-

IX

= 0,023.

Contém algumas inclusões de zircão.

Ocorre a moscovíte em muito pequena quantidade e nal- gumas amostras não a encontrámos. Alotriomorfa, com certa tendência a hipidiomorfa, mostra-se muito levemente clorití- zada. As suas côres de polarização são iriadas, predominando os tons azul, vermelho, amarelo e verde. Por acções compres- sivas os bôrdos de alguns cristais formam uma espécie de falso tecido de feltro. Algumas secções contêm inclusões alotrio- morfas de zircão com auréolas pleocróicas; algumas das inclu- sões estão alteradas para malacon.

O quartzo é alotriomorfo, de extinção normalmente ondu- lante e, em certas secções, com nítida tendência à biaxialídade.

Por vezes encontra-se levemente fracturado. Apresenta-se em mais do que uma geração. mas a sua principal e abundante separação fêz-se posteriormente às micas e aos feldspatos, mos- trando-se, no geral, intersticial e com inclusões dos outros minerais além das inclusões pontuais típicas. Uma outra geração de quartzo, bastante breve, é anterior aos feldspatos.

O zircão no geral é alotriomorfo, mas, por vezes, idio- morfo. Encontra-se não só incluso nos outros minerais da rocha como individualizado. Tem côr amarelada, alta birre- fringência e carácter óptico uniaxial positivo. O zircão altera-se, por vezes, para malacon, mineral isotrópico e acastanhado.

A magnetite mostra-se como inclusão nabiotite, mas também ocorre individualizada, normalmente em secções alo- triomorfas.

A apatite encontra-se em muito pequena quantidade e como inclusões na biotite e nos feldspatos. No geral é granular, por vezes automórfica e de hábito colunar.

O rútilo aparece em inclusões aciculares ou granulares, raras, nos íeldspatos e no quartzo. É de refringência alta, birrefringência forte e tem cõres de polarização elevadas.

Encontrámos granada almandina numa amostra do granito

da Avenida da República. Ocorre individualizada, em pequenos

zrãos arredondados. levemente róseos.

(7)

150

Numa amostra do afloramento da Avenida da República vimos um pequeno cristal de fluorite, idiomorfo, substituindo . parcialmente um cristal de plagioclase. A fluorite é incolor, - de clivagem perfeita segundo ~ 111 ~, de refringência baixa, inferior à da oligoclase. .

Numa das amostras do afloramento junto ao pagode Lin- -Fong-Miu encontrámos pequeninos cristais hipidiomorfos de turmalina inclusos no quartzo.

A pirite no geral é idiomorfa, cubiforme, e de ulterior

geração. .

Trata-se portanto de rochas eucristalinas, sôbre-saturadas, peraluminosas, de granitos potássicos, de grão médio a grosso, essencialmente biotfticos e com muito leve quantidade de moscovite. Correspondem, muito provàvelmente, a um granito monzonítico.

Como fácies de variação dêste granito ocorrem formações do mesmo tipo, mas de grão muito mais fino, em pequenos afloramentos na Avenida da República, no sopé da elevação de 5. Francisco, junto ao pagode Lin-Fong-Miu e em Mong-Há, .-

pr6ximo à casa mortuária.

Aspecto macroscópico:

t um granito de grão fino, tendendo nalguns pontos para uma fácies aplítica, Há por vezes pequenos, mas raros.ifeno- cristais de felds pato que se individualizaram, como por exemplo num afloramento da Avenida da República. Apresenta biotite pouco abundante e pequenos cubos de pirite.

Num exemplar do afloramento do sopé do monte de 5. · Francisco encontrámos raros e pequenos cristais de horne- blenda.

Aspecto microscó pico:

t um a rocha holocristalina, leucocrata, de grão fino e de textura xenornórfíca-granular, em certos pontos com tendência a hipautomó rfica-granular, mineralõgicamente semelhante ao : granito de grão médio a grosso, biotítico, a que acabámos de aludir. Nas lâminas delgadas, de uma amostra de um aflora- mento junto ao pagode Lin-Fong-Miu, vimos uma pequena

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(8)

J. M. C. N EIVA - Rochas eru pt, da Provo de Macau EST. II

Fig. 1 - Basalto oliví u ic o (?) do sopé da coli n a de S.Francis co (P enínsul a de Macau). Cris tais de oliv ina quã sítotalmen te al t er a dos

para cal cite. Luzpol. , nico

+.

(X 31).

Fig'.2- Basalto olivínico (?) do sopéda colinade S.Francisco(P enín su la de Macau ). Cristais de olivina. Luz POl., nico

+.

(X 31).

Boi. daSoco C."I.de Portagal - VaI./II- 1944.

(9)

151

> plagioclase, Das micas, a biotite predomina largamente sôbre rara moscovite.

A plagioclase, do tipo oligoclase, com 18

II/O

de An., mos- tra-se hipidiomorfa. Normalmente mac1ada segundo a lei da albite, são vulgares também os complexos albite-peric1ina e albite-Carlsbad. Algumas secções mostram as duas séries de clivagens paralelas a {ooi] é {OlO}. Não são raros os aspectos

~

mirmequíticos, especialmente nas orlas de alguns cristais. Um tanto caulinizada, está sericitizada superiormente à ortose.

No geral a ortose é alotriomorfa, com maclas segundo a lei de Carlsbad, albitizada, sendo vulgares as micropertites, especialmente do tipo filamentoso e venado. Vulgares são também os micropegmatites, em que os arabescos de quartzo tomam grande desenvolvimento. O ângulo de extinção no clinopinacóide é de + 12°. Contém inclusões de oligoclase, biotite e zircão.

A microclina, que ocorre raramente e em pequena quanti- dade, somente a vimos numa lâmina delgada de uma amostra de próximo ao pagode Lin-Fong-Miu. Tem o seu aspecto típico.

Encontram-se tambémmicropegmatites e vimos microclina- -micropertite do tipo filamentoso. A biotite, hipidio ou alotrio- morta, de extinção C: a = 0°

I

tem pleocroismo característico:

~ = r = castanho-escuro levemente esverdeado, a = amarelo-palha,

• • • absorção:

~

= i> a .

Contém inclusões de apatite e de _ magnetite e por vezes de zircão, idio e alotriornorfas, estas com largas auréolas de .íntenso pleocroísrno. A biotite mostra-se, de quando em quando, alterada para penina, que apresenta côr de polarização azul-de-Berlim com tons violáceos e o pleocroismo:

~ = = verde-escuro,

a = amarelo-palha.

As secções basais de penina não mostram intenso pleocroísmo

e são de côr verde-média.

(10)

152

A moscovite, um tanto rara, ocorre em cristais hipidío- morfos inclusos na ortose. Por vezes intercresce com a biotite.

Apresenta as suas propriedades características.

Bastante rara, sõrnente encontrámos horneblenda numa lâmina delgada de um exemplar do afloramento do sopé do Monte de S. Francisco. Alotriomorfa, de côr verde-acasta- nhada, tem intenso pleocroísrno :

'í = verde-acastanhado, 13 = verde-amarelado,

17.

= amarelo-claro levemente esverdeado,

. . . absorção 'í > ~ >

17..

Extinção C: t = 21

o.

Com birrefringência cêrca de 0,024, mostra-se de carácter biaxial negativo. Ocorre próxima ou em contacto com a biotite.

O quartzo é no geral alotriornorfo, de extinção um tanto ondulante, intersticial ou molda os outros elementos. Tem- inclusões típicas alinhadas e' de todos os outros minerais

da rocha. '

A magnetite, além de se encontrar em inclusões na biotite, apresenta-se por, vezes individualizada em cristais' hipidio ou alotriomorfos.

A pirite, em pequenos e poucos cubos individualizados, substituíu parcialmente quartzo, feldspatos e biotite. É ulterior

à génese dos outros minerais da rocha e naturalmente de origem hidrotermal.

Trata-se, portanto, de um granito mineralõgicamenteseme- Ihante ao anteriormente estudado, cuja textura, embora idêntica, é de grão bem mais fino. É um granito peralurninoso, de grão fino, mais potássico do que sódico, biotftico, por vezes com uma leve quantidade de moscovite. Corresponde também na classificação de Lacroix a um granito monzonítico.

Em Macau-Siac aflora um granito de fácies bastante dife-

rente dos granitos predominantes na Peninsula de Macau.

(11)

153 Aspecto macroscópico:

É um granito de grão fino, com pequenos fenocristais de feldspatofrouxamente disseminados. A sua côr é cinzenta- -azulada. Mostra as duas micas, das quais a biotite predomina em larga escala.

Aspecto microscópico:

É uma rocha leucocrata, de textura porfir6ide ou porfirítica- -granular, estando os Ienocristais de- feldspato dispersos numa base granítica de textura xenomórfica-granular a passar a hipau- tomórfica-granular. O seu índice de côr é relativamente elevado, entre o normal dos granitos desta região, pela abundância de biotite (Est. 1- figs. 1 e 2). Os íeldspatos mostram a relação microclina I> ortose> plagioclase, e as. micas a relação bio- tite > moscovite.

Vejamos alguns aspectos dos minerais constituintes da rocha.

A plagioclase apresenta-se em cristais hipidiornortos com tendência a alotriomorfismo. Predominam as maclas polissin- tétícas segundo a lei da albite e nalgumas secções vê-se-lhe associada a lei deCarlsbad, Pelo método estatístico de Michel Levy . reconhecemos que contém 16

%

de An. Trata-se de uma oligoclase, O seu carácter óptico é biaxial negativo.

Nalguns cristais nota-se breve crescimento zonado e alguns bôrdos são de aspecto mirmequltico. Algo caulinizada ao longo dos planos de macia ou das clivagens {Ola} e {001 L mos-

tra-se também alterada, por vezes abundantemente, para uma mica secundária (sericite). Contém inclusões pequenas, alo- triomorfas, algumas esqueletiíormes, de moscovite e de biotite e estas com inclusões granulares de rútilo e de zircão.

A microclina, alotriornorta, com tendência a hipidiomorfa pelo aparecimento de uma ou outra face imperfeita, mostra o ladrilhado típico da maclagem. Nalguns cristais vêem-se bôrdos de aspecto ~ micropegmatítico. Albitizada, as fáculas que se notam na microclina-micropertite são oblíquas às di- recções dos planos de macia da microclina.

Como inclusões encontrámos: cristais de oligoclase, hípí-

diomorfos ou idiomoríos, bastante alterados para sericite e

com inclusões de zircão; granulações de rútilo i raros cristais

(12)

1 54

idiomorfos de apatite; cr istais alo triorn orf ós, arred ondados, de quartzo.

A ortose, alotriomorfa, com tendên cia a hipidi omo rfa, por vezes maclada segundo a lei de Carl sbad, mostra os seus dois sistemas de clivagem, {001 ~ e {alO}, acentuados pela cau liniza- ção. Além desta alteraçã o, encontra-se parcialm ente ser icitizada.

Nalguns bô rdos dos cristais n ota-se micropegrnatite. Encon- tra -se albitiz ada, tend o sinal óptico positivo. São vulga res -as microp ertites, das quais a predominan te é do tipo ven ado.

O ângul o de ' extinção é cêrca de + 12

0

no clin opinac óide.

Encontrámos inclusões de plagioclase, de biotite, de cristalitos de apatite, granulações de rútilo e crista is alotri ornorfos de quartzo.

A biotite ocorre em cristais alotriomorfos e hipidiom or fos.

f ortemente pleocróica,

~

= "( = castanho-pinhão ,

a = ama relo-palha,

mostra inclusões de zircão com halos extremam en te pleocr óicos, alguns cristais de apatite e rara magnetite.

A biotite está epigenizada total ou parci almente, em alguns cortes , para c1orite. Esta é d o tipo peni na, com pleocroísrno nítido,

~= "(

= verde, .

a = ve rd e muito claro.

e com côr de polarização azul-d e-Berl im com tons violáceos.

A' cloritização dá-se principalmente ao lon go das linhas de cli- vagem e nalguns bôrdos, tendo havido breve exsudação de acículos de rútilo .

A moscovite, com certo hipidiomorfismo reconhecível pelos seus bôrdos de clivagem , tem côres de polarização iriadas : azul franjado de roxo, amarelo, verd e e verm elho. . A sua birre- fringência é elevada . É biaxial negati va, sendo 2 E~43°.

Encontrá mos . curio sos intercrescim ent os da: moscovite . com a biotite.

A mo scovite contém inclusões de zircão.

(13)

l. M. C.

NEIVA -

Rochas erupt, da Provo de Macau

Fig.1- Granito biotítico de grão médio de Siac-Pai-Van e (Il ha de Ool oane). Luznato(X 23).

Fig.2- Granito biotítico de grão médio de Slae-Pai-Vane (Ilh a de Coloane), Luz poI.,nico

+.

(X 23).

ES T . III

Boi.da Soe.Geol. de Portugal- Vol.III- lYH.

(14)

155

o quartzo no geral é alotriomorfo, mas há-o também hipidiomorfo, em especial no contacto com a ortose. A sua extinção é ondulante. Uniaxial positivo, tem ligeiras tendências à biaxialidade. Além das inclusões pontuais típicas alinhadas, contém inclusões de todos os outros minerais, e secções há com profusas agulhas de rütilo inclusas.

Aapatite mostra-se, por vezes, individualizada, sem ocor- rer como inclusão nos outros minerais, -relacionada posicional- mente com a clorite.

Trata-se de uma rocha eucristalina, sôbre-saturada, pera- luminosa. de um granito potássico porfiróide, de base fina, de duas mícas, em que. a biotite fortemente predomina. Pode pôr-se em paralelo com os granitos. monzoníticos biotíticos.

Aplitos

Veios aplíticos atravessaram as formações graníticas que 'afloram na Avenida da República, em Mong-Hã, junto à casa mortuária, e próximo do pagode Lin-Fong-Miu. Na Chácara Leitão encontra-se um afloramento aplítíco.

Aspecto macroscópico:

São rochas eucristalinas, que mostram fáCies aplítíca típica e côr esbranquiçada ou rósea que lhe é conferida pelos felds- patos. Nalguns pontos ressaltam pequenos cristais de biotite.

Se normalmente os feldspatos e o quartzo têm Uma granulosi- dade muito fina e semelhante, num dos filões que aflora junto ao pagode Lín-Fong-Miu alguns dos cristais de quartzo são maiores do que o normal.

Algumas destas formações encontram-se profundamente alteradas e as alterações que apresentam são semelhantes às que vimos para os granitos.

Aspecto microscópico:

São rochas holocristalinas, de textura xenomórfica-granular

e constituídas por ortose, plagíoclase, moscovite, biotite (por

vezes a variedade meroxena), magnetite, zircão, raras granadas

e rara turmalina. As micas - ocorrem em muito pequena

quantidade. A ortose predomina normalmente sôbre a pla-

gioclase.

(15)

156

A ortose é alotriomorfa, em certos pontos hipidiomorfa, e por vezes maclada segundo a lei de Carlsbad. Encontra-se bastante caulinizada e também sericitizada. Normalmente albi- tizada, é vulgar encontrarem-se micropertites filamentosas ou venadas. Vêem-se secções com os dois sistemas de clivagem.

A sua extinção é levemente ondulaute. Encontram-se algumas micropegmatites. ' Contém inclusões de plagioclase, quartzo, biotite e moscovite.

A plagioclase, do tipo oligoclase, com 14

%

de An, ocorre em cristais hipidiomorfos e alotriomorfos, de carácter óptico biaxial negativo, e mais raramente de aspecto zon àdo, "Normal- mente maclada segundo a lei da albite, são ' vulgares os comple- xos albite-Carlsbad e rara a associação albite-periclina, As mirmequites são um tanto raras. Os seus cristais mostram-se por vezes arqueados, devido a acções orográficas. Um tanto caulinizada, encontra-se também sericitizada. Como inclusões apresenta biotite, moscovite, quartzo e rara granada.

A moscovite ocorre em pequena quantidade. Tem alon- gamento positivo paralelamente aos traços da clivagem, sendo a extinção rectilínea. De birrefringência elevada ('í -

IX

= 0,042), é biaxial negativa. t: vulgar apresentar-se levemente c1oritizada.

Intercresce por vezes com a biotite. Alguns cristais mostram-se de aspecto fibroso e tomam uma disposição radiada que lhes permite um arranjo esferolftico. Mostra raras inclusões de zircão, com auréolas pleocróicas, e inclusões de magnetite.

A biotite, com o seu pleocroísmo característico.'

"( = ~ = castanho-escuro,

IX

= amarelo-palha,

com côr de polarização verde, por vezes com irisações averme- lhadas, é alotriomorfa e em pequena quantidade. Apresenta inclusões de magnetite e de zircão. t: vulgar encontrar-se alte- rada para uma mica clorítica do tipo penina. Essá c epigenia inicia-se normalmente ao longo das linhas de clivagem . nos bôrdos dos cristais.

Numa amostra recolhida próximo da casa mortuária, em

Mong-Há, e numa outra da Avenida da República, encontrámos

(16)

J . M. C. NEIVA-Rochas erupt, da Provo de M acau

Fig.1- Gr an itode Siac-Pa i-Vane(Il h a de Ooloane), Luz na t., nico

+ .

(X 24).

Fig.2- Granito de Síac-Paí-Vane(Il h a de Col oa n e), Luz pol., nico

+.

(X 24).

ES T. IV

Boi.da Soe Geai.de Portugal- VaI. 111- l!U4.

(17)

157 em vez de biotite típica a variedade meroxena. Esta mostra-se hipidiomorfa e pleocrõícae

'( = ~ = verde-escuro,

(/, = verde-claro a amarelo-palha,

• o. absorção: '( = ~ > o: •

Extinção C: (/, = 0°.

A sua côr de polarização é verde, levemente iriada em tons avermelhados e amarelados.

Contém inclusões de magnetite, de zircão com auréolas pleocrõícas e acículos .de rütilo,

O quartzo éno geral alotriomorfo, de extinção levemente ondulante, intersticial, e envolve por vezes os outros minerais da rocha. Mostra inclusões pontuais típicas e dos outros mine- rais. Já vimos que além desta geração há uma outra, pois aparece em inclusões nos feldspatos ou com êles formando micropegmatites.

O zircão, de nítido hipidiomorfismo, encontra-se por vezes individualizado. Os seus cristais.. um tanto fracturados, leve- mente amarelados, de alta birreíringência, têm carácter óptico uniaxial positivo.

A magnetite, além de estar inclusa na biotite, na meroxena ou na clorite, encontra-se também individualizada em cristais hipidio ou alotriomorfos.

Num ponto ou noutro, mas raramente, encontram-se cris- tais de turmalina, hipidio ou alotriomorfos, de côr acastanhada, de dícroísmo intenso:

00

= castanho-escuro, s=amarelo,

• o. absorção:

00

> s,

Tem birrefringência alta e côres de polarização vivas. É de carácter óptico uniaxiaI negativo.

A pirite ocorre sob a forma de pequenos cubos. É de

(18)

158

geração bastante ulterior aos outros minerais da rocha e a sua origem deve ser hidrotermal.

Pela textura e composição mineralógica, estas rochas, de tãcies aplítica, são verdadeiros aplitos graníticos.

PEGMATITES

Uma das amostras da colecção é de um filão pegrnatítico que aflora junto ao pagode Lin-Fong-Miu e foi colhida no encôsto com o granito bíotítico de grão fino. O exemplar é formado por ortose albitizada, .quartzo leitoso e raros cristais de pirite.

A ortose é alotriomorfa, de côr rósea-acastanhada clara e está albitizada. Mesmo à vista desarmada notam-se finos veios albfticos, que, anastomosados, a sulcam em abundância. O tipo da pertite é o tipo venado.

O quartzo é leitoso, hipidiomorfo no geral. Numa pequena cavidade drúsico-geoídica há cristais de reduzidas dimensões, de hábito prismático, hialinos, que vistos à lupa se mostram cons- tituídos por { 1010 L· { 101d, {0111 ~ e{ 1121 L em que as faces dos romboedros têm um desenvolvimento bastante desigual, em especial alternadamente. Deve tratar-se de quartzo a.,

Encontrámos raros cristais de pirite, de pequenas' dimen- sões e de hábito cúbico.

Em Mong-Há, próximo da casa mortuária,' encontra-se um veio pegmatítíco relacionado lateralmente com um filão de aplito granítico. Aquêle filão pegrnatítico "é formado essencialmente por quartzo e ortose, mas. em que a ortose, em pequeninos cristais (0,5 a 1 cm. de 'comprimento), e, idíomorta, com faces de {no}, {ooi}, {201 ~ e {Ola}.

As pegmatites a que nos referimos são do tipo pegmatites graníticas.

VEIOS HIDROTERMAIS

No sopé da elevação de S. Francisco e em Macau-Síac ocorrem veios hidrotermais, de enchimento quartzoso, míneralí-

zados pela pirite. .

() nl1!Jrt7n tin enchimento é leitoso. alotriomorfo ou gros- ,

(19)

159 seiramente cristalizado. Em cavidades drúsico-geoídicas reco- nhecemos a existência de pequeninos cristais de hábito prismá- tico, encimados por dois romboedros complementares cujas faces estão desigualmente desenvolvidas. Noutras cavidades geofdicas nota-se uma capa de quartzo de hábito colunar, imperfeito, em que os cristais tomam disposição radiada.

A pirite ocorre em pequeninos cristais, de hábito cúbico, cravados no quartzo leitoso e nota-se parcialmente álterada para sulfato de ferro e para limonite.

ROCHAS SUB-SATURADAS

Basaltos olívíníces (?)

No sopé da colina de S. Francisco aflora uma rocha.

básica.

Aspecto macroscópico:

É uma rocha negra-acinzentada, de estrutura compacta.

Dêste fundo destacam-se pequenos fenocristais esbranquiçados' de calcite resultante de alteração da olivina,

Aspecto microscópico:

A textura é holocristalina, porfiritica (Est. II - figs. 1 e 2).

Os fenocristais são de olivina e de pequenas dimensões. Na pasta microlítica, holocristalína, destacam-se abundantes micró- litos de plagioclase e deolivina e numerosíssimos e pequeninos cristais de magnetite.

Os fenocristais e os micrólitos de olivina mostram-se no geral alongados segundo a aresta (001) (010), sendo o sinal de alongamento positivo, mas há fenocristais com secções idiomor- fas de orientação diferente, mas de contôrno hexagonal, pela co-existência de ~100~ e'~ 101~, ou de ~01O~ e ~011 ~ e mais rara- mente de ~ 110 ~ e ~ Ola}, e outras de contôrno octogonal defi- nido pelos traços das faces de ~ 100~, ~ 110 ~ e ~ 010~. Nalgumas secções observámos clivagens segundo ~ 010~. Transparente, quâsi incolor, de alto relêvo, mostra côres de polarização eleva- das. De birrefringência alta ('( - ex = 0,034), é biaxial positiva.

Contém poucas inclusões de magnetite.

(20)

160

Os micrólitos de olivina sãohipidiomorfos e mostram.

propriedades idênticas às dos fenocristais.

Vêem-se no geral os Ienocristais de olivina alterados para calcite (Est. II-fig. 1; Est. VII-fig. 2). Em muitos casos a olívína toma coloração verde-clara por alteração serpentinasa e depois dá centripetamente origem a calcite. Noutros casos, vimos passagem directa da olivina incolor para calcite, sem passagem intermédia por serpentina. A calcite mostra, por vezes, arranjo esferolítico.

A rocha encontra-se tão alterada que é impossível deter mi- narrigorosamente a natureza dos micrólitos feldspáticos. Tra- ta-se de plagioclase possivelmente do tipo labrador, como nos pareceu reconhecer por medidas angulares da extinção. Encon- tra-se a plagioclase profundamente caulinizada.

São muitíssimo numerosos, mas de reduzidas dimensões, os cristais primários de magnetite, que ocorrem por entre os micr6litos de plagioclase e de olivína.

Supomos que esta rocha deva ser o equivalente vulcânico das troctolites. Classificámo-Ia, sob reserva, como um possível basalto olívíníco.

ILHA DE COLOANE

ROCHAS SÔBRE-SATURADAS

Granitos

Em Lai-Chi-Vane e em Siac-Pai-Vane há afloramentos granfticos semelhantes ao granito predominante na península de Macau.

Aspecto macroscõpicoe

São rochas semelhantes ao granito de grão médio a grosso, bíotítíco, que aflora na península de Macau, com um pouco mais debiotite, apresentando uma das amostras pequenos feno- cristais de feldspato albitizado que se individualizaram.

A"nAI'+n

mit'rn!:t'lIniC'o ~

(21)

161 São rochas eucristalinas, leucrocatas, de texturas que vão . da hipautom6rfica-gtanular (Est. III - figs. 1 e 2) à cataclástica.

Nesta última é vulgar haver certa tendência à textura suturada.

A relação dos feldspatos, ortose> microclina > plagioclase, embora se verifique nalgumas amostras noutras é pouco nítida.

Das micas encontrámos a biotite ou a sua variedade meroxena.

A ortose, hipidio ou .alotriomoría, por vezes maclada segundo a lei de Carlsbad, mostra-se albitizada, com aspectos . micropertítícos, filamentosos e venados, e mais raramente em farrapos. Contém inclusões de plagioclase, zircão, magnetite, apatite e rútilo.

A microclina, alotriomorfa, apresenta o típico ladrilhado da maclagern. São vulgares as microclina-micropertites, predomi- nando as do tipo venado e ocorrendo algumas do tipo em farrapos. Contém inclusões dos mesmos minerais. que a ortose.

Mostra-se relativamente mais conservada do que a ortose. e a olígoclase. Êstes dois minerais vêem-se no geral caulinizados e sericitizados e a alteração dos feldspatos para sericite, nas rochas mais alteradas, chega a atingir completamente quási todos os

cristais.

A plagloclase é uma oligoclase com 18

%

de An, maclada polissinteticamente segundo a lei da albite, sendo vulgares os complexos albite-Carlsbad. Alguns cristais mostram crescimento zonado. As inclusões que apresenta são de mica negra, zircão, rútilo, magnetite e apatite.

A biotite, quando ocorre, apresenta as suas propriedades típicas e é no seu todo semelhante à que ocorre no granito da península de Macau. Contém inclusões de zircão, com auréolas pleocr6icas e inclusões de magnetite. Epigeniza-se para penina,

A meroxena ocorre sempre que a biotite propriamente dita não aparece e mostra-se pleocr6ica:

"'( = ~ = verde-escuro,

IX=

amarelo-palha,

•'. absorção: "'( = ~ >

IX.•

Extinção C:

IX=

0° ..

Birreírinzêncía:

j -IX

= 0.038.

(22)

162

Tem cõr de polarização verde, por vezes com írisações amarela- das ou avermelhadas. Contém inclusões de zircão, com auréolas pleocr6icas, e de magnetite.

O quartzo, alotriomorfo, intersticial, tem no geral extinção ondulante e nas rochas de textura cataclâstica chega a atingir biaxialidadeóptica, mostrando cataclastismo nítido.

A horneblenda é muitíssimo rara e só a encontrámos como acessório casual numa amostra do afloramento de Siac-Paí-Vane.

O zircão. aparece, por vezes, em pequeninos cristais alotrio- , morfos ou hipidiomorfos individualizados. O mesmo sucede à magnetite.

Estreitas vénulas de quartzo microgranular, acompanhado de breves fáculas sericiticas, atravessaram algumas das rochas, tendo penetrado pelas fracturas. Fracturas de alguns feldspatos foram penetradas por êstes veios, em que predomina uma maior quantidade de sericite.

São portanto rochas eucristalinas, peraluminosas, granitos potássicos de grão grosso a médio, biotíticos.

Quimismo:

Fizemos, no ano transacto, no 'Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências do Pôrto, a análise química de um. dêstes granitos. A amostra, bem conservada, sôbre que incidiu a análise, é de um afloramento de Síac-Pai-Vane.

Os resultados analíticos que obtivemos são:

Si 01 Ti Os Os AIs

Os fes Ofe OMn OCa OMg OK s

O Na

g -.

r,o,

Perda ao rubro

.'

71,96 0,67 13,91 0,39 2,53 Vestígios

1,16 .

0,31

4,82

3,41

0,07

0,88

100.11

(23)

Perda ao rubro Q

or ab an C hy mt ii ap

163.

ea partir dos quais calculámos a norma:

29,76 28,36 28,82 5,00 1,22 3,84 0,70 1,37 0,34 99,41 0,88 100,29 O granito tem por expressão -paramétrica r

I' ,4. (1) 2.3.

É portanto um granito calco-alcalino, ortosi-plagíoclãsíco, monzonítico.

'I

Os números de Niggli, que determinámos,

si 384,3

aI 43,6

fm 15,7

c 6,7

alk 34

k 0,48

mg. 0,16

ti 2,9

P 0,3

c 0,43 .

fm

Ls 0,58

Fs 0,03

Qs 0,39

qz 148,3

2 alk

aI + alk 0,88

(24)

16 4

permitem filia r, pelo seu quimismo, o granito de Siac-Pai-Vane no magma engadinítico da série calco-alcalina,

Granito de Siac- -Pai-Vane . . . . Magma engadiní- tico de Niggli .

si aI fm c alk k mg fm c qz 384,3 43,6 15,7 6,7 34 0,48 0,16 0,43 148;3

420 44 12 6 380,50 0,25 0,50 168 o que lh e co nfere um quimismo típico de Província Pacífica, o que ' é con firmado fazendo as suas projecções nos diagramas Ls-Fs-Qs e k-mg de Niggli.

Como fácies locais de vanaçao dêstes granitos encon- tram-se, no granito de Siac-Pai-Vane, concentrações nodulares biotíticas, São mesoc ratas e constituídas pelos mesmos minerais que o granito estudado, mas em proporções diferentes. Assim, os feldspatos mostram a relação: ortose> oligoclase > micro- e1ina. A mica que predomina é a biotite e mais abundante que no granito. Ocorre em quantidade o zircão, como inclus ões nos outros minerais ou individualizado.

Pela sua composição mineralógica êstes nódulos graníticos assemelham-se aos granitos de tipo médio, de Shand, que têm mais de '30

%

de minerais escuros. São encraves homeógenos.

Também em Siac-Pai-Vane aflora um outro tipo de granito, mas mais localizado.

Aspecto macroscópico:

É

uma roc ha holocr istalina, de grão fino e os seus ele- mentes são de g ranulosidade idêntica. A mica predominante é a biotite e acessõríamente ocorre alguma moscovite.

Aspecto microscópico:

A sua t extur a é hipautomórfica-granular. Os feldspatos potássicos predominam sôbre os calco-sódicos. A mica predo- minante é a meroxena.rvaríedade de biotite. Ocorrem acesso- riamente alguma moscovite, zircão e magnetite.

A ortose. de propriedades ' típícas, está albitizada, com

(25)

J . M. C. N EIVA - Rochas erupt, da Provo de Macau

Fig.1- Microgranito de8iac-Pai-Vane(Il h a de Coloane), Luz pol., nico

+.

(X 25).

Fig.2- Aplito granítico de Ponta da Cabrita(Il h a da Taipa).

Luzpol., nic o

+.

(X 25).

EST. V

Boi. da SocoGeol.dePortugal - Vol.JIJ - 1944.

(26)

165 .micropertites visfveis.Caulinizada e sericitizada, mostra inclu-

sões de oligoclase, meroxena e moscovite.

A microclina também está algo caulinizada e sericitizada.

Contém inclusões de oligoclase, meroxena, zircão e quartzo.

Encontrámos microclina-micropertítes.

D feldspato calco-sódico, que ocorre em menor quantidade que a ortose e a microclina, é do tipo oligoclase com 17 %

de An. Bastante sericitizado, encontrá-se também caulinizado.

A meroxena, alotriomorfa, de pleocroísrno típico, mostra inclusões de .. magnetite, zircão, -- apatíte e agulhas de rútilo.

Amoscovite, em pequena quantidade, alotriomorfa, apre- senta os caracteres habituais.

O zircão ocorre individualizado ou incluso nos Ieldspatos, e encontra-se próximo ou incluso na meroxena, em cristais ídío ou alotriomorfos.

Como o zircão, a magnetite mostra-se individualizada ou inclusa na meroxena. Quando individualizada ocorre sempre próximo dêste mineral. .

O quartzo, alotriornorfo, moldando os outros elementos, possui, além das inclusões pontuais típicas, inclusões de todos os outros minerais.

Trata-se de um granito de grão fino, de duas micas, em que a biotite francamente predomina. Poderemos considerá-lo, por semelhança aos granitos anteriormente estudados, como um granito monzonitico com biotite.

Um outro tipo de granito, muito localizado e de fácies curiosíssima, aflora também próximo de Siac-Pai-Vane.

Aspecto macroscópico:

É uma rocha eucristalina, de grão médío.. O. quartzo e o

feldspato mostram granulado semelhante em certas regiões, ao

passo que noutras o quartzo· é de menor tamanho. Tem

grande quantidade de um elemento escuro, micãceo, negro-

-esverdeado, do tipo meroxena. Esta mica apresenta-se em

. cristais achatados, largos, com 6 mm., em média, de diâmetro,

e muitíssimo pouco espêssos. Uma fractura da rocha, que apanha

principalmente as faces basais da mica, mostra um aspecto de

manchas profusas; quando a fractura atínie, na 'maior parte,

(27)

166

transversalmente os cristais de meroxena, lembra o aspecto de uma textura tinguaítica vista com considerável aumento ó u a fácies de uma shonquinite e por isso denominamos êste aspecto do granito de fácies pseudo-shonquinítica,

Aspecto microscópico:

Trata-se de uma rocha holocristalina com uma textura que até hoje não vimos descrita

i

Há uma base mosãiquíca, eqüígra- nular, em que entre os grãos médios de feldspato (alguns hipidiomorfos) e de quartzo ocorrem alongados e estreitos cristais hipidiomorfos de meroxena, que por vezes atravessam aquêles grãos (Est. lY - figs. 1 e 2). Mais tarde faremos um estudo por- menorizado dêste tipo de textura.

A relação entre os feldspatos é a seguinte: ortose> pla- gioclase.

A ortose ocorre em " cristais hipidiomorfos, mas com ten- dência a alotriomorfos. Alguns cristais são de crescimento zonado. Mostra incipiente albitização, o que se reconhece pelo sinal óptico positivo, pelo aparecimento de finíssimos laivos albíticos e pelo ângulo de extinção no clinopínacóide atingir

+ 12°. As suas restantes propriedade são as normais. Contém inclusões aciculares de apatite, algumas muito compridas, e de zircão levemente alterado para malacon.

Nítido hipidiomorfismo apresenta a plagioclase. Esta é do tipo oligoclase, com 16

%

de An. É biaxial negativa. As clivagens segundo {001 ~ e {oro ~ e os planos de macla paralelos a (010) ressaltam por acção da caulinização. ' Há cristais que mostram o complexo albite-Carlsbad. Vê-se leve sericitização da olí- goclase.

" A meroxena tem pleocroísrno característico:

"( = ~ = verde-escuro,

(J.

= amarelo-palha claro,

•'. absorção: "( = ~ >

(J..

Extinção C:

(J.

= 0°.

Birrefringência: "( -

(J.

= 0,036.

Ocorre em cristais hipidio e alotriomorfos muito estreitos e

achatados, alguns transformados para mica clorítíca do tipo

(28)

J. M. C. NEI VA - Rochas erupt, da Provo de Macau

Fig.1- Andesito diopsídico de 8il\c-Pai-Vane (Ilha deCol oa n e).

Luz na to(X 31) .

EST. VI

Fig. 2- Andesito diopsídico de 8iac-Pai-Vane (Il h a de Coloa n e).

Luz pol., nico

+.

(X 31).

Boi. daSoe.G.oi. de POT/agal-Vol. UI- 1944.

(29)

167

penína. Contém algumas inclusões granulares de zircão e de

rútilo, notando-se naquele auréolas. pleocróicas. Temos a im- pressão que a meroxena é em parte posterior aos restantes elementos da rocha, visto que os atravessa e mostra inclusões de alguns.

O quartzo molda os feldspatos e é alotriomorfo. Mostra extinção ondulante e por vezes biaxialidade e nítida textura.

. cataclãstica. Além 'das inclusões pontuais típicas possui algumas inclusões de meroxena.

O zircão encontra-se em certa quantidade. Aparece em inclusões nos outros minerais da rocha ou em cristais indivi- dualizados.

A apatíte, acicular, prismática, é muitíssimo vulgar como inclusão nos feldspatos e no quartzo. ..

Esta rocha é portanto um granito biotítico (meroxéníco) de grão médio. Aproxima-se um pouco dos granitos médios de Shand, Sob reserva, pômo-lo em paralelo com os granitos monzoníticos bíotíticos. Esta rocha, por perda de quartzo, passa lateralmente a uma fácies sienítica.

Microgranitos

Estas rochas ocorrem em breves afloramentos, natural- mente filonianos, em Síac-Pai-Vane, atravessando o granito monzonítico biotítico.

Aspecto macroscópico:

Têm côr acinzentada clara quando inalteradas e esbran- quiçada quando caulinizadas. Mostram compacidade, ressal- tando pequeninas pontuações, de dimensões inferiores à cabeça de um alfinete, de biotite. Numa das amostras lográmos encontrar euédricos de granada almandina visíveis à lupa.

Aspecto microscópico:

A textura é xenomórfica-granular, com tendências a cata- elástica (Est. V - fig. 1). A relação dos feldspatos é: micro- clina> plagioclase > ortose. O elemento de côr é a biotite, que ocorre em pequena quantidade e se mostra cloritizada.

A microclina, com as suas propriedades características,

alotriomorta, com bôrdos de cataclastismo nítido, encontra-se

(30)

168

maclada segundo a lei de Carlsbad. Nos bôrdos de alguns dos cristais notam-se micropegmatites, Um tanto albitizada, mostra microclina-micropertites filamentosas. Caulinizada, está também um pouco sericitizada

e Ó

Contém inclusões de plagíoclase, algu- mashipidiomorfas, granulações de quartzo e alguma biotite cIoritizada.

A ortose," que ocorre em pequena quantidade, encontra-se albitizada, sendo vulgares as micropertites, Mais. sericitizada do que caulinizada, contém inclusões do mesmo tipo que a microclina.

Hipidiomorfos são os cristais de plagioclase quando inclu- sos nos feldspatos potãssicos, mas alotriomorfos, com tendências a hipidiornorfisrno, quando individualizados. A plagioclase é do tipo oligoclase, com cêrca de 18 Dto de An. Predominam as macias segundo a lei da albite. Alguns cristais mostram breve estrutura zonada. Caulinízação e sericitização não são intensas.

O elemento mícãceo, corado, que ocorre nos microgra- nitos é a biotite. Xenomorfa, com bôrdos de cataclastismo, mostra-se no geral cIoritizada e então com o pleocroísmo seguinte:

l=~=verde, a. = verde-pálido,

e com côr de polarização azulada. Tem inclusões de zircão com auréolas pleocróicas e inclusões de magnetite.

Em grânulos arredondados ou sub-arredondados aparece o zircão individualizado, por vezes ligeiramente alterado 'para malacon,

Ocorre alguma granada almandina, isotrópica, rósea, de forte relêvo.

O quartzo é. alotríomorto, granoblãstico por vezes,. De extinção fortemente ondulante, nas regiões de cataclastismo é biaxiaI. Contém, além das inclusões pontuais normais, inclusões dos outros elementos.

Pelo estudo de algumas amostras de três ou quatro aflora- mentos reconhecemos tratar-se de microgranitos potássicos biotí..

ticos. Devem· ser, possivelmente, microgranitos monzoníticos

com tendências a alcalinos segundo a classificação de Lacroix.

.

,

(31)

169

PEqMATlTES GRANÍTICAS

Em Siac-Pai-Vane afloram filões pegrnatíticos formados por ortose albitizada, quartzo leitoso e moscovite.

ROCHAS SATURADAS

Andesitos '

Em Siac-Paí-Vane encontram-se alguns afloramentos de rochas saturadas de fácies semelhante.

Aspecto macroscópico:

São rochas de côr cinzenta-escura averdoengada, compactas, não se distinguindo à vista desarmada ou à lupa qualquer . constituinte, a não ser pequeninos cubos de pirite em duas das amostras. Por alteração estas· rochas ganham uma côr esver- deada-escura.

Aspecto microscópico:

São rochas holocristalinas, de textura porfirítica. Os feno- cristais são de piroxena e de plagíoclase, predominando os de piroxena, e estão rodeados de uma base microlítica essencial- mente constituída por plagioclase e por piroxena (Est. VI-

· íigs, 1 e 2).

Estas rochas contêm os seguintes elementos:

Elementos essenciais: plagioclase (andesina-labrador) e piroxena (diopside).

Elementos acessórios: magnetite, apatite, zircão, esfena e quartzo.

Elementos secundários: mica clorítica, horneblenda castanha,

· limoníte, zeólitos, caulinite, sericite, calcite e magnetite.

Os fenocristais de plagioclase, em pequena quantidade, são do tipo andesina-labrador, com 48-52

%

de An, valores determi- nados na zona perpendicular a (010). São idio ouhipidíomor- fos e apresentam- a macia polissintética da albite e mais rara- mente se vê o complexo albite-Carlsbad, Notam-se clivagens

· segundo {010 ~ e {001 ~, sendo esta: mais fácil. Encontram-se,

por vezes, os feno cristais de íeldspato um tanto alterados, cauli-

nizados e também sericitizados, e raramente alterados para cal-

(32)

110

cite e mais raramente zeolitizados. Contêm inclusões de esíena e aciculares de apatite.

Os micrólitos de plagioclase mostram, como os fenocris- tais, sinal óptico positivo e são do tipo andesina-labrador, com 47-50 010 de An. Contêm algumas inclusões de diopsíde, de clorite ede apatite.

A piroxena, que ocorre na rocha, é do tipo diopside, incolor, sem pleocroísmo. Os fenocristais de diopside são automórficos, com {010}. {roo], {110} e {001 ~ e por vezes {111 ~ e também hipidiomorfos. Alguns dos cristais estão maclados segundo ( 100).

De birrefringência alta ('{ - a = 0,03), biaxial positiva, o ângulo '{: C varia de + 34°a + 37°. Contém algumas inclusões de ma- gnetite e de zircão.

Os micrólitos piroxénicos são do mesmo tipo que os feno- cristais. Em .zranulações hipidio ou alotriomortas ocorre o diopside bastante alterado para clorite, vendo-se secções com todos os tipos de passagem ao mineral de alteração. Encon- trámos nalgumas lâminas delgadas o curioso aspecto da anfibo- lização do diopside (Est. VII - fig. 3). Êste mineral sofreu uma epigenia centrípeta para horneblenda castanha. Esta horne- blenda, por alteração, cloritiza-se também.

Dos minerais acessórios distinguimos: apatite, em secções idiomorfas, umas de hábito prismático e outras paralelas a {0001 ~; esfena, um tanto rara, xenomorfa; magnetite,em certa quantidade; algum zircão, idio e alotriomorfo, por vezes alterado para malacon; e quartzo, em pequena quantidade, xenomorío.

Àcêrca dos minerais secundários observámos:

Há abundância de mica clorítica, verde-clara, com côr de polarização azul de laivos arroxeados, biaxial negativa, que resultou da alteração do -diopside e da horneblenda castanha.

Êste último mineral, que mostra intenso pleocroísmo, resultou da anfibolização do díopside.

É vulgar a caulínízação da plagioclase e mesmo por vezes leve alteração para uma mica sericítica.

Encontrámos, mas em breve escala, a alteração de alguns

cristais de feldspato para calcite. Êste mineral apresenta grande

birreíringência, côres vivas de interferência e carácter óptico

uniaxial positivo.

(33)

171 Raros são nestas rochas os zeõlitos de alteração das pla- gioclases. Apresentam-se em aglomerados cristalinos, granu- lares e fibrosos, de relêvo negativo e de bastante fraca birre- fringência.

A limonite aparece em impregnações secundárias.

Nas lâminas delgadas dos andesitos mais alterados encon- trámos, na pasta microlítica, maior quantidade de pequeninos cristais de magnetite.

Os minerais secundários, a que nos referimos, levam-nos a supor que resultassem, muito possivelmente, da acção de águas termais ascendentes, saturadas por C Os, sôbre os minerais inalterados da rocha, principalmente sôbre a plagioclase e sôbre o diopside. A cloritização abundante da piroxena, a alteração da plagioclase para sericite, para calcite e para zeólitos (raros), a ocorrência, nalgumas amostras, de cubos de pirite, visíveis macroscõpícamente, com 1 a 2 mm. de aresta, levam-nos a . admitir que aquelas rochas foram submetidas à acção de águas termais ascendentes que originaram o fenómeno complexo da

propilítização. .

Consideramos as rochas estudadas como andesitos normais.

ILHA DA TAIPA

ROCHAs SÔBRE-SATURADAS

Granitos

De entre as formações eruptivas que afloram na Ilha da Taipa predominam as formações graníticas, de fácies seme- lhante aos granitos biotíticos de grão médio a grosseiro que afloram na península de Macau e na ilha de Coloane. Encon- tram-se aNO. da Fortaleza, na Ponta da Cabrita, e na região junto à Reprêsa.

Aspecto macroscópico:

São rochas holocristalinas, de grão médio a grosseiro, de

coloração esbranquiçada ou um tanto rósea, algumas de nítido

porfiroidismo, especialmente duas amostras, uma delas colhida

(34)

172

na Ponta da Cabrita e outra próximo da Reprêsa. Contêm muito pouca biotite. Algumas das amostras estão bastante alteradas e essas alterações são semelhantes às dos granitos de Macau e Coloane. Em geral os feldspatos estão tão albitizados que os aspectos pertíticos vêm-se bem à lupa e mesmo à vista desarmada.

Aspecto microscópico:

São nítidas, conforme as amostras, dois tipos de texturas:

hipautomórfica-granular a xenomórfíca-granular e cataclástica . .Esta última predomina em algumas amostras colhidas próximo à Reprêsa. No geral os feldspatos potâssicos predo- minam sõbre as plagioclases. O elemento corado, que ocorre em pequena quantidade, é a biotite. Observa-se, por vezes,

muito leve quantidade de moscovite.

Algumas das rochas são atravessadas por estreitas vériulas microgranulares de quartzo e sericite, o . que se nota nalguns exemplares colhidos na Ponta da Cabrita.

A ortose , alotriomorfa, por vezes maclada segundo a lei de Carlsbad, albitizada, variando os tipos pertíticos do fila- mentoso ao tipo em farrapos, mostra também alguns aspectos micropegrnatíticos. Contém inclusões de quartzo, magnetite, plagíoclase, moscovite, zircão e apatite,

A microclina é rara e contém os mesmos tipos de inclu- sões que a ortose. Apresenta também aspectos microclino-

-micropertíticos. •

A plagioclase é do tipo oligoclase, com 18 0 1 0 de An.

Normalmente hipidiomorfa, maclada segundo a lei da albite;

encontram - se também 'complexos albite - periclina e albite- -Carlsbad e mais raramente albite-periclina-Carlsbad. As inclu- sões que mostra são de moscovite, por vezes de aspecto esque- letiforme, de biotite e de apatite.

A biotite, hipidiomorfa ou alotriomorfa, com o seu pleocrofsmo típico,

'( = ~ = castanho-escuro,

a = amarelo-palha,

apresenta inclusões de zircão e de magnetite. Por vezes está

alterada para penina,

(35)

J . M. C. NEIVA - Rochas erupt, da Provo de Macau EST. VII

Fig . 1- Moscovi t e de disposi- ção fibro-radiada (a r r a nj o esferolítico)num granitode pr óx im o da Reprêsa (Il h a de Coloane). Luz pol., nico

+.

(X 23).

Fig. 2- Calcite resultante da alteração da olivina do basalto(?)do sopéda coli n a de S. Francisco (Península de Macau).

Luz nato(X 31).

Fig.3- Aspectos da anfíboli zação da piroxenado andesito diopsidlco de Sia c-Pai-Yane(Il h a de Coloane), Luz nato (X31).

Boi.daSocoGeai.de Portugal - Va I.II! - 1944.

(36)

173

A meroxena ocorre rarissimamente e só numa amostra, de pr6ximo da Reprêsa, onde não ocorre a biotite típica.

A moscovite é no geral alotriomorfa e por vezes vê-se um pouco caulinizada. Nalgumas lâminas delgadas as suas palhetas tomam um arranjo esferolftico, especialmente numa das amostras de pr6ximo da Reprêsa (Est. VII - fig. 1). Contém inclusões de zircão, algumas - alteradas para malacon e com auréolaspleocr6icas, e de apatite.

O quartzo, xenomorfo, com extinção ondulante e ligeiramente . fissurado, além das suas típicas inclusões pontuais alinhadas, mostra inclusões dos outros minerais. Nas rochas de textura ca- taclãstíca apresenta, entre os seus elementos, estrutura suturada.

Há zircão individualizado, por vezes em cristais idio- morfos com nítido crescimento zonado.

Em algumas das amostras notámos granada almandina, alotriomorfa, r6sea e em relativa quantidade.

Encontra-se alguma magnetite individualizada e num cristal dêste mineral vimos urna inclusão ídíomorfa rde zircão. No geral a magnetite está relacionada com a moscovite.

O rütílo, acicular, vê-se incluso nos feldspatos e no quartzo.

A apatite ocorre, raramente, em cristais alotriomorfos quando individualizados.

Nas lâminas dos granitos mais alterados vêem-se os feld- spatos completamente sericitizados, e naquelas em que há moscovite esta encontra-se fortemente caulinizada e a biotite alterada para penina, havendo impregnações de óxidos de ferro.

Trata-se, portanto, de rochas eucristalinas, sôbre-saturadas, peraluminosas, de granitos potássicos, biotíticos, de grão médio a grosseiro. Localmente apresentam fácies porfir6ide, sendo de ortose os fenocristais predominantes..

Êste tipo granítico mostra-se também de grão fino, em certo local da Ponta da Cabrita.

É um granito monzonítico com biotite.

Aplitos

Filões aplíticos atravessam os granitos descritos, na Ponta

da Cabrita, na região junto à Reprêsa e a N Q. da fortaleza,

(37)

174

Aspecto macroscópico:

Mostram coloração esbranquiçada ou rósea, que lhe é con- ferida pelos feldspatos. Uma das amostras da Ponta da Cabrita contém esparsas manchas biotiticas de grão também muito fino, irregulares ou circungulares, manchas essas com cêrca de 1 cm.

de diâmetro. O quartzo e os feldspatos mostram granulado fino e idêntico, e nalguns exemplares vêem-se' breves pontuações de biotite. Numa das amostras vê-se o contacto de um aplito com um filão pegmalítico.Nos exemplares alterados notam-se intensas impregnações ferríferas.

Aspecto microscópico:

A textura é a típica dos aplitos - sacaroidal. Predominam os feldspatos e o quartzo e são em bem pequena quantidade as micas(Est. V - fig. 2). A plagioclase e a ortose encontram-se

• em quâsí idênticas proporções, havendo porém leve predomi- nância da ortose.

A plagioclase é do tipo oligoclase, com 15

%

de An, normalmente maclada segundo a lei da albite, vendo-se também os complexos albite-Carlsbad e albíte-periclina. Os seus cristais são alotrio ou hipidiomorfos, caulinizados e por vezes sericiti- zados. Apresenta inclusões de quartzo, zircão e moscovíte.

A ortose, alotriomorfa, maclada segundo a lei de Carlsbad, com aspectos micropertiticos filamentosos e vedados, mostra-se mais caulinizada do que a plagioclase, Contém inclusões de quartzo, de oligoclase e de moscovite.

A microclina não é abundante.v-Com o seu aspecto típico, vê-se também albitizada. Observam-se inclusões de plagíoclase,

quartzo e moscovite.

>

A biotite é em muito pequena quantidade. Alotrio- morfa, com pleocroísmo intenso

- num cristal:

"( = ~ = castanho-esverdeado, .

('J.

= amarelo-claro;

-num outro:

"( = ~ = castanho-avermelhado,

~ = amarelo-acastanhado.

(38)

175

Contém inclusões de zircão e de magnetite. Altera-se para penina.

A moscovite ocorre em pequena quantidade predominando sôbre a biotite, com a qual, por vezes, intercresce.

O quartzo, alotriomorfo, ocupa os intervalos. entre os outros elementos.

, Aparece por vezes magnetite individualizada, alotrio- morfa ou hipidiomorfa, sempre próximo da biotite.

Raramente encontrámos turmalina, hipídiomorfa, de pleo-' croísmo intenso:

00

= castanho-escuro com laivos azulados, s = amarelo,

•'. absorção ro> '.

Nalgumas lâminas delgadas vimos grânulos hipidiomorfos de granada almandina e pequenos cristais hípidío ou alotrio- mortos, índivídualízados, de zircão.

Estas .rochas são aplitos graníticos.

PEGMATITES

Encontram-se filões pegmatiticos numa região próximo à Reprêsa, atravessando o granito monzonítico biotftico.. No geral são de grão bastante grosseiro. Dos íeldspatos encontrámos ortose e microclina, sendo aquela no geral de coloração rósea e esta de coloração esverdeada. Êstes feldspatos mostram faces de clivagem e estão albitizados, vendo-sé aspectos pertíticos.

A biotite ocorre em muito pequena quantidade.

_ De próximo da Reprêsa vimos um exemplar de pegmatite gráfica, constituída por ortose albitizada a. que os arabescos cuneiformes de quartzo, grosseiramente paralelos, bem nítidos, dão, tanto macro como microscõpicamente, aspecto típlco, A ortose mostra inclusões alotriomorfas de oligoclase, mosco-

víte, magnetite e zircão.

(39)

176 -

Numa das amostras de um filão da Ponta da Cabrita vê-se nítida estrutura zonada, sendo a região central ocupada por um veio quartzoso, paralelamente ao qual se dispõem alter- nadamente veios de feldspato e veios de quartzo.

VEIOS HIDROTERMAIS

Afloram na Ponta da Cabrita e também próximo à Reprêsa.

São constituídos por quartzo leitoso, que em cavidades geo- -drúsicas se mostra hialino, de hábito prísmâtíco.rcom as faces dos romboedros de desenvolvimento alternadamente desigual.

Deve tratar-se de quartzo ex.

ROCHAS SATURADAS

Andesitos

Afloram próximo da Reprêsa, São rochas, tanto macro como microscopicamente, idênticas aos andesitos diopsídicos que Se encontram em Siac-Pai-Vane, na ilha de Coloane. Mos- tram também nítida propilitização.

CONCLUSÕES

1.

a-

As rochas eruptivas que afloram na Península-de Macau e ,nas ilhas de Taipa 'eColoane mostram as seguintes características:

GRANITOS BIOTfTICOS

Encontram-se diversos tipos estruturais: de grão grosso, de grão médio, de grão fino, porfiróides, e raramente com. uma curiosa fácies que lembra o aspecto de uma shonquinite e por . isso a denominamos pseudo-shonquinítica.

Têm as seguintes texturas: hipautomórfica-granular; xeno-

mõrflca-granular, cataclástica e suturada. A fácies pseudo-shon-

(40)

177 -quinftica apresenta um tipo invulgar de textura que será objecto

de futuro estudo.

Os granitos mostram-se constituídos por:

Elementos essenciais: ortose, oligoclase, quartzo, biotite (em vez desta, por vezes, a variedade meroxena) e não raro mícroclina. .

Elementos acessórios: moscovíte, zircão, magnetite, apatite, rútilo e, acidentalmente, pirite, granada almandína, fluorite e horneblenda.

Elementos secundários: caulinite, sericite e penina.

ENCRAVES HOMEÓOENOS NOS ORANITOS BIOTfTICOS

Os seus elementos constituintes são qualitativamente seme- lhantes aos granitos, mas quantitativamente diferentes.

São rochas mesocratas, ricas em biotite,

. MICROORANITOS BIOTfTICOS

Possuem textura xenomórfica-granular com tendência a cataclâstica. São formados por:

Elementos essenciais: microclína, ortose, olígoclase, quartzo e biotite.

Elementos acessórios : zircão, magnetite e granada al- mandina.

,.. Elementos secundários: caulinite, sericite e penina.

APLITOS ORANíTICOS

A sua textura é autalótrlomôrflca-granular. São constí- tuídos por:

Elementos essenciais: ortose, microclína, oligoclase, quar- tzo e moscovite.

Elementos acessórios: bíotíte, magnetite, turmalina, gra- nada almandina e zircão.

Elementos secundários: caulinite, penina e sericite.

(41)

AFLORAMENTOS ERUPTIVOS DA PENÍNSULA DE MACAU E DAS ILHAS DE TAIPA E COLOANE

Península de Mallau Ilha de Taipa Ilha de Coloane

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4.- De grão tino , , , , • ,

esitos diopsídioos IS hidrotermais . matites. granítillas

3,- De grão tino, portiróides •

iJ.tos olívíníeos

(?). , • • • • • • ,

itos granítillos, ,

~ogranitos

monzonísíeos . , , , . • raves homeõgenos nos granitos mon- sonttíeoe biotítillOS, • , • . , , , , .nítoa monzonítioos bíotítíeoa:

lo-'De grão médio a grosseíro, por

~

vezes portiróides , , • , , '1

2,- De grão médio, com rãctes pseu-

~

do-ahonquínttdca , , . , • , '1

(42)

179

PEGMATITES GRANíTICAS

São formadas por ortose e microclina albitizadas, quar- tzo e pirite. Mais raramente ocorrem moscovite, biotite, oligo- clase, zircão e magnetite.

VEIOS HIDROTERMAIS

São constituídos por quartzo

ex,

mineralizado por sulfuretos.

ANDESITOSDIOpsfDlCOS

Têm textura porfiritica (fenocristais de andesina-labrador e de diopside) e são form ados por:

Elementos essenciais: andesína-labrador e diopside.

Elementos acessórios: magnetite, apatite, zircão, esfena- e quartzo.

Elementos secundários: .míca clorítica, horneblenda casta- nha, limonite, zeõlltos, caulinite, sericite, calcite e magnetite.

BASALTOS OLIvfNICOS (?)

Possuem textura porfirítica (fenocristais de olivina). São constituídos por:

Elementos essenciais: olivina é, muito provàvelmente, labrador.

Elementos acessórios: magnetite.

Elementos secundários: serpentina, calcite e caulinite.

Pela sua composição mineralógica correspondem êstes basaltos a possíveis equivalentes vulcânicos das troctolites.

"2.& - O estudo petroquímico do granito biotítico de grão

médio a grosseiro, predominante nos afloramentos eruptivos

da península de Macau e das ilhas de Taipa e Coloane, per-

mitiu classificá-lo como um granito calco-alcalino, ortosi-plagio-

clãsíco, monzonítico, com a expressão paramétrica I' .4. ( 1) 2 . 3 .

Pelo seu quimismo aquêle granito filia-se no tipo magmá-

tico engadinítico de Niggli do elan calco-alcalino, característico

de Província Pacífica. " " "

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