Março de 2016
Curso de Teoria Monetária
Celso L. Martone
Capítulo 3 Sistemas Monetários
O sistema monetário é a organização dos meios de pagamento de uma economia com base numa moeda aceita por todos. Historicamente, os dois sistemas monetários mais importantes foram o padrão-ouro até o início do século XX e o padrão fiduciário que o sucedeu. Tres tipos de agentes interagem neles: o público (indivíduos e empresas), os bancos e o centro de reserva (o banco central ou autoridade monetária).
3.1 O padrão-ouro
O ouro é uma commodity que pode ser usada como moeda ou como insumo na indústria e nas artes. O preço do ouro é determinado no mercado livre, no qual produtores, consumidores e os demais agentes compram e vendem a mercadoria. Existe irrestrita conversibilidade do ouro em relação a outros tipos de moeda. O preço do ouro no mercado livre flutua ao sabor da oferta e da demanda, mas o preço do ouro como moeda é fixo em termos da moeda nacional (US$ 35 por onça-troy de ouro, por exemplo).
Este valor fixo é denominado valor-par ( par value ) da moeda. O ouro é, portanto, o lastro do sistema monetário ou a base sobre a qual os demais tipos de moeda são criados. Os demais tipos de moeda são meros certificados de depósito do metal nos bancos ou no banco central. Trata-se, portanto, de um padrão-mercadoria ou padrão-metálico, com taxa fixa de câmbio.
O Quadro 3.1 mostra os agentes que operam a moeda nas colunas e os tipos de moeda existentes no padrão-ouro strictu sensu nas linhas. Definimos os índices p como público, m como autoridade monetária e b como bancos.
Os meios de pagamento M são definidos pela soma da primeira coluna e são compostos de espécie Sp , papel-moeda emitido pela autoridade monetária Pp e depósitos à vista emitidos pelos bancos Dp:
M = Sp + Pp + Dp (3.1)