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Repositório Institucional UFC: Herança familiar e distribuição de renda na região metropolitana de Fortaleza: o período 1979-1985

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(1)

Esta Dissertação foi submetida como parte dos requi-sitos necessários a obtenção do Grau de Mestre em Eoonomia, outorgado pela Universidade Federal do Ceará, e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca Central da refe-rida Universidade.

A citação de qualquer trecho desta Dissertação e pe~ mitida, desde que seja feita de conformidade com as normas ética científica.

JiailJL

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

M

J .,

Marcelo Moratti Cardoso

DISSERTAÇÃO APROVADA &~ 06 DE MARÇO DE 1986

Prof. CarIos Mauro :senevidesFilro Orientadorda Tese

Prof. Ricardo Rég. ISaurrlersD..lart Coordena.ci&do Curso

Prof.

(2)

"HERANÇA" FAMILIAR E DISTRIBUIÇAO DE RENDA NA REGIAO

i'~ETRb-POLITANA DE FORTALEZA: O PERloDO 1979 - 1985.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

T339.22 C264h T

N.Cham. T339.22 C264h T Autor: Cardoso, Marcelo Mo Título: "Heranca" familiar e

1111I111111111111111111111111111111111111111111111

01113119 Ac.35260xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA UFCE-BCME

MARCELO MORATTI CARDOSO

DISSERTAÇAO SUBMETIDA A COORDENAÇAO DO

CURSO DE pOS-GRADUAÇAO EM ECONOMIA; COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇAO DO GRAU DE MESTRE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA

(3)

.~

Pa4a

Wal~e4zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe Ven~~e, meu~ pa~~ e

(4)

AGRADECIMENTOS

Este trabalho ~ fruto d~ um longo perlodo de apren-dzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAiza do, no qual muitos contribulram e, por um sentimento de gratidão maior, queremos registrar nossos agradecimentos

es-pecxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAi a i s :

ao Prof. Carlos ['~auro Benevides Fil ho, orientador deste trabalho, e demais membros da comissão orientadora, Prof. Ricardo Regis Sa u nd er s Duarte e Prof. Ronaldo de Albu-que r Albu-que e Ar ra e s , pe1a d ed ica çã o, p e1a d i s po n i b ilida d e em discutir e sugerir ideias e, principalmente pelo apoio .de-monstrado;

ao Sistema Nacional de Emprego (SINE/CE) pela cessao de suas pesquisas e pelo apoio financeiro, sem os quais este

trabal ho não teria sido pos sIv el , bem como ã todos os seus funcionários do Departamento de Informação;

aos amigos Hildemar Brasil, pelo cansativo de programação e compilação dos dados e, Francisco xeira, por suas valiosas contribuições teóricas;

i todos os colegas, amigos, professores e funcioná-rios do CAEN que, direta ou indiretamente, contribuiram para este trabalho;

trabal ho Jose Tei

. a meus pais por todas as condições que me deram e a mi nha e sposa, p e1o seu inc en ti vo c o n s ta n te , como tamb~m p e1o

seu trabalho na datilografia inicial dos manuscritos.

(5)

RESxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAur~o

Este trabalho, partindo de considerações empf rzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAí c oe teê

ricas sobre a pobreza que assola a Região Nordeste, procurou evidenciar a elevada concentração de renda pessoal no Estado do Ceará e, mais diretamente, na Região Metropolitana de

For-taleza, bem como a evolução do quadro da desigualdade no pe-rIo do compreendido entre os anos de 1979 e 1985.

Para isso foram utilizados como indicadores o COEFI-CIENTE DE GINI, o lNDICE DE THEIL, a VARIÃNCIA DO ,LOGARI'TIMO e; de forma complementar, a RENDA MEDIA e a RENDA PERCENTUAL.

Constatadas a acentuada desigualdade e a reconcentra-ção da renda no periodo em estudo, procurou-se observar qual a influência do "BACKGROUND FAI~ILIAR", ou seja, qual o

impac-to das condições sócio-econômicas da fam;lia na determinação d a renda do í nd í vid uo , sem atribuir-lhe, no entanto, o papel de unica e exclusiva relação causa1-exp1icativa.

Utilizou-se, nesse caso, um conjunto de regressoes associado ao modelo conhecido como "ANALISE DE TRAJETORIA" que constitui-se, fundamentalmente, num método de decomposi-ção e interpretação linear que considera cada variável em sua forma estandartizada e que, definindo as hipóteses a priori, força a argumentação a ter, no m;nimo, consistência interna, evitando dessa forma que suposições mutuamente t nc ompa tlv eis sejam consideradas.

(6)

ABSTRACT

This work, based on empirical and theoretical

consi-derations about povertyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAí n the NORTt:lEAST :REGION of BRAZIL, tried to show the high concentration of personal income in

CEAR~, more directly in FORTALEZA's METROPOLITAN ZON~, and

also the evolution of these disparities from 1979 to 1985.

For this it was used as indicators the GI:NI. INOEX, the

H\EIL INDEX, the LOGARITHr4IC VARIANCE, and canplementarly, the

AVERAGE and the PERCENTUAL INCOMES.

Proved this fact, it was observed how .FAHILY BACKGROUND

influenced the increase in the level of income inequality, that is, how significant it is on the determination of

individual income.

To answer the questions made by this thesis was used

"PATH ANALISYS". It consists, fundamental1y, in a 1 inear

decoposition and interpretation method. This method considers

each variable in their standartized form, specifying, a priori, the hypothesis, making the argumentation to be

c o ns is t en t , avoiding incompatibles conjectures.

(7)

S Ur4l\ RIO

pãxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA9 ina

AGRADECIMENTOS ....•..•.•.•.••..•...••••. ~... ••.. iv

RESUMO ....•...•.•.••••••••.•..•••..•..••..•..•.•••.. v

ABSTRACT ...•..•...•...•...••.•.•...••.•.. vi

LISTA DE TABELAS ...•...•....••...•••...••.... viii

LISTA QI QUADROS... x

LISTA DE FIGURAS... xi

---

. INTRODU ÇAO ...••...•.•.•..•...•.•••..• 1

1. CONSIDERAÇDES METODOLtiGICAS ...•..•..•.•• •... 5

1.1 - Os Dados ...••...•..••...•...•.. 5

1.2 - ~ lndices ~ Concentração... 8

1.3 - "Ba c k q r oun d " Familiar ~ "Aná l is e ~ Trajetória" 12 2. CAUSAS DA DESIGUALDADE... 21

3.

!2

ECONOiv1IA ESTADUAL - BREVES CONSIDERAÇDES ...• 34

3.1 - Aspectos Sócio-Econômicos ...•.•.•.•....••... 34zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 3.2 - Reconcentração ~ Renda ~ RMF: Q Perlodo 1979-1 98 5 56 -- . 4. I N F L UÊNC I A OO 11BA CKG R OU N D" F AivtI LI A R NA DE T E R ~4I NA-- -~ DA RENDA PESSOAL •.•..•••.•...••.•..•..• :.. 69

5. CO NCL USOES ...•.•..•.•..•.•••••••.••.•..•••.•..• 77

6. BIBLIOGRAFIA ....•.•...••••••.••...••••.••.••••••. 80

(8)

Ta be 1azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

. 1

LISTA DE TABELAS

aCME - BIBLIOTECA

- Distribuição da renda, por decis, segundo o

setor de atividade. Ceará, 1979 .

Página

36 2 - Ceará: Estrutura do emprego nâ o-a q rIc o la s~

gundo os estratos "o r qa nxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAizados" e "não-org~

nizados" - 1950/1970 42

3

4

5

6

7

8

9

10

- Ceará: Estrutura do emprego por setores

1950/1970 ~ .

- Evolução das atividades organizadas na RMF.

1960/70/8 O .

- Distribuição dec;lica da renda. Estado do

Cearã, 1979 .

- Distribuição da renda, por decis, segundo o

grau de instrução. Cea.rá, 1979 .

Indicadores da concentração da renda no Es-tado do Cearã, segundo os setores de

ativi-dade e os graus de instrução - 1979 .

- Distribuição dec;lica da renda. Região

Me-tropolitana de Fortaleza, 1979 .

- Distribuição da renda, por decis, segundo o

grau de instrução. RMF, 1979 .

- Indicadores da concentração da renda na RMF

segundo os graus de instrução. 1979 .

viii

44

46

49

50

52

58

59

(9)

ixxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Ta b e 1 azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Pãgina

11 - D'istribu í ç ão da renda na RI~F. 1985 64

12 - Distribuição da renda segundo os graus de

instrução. Ri~F, 1985 65

13 - Indicadores da concentração da renda segundo·

os graus de instrução. RMF, 1985 67

(10)

LISTA

Ql

QUADROSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Quadro Página

1 - Decomposição dos efeitos diretos e indiretos

com aplicação da "Anà lxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAis e de Ir-a j etó ria ".

RMF,1979 ••••••.•••••..••••.••.•.•.••••.••.. 71

2 - Decomposição dos efeitos diretos e indiretos com ap1 icaçâo da IIAná1 ise de Tr-a j etti ria? • RMF, 1985 .•••.•.•••••.•.•.••••••••.•..••.•. 75

(11)

FiguraxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2

3

4

LISTA

DE FIGURAS

Página

Curva de Lorenz 8

- Diagrama de trajetória

...

1 5

-

Diagrama de trajetória.

Rt·1F ,

1 979

...

70

"

-

Diagrama de trajetória.

RMF,

1 985

...

74

(12)

INTRODUÇAO

Com o avanço do processo de crescimento econômico do Brasil", nas ultimas dxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAêc ad e s , e suas repercussões sobre a

"qua lí d a d e de vida" da população, o tema distribuição de re.!!. da passou a ser objeto dos mais variados estudos, suscitando amplas controversias, tanto em seus mod~los

teôrico-explica-tivos quanto na anilise de suas manifestações concretas.

A ciência econômica tem tratado a questão da

distri-buição de -renda em du azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAs linhas analiticas. A primeira, c hama da Qistribuição funcional da renda, se refere ã repartição

da renda entre "capital", "trabalho" e "terra" ou, mais esp~ cificamente; entre rendas do capital (lucros, juros), do tra balho (sa lâ rto s ) e da terra (a luçu ê t s , renda da terra). A s~ gunda linha, chamada distribuição da renda pessoal, envolve o estudo sobre a repartição entre as pessoas., refletindo, s~ bretudo, os n;veis de consumo dos indiv;duos e/ou das fam;-lias, o que corresponde ã noção corrente de pobres, remedia-dos e ricos.

De qualquer forma, o ponto principal das anilises tem sido a relação entre distribuição de renda e crescimento econômico, que apresenta uma conexão bastante clara.

O crescimento tem se fundamentado na acumulação de c.apital que, por sua vez, depende sobretudo (não exclusiva-mente) da taxa de exploração, ou seja, da repartição do pro-duto gerado na sociedade. Parte desse produto, ou seja, o

"produto necessirio" se destina a assegurar a reprodução da força de trabalho, enquanto que outra, chamada "produto ex-cedente", se destina ao consumo dos não-produtores e ã acumu lação. A forma como se reparte o produto total entre essas duas partes determina parte do ritmo da acumulação e, conse-qüentemente, do ritmo do crescimento.

(13)

2zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Nesse seritido, a relação entré distri~uição de renda e crescimento econ6mico, objeto desse estudo, assume uma im-portância fundamental e pode ser considerada um aferidor ad~

quado da "qualidade de vida" de d exwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAte rm inad a sociedade, defi nindo niveis de consumo, condições de moradia, saude e lazer

bem como padrões pOlitico-culturais de uma população.

Obse~vando as ultimasdicadas, tonstata~se que oBra s íl , apesar de ciclos conjunturais, passou por um significa-tivo crescimento e modernização econômica. Entretanto,grande parte de sua população tem tido deterioradas, cada vez mais, suas condições de vida, consubstanciado pelas elevadas taxas de de s emp re q o e subempr e q o , de inflação, de concentração de renda e de marginaliza~io social. Esses não são, a nosso en-te n d e r, os, r e sul ta dos d a qu il o que c o n s id e r a mos O ES E NV O LV Ii~E N TO, que não deve, e não pode, ser entendido como simpl es ex-pansão das forças produtivas e/o~ do produto global da socie dade, mas deve trazer em seu b6jo o aspecto pol;tico e so-cial da distribuição da riquezal.

O problema da distribuição de renda não e "novo" e nem tão pouco especifico deste ou daquele pais, sendo pass;-vel de observação quer nos "paises desenvolvidos", quer nos "paises em desenvolvimento", resguardadas obviamente suas caracter;sticas especificas, quaissejam: i) enquanto os pri meiros apresentam Tn d íc e s de concentração - no caso, INDICE DE GINI - que variam de 0,30 ã 0,40, os segundos tim apre-sentado indices que variam de 0,50 ã 0,70 aproxi~adamente; ii) nos "patses em desenvolvimento", grande parte da popula-ção - 60 a 80% - tem rendas menores que a renda media

na-ci o na l , enquanto que, nos "paTse s desenvolvidos", esse per-centual e substancialmente menor e iii) enquanto que, nos primeiros, as pessoas que compõe o grupo de 5% mais ricos possuem niveis de renda duas ou três vezes maior que a midia nacional, nos segundos, a renda do grupo correspondente

(14)

3zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

ga a ser seis, sete e at~ mesmo quase oito vezes maior, como e o caso do Brasil.

Evidencia-se, então, uma diferença fundamental: nos "palses desenvolvidos", apesar da ri~ueza ser concentrada -- caracterlstica que nos parece comum ao sistema capitalis-ta - a distribuição da renda pessoal se apresenta mais equi

taxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtiva., embora não ideal, possibil itando ã maiores segmentos populacionais acesso ã melhores condições de vida

(remunera-ções do trabalho mais condizentes, acesso ao sistema educa-cional e m~dico-hospitalar, possibil idades de transporte e lazer, dentre outras) e ã padrões de consumo com uma gama r~ latfvamente ampl iada ; por outro lado, nos "paises em desen-volvimento", al~m da coricentração de riquezas, tamb~m a dis-tribuição da renda se a~resenta acentuadamente concentrada, consubstanciando baixas co ndiç ôes de reprodução da força de

trabalho, ou seja, consubstanciando padrões de pobreza gene-ra1iza da .

Vale ressaltar, nesse momento, que, usualmente, dis-tinguem-se dois conceitos de pobreza: pobreza absoluta e po-breza relativa.

CME -BIBLIOTECA.

O primeiro conceito envolve a noção de um minimo ne-cessário ã subsistência - de pessoas e/ou de familias -- e consta, geralmente, de uma dieta básica acrescida de gastos com saiid e , tra nsporte e vestuário.

A pobreza relativa leva em conta o padrão de vida a-tingido pela sociedade, resultando, portanto, grande seme-lhança entre este conceito e o de desigualdade social, sendo tim p r ob 1em a ta n tom a is e v id e nt e q ua n tom a is c o nc e ntra d a f o r

a distr~buição de renda.

Dessa forma, a distribuição de renda se torna um tó-pico de extremo significado, principalmente se considerarmos que, do ponto de vista do "bem-estar" social (desenvolvimen-to das sociedades), uma renda menos concentrada

ê

preferlvel a uma mais concentrada.

(15)

4zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

maioria dos trabalhos que abordam esse tema no Brasil exis-tem evid~ncias emplricas sobre o grau de pobreza que per-meia toda a Região Nordeste, " ... onde o pobre

e

mais

unifor-memente pobre e o rico

e

mais desigualmente rico ...xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1I2, que optamos por estudar a distribuição pessoal da renda no

Esta-do Esta-do Cearâ e, mais especificamente na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), observando a t nf l ué ncia da "herança fami

liar" (BACKGROUND FAMILIAR) na determinação da renda indivi-dual e a te ndé nc í a do pe rIo do 1979/1985.

Partindo dessas considerações, iniciamos o trabalho tecendo alguns comentãrios sobre os dados, os lndices e a v~

r í âv eis utilizadas. Cabe acrescentar aqui, que estamos plen~ mente conscientes que a repartição da renda pessoal, tal co· m o

e

r ev e1a da pe1o s CENS O S bem c om o p o r ou tra s fo nt es ,não nos mostra a maneira como se divide, e~tre os diversos segmentos da população, tudo o que se produz, ou seja, todo VALOR NOVO criado, refletindo apenas a divisão do produto eritre consumo necessârio e consumo improdutivo.

o

segundo capitulo trata da questão teõrica, aborda~. do as principais argumentações sobre as causas da concentra-ção da renda e, o terceiro, partindo da caracterização so-cio-econômica, apresenta os resultados obtidos para o Estado e a RMF.

Essa opção metodolõgica nos possibilitou, no c api tu-10 seguinte, conduzir a discussão sobre a "herança familiar" em função de seus efeitos sobre a distribuição da renda e, no capitulo que encerra o trabalho, apresentar algumas con-clusões e sugestões no sentido de romper o processo

concen-tracionista.

(16)

1 - CONSIDERAÇOES METODOLÔGICAS

1.1 Os Dados:xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

ME - SIBLIOTEC

Os dados que foram utilizados na adequação das tabe-las e do modelo empregado neste trabalho foram obtidos atra v~s ,de duas pesquisas realizadas pelo SISTEMA NACIONAL DE EM PREGO - SINE/CE, FORÇA OE TRABALHO E EMPREGO NO CEARA, de 1979, e DE~EMPREGO E SUBEMPREGO NO MUNICIpIO DE FORTALEZA, de 1985, e que vem sendo realizada trimestralmente desde mar ço de 1984.

'Em i979, a pesquisa contou com uma amostragem do ti-po pr o ba bt lf st íc a , selecionada em três etapas, quais sejam, mu n ic i p i o, se to r e dom ic i 1 io.

Para a seleçio dos municipios foram ,utilizados méto-dos estatisticosl onde, considerando uma 1 inha de corte prê-estabe1ecida, determinaram-se dois conjuntos distintos cara~ terizados por municlpios auto-representativos e municipios nao auto-representativos.

Como auto-representativos foram classificados todos os municipios que fazem parte da Região Metropolitana de For ta1eza ~ RMF -- e os outros municipios do Estado que

apre-sentavam uma populaçio igualou superiorzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã linha de corte municipios com mais de 50.000 habitantes -- sendo

defini-da para estes municipios probabilidade de escolha igual a um. Na definição dos municlpios não auto-representativos utilizou-se uma estratificação, segundo critérios amostrais,

lUma melhor caracterização dos métodos empregados pode ser ob-tida em: Cearão Sistema Nacional de Empregos. Força de trabalho e empre-go no Estado do Cearão Fortaleza, 1981.

(17)

6zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

onde p rocu ro u= se obter certo grau de homogeneização quanto às caracterlsticas da população. Para a montagem dos estratos observou-se o agrupamento de municlpios que, em uma mesma

região, apresentava uma população aproximadamente igual ãxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

. .

duas .vezes a linha de corte. Definidos os estratos, os muni-clpios foram selecionados segundo a tecnica de freqüência acumulada onde estes municlpios foram classificados em ordem d~crescente em decorrência do tamanho da população em cada estrato.

Seguindo ésse plano amostra1 foram selecionados 38 municlpios, representativos para o universo em estudo, nos quais foram pesquisados 27.644 domicl·1ios, selecionados a1ea toriamente, e que co.rrespondiam a 10% do total de domtcTlios , A pesquisa realizada em 1985 se refere apenas ao mu-n ic1p io d e Fo r ta 1e za. N e s s e se n t ido, não nos fo i po s sív e1 rea 1 izar um estudo comparativo a nIve l do Estado.

Por ou tro 1a do, se g u nd o os da dos d o prõp r io õrgã o r e sp o n sâ v el p.ela execução da pesquisa, do total da força de trabalho empregada na RMF, 85% se concentra na sede metropo-litana. Este percentual, bastante significativo, nos p o s sí bj litou supor que todas as caracterlsticas da população ocupa-dq na RMF estariam representadas na população pesquisada no municlpio de Fortaleza, permitindo-nos uma extrapo1ação para a RMF e, conseqüentemente viabi1izando o estudo comparado p~ ra o perlodo 1979-l985~

Para esse pesquisa, o processo de amostragem seguiu duas fases distintas: C1u~ter Ana1ysis2 e Plano Amostral.

Na primeira fase, parti ndo de um 1 evantamento rea li-zado pelo GEIPOT, onde o municlpio de Fortaleza foi subdivi-dido em 109 setores, e utilizando um metodo hierárquico ag1~ me r-a t ivo denominado "MtTODO DE WARD", procedeu-se ã um estu-do de homogeneização do universo a ser pesquisado, levando

(18)

7zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

em conta as seguintes variáveis: habitantes por domicl1xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAio ,

densidade demográfica, emprego por habitante, taxa de parti-cipação (relação entre população ativa e população total), matrlcu1as por estudantes, habitantes por veicu10s e velcu-10s por área. Este estudo de homogeinização teve os seguin-tes objetivos: i) uma divisão espacial do municipio de Fort~ 1eza que permitisse uma melhor caracterização dos indicado-res de mercado a serem avaliados; i i ) um aumento de precisão nas estimativas das caracteristicas da população em estudo e t í í ) tamanho amostra1 exequive1, haja vista os fatores cus to e operaciona1ização da coletas de dados.

Em decorrência desse processo, os 109 setores ini-ciais passaram a compor apenas 14 estratos, internamente ho-mogêneos e heterogêneos entre si, que refletem em grande pa~ te o processo de estratificação so~ia1 do municlpio.

Na segunda fase foi utilizado o metodo da "Amostra -gem Estratificada Proporcional" para dimensionar o tamanho amostra1, que chegou a 1503 domicil ios, a1ocados nos 14 es-tratos segundo a "Partilha de Newman". BCMc-BIBLlOTeCA.

Finalmente, duas observações se fazem neçessãrias. Para a elaboração da distribuição d ec Tl í c a da renda e para o cálculo dos indicadores da desigualdade, que serão descritos

no tõp ic o su bs e qüe n te, u til i zo u - seu m se gm e nt o d a amos tr a c o.!,!! posto pelas pessoas pertencentes ã População Economicamente

Ativa (PEA) e que tinham renda total diferente do zero. Nes-se Nes-sentido, os indicadores aparecem subestimados, na medida em que não foram computadas as pessoas da PEA que nao aufe-riam qualquer tipo de renda.

Para a análise da influência, como para o cálculo dos impactos do "BACKGROUND FAi~ILIAR" sobre a renda pessoal, utilizou-se um sub-conjunto da PEA composto apenas pelas ca-te9o r ia s 11c he f e s d e famil ia11 e 11f i1 hoS11, se ndo que n e s ta ultima foram computados sã aqueles que tinham renda

(19)

8zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1.2 - Os lndices de Concentração

Neste tópico apresentamos uma breve discussão a res-peito dos indices de concentração da renda utilizadas no tra balho e que são o COEFICIENTE DE GINI, o INDICE DE THEIL e a VARIÂNCIA DO LOGARITIMO .

. A

razão de concentração de GINI e uma medida de de-sigualdade que pode ser explicada atraves da CURVA DE LO-RENZxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA3• Os pontos dess~ curva (FIGURA 1) possuem como abscis-sa a percentagem acumulada de indivlduos com rendas desde as mais' baixas ate as mais altas, e como ordenada, a respectiva

percentagem acumulada da renda recebida por estes indivlduos.

F V

r- AB

Vi --- --- ---.,.- I O I I I I I I I I

C Vi..."

A xr-t Xi

X FIGURA 1 - Curva de Lorenz.

A razao de concentração de GINI pode ser entendida, então, como uma relação que compara a área de máxima desi-gualdade com a área de desigualdade real e representada por:

(20)

9zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

G

=

ABDE

AB.c

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

=

DESIGUALDADE REAL DESIGUALDADE MAxIMA

Atravis da avaliação da irea .AEDBC, utilizando trapi zio s , podemos chegar ã uma fórmula bastante prâ t í c a e rãpida para medir o grau da desigualdade da renda de uma certa dis-tribuição, com o uso da razão de concentração de GIN!, e que i ·dada· por:

n

G = 1 - E. ( Y 1 + Y. 1) (X. - X. 1)' onde :

i-l 1- 1

1-Y. e. a proporçao acumu 1a da de renda a te a i-isima classe;

1

x.

.

-acumulada de população a ti i-isima classe

e a proporçao a e

1

n e o numero de classes de renda.

Entretanto, como dispunhamos dos dados individuais, e nao por classes de renda, util izou-se a seguinte fórmula, que guarda as caracterlsticas acima descritas:

2

(Y1 + 2 1/2 ... + nYn), onde:

2

y*

n •

Yn e a renda do n-esimo indivlduo;

Y

e a renda midia e

N e o ta mQ.n h o d a a mos tra .

Este lndice, que varia de O (zero), quando nao hi desigualdade, ate 1 (um) onde i mâ x íma a desigualdade, tem sido muito utilizado pelos pesquisadores, quer pelo seu sen-tido bastante intuitivo, quer pela sua sensibilidade as transferências de renda, aumentando quando as transferên-cias são de pessoas mais pobres para mais ricas e diminuin-do em caso inverso.

(21)

resulta-1O

dos empl~icos do CAPITULO lI!. Este lndice, que tem suas ral zes na TEORIA DA INFORMAÇAO, pode ser facilmente compreendi-d o a t ra vzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

e

s d o c o nc e i to de 11e n tr o p iali.

Se temos N indivlduos, cada um recebendo as frações de renda Yl' Y2, ... ,Yn' observamos a seguinte relação quan-do a renda

e

distribuida igualmente:

Y.

=

1

renda individual

=

1xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

N

Nx renda individual

Util i zando a entropi a para estas frações de teremos:

r enda,

n

=

l:

i=1

, ü c y , < 1.

1

AO entropia ê considerada um dos u a ;gua1da d e m ã x ima da d a p or y.

1

a igualdade mlnima dada quando Yi = H(Yi)

=

O.

Baseado nessas informações, obtêm-se o lndice de de-sigualdade de THEIL diminuindo do valor da entropia máxima, o valor da entropia real de uma determinada distribuição. As sim, o INDICEDE THEIL e definido por:

lndice de igualdade, se~ = l/N e H(Yi) = 10g N, e 1 e y.

=

O, pa ra i f j e

J

n 1

T(y,N)

-

10g N =

z

10g -io=1 y.1

n

= 10g N

-

l: yi10g y.

i=1 1

n

= l: y.10g N y.

i=l 1 1

Esta fE~mu1a já

ê

adequada para dados individuais e quando y. = l/N a situação

e

de igualdade mãxima e o

(22)

1 1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

ce assume o valor O (zero); quandozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAy.

=

1 e y.

=

0, para

1 "J

i # j, a situação ~ de desi~ualdade "mixima e o lndice de

THEIL assume o valor 10g N.

A vantagem desta medida se encontra na simplicidade

do câlc u l o , na fâcil compr ee n são de seu significado, e na

clara ideia que ele nos dã sobre o significado da desiguald~

de.

Utilizou-se ainda uma outra medida de desigualdade

com o objetivo de obtermos maiores informações sobre a

dis-tribuição da renda, a1~m de reforçar os resultados obtidos

com os lndices anteriores.

A.VARIÃNCIA DO LOGARTTIMO e uma medida de dispersão

relativa i renda med.ia da dist~ibuição, tendo por caracteris

tica o fato de levar em conta o valor absoluto dos

10gariti-mos da renda, isto e, leva em conta o desvio percentua1 em

torno da media e e definida por:

1 n

VL = - E 10g y./y*

.. N i=l 1

BCME- IBLIOTEC4.

=

_1 ~ (log Yi

=

10g y*), onde:

N i-1

-

renda individual,

y. e a

1

y* e a renda m~dia geometrica da distribuição e

N e o tamanho da amostra.

Esta tambem e uma medida de fãci1 compreensão, haja

vista se tratar de uma medida de dispersão, e, devido ao uso

de 10~arltimos, apresenta um acentuado resultado na minimiz~

ção do efeito das diferenças absolutas, sendo bastante se nsI

ve1 i pequenas variações na distribuição considerada.

Deve-se observar que, devido ao uso da media

geom~-trica em lugar da media a ritmê tí ca , acentua-se a dispersãoem

torno da media. Entretanto, com o uso de lo qa ritt mo s , um

(23)

1 2zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A1~m desses tris 1ndices, ainda utilizamos a .RENDA MEDIA e a RENDA PERCENTUAL como indicadores da concentraçio

na distribuiçio da renda.

1.3 - "Ba c kq rou nd " Familiar e "Anâ lxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAise de Tr ajetôrta "

A tradiçio dos estudos de desempenho econ5mico e so-c ia 1 já re a 1 i za dos. a te a g o ra, c om ba s e na d is tr i bu iç i o d a

renda, tem sido a de util izar sistematicamente o í nd í vIdu o comQ ponto de análise, relacionando a.educaçio como fator causal expl icativo da renda do ind ivIduo . De uma forma ge-ra1, nio se pode negar a relaçio entre educaçio e renda,mas~ num paTs como o Brasil, onde o sistema educacional e e xtr ema

mente seletivo e, portanto, as oportunidades de estudo nao sio idinticas, essa relaçio causal direta pode ser, pelo me-nos, questionada.

Alem disso, ocorre que a situaçio social de cada in-div1duo e fruto nio do seu desempenho individual, mas,

principalmente, do desempenho sõcio-econ5mico de sua fam1lia. Se a famll ia e mui to pobre, provavelmente será necessário qu~ o indiv1duo abandone a escola em favor do trabalho que, mesmo lhe rendendo baixas remunerações, contribuirá para a

sobrevivincia da unidade familiar. Por outro lado, se a faml 1 ia

e

r ic a, o ind iv id uo po d e d i s Po r deu m a in f r a - e s t ru tu ra

cio-econ5mica que lhe possibilite estudar sem comprometer as condições de reproduçio da.fam1lia.

(24)

1 3zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Nesse sentido, a educação formal do indivlduo passa a ser função das condições s6cio-econ5micas de sua famllia e pode ser representada por:

EfxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA= f(~EX, IDADE, ECf' OCUPcf' TAl'ilF)onde:

SEX é o sexo dochefe de famll ia; IDADE e a idade do chefe da famIl ia;

Ecf ê o grau de instrução do chefe da famll ia; OCUPcf e a ocupaçao do chefe da famil ia e

BCME -BIBlIOTr::-C

TAMF e o tamanho da faml1ia. ~

Considerando a argumentação anterior, também a ocup~ çio do indivlduo pode ser função do background familiar, po-dendo ser definida da seguinte forma:

OCUPf

=

f(Ef, SEX, IDADE, ECf' OCUPcf' TA.'-1F)onde

Ef é a educaçio formal do indivlduo e as demais va-riãveis correspondem às da equação anterior.

Dessa forma, se o background da famll ia é importante· na determinação da educação e da ocupação dos indiv;duos, e estas, por sua vez, são importantes na determinação da ren-da, então, o background e importante tambem na definição da renda, que pode ser representada pela seguinte equação:

-RENDA

=

f (OCUPf, Ef' SEX, IDADE, ECf' OCUPcf' TAMF).

Essas três equaç~es compõem um. conjunto de regres-soes, onde todas as va rí âve t s dependentes são determinadas r~ cursivamente e ao qual se associa um outro modelo, conhecido como "ANÃLISE DE TRAJETORIA" (PATH ANALYSIS).

(25)

intro-14

duzida por SEWELL WRIGHT4 e popularidade nas ci~ncias so-clals por OUNCAN5. Constitui-se fundamentalmente num método de decompos{ção e interpretação linear entre um conjunto de variáveis, onde cada variávelzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

e

considerada em sua forma

es-tandartizada, isto

e,

sexwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

v.

é a i-ésima variável mensurada,

1

en tã o:

v.

-

v.

x.

1 1

=

1 yV.

1

A figura 2 representa o diagrama de trajet6ria e pe! mite demonstrar o teorema básico da "a nâ lise de trajet6ria".

A direção das "f le c ha s " indica o sentido da variável determi nante sobre a variável determinada. As "f lec ha s " com duplo corpo (Ru' Rz' Ry) representam as co r r e laçóe s não ana1 isadas

(coeficientes de correlação simples) e são ex6~enas.

o

sistema representado pela figura pode ser escrito da seguinte forma:

4WRIGHT, S.: Corre1ation and Causation, Journa1 of Agricu1tu-ra1 Research, 20: pp. 557-585, 1921.

(26)

1 5

FIGURA 2 - DIAGRM1A DE TRAJETORIA

<=~-xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA R

y

.1\

R

(27)

1 6

o

fundamento que resulta do sistema de equações (1) e que a correla~io entre variiveis, neste modelo, pode ser

escrita em decorrência das IItrajetóriasxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAll que partem de todas

as variáveis antecedéntes.

Conideremos a correlaçio entre X

6 e X8, ou seja,

r8 6· Oesd e- que X 6

=

(V

6 -

V6 ) / Y V 6 e X8

=

(VB - V8) / Y VB t e r e -mos;

"ss

=

L -(V

6 - 1[6) (Va - I[a)

N Y6 Ya

=

L: X

6 XB/N

BCME -BIBLlOTec

A ex pr e s sâo acima pode ser expandida, tanto para X

6 quanto para X

8, usando o sistema (1). Entretanto, ê mais conveniente expandl-la para a variãvel que aparece em ultimo

1 u g a r, n o c a s o X8. Co n s i d e r a n d o que L: X6 X6 / N

=

1 e a s s umi n

-do que rayzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

=

O, teremos:

As c o r r e 1 a çõesq u e a pa r e c em d o 1 a d o d i r e i to d a e q u a çao (2) podem ser determinadas seguindo o mesmo p r oc ed

(28)

1 7

(3 )

e

(4 )zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Essas transf~rmações ilustram o teorema bãsico da

IIAnãl i se de Tr-axwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAje tô ria" .que pode ser descri to na segui nte fo!:. ma gera 1 :

r..

=

E P. rzq (5)

lJ q lq

onde

i e j indicam a variãvel dependente e a variãvel independen-te, r e s p ec tiv ame n te;

O indice q

e

um controle que, percorrendo as variãveis cujas trajetórias se dirigem i Xi' considera a relação entre todas as va rtâv eis independentes (Xj);

p

e

o coeficiente de traj etória ,.e corresponde aos coefici-entes estandartizados da regressão normal, ou seja, represen ta a variação no desvio padrão da variãvel dependente para ~ma variação unitiria no desvio padrão da variãvel indepen-dente, sendo as demais constantes;

rjq

e

a correlação entre duas variiveis independentes e

r .. e a correlação total entre a v a rià vel dependente (i) e a lJ

independente

(j),

considerando a relação entre todas as variãveis.

(29)

18zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

a Pji~ ou seja~ P65 não i igual a P56• O prim~iro subscrito

se referezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã variável dependente, e o segundo, ã variável in-dependente cujo efeito direto sobre a variável dependente i medido pelo coeficiente de trajetõri~. Na verdade, P

65 e P56

não aparecem no mesmo sistema, devido a própria restrição do modelo recursivo.

Al~m do coeficiente de trajetõria que mede o efeito d tr eto, pode-se ca lc u la r , a tr a vê s de outra expansão na equa-ção básica, o coeficiente de trajetõria composto que consid~· ra o efeito direto e o indireto sobre a variável dependente. Alternativamente, usando-se o diagrama e somando-se os prod~ tos .de todos os po ssIv et s coeficientes de trajetória (P .. )

lJ qU€ interferem entre a variável dependente e a independente

o bt.êm+s e o coeficiente. de trajetõria composto (P .. ), quelJ se

refere ã um conjunto de coeficientes relacionando duas variá veis e que nos permite conhecer b efeito direto e o efeito

indireto, ou seja, que mede a influência total da variável determinante sobre a determinada.

Considerando as variáveis X8 (dependente) e X3 (in-dependente), por exemplo, teremos:

P83 = P

83 + (P63 - P86) + (P63 - P76 - P87) + (P73

-- P87)~

que nos darã a influência total da variável "3" sobre a "8". Finalmente, os valores encontrados na equação bãsica (r .. ) ao quadrado correspondem ao coeficiente de

determina-lJ .

ção~ que inclui o efeito direto, o efeito indireto e as cau-sas interl igadas, ou seja, representam a explicação das va-riações na variável dependente em função de variações nas va riãveis independentes.

Do que foi visto~ pode-se dizer que este modelo, co-mo forma de análise, tem a vantagem de definir as hipõteses a priori~ o que força a argumentação a ter, pelo menos,

(30)

incom-1 9

patlveis sejam incluldas, al~m de não acrescen ar nenhuma

nova dependência ã análise de regressão con encional, visto

que simplesmente apl ica a forma recursiva para obter um

sis-tema de equações em lugar de uma unica equação.

Para o desenvol vimento da liA ALISE DE TRAJETORIAII

foram utilizadas as seguintes variáveis: tamanho daxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfamIl ta

(TAMF).' idade do chefe da famll ia (Icf)' sexo do chefe da f~

m1lia {Scf)' grau de instrução do chefe de famllia e dos

fi-lhos (Ecf e Ef)' ocupação do chefe da famllia e dos fil hos

( Oeup 1 e O CUP 2) e r e n d a to tal i nd i v i d u a l dos f i 1 h o s ( RENT ) .

As variãveis IItamanho da famIl ia " e "f d ad e do chefe

da farn il ta " assumiram seus respectivos valores absolutos.

Par a a va r i ã v e1. 11Se x011 f o i u til i z a da uma d u mmy

o sexo masculino assume o valor 1 (um) e o feminino o

O (zero).

onde

valor

A va r iãv el 11g r a u d e i n s t r u ç ã o11 f o i c 1 a s s i f i c a d a na

pesquisa original com os seguintes códigos:

L Ana lfabetos

2. Al fa beti zados

3. 1 9 grau i nc omp 1 e to

4. 1 9 grau completozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

5. 29 grau incompleto

6. 29 grau c ompl eto

7 . superior incompleto

8. superior completo.

Entretanto, para efeito desse trabalho,

das as pessoas com códigos 2 e 3, 5 e 6, 7 e 8,

a va r í ãv e l , então, os segui ntes valores:

foram agrup~

assumindo-Anal fabetos

=

1,

1Q grau incompleto

=

2,

(31)

20zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

29xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAgra u

=

4 e Curso superior

=

5.

Quanto ã variável "oc upe çâ c " tomou-se por base a CLASSIFICAÇAO BRASILEIRA DE OCUPAÇOES (CBO) que reune amplas categorias ocupacionais. Entretanto, essa classificação não apres~nta nenhuma ordenação das ocupações segundo a remuner~ ção. Nes s e sentido, partindo do GRANDE GRUPO da eBO, proce-deu-se ã uma valorização hiera~quizada levando em conta o co

nhecimento já acumulado sobre o mercado de trabalho na Re-g iã o Me tro po 1 i ta na d e F o r ta 1e za .

Finalmente, a variável "renda" se constitui no soma-t5rio das rendas proven~entes do trabalho e de outras fon-tes.

BCME~BI

(32)

2·- CAUSAS DA DESIGUALDADE

Poucos assuntos obtiveram as repercussoes que teve a

discussão sobre a distribuição de renda no Brasil.

Pioneira-mente explorado por Jorge Kingstonl, em 1952, o tema ganha

um maior aprofundamento apos a publ icação do Censo Demográfl

co de 1960, surgindo então vários estudos sobre a

distribui-ção no Brasil, dentre os quais o da CEPAl2 e o de Hoffman3.

Publ icados os Censos de 1970, o debate sobre a que~

tão 9 a n h a n o vo i mpu 1 s o e a p esq u i s a s e e x p a n de, r e v e 1 a n d o um

p r o c e s s o d e i n te n s a e c r e s c e n t e c o n.c e n t r a ç ã o d e r e n da.

A a 1 ta d e si 9 u a 1da d e e r axwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAÔb v i a. Em 1 960, d o t o ta 1 da População Economicamente Ativa (PEA), os formados ganhavam

4,4 vezes o salário mlnimo e tinham renda 10 vezes superior

aos niveis de renda dos analfabetos. Passada unia década, o

grupo dos formados recebia salários 9,1 vezes maior que o sa

lário mlnimo e possula renda 15 vezes superior ã renda dos

analfabetos.

Várias sao as pesquisas .nessa d ec e d a . Confirmando a deteriorização na distribuição surgem os trabalhos de

Duar-te, Fishlow e langoni4 que, no entanto, não eram

concordan-tes na identificação das causas e tão pouco em quanto havia

piorado a distribuição. Diante disso, a controvérsia se

agu-lKingston, J. Desigualdade na distribui~ão das rendas. Revista Brasileira de Economia. R.J. Brasil, Fundação Getulio Vargas,março,1952.

. . 2CEPAl, la distribuicion del ingresso en America latina. Bole-tim economico de América Latina, vol. 12, nQ 2 ..

3Hoffman, R. Contribuição ã análise da distribuição da renda e da posse da terra no Brasil. LS.A.L.Q., 1971.

4Duarte, J.C. Aspectos da distribuição da renda no Brasil em 1970. E.S.A.L.Q., 1971; Fishlow, A. Brasil ian distributiõn of income. American economic review, may, 1971 ;lagoni, C.G. Distribuição da renda

e desenvolvimento econômico no Brasil. Expressão e Cul tura, 1973.

(33)

22

çou e parecia que as relações entre distribui~ão e bem-estar rende~iam muitas pãginas de discussão e, talvez, algum esc1a recimento conexo e inDvador.

Puro engano. Jã no inicio da .década de 80 o debate congelara-se, estagnara-se, não avançando em direção a ne-nhuma nova temática e os trabalhos ensejados pelos resulta-dos preliminares do Censo de 1980 são relativamente escas-sos, podendo ser citados os trabalhos de Benevides e Couti-nh05.xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

r

possive1 atribuir tamanho comedimento, em primeiro lugar,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã confirmação de que a década passada reinterouas

tendências concentracionistas verificadas nos anos 60, reti-rand.o portanto grand~ parte do apêlo pol;tico da controv~r-sia e, em segundo, porque a desaceleração do crescimento ec~ nõmico bra~ileiro e o prolongamento da recessão trouxeram novas dimensões ã discussão sobre os rendimentos: desempre-go, sub-emprego, legislação sala·rial, entre outros.

Ten-tandoresgatar as argumentações explicativas da desigualdade no Brasil, na medida em que, de uma forma ou de outra, podem trazer significativas contribuições para a anã-1ise da distribuição no Estado do Cearã, esse capitulo toma como base a discussão apresentada no trabalho de Benevides6 que aborda três grupos teóricos: um primeiro, que argumenta sobre os efeitos do desenvolvimento econômico na desigualda-de; um que associa a desigualdade aos efeitos da pol;tica sa 1aria1 após 1964 e, um terceiro, onde predomina a idéia de

IIhierarquia organizacionalll •

As interpretações inclu;das no primeiro grupo argu-mentam que o aumento na desigualdape decorre do crescimento

ec onôm ic o de curto prazo. Essa idé ia envolve dois aspectos. O primeiro diz respeito ao "caráter du a lista " da economia

brasileira: caracterizada pela existência de um setor

moder-5Bene~ides, I~.Income Distribution in Brasil: 1970-1980 Compa red. Coutinho, M.C. Distribuição de Renda e mobilidade social no Brasi1~ Campinas, 1984. (Tese de Doutoramento).

(34)

23

no e um atrasado e pela baixa especialização do trabalho, ,o ripidd crescimento do setor moderno pro ocari, inevitavel-mente, um aumento na concentração de renda, haja vista que o

emprego mo nodermo setor industrial qbtêm salãrios mais ele-vados que no setor tradicional. Dessa forma, no crescimento de curto prazo, mudanças na estrutura do emprego a favor do setor moderno implicam em incrementos da desigualdade. Essa caracterlstica de curto prazo do desenvolvimento econ6mico foi pioneiramente explorada por Kuznets7 em 1955.

o

segundo aspecto aborda acerca das mudanças na es-trutura salarial da força de trabalho. O crescimento do se-to rzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA.in d u s tr ia 1 (s e to r' m o d e r no) e x ig e tr a ba 1 h o e s pe c ia 1 iz a do e essa mão-de-obra, em economias em desenvolvimento,

ê

es-cassa, sendo que seu treinamento exige tempo. Assim, como existe um excesso na demanda por trabalho especializado con-jugado a um excesso de oferta de' trabalho não-qual ificado,um crescimentorãpido do setor moderno terminarã por ampliar os diferenciais salariais entre a força de trabalho especia-lizada e a força de trabalho não-especializada, aumentando, conseqüentemente, o grau da desigualdade.

A t dêxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAí a central

e

que nas economias caracteristica-mente dualista: existe um excesso de oferta de trabalho nas

fases iniciais do processo de desenvolvimento.

A mão-de-obra rural disposta a trabalhar pelo sa lâ> rio vigente na agricul tura ê maior que a demanda, sendo, po.!:. tanto, o produto marginal do trabalho menor que os n;veis de subsistência. Isto significa que os salãrios no setor atras~ do são ajustados mais por fatores jnstitucionais do que pe-las força~ de mercado.

Por outro lado, a acumulação de capital no setor mo-derno ê mais rá pida que no tradicional e a demanda por trab~ lho se expande. Assim os trabalhadores se deslocam para o s~ tor industrial em crescimento. Quando ocorrem essas

(35)

24

BCME-BIBL/O EC ')

r~ncias da força de trabalho do setor atrasado para o setor moderno, a distribuição de renda piora porque a renda media no setor urbano e maior que a renda media nas áreas rurais.

Dessa forma, e.segundo a hipótese de Kuznets, na fa-se inicial do processo de desenvolvimento das economias dua-listas a desigualdade se acentua porque o crescimento ~conô-mico, no contexto de excesso de oferta de força de trabalho,

implica que a maior parte do produto gerado e da renda serão

apropriados pelos capitalistas e por aqueles poucosxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtra ba lha

dores que conseguiram se transferir do setor rural para o mo derno setor· urbano-industrial. Enquanto permanecer essa si-tuação, os salários não aumentarão e,' enquanto a ecomcm ia crescer com essa caracteristica continuará havendo um des-compasso na produção dos dois setores.

A partir do momento em que essa situação se reverter isto é, desde quando a grande parte do trabalho estiver in-corporada. ao setor moderno de produção, transferências

adi-c io na is mel ho.ram a d is tr i bu izyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAçã o d e re n da. E m ais, a pa r t ir do momento em que o excesso de trabalho houver sido

elimina-do, absorção de trabalho pelo setor industrial tende a aumen tar também a renda no setor atrasado.

Dessa forma, a partir de certo grau do desenvolvime~ to, fatores equal izantes atuariam no sentido de reduzir a desigualdade, favorecendo o crescimento econômico. Esta é a hipótese de Ku z n ets e que ficou conhecida também como

"hipó-tese do U invertido". t necessário acrescentar ainda que, após 'ating~do esse grau de desenvolvimento, a desigualdade

só será reduzida se o crescimento proporcionar aumentos sala riais para a força de trabalho não-qual ificada em maior pr o-porçao que os aumentos salariais do trabalho especializado e dos lucros do capital.

Util izada por Gary Fields8 que expl icou o aumento na

(36)

25

desigual dade da renda no Brasil entre 1960 e 1970 através do

efeito Ku z nexwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAts , essa teoria assumiu! no contexto brasi1 eir o , um racioc1n{0 justificador de uma situaçio vigente que

so-freu severas cr1ticas principalmente por parte de Jose Ser-ra9! e que pode resumir-se da seguinte forma: numa economia adolescente como a brasileira a piora na distribuição da re!!. da e normal em suazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAev o luç âo rumo i "maturidade" porque é ela

(a piora) que permite manter e até mesmo aumentar a poupança! o investimento! garantindo! portanto! o crescimento econômi-co; alem disso! a aceleração do crescimento acabaria por be-neficiar! via aumento do emprego e da renda! embora de forma desigual, ~ toda população. Caso a distribuição fosse mais ~ quitativa, o coeficiente de poupança e a taxa de

investimen-to seriam menores e o crescimento se daria de uma forma mais modesta. Estar-se-ia, portanto! sac.rificando uma expansão do bem-estar futuro em troca de uma ligeira melhora na situaçio presente.

Essa argumentação transfigurada do "efeito Kuzn ets ",

d 1, J -S 10 -fl ' , 1

segun o exp ic a ose erra ! e a sa , em prim et r o ugar por

que nao e a renda pessoal que financia o investimento, mas sim os lucros nio-distribuldos pelas empresas! os rendimen-tos nio-dec1arados!a poupança do Governo, e tc .," que, alem disso destinam-se ainda a financiar! em alguma medida, o co~ s um o. Em sua s prõpr ia s pa 1a vr as:' 11Som e nteu m a pe que na pr o p o!: çio do que se considera renda pessoal e poupanda e investida na produçio de bens e serviços. Sua maior parte é dedicada direta ou indiretamente ao consumo."ll E continua: "Isso e particularmente válido-para as economias subdesenvolvidas e dependentes como a brasileira! onde os grupos mais ricos te~ dem a reproduzir e manter pautas de consumo de sociedades

9Serra! J. A reconcentraçio da renda ~ justificações! explica-çoes, duvidas. In Ricardo Tolipan e A.C. Tinelli (eds); A controvérs ia sobre distribuição da renda e desenvolvimento. Zahar , R.J., 1975.

10Serra, J. op. cito

(37)

26

cuja renda m~dia por habitante ~ virias vezes superiora bra

sileiraxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAll •12

Em segundo lugar porquet numa economia capitalista

não se investe em decorrência da existência de poupanças pr~

viamente disponlveistmas sim de acordo com as expectativas

de rentabilidade vis-ã-vis o custo de obter os recursos

fi-nanceiros. E mais , num movimento de c o ntInu a acumulação de c a pita l , 1I... são os nlveis crescentes de investimentos que determinarão nlveis equivalentes de lucros

e

de poupançatque

acomp a n ha m, coeteris par ibu s , o crescimento da renda ... Ade-maist essa$ afirmações que são verdades te6ricas elementares desde Kalecki e Keynes, referem-se apenas ao comportamentodo

setor privado. Evidentementet numa economia como a

brasilei-ra, em que a maior parte do investimento ê real izada pelo Estado e onde parcela importante do investimento privado se

realiza no marco das grandes empresas mo no pól ic a s

estrangei-ras, a poupança privada nacional tem relativamente pouco si~

nificado e muito m e no s ' ainda a poupança pessoal.1I13

Outra argumentação incluida no primeiro grupo, ou se

ja, que aborda o impacto do desenvolvimento no curto prazo

sobre a distribuição da renda, envolve a noção de habil

ida-des individuais, enfatizando os elevados retornos do capital

humano.

Constatado o incremento na concentração da renda no

Brasil entre 1960 e 1970, essa h ipó t e s e passou a subsidiar grande parte dos modelos expl icativos formulados a partir da

maximização de um atributo individual.

Trabalhados inicialmente por Langoni, em 1973, e por

Morleye Willianson14, em 1975, os modelos baseados nos

re-l2Serra, J. Op. C1.t ., p. 268. 13

Serra, J. Op. cit., p. 268.

14Langoni, C.G. Distribuição da renda e desenvolvimento econo-mico no Brasil. Expressão e Cultura, 1973. f~orley, S. e Willianson,_J.G.

(38)

27

tornos do capital humano tem, fundamentalmente, dois objeti-vos: i) articular a questão da distribuição com os

argumen-tos centrais da teoria neoclassica, istozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé, igualação entre sal.irio e produto marginal, otimização no uso dos recursos

via concorrência, estipulação de hipóteses comportamentais maximizadoras:e ii) preservar a relação entre rendimentos e capacidade individual.

Nesse sentido, a argumentação chave dessa teoria e que o ajustamento do mercado de trabalho se da atraves das

"f o rça s de mer c ad o ", ou seja, a tr a vês da oferta e da deman-da. A determinação dos salários é feita, então,considerando-se ~ue na base da distribuição existe· uma oferta elástica de trabalho não-qualificado, enquanto que no topo da distribui-ção, ou seja, para a força de trabalho especializado, a ofer ta se torna menor e mais inelastica.

Como o desenvolvimento do moderno setor industrial requer um. uso intensivo de trabalho especializado e essa mão -de-obra,em.economias em desenvolvimento,

e

escassa e de de morado treinamento, a rápida expansão do setor provoca um substancial aumento na demanda por esse tipo de trabalho, am

plxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAía nd o , inevitavelmente, os diferenciais de salários entre a. força de trabalho com maiores n;veis educacionais e/ou

me-lhor treinada e a força de trabalho não-qualificada.

Conforme a própria argumeQtação de Langoni, a compo-sição setorial da demanda agregada esta mudando para indus-trias intensivas em mão-de-obra especializada e o progresso

. .

técnico requer, cada vez mais, esse tipo de mão-de-obra. E~-tr e ta n to, t ra ba 1 ho e sp ec ia 1 izadoê e sc a s so e d e d ific il tr e1,,

na me n to. Como re sul ta do, se o mercado de trabalho se c om po r -ta nos moldes neoclassicos, deve-se esperar salarios diferen tes para diferentes nlveis educacionais.

(39)

inten-28

sivo de força de trabalho qualificada a essa mão-de-obra e escassa. No curto prazo, a oferta dessa força de trabalho nao se expande tão rápido que compense, ou equil ibre, os au-mentos na demanda. Conseqüentemente,·o crescimento, no curto prazo, traz em si mesmo a ampliação das diferenças.

Por outro lado, no longo prazo, após a realização de treinamentos e após o ajustamento do mercado de trabalho, mu danças·'na demanda provocario mudanças na estrutura da força de trabalho, reduzindo os diferenciais nos salãrios e a desi gualdade da distribuição.

Nessa perspec,tiva, segundo as crIticas de Benevides, isenta-se o governo de qualquer responsabilidade pelos aume~

tos na d e si g u a 1da de, r e spo n sa bil iza ndo, unizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

c

a e e xc 1 u s iva m e~ te, o mercado, pelos enormes incrementos na concentração da

ren~a observados no perIodo.

,A terceira e ultima explicação para os aumentos na desigualdade, ainda no contexto do crescimento versus desi-~ualdades, tem como argumento base as diferenças salariais existente entre o grupo de trabalhadores mais treinados e o grupo menos treinado. No Brasil, enquanto a renda real dos

trabalhadores não qualificados permaneceu estagnada durante a d~cada de 60, a renda dos trabal~adores qualificados aumen tou 50%, ao mesmo tempo que a proporção dessa força de traba lho aumentou substancialmente. Ambos os efeitos tiveram como contrapartida uma piora na distribuição da renda.

Chamada de "Efei tos Educacional de Kuznets" por

r,10r-ley15, esta argumentaçio tem como base a ídêxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAí a de que 'quando

a' economia cresce, to rn a ndo a educação superior (maior qu a li f í c açâo ) a c e s siv e l ã maiores parcelas de trabalhadores nao-qualificados, a estrutura da força de trabalho e alterada, passando de nlveis onde a renda media e baixa e menos concen trada para niveis onde a renda media e alta e mais concentra

(40)

29zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

da. A causa da desigualdade seria dada, portanto, pelas mu-danças na estrutura educacional da força de trabalho.

Tendo como pano de fundo a ideia centra 1 da Teoria do

Capital Humano, ambas as explanações sofreram diversas crlti

caso 'Ricardo Lima16 explica que um dos defeitos desse tipo

de argumento está em, ingenuamente, supor que dado certo

nl-vel de habilidade ou treinamento, os í nd í v Iduo s teriam a

li-berdade de escolher a "qua ntida d e " de educação e/ou

treina-mento a ser adquirido: as pessoas permaneceriam na escola

enquanto quisessem, ou, mais corretamente, ate o momento em

que o retorno ã um p~rlodo adicional na escola fosse

infe-rior ao de algum investimento al ternativo. IIr difIc il crer

que as pessoas realmente tenham esse tipo de escolha ã sua

disposição (alem de ser necessário, para o bom funcionamento

do mOdelo,que todos hajam racional'mente, que o mercado de

fundos para investimento em educação funcione 'perfeitamen-te', etc.)II.ll E continua mais adiante: lia falta de acesso a

financiamento, frequentemente comum para as pessoas mais

po-bres, não e introduzida no modelo, que também não leva em

conta a distribuição desigual dos recursos piib l icos entre di

ferentes nlveis de treinamento sofrem ao longo do tempo seja

. 18 .

inteiramente e s que c id o ." BCME-BIBLJ<?TEC

Segundo José Serra19 nao se pode dizer que os

desnl-v e i s e d u c a c i o n a i sou na q u a 1 i f i c a ç ã o da f o r ç a d e t r a ba 1h o sã o

a causa' dos esnlvei s de renda. Num pe Ts como o Brasi 1 as o~ portunidades educacionais são, socialmente, desiguais, . li ...

pois seu desfrute por parte das diversas classes e grupoS

estã condicionado pela riqueza, nlvel de renda e preparaçao

cultural pr êv í o s ... 1I20 que disponham tais grupos. O que se

16Lima, R. iv1ercadode trabalho: o capital humano e a Teoria da Segmentação. In Pesquisa e Planejamento Econômico. IPEA, vo l . 10, n9 1, 1980.

17 Lima, R. Op. cito p. 225.

18Lima. R. Op. ci t. p. 248.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

19

J. Op. c i

t.

Serra,

20 .

(41)

30

critica e, portanto, a confusão entre correlaç-ão e causal ida de. NzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAào s e n eg a que n" v e 1 d e r e n d a e ni v e 1 ed u c a c io n a-ls e :

Co r r e sp o nd am. O p er f il- ed u c ac io n a 1 pod e i nc 1 u sxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAiver e fo r ç a r um determinado padrão distributivo, ~omo foi o caso do

Bra-sil na decada de 60. O que se questiona e que diferenças edu cacionais sejam a causa da desigualdade na distribuição, ha-ja vista que o padrão educacional e determinado por um pro-cesso de acumulação anterior, pre-determinado. Além disso, d a d o o - e s p ec tr o oc u p ac io na 1, ta m bem o a c e s s o ãs po s içõe s ma is rentáveis estarã condicionado, em grande parte, pela situa-çao de classe dos individuos e/ou de suas famil ias.

Serra ainda argumenta que, embora ~ educação formal cumpra um importante papel, ela não e mais do que um dos as-pe c tos da .qu a 1 if ic a çã o da f o r ç a de tr a ba 1 h o e, n e s se se n ti -do, sua eficãcia na eliminação dos desajustes entre oferta e

procura e bastante limitada. Assim~ sob nenhuma circunstan-cia a evolyção da estrutura educacional pode ser considerada como causa principal que determinou a acentuação da regress! vidade da distribuição.

Finalizando as contra-argumentações, Fishlow como t.amb ern Bacha e Taylor opinam acerca daquelas explanações. E~ timando a demanda por trabalho qualificado e por trabalho não qual ificado, eles observam que, em certos itpos de merca dos de trabalho competitivos, a teoria poderia mostrar que a

renda media dos formados teria dec~escido, no periodo consi-derado, porque o percentual de formados aumentou 80%, equili brando ofer~a e procura; por outro lado, a renda media dos analfabetos deve ter sido aume~tada, haja vista que o numero de analfa-betos diminuiu 24% durant~ o mesmo periodo.

No segundo grupo de explicações para desigualdade no Brasil encontra-se o trabalho de Albert Fishlow2l que dis se r ta sobre os impactos que a politica salarial teve sobre a distribuição de renda.

Conforme Senevides22, a politica salarial e um impo.!:.

(42)

31.

tante instrumento para, pelo menos, quatro distintos

objeti-vos: qa r e nxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAt t r a estabil idade de preços, a estabil idade

poli-tica, o crescimento econômico e a igualdade social. Nesse sentido, ela "opera modificando o ambiente da determinação salarial, istozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

e,

modificando a estrutura institucional e econômica do mercado de trabalho,,23, sendo a mais clara des-sas modificações a lei que regulamenta as atividades sindi-cais, definindo sua legalidade, o direito de greve e a segu-rança trabal hi sta para os lideres sindicais.

No Brasil, após o golpe mil itar de 1964, o governo criou condições para impor severas restrições salariais por-que o golpe possibilitou cortar a força, politica e econômi-ca, dos lideres sindicais, exilando-os e restringindo, acen-tuadamente, o direito de greve no pais.

Diante desse quadro, Fishlbw argumento~, em 1972, que o aumento na concentração da renda não era ,exatamente, um resultado do crescimento econômico no curto prazo, mas sim da po l Tt ic a salarial imposta pelo governo "golpista". D~ batendo a repressiva politica salarial que foi imposta com o programa de estabi 1i zação do "novo governo", e1 e coloca que a p01itica de salário mlnimo e a lenta forma de barganha sa-larial foram as causas da piora na distribuição da renda. O governo, ansioso para reduzir a .acentuada inflação do pais, impôs uma fórmula exdruxula para determinar os salários e ma n tê -1 o s a jus ta dos a o s i nd ic e s d e inf 1a ç ã o. En tr eta n to, in -tenciona1 ou erroneamente, os indices de inflação foram ca1-cu1ados de forma substimada, o que fez com que fez com que os aumentos salariais se mantivessem abaixo dos ;ndices de

preços.

Em 1973 Fishlow declarou que, entre 1960 e 1970, os aumentos salariais não acompanharam os ;ndices de preços e que o salário mIn imo real tinha sofrido um dec ré sc im o de 20%, enquanto que na escala salarial mais alta os trabalhadores

(43)

32zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

mais qual'ificados beneficiaram-se de sua força de barganha

para garantir aumentos em seus salários. Dessa forma, houve

um incremento na desigualdade.

. . 24 25

Ta n toxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAi~a c e d o 1 em 1 98 1, como Mo r 1e y , em 1 982 ,

criticam essa hip5tese dizendo' que a pOlltica salarial impo~

ta 'pelo governo p5s-64 apenas definiu a parte da força de

trabalho que seria obje~o da legislação do salário mln:mo,

não definindo, entretanto, o nivel dos s a l âr í o s màd í o s para

aqueles trabal hadores com menor qualificação. Alem disso,

existem trabalhadores sem trabalho regular - trabalhadores

autônomos, biscateiros, serventes, dentre outros - que não

têm" o seu trabalho regido pela polltica salarial. Observam

a .i nd a que, em 1 97 O, a p e nas me t ad e d a P EA t i n h a seu s sal ã r i o s ajustados pe1a politica salarial do governo, haja vista que

4Z% da PEA que recebia renda positiva tinha uma renda igual ou inferio~ ao salário mlnimo corrente.

Final izando essas c onc epç õe s teõrico-explicativas s~

bre o c r esc imen to da desigualdade na distribuição da renda no Br a sil, e n t r e' 1 9 6 O e 1 97 O, a a r g u me n t a ç ã o d e Ba c ha 2 6 1a n ç a a noção de hierarquia ocupacional. Essa hipótese sustenta

que os salários são determinados por uma linha

:.hierarquica-mente definida, ou seja, são determinados tendo como base as

cátegorias "gerentes" e "t r a ba l h ad or e s ". Segundo a colocação de Bacha, os salãrios não são determinados pelo aporte margl

nal ou pelas forças de mercado (oferta e procura), mas sim

pela posição ocupada pelo trabal hdor na hierarquia das

orga-nizaç~es ou empresas.

A grande critica

ã

essa concepção argumenta que se ela pode relacionar ocupação e nivel salarial, não pode, con

tudo,' explicar os incrementos ocorridos na desigualdade.

24Macedo, R.B. Salãrio mlnimo e distribuição da renda no Bra-sil. Estudos Econômicos, N9 11, Janntlar, 1981.

25 . .

i'4orley, S. Op. ci t ,

(44)

33

Bacha contra-argumenta dizendo que os salãrios dos

"ç e r e nxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAte s " são função dos lucros e, a p o l Lt ic a salarial do g o ver nos u s te n to u o c r e s c i me n to ec o n ô mi c o a te 1 973, g a r a n ti!:!..

do um substancial incremento nos lucros após 1967, c o n s e qll en

temente dos s a l á r í o s dos gerentes. Alem do mais, os fu nc io nâ

rios de "a l to nIv e l " detinham poder de barganha suficiente para garantir aumentos nos seus salãrios. Esses dois fatores tiveram como conseqü~ncia a piora na distribuição da·renda.

Confirmando essa colocação de Bacha, Morley,

Barbo-sa e souza27, baseados na teoria do mercado interno de tra ba

lho de Do e r in q e r e Piore, observam que os gerentes, por cau-sa do valor que tem seu trabalho para. as firmas, det~m um grande poder de barganha sobre .s eu s s a là r io s . Num rà pí d o pr~ cesso de crescimento econômico, como foi o caso do Brasil ,e~

se inerente poderzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

e

aumentado. Por outro lado, a polltica s~ 1arial repressiva não possibil itou aumentos salariais na

ba-se da pirâmide do trabalho. Conseqüentemente, houve, no

pe-.rlodo con~iderado, uma piora na distribuição de renda.

271>1orley, S., Bar bosa , M. e Souza, Maria C. Evidence on the

(45)

3 - A ECONOMIA ESTADUAL BREVES CONSIDERAÇOES

3.1 - Aspectos Sócio-Econômicos

aCME -S/8LIO-r-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

zEC

A principal atividade desenvolvida no Estado foi, a princlpio, a pecuãria que, pelo seu carãter extensivo e pela pr~~ria forma como realizava a acumulação de capital, exigia permanente expansão, independente das condições de proc ra. Assim, pra'ticada extens'ivamente e em grande escala, for

ale-cia -o poder dosxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfa ze n d eir-o sZc o r on eis e estimulava o sur ime~ to de grandes latifundios, gerando segmentos com diferentes

possi bi 1 idades de geração e retenção de rendas, config rando estão desde o inlcio, desigualdades no perfil da distri i-çao.

A agricultura, ate então, era desenv'olvida por aq e-les que não dispunham de recursos suficientes para aplicar na pe c uà ria . Entretanto, com o advento da "grande seca 11 no ano de 1877, a pecuãria sofre um grande impacto e a agric 1-tura passa a se constituir numa atividade alternativa na eco nomia estadual.

Deinlcio, a agricul tura cearense era real izada vi-sando o auto-consumo do produtor e, no melhor dos casos, pa-ra gapa-rant.ir o consumo dentro do próprio Estado. Po ste rio rm en te, com o surgimento e desenvolvimento da lavoura do algo-dão, a agricul tura alcança um novo estágio iniciando todo um processo de comercialização externa que iria caracterizar ate hoje a economia do Estado, e que iria tamb ern determinar

um dos aspectos mais marcantes dessa economia, qual sejai a acentuada dependência da demanda pelos produtos de

(46)

35.xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

,

- I

-çao , sempre sujeita a grandes oscilaçoes.

De uma forma geral, a agricul tura cearense a inda ho-je se apresenta bastante frágil, com reduzidos nlveis de pr~ dutividade e baixa capacidade de retenção da mão-de-obra,te~ do como base produtiva a exploração do algodão, da pecuária e da cultura de subsistência, apresentando uma estrutura a-grária centrada no complexo latifundio-minifundio e, por isso mesmo, extremamente concentrada, com conseqUências neg~

tivas sobre a distribuição de renda no setor.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 2

De acordo com CASIMIRa, 90% dos estabelecimentos agrlcolas do Estado possuem menos de 100 ha, detendo apenas 32,5% da área total, ao passo que, 1,34% dos estabelecimen-tos possuem mais de 500 ha e detêm "34% da área total, Este quadro mostra seu real significado .quando se nota que as uni . dades produtoras com menos de 100.ha são responsáveis por mais de 70% do emprego gerado e as unidades produtoras com mais de 500 ha são responsáveis por apenas 5,3% do emprego agrlcola.

Somado a essa estrutura fundiária pouco capaz de re-ter a mão-de-obra rural (entre 1970 e 1980, segundo os dados

dos CENSOS DEMOGRAFICOS, houve uma redução absol~ta de

158.655 pessoas no contingente rural), fatores de moderniza-ção como, por exemplo, a substituição de culturas de subsis-tência por culturas exportáveis e o uso inadequado de tecno-logias, tem gerado efeitos negativos no setor primário, .redu zindo as possibilidades de emprego e a remuneração da mao--de-obra rura 1.

Assim, o setor primário, com a mais baixa renda me-dia global entre os setores (TABELA 1), tem apresentado um

li~ãonos referimos aqui, como pode a principio parecer, apenas aos produtos agrico1as, visto que o Estado exporta outros produtos não-agricolas. O que ressaltamos

e

o caráter dependente em relação aos prod~ tos.de exportação em gera 1.

Imagem

Figura xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 2 3 4 LISTA DE FIGURAS PáginaCurvade Lorenz8-Diagramade trajetória.....................1 5-Diagramade trajetória.Rt·1F ,1 979..........70&#34; -
FIGURA 1 - Curva de Lorenz.
FIGURA 2 - DIAGRM1A DE TRAJETORIA
TABELA 1 - Distribuição da Renda, por &#34;Decis&#34;, segundo o setor de atividade •
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