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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores FABIO TABOSA (Presidente) E CARLOS HENRIQUE MIGUEL TREVISAN.

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Registro: 2021.0000796819

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2038053-84.2021.8.26.0000, da Comarca de São Carlos, em que é agravante SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S.A., é agravado VALDIR MASSARO.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 29ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Julgaram prejudicado o recurso. V. U., de conformidade com o voto da relatora, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores FABIO TABOSA (Presidente) E CARLOS HENRIQUE MIGUEL TREVISAN.

São Paulo, 29 de setembro de 2021.

SILVIA ROCHA Relatora Assinatura Eletrônica

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29ª Câmara de Direito Privado

Agravo de Instrumento nº 2038053-84.2021.8.26.0000

3ª Vara Cível de São Carlos (proc. nº 1000143-25.2020.8.26.0566) Agravante: Seguradora Líder do Consórcio do Seguro DPVAT S/A.

Agravado: Valdir Massaro

Juiz de 1ª Instância: Carlos Castilho Aguiar França Voto n° 32035.

- Seguro obrigatório - DPVAT - Decisão que indeferiu o pedido de devolução do valor adiantado pela agravante para pagamento dos honorários periciais - O Superior Tribunal de Justiça decidiu, neste caso, ser do autor a responsabilidade pelo adiantamento dos honorários, afastando a aplicação do Código de Defesa do Consumidor Não obstante, diante da procedência com condenação da ré ao pagamento dos honorários periciais, o pedido de devolução do valor não tem mais razão de ser - Agravo prejudicado.

Ré em ação de "cobrança securitária - DPVAT - invalidez permanente", a agravante rebela-se contra a r. decisão de fl. 355, que indeferiu a devolução do valor depositado por ela, sob o fundamento de que a perícia já foi realizada, e determinou que se aguarde a entrega do laudo.

Sustenta a agravante: a) o cabimento do agravo, porque não poderá ser levantado pela perita o valor depositado, já que ele deve ser devolvido à seguradora, diante do decidido no recurso especial por ela interposto, que atribuiu ao autor a responsabilidade pelo adiantamento das despesas da prova pericial; b) a decisão agravada está indo de encontro ao decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que a ré não deve ser compelida ao pagamento de honorários periciais. Pede a reforma da decisão agravada, para que seja determinada a devolução à agravante do valor depositado a título de honorários periciais.

Recurso tempestivo e preparado.

Foi concedido efeito suspensivo ao agravo.

Houve resposta (fls. 456/460).

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É o relatório.

Para análise da questão posta nos autos, transcrevo o v. acórdão proferido no julgamento do Agravo de Instrumento nº 2053189-58.2020.8.26.0000, em 3.4.20, por esta Câmara, interposto pela ora agravante contra a r. decisão de fls. 246 do processo, integrada por embargos de declaração, que deferiu a realização de exame pericial, para averiguação da alegada incapacidade funcional, seu grau e a época de consolidação das lesões, atribuindo a ambas as partes o custo pela realização do exame pericial, por se tratar da única prova capaz de comprovar a existência de invalidez e por ser custoso exigir do autor o deslocamento até a capital, fixou os honorários periciais em R$1.000,00 e determinou à ré o recolhimento de R$500,00:

"(...) Em 13.1.20 (fl. 1 do processo digital), o autor ajuizou ação de cobrança de diferença de indenização de seguro obrigatório DPVAT -, alegando que, em 24.3.2018, sofreu acidente de trânsito que gerou invalidez permanente, com comprometimento dos movimentos e da funcionalidade do membro inferior esquerdo. Diz que, em sede administrativa, recebeu R$1.687,00, valor com o qual não concorda, pois é inferior ao que tem direito, tendo em vista sua invalidez permanente, de modo que faz jus à indenização de “R$7.762,50” (fl. 4 do processo digital).

O autor é consumidor, respeitados conhecidos entendimentos em sentido contrário, tendo em vista que a indenização por ele pretendida decorre de serviço securitário, expressamente incluído no rol daqueles que perfazem relação de consumo (art. 3º, § 2º, do CDC), não relevando se a relação envolvendo as partes decorre de lei ou de contrato.

Para fazer jus à inversão, porém, ele deve ser hipossuficiente (técnica ou financeira) ou ter apresentado alegação verossímil e, aqui, ele é hipossuficiente financeiro, porque pobre, no sentido jurídico do termo, já que beneficiário da justiça gratuita (fl. 39 do processo de 1º grau), cuja concessão, pelo que consta, não foi impugnada.

Verossímil, também, é a alegação do autor. De fato, ele afirma ter sofrido lesões de natureza grave, que lhe geraram sequelas permanentes, decorrentes do acidente de trânsito que o vitimou em 24.3.2018, tanto que recebeu indenização securitária, administrativamente, mas em valor aquém daquele que considera fazer jus.

Assim, se a ré alega que não é devida a indenização pretendida nos autos, por

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considerar que o valor pago ao autor foi o correto, deve provar o fato, em decorrência da alegação verossímil, o que autoriza a inversão do ônus da prova.

Observo, ainda, que, neste caso, o MM. Juiz de 1º grau determinou o rateio dos honorários periciais, ou seja, a ré arcará apenas com 50% do valor dos honorários, de modo que, também por esta razão, não há causa para alterar a decisão agravada.

Diante do exposto, nego provimento ao agravo. (fls. 346/349 do processo).

Em 6.12.20, o autor foi intimado da perícia designada para o dia 27.1.21 (fls. 294/296 do processo).

Em 4.2.21, a agravante noticiou que foi dado provimento a recurso especial interposto por ela, a fim de que a realização da perícia médica seja paga apenas pelo autor (fls. 297/298 do processo).

Sobreveio, daí, a decisão agravada (fl. 355 do processo).

Em 14.2.21, foi protocolado o laudo pericial médico, apurando que o quadro traumático do autor confere a ele o enquadramento na Tabela SUSEP, por perda anatômica e/ou funcional completa de um dos membros inferiores, em grau leve (25%), de modo que ele faz jus à indenização de R$2.362,50 e, como já recebeu R$1.687,60, há diferença a lhe ser paga de R$675,00 (fls. 359/370 do processo).

Assistia, em princípio, razão à agravante.

O Superior Tribunal de Justiça, em 18.12.20, deu provimento ao Recurso Especial nº 1.897.807/SP, interposto por ela, para

"afastar a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao presente feito, bem como a inversão do ônus probatório, atribuindo ao autor a responsabilidade pelo adiantamento das custas da prova pericial, com a observância do disposto no art. 95, § 3º, do CPC/2015, em razão de se tratar de beneficiário da justiça gratuita" (fl. 353 do processo).

Ocorre que, em 25.2.21, a ação foi julgada

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procedente, para condenar a ré “ao pagamento da importância de R$675,00, além do pagamento das custas e despesas processuais, corrigidas aqueles em reembolso, dos honorários periciais já adiantados” (sic, fl. 396 do processo), e v. acórdão de 16.9.21, desta Câmara, reduziu os honorários advocatícios, mantendo, contudo, a condenação imposta à agravante relativa ao pagamento das custas e despesas do processo (fls. 522/525 do processo).

Assim sendo, está prejudicado o pedido formulado no agravo, porque a ré foi condenada, de modo definitivo, na sentença e no acórdão que a confirmou, a pagar os honorários periciais, diante da sua sucumbência na ação, de modo que o pedido formulado no agravo, não tem mais razão de ser.

Diante do exposto, julgo prejudicado o agravo.

SILVIA ROCHA Relatora

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