• Nenhum resultado encontrado

Situação real situação experimental na descoberta de fraude simulada: dicotomia ou continuum?

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Situação real situação experimental na descoberta de fraude simulada: dicotomia ou continuum?"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

8CHp

tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

~ êR/(j[)/ê=-

f.

SITUAÇÃO REAL - SITUAÇÃO EXPERIMENTAL NA

O...

DESCOBERTA DE FRAUDE

SIMULADA: DICOTOMIA OU CONTINUUM?

GRAUBEN JOS~ ALVES DE ASSIS·

S~RGIO POGGETTI FILHO ••

RESUMO

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

presente estudo teve como objetivo examinar num con-texto de laboratório, o comportamento de sujeitos humanos in-formados e não inin-formados ao identificarem que estavam sendo enganados pelas situações criadas pelos experimentadores. Estu-dantes u~iversitários foram recrutados aleatoriamente e a ativi-dade eS'~olhidafoi um jogo de cartas.

O delineamento experimental compreendeu quatro estudos e os resultados obtidos indicam que não há uma dicotomia entre

si-tuação "real" e' situação "experimental" mas sim que há um

BA

c o n -

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

r i n u u m entre as diversas situações estudadas.

ABSTRACT

Real Situation - Experimental Situation in the Discovery of Simulated Fraud: Dicotomy or Continuum?

The present study compares two groups of human subjects in a laboratory contexto Sixteen-universitv students were recruited and randomly assigned to two groups: a (controll group where the subjects were informed of their participation in the study and an (experimental) group where the subjects were tricked by the experimenters. being told that they would plav cards for the pourpose of training observers. The main results of the four (conditionsl indicate that there is a continuum rather than a dicotomy between the diverse situations studied.

N a história do conhecim ento hum ano diversas disciplinas têm procurado,' através da utilização de estudos experim entais, atingir um status clentrfico. A psicologia não fugiu a esse objetivo. E m estudos conduzidos com seres hum anos, criar situações e estudar os efeitos de determ inados eventos sobre

cornportarnen-Prol. Assistente do Departamento de Psicologia Experimental da Universidade Fede-ral do Pará. Mestre em Psicologia pela Universidade de S. Paulo.

Prol. Assistente do Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas - SP. Mestre em Psicologia pela mesma Universidade.

(2)

tos tem sido um a form a de estudos bastante desenvolvida que tem se m ostrado

relativam ente profícua e tem sido suficientem ente docum entada conform e

de-m onstrade-m inúm eras publicações. (Journal of A pplied B ehavior A nalysis;

Psicolo-gia; etc.)

M uitos estudos da psicologia têm sido denom inados experim entais.

Pergun-tam os: O que caracterizaria um estudo com o experim ental? O local em que é

de-senvolvido? O s com portam entos envolvidos? O m odo de estudar esses com

porta-m entos?

Parece-nos que a resposta m ais adequada seria aquela que desse ênfase ao

m odo com o se estuda a ocorrência de um fenôm eno. E ste m odo de estudar tem

sido traduzido em diversas form as de m anipulação experim ental, que podem

apresentar m aior ou m enor controle de variáveis. Segundo alguns autores, quanto

m aior o controle de variáveis, m enor o im pacto produzido no sujeito e vice-versa.

E sses autores enfatizam que um a situação de m aior im pacto seria um a situação

m ais sem elhante a um a situação real. C om o exem plo, poder ram os m encionar

Farr (1976) e A ronson

tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

& C arlsm ith (1968) que apontam a necessidade de se

pro-duzir situações experim entais que facilitem a ocorrência do im pacto 1 sobre os

sujeitos, m esm o que isso im plique em um a dim inuição do controle das variáveis

envolvidas no estudo. E sses autores salientam com o responsáveis pelos

diferen-tes papéis dos sujeitos, a situação criada em um experim ento. Farr (1976)

suge-re que

á

situação poderia produzir diferenças nas cognições dos sujeitos, o que os

levaria a com portam entos diferentes (conform e a situação criada). E ssa

especifi-cação parece sugerir algum a incom patibilidade entre as situações que A ronson e

C arlsm ith '( 1968) denom inam de situação com um de um lado e situação

experi-m ental de outro. Parece, no entanto, que esses autores m encionados estão apenas

se referindo a duas situações diferentes e não a situações antagônicas ou

dicotô-m icas. E las seriam m elhor caracterizadas com o situações diferentes nos sujeitos

envolvidos.

E sses autores se deixam levar por um engano m etodológico, caindo em um

sim plism o que poder ram os cham ar de estéril, isto é, um a posição que não nos

traz novas inform ações e que já tem sido bastante enfatizada, conform e nos m

os-tra a literatura da H istória da C iência Psicológica. E stéril porque, enfatizando

es-sa dicotom ia os autores acabam perdendo de vista o que poderia ser visto com o

um continuum entre as situações por eles consideradas de dicotôm icas.

E ssas duas situações e outras, poderiam produzir dados relevantes para o

estudo da Psicologia. Seria útil aqui lem brar Sidm an (1960) que aponta que

bons dados sem pre são ~eparáveis dos objetivos para os quais foram

produzi-dos. Isso poderia aqui significar que, quer se denom ine experim ental ou real,

um a situação pode produzir dados úteis, bastante para isso saber olhá-los,

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A r

consideram os estar m aior dificuldade dos estudos cham ados experim entais em

1- No presente trabalho "impacto" refere-se ao efeito da VI sobre o sujeito experi-mental.

106 R ev. de Psicologia, Fortaleza, 5 (1) :pág. 105-117, Jan/Jun, 1987.

Psicologia (estam os nos referindo aos estudos desenvolvidos com seres hum anos

com o sujeitos).

O s resultados do presente trabalho parecem m ostrar que não há dicotom ia

entre situação "real" e situação "experim ental" m as sim que há um

BA

c o n t i n u u m

entre diversas situações estudadas. O presente trabalho indica que as situações

experim ntais são situações que auxiliam a conhecer a situação real porém , não

justificaria um a fragm entação entre as situações estudadas.

O presente trabalho, inicialm ente, foi planejado para ser conduzido

conser-vendo-se um a separação entre situação experim ental e situação real. E ssa

frag-m entação não existiu realm ente. A s diversas situações estudadas (criadas para o

presente trabalho) apenas exigiram m aior ou m enor controle das variáveis

envol-vidas, o que nos leva a apontar não um a dicotom ia entre as situações, m as um

continuum entre as m esm as. '

O presente trabalho teve com o objetivo estudar o com portam ento de

pes-soas inform adas e não inform adas ao identificarem que estavam sendo enganadas

pelas situações criadas pelos experim entadores. Para isso, foi necessário produzir

um a situação de fraude para assim produzir as reações das pessoas àdescoberta

da fraude.

MÉTODO

S u j e i t o s :

Participaram do presente estudo dezesseis estudantes universitários, onze

do sexo fem inino e -cinco do sexo m asculino que atuaram cqm o jogadores e três

sujeitos do sexo fem inino que atuaram com o observadores, todos alunos

regular-m ente m atriculados na P o n t i t / c i e U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a d e C a m p i n a s . T odos

fo-ram recrutados aleatoriam ente entre alunos da m esm a U niversidade.

M a t e r i a l :

Foram utilizados dois conjuntos de baralhos, folhas de papel sulfite para

registro de pontos (dos jogadores) e registro de observadores, lápis e canetas

es-ferográficas, 2 (dois) gravadores m arca N ational e fitas rnaqnéticas de 60 m s.

ca-da um a, m arca Scotch, fabricadas pela 3M ' do B rasil. T odas as sessões experim

en-tais foram realizadas no L aboratório de Psicologia da P o n t i t / c i e U n i v e r s i d a d e C a

-t ó l i c a d e C e r n p i n e s .

(3)

P r o c e d i m e n t o :

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

O s sujeitos foram divididos em 2 grupos:

1 . S u j e i t o s i n f o r m a d o s : foram considerados sujeitos inform ados aqueles sujeitos que receberam a inform ação de que estariam participando de um experim ento.

2 . S u j e i t o s n ã o i n f o r m a d o s : foram considerados sujeitos não inform ados aqueles sujeitos que não receberam nenhum a inform ação a não ser que estariam participando de um jogo de cartas para treino de observadores.

I n s t r u ç õ e s a o s s u j e i t o s :

1 . S u j e i t o s n ã o i n f o r m a d o s : "estarnos procurando avaliar algum as tarefas que se m ostram úteis para serem utilizadas em um treino de observa-dores. U m a dessas tarefas é observar e registrar m ovim entos m otores (gestuais e faciaisl e verbais que ocorram durante um a situação de jo-go".

2 . S u j e i t o s i n f o r m a d o s : "estarnos procurando avaliar algum as tarefas que se m ostrem úteis para serem utilizadas em um treino de observadores.

U m a dessas tarefas é observar e registrar

tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

movimentos m otores (gestuais e faciaisl e verbais que ocorram durante um a situação experim ental de

com petição.

I n s t r u ç õ e s a o s O b s e r v a d o r e s :

"V ocês serão observadores de um a situação experim ental. V ocês deve-rão anotar a habilidade m aior ou m enor de pessoas jogando um jogo de cartas. O baralho que os jogadores irão utilizar encontra-se alterado. Procurem observar as reações das pessoas quando elas perceberem as alterações no baralho". C ada observador e cada sujeito recebia as instru-ções cinco m inutos antes de cada sessão experim ental.

C o n d i ç õ e s E x p e r i m e n t a i s :

A atividade escolhida para a realização do procedim ento foi um jogo de cartas denom inado "B uraco", no qual participaram dezesseis jogadores, divididos em duplas, um a dupla disputando com a outra. N esse jogo, é considerado vence-dora da partida a dupla que conseguir m aior núm ero de pontos dentro de um te-to previam ente estipulado pelos jogadores no inicto da partida. C ada partida é

108 R ev. de Psicologia, Fortaleza, 5 (1) : pág. 105-117, Jan/Jun, 1987.

com posta de diversas rodadas (conform e o teto e o núm ero de pontos de cada rodada).

Para se produzir a descoberta de fraude, foram real izadas alterações no m aterial - baralho, antes dos sujeitos serem expostos à condição experim ental. Por descoberta, entendem os as em issões de com portam entos indicadores de dis-crim inação das alterações efetuadas nos baralhos. Por alterações, entendem os o acréscim o de quatro ou m ais cartas até um m áxim o de oito (nove, dez, valete, dam a, rei e ás) todas de um m esm o naipe, ao conjunto de dois baralhos utiliza-dos para o jogo de buraco.

E S T U D O I

OBJETIVOS

- ,Identificar ocorrências durante um jogo de cartas.

a) identificar quantas cartas deveriam ser inclu ídas no baralho para que pudesse ocorrer a "descoberta de fraude".

b) identificar qual seria a m elhor form a de colocar essas cartas no baralho. b.1 - ao acaso, m isturadas ao baralho antes do jogo.

b.2 - no m onte de cartas a serem "com paradas" ou "pescadas" durante o jogo.

b.3 - ao se distribuir as cartas aos jogadores. b. 4 - no "m orto".

c) identificar com o ocorreria a "descoberta de fraude".

d) identificar possíveis pistas para a elaboração de um a entrevista pós-ex-perim ental.

METODO

- Sujeitos - quatro estudantes universitários (dois do sexo fem inino e dois do sexo m asculino ).2

M aterial - dois conjuntos de baralhos.

Procedim entos - a atividade escolhida para a realização do procedim ento foi um jogo de cartas denom inado "buraco", no qual participaram quatro jogadores, divididos em duas duplas cada um a disputando com a outra. T odos ficaram senta-dos à um a m esa, um a dupla de frente para outra e o jogo tinha início após um sorteio para escolher a dupla que iniciava o jogo.

2 sem participação de observadores

(4)

RESULTADOS

BA

E s t u d o '

o

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

jogo teve a duração de sessenta e cinco m inutos durante os quais foi

rea-lizada um a rodada com pleta que teve a duração de trinta m inutos. N a segunda

rodada ocorreu a "descoberta da fraude" aos trinta e cinco m inutos de jogo. O

grupo de jogadores interrom peu o jogo logo após ocorrer a descoberta. A

desco-berta ocorreu havendo apenas quatro cartas (valete, dam a, rei, e ás de espada)

acrescida ao baralho. E las foram colocadas nos baralhos aleatoriam ente antes do

iru'cio da partida.

A s ocorrências acim a apontadas indicaram que:

a) ocorreria a descoberta com relativa facil idade e com com portam entos

suficientem ente 'claros para serem facilm ente identificáveis, tais com o:

verbal izações, em issões de interjeições, gestos com as m ãos, etc.

b) um núm ero razoavelm ente pequeno de cartas acrescidas ao baralho

po-deria produzir a descoberta (no caso, apenas 4-quatro-).

c) o lugar no baralho e o m om ento de colocação das cartas não pareceu

m erecer um a atenção especial.

d) os com entários verbalizados pelos jogadores após a descoberta

indica-ram que um a entrevista poderia fornecer m aterial interessante de

depoi-m ento pessoal. C om o exem plo, poderia ser citado o com entário feito

por um dos jogadores apontando o baralho alterado com o o

responsá-vel pelos seus erros durante o jogo. .

E s t u d o l i

O bjetivos - verificar se jogadores considerados m ais habilidosos em jogo de

car-tas apresentariam m aior rapidez na identificação da fraude. O s

joga-dores foram considerados m ais habil idosos por apresentarem um a

verbal ização m ais fluente sobre jogos de cartas (antes e durante o

E studo II ), por conhecerem m aior núm ero de jogos com cartas e

por terem m ais experiência de jogo com cartas do que os jogadores

que participaram do E studo I.

MÉTODO

Sujeitos - quatro estudantes universitários (dois do sexo fem inino e dois

do sexo m ascuünol.ê

M aterial - o m esm o do estudo I.

Procedim ento - o m esm o do estudo I.

3 com a participação de observadores

110

RESULTADOS

N este E studo, o baralho em jogo ficou com a seguinte alteração: três

car-tas nove, três cartas dez, duas cartas valete, duas cartas dam as, duas cartas rei e

duas cartas ás, todas as alterações de espadas.

A pesar do grupo de jogadores do E studo II ser m ais habi Iidoso do que os

jogadores do E studo I (conform e planejado) e apesar do aum ento dó núm ero de

cartas acrescidas ao baralho, não ocorreu a "descoberta de fraude".

A não ocorrência de descoberta no caso do grupo II pareceu ser m ais

con-seqüência de falta de envolvim ento no jogo e na com petição. E sse não

envolvi-m ento parece ter alterado a atenção dos jogadores ao jogo. Isto nos sugeriu que

talvez, um a intervenção nesses dois pontos, isto é, aum entar o envolvim ento do

jogo e na com petição poderia contribuir para a produção da descoberta da

frau-de. Pareceu-nos ser possrvel planejar m anipulações que produzissem os com

por-tam entos que com um ente são cham ados de habilidade de jogo.

A sessão experim ental teve a duração de 2 horas e 10 m inutos e foram

rea-Iizadas 5 (cinco) rodadas.

E s t u d o l i '

O bjetivos

A . Produzir, em jogadores considerados m enos habilidosos, com portam entos

que os habil item a identificar a fraude em um jogo de cartas. Para gerar

es-se com portam ento de com petição foi estabelecido um prêm io (disco ou

fi-ta) para a dupla vencedora do jogo.

B.

R ealização de um a entrevista pós-experim ental para coletar verbalização

dos sujeitos referentes as suas sensações à descoberta de fraude.

MI:TODO

Sujeito - Q uatro estudantes universitários (dois do sexo fem inino e dois do

sexo rnasculinol."

- M aterial - o m esm o do estudo 11.

- Procedim ento - O m esm o do estudo 11, adicionando-se urn'prérnio para

a dupla vencedora.

RESULTADOS

O s resultados do presente estudo parecem indicar que as sugestões

extrar-dos dos E studos I, 11 podem ser relevantes para um a situação que venha a

pro-duzir a "descoberta da fraude".

4 com a participação de observadores.

(5)

o

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

envolvim ento com o jogo parece ter sido produzido pela com petição. N este estudo ocorreu a descoberta aos quarenta e cinco m inutos de jogo, na segunda rodada. A pesar de acrescidas ao trabalho as m esm as oito cartas do E studo li, a descoberta ocorreu estando ao jogo apenas 4 (quatro) cartas que ti-nham inicialm ente sido usadas nos E studos I e II - um valete, um a dam a, um rei e um ás de espadas.

N este estudo foi solicitada a opinião dos sujeitos. O A nexo

BA

A apresenta o

relato de cada um dos jogadores:

E s t u d o I V

1)O bjetivo - V erificar se jogadores m ais habilidosos apresentariam m aior rapi-dez na identificação da fraude. O s jogadores para este E studo IV deveriam apresentar as m esm as caracterrsticas dos jogadores que participaram do E studo" I.

2) M étodos - Sujeitos - quatro estudantes universitários (dois do sexo fem inino e dois do sexo m ascultnol.ê

M aterial - o m esm o do E studo" I. Proced im ento - o m esm o do E studo 111.

RESULTADOS

O s resultados do E studo IV indicaram que a habilidade dos jogadores é um dado m uito relevante, isto é, as habil idades dos sujeitos e a situação de com peti-ção provavelm ente produziu a "descoberta de fraude". N este E studo a descober-ta ocorreu na segunda rodada aos quarenta e três m inutos de jogo. O s jogadores interrom peram o jogo nesse m om ento.

O s depoim entos aparecem registrados no A nexo B .

DISCUSSÃO GERAL

O presente trabalho teve com o objetivo produzir um a situação que resul-tasse na descoberta de um a fraude.

Poderíam os afirm ar que esse objetivo foi atingido. Foi possível chegar a um a situação de "descoberta de fraude" tanto com os sujeitos inform ados com o com os sujeitos não-inform ados, conform e aparece nos R esultados - E studos 111 e IV .

Foram planejados tam bém E studos inicialm ente denom inados E studos- Pi-loto, que teriam com o finalidade "lim par" o procedim ento - E studos I e li -que seria aplicado posteriorm ente - E studos 111 e IV .

5 com a participação de observadores

112 R ev. de Psicologia, Fortaleza, 5 (1) : pág. 105-117, Jan/Jun, 1987.

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

· 8 C H - P E H / O O / C O t

N o entanto, e aqui parece-nos estar a ocorrência m ais relevante do pre n te trabalho - à m edida em que eram realizadas a sessões de cada E studo ( I e " l. pareceu-nos que outras inform ações se m ostraram m ais relevantes. E sses dado apontaram na seguinte direção: a realização de cada estudo, em lugar nos infor-m ar sobre coinfor-m o "Iímpar" o procedim ento, nos m ostraram , gradualm ente, infor-m ações sobre coinfor-m o poderíainfor-m os produzir um a situação m uito sem elhante à real, o que acabou produzindo os E studos III e IV . D essa form a, talvez não fosse pos-sível denom inar os E studos I e II de "E studos-Piloto para lim par procedim en-tos", m as sim , denorniná-los de estudos planejados para atingir um objetivo que, ao serem realizados, acabaram produzindo inform ações adicionais e, de certa for-m a, for-m ais relevantes que as esperadas originalfor-m ente.

E ssas ocorrências nos fizeram pensar em um c o n t í n u u m entre as situações

estabelecidas e estudadas, e não em um a dicotom ia ou segm entação "real" ver-sus "experim ental". E sse continuum pode ser encontrado entre as situações dos E studos I, ll, li I e IV . A situação IV seria a situação produzida a partir do que aprendem os nas situações I, " e "I.

D essa form a, talvez fosse possível afirm ar que, os E studos I e " nos infor-m arainfor-m sobre quais infor-m anipulações experim entais seriam necessárias para se produ-zir situações bastantes sem elhantes a situação real - E studo" I - e E studo IV .

V am os procurar responder a seguinte questão: porque os E studos" I e IV são m ais sem elhantes à situação real. Porque as situações que contêm a m aior quantidade de m anipulações são as m ais sem elhante à real, contrariam ente ao que afirm am Farr (1976) e A ronson e C alrsm ith (1968).

Inicialm ente, seria interessante procurarm os especificar alguns atributos do que cham aríam os "jogadores habilidosos" - os com ponentes do grupo do E stu-do IV (e tam bém do E studo" I):

1 - V erbal izar fluentem ente sobre regras do jogo "buraco". 2 - V erbal izar fluentem ente sobre outros jogos com cartas. 3 - E nvolvim ento com jogo (logo após ter iniciado o m esm o). 4 - E nvolvim ento com a com petição durante o jogo.

5 - A tenção durante o jogo.

6 - V erbalizar solicitando participação adequada do parceiro de dupla.

A Iista acim a não é exaustiva, m as a consideram os suficiente para a presen-te discussão. D esses ítens listados, quais seriam realm ente necessários para um desem penho satisfatório durante o jogo? Parece-nos que os ítens, 3, 4, 5 e 6.

C onsiderando os atributos dos jogadores m enos habilidosos, verificam os não apresentarem eles essas características. Juntam ente para produzir esses com -portam entos é que foram realizadas as m anipulações experim entais - E studo" I. O quadro abaixo ilustra essa m anipulação sobre esses com portam entos e os resultados iniciais dessas m anipulações, que resultaram posteriorm ente na "descoberta da fraude".

(6)

habilidades ne-cessárias para o jogo.

m anipulação experi m enta I

resultados

a. envolvim ento com o jogo

a. ocorreu o envolvi-m ento com o jogo.

b. prêm io oferecido à dupla vencedora.

b. com petição b. envolvim ento

com com petição

c. atenção durante o jogo.

c. ocorreu m aior aten-ção durante o jogo.

d. verbalizações sol icitando par-ticipação adequa-da do parceiro de dupla

d. ocorreram

verbali-zações desse tipo.

U m outro fato que nos leva a acreditar que a m anipulação experim ental

produziu jogadores

tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

"hábil idosos" é a com paração entre o grupo do E studo 11e o grupo do E studo IV . Parece-nos pois que, envolvim ento com jogo, envolvim

en-to com com petição, atenção durante o jogo e solicitação de participação ade-quada do parceiro ocorreram em função do prêm io estabelecido.

A ssim , poderíam os supor que a m anipulação experim ental produziu no grupo de E studo 111,o que no grupo de E studo IV cham am os de habilidade no jogo, isto é, a m anipulação experim ental produziu um a situação m uito sem elhan-te à situação real.

N a presente discussão seria interessante tam bém m encionar pelo m enos dois pontos que para nós não foram resolvidos neste trabalho. O prim eiro deles é referente ao desem penho do grupo do E studo I. N esse estudo, ocorreu a "des-coberta de fraude". Perguntam os: qual teria sido o fator responsável por esse evento? T alvez fosse possível afirm ar que o jogador que fez a descoberta seria tão habilidoso, pelo m enos em alguns pontos, quanto os jogadores do grupo do E studo IV . U m a observação assistem ática realizada durante o E studo I nos m os-trou que esse jogador apresentou pelo m enos duas características dos jogadores do grupo do E studo IV : atenção e envolvim ento com a com petição.

O segundo ponto a salientar refere-se ao desem penho do grupo de jogado-res do E studo 11. A pesar de serem considerados m ais habil idosos do que o grupo I, não ocorreu a descoberta. Porque não teria ocorrido a descoberta? Parece-nos que, nesseqrupo de jogadores do E studo 11, não ocorreu o envolvim ento com o

114 R ev. de Psicologia, Fortaleza, 5 (1) : pág. 105-117, Jan/Jun, 1987.

jogo e nem a com petição, o que com prom eteu a atenção durante o jogo. Suge-rim os essa explicação um a vez que nesse E studo 11,o grupo de jogadores, duran-te a m aior parduran-te do duran-tem po do jogo, apresentou um a grande quantidade de con-versas. pa.ralelas ao jogo, sobre assuntos diversos. Isto nos faz supor que essas ocorrencras tenham com prom etido o desem penho do grupo de jogadores.

A pesar de term os sugerido algum as respostasa essas duas questões propos-tas, parece-nos que elas só seriam convenientem ente respondidas através de um a observação m ais sistem ática especialm ente planejada para avaliarem esses desem -penhos.

V ale a pena lem brar que no início da presente discussão, apontam os que, em m uitas ocasiões, a realização de um experim ento pode nos fornecer inform a-ções que não eram esperadas. A ssim , planejado para avaliar o efeito de ter ou não inform ações sobre ser sujeito de um experim ento, o presente trabalho nos m ostrou indícios de com o planejar um a situação experim ental de form a que ela seja m uito sem elhante a um a situação real.

REFERÊNCIAS

1.

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A R O N S O N . E . e C A R L S M / T H . J . M . (1968) Experimentation in Social Psychology. In

t.indzev, G . and A R O N S O N . E . - H s n b o o k a f P s v c b o t o ç y , Reading, M: Addison Wesley Publishing Co. (p, 1 a 36).

2 . F A R R . R .M . (1976) Experimentation: A Social Psychological Perspectiva.8 r i t h i s h . J o u r -n a / o S o c i a / . Thec l i n i c a / .

BA

P s v c b o l o ç v , 15,p p . 2 2 5 - 2 3 8 .

3 . S / D M A N . M . (1960) T a c t i c s o t S c i e n t i f i c R e s e a r c h . Basic Books, Inc., Publishers. New York.

(7)

ANEXO A

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

T ranscrição dos depoim entos feitos pelos jogadores referentes ao E studo

111.

BA

S u j e i t o A - Inicialm ente fiquei surpresa. Senti-m e com o sendo enrolada

(enga-nada) pois o baralho foi alterado portanto, o resultado final de

parti-da estava com o que no ar e m e preocupei em "bater" o m ais rápido que

poderia.

S u j e i t o B - V ocê não confia m ais em nada do jogo. V ocê acha que é por isso

que o jogo está difícil, o parceiro está ganhando. D á vontade de parar o

jogo. D á vontade de conferir o baralho.

S u j e i t o C - D epois que eu soube que o baralho estava m exido, m e senti traída,

m e senti com o um a verdadeira cobaia de experim ento. C om ecei a achar

que não ia ter chance de ganhar o jogo, pois as probalidades de isto

acon-tecer já não eram as m esm as de antes.

S u j e i t o

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

D - Q uando frente ao fato de ter sido m udado o baralho, senti que

de-veria ir até o fim para ver no que podia dar. C om o estava ganhando, a

m otivação para continuar era grande, só que eu senti que o jogo não

se-ria válido.

ANEXO B

T rancrição dos depoim entos feitos pelos jogadores referentes ao E studo

IV .

S u j e i t o A - A o perceber que havia um a carta a m ais do m esm o naipe, pensei que

pudesse fazer parte de um experim ento. Porém joguei a carta fora para

não dar continuidade a um a possível artim anha program ada. N ão percebí

que havia m ais cartas repetidas.

S u j e i t o B - Q uando a achou três cartas do m esm o naipe, achei que podia

ser acidente. Q uando outro jogador descartou e desconfiou dos 9, com

e-cei a desconfiar que pudesse haver algo de diferente com o baralho.

Q uando confirm ei, fiquei p u t a !

116 R ev. de Psicologia, Fortaleza, 5 (1) :pág. 105 -117, Jan/Jun, 1987.

tlCH-PERIODIC08

S ' e i t C _ "C ontrariedades" - estabelecida a regra do jogo, a .prim eira

:ontra-u t e ! o riedade veio com a lavadeira de A s feita no início da prim eira m ao.

Fin-da a prim eira partida, perdem os o jogo; fO I a segunda contraned~d~. N o

inicio da segunda partida, :ontinudou o ~esm o ~~aon~~ :~~~~ ~Z v~~~~:

não estava prestando atençao devi a ao Jogo. . . .

o experim ento, a prim eira reação foi se sentir

= :

pO .IS pensei do trpo

de situação, tipo: azar, não estar prestando atençao no Jogo, a T V estava

tirando o interesse do jogo. - d d

. t na-o é m uito bom sua aplicaçao em se tratan o e

Sobre o expenm en o, .

um a disputa pois fica-se m uito cabrero ao saber do experim ento.

S u j e i t o D - O bs. O sujeito D não em itiu opinião.

Referências

Documentos relacionados

As variáveis peso, estatura e circunferência da cintura apresentaram valores médios superiores aos homens em relação as mulheres, sendo o inverso observado para índice

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

Afinal de contas, tanto uma quanto a outra são ferramentas essenciais para a compreensão da realidade, além de ser o principal motivo da re- pulsa pela matemática, uma vez que é

submetidos a procedimentos obstétricos na clínica cirúrgica de cães e gatos do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa, no período de 11 de maio a 11 de novembro de

A inscrição do imóvel rural após este prazo implica na perda do direito de manter atividades agropecuárias em áreas rurais consolidadas em APP e Reserva Legal, obrigando

Sendo assim, o presente estudo visa quantificar a atividade das proteases alcalinas totais do trato digestório do neon gobi Elacatinus figaro em diferentes idades e dietas que compõem

2 - OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é avaliar o tratamento biológico anaeróbio de substrato sintético contendo feno!, sob condições mesofilicas, em um Reator