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A NOVA LEGISLAÇÃO DAS ELEIÇÕES BRASILEIRA E AS MUDASNÇAS PARA A COMUNICAÇÃO ELEITORAL EM

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A NOVA LEGISLAÇÃO DAS ELEIÇÕES BRASILEIRA E AS MUDASNÇAS PARA A COMUNICAÇÃO ELEITORAL EM 2016

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NEVES, Daniela

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RESUMO

O presente artigo analisa o possível impacto da Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165/2015 que alterou a Lei nº 9.504/97) na comunicação das eleições para prefeitos no Brasil em 2016. O objeto de estudo é a comunicação através do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE), especificamente na televisão. Tendo como referencial teórico o trabalho de Felipe Borba (2013), que analisou a legislação eleitoral de 11 países da América Latina e suas possíveis consequências para o processo democrático, o artigo compara a norma anterior com a que estabelece os procedimentos para o HGPE deste ano apenas do caso brasileiro, para assim analisar as condições de disputa e de debate entre as candidaturas e se a atual regra tende a promover uma disputa mais equilibrada, dando condições competitivas para todas as candidaturas. Como o artigo é escrito no período pré-eleitoral, não será realizada a análise de conteúdo dos programas eleitorais para televisão - proposta para uma segunda etapa desta pesquisa. A comparação entre as duas normas conclui que as modificações dão menos espaço para o debate democrático, com diminuição do período de campanha gratuita na televisão, tempo semanal de exposição, diminuição da parcela de tempo dividida de forma igualitária entre os partidos, assim como a permanência de regras rígidas para a produção desses programas.

Palavras-chave: eleições; comunicação eleitoral; Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral;

legislação eleitoral.

1. INTRODUÇÃO

O Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) do Brasil completa 54 anos neste pleito municipal e, mesmo que o uso de novas tecnologias proporcionadas pela internet venha ganhado espaço nas últimas disputas eleitorais (BRAGA, 2011, JAMIL, SAMPAIO, 2011), o programa do rádio e da televisão continua sendo um canal privilegiado para exposição das candidaturas na mídia tradicional (PANKE, CERVI, 2011), apesar das críticas sobre os altos custos para sua produção e seu caráter de espetáculo. Se no dia a dia o eleitor não se preocupa com as sucessões de cargos públicos, a propaganda eleitoral é a chamada a “hora da política”, momento que fornece ao cidadão comum, algumas chaves explicativas simplificadas para um público com pouca informação (VEIGA, 2001).

É quando o tema eleições entra no seu cotidiano e, literalmente, na “casa” do eleitor, dando visibilidade às discussões sobre a esfera pública de poder.

As forças políticas em disputa pelo cargo continuam dando importância para este espaço, tanto que no período pré-eleitoral, a negociação por legendas para formação de coligações leva em consideração o tempo que cada uma traz para o HGPE (PANKE, CERVI, 2011). A atual legislação

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Trabalho apresentado para o GT Comunicação e Política do VIII Encontro de Pesquisa em Comunicação – ENPECOM.

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Mestre em Ciência Política pela UFPR, é doutoranda do mesmo programa e bacharel em Jornalismo pela

UFSC. E-mail dneves1505@gmail.com.

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prevê que noventa por cento do tempo são distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, e dez por cento distribuídos igualitariamente.

Essa mesma legislação (Lei nº 13.165/2015) alterou a dinâmica do tempo de campanha e do Horário Eleitoral, passando de 45 para 35 dias o tempo de propaganda no rádio e na televisão. Se até as eleições passadas os candidatos majoritários dividiam espaço de rádio e TV com os proporcionais, agora apenas candidatos a prefeito ocupam este espaço, de segunda a sábado, sendo os postulantes à Câmara Municipal receberão 40% do tempo destinado a spots (inserções de 30 e 60 segundos veiculadas no meio da programação normal das emissoras), ou 28 minutos diários para todos os candidatos proporcionais. Candidatos a prefeito ficam com 60% das inserções.

Este artigo é escrito no momento de pré-campanha, por isso não tem o objetivo de analisar o impacto da mudança das regras no período de comunicação eleitoral, através de análise de conteúdo dos programas. Essa análise deve ser feita em uma segunda etapa da pesquisa de doutoramento, na qual esse artigo se insere. O objetivo aqui é estudar as mudanças na legislação brasileira para as campanhas majoritárias em 2016 e as condições de disputa que ela traz, em comparação com a norma anterior, em levantamento baseado no modelo proposto por Felipe Borba (2013), no artigo que analisa regras eleitorais e democracia em 11 países da América Latina.

Borba pontua as diferenças entre os países em relação a seis questões que define como fundamentais: (1) regras de financiamento de partidos e candidatos aos meios de comunicação, (2) período de duração das campanhas, (3) tempo diário de promoção eleitoral, (4) regras de distribuição do tempo de propaganda gratuita entre os partidos, (5) controle de conteúdo das mensagens e (6) os limites impostos pela legislação para a contratação de propaganda.

O objetivo é analisar conjunto específico de normas e desenvolver uma classificação na qual os países seriam ordenados segundo a capacidade que possuem em gerar ambientes informacionais nos quais prevalece a pluralidade de informação e a livre circulação de diferentes correntes de opinião.” (BORBA, 2013, p. 4)

A hipótese de Borba é que as campanhas cumpririam a função social de informar o público em contextos nos quais há diferentes recursos entre os candidatos, sendo esses recursos as seis variáveis por ele levantadas. Caso esses recursos seja desiguais, o caráter competitivo dessas disputas fica comprometido (RUBIN, 2001).

Tendo o trabalho referido como modelo, a primeira parte deste artigo faz um resgate teórico, alinhada à teoria da escolha racional, sobre a importância da campanha como instância organizadora das informações e busca rápida por elementos que levem à decisão do voto. A seguir, a teoria de Felipe Borba (2013) é apresentada de forma resumida. Em seguida é apresentada a comparação das legislações eleitorais - Lei nº 9.504/97, modificada pela Lei nº 13.165/2015 – que regulamentam a disputa eleitoral deste ano.

2. A IMPORTÂNCIA DAS CAMPANHA

O nome campanha vem do termo francês para “País Aberto” e traz para a política um uso

militar: em uma campanha militar, um exército deixava seus quartéis na capital para operar no campo,

ou campo aberto (POPKIN, 1991). “Essa é uma metáfora da política porque campanha traz os

políticos para fora da capital para o país aberto” (POPKIN, 1991, p.7). A citação lembra campanhas

presidências norte-americanas e pode ser utilizada para a lógica de campanhas regionais e municipais

quando o candidato vai à campo, em eventos com eleitores. A arena de debate, porém, cada vez é

menos face a face e mais por uma quase interação mediada (THOMPSON, 1988) com o

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fortalecimento dos meios de comunicação de massa – e mais recentemente a internet –, tornando campanhas com caráter monólogo, em uma situação na qual o indivíduo produz formas simbólicas para outros que não podem responder – neste caso, característica do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE). “Querendo ou não, os líderes políticos hoje devem estar preparados para adaptar suas atividades e um novo tipo de visibilidade que funciona diversamente e em níveis completamente diferentes (1988, p.109).

Através do programa eleitoral na televisão, os candidatos se comunicam diretamente com seus eleitores, dispensando a mediação dos partidos (MANIN, 1995).

“Uma campanha eleitoral é um processo de construção de antagonismo: ela joga várias imagens umas contra as outras. Considerando isoladamente, cada imagem, na verdade, pode significar quase tudo. O erro está em examinar cada uma em separado (...)” (MANIN, p. 30)

A campanha política emerge como uma instância organizadora de informações, fornecendo ao eleitor dados sobre os candidatos e adversários, permitindo a construção da imagem, agenda e propostas políticas. “A função da campanha eleitoral consiste em promover a articulação do conhecimento adquirido pelo eleitor sobre a política e o governo, orientando a decisão do voto.”

(TELLES, 2009, p.144). Durante a campanha, os eleitores podem distinguir seus problemas individuais daqueles que são provocados pelo governo. Podem observar as diferentes esferas de poder e responsabilizar os distintos níveis de governo pelas dificuldades que enfrentam. Podem separar a situação atual das perspectivas sobre o futuro. Por isso, o caminho percorrido até o voto é complexo (TELLES, 2009).

Segundo Popkin (1991), o voto é resultado da associação entre a informação pessoal, problemas pessoais e experiências pessoais com o governo, além de suas avaliações e escolhas. A decisão, assim, depende de diversas variáveis: o que o eleitor acredita que o governo pode fazer, o que sabe sobre o que as outras pessoas querem do governo, além das informações que obtém nos meios de comunicação e nas campanhas políticas. Trazem para essa conta suas expectativas sobre o futuro e o tipo de programas de governo que acreditam serem os mais relevantes para eles para os próximos anos.

Os eleitores, porém, fazem distinção entre problemas de governo e seus problemas pessoais.

Quando pensam sobre o governo, trazem apenas seus problemas pessoais que acreditam fazer parte da agenda política, os problemas de governo que podem ser resolvidos por quem eles escolherem para depositar o voto. “O voto é mais do que a expressão direta do voto de um grupo social, ou problemas pessoais. Eleitores somam condições pessoais e separam seus próprios problemas dos problemas do governo.” (POPKIN, 1991, p. 34). Consideram não somente temas econômicos, mas relacionados à família, residência e temas de consumo. Pensam não apenas em suas necessidades imediatas, mas também avaliando seus problemas futuros, levando em consideração não apenas questões privadas, mas também em bens coletivos. E levam em consideração não apenas no futuro imediato, mas também em longo prazo.

Longe de um modelo de eleitor ideal, formado por aquele que escolhe diante de alternativas

apresentadas e que podem ser comparadas, diversos autores apontam que o eleitor escolhe baseado

em informação fragmentada (POPKIN, 1991, REDLAWSK, 2004) e toma decisões sem que tenha

de “gastar” tempo para isso (DOWNS, 1999). O fundamento da teoria é a premissa de que o indivíduo

tenta relacionar de forma eficiente meios escassos e o fim a qual se propõe. Acreditam que os atores

racionais comparam as alternativas e nesta busca por informação rápida e sem custos, o formador de

opinião é peça importante. “Portanto, os bem-informados têm uma grande influência sobre a

determinação de que políticas públicas o governo seguirá.” (DOWNS, 1999, p.266).

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3. REGRAS ELEITORAIS E DEMOCRACIA

Felipe Borba, no artigo “Regras eleitorais e democracia em 11 países da América Latina”

( 2013), propõe-se a comparar essas legislação e suas possíveis consequências para o processo democrático, principalmente se essas campanhas têm competência para promover:

“(...) disputas equilibradas e plurais nas quais as diferentes correntes de opinião estejam representadas no debate público. Para isso, é fundamental a existência de normas de campanha que abram espaço para a atuação política de minorias, partidos políticos sem recursos financeiros e partidos sem apoio dos conglomerados de informação (2013, p. 1)

Após comparar, cria um ranking das campanhas com base nas regras eleitorais dos 11 países.

Esses países são ordenados segundo a capacidade que possuem de gerar ambientes informacionais nos quais prevalece a pluralidade de informação e a livre circulação de diferentes correntes de opinião.

Nesta lista, são pontuadas as principais diferenças entre os países em relação a seis questões: (1) as regras de financiamento de partidos e candidatos aos meios de comunicação, (2) o período de duração das campanhas, (3) o tempo diário destinado à promoção eleitoral, (4) as regras de distribuição do tempo de propaganda gratuita entre os partidos, (5) o controle de conteúdo das mensagens e (6) os limites impostos pela legislação para a contratação de propaganda.

3.1 Breve explicação de cada questão a) Regras de Financiamento

Analisa o acesso de partidos e candidatos aos meios de comunicação de massa, que pode se dar por meio de três diferentes maneiras: financiado exclusivamente pelo Estado, depender do poder de compra de cada partido individualmente ou combinar o financiamento público com o privado. O caráter gratuito é considerado o modelo ideal de financiamento se o objetivo for a pluralização da informação. No modelo privado ou misto, o ambiente informacional favorece partidos que possuem maior capacidade de arrecadação de recursos. Aqui o autor se refere à compra do espaço de mídia, e não ao financiamento da campanha, ou recursos necessários para produção dos programas. No caso do Brasil, esse financiamento é gratuito.

b) Período de Duração das Campanhas

No caso do estudo, Borba indica que as legislações eleitorais dos países latino-americanos variam significativamente em relação ao período que permitem a ação dos candidatos. Elas podem ser consideradas curtas, médias e de longa duração. O argumento de Borba é que as campanhas precisam ser longas o suficiente de modo a aumentar a chance de os eleitores conhecerem os candidatos e aprenderem as diferenças que existem entre as suas propostas. Tem como base estudo de Stevenson e Vavreck (apud BORBA 2013), que analisam o efeito da duração das campanhas sobre a decisão do voto em 113 eleições de 13 países, e concluem que as democracias cujas campanhas eram mais longas facilitavam a escolha eleitoral.

c) Tempo Diário de Propaganda

As campanhas podem ser consideradas com tendo alta, média ou baixa exposição diária. O

ambiente informacional é favorável para o aprendizado dos eleitores quando há tempo diário de

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propaganda ocorre em volume suficiente para que todos sejam expostos às mensagens de campanha.

d) Regras de Divisão do Tempo de Propaganda

Em geral, há dois modelos: um leva em consideração a força relativa dos partidos e divide o tempo de propaganda proporcionalmente à representação de cada um deles na Câmara dos Deputados – que é o caso brasileiro. O segundo método ignora o tamanho das bancadas e reparte igualmente o tempo de televisão entre os partidos. Essa segunda forma é considerada mais equilibrada, pois permite que pequenos partidos e partidos iniciante dispõem de chance para a transmissão de suas mensagens. No Brasil, levam vantagens partidos que possuem grande número de representante na Câmara dos Deputados. Mesmo em eleições municipais, a divisão é feita de acordo com a bancada federal de cada partido.

e) Controle de Conteúdo

A variável se refere às regulamentações que limitam o que os adversários estão autorizados a dizer durante a campanha e as consequências previstas para os que violam a determinação. O controle tem como problema limitar a informação que chega aos eleitores e é sensível, de acordo com Borba, nos países que estipulam sanções para a propaganda negativa. O Brasil é um exemplo nesse sentido.

A norma eleitoral proíbe a veiculação de mensagens que possam “degradar ou ridicularizar” os adversários. De acordo com Borba, estudos feitos sobre propaganda negativa nos Estados Unidos e também no Brasil mostram que os ataques feitos pelos candidatos contra seus oponentes ajudam a melhorar o ambiente informacional, ao revelarem informações sobre os candidatos que de outra maneira o eleitor não teria acesso.

f) Limites para Contratação de Propaganda Contratada

Não é previsto pela legislação brasileira. No Brasil, não existe propaganda eleitoral fora do HGPE e spots que têm frequência controlada pela legislação. Por esse motivo, não será feita a comparação entre as legislações brasileiras para essa variável.

4. COMPARAÇÃO DAS REGRAS DOS PLEITOS DE 2012 E 2014

Diante destas variáveis definidas por Borba (2013), foi realizada uma comparação das regras eleitorais vigentes em 2012 e as atuais, para 2016.

a) FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS NA TELEVISÃO – trata-se do valor que seria pago às emissoras para ocupação do espaço, e não para a produção de tais programas: não houve mudança, permanecendo de forma gratuita, exclusivamente.

b) DURAÇÃO DAS CAMPANHAS NA TELEVISÃO

Borba divide em - longa (mais de 60 dias), média (entre 30 e 60 dias) e curta duração (até 30 dias) Legislação anterior – 45 dias – média

Atual– 35 dias – média, com mudança que aproxima da baixa

c) TEMPO DIÁRIO DE EXIBIÇÃO

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Legislação anterior – 2 blocos de 30 minutos cada, totalizando 1 hora, 3 vezes por semana (2ª, 4ª e 6ª), 3 horas por semana. Total de 19 programas de candidatos majoritários (38 se forem inéditos em cada bloco de exibição).

Legislação atual – 2 blocos de 10 minutos cada, totalizando 20 minutos diários (de segunda a sábado). São 2 horas por semana. Total de 30 programas (60 se forem inéditos em cada bloco de exibição)

SPOTS (inserções ao longo da programação das emissoras)

Legislação anterior - 30 minutos diários para a veiculação de inserções de 30 segundos, com transmissão é diária, inclusive aos domingos. Exclusivo para candidatos majoritários.

Legislação atual - 42 minutos para prefeito 28 para vereador - 70 minutos diários - em inserções de 30 e de 60 segundos, nas eleições para prefeito e vereador, de segunda a domingo, distribuídas ao longo da programação veiculada entre as 5h e às 24 horas, na proporção de 60% para prefeito e de 40% para vereador.

d) DISTRIBUIÇÃO DE TEMPO

Legislação anterior – um terço, igualitariamente; dois terços, proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos políticos que a integrarem.

Legislação atual – 90% distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerados, no caso de coligação para eleições majoritárias, o resultado da soma do número de representantes dos seis maiores partidos que a integrem e, nos casos de coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integrem; outros 10% distribuídos igualitariamente.

e) CONTROLE DE CONTEÚDO

A Lei 13.165 de 2015 não modificou as vedações previstas para propaganda eleitoral no rádio e televisão. As restrições são diversas e preveem aplicação de sanções como perda de tempo, igual ao usado para o ato vedado, ou ainda suspensão temporária da participação do partido no horário eleitoral.

Na propaganda eleitoral gratuita, aplicam-se ao partido político, coligação ou candidato as seguintes vedações (Lei nº 9.504/97, art. 55, caput, c.c. o art. 45, I e II):

- A veiculação de propaganda que possa degradar ou ridicularizar candidatos.

- Vedado aos partidos políticos e às coligações incluir no horário destinado aos candidatos às eleições proporcionais propaganda das candidaturas a eleições majoritárias, ou vice-versa.

- É facultada a inserção de depoimento de candidatos a eleições proporcionais no horário da

propaganda das candidaturas majoritárias e vice-versa.

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- É vedada a utilização da propaganda de candidaturas proporcionais como propaganda de candidaturas majoritárias e vice-versa.

- Dos programas de rádio e televisão destinados à propaganda eleitoral gratuita de cada partido político ou coligação poderá participar, em apoio aos candidatos, qualquer cidadão não filiado a outro partido político ou a partido político integrante de outra coligação, sendo vedada a participação de qualquer pessoa mediante remuneração.

- Vedado transmitir, ainda que sob a forma de entrevista jornalística, imagens de realização de pesquisa ou qualquer outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral.

- Usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de alguma forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito.

- Só poderão aparecer, em gravações internas e externas, observado o disposto no § 2º, candidatos, caracteres com propostas, fotos, jingles, clipes com música ou vinhetas, inclusive de passagem, com indicação do número do candidato ou do partido, bem como de seus apoiadores, inclusive os candidatos de que trata o § 1º do art. 52, que poderão dispor de até vinte e cinco por cento do tempo de cada programa ou inserção, sendo vedadas montagens, trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais.

- Será permitida a veiculação de entrevistas com o candidato e de cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha:

I - realizações de governo ou da administração pública;

II - falhas administrativas e deficiências verificadas em obras e serviços públicos em geral;

III - atos parlamentares e debates legislativos. § 2º Será permitida a veiculação de entrevistas com o candidato e de cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha (Lei nº 9.504/1997, art. 54, § 2º):

I - realizações de governo ou da administração pública;

II - falhas administrativas e deficiências verificadas em obras e serviços públicos em geral;

III - atos parlamentares e debates legislativos.

- Será permitida a veiculação de entrevistas com o candidato e de cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha (Lei nº 9.504/1997, art. 54, § 2º):

I - realizações de governo ou da administração pública;

II - falhas administrativas e deficiências verificadas em obras e serviços públicos em geral;

III - atos parlamentares e debates legislativos. § 2º Será permitida a veiculação de entrevistas com o candidato e de cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha (Lei nº 9.504/1997, art. 54, § 2º):

I - realizações de governo ou da administração pública;

II - falhas administrativas e deficiências verificadas em obras e serviços públicos em geral;

III - atos parlamentares e debates legislativos.

- Será permitida a veiculação de entrevistas com o candidato e de cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha (Lei nº 9.504/1997, art. 54, § 2º):

I - realizações de governo ou da administração pública;

II - falhas administrativas e deficiências verificadas em obras e serviços públicos em geral;

III - atos parlamentares e debates legislativos. § 2º Será permitida a veiculação de entrevistas com o

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candidato e de cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha (Lei nº 9.504/1997, art. 54, § 2º):

I - realizações de governo ou da administração pública;

II - falhas administrativas e deficiências verificadas em obras e serviços públicos em geral;

III - atos parlamentares e debates legislativos.

- Será permitida a veiculação de entrevistas com o candidato e de cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha (Lei nº 9.504/1997, art. 54, § 2º):

I - realizações de governo ou da administração pública;

II - falhas administrativas e deficiências verificadas em obras e serviços públicos em geral;

III - atos parlamentares e debates legislativos. § 2º Será permitida a veiculação de entrevistas com o candidato e de cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha (Lei nº 9.504/1997, art. 54, § 2º):

I - realizações de governo ou da administração pública;

II - falhas administrativas e deficiências verificadas em obras e serviços públicos em geral;

III - atos parlamentares e debates legislativos.

De acordo com a pesquisa comparativa feita por Borba (2013), o Brasil, ao lado de Colômbia e México, está entre os países com maiores restrições ao conteúdo da propaganda eleitoral no rádio e na televisão na América Latina. O autor afirma que um ambiente que restringe o fluxo de informações e, inclusive, o ataque, a propaganda negativa, dá menos elementos para o eleitor fazer sua escolha.

Ataques feitos aos candidatos, de acordo com vários estudos citados por Borba, ajudam no efeito democrático da propaganda eleitoral. Quanto mais informações, sejam positivas ou negativas, mais elementos o eleitor tem para fazer seu julgamento (POPKIN, 991).

5. CONCLUSÃO

A Lei 13.165 de 2015 trouxe uma série de modificações para a produção e veiculação dos programas eleitorais de rádio e televisão no Brasil, que começam a ser sentidas nas eleições para prefeito e vereador neste ano. O efeito destas mudança só poderá ser totalmente avaliado com a análise de conteúdo dos programas das coligações no HGPE e o resultado das eleições, verificando como os comitês se adaptaram a essas mudanças e qual será o impacto nas urnas.

Porém, a comparação entre as normas vigentes nas últimas eleições municipais e as atuais, aplicadas ao modelo proposto por BORBA (2013), nos indicam que:

a) As regras de financiamento de partidos e candidatos aos meios de comunicação: Brasil não prevê tempo pago e esta regra não foi modificada, permanecendo o Brasil no modelo ideal de acesso à cadeia de rádio e televisão.

b) Período de duração das campanhas: diminui de 45 para 35 dias, ficando mais próximo do período considerado de curta duração, sendo que pelo modelo proposto, as campanhas mais longas facilitam a escolha eleitoral.

c) O tempo diário destinado à promoção eleitoral: mesmo que candidatos a prefeito têm exposição diariamente na televisão pelo HGPE (com exceção de domingos), o tempo de exposição semanal passou de 3 horas para 2 horas e nos spots (inserções) passou de 30 minutos diários para 42 minutos, o que não compensa a perda de tempo nos programas de bloco.

d) As regras de distribuição do tempo de propaganda gratuita entre os partidos: de 1/3 do

tempo dividido entre todos os candidatos, agora essa distribuição igualitária será feita em

apenas 10% do tempo. Desta forma, partidos com menor representação no Congresso

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ficam em desvantagem.

e) O controle de conteúdo das mensagens: permanece rígido.

f) Os limites impostos pela legislação para a contratação de propaganda: Brasil não prevê e por isso esse item não será analisado.

Essa comparação indica que, com a diminuição do período de duração do HGPE, do tempo de exposição e de porcentagem de distribuição igualitária entre os partidos, a legislação brasileira está menos equilibrada do que a que regulava a propaganda até então, dando menos condições a partidos menores de expor suas propostas aos eleitores e menos tempo para que os votantes comparem e reflitam sobre os candidatos. O controle rígido deste tipo de propaganda também restringe o fluxo de informações para que o eleitor possa tomar sua decisão.

Borba não analisou a questão do financiamento de campanha, uma das grandes modificações da nova lei. No Brasil, a partir de 2016, apenas pessoas físicas podem doar, acabando com o repasse de empresas, que eram até então as fontes dos maiores montantes para campanhas. Há também limites impostos para tal doação, de acordo com o rendimento bruto obtido pelo doador. Esta dificuldade em arrecadar deve afetar diretamente a produção dos programas, que até então representavam os maiores custos de uma campanha majoritária.

Como o objetivo deste artigo é analisar o possível impacto da Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165/2015 que alterou a Lei nº 9.504/97) na comunicação das eleições para prefeitos no Brasil em 2016, tendo como base o modelo proposto por Borba (2013), a análise da doação e o impacto na produção dos programas será feito em uma parte posterior da pesquisa, juntamente à análise de conteúdo e de prestação de contas das campanhas a prefeito no Brasil.

A proposta de doutoramento é analisar campanhas para prefeitos em capitais brasileiras, por considerar a dinâmica de campanhas em capitais diferentes das de cidades menores (NEVES, 2015).

6. REFERÊNCIAS

BRAGA, Sérgio Soares, O uso da internet nas campanhas eleitorais: o balanço do debate e algumas evidências sobre o Brasil. Revistausp, n.º 90, São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011.

BORBA, Felipe, Regras Eleitorais e Democracia em 11 países da América Latina. Observador On-Line (v.8, n.11, 2013).

DOWNS, Anthony, Uma Teoria Econômica da Democracia. São Paulo: Edusp, 1999.

JAMIL, Francisco Paulo; SAMPAIO, Rafael. Internet e eleições 2010 no Brasil: rupturas e continuidades nos padrões mediáticos das campanhas políticas online. Revista Galáxia, n. 22, p.

208-221, São Paulo, 2011.

MANIN, Bernard. As Metamorfoses do Governo Representativo, Revista Brasileira de Ciências

Sociais, nº 29, ANPOCS, 1995.

(10)

NEVES, Daniela, O peso da satisfação com a gestão na teoria sobre eleições municipais brasileiras, in II Seminário Mídia, Política e Eleições, São Paulo: PUC-SP, 2015. Disponível em

https://midiapoliticaeleicoes.wordpress.com, acesso em 31/08/2016.

PANKE, Luciana, CERVI, Emerson Urizzi, Análise da Comunicação Eleitoral uma proposta metodológica para os estudos do Hgpe, Revista Contemporânea |Comunicação e Cultura (vol 9, nº3). Salvador: UFBA, 2011.

POPKIN, Samuel L., The Reasoning Voter, Comunication and Persuasion in Presidential Campaign. Chicago and London: The University of Chicago Press, 1991.

REDLAWSK, David P., What Voters Do: Information Search during Election Campaigns, in Political Psychology 25 (August).Virginia, ISPP, 2004.

RUBIN, Antonio Albino Canelas, Novas Configurações das Eleições na Idade Média, Opinião Pública, volume VII, n.º 2, Campinas, CESOP/Unicamp, pág. 172-185, 2001.

TELLES, Helcimara de Souza, Estratégias de Campanha Política: slogans e retóricas nas eleições para prefeitos no Brasil, in America Latina Hoy, nº 51. Salamanca: Editora Universidade de

Salamanca, 2009.

THOMPSON, J. B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. 2ª ed. Petrópolis:

Vozes, 1998.

VEIGA, Luciana, Em busca de razões par ao voto: o uso que o homem comum faz do Horário

Eleitoral, nº f. 246. Tese de Doutorado apresentada ao Instituto Universitário de Pesquisas do Rio

de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001.

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