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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

PLANO DE NEGÓCIO DO EMPREENDIMENTO ASSOCIATIVO CADEIA

PRODUTIVA DA OLERICULTURA - Associação de Produtores

Rurais e Agricultores Familiares de Sobradinho – ASPRAF

Instituto de Estudos e Assessoria ao Desenvolvimento

(2)

2 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Presidente Dilma Rousseff Vice-Presidente Michel Temer

Ministro do Desenvolvimento Agrário Afonso Florense

Secretário de Desenvolvimento Territorial Jerônimo Rodrigues Souza

Diretor do Departamento de Inclusão Produtiva César Oliveira

Responsabilidade Técnica de Elaboração

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3 Sumário

Apresentação (5)

Passos Metodológicos (7) Resumo Executivo (13)

1. A paisagem e a agricultura do Distrito Federal (21)

1.1 Contexto da Paisagem e da Conservação da Biodiversidade: Alguns Elementos (21) 1.2 A Agricultura do Distrito Federal: Elementos (22)

1.3 EMATER – O diferencial de sua presença (27) 1.4 A produção da agricultura no Distrito Federal (28) 2. A Produção da Olericultura no Distrito Federal (31) 3. Plano de Negócio do Empreendimento (37)

3.1 Localização, caracterização da cooperativa e contexto da olericultura no DF (37) 3.2 Funcionamento do Empreendimento (40)

3.2.1 Descrição da Planta Industrial e Funcionamento (40) 3.2.2 Funcionamento de Gestão do Empreendimento (42) 3.2.3 Mix de Produção do Empreendimento (48)

3.2.4 Preço dos Produtos do Mix e Valor Bruto da Produção (49) 3.2.5 Custos do Empreendimento (50)

3.3 Análise dos Resultados Econômicos (52)

3.3.1 Gestão técnico-econômica dos resultados dos fluxos de funcionamento da rede de abastecimento ASPRAF em cenários (56)

3.4 Sistemas de Produção das Famílias Agricultoras e a RENDA (61) 3.5 Projeção dos resultados pelo Plano de Negócio (63)

(4)

4 Lista de Quadros

Quadro 1. Ocupação do território do DF. (23)

Quadro 2. Agricultura Familiar (estabelecimentos) por Região Federativa Brasil e DF. (25)

Quadro 3. Agricultura Familiar (área) por Região Federativa Brasil e DF. (25) Quadro 4. Estabelecimentos, Produção e Valores da Olericultura no DF (32)

Quadro 5. Funcionamento do fluxo de transporte das rotas de coleta, ano de 2011. (42) Quadro 6. Funcionamento do fluxo de carga das rotas de coleta, ano de 2011. (43) Quadro 7. Funcionamento do fluxo de trabalho das rotas de coleta, ano de 2011. (44) Quadro 8. Funcionamento do fluxo de trabalho da expedição, ano de 2011. (44) Quadro 9. Funcionamento do fluxo de transporte da distribuição, ano de 2011. (45) Quadro 10. Funcionamento do fluxo de carga da distribuição, ano de 2011. (46) Quadro 11. Funcionamento do fluxo de trabalho da distribuição, ano de 2011. (47) Quadro 12. Fluxos de funcionamento da rede de abastecimento ASPRAF, ano de 2011. (47)

Quadro 13. Mix de Produtos do Empreendimento, ano de 2011. (48)

Quadro 14. Produtos, Quantidades, Valores Comercializados e Preço por produto, ano de 2011. (50)

Quadro 15. Custos Administrativos de Gestão do Empreendimento. (51) Quadro 16. Resultados do empreendimento situação atual e futura. (53) Quadro 17. Resultados do empreendimento na renda das famílias agricultoras situação atual e futura. (54)

Quadro 18. Indicadores de funcionamento da rede de abastecimento. (57) Quadro 19. Detalhamento dos custos para as situações 1 e 2 projetadas. (59) Quadro 20. Detalhamento dos custos para as situações 1 e 2 projetadas. (60) Quadro 21. Renda de duas unidades de produção familiares. (62)

Quadro 22. Plano de Metas. (65) Quadro 23. Balanço mensal (67) Quadro 24. Controle de estoque (67) Quadro 25. Movimento financeiro (68)

Quadro 26. Movimento mensal das disponibilidades financeiras (68) Quadro 27. Controle mensal de contas a receber (68)

Quadro 28. Matriz FOFA (69)

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5 Lista de Figuras

Figura 1. Composição do PIB Agricultura. (28) Figura 2. Composição do PIB Agricultura. (29) Figura 3. Composição do PIB Agricultura. (29)

Figura 3. Estabelecimentos produtores pelos principais produtos da oleicultura no DF. (34)

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6 Apresentação

Este documento registra o primeiro encontro de reconhecimento institucional e relacionado aos empreendimentos objetos de estudo. O perfil do trabalho a ser realizado em parceria com o apoio da EMATER condiciona de forma positiva algumas adequações metodológicas as quais passam a ser consideradas neste documento com destaque para a o “Projeto INCUBADORA”.

O documento está dividido em 4 partes:

- Na primeira resgata os elementos metodológicos do plano de trabalho;

- Na segunda parte apresenta as características da paisagem da conservação da biodiversidade do Distrito Federal e caracteriza a agricultura;

- Na terceira parte apresenta os dados secundários oficiais sobre a cadeia produtiva; - Na quarta parte apresenta os dados primários obtidos a campo sobre o empreendimento objeto de estudo dos planos de negócio incluindo estudos de caso das unidades produtivas familiares.

A elaboração de Planos de Negócio tem se tornado um procedimento utilizado e conhecido nas duas últimas décadas como ferramenta a auxiliar empreendimentos da agricultura familiar. Por se tratar de uma ferramenta de análise econômica sua utilização é pouco usual no cotidiano de gestão de agroindústrias, cooperativas e associações que se estruturam vinculadas a organizações marcadas pela ação na organização social.

Desta forma sua utilização deve ser acompanhada de um rigor metodológico e pedagógico especial relacionado a natureza deste instrumento ferramenta bastante semelhante a processos de auditoria e/ou análise de projetos. O resultado obtido pelo plano de negócio de forma clara e objetiva analisa a gestão da instituição.

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7 Pela sua natureza o Plano de Negócio deveria estar inserido em projetos de desenvolvimento com objetivos e metas bem definidas para não correr o risco de se tornar uma ferramenta de diagnóstico sem uso e cujas consequências podem ser ainda prejudiciais. A perspectiva de compor a política nacional de dinamização econômica e de desenvolvimento dos territórios é muito importante e vislumbra uma perspectiva inovadora o uso desta ferramenta.

A partir da estratégia nacional da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário em promover o desenvolvimento da Agricultura Familiar a partir dos Territórios de Desenvolvimento é possível afirmar que uma nova perspectiva de gestão do espaço público foi iniciada.

Inserida nesta base de concepção, outra perspectiva iniciava junto com esta proposta e, se tornava a cada momento, mais clara a promoção do desenvolvimento econômico a partir de formulações alternativas de mercado solidário, estruturado a partir das relações de cooperação da organização social da Agricultura Familiar.

O estudo dos empreendimentos (PNE) da Agricultura Familiar, estruturado pelos Plano de Negócio, se torna uma das ferramentas adotadas pela política de desenvolvimento territorial com a missão de orientar caminhos apoiados pelos Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) e Planos Territoriais de Cadeias Produtivas (PTCP), realizados anteriormente como pré-condição.

Estes registros são importantes para compreender os resultados dos estudos dos empreendimentos, seus limites e desafios no contexto de uma política nacional cujo objetivo é promover a dinamização do local, por vezes regional, municipal e comunitário, quando não na unidade de produção-família.

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8 Passos Metodológicos

A demanda atendida pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial – MDA, através do CEADES de elaboração de Planos de Negócio da Agricultura Familiar do Distrito Federal assessorados pela EMATER DF determinou condições muito particulares facilitando sua execução na medida que a instituição responsável pela assistência técnica dos empreendimentos assumiu a execução dos trabalhos no apoio de logística e debate da metodologia.

O estudo foi realizado em cinco momentos metodológicos. O primeiro momento, de análise dos estudos realizados e dados secundários de apoio; o segundo momento da coleta de dados primários; o terceiro momento de análise dos dados primários e montagem do Plano de Negócio; o quarto momento de validação do Plano, através da oficina territorial; o quinto momento de elaboração final orientada pela oficina territorial de validação.

O primeiro momento realizado no período de julho de 2012 resgatou os dados base e elementos orientadores dos estudos anteriores, legitimando a presença da Agricultura Familiar e a importância da cadeia produtiva da olericultura para o Distrito Federal, buscando as orientações sobre os empreendimentos importantes e o destaque para o empreendimento definido como objeto de estudo. Esta etapa foi realizada durante o processo de articulação do trabalho de campo.

O segundo momento culminou com o estudo do empreendimento, através de trabalho de campo, a partir da orientação da EMATER e de dirigentes do empreendimento.

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9 Durante o segundo momento o estudo

de campo dos sistemas de produção junto às famílias agricultoras associadas, foi realizado sistematizando os dados de funcionamento da economia da produção da matéria prima e da renda da Agricultura Familiar. Esta etapa foi realizada no mesmo período da etapa anterior, com dirigentes do

empreendimento e agricultores associados, nas unidades de produção.

O terceiro momento metodológico foi realizado no período após o estudo de campo para levantamento dos dados primários. A avaliação considerou o empreendimento saudável financeiramente, com boa capacidade de gestão e organização social, com ativa participação dos agricultores. Durante esta etapa foi montado o Plano de Negócio da agroindústria de transformação.

O quarto momento metodológico foi realizado na oficina de validação territorial, nos 29 e 30 de agosto, no município de Brasilia DF, o resultado foi aprovado com orientações e proposições que permitiram a elaboração final. O público presente incluiu agricultores, técnicos, gestores de políticas públicas, dirigentes de organizações de representação de agricultores e representantes de instituições. O momento oficina de

(10)

10 O quinto momento metodológico foi a elaboração final do PNE da cadeia produtiva da olericultura. Em sua versão final o destaque da oficina de validação relacionado aos aspectos metodológicos para a elaboração de novos planos e sobre a continuidade pós plano e sua implementação.

A realização do PNE no âmbito da política nacional de desenvolvimento territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, da Secretaria de Desenvolvimento Territorial ainda se encontra em fase de consolidação como uma das etapas geradoras de ferramenta a dinamizar a política de dinamização econômica do território e de gestão do espaço público.

Para sua consolidação como ferramenta, com objetivos definidos e garantia de implementação, é necessário que nas etapas anteriores de elaboração de estudos, incluindo o PTDRS, PS, e PTCP, a indicação dos empreendimentos estratégicos esteja clara, com diretrizes de implementação pelos grupos de trabalho, com capacidade de tomada de decisão em tempo hábil sobre qual empreendimento será realizado o Plano de Negócio. O processo consolidado da política de dinamização econômica tornaria as partes como o PNE potencialmente mais forte.

A partir desta condição definida é necessário que o processo no âmbito da política, legitime as decisões e inclua, de forma mais clara, o empreendimento escolhido através de sua representação organizativa (diretoria e agricultores gestores da base associativa). A importância do produto, de forma definida com passos sucessivos de utilização, ainda necessita de maior consolidação por parte da política nacional.

Objetivos e Aspectos Metodológicos do PNE do Plano de Trabalho

Objetivo Geral:

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11 Objetivos Específicos:

- Identificar no território as potencialidades da cadeia produtiva com foco no perfil de empreendimento em estudo. As potencialidades da cadeia produtiva serão complementares ao PTCP e ao PTDRS realizados no território considerando as informações necessárias.

- Identificar diferentes estratégias de arranjos econômicos relacionados ao perfil do empreendimento.

- Analisar tendências sobre o funcionamento da cadeia produtiva e dos arranjos econômicos.

- Elaborar plano de negócio para o empreendimento em estudo.

Justificativa da Proposição:

A cadeia produtiva relacionada é importante para a agricultura familiar regional e, determinantes para a consolidação dos sistemas de produção adequados ao perfil da agricultura familiar do Distrito Federal. Dois destaques importantes a pequena área de terá disponível para as famílias e a situação de posse em processo de regularização fundiária.

No contexto recente as organizações da agricultura familiar apoiadas por instituições meio e políticas de estado fomentaram a estruturação da cadeia produtiva por projetos de transformação e comercialização o que determinou a montagem de inúmeras agroindústrias de pequeno, médio e grande porte.

As organizações da agricultura familiar formaram sistemas cooperativos e associativos que tornaram-se também corporações econômicas disputando o mercado. È possível afirmar que a maior parte destes sistemas corporações seguiu o caminho das grandes corporações assumindo progressivamente as etapas de recolhimento da produção, beneficiamento, transformação, distribuição e comercialização.

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12 estão ligadas fortemente a sua capacidade produtiva e tradição tornando-se potencial de renda pela agregação de valor.

O cenário atual e futuro demanda grande capacidade de análise e proposição para contribuir com projetos em funcionamento e futuros projetos. A análise de empreendimentos agroindústrias da cadeia produtiva necessita de ferramentas e metodologia capaz de compreender o contexto de desafios incluindo legislações não apropriadas e exigentes em infra-estrutura que geralmente tornam os custos elevados assim como exigências de impostos para comercialização voltados para volumes de escala.

Os territórios de desenvolvimento têm demandado propostas para a organização futura das cadeias produtivas e a dinamização de empreendimentos com presença cada vez mais forte da agricultura familiar. O estudo de potencialidade e organização econômica deve orientar-se por este contexto e reunir ferramentas capazes de analisar as organizações econômicas existentes valorizando a existência de possíveis alternativas de gestão exitosas.

- Passo 1: Formalizar para articuladores estaduais, territoriais e instituições parceiras a proposta de estudo via plano de trabalho e iniciar o planejamento das atividades.

- Passo 2: Realizar as adequações necessárias ao plano de trabalho e iniciar a organização dos dados secundários disponíveis sobre o território para confirmar a importância da cadeia produtiva e do empreendimento a ser objeto do PNE.

- Passo 3: Análise complementar dos dados secundários fase 1. O passo três prepara o planejamento detalhado das agendas de campo e fortalece o dialogo com articuladores locais respeitando a dinâmica do território incluindo o acesso as agendas previstas no período de realização do estudo.

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13 - Passo 4: Estudo dos dados primários e análise integrada aos dados secundários fase 2. Este momento já inicia na fase de análise dos dados organizados e fornecidos pelo território entre os quais o diagnóstico sobre o empreendimento e as famílias agricultoras responsáveis pela produção de matéria prima.

Durante o estudo dos dados primários através de entrevistas e reuniões de trabalho a proposta de estudo do empreendimento e suas possibilidades serão confirmadas.

Os momentos oficinas devem estar orientados pelo uso de ferramentas e procedimentos de Diagnóstico Rápido Participativo – DRP, entrevistas simples com dirigentes e articuladores devem estar orientadas por estes procedimentos.

- Passo 5: Analise dos dados secundários e primários agregados. Este momento foi precedido pelas entrevistas com organizações da agricultura familiar, instituições de apoio, empresas, e poder público.

A análise do passo 5 prepara o momento oficina 2 cujo objetivo é a análise do plano de negócio validando e orientando a síntese final.

- Passo 6: Elaboração do relatório final.

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14 Resumo Executivo

O Distrito Federal (DF) possui na Estação Ecológica Águas Emendadas (10.547 há) um fenômeno hidrográfico de dispersão de águas único, fluindo a partir de um mesmo ponto para lados opostos, formando a Bacia Amazônica e a Bacia Platina. A vegetação é de cerradão, cerrado, campo cerrado, capo sujo, campo limpo, mata de galeria alagada e não alagada, veredas, campo úmido e campo de murunduns.

A ocupação da paisagem atual do Distrito Federal com significativa proporção de ocupações naturais nos estabelecimentos agrícolas (florestas naturais do cerrado) e a presença de unidades de conservação qualifica as considerações anteriores sobre a fase da ocupação agrícola e a condição de conservação do ambiente natural.

Quadro 1. Ocupação do território do DF.

Ocupações Indicadores Unidades

Taxa de evolução (%) População 2.570.188 habitantes 3 Área total regional (AT) 582.210 ha 0 Ocupação do espaço

Florestas naturais 10 %/AT -1

Florestas artificiais 1 %/AT 8

Pastagens naturais 6 %/AT -2,5

Pastagens plantadas 8 %/AT 4

Agricultura 7 %/AT 2

Soja 10 %/AT 5

Cana 0,16 %/AT 9

Unidades de Conservação 9 %/AT 0

Urbanização 8 %/AT 10

Total 59,16 %/AT

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário e Planejamento Agrícola Municipal.

O quadro acima apresenta a ocupação do território do Distrito Federal - DF conforme dados do IBGE (Censo Agropecuário 2006, Planejamento Agrícola Municipal PAM 2010). Alguns destaques revelam as particularidades do DF:

- A proporção de Florestais Naturais (10%/AT) associada as Pastagens Naturais (6%) e as Unidades de Conservação (9%) expressam a proporção elevada de áreas com conservação em relação ao Cerrado Brasileiro.

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15 - A proporção de pastagens plantadas talvez com baixa lotação animal da pecuária de corte indica áreas de uso em transição e com médios impactos ambientais.

- A proporção da área de urbanização elevada é outro elemento diferenciador associado à elevada população proporcional à área do território.

O quadro a seguir apresenta o número de estabelecimentos por região oficial brasileira e do Distrito federal diferenciando os estabelecimentos familiares e não familiares como primeiro componente conforme o último Censo Agropecuário realizado em 2006.

Quadro 2. Agricultura Familiar (estabelecimentos) por Região Federativa Brasil e DF. Regiões

Total Não Familiar Familiar

Proporção familiar % Brasil 5.175.489 807.587 4.367.902 84 Norte 475.775 62.674 413.101 87 Nordeste 2.454.006 266.711 2.187.295 89 Sudeste 922.049 222.071 699.978 76 Sul 1.006.181 156.184 849.997 84 Centro-Oeste 317.478 99.947 217.531 69 Distrito Federal 3.955 2.131 1.824 46

Fonte: IBGE Censo Agropecuário 2006.

O PIB agricultura é de cerca de 300.000.000,00 a 400.000.000,00 produzidos pela comercialização de cerca de 600.000.000 kg de produtos em uma área de cerca de 100.000 há conforme dados oficiais do IBGE para o ano de 2010. A figura a seguir apresenta a representação proporcional de cada produto na formação do Produto Bruto da Agricultura do DF. Em primeiro lugar representado por 16,05% a soja, conforme dados do Planejamento Agrícola Municipal PAM IBGE 2010.

Figura 1. Composição do PIB Agricultura.

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16 No ano de 2010 a produção do DF foi de cerca de 106.089 toneladas o correspondente a oferta de 0,116 kg por pessoa por dia para a população de cerca de 2.500.000 habitantes um indicador que poderia corresponder a cerca de 6% de uma dieta de 1,8 kg per capita dia. Considerando ainda que parte desta produção não chega ao consumo e é complementada por produtos de fora do território é possível adotar a tabela abaixo como uma referência importante.

No quadro a seguir estão relacionadas três variáveis importantes a proporção de estabelecimentos, a proporção da produção e a proporção de valores gerados por produtos da olericultura. A relação entre as três variáveis identifica o comportamento dos produtos em uma dimensão mais ampla e macro do desenvolvimento local e potencialidades diferenciadas.

Figura 4. Relação entre estabelecimentos, produção e valores dos principais produtos Da olericultura no DF.

Fonte: IBGE, PAM 2010.

A relação entre a expressão econômica, o número de estabelecimentos produtores e a produção identifica de forma complexa o potencial de cada produto na cadeia produtiva. Ente estas características condições restritivas de mercado a serem superadas para ampliar a oportunidade de cada produto na sua especificidade.

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17 relacionados na figura 4. Este produto possui características semelhantes aos produtos couve, cebolinha, coentro e brócolis formando um grupo de produtos distinto e que poderíamos chamar de “complementares” cujo significado no sistema de produção olericultura seja de complementar na formação da renda.

Os produtos alface e tomate mudam completamente a característica e podem formar outro grupo. Estes dois produtos possuem características de elevada produção e valores produzidos e podem ser chamados de “renda” cujo significado seja os puxadores de renda nas condições de mercado do Distrito Federal (DF).

A Associação de Produtores Rurais e Agricultores Familiares de Sobradinho – ASPRAF localiza-se na região de Sobradinho do Distrito Federal a cerca de 30 km dos seus pontos de distribuição do plano piloto. A associação possui cerca de 170 famílias associadas entre as quais 83 famílias formaram o núcleo de abastecimento dos projetos no ano de 2011 (Programa de Aquisição de alimentos e Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE). Algumas famílias associadas comercializam seus produtos em feiras locais.

O funcionamento de gestão do empreendimento é determinado principalmente pelo fluxo de trabalho, fluxo de transporte, fluxo de industrialização (beneficiamento-transformação), e fluxo financeiro.

A caracterização do diagnóstico dos fluxos de funcionamento permite elaborar o plano de negócio na perspectiva de gestão gerando seus resultados financeiros a partir dos custos e resultado de cada etapa do processo de transformação da produção em produtos agroindustrializados e/ou beneficiados em diferentes complexidades até o consumo.

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18 A associação pode ser caracterizada como uma rede de abastecimento gerando referências sobre a coleta, expedição e distribuição de produtos alimentos em rede diversa e complexa de pontos de distribuição.

O Quadro 17 a seguir apresenta um conjunto de indicadores de funcionamento das três fases da rede: coleta, expedição, e distribuição indicando possíveis ações de gestão capazes de melhorar resultados.

Quadro 17. Indicadores de funcionamento da rede de abastecimento. Indicadores de Funcionamento Quantidade Unidade

Pontos de coleta 83 Famílias

Rotas de coleta 6 Rotas

Distância de coleta 13.000 Km Alimentos coletados 314.273 Kg Capacidade de carga da coleta 650.000 Kg

Tempo de coleta 135 Dias

Pontos de coleta sem logística 78,31 % Pontos de coleta subsidiados 55,42 % Distância coleta subsidiada 18,00 % Otimização da capacidade carga 48,35 %

Alimentos/ponto de coleta 3.786,42 kg/ponto Alimentos/km de coleta 24,17 kg/km Alimentos/dia de coleta 2.324,50 kg/dia Expedição 1.208,74 kg/dia Pontos de distribuição 120

Rotas de distribuição 4

Distância de distribuição 13.975 Km Alimentos distribuídos 314.273 Kg Capacidade de carga da distribuição 422.500 Kg Tempo de distribuição 130 Dias Pontos de distribuição subsidiados 54,17 % Distância de distribuição subsidiada 69,77 % Otimização da capacidade carga 74,38 % Alimentos/ponto de distribuição 2.618,94 kg/ponto

Alimentos/km de distribuição 22,49 kg/km Alimentos/dia de distribuição 2.417,48 kg/dia Fonte: ASPRAF, 2012.

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19 A primeira mudança foi a redução de 20% das distancias das rotas de coleta e distribuição para reduzir custos. Esta mudança foi projetada a partir do indicador do de otimização da capacidade de carga da coleta de 48,35% e da otimização da capacidade de carga da distribuição de 74,38% (Quadro 17).

A otimização de 20% da distância da rota considerou o crescimento em 20% da otimização de carga reduzindo a distância percorrida, ampliando a coleta de alimentos de 24,17 kg por km, e o tempo de coleta de 135 dias da situação atual.

A otimização da capacidade de carga ampliaria a quantidade de alimentos distribuídos por km de distribuição de 22,49 km da situação atual e o tempo de distribuição da situação atual de 130 dias.

O quadro anterior apresenta outros indicadores à orientar decisões de planejamento e o monitoramento de gestão do empreendimento: A rede ASPRAF possui 78,31% dos pontos de coleta sem capacidade de entrega dos seus produtos para a fase de expedição e/ou distribuição; Dos pontos de coleta 55,42% são subsidiados determinando capacidades de otimização de serviços de coleta e distribuição pelas próprias famílias agricultoras.

A análise dos resultados econômicos de um plano de negócio é um momento de síntese do conjunto de indicadores construídos. É necessário compreender o funcionamento do empreendimento e sua natureza inserida no contexto de desenvolvimento.

O empreendimento em estudo é uma rede de abastecimento de produtos da olericultura da agricultura familiar que comercializa seus produtos no mercado institucional. O empreendimento está localizado no Distrito Federal região de Sobradinho próximo de um grande centro consumidor.

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20 - Situação atual ano fiscal de 2011, primeiro ano de gestão forte da rede de abastecimento com elevados subsídios de custo e logística pelo Governo do Distrito Federal.

- Situação futura 1 mantendo a produção atual e comercializando a produção com estrutura integral de custos e logística mantida pelo empreendimento;

- Situação futura 2 mantendo a produção atual e comercializando a produção com estrutura integral de custos e logística mantida pelo empreendimento e terceirizando parte da logística de transporte das fases de coleta e distribuição;

Sobre a situação atual o ano de produção foi qualificado como momento início da fase de consolidação pela missão assumida pela instituição de coordenar e executar a comercialização dos produtos dos associados e também pela fase de consolidação da política nacional e início da política estadual do mercado institucional.

O resultado do empreendimento para o período de análise considerado foi positivo. Os custos de gestão administrativa é o primeiro elemento de análise para o período situação atual foram baixos 11,18% sobre o peço médio recebido de R$ 1,08 por unidade comercializada kg (Quadro 15).

Quadro 15. Resultados do empreendimento situação atual e futura.

Indicadores Situação Atual Situação Futura 1 Situação Futura 2 Unidades Agricultores 83 100 100 famílias Produção/família 3.786 4.050 4.050 kg/ano Produção Total 314.273,00 405.000,00 405.000,00 kg/ano Receita Total 340.028,88 461.700,00 461.700,00 R$/ano Preço vendido 1,08 1,14 1,14 R$/kg Preço agricultor 0,96 0,91 0,96 R$/kg Custo Empreendimento 0,12 0,23 0,18 R$/kg

Preço Industria - - - R$/kg

Preço agricultor 88,82 79,67 84,44 %/preço recebido Custo Industria 11,18 20,33 15,56 %/preço recebido Fonte: ASPRAF, 2012.

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21 bem abaixo do parâmetro de 30% por serem parcialmente subsidiados conforme quadro de gestão dos fluxos de funcionamento (Quadros 8, 9, 10, 11).

O segundo elemento de análise importante se refere ao preço pago aos agricultores relacionado ao preço concorrente. O preço pode ser considerado sem custo de oportunidade considerando o mercado para um número ampliado de famílias. Caso não existisse a alternativa criada pela ASPRAF e Mercado Institucional um pequeno número de famílias manteria esta alternativa comercializando seus produtos no mercado privado.

O terceiro elemento a ser considerado está relacionado à renda das famílias agricultoras associadas. O Quadro 15 apresentou a margem positiva paga aos agricultores de 88,82% sobre o preço pago pelo mercado. O Quadro 16 a seguir analisa a renda das famílias agricultoras associadas considerando a produção anual média do empreendimento para as 83 unidades de produção.

Quadro 16. Resultados do empreendimento na renda das famílias agricultoras situação atual e futura.

Indicadores Situação Atual Situação Futura 1 Situação Futura 2 Unidades Produção/Família 3.786,42 4.050,00 4.050,00 kg/ano Bruto 3.638,91 3.678,47 3.898,46 R$/ano Custo 35,00 35,00 35,00 %/preço Sobra 2.365,29 2.391,01 2.534,00 R$/ano Fonte: ASPRAF, 2012.

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22 1. A paisagem e a agricultura do Distrito Federal

1.1 Contexto da Paisagem e da Conservação da Biodiversidade: Alguns Elementos

O Distrito Federal (DF) entre suas diversas características deve se destacada uma cujo significado é maior do que sua potencialidade para a conservação do meio ambiente, a Estação Ecológica Águas Emendadas (10.547 há) cujo nome se refere a um fenômeno hidrográfico de dispersão de águas, fluindo a partir de um mesmo ponto para lados opostos, formando a Bacia Amazônica e a Bacia Platina. Localizada a uma distância de 50 km do centro de Brasília e a 5 km do centro do Município de Planaltina seus fluxos d’água são para o norte, o córrego Vereda grande alimenta o Rio Maranhão, que após desaguar na Lagoa da barragem de Serra da Mesa continua pelo Rio Tocantins que, após se juntar-se ao Rio Araguaia, deságua no Oceano Atlântico, na foz do Rio Amazonas, próximo à Ilha de Marajó; para o sul, o Córrego Brejinho engrossa o Córrego Fumal, que deságua no Rio Pipiripau e que, após confluir com o Rio Mestre d'Armas, forma o Rio São Bartolomeu, que, por sua vez, corre para o Rio Corumbá e deste para o Rio Paranaíba, formando então o Rio Paraná, indo finalmente desaguar no estuário do Prata. Em 1992 foi declarada pela UNESCO área nuclear da Reserva da Biosfera do Cerrado.

A vegetação é de cerradão, cerrado, campo cerrado, capo sujo, campo limpo, mata de galeria alagada e não alagada, veredas, campo úmido e campo de murunduns. Um grande número de animais do cerrado pode ser encontrado dentro da área da Estação de Águas Emendadas. Alguns mamíferos ameaçados de extinção como o lobo-guará, o veado-campeiro, o tamanduá-bandeira e o tatu-canastra, também podem ser encontradas várias aves incomuns como tucanos, papagaios, carcarás e seriemas.

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23 cada uma) e dezenas de parques e reservas menores protegem cerca de 10% dá área do dF. as principais são: Parque Nacional de Brasília (30.000 ha), estação ecológica de Águas emendadas (10.500 ha), estação ecológica do Jardim Botânico (4.500 ha), Reserva ecológica do iBge (1.350 ha), estação ecológica da Universidade de Brasília e Área de Relevante interesse ecológico do Capetinga-Taquara (2.068 ha).

Situado na região central do cerrado o DF possui clima típico deste bioma, com precipitação anual da ordem de 1.600 mm, concentrada entre os meses de outubro a maio. Na época seca, de junho a setembro, a precipitação mensal fica abaixo de 50 mm. a maior parte do DF é ocupado por usos antrópicos, principalmente áreas urbanas e agrícolas. A paisagem natural original é dominada pelo cerrado senso stricto, uma savana de árvores e arbustos com estrato graminoso bem desenvolvido e cobertura arbórea de 10 a 50%. A vegetação do cerrado possui altos níveis de endemismos, com cerca de 40% das espécies arbóreas restritas ao bioma. No fundo dos vales e nas vertentes de drenagem das encostas há matas de galeria mais ou menos desenvolvidas, em associação com veredas de buritizais e margeadas por campos limpos úmidos ou sazonalmente inundados.

1.2 A Agricultura do Distrito Federal: Elementos

O ambiente territorial de desenvolvimento onde se dinamizam os empreendimentos, os quais serão estudados para a elaboração do Plano de Negócios é o Distrito Federal do Estado Brasileiro cujas características revelam particularidades a serem consideradas. O primeiro destaque está relacionado a paisagem territorial do Cerrado cuja ocupação agrícola pode ser descrita como inicial em transição para a segunda fase de consolidação relacionada aos sistemas de produção que formam o sistema agrário e de médio impacto ambiental.

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24 A fase da agricultura ainda com características iniciais determina impactos ambientais menos intensos mantendo parcialmente a paisagem com potencialidades de conservação diferenciando-se de outros estados brasileiros que formam o Cerrado que se constitui na atualidade na grande fronteira agrícola brasileira de intensos impactos ambientais. Certamente outros elementos determinam esta condição ambiental entre estes elementos o fato de ser o Distrito Federal e talvez de sua condição de posse da terra e de regularização fundiária.

A ocupação da paisagem atual do Distrito Federal com significativa proporção de ocupações naturais nos estabelecimentos agrícolas (florestas naturais do cerrado) e a presença de unidades de conservação qualifica as considerações anteriores sobre a fase da ocupação agrícola e a condição de conservação do ambiente natural.

Quadro 1. Ocupação do território do DF.

Ocupações Indicadores Unidades

Taxa de evolução (%) População 2.570.188 habitantes 3 Área total regional (AT) 582.210 ha 0 Ocupação do espaço

Florestas naturais 10 %/AT -1

Florestas artificiais 1 %/AT 8

Pastagens naturais 6 %/AT -2,5

Pastagens plantadas 8 %/AT 4

Agricultura 7 %/AT 2

Soja 10 %/AT 5

Cana 0,16 %/AT 9

Unidades de Conservação 9 %/AT 0

Urbanização 8 %/AT 10

Total 59,16 %/AT

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário e Planejamento Agrícola Municipal.

O quadro acima apresenta a ocupação do território do Distrito Federal - DF conforme dados do IBGE (Censo Agropecuário 2006, Planejamento Agrícola Municipal PAM 2010). Alguns destaques revelam as particularidades do DF:

- A proporção de Florestais Naturais (10%/AT) associada as Pastagens Naturais (6%) e as Unidades de Conservação (9%) expressam a proporção elevada de áreas com conservação em relação ao Cerrado Brasileiro.

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25 - A proporção de pastagens plantadas talvez com baixa lotação animal da pecuária de corte indica áreas de uso em transição e com médios impactos ambientais.

- A proporção da área de urbanização elevada é outro elemento diferenciador associado à elevada população proporcional à área do território.

Uma terceira característica do território relaciona três elementos:

- A sua posição geográfica no centro do Cerrado;

- A característica do Cerrado de região de mãe das águas para as regiões federativas brasileiras;

- A característica hidrogeográfica ligada a região denominada de Águas Emendadas;

Esta terceira característica talvez indique perspectivas amplas para a identidade da agricultura do Distrito Federal (DF) agregando potencialidades à paisagem de desenvolvimento também nos aspectos ambientais e culturais potencializando a condição de paisagem sustentável como eixo orientador de projetos e programas de desenvolvimento.

E por fim neste breve contexto sobre as características da paisagem do desenvolvimento do território a população de Brasília a capital federal que se torna potencial demandadora de produtos e serviços considerando os apelos de mercado tão importantes para os empreendimentos da agricultura familiar (foco deste estudo) e sociedade. A população da capital federal e de todas as cidades do DF é relevante pela sua quantidade proporcional mas também pelas suas características culturais e sociais.

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26 Quadro 2. Agricultura Familiar (estabelecimentos) por Região Federativa Brasil e DF.

Regiões

Total Não Familiar Familiar

Proporção familiar % Brasil 5.175.489 807.587 4.367.902 84 Norte 475.775 62.674 413.101 87 Nordeste 2.454.006 266.711 2.187.295 89 Sudeste 922.049 222.071 699.978 76 Sul 1.006.181 156.184 849.997 84 Centro-Oeste 317.478 99.947 217.531 69 Distrito Federal 3.955 2.131 1.824 46

Fonte: IBGE Censo Agropecuário 2006.

O objetivo é comparar e identificar possíveis diferenças. A proporção de estabelecimentos da agricultura familiar do Distrito Federal é significativamente menor 46%. Em relação a região Centro-Oeste a diferença é menor porem ainda muito expressiva. Esta característica tem implicações sob vários aspectos e passa a ser determinante na montagem de projetos de desenvolvimento.

O próximo quadro destaca a área de terra sob posse dos dois grupos sociais de estabelecimentos familiares e não familiares. O número de estabelecimentos familiares e a área de terra sob sua posse são determinantes ao planejarmos os cenários futuros do desenvolvimento regional.

A comparação entre as regiões brasileiras e o Distrito Federal novamente surpreende. A proporção de terra sob posse da agricultura familiar é bem menor do que todas as regiões brasileiras e inclusive em relação a região do Centro-Oeste do Bioma Cerrado onde se localiza o Distrito Federal.

Quadro 3. Agricultura Familiar (área) por Região Federativa Brasil e DF. Regiões

Total Não Familiar Familiar

Proporção familiar % Brasil 329.941.393 249.690.940 80.250.453 24,32 Norte 54.787.297 38.139.968 16.647.328 30,39 Nordeste 75.594.442 47.261.842 28.332.599 37,48 Sudeste 54.236.169 41.447.150 12.789.019 23,58 Sul 41.526.157 28.459.566 13.066.591 31,47 Centro-Oeste 103.797.329 94.382.413 9.414.915 9,07 Distrito Federal 251.320 240.453 10.867 4,32 Fonte: IBGE Censo Agropecuário 2006.

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27 estabelecimento; Norte 40,3 há; Nordeste 12,95 há; Sudeste 18,25 há; Sul 15,37 há; Centro Oeste 43,28 há; Distrito Federal 5,96 há. A informação sobre a área média da agricultura familiar é ainda mais determinante sua característica de pouca terra restringe possibilidades de instalar muitos sistemas de produção e/ou condicionam ao uso de tecnologias muito específicas.

Os dados de ocupação da paisagem pela agricultura familiar sugere a trajetória histórica de ocupação diferente em relação às demais regiões. Outros tipos de unidades de produção não familiares podem ter sido os responsáveis pela ocupação inicial. Os dados sugerem também a provável ocupação recente da agricultura familiar na região.

Com Tais características podemos considerar que os sistemas de produção em funcionamento nas unidades de produção familiares encontram-se em fase inicial talvez de formação ou ainda que sua consolidação depende de uma trajetória proporcionalmente maior do que outras regiões brasileiras.

1.3 EMATER – O diferencial de sua presença

Duas perspectivas se mostram absolutamente relevantes na perspectiva do desenvolvimento da agricultura do território e devem ser consideradas no estudo proposto para os empreendimentos em estudo.

A primeira perspectiva está relacionada a sua presença e sua capacidade instalada em cenários ainda debilitados do Sistema de ATER no Brasil. A estrutura operacional da EMATER existente no DF difere significativamente dos estados que ainda disponibilizam este serviço no Brasil. O papel da instituição é determinante e suas ações determinam e determinarão o formato da agricultura.

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28 O projeto que nos parece inovador vinculado a instituição EMATER e portanto a extensão rural pode se tornar fator determinante e decisivo no fortalecimento e resolução de dificuldades para as organizações econômicas da agricultura familiar que têm emergido principalmente nas duas últimas décadas.

Os estudos objeto deste trabalho ao assumir o compromisso de contribuir com o Projeto INCUBADORA DA EMATER DF destaca inicialmente alguns eixos que podem contribuir para a definição do papel e ação futura deste processo inovador.

- As funções da assistência técnica (oficial e não oficial) via de regra são de execução individualizada pelas equipes técnicas na relação focada entre técnico e agricultor cujo conteúdo é de resolução imediata de problemas técnicos. O ato da ATER no entanto não se resume a questões técnicas e ultrapassa a dimensão da extensão é um ato de ensino e de pesquisa. A Incubadora poderia olhar nesta dimensão o ato da ATER.

- Ao olhar de forma sistêmica o ato da ATER torna-se um centro de inteligência realizando a multidisciplariedade não apenas na dimensão teórica mas com foco na prática por situações empíricas reais.

- Ao aglutina diferentes profissionais e áreas do conhecimento pode reunir competências de forma ampliada para pensar e viabilizar a capacitação das equipes técnicas incubando assim as próprias equipes técnicas de forma vinculadas as necessidades dos empreendimentos.

- Sendo a ATER uma ação também de pesquisa ela constrói conhecimento. A Incubadora poderia cumprir a função de registro, memória deste conhecimento através da incubação de problemas técnicos, administrativos, gerenciais, outros.

- Ao se tornar depositária de temas pesquisa incubados pode cumprir o papel de instrumento orientador da pesquisa oficial estabelecendo a ponte necessária da extensão com a pesquisa.

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29 para contribuir na elaboração e/ou adequação de políticas de forma singular. Esta é uma perspectiva concreta.

O estudo que iniciamos de três empreendimentos deverá problematizar temas para a incubadora além de sugerir procedimentos metodológicos para a incubação de serviços capaz de fornecer resultados objetivos aos agricultores.

1.4 A produção da agricultura no Distrito Federal

O PIB agricultura é de cerca de 150.000.000,00 a 300.000.000,00 produzidos pela comercialização de cerca de 600.000.000 kg de produtos em uma área de cerca de 100.000 há conforme dados oficiais do IBGE para o período 2000 a 2010. A figura a seguir apresenta a representação proporcional de cada produto na formação do Produto Bruto da Agricultura do DF. Em primeiro lugar representado por 16,05% a soja, conforme dados do Planejamento Agrícola Municipal PAM IBGE 2010.

Figura 1. Composição do PIB Agricultura.

Fonte: IBGE, Planejamento Agrícola Municipal 2010.

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30 Figura 2. Composição do PIB Agricultura.

Fonte: IBGE, Planejamento Agrícola Municipal 2010.

A Figura 3 a seguir complementa os demais produtos formadores do PIB do Distrito Federal com menor expressão. Todos estes produtos possuem trajetórias de ocupação no desenvolvimento territorial e devem ser considerados na montagem de planos de desenvolvimento.

Figura 3. Composição do PIB Agricultura.

Fonte: IBGE, Planejamento Agrícola Municipal 2010.

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31 da agricultura. A reação local sobre a análise dos dados oficiais via de regra aponta diferentes percepções as quais possuem diversas bases de percepção ora empíricas da vivência e experiência local e associadas a diferentes estudos locais e regionais. Neste contexto devemos sempre considerar estas diferentes percepções qualificando-as para que possam contribuir em futuros trabalhos e orientações ao desenvolvimento.

Assim duas questões devem ser consideradas:

- A proporção da soja na ocupação do território e na formação do PIB julgou-se elevada.

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32 2. A Produção da Olericultura no Distrito Federal

A geração de dados oficiais sobre a produção de alimentos dos grupos de produtos característicos da olericultura e horticultura e valores comercializados representa ainda um cenário bastante controverso e de difícil mensuração. Os dados oficiais do IBGE apresentam informações bastante distintas se relacionarmos o censo e o acompanhamento agrícola municipal anual por exemplo.

Em parte as dificuldades de informação podem ser atribuídas a instabilidade do que poderíamos chamar de cadeia produtiva. Os produtos formadores do grande mix da olericultura incluindo legumes, raízes, e folhosas são de ciclo curto de produção, característico de pequenas áreas se comparados a outros produtos como grãos e de fácil instalação.

Ainda que neste cenário de grande risco estatístico apresentamos o quadro a seguir sobre os dados oficiais do IBGE como base de análise a orientar a capacidade produtiva e especificidades de alguns produtos importantes para o Distrito Federal (DF) como território de análise deste estudo de plano de negócio para um empreendimento da agricultura familiar.

No ano de 2010 a produção do DF foi de cerca de 106.089 toneladas o correspondente a oferta de 0,116 kg por pessoa por dia para a população de cerca de 2.500.000 habitantes um indicador que poderia corresponder a cerca de 6% de uma dieta de 1,8 kg per capita dia. Considerando ainda que parte desta produção não chega ao consumo e é complementada por produtos de fora do território é possível adotar a tabela abaixo como uma referência importante.

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33 Assim podemos iniciar a análise afirmando que existe uma capacidade produtiva instalada e uma expressiva diversidade de produtos. A existência da cadeia produtiva permite considera a tradição e a capacidade técnica bem como redes de comercialização e abastecimento local.

O Quadro a seguir apresenta informações sobre o número de estabelecimentos por produto, quantidades produzidas e valores potenciais da cadeia produtiva. O Distrito Federal (DF) possui segundo o IBGE 3.955 estabelecimentos agrícolas dos quais 1.824 são familiares (Quadro 2).

Relacionando o número de estabelecimentos que produz o produto abobrinha este representa 12,5% dos estabelecimentos totais e 27,24% dos estabelecimentos familiares. O produto abobrinha é produzido pelo maior número de estabelecimentos no DF como produto produzido pelo maior número de estabelecimentos.

Quadro 4. Estabelecimentos, Produção e Valores da Olericultura no DF

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34 Pimenta 145 209.000 348.000 1.441,38 1,665 2.400,00 Morango 133 3.374.000 9.614.000 25.368,42 2,849 72.285,71 Rabanete 124 299.000 283.000 2.411,29 0,946 2.282,26 Espinafre 107 285.000 523.000 2.663,55 1,835 4.887,85 Batata-doce 102 842.000 468.000 8.254,90 0,556 4.588,24 Acelga 92 874.000 485.000 9.500,00 0,555 5.271,74 Mostarda 76 71.000 141.000 934,21 1,986 1.855,26 Hortelã 67 49.000 113.000 731,34 2,306 1.686,57 Ervilha 60 92.000 237.000 1.533,33 2,576 3.950,00 Almeirão 57 40.000 48.000 701,75 1,200 842,11 Manjericão 53 53.000 136.000 1.000,00 2,566 2.566,04 Chicória 50 263.000 261.000 5.260,00 0,992 5.220,00 Inhame 43 420.000 250.000 9.767,44 0,595 5.813,95 Alho-porró 35 36.000 76.000 1.028,57 2,111 2.171,43 Batata-baroa 14 14.000 67.000 1.000,00 4,786 4.785,71 Taioba 13 3.000 8.000 230,77 2,667 615,38 Aipo 11 13.000 20.000 1.181,82 1,538 1.818,18 Gengibre 8 2.000 24.000 250,00 12,000 3.000,00 Total 106.089.000 82.810.000 Fonte: IBGE, PAM 2010.

Os produtos alface, tomate, couve e pimentão formam o grupo dos cinco produtos produzidos pelo maior número de estabelecimentos juntos com a abobrinha. Em relação as quantidades produzidas conforme os dados IBGE do Planejamento Agrícola Municipal 2010 os cinco maiores produtos foram tomate, alface, cenoura, repolho e pimentão.

Considerando valores produzidos no mesmo período os cinco produtos de maior expressão foram tomate, alface, morango, pimentão e repolho. Os produtos abobrinha, vagem, brócolis e milho verde estão no próximo grupo ainda que apareçam nos dados do censo e na série histórica de 2000 a 2010 com maio representação.

A análise dos dados secundários realizado durante a elaboração do plano de negócio divergiu da colocação destes produtos destacando o milho verde e o pimentão como produtos mais importantes economicamente. Como estes produtos estão entre os 10 mais destacados entre as variáveis: número de estabelecimentos produtores, quantidade de produção, e valores produzidos pode se considerar possíveis erros de diagnóstico e acompanhamento dentro de padrões aceitáveis.

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35 A figura 4 a seguir apresenta o número de estabelecimentos produtores por produto da olericultura qualificando o Quadro 4. A abobrinha é produzida em 497 estabelecimentos do Distrito Federal.

Figura 4. Estabelecimentos produtores pelos principais produtos da oleicultura no DF.

Fonte: IBGE, PAM 2010.

No quadro a seguir estão relacionadas três variáveis importantes a proporção de estabelecimentos, a proporção da produção e a proporção de valores gerados por produtos da olericultura. A relação entre as três variáveis identifica o comportamento dos produtos em uma dimensão mais ampla e macro do desenvolvimento local e potencialidades diferenciadas.

A relação entre a expressão econômica, o número de estabelecimentos produtores e a produção identifica de forma complexa o potencial de cada produto na cadeia produtiva. Ente estas características condições restritivas de mercado a serem superadas para ampliar a oportunidade de cada produto na sua especificidade.

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36 Figura 5. Relação entre estabelecimentos, produção e valores dos principais produtos

Da olericultura no DF.

Fonte: IBGE, PAM 2010.

Os produtos alface e tomate mudam completamente a característica e podem formar outro grupo. Estes dois produtos possuem características de elevada produção e valores produzidos e podem ser chamados de “renda” cujo significado seja os puxadores de renda nas condições de mercado do Distrito Federal (DF).

E por fim os produtos pimentão, cenoura e brócolis possuem características semelhantes entre si às quais incluem a capacidade de gerar renda ampliada em relação aos complementares e mais estrita em relação aos produtos renda.

A diferenciação entre estes três grupos ocorre em relação a sua potencial capacidade de gerar renda no mercado pela combinação de variáveis. O conceito, no entanto, não exclui nenhum dos três grupos do sistema de produção das famílias agricultoras somente diferencia capacidades. A diferenciação de grupos de produtos ocorre na tentativa de interpretar a complexidade dos sistemas de produção montados pelas famílias agricultoras na relação estabelecida com o mercado e sociedade.

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37 adaptação as suas condições de produção (terra, trabalho, maquinaria e equipamentos, e políticas acessadas) e adaptação aos riscos.

E nesta perspectiva quando encontramos em uma unidade de produção familiar produtos dos três grupos descritos acima afirmamos que existe uma lógica onde o produto de menor capacidade de geração de renda pode estar presente porque otimiza a mão de obra disponível e os instrumentos que determinam a produtividade do trabalho e/ou representa menor risco.

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38 3. Plano de Negócio do Empreendimento

O plano de negócio objeto deste trabalho é concebido na perspectiva de plano de gestão e negócio. Nesta perspectiva a análise econômica é ampliada para análise dos fluxos de funcionamento do empreendimento. Os fluxos de funcionamento são determinados pela natureza e complexidade do empreendimento na cadeia produtiva (produção, escoamento, transformação, distribuição incluindo a comercialização, e consumo). Em cada etapa da cadeia de produção e consumo fluxos internos podem se tornar mais complexos e determinantes para a gestão (funcionamento) e resultado econômico do empreendimento.

O funcionamento da produção do empreendimento é determinado principalmente pelo fluxo de trabalho, fluxo de transporte, fluxo de industrialização (beneficiamento-transformação), e fluxo financeiro.

A análise sobre os fluxos de gestão do empreendimento é orientada pela política nacional de dinamização de territórios rurais que concebeu os Planos de Negócio de Empreendimentos PNE, no entanto, seus níveis de aprofundamento dependem de alguns condicionantes determinados principalmente pela condição de organização administrativa e política do empreendimento.

3.1 Localização, caracterização da cooperativa e contexto da olericultura no DF

A Associação de Produtores Rurais e Agricultores Familiares de Sobradinho – ASPRAF localiza-se na região de Sobradinho do Distrito Federal a cerca de 30 km dos seus pontos de distribuição do plano piloto. A associação possui cerca de 170 famílias associadas entre as quais 83 famílias formaram o núcleo de abastecimento dos projetos no ano de 2011 (Programa de Aquisição de alimentos e Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE). Algumas famílias associadas comercializam seus produtos em feiras locais.

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39 Os associados na sua maioria agricultores familiares possuem uma característica que diferencia a organização econômica: a maioria não possui a posse da terra e trabalham com contratos de arrendamento em áreas entre 2 e 3 hectares. A condição de posse da terra emerge como uma característica determinante para a consolidação futura e o planejamento atual da produção das famílias agricultoras. A situação atual é de contratos de arrendamento. Os arrendamentos são realizados de posses também sem escrituras definitivas condição para praticamente todas as unidades de produção da agricultura e também para domicílios urbanos no DF. Parte também importante das famílias associadas são de assentamentos vinculados ao INCRA.

As principais áreas de produção são exploradas por pequenos produtores que desenvolvem a atividade em parcelas que são sub-arrendadas de propriedades pertencentes a antiga fazenda Sálvia e arrendamento da SEAGRI-DF, onde cerca de 90% dos mesmos são oriundos do Nordeste. Entre as espécies produzidas destaca-se: alface, couve folha, coentro, cebolinha, rúcula, agrião, brócolis, couve flor, além de pimentão, tomate, cenoura, beterraba em menor volume. O cultivo protegido é pouco utilizado na região. A produção local tem como principal mercado consumidor as feiras tradicionais de Sobradinho ( Do Produtor - Feira do Padre, Feira da Lua), sacolões, supermercados locais e em menor importância a comercialização é feita no CEASA-DF .

Esses produtores possuem tradição na produção de hortaliças voltada principalmente para a produção de folhosas e algumas hortaliças frutos, produzidas em solos com declividade favorável (3 a 5%), com boa disponibilidade de água, utilizando irrigação tipo aspersão convencional, santeno, gotejamento e sulcos.

Pelo fato de desenvolverem a atividade em áreas de terceiros, na maioria das vezes na informalidade, os produtores não tem interesse em melhorias na infra-estrutura da propriedade e nas condições de produção, principalmente no que diz respeito a higiene no pós-colheita e das instalações da propriedade.

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40 terra, que na maioria das vezes são pequenas parcelas sub-arrendadas, que dificultam o acesso às linhas de crédito rural disponíveis, limitando os investimentos em infra-estrutura de produção principalmente no que diz respeito as instalações de higiene no pós-colheita, equipamentos de irrigação e outros.

Como o escoamento dessa produção em cerca de 95% é destinado para o comércio local, em determinada época do ano, especialmente no período da seca, ocorre excesso de oferta para a maioria das folhosas com consequente redução nos preços de venda, o que ocasiona redução significativa nas receitas das culturas.

Nos últimos anos, os preços obtidos com a venda das olerícolas não tem acompanhado a evolução dos preços dos insumos, o que vem ocasionando desestímulo entre os produtores, que ficam sem condições de fazer investimentos, ocasionando estagnação na atividade, e em algumas vezes desencadeia a desistência pela atividade , por parte de alguns produtores. Por esta descapitalização dos pequenos produtores de olerícolas, os que permanecem na atividade não tem muita perspectiva de crescimento, e permanecem produzindo por falta de opção de outras fontes de renda para o seu sustento e de suas famílias.

Outro entrave na comercialização destaca-se o fato de a maioria das grandes redes de supermercados possuirem centrais de compra de hortaliças, centralizadas principalmente na CEASA DF, e absorverem muito pouco da produção local.

Outros entraves são: os altos preços dos insumos, ocasionado o uso aquém das necessidades das culturas, sistema de irrigação inadequados com o tamanho das áreas plantadas, deficiência no planejamento na programação de áreas plantadas, perdas de produtos na lavoura, poucos cuidados na pós-colheita.

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41 Alimento Seguro, através das (BPA) e (BPF), visando aumentar a segurança alimentar e nutricional em toda cadeia produtiva de hortaliças; desenvolver e disseminar tecnologias de impacto de comercialização e agregação de valor, com vistas rentabilzar a produção e propiciar maior competitividade do produto no mercado interno e externo.

A perspectiva do programa estadual (DF) na sua versão do PAA do governo federal possibilitará o acesso a volumes de mercado bastante superiores aos atuais programas PNAE e PAA. Estes produtos abasteceriam órgãos institucionais do Governo do Distrito Federal (GDF) como creches, restaurantes comunitários, zoológico, outros.

Dois desafios são destacados pela direção da associação: primeiro a quantidade de produtos demandados pelo novo mercado, e segundo aspectos ligados a qualidade/apresentação dos produtos demandados pelo mercado tais como folhosas higienizadas, folhosas prontas para consumo, produtos pré-cozidos prontos para o consumo com destaque para os itens alface, brócolis, e couve. Foi destacado a possibilidade de alface de mais de uma variedade entregue de forma higienizada em sacos plásticos pronta para o consumo, sobre o brócolis a alternativa seria e a entrega na forma picada ou pré-cozida, e sobre a couve a entrega na forma picada.

3.2 Funcionamento do Empreendimento

3.2.1 Descrição da Planta Industrial e Funcionamento

A associação pode ser caracterizada no momento atual como uma rede de abastecimento incluindo três etapas estruturais do seu funcionamento: a coleta da produção por rotas, a expedição em uma estrutura física em Sobradinho com área de cerca de 30 metros quadrados, e a distribuição.

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42 3.2.2 Funcionamento de Gestão do Empreendimento

O funcionamento de gestão do empreendimento é determinado principalmente pelo fluxo de trabalho, fluxo de transporte, fluxo de industrialização (beneficiamento-transformação), e fluxo financeiro.

A caracterização do diagnóstico dos fluxos de funcionamento permite elaborar o plano de negócio na perspectiva de gestão gerando seus resultados financeiros a partir dos custos e resultado de cada etapa do processo de transformação da produção em produtos agroindustrializados e/ou beneficiados em diferentes complexidades até o consumo.

O empreendimento Associação de Produtores Rurais e Agricultores Familiares de Sobradinho – ASTRAF possui as seguintes fases e fluxos de funcionamento que permitem identificar o perfil do empreendimento e sua capacidade de se tornar referência orientadora para a política nacional de dinamização de arranjos produtivos da agricultura familiar coordenada pela SDT/MDA.

A associação pode ser caracterizada como uma rede de abastecimento gerando referências sobre a coleta, expedição e distribuição de produtos alimentos em rede diversa e complexa de pontos de distribuição.

Três etapas de funcionamento formam a rede de abastecimento:

- Coleta; - Expedição; - Distribuição;

Fase de Coleta da Rede de Abastecimento:

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43 pela expedição e consumidos in natura com a preparação para a entrega realizada nas propriedades dos agricultores.

Quadro 5. Funcionamento do fluxo de transporte das rotas de coleta, ano de 2011.

Rota Rota

Pontos de Coleta/ Famílias

Veículos/rotas

semanais km/rota Rotas/ano

Distância (km) Agricultor Terceirizado 1 Rota 1 5 1 30 26 780 Agricultor Terceirizado 2 Rota 2 4 1 30 26 780 Apoio GDF 1 Rota 3 23 1 45 26 1.170 Apoio GDF 2 Rota 4 23 1 45 26 1.170 Associados Individuais Rota 5 8 8 40 26 8.320 Agricultor Terceirizado 3 Rota 6 20 2 15 26 780 Total 83 14 26 13.000 Fonte: ASPRAF, 2012.

A fase de coleta foi realizada percorrendo a distância de 13.000 km durante 26 semanas e seis rotas semanais ou 156 rotas com distâncias médias de 35,7 km (Quadro 4). A variação das distâncias das rotas é de 15 a 45 km. O total de veículos utilizados nas 6 rotas é 14 entre os quais 8 pertencem a agricultores que levam seus produtos até o centro de expedição ou direto aos pontos de distribuição.

A Rota 1 é realizada por agricultor que terceiriza este serviço para a cooperativa, coleta produtos de 5 famílias, possui um veículo para realiza a rota, percorre a distância de 30 km até a expedição, as rotas são realizadas semanalmente totalizando 26 rotas no ano de 2011 e percorrendo 780 km totais (Quadro 4). As rotas 2 e 6 também é realizada por agricultores que terceirizam o serviço coletando produtos de 29 pontos de coleta/famílias agricultoras.

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44 A rota 5 é realizada pelos próprios agricultores produtores que possuem veículos próprios e entregam seus produtos na central de expedição. São utilizados 8 veículos de 8 famílias agricultoras percorrendo distâncias médias de 40 km totalizando 8.320 km durante 26 semanas de coleta.

O Quadro 6 a seguir apresenta a capacidade de carga da logística utilizada no ano de 2011. Para realizar as 156 rotas durante 26 semanas dos contratos do mercado institucional sob responsabilidade da associação a logística disponibilizou a capacidade de carga de 650.000 kg de produtos considerando a capacidade de carga de cada veículo e as rotas semanais realizadas.

Quadro 6. Funcionamento do fluxo de carga das rotas de coleta, ano de 2011.

Rotas Semanas/ano Rotas/semana

Carga/veiculo Carga Total (kg/veículo) (kg) Agricultor Terceirizado 1 26 1 1.000 26.000 Agricultor Terceirizado 2 26 1 1.000 26.000 Apoio GDF 1 26 1 4.000 104.000 Apoio GDF 2 26 1 7.000 182.000 Associados Individuais 26 8 500 104.000 Agricultor Terceirizado 3 26 2 4.000 208.000 Total 26 14 650.000 Fonte: ASPRAF, 2012.

A rota 1 realizada por agricultor que terceiriza este serviço percorre semanalmente a rota com veículo com capacidade de carga de 1.000 kg totalizando no período a disponibilização da capacidade de carga de 26.000 kg.

O funcionamento do fluxo de trabalho (Quadro 7) apresenta o total de rotas semanais a quantidade de rotas realizadas por semana as unidades de trabalho (RT) de cada rota e o tempo de trabalho de cada unidade de trabalho por rota.

(45)

45 Quadro 7. Funcionamento do fluxo de trabalho das rotas de coleta, ano de 2011.

sem/ano Rotas/semana UT/rota Diárias/UT

Diárias Totais Agricultor Terceirizado 1 26 1 1,0 0,5 13,0 Agricultor Terceirizado 2 26 1 1,0 0,5 13,0 Apoio GDF 1 26 1 1,5 1,0 39,0 Apoio GDF 2 26 1 1,5 1,0 39,0 Associados Individuais 26 1 18,0 0,2 70,2 Agricultor Terceirizado 3 26 1 2,0 0,5 26,0 26 6,0 25,0 200,2 Fonte: ASPRAF, 2012.

O total de dias de trabalho disponibilizado para a fase de coleta é de 200,2 dias realizado por 25 unidades de trabalho diretamente envolvidas com diárias de trabalho variando de 0,2 a 1 dia.

Fase de Expedição da Rede de Abastecimento:

A expedição presta serviços de beneficiamento incluindo a limpeza e embalagem dos produtos de forma adequada as exigências do mercado institucional (PAA e PNAE). É importante destacar que a exigência deste tipo de serviço encontra-se ainda em fase de estruturação pelo mercado institucional o qual deverá definir regras mais específicas de logísticas de entrega modificando as embalagens e a forma de apresentação dos produtos. Estas especificações devem estar relacionadas a facilidades de uso imediato principalmente para produtos do PNAE.

(46)

46 Quadro 8. Funcionamento do fluxo de trabalho da expedição, ano de 2011.

Unidade de Trabalho Semanas/ano UT Diárias/ UT Diárias Totais Diaristas da

Associação 26 2 1 52

Funcionários GDF 26 2 4 208

Fonte: ASPRAF, 2012.

Os diaristas da associação prestam este serviço semanalmente, são dois trabalhadores envolvidos na atividade durante as 26 semanas de trabalho disponibilizando 2 dias de trabalho por semana e totalizando 52 dias de trabalho anuais. Os 2 funcionários do GDF cedidos para a associação trabalham 4 dias semanais e disponibilizam o total de 208 diárias anuais. O total de dias de trabalho da expedição é de 260 dias.

Fase de Distribuição da Rede de Abastecimento:

A distribuição dos produtos possui 4 rotas e 120 pontos de distribuição (Quadro 9). Os produtos são entregues semanalmente através de 1,25 rotas semanais considerando a necessidade de apoio de carga para entregar os produtos necessários e 1 cada veículo realiza mais de uma rota semanal. A distancia percorrida pelas 4 rotas semanais no período considerado de 26 semanas foi de 13.975 km.

Quadro 9. Funcionamento do fluxo de transporte da distribuição, ano de 2011.

Rotas Rota Ponto Veículos km/rota Semana/ano Rotas/semana

Distância (km) Funcionários GDF Rota 1 30 1 150 26 1,25 4.875 Funcionários GDF Rota 2 35 1 150 26 1,25 4.875 Agricultor Terceirizado 1 Rota 3 30 1 65 26 1,25 2.113 Agricultor Terceirizado 2 Rota 4 25 1 65 26 1,25 2.113 Total 120 13.975 Fonte: ASPRAF, 2012.

(47)

47 As rotas 3 e 4 são realizadas por agricultores terceirizados. A quantidade de pontos de distribuição é de 30 e 25, a distância média das rotas é de 65 km e a distância total percorrida pelas duas rotas é de 4.226 km

O Quadro 10 a seguir apresenta a capacidade de carga da logística utilizada no ano de 2011. Para realizar as 130 rotas durante 26 semanas dos contratos do mercado institucional sob responsabilidade da associação a logística disponibilizou a capacidade de carga de 422.500 kg de produtos considerando a capacidade de carga de cada veículo e as rotas semanais realizadas.

A rota 1 é realizada por veículo cedido pelo GDF com capacidade de carga de 4.000 kg, realiza 1,25 rotas semanais e disponibiliza a capacidade de carga para o período de 130.000 kg.

Quadro 10. Funcionamento do fluxo de carga da distribuição, ano de 2011.

Rotas Rota Semanas Veículos Rotas/semana Carga/veiculo

Carga Total Funcionários GDF Rota 1 26 1 1,25 4000 130.000 Funcionários GDF Rota 2 26 1 1,25 7000 227.500 Agricultor Terceirizado 1 Rota 3 26 1 1,25 1000 32.500 Agricultor Terceirizado 2 Rota 4 26 1 1,25 1000 32.500 Total 422.500 Fonte: ASPRAF, 2012.

A rota 2 disponibiliza 227.500 kg de capacidade de carga para o período pela maior capacidade de carga individual do veículo em serviço. As rotas 3 e 4 disponibilizam 65.000 kg de capacidade de carga.

O fluxo de trabalho da distribuição é apresentado no Quadro 11 a seguir. A fase de distribuição disponibiliza a logística de 325 dias de trabalho por 10 unidades de trabalho (UT) com uma diária por rota e a média de 1,25 rotas por dia de trabalho.

Referências

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