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Resumo de Direito Constitucional Descomplicado Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino 9.ª para 10.ª edição

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Academic year: 2021

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PONTOS DO LIVRO “RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL DESCOMPLICADO” QUE FORAM MODIFICADOS NA 10ª EDIÇÃO DA OBRA, EM COMPARAÇÃO COM A 9ª EDIÇÃO.

OS TEXTOS EM VERMELHO REPRESENTAM SUPRESSÕES E OS TEXTOS EM AZUL CORRESPONDEM A INCLUSÕES. OS TEXTOS EM FONTE PRETA NÃO SOFRERAM ALTERAÇÃO E SERVEM APENAS PARA FACILITAR A LOCALIZAÇÃO DOS TRECHOS MODIFICADOS, ACRESCENTADOS OU SUPRIMIDOS.

CAPITULO 2

1) No item 4.5, foram feitas as substituições abaixo indicadas:

4.5. Liberdade de expressão (art. 5.º, IV, V, IX, XIV) ...

Nos termos do inciso IV do art. 5.º, “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Trata-se de regra ampla, e não dirigida a destinatários específicos. Qualquer pessoa, em princípio, pode manifestar o que pensa, desde que não o faça sob o manto do anonimato. Está abrangido o direito de expressar-se, oralmente ou por escrito, e também o direito de ouvir, assistir e ler.

Em respeito à ampla liberdade de expressão, o Supremo Tribunal Federal afastou a exigência do diploma de jornalismo e de registro profissional como condição para o exercício da profissão de jornalista.

Em respeito à ampla liberdade de expressão, o Supremo Tribunal Federal afastou a exigência do diploma de jornalismo e de registro profissional como condição para o exercício da profissão de jornalista, bem como a exigência de autorização prévia da pessoa biografada (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas) para obras biográficas ou audiovisuais.

A vedação ao anonimato, que abrange todos os meios de comunicação, tem o intuito de possibilitar a responsabilização de quem cause danos a terceiros em decorrência da expressão de

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juízos ou opiniões ofensivos, levianos, caluniosos, difamatórios etc.

...

Os direitos da pessoa que sofra um dano em razão de manifestação indevida por parte de outrem estão explicitados no inciso V do art. 5.º da Constituição, nestes termos:

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

O direito de resposta está orientado pelo critério da proporcionalidade, isto é, a resposta deve ser assegurada no mesmo meio de comunicação em que o agravo foi veiculado, e deve ter o mesmo destaque e a mesma duração (se em meio sonoro ou audiovisual) ou tamanho (se em meio escrito).

Deve-se ressaltar que o direito de resposta não afasta o direito à indenização.

O direito de resposta e o direito à indenização por danos morais e materiais – anote-se que essas indenizações são cumuláveis – aplicam-se tanto às pessoas físicas quanto às pessoas jurídicas que sejam ofendidas pela expressão indevida de juízos ou opiniões.

O direito de resposta – regulamentado pela Lei 13.188, de 11 de novembro de 2015 – está orientado pelo critério da proporcionalidade, isto é, a resposta deve ser assegurada no mesmo meio de comunicação em que o agravo foi veiculado, e deve ter o mesmo destaque e a mesma duração (se em meio sonoro ou audiovisual) ou tamanho (se em meio escrito).

O direito de resposta protege qualquer pessoa – física ou jurídica – ofendida por meio de matéria divulgada, publicada ou transmitida, considerando-se “matéria”, para esse fim, qualquer reportagem, nota ou notícia divulgada por veículo de comunicação social, independentemente do meio ou da plataforma de distribuição, publicação ou transmissão que utilize, cujo conteúdo atente, ainda que por equívoco de informação, contra a honra, a intimidade, a reputação, o conceito, o nome, a marca ou a imagem de pessoa física ou jurídica identificada ou passível de identificação.

O direito de resposta tem como características a gratuidade e a proporcionalidade ao agravo, e deverá ser exercido no prazo decadencial de sessenta dias, contados da data de cada divulgação, publicação ou transmissão da matéria ofensiva.

Considerando esse dispositivo, entre outros, nossa Corte Suprema firmou entendimento de que o Tribunal de Contas da União (TCU) não pode manter em sigilo a autoria de denúncia a ele apresentada contra administrador público, pois essa medida impediria o denunciado de adotar as providências asseguradas pela Constituição na defesa de sua imagem, inclusive a de buscar a tutela judicial para esse fim.

...

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2) No item 4.8, ao final, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

4.8. Inviolabilidade domiciliar (art. 5.º, XI) ...

As razões para o ingresso domiciliar – a qualquer hora do dia ou da noite – para prestar socorro ou diante de desastre são evidentes. Já a possibilidade de ingresso no caso de flagrante delito tem por objeto a repressão à prática de crimes, especialmente os de natureza permanente (tais como depósito ou porte de drogas, extorsão mediante sequestro, cárcere privado, entre outros), que exigem ação imediata da polícia.

Especificamente sobre essa última hipótese – ingresso motivado por flagrante delito –, no intuito de evitar abusos por parte dos agentes policiais, o Supremo Tribunal Federal definiu balizas para entrada da polícia em domicílio sem autorização judicial, expressas na seguinte tese:

A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados.

3) No item 4.23, ao final, foi feita a substituição abaixo indicada:

4.23. Júri popular (art. 5.º, XXXVIII) ...

Entretanto, a competência do tribunal do júri só é afastada pelas hipóteses de foro especial previstas na Constituição Federal, visto que, segundo entendimento do STF, estratificado na Súmula 721, “a competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual”. Exemplificando: defensor público estadual não possui foro especial definido na Constituição Federal; a Constituição do estado poderá outorgar-lhe foro especial; porém, caso ele pratique um crime doloso contra a vida, será julgado pelo tribunal do júri, pois o foro previsto exclusivamente na Constituição do estado não afasta a competência do júri.

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Entretanto, a competência do tribunal do júri só é afastada pelas hipóteses de foro especial previstas na Constituição Federal, consoante entendimento do STF, estratificado na Súmula Vinculante 45, nestes termos:

45 – A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.

Um exemplo prático nos auxilia na compreensão dessa orientação do STF: defensor público estadual não possui foro especial definido na Constituição Federal; a Constituição do estado poderá outorgar-lhe foro especial; porém, caso ele pratique um crime doloso contra a vida, será julgado pelo tribunal do júri, pois o foro previsto exclusivamente na Constituição do estado não afasta a competência do júri.

4) No item 4.46, foram feitas a supressão e a substituição abaixo indicadas:

4.46. Habeas data ...

O habeas data encontra-se regulado pela Lei 9.507, de 12 de novembro de 1997, que, no inciso III do seu art. 7.º, acrescentou uma outra hipótese de cabimento da medida, além das constitucionalmente previstas, a saber: “para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável”.

É relevante anotar que o habeas data não é instrumento jurídico adequado para pleitear o acesso a autos de processos administrativos.

Ademais, o direito a receber dos órgãos públicos informações de interesse próprio, em sede de habeas data, não se reveste de caráter absoluto, cedendo passo quanto aos dados protegidos por sigilo, em prol da segurança da sociedade e do Estado.

O habeas data poderá ser ajuizado por qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira, bem como por pessoa jurídica. Saliente-se, porém, que a ação é personalíssima, vale dizer, somente poderá ser impetrada pelo titular das informações.

No polo passivo, podem figurar entidades governamentais, da Administração Pública Direta e Indireta, bem como as instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas detentoras de banco de dados contendo informações que sejam ou possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de

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uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.

No polo passivo, podem figurar entidades governamentais, da Administração Pública Direta e Indireta, bem como as instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas detentoras de banco de dados contendo informações que sejam ou possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações. O habeas data poderá ser utilizado, por exemplo, para a obtenção de informações fiscais do impetrante em poder dos órgãos de arrecadação tributária.

O habeas data somente pode ser impetrado diante da negativa da autoridade administrativa de fornecimento (ou de retificação ou de anotação da contestação ou explicação) das informações solicitadas.

...

5) No item 5.1, foi feita a substituição abaixo indicada:

5.1. Noções

Estabelece o art. 6.º da Constituição Federal (redação dada pela EC 64/2010):

Art. 6.º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Estabelece o art. 6.º da Constituição Federal (redação dada pela EC 90, de 19/9/2015):

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Os direitos sociais constituem as liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por objetivo a melhoria das condições de vida dos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social.

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6) O item 5.4 passou a ter a seguinte redação (reprodução integral do item):

5.4. A problemática da concretização dos direitos sociais: reserva do possível, garantia do mínimo existencial e implementação de políticas públicas pelo Poder Judiciário

Os direitos sociais, por exigirem disponibilidade financeira do Estado para sua efetiva concretização, estão sujeitos à denominada cláusula de reserva do financeiramente possível, ou, simplesmente, “reserva do possível”.

Essa cláusula, ou princípio implícito, tem como consequência o reconhecimento de que os direitos sociais assegurados na Constituição devem, sim, ser efetivados pelo Poder Público, mas na medida exata em que isso é (financeiramente) possível. É importante entender que esse princípio não significa um “salvo conduto” para o Estado deixar de cumprir suas obrigações sob uma alegação genérica de que “não existem recursos suficientes”. A não efetivação, ou efetivação apenas parcial, de direitos constitucionalmente assegurados somente se justifica se, em cada caso, for possível demonstrar a impossibilidade financeira (ou econômica) de sua concretização pelo Estado.

De outro lado, temos o princípio da garantia do mínimo existencial, também postulado implícito na Constituição Federal de 1988, que atua como um limite à cláusula da reserva do financeiramente possível.

Objetivamente, significa dizer que a dificuldade estatal decorrente da limitação dos recursos financeiros disponíveis (reserva do financeiramente possível) não afasta o dever do Estado de garantir, em termos de direitos sociais, um mínimo necessário para a existência digna da população (garantia do mínimo existencial).

Sabe-se, ademais, que, dentre as funções institucionais do Poder Judiciário não se encontra, em homenagem ao postulado da separação de Poderes, a de formular e implementar políticas públicas, atribuição típica dos Poderes Legislativo e Executivo. Tal incumbência, no entanto, em bases excepcionais, poderá atribuir-se ao Poder Judiciário, se e quando os órgãos estatais competentes, descumprindo os encargos político-jurídicos que sobre eles incidem, vierem a comprometer, com tal comportamento, a eficácia e a integridade de direitos individuais ou coletivos de estatura constitucional, inclusive os derivados de normas constitucionais programáticas.

Todos esses aspectos concernentes à concretização dos direitos sociais têm sido reiteradamente enfrentados pelo Supremo Tribunal Federal, diante de controvérsias a ele submetidas. Com efeito, ao examinar a omissão do Poder Público no tocante à obrigação constitucional de implementação de

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direitos sociais – tais como o direito à distribuição gratuita de medicamentos a pacientes com AIDS;

o direito à educação infantil; o direito à vida e à saúde; o direito à exigência de reformas emergenciais em presídios, para assegurar a integridade física e moral dos presos –, a jurisprudência do STF tem assentado a possibilidade excepcional de o Poder Judiciário determinar a implementação de políticas públicas.

7) No item 7.6.2.4, ao final, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

7.6.2.4. Previsões em lei complementar

...

Ainda sobre o processo eleitoral, é importante destacar que o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade: (a) das doações de empresas (pessoas jurídicas) a campanhas eleitorais e a partidos políticos (a partir das eleições de 2016, só pessoas físicas poderão realizar tais contribuições); e (b) das doações ocultas a candidatos (aquelas em que não é possível identificar o vínculo entre doadores e candidatos).

CAPITULO 4

1) No item 2, foi feita a substituição abaixo indicada:

2. COMPETÊNCIAS DA UNIÃO ...

Trata-se de competências legislativas privativas da União, para a edição de normas sobre as matérias acima enumeradas. Porém, é possível que os estados e o Distrito Federal venham a legislar sobre questões específicas das matérias enumeradas no art. 22 da Constituição Federal, desde que a União delegue competência, por meio de lei complementar (CF, art. 22, parágrafo único). Ao contrário da competência administrativa exclusiva, a marca da competência legislativa privativa da União é a sua delegabilidade aos estados e ao Distrito Federal.

Trata-se de competências legislativas privativas da União, para a edição de normas sobre as

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matérias acima enumeradas. Exemplificando: compete privativamente à União legislar sobre direito penal (art. 22, I); logo, somente a União poderá legislar sobre esse ramo do direito (tipificando condutas humanas como crimes, por exemplo), e, diante de eventual omissão legislativa federal, os demais entes federados nada poderão fazer a respeito (um estado-membro não poderá, no seu âmbito, tipificar certa conduta como criminosa, por exemplo).

Ademais, entende o STF que a competência privativa da União para legislar sobre direito penal alcança tanto a tipificação dos crimes comuns quanto a definição dos crimes de responsabilidade, ainda que relativos a autoridades estaduais ou municipais (governadores, prefeitos etc.). Esse entendimento encontra-se consolidado na Súmula Vinculante 46, nestes termos:

46 – A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.

Porém, observe que é possível que os estados e o Distrito Federal venham a legislar sobre questões específicas das matérias enumeradas no art. 22 da Constituição Federal, desde que a União delegue competência, por meio de lei complementar (CF, art. 22, parágrafo único).

Portando, ao contrário da competência administrativa exclusiva, a marca própria da competência legislativa privativa da União é a sua delegabilidade aos estados e ao Distrito Federal.

...

2) No item 7, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

7. COMPETÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS ...

Os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei (CF, art. 144, § 8.º), bem como estruturar a segurança viária, a ser exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas (CF, art. 144, § 10).

Uma vez instituídas por lei, as guardas municipais poderão – além de proteger os bens, serviços e instalações municipais – fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor multas.

Merecem menção, ainda, as seguintes competências constitucionais dos municípios:

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CAPITULO 5

1) No item 5.2, ao final, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

5.2. Atribuições da Câmara dos Deputados ...

Competência de alta relevância da Câmara dos Deputados é a que diz respeito à sua atuação no processo de impeachment, prevista no inciso I do art. 51, qual seja, a de autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado.

Observe-se que a competência da Câmara dos Deputados limita-se a autorizar a instauração do processo de impeachment, isto é, a Câmara dos Deputados não processa nem julga a autoridade.

Caso seja concedida tal autorização – a partir de denúncia oferecida por qualquer cidadão perante a Câmara dos Deputados –, o Presidente da República poderá ser submetido a julgamento pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade, ou pelo o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns (CF, art. 86). Os Ministros de Estado, diferentemente, são julgados pelo Supremo Tribunal Federal tanto nos crimes comuns quando nos crimes de responsabilidade (CF, art. 102, I,

“c”), salvo se estes últimos guardarem conexão com delito praticado pelo Presidente da República, hipótese em que a competência para o julgamento desloca-se para o Senado Federal (CF, art. 52, I).

É assaz relevante destacar que a autorização prévia da Câmara dos Deputados não obriga à instauração do processo pelo órgão julgador. Assim, o Senado Federal possui discricionariedade para abrir ou não o processo de julgamento dos crimes de responsabilidade, bem como o STF tem discricionariedade para aceitar ou não denúncia ou queixa-crime por infrações comuns.

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2) No item 5.3, ao final, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

5.3. Atribuições do Senado Federal ...

Conforme vimos no subitem precedente, para que o Senado Federal processe e julgue o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado por crime de responsabilidade (CF, art. 52, I) é necessária a prévia autorização da Câmara dos Deputados, por decisão de dois terços dos seus membros (CF, art. 51, I).

Vimos também que a autorização da Câmara dos Deputados não obriga o Senado Federal a julgar as mencionadas autoridades, podendo esta Casa Legislativa rejeitar a instauração do processo de julgamento.

Como se vê, no procedimento de impeachment das autoridades mencionadas no inciso I do art.

51 da Constituição Federal, o Senado Federal, no desempenho do seu papel constitucional de processar e julgar tais autoridades, proferirá duas decisões, ambas em votação nominal aberta:

num primeiro momento, por maioria simples de seus membros, decidirá pela instauração, ou não, do procedimento já admitido pela Câmara dos Deputados; se obtida a maioria simples, o procedimento será instaurado e, ao final, haverá o julgamento da autoridade, que só poderá ser condenada por decisão de dois terços dos senadores da República (por óbvio, se, na primeira deliberação, não for obtida a maioria simples dos votos, o procedimento não será instaurado, e a acusação admitida pela Câmara dos Deputados será arquivada, sem julgamento algum!).

3) No item 7.1, foi feita a substituição abaixo indicada:

7.1. Tribunal de Contas da União ...

Vale registrar que, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os tribunais de contas, no desempenho de suas atribuições, podem realizar o controle de constitucionalidade das leis, isto é, no exame de um processo submetido à sua apreciação, podem afastar a aplicação de uma lei ou ato normativo do Poder Público por entendê-lo inconstitucional (controle incidental). Essa declaração de inconstitucionalidade pelos tribunais de contas deverá ser proferida por maioria absoluta de seus membros, por força da cláusula “reserva de plenário”, estabelecida no art. 97 da Constituição Federal.

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Entretanto, o Tribunal de Contas da União – e, em decorrência da simetria, as demais cortes de contas – não dispõe de competência para determinar a quebra do sigilo bancário das pessoas submetidas ao seu controle.

Como regra geral, o Tribunal de Contas da União – e, por simetria, as demais cortes de contas – não dispõe de competência para requisitar diretamente informações que importem quebra de sigilo bancário das pessoas submetidas ao seu controle.

Entretanto, especificamente quando há recursos públicos envolvidos, pode o TCU determinar a quebra do sigilo bancário, exigindo das instituições financeiras responsáveis o fornecimento de informações acerca de operações determinadas, por elas efetuadas com terceiros, nas quais aqueles valores tenham sido empregados, haja vista que as operações dessa espécie (que envolvam o emprego de recursos públicos) estão submetidas aos princípios da administração pública insculpidos no art. 37 da Constituição Federal.

Ademais, em atenção ao direito de resposta, proporcional ao agravo, e à inviolabilidade da honra e da imagem das pessoas, cuja lesão enseja indenização por dano moral ou material (CF, art.

5.º, V e X), o Tribunal de Contas da União não pode manter em sigilo a autoria de denúncia a ele apresentada contra administrador público.

...

CAPITULO 8

1) No item 9.1, foram feitas as substituições abaixo indicadas:

9.1. Crimes de responsabilidade ...

Como se vê, não se trata de lista exaustiva, mas, sim, meramente exemplificativa. Na realidade, a Constituição Federal aponta, apenas genericamente, aquelas condutas que poderão configurar a prática de crime de responsabilidade pelo Presidente da República, deixando à lei especial a competência para defini-los e estabelecer as respectivas normas de processo e julgamento (art. 85, parágrafo único).

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Como se vê, não se trata de lista exaustiva, mas, sim, meramente exemplificativa. Na realidade, a Constituição Federal aponta, apenas genericamente, aquelas condutas que poderão configurar a prática de crime de responsabilidade pelo Presidente da República, deixando à lei especial (federal) a competência para defini-los e estabelecer as respectivas normas de processo e julgamento (art. 85, parágrafo único).

Aliás, vale lembrar que, em se tratando da definição de crimes de responsabilidade, tal lei especial será sempre federal, ainda que definidora de delitos de autoridades locais (governadores, prefeitos etc.), haja vista entendimento do STF segundo o qual a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União (Súmula Vinculante 46). Em suma, só a União dispõe de competência para legislar sobre crimes de responsabilidade, ainda que de autoridades locais, por força do art. 21, I, da Constituição Federal, que outorga competência privativa à União para legislar sobre direito penal.

A competência para processar e julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade é do Senado Federal (art. 52, I), após autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus membros (art. 51, I).

Determina a Constituição que, durante o processo de julgamento dos crimes de responsabilidade pelo Senado Federal, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal (art. 52, parágrafo único). Na realidade, o Senado Federal não estará atuando como órgão legislativo, mas sim como órgão judicial híbrido, porque composto de senadores da República, mas presidido por membro do Poder Judiciário.

Admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, o processo será encaminhado ao Senado Federal, para julgamento. A admissão da acusação pela Câmara dos Deputados vincula o Senado Federal, obrigando-o a dar início ao procedimento para a apuração do crime de responsabilidade, não sendo permitida ao Senado qualquer discricionariedade quanto à instauração, ou não, do processo de impeachment.

A condenação do Presidente da República pela prática de crime de responsabilidade, que somente será proferida pelos votos de dois terços dos membros do Senado Federal, em votação nominal aberta, acarretará a perda do cargo, com a inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (CF, art. 52, parágrafo único).

A inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública alcança todas as funções de natureza pública, sejam as resultantes de concurso público, sejam as de nomeação em confiança, sejam os mandatos eletivos. Na prática, portanto, a condenação no impeachment impõe ao Presidente da República uma absoluta ausência do cenário público do País.

Qualquer cidadão é parte legítima para oferecer a acusação contra o Presidente da República à Câmara dos Deputados, pela prática de crime de responsabilidade. Se a denúncia for recebida pelo Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente da República passará à condição de acusado, razão pela qual, daí em diante, deverá ser assegurado a ele o direito à ampla defesa e ao

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contraditório, sob pena de nulidade do procedimento. Ao final, se admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, por decisão de dois terços de seus membros, em votação nominal aberta, o processo será encaminhado ao Senado Federal, para julgamento (CF, arts. 51, I, e 52, I).

A admissão da acusação pela Câmara dos Deputados não vincula o Senado Federal, que possui competência para decidir quanto à instauração, ou não, do processo de impeachment. Cabe ao Senado Federal, portanto, por decisão de maioria simples dos seus membros, em votação nominal aberta, emitir um juízo inicial de instauração, ou não, do procedimento já admitido pela Câmara dos Deputados. Se não atingida a necessária maioria simples dos votos, não haverá instauração do processo de julgamento, encerrando-se o procedimento admitido pela Câmara dos Deputados.

No momento em que é instaurado o processo de julgamento pelo Senado Federal (por decisão de maioria simples dos senadores, em votação nominal aberta), o Presidente da República ficará suspenso de suas funções, somente retornando ao exercício da Presidência se for absolvido ou se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, hipótese em que retornará ao exercício das suas funções, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (CF, art. 86, § 1.º). Enfim, se expirado o prazo de cento e oitenta dias sem a conclusão do julgamento, o processo prosseguirá normalmente, mas o Presidente reassumirá a Presidência da República.

A condenação do Presidente da República pela prática de crime de responsabilidade, que somente será proferida pelos votos de dois terços dos membros do Senado Federal, em votação nominal aberta, acarretará a perda do cargo, com a inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (CF, art. 52, parágrafo único).

Destacamos que a imposição das sanções pela prática do crime de responsabilidade – perda do cargo e inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública – não exclui a aplicação das demais sanções judiciais cabíveis. Desse modo, se o Presidente da República praticou atos que se enquadram como ilícitos penais, estes deverão ser apurados pelos órgãos competentes do Poder Judiciário, em ações próprias.

2) No item 9.2.2, foi feita a substituição abaixo indicada:

9.2.2. Prerrogativa de foro

O Presidente da República dispõe de prerrogativa de foro. Com efeito, deferida a autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus membros, será ele julgado, nos crimes de responsabilidade, pelo Senado Federal e, nas infrações comuns, pelo Supremo Tribunal Federal

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(CF, art. 86).

Ao contrário do que ocorre nos crimes de responsabilidade, julgados pelo Senado Federal, nos crimes comuns a decisão da Câmara dos Deputados admitindo a denúncia ou a queixa-crime não vincula o Supremo Tribunal Federal. Em respeito ao postulado da separação dos poderes, mesmo com a autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus membros, poderá o Supremo Tribunal Federal rejeitar a denúncia ou a queixa-crime, por entender, juridicamente, que não há elementos para o seu recebimento e consequente instauração do processo criminal.

Assim como ocorre nos crimes de responsabilidade, julgados pelo Senado Federal, também nos crimes comuns a decisão da Câmara dos Deputados admitindo a denúncia ou a queixa-crime não vincula o Supremo Tribunal Federal. Mesmo com a autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus membros, poderá o Supremo Tribunal Federal rejeitar a denúncia ou a queixa- crime, caso entenda que, juridicamente, não há elementos para o seu recebimento e consequente instauração do processo criminal.

Após a autorização da Câmara dos Deputados, se o Supremo Tribunal Federal receber a denúncia ou queixa-crime, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções pelo prazo máximo de cento e oitenta dias, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (art. 86, § 1.º).

...

CAPITULO 9

1) No item 12, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

12. JUSTIÇA FEDERAL ...

Os §§ 3.º e 4.º do art. 109 trazem regra especial relativa às ações previdenciárias (que, em regra, são julgadas pela Justiça Federal), determinando que serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal. Mas, nesse caso, eventual recurso será sempre para o Tribunal Regional Federal na área

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de jurisdição do juiz de primeiro grau.

Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente quando praticados por meio da rede mundial de computadores (internet), bem como o crime de redução à condição análoga à de escravo (exploração de “trabalho escravo”).

O § 5.º do art. 109 da Constituição estabelece que nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.

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2) No item 13, foram feitos o acréscimo e a substituição abaixo indicados:

13. JUSTIÇA DO TRABALHO ...

Em relação ao inciso I do art. 114, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que a competência da Justiça do Trabalho não alcança o julgamento de ações entre o Poder Público e agentes públicos a ele vinculados por típica relação de natureza estatutária (os servidores públicos investidos em cargo efetivo ou em cargo em comissão) ou de caráter jurídico administrativo (os agentes públicos contratados por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, na forma do art. 37, IX, da Constituição). O fundamento para a exclusão da competência da Justiça do Trabalho é o fato de o vínculo funcional entre esses agentes públicos e a administração não se enquadrar no conceito de relação de trabalho, isto é, não têm eles vínculo trabalhista com o poder público. Assim, na esfera federal, as ações envolvendo servidores públicos sujeitos ao regime estatutário, ou seja, regidos pela Lei 8.112/1990, bem como agentes públicos temporários, contratados com base no inciso IX do art. 37 da Constituição, cujo vínculo com o poder público é de natureza jurídico-administrativa (e não trabalhista), continuam sob a competência da Justiça Federal.

Cabe ressaltar, porém, que, se a lide envolver, de um lado, o Poder Público e, do outro, trabalhadores a ele vinculados por contrato regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a competência será, sempre, da Justiça do Trabalho.1 Dito de outra forma, quando uma entidade pública, de qualquer nível da Federação, não importa sob qual fundamento, emprega trabalhadores regidos pela CLT, as causas entre ela e esses trabalhadores, concernentes à respectiva relação de

1 ARE 906.491/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 16/10/2015.

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trabalho, serão sempre processadas e julgadas pela Justiça do Trabalho.

Também entende o Supremo Tribunal Federal que, com fundamento no inciso II do art. 114 da Constituição, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada (Súmula Vinculante 23).

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Ainda, o Supremo Tribunal Federal conferiu interpretação conforme a Constituição aos incisos I, IV e IX do art. 114, para deixar assente que as competências neles previstas não alcançam matéria criminal, vale dizer, a Justiça do Trabalho não tem competência para julgar ações penais (crimes contra a organização do trabalho).

O Supremo Tribunal Federal conferiu interpretação conforme a Constituição aos incisos I, IV e IX do art. 114, para deixar assente que as competências neles previstas não alcançam matéria criminal, vale dizer, a Justiça do Trabalho não tem competência para julgar ações penais (crimes contra a organização do trabalho).

Temos, ainda, importante entendimento do STF acerca da competência da Justiça do Trabalho para executar as contribuições sociais decorrentes de suas sentenças, vazado na Súmula Vinculante 53, nestes termos:

53 – A competência da Justiça do Trabalho prevista no artigo 114, inciso VIII, da Constituição Federal, alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.

A Constituição Federal reconhece a arbitragem como meio de solução de conflitos trabalhistas, desde que antes seja intentada a negociação entre as partes, ao dispor que, frustrada a negociação, as partes poderão eleger árbitros (CF, art. 114, § 1.º).

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CAPITULO 10

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1) No item 2.4, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

2.4. Funções do Ministério Público ...

Essa enumeração de competências, como claramente deflui do inciso IX, acima transcrito, não é exaustiva, podendo outras competências ser outorgadas ao Ministério Público pelo legislador, desde que sejam compatíveis com a missão constitucional do órgão.

Muito se discutiu acerca do poder de investigação do Ministério Público, em face da reserva constitucional de competência à polícia judiciária para a apuração de infrações penais, exceto as militares (art. 144, § 1.º, IV, e § 4.º). Hoje, porém, essa controvérsia perdeu relevância, em razão do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, segundo o qual o Ministério Público dispõe, também, de legitimidade para promover, por autoridade própria, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado.

Ao Ministério Público é vedada a atuação como representante judicial ou consultor jurídico de quaisquer entidades públicas.

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2) No item 5, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

5. DEFENSORIA PÚBLICA ...

A Constituição Federal estabelece, ainda, no § 4.º do art. 134 – introduzido pela EC 80/2014 –, que são princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no seu art. 93 e no inciso II do seu art. 96.

São princípios institucionais da Defensoria Pública, constitucionalmente expressos, a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional (art. 134, § 4º).

A unidade da Defensoria Pública significa que seus membros integram um só órgão, sob única direção de um Defensor Público-Geral. Evidentemente, o princípio da unidade há que ser visto

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como unidade dentro de cada Defensoria Pública, vale dizer, não existe unidade entre a Defensoria Pública da União e as Defensorias Públicas dos estados, tampouco entre a Defensoria Pública de um estado e a de outro.

O princípio da indivisibilidade enuncia que os membros da Defensoria Pública não se vinculam aos processos em que atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros, de acordo com as regras legais, sem nenhum prejuízo para o processo. Da mesma forma que o princípio da unidade, não se pode falar em indivisibilidade entre as diferentes Defensorias Públicas, devendo ser entendida como existente somente dentro de cada uma delas.

A independência funcional assegura que a Defensoria Pública é independente no exercício de suas funções, não estando subordinada a qualquer dos Poderes (Legislativo, Executivo ou Judiciário). Ademais, mesmo no âmbito de cada Defensoria Pública, a hierarquia existente entre os seus membros e o Defensor Público-Geral é meramente administrativa, e não de ordem funcional (não diz respeito à atuação de cada defensor público no exercício de suas competências).

A Constituição Federal estabelece, ainda, que se aplica às Defensorias Públicas, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 da Constituição (art. 134, § 4º). No tocante ao art. 93, temos que a lei complementar que disporá sobre a organização das Defensorias Públicas deverá observar, no que couber, os princípios constitucionalmente impostos à organização da Magistratura. Por sua vez, o inciso II do art. 96 assegura às Defensorias Públicas a autonomia administrativa para propor ao Poder Legislativo, dentre outras medidas, a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares, bem como a fixação do subsídio de seus membros.

Cabe à lei complementar da União organizar a Defensoria Pública da União e dos Territórios, bem como prescrever normas gerais para a organização das Defensorias Públicas nos estados e no Distrito Federal (CF, art. 134, § 1.º).

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CAPITULO 13

1) No item 2.2.3, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

2.2.3. Livre concorrência

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Vale mencionar que o Estado atua em defesa da livre concorrência não apenas mediante imposição de medidas sancionatórias contra os abusos, mas também preventivamente no âmbito de sua função fiscalizadora e regulatória, merecendo ser citada a atuação de algumas agências reguladoras e, em especial, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), de que trata a Lei 12.529/2011.

Evidentemente, em caso de desrespeito à livre concorrência, o Poder Judiciário também poderá ser provocado a declarar a invalidade das práticas abusivas. Sobre esse ponto, merece destaque importante entendimento do Supremo Tribunal Federal, consolidado na Súmula Vinculante 49, nestes termos:

49 – Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

Deve-se ressaltar que a garantia da livre concorrência é corolário do princípio da igualdade, no âmbito do domínio econômico. Por essa razão, impõe ao Estado não apenas a prevenção e a repressão ao abuso de poder econômico, mas também obsta que o Poder Público crie distinções ou estabeleça benefícios arbitrários para determinadas empresas, setores ou grupos econômicos.

Todavia, conceder tratamento diferenciado será legítimo, é claro, se a discriminação estiver determinada no próprio texto constitucional.

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CAPITULO 14

1) No item 1.1, foi feita a substituição abaixo indicada:

1.1. Saúde (arts. 196 a 200)

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O sistema único de saúde é financiado com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, além de outras fontes. A Constituição Federal determina que essas entidades públicas apliquem, anualmente, em ações e serviços de saúde pública recursos do produto de suas arrecadações tributárias e de transferências de mesma natureza em percentagens e critérios estabelecidos em lei complementar (CF, art. 198).

O sistema único de saúde é financiado com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, além de outras fontes (CF, art. 198, § 1º).

Em relação ao aporte de recursos dos entes federados, determina a Constituição que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios apliquem, anualmente, percentuais mínimos de suas receitas em ações e serviços públicos de saúde (art. 198, § 2º). No caso da União, os recursos a serem aplicados serão calculados fazendo-se incidir um percentual, que não pode ser inferior a quinze por cento, sobre a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro. No caso dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, os recursos advirão de percentuais a serem estabelecidos em lei complementar, incidentes sobre o produto da arrecadação dos seus próprios tributos e sobre as transferências tributárias constitucionalmente previstas, recebidas dos entes federativos de maior nível (CF, art. 198, § 3°).

A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Ademais, as instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

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FIM

Referências

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