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MALHARIA TECIDOS DE MALHA

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Academic year: 2021

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MALHARIA

Falando agora das malhas. Até a bem pouco tempo o setor das malhas era considerado uma ramificação de segundo plano da indústria têxtil e do vestuário.

Nas últimas décadas porém, o setor das malhas passou a ocupar um lugar de grande relevo, que é hoje idêntico ao da tecelagem, tendendo mesmo a ultrapassa-la, a medida que mais estruturas de malha são utilizadas em artigos de vestuário, tapetes, estofos, etc. Este sucesso não é somente produto da moda, mas é sobretudo devido ás características das malhas, particularmente a sua elasticidade, porosidade, e maciez que se adequam melhor a uma maneira de viver mais descontraída que caracteriza os tempos modernos, bem como ao desenvolvimento tecnológico dos teares de malhas que tem sido verdadeiramente espetacular.

Mas recuando uns séculos no tempo, em 1580 o reverendo " William Lee " inventou o primeiro tear de malhas com agulhas de mola. Em 1775 " Crane " inventa o tear de teia. Mais tarde em 1861, " Paget " introduziu aperfeiçoamentos importantes nos teares, assim como, em 1864 " William Cotton ". Mas para os teares foi decisiva a invenção de " Mathew Townsed, em 1849, da agulha de lingüeta que permite ser o tear de malhas muito mais simples e rápido.

TECIDOS DE MALHA

Os tecidos de malha podem ser produzidos de modo manual ou mecânico e são o resultado da formação de malhas provenientes de um ou mais fios, que se interpenetram e se apoiam lateral e verticalmente por meio de agulhas.

A malha, elemento fundamental desse tipo de tecido, constitui-se de uma cabeça, duas pernas e dois pés. A carreira de malhas é a sucessão de malhas consecutivas no sentido da largura do tecido. Já a coluna de malha é a sucessão de malhas consecutivas no sentido do comprimento do tecido.

Quanto a seus tipos básicos, as máquinas de malharia dividem-se em: máquinas de malharia por trama – máquinas retilíneas ou circulares – e máquinas de malharia por urdume – máquinas Raschel ou Kettenstuhl.

O valor que exprime o número de agulhas por unidade de comprimento ( por exemplo, por metro) é denominado finura da máquina e pode ser expresso por duas nomenclaturas:

- Jauge exprime o número de agulhas por polegadas, sendo mais usual em malharia.

- Gauge exprime o número de agulhas por duas polegadas, sendo mais usual para máquinas Raschel.

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MALHARIA POR TRAMA

A malharia por trama é um processo de construção do tecido através da formação de laçadas do fio no sentido da largura ou ao redor de um círculo; cada fio é alimentado em um ângulo mais ou menos reto em relação à direção na qual o tecido é formado. O termo trama é tirado da tecnologia de tecelagem e refere-se ao sentido horizontal ou transversal do tecido.

Nesses tecidos, todas as malhas de uma mesma carreira são formadas por um mesmo fio; já as malhas de uma mesma coluna são formadas pela mesma agulha.

A maior parte dos tecidos de malha por trama são obtidos em máquinas que possuem agulhas dispostas em círculos e, dessa maneira, formam um tubo de tecido que pode ser usado dessa forma ou aberto através de um corte longitudinal. Outras máquinas de tricotar são retilíneas, resultando tecidos abertos.

O tecido de malha por trama é produz carreira após carreira, no sentido da largura; as malhas de carreira em curso passam através das malhas de carreira precedente. Todas as agulhas são alimentadas por um mesmo fio ou grupo de fios e a largura do tecido a ser produzido é fixada pelo número de agulhas em trabalho – quando se utiliza máquina retilínea – ou pelo diâmetro da máquina – quando se utiliza máquinas circulares.

Os teares circulares de médio e grande diâmetro, devido ao elevado índice de produção e à versatilidade de emprego, podem ser considerados como os mais importantes no âmbito do tecimento de malha por trama. Essas máquinas permitem concentrar um número bem maior de sistemas de formação ao longo de sua circunferência, possibilitando um maior número de carreiras a cada volta. Apresentam, ainda, a vantagem de incorporar um modo contínuo de rotação, em comparação ao movimento alternativo das máquinas retilíneas, o que possibilita maior velocidade de trabalho.

A ESPIRALIDADE DAS MALHAS

Uma das principais causas da espiralidade é o coeficiente de torção do fio utilizado para a produção da malha, entretanto, ele não é o único agente causador do problema.

Abertura

Em malhas de trama produzidas com um só sistema de agulhas, as colunas se encontram perpendiculares em relação às fileiras, mas inclinam-se para a esquerda ou para a direita, formando um ângulo de espiralidade com a perpendicular. Este problema é muitas vezes corrigido no acabamento, impondo uma distorção ao tecido, de modo que as colunas se endireitem, podendo seguidamente ser fixadas na nova forma. Esta fixação pode normalmente ser conseguida com resinas, calor vapor ou mercerização, dependendo do tipo de fibras utilizadas.

A fixação com resinas, vapor ou calor seco não é geralmente muito estável e, após várias lavagens, a inclinação das colunas volta normalmente a aparecer. Em conseqüência disso as costuras laterais das peças de vestuário ficam distorcidas, rodando, normalmente, para a parte posterior e anterior do corpo.

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As várias tecnologias de fiação existentes produzem fios com geometria e propriedades físicas consideravelmente diferentes.

Além disso, o tipo e mistura utilizada também afeta as propriedades desses fios. Essas diferenças influenciam a espiralidade de modo diferente. O grau de aperto da malha também afeta a espiralidade, apresentando-se as malhas mais abertas com ângulo de espiralidade mais elevados do que as construções mais apertadas. A lavagem aumenta a relaxação da malha, aumentando a espiralidade consideravelmente, como constatado pela maioria dos especialistas.

O sentido de rotação da máquina por si só, tem alguma influência na espiralidade tendo Buhler e Hanssier detectado uma ligeira inclinação das laçadas no sentido da rotação. Isto é possivelmente devido a um desequilibro da tensão entre as duas pernas da laçada durante a sua formação, podendo este efeito, por ser quase imperceptível, ser ignorado na prática.

ESTABILIDADE DIMENSIONAL

Entende-se por estabilidade dimensional a característica de um tecido conseguir manter as dimensões atingidas no momento de sua fabricação, sem se modificar pelo próprio uso.

As malhas produzidas a partir das fibras termoplásticas não apresentam, com algumas exceções, problemas de estabilidade dimensional, pois sendo termofixáveis poderão receber através de tratamentos térmicos sua forma definitiva e permanente.

As causas de instabilidade são devidas às alterações que, após o processo de fabricação do tecido, ocorrem no próprio fio, nas tensões, existentes na textura da malha, nas deformações impostas à malha nos tratamentos têxteis.

O fio durante o processo de formação do tecido é submetido à tensões que lhe provocam um estiramento; quando retiradas estas tensões tende a sofrer uma retratação em função da recuperação elástica de suas fibras. Essa retratação processa-se com maior ênfase na presença de fatores como: água, calor e movimento, que conjuntamente promovem alterações na estrutura molecular das fibras produzindo uma redução no comprimento do fio e um aumento no seu volume. Esse efeito que se reflete como um encolhimento no tecido é efetivamente o único encolhimento que ocorre na malha. Os demais nada mais são que acomodações dos laços de malha ao rumarem à sua posição definitiva, por não terem sido estabilizados ou por terem sofrido deformações em qualquer processo posterior à fabricação do tecido.

As formas que as laçadas assumem ao serem formadas irão se modificar bastante quando se neutralizarem as tensões residuais internas do tecido provocadas pelo próprio processo de fabricação, implicando numa alteração das dimensões do tecido. O tecido sofre contração denominada contração de relaxamento, a qual é variável com a contextura, o título e o tipo de fio, o diâmetro da máquina, a finura da máquina e a regulagem do ponto utilizada.

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FATORES TÍPICOS QUE EXERCEM INFLUÊNCIA SOBRE AS PROPRIEDADES DOS TECIDOS DE MALHA POR TRAMA

ELASTICIDADE DO TECIDO A elasticidade do tecido aumenta com:

- o aumento da elasticidade do fio;

- o aumento da frouxidão da malha (seja pelo uso de um fio demasiadamente fino para o comprimento do curso, seja pelo emprego de um comprimento de curso demasiadamente longo para o título de fio escolhido, seja ainda pelo efeito combinado de usar um comprimento de curso e um título de fio errado);

- a produção de uma estrutura de malha um tanto simples e; - o maior grau de tensão;

- outros fatores relacionados com o tecimento da malha e com o acabamento também exercem influência sobre esta propriedade em particular.

Observe-se, também, que, quando a elasticidade do tecido de malha aumenta, provocado pelo aumento da frouxidão dos pontos, daí decorrem problemas relacionados com o encolhimento, a formação de pilling, repuxamento de malhas, variações no comprimento e na largura, etc.

TOQUE DO TECIDO A rigidez e a aspereza do tecido aumenta com:

- o emprego de uma mistura inadequada de fibras; - um fio que tenha sido objeto de maior torção; - a produção de malhas mais apertadas;

- o emprego de um tipo ou de uma quantidade inadequada de acabamento e; - condições de secagem ou de termofixação incorretos.

Além disso, à proporção que a tensão do fio aumenta, também cresce o custo do fio, a torção viva e os níveis de defeitos. Menciona-se, também, que, à proporção que aumenta o aperto dos pontos da malha, mais surgem problemas relacionados com buracos, largura de tecido, comprimento de tecido, elasticidade, etc.

PILLING

Os problemas com o surgimento de pilling no tecido de malha se agravam quando se aumenta o emprego de:

- comprimento muito pequenos de fibras;

- comprimento de fibras demasiadamente irregulares;

- misturas de fibras que contenham fibras de poliéster ou acrílico; - níveis demasiadamente baixos de torção e;

- comprimentos de curso muito longos.

Muito embora o pilling se agrave com o emprego do poliéster na mistura, por exemplo, normalmente, uma redução:

- da geração de penugem durante o tecimento da malha; - da necessidade de limpeza da máquina;

- das roturas de fios;

- da formação de buracos e;

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INSTABILIDADE DIMENSIONAL

Os problemas relacionados com a instabilidade dimensional para qualquer das estruturas de malha por trama se agravam quando:

- só são usadas fibras naturais ou altas misturas delas;

- o título do algodão usado é maior do que o que normalmente se usa para o estilo de malha em questão;

- o comprimento do curso utilizado é maior do que aquele especificado; - tanto o título do fio (Ne) como o comprimento do curso são excessivos ou;

- tensões excessivas ou irregulares são aplicadas ao tecido de malha durante o seu enrolamento, manuseio ou inspeção em cru.

Quanto maior for o tempo permitido para o tecido relaxar, maior será o relaxamento final que poderá ser observado, ainda que o índice de modificação dimensional seja pelo tempo prolongado de relaxamento.

LARGURA DO TECIDO

A largura do tecido para uma determinada estrutura de malha aumenta, via de regra, quando existe um aumento:

- na grossura do fio;

- no emprego de fios OE (ao invés de fios oriundos de filatórios de anéis dotados do mesmo título);

- no comprimento do ponto;

- na galga da máquina (agulhas por polegadas) e; - no diâmetro do cilindro.

O emprego de um fio grosso (objetivando a obtenção de uma largura maior para o tecido de malha) também pode conduzir a roturas de fios, baixas eficiência de tecimento, surgimento de buracos e ocorrência de problemas relacionados com a contaminação de fiapos, etc.

Além disto, o emprego de um comprimento maior de curso para aumentar a largura do tecido também irá reduzir em maiores dificuldades nas áreas do encolhimento, do repuxamento de malhas, do pilling, do aparecimento de vincos, etc.

Empregando-se uma galga de máquina mais elevada, o efeito resultante poderá ser traduzido por linhas de agulhas, faixas de agulhas, roturas de fios, baixa eficiência de tecimento, buracos e desenvolvimento de diferenças de forma.

Uma estrutura de malha tecida em tipos idênticos de máquinas, porém providas de diâmetros diferentes (e feita ficar com a mesma largura por meio de operações de acabamento) podem manter essa mesma largura durante algum tempo, mas depois do relaxamento e a feitura final da indumentária, apresentarão, com muita freqüência, problemas de encolhimento, diferenças de brilho, repuxamento de costuras, etc.

ESPIRALIDADE

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condicionamento da torção contrapõe outros efeitos negativos sobre as propriedades do tecido de malha, seu custo e sua eficiência de processamento.

ARQUEAMENTO

A malha de jersey se mostra também muito sensível a problemas de arqueamento para a frente, para trás ou para ambas as direções, especialmente em artigos de malha pesados ou dotados de elevado valor de alimentação de fio. O arqueamento, que é um fenômeno induzido durante o tecimento da malha ou durante a operação de tingimento, pode ser minimizado, mas, via de regra, não pode ser completamente eliminado devido à instabilidade estrutural.

Durante o tecimento, é importante que os cilindros de enrolamento não puxem o tecido muito no centro, pois disso pode resultar um arqueamento para a frente. Esse tipo de arqueamento também ocorre quando se verifica um puxamento para os lados por parte dos alargadores mal ajustados.

O arqueamento para trás, por outro lado, ocorre quando os cilindros de enrolamento puxam o tecido mais pelos lados quando este passa pelo alargador ou se a ajustagem deste último estiver muito estreita.

INCLINAÇÃO DOS CURSOS

Durante o ciclo de tecimento, os cursos não são tecidos na horizontal com o tecido, apresentando a tendência de inclinar-se. Esta inclinação dos cursos é difícil de ser completamente eliminada e estabilizada. A não ser que se consiga alcançar uma estabilidade completa do tecido de malha, este procurará retornar à sua configuração original quando se permite que ele relaxe, ocasião em que a inclinação dos cursos se torna evidente.

O ângulo de inclinação também depende dos índices de alimentação de fio. À proporção que esses índices aumentam, também cresce a inclinação dos cursos (muito embora não necessariamente de modo proporcional ao aumento da eliminação de fio). As máquinas que dispõem de um elevado número de alimentadores destinados a aumentar a produtividade e reduzir o custo unitário tornam mais sério o problema da inclinação dos cursos.

A inclinação dos cursos ainda se torna um problema mais grave quando há esforços longitudinais excessivos num dos lados durante a operação de tecimento da malha.

ENROLAMENTO DAS PONTAS DO TECIDO

Quando a malha de jersey simples é processada sob a forma de largura aberta, a estabilidade do tecido, o enrolamento de suas pontas, o encolhimento diferencial e o controle do volume se transformam em considerações de muita importância.

Os tecidos de malha de jersey simples apresentam a tendência de enrolar as pontas porque a estrutura não é equilibrada e pouco pode o fabricante de malhas fazer para contornar esta situação. No entanto, a fim de controlar o grau desse enrolamento, os acabadores têm a opção de acabar o tecido ou em largura aberta ou em forma tubular.

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