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Massive Open On-line Course - MOOC na Educação Financeira: primeiras Análises

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Massive Open On-line Course - MOOC na Educação Financeira:

primeiras Análises

Luís Felipe da Silveira1

GD6 – Educação Matemática, Tecnologias Informáticas e Educação à Distância Resumo: Nossa pesquisa intitulada “MOOC na Educação Financeira: primeiras Análises” é um estudo em estágio inicial que faz parte do projeto de dissertação de mestrado, onde pretendemos implementar e analisar aspectos pedagógicos, tecnológicos e metodológicos de um curso de Educação Financeira na metodologia MOOC, com viés voltado à Educação Matemática. Além das características que pertencem ao desenvolvimento do curso, nos interessa saber quais significados serão produzidos pelos alunos cursistas deste projeto-piloto. Para o desenvolvimento deste, propomos a metodologia de pesquisa qualitativa e exploratória com busca de referencial teórico em diversas bibliografias e ainda, uma coleta de dados através da aplicação de questionários com os alunos cursistas. Na fase inicial deste estudo, já foram realizadas pesquisas bibliográficas sobre o tema MOOC, apresentando conceitos, históricos e características, pesquisas sobre teorias de aprendizagem utilizadas na Educação a Distância, objetivando conhecer como ocorre o processo de ensino e aprendizagem nesta modalidade de ensino e ainda, estudos sobre o Modelo dos Campos Semânticos. Como resultado desta primeira fase de pesquisa, obtivemos as metodologias ideais para o desenvolvimento do nosso curso na modalidade MOOC. Esse trabalho pertence à linha de pesquisa Tecnologia da Informação e Comunicação na Educação Matemática do programa de Mestrado Profissional em Educação Matemática da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Palavras-Chave: MOOC. Educação Matemática. Produção de significados. Introdução

Há diversas alternativas para se obter, compartilhar, rever e reaprender o conhecimento, nas mais diversas áreas, que a educação proporciona. As Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTICs) ou as Tecnologias Contemporâneas (TCs) são aliadas no processo de ensino e aprendizagem e oferecem uma riquíssima gama de ferramentas e maneiras para se levar o conhecimento a lugares distantes de grandes centros.

Instituições de ensino conceituadas em diversos pontos do globo terrestre utilizam-se de uma nova modalidade de ensino a distância, que é intimamente associada às NTICs: os MOOCs (Massive Open Online Courses), que em tradução livre são Cursos Online Abertos Massivos. Na Língua Portuguesa, poderia ser abreviado como COAMs, mas não teve muita aceitação desta sigla por parte dos pesquisadores, estudiosos e instituições (MATTAR, 2013).

1 Universidade Federal de Juiz de Fora, email luisfelipesilvei@gmail.com, Orientadora Profa. Dra. Liamara Scortegagna, e-mail liamara@ice.ufjf.br

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A utilização de Tecnologias Contemporâneas (TCs) na Educação Matemática não é algo novo e tem sido recomendado por muitos especialistas da área, como Borba (2004), Borba; Penteado (2003), Kenski (2008), Demo (1999), Santos; Gobbi (2008) e Souza; Roseira (2010), pois defendem que estas tecnologias auxiliam na criação de novas estratégias de ensino, em processos de aprendizagem na sala de aula e continua além dela, com o intuito de atender às necessidades das escolas e instituições em formar ou capacitar profissionais com criticidade, criatividade e com habilidades de trabalharem em rede e de forma colaborativa.

Inicialmente, os MOOCs foram projetados a partir da teoria do conectivismo, que objetiva a aprendizagem a partir das interações e das conexões entre os alunos (MATTA, 2012), mas foram associadas outras teorias da aprendizagem ao ensino através de MOOCs, como behaviorismo, cognitivismo, construtivismo, socioconstrutivismo e instrucionismo.

Quanto à classificação, segundo Lane (2012), podemos classificar os MOOCs em três grupos: os baseados em conteúdo, os baseados em atividades e aqueles baseados na rede. Outra divisão existente entre os tipos de MOOC é cMOOCs, que seguem a teoria do conectivismo, e os xMOOCs, denominados a nova geração que, apesar de promissores, reproduzem os formatos de aulas expositivas tradicionais.

Além da modalidade de Educação a Distância, o ensino presencial também pode utilizar-se dos recursos de cursos MOOC, como complemento das aulas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Matemática (BRASIL, 1998) propõem que os profissionais atuantes nessa disciplina se apropriem ao máximo dos recursos tecnológicos, os quais têm a vantagem de possuírem grande receptividade social e ocasionar o aperfeiçoamento da linguagem expressiva e comunicativa dos alunos.

Neste trabalho procuramos apresentar algumas características pedagógicas, metodológicas e tecnológicas sobre os MOOCs, objetivando dar início a uma caminhada de descobertas sobre as potencialidades desta nova metodologia de ensino que está se difundindo pelo mundo. Além disso, nos interessa também saber como acontece a produção de significados, ou a produção de conhecimento, do aluno que participa de um curso sobre Educação Financeira, curso esse que será nosso produto educacional.

Nossa questão de investigação é Que significados são produzidos por alunos que

participam de um curso na modalidade MOOC sobre Educação Financeira? Para

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Campos Lins (LINS, 1999) e amplamente divulgado por pesquisadores que buscam clareza em processos de produção de conhecimento.

Objetivos da pesquisa: estruturação e desenvolvimento de um curso de Educação Financeira na modalidade MOOC, baseado em pesquisa bibliográfica sobre o tema MOOC e tecnologias aplicadas a Educação Matemática. Implementação de um curso (projeto piloto) na metodologia MOOC para alunos de licenciaturas da UFJF. Análise tecnológica e pedagógica da tecnologia MOOC do curso ofertado. Discussão e análise dos significados produzidos por alguns alunos cursistas.

Relevância da pesquisa: Existem poucos trabalhos publicados sobre MOOC e suas aplicações na Educação Matemática e na própria Matemática. Esta pesquisa vem acrescentar elementos para discussão sobre a inclusão de cursos MOOC para uso em sala de aula ou fora dela. Além disso, essa pesquisa se legitima por oportunizar a discussão de características relevantes no desenvolvimento e na implantação de um curso de Educação Financeira, produto educacional desta dissertação.

Metodologia adotada: Nossa pesquisa tem cunho qualitativo, natureza exploratória, onde utilizaremos uma pesquisa exploratória e bibliográfica para conhecer elementos que caracterizam os MOOCs. Em nossa pesquisa de campo, faremos a análise de dados da plataforma Edx, onde estará hospedado o curso, e o estudo de caso para compreender os processos cognitivos de construção de significados, através de entrevistas semiestruturadas com alguns alunos que tenham feito/frequentado o curso ou parte dele.

Massive Open On-line Courses - MOOCs

O ano de 2012 foi chamado de “Ano dos MOOCs” pelo jornal The New York Times, devido à grande disseminação desta metodologia de ensino a distância por grandes universidades norte americanas, como Harvard, MIT, Yale e Stanford, dentre outras (ESTADÃO, 2013). MOOC pode ser definido como um modelo de ensino ou uma metodologia de um curso online que integra três elementos: a conectividade das redes sociais, o conhecimento de um especialista em determinada área e uma coleção de recursos educacionais online (MATTA, 2013). Para que ele ocorra, é fundamental uma estrutura tecnológica capaz de suportar o acesso de um grande número de usuários, além de uma plataforma, ou vitrine virtual, onde os interessados consigam ver os cursos disponíveis.

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Pisutova (2012) apud Matta (2013) define MOOC como um modelo para disponibilização de conteúdos de aprendizagem on-line para qualquer pessoa que queira fazer um curso, que possui como principais características ser aberto, ser gratuito, colaborativo e distribuído. É colaborativo, no sentido do envolvimento dos estudantes com seus pares e os materiais disponibilizados. É distribuído, porque as discussões, contribuições e participações não são feitas exclusivamente no mesmo website, já que os alunos podem disponibilizar e alimentar blogs sobre assuntos tratados no curso.

Já para Mcauley et al (2010), apud Gonçalves (2013), um MOOC é um curso online, aberto, gratuito e massivo (oferecido para um grande número de alunos). Geralmente não possui pré-requisitos para participação e não há emissão de certificação formal. Além destas características, um MOOC também está fortemente relacionado com o uso de recursos da Web 2.0, o que auxilia a potencializar a interação entre os participantes. Alguns exemplos de recursos ou ferramentas da Web 2.0 são blogs, wikis e redes sociais.

MOOC apresenta características como a utilização de tecnologias emergentes que facilitam a aprendizagem distribuída em rede. São cursos abertos que permitem escalabilidade (atendem crescimento exponencial de matrículas) e são baseados no “Conectivismo”, teoria da era digital de premissa: o conhecimento está no mundo e não apenas no indivíduo, como afirmam as correntes de aprendizagem cognitivismo e construtivismo. (MOTA; INAMORATO, 2012).

Assim, esta metodologia de ensino objetiva a construção ativa do conhecimento de muitos estudantes, que auto-organizam suas participações de acordo com suas metas, conhecimentos prévios, habilidades e interesses comuns.

Embora na maioria das vezes compartilhem de uma estrutura de cursos convencionais, com um cronograma pré-definido ou tópicos semanais, os cursos do tipo MOOC normalmente não são pagos, nem requerem pré-requisitos, senão o interesse comum por estudar determinado tema ou assunto. Também não predefinem expectativas de participação ou uma certificação formal (CREED-DIKEOGU; CLARK, 2013).

O fato do curso ser “aberto” não exime o estudante de possuir habilidades mínimas, como conhecimentos em informática, noções fundamentais do assunto a ser tratado em um curso avançado, auto-organização, autodidatismo, disciplina, dentre outras. Além disso, é necessária uma infraestrutura tecnológica com acesso à internet e, preferencialmente, com

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uma banda (Internet) razoável, que permita navegação, sem frustração (MOTA; INAMORATO, 2012).

Classificações de MOOC

Encontramos durante nossa pesquisa várias maneiras de se categorizar os diferentes tipos e modelos de MOOC. Veremos algumas dessas classificações. No site E-Learning2, aparece a

classificação de MOOCs de acordo com a plataforma (ou a estrutura) onde (ou como) está disponibilizado o curso, em a) Plataforma Não Estruturada, b) Plataforma Estruturada e c) Plataforma flexível.

a) Plataforma Não Estruturada: Não contempla qualquer estrutura organizada de aprendizagem dentro de cada tema tampouco um acompanhamento personalizado por parte de um professor - limitando-se a fornecer mecanismos de ensino independentes entre si e onde qualquer utilizador é livre de ver o que quer e como quer. Como exemplo, é citada a Plataforma Khan Academy3.

b) Plataforma Estruturada: Pressupõe uma estrutura rígida onde os utilizadores são obrigados a seguir um curso completo, com professor dedicado e responsável por dar feedback e definir deadlines. Muitos destes sistemas possibilitam ainda um exame final ao aluno, onde este poderá obter um certificado com validade formal em caso de aprovação. Coursera é a plataforma citada como exemplo.

c) Plataforma flexível: Nestes sistemas, um professor é responsável por lecionar um tema, sendo esse tema composto por uma sequência lógica de materiais didáticos. Consegue-se assim obter um ensino estruturado. Os sistema do Tipo C - Plataforma flexível permite ainda aos seus utilizadores liberdade e flexibilidade de horários, podendo estes concluir os cursos em 3 dias, 3 meses ou 3 anos. Um exemplo deste tipo sistema é a famosa plataforma Udacity4 ou a nova plataforma criada no Instituto Superior Técnico: IEEE-IST Academic5 Outra classificação bastante vista na literatura diferencia e caracteriza os cMOOCs e os xMOOCs:

- cMOOCs: são baseados na teoria conectivista, que defende que o conhecimento é construído através das interações, das conexões entre os alunos. Segundo Mattar (2013), a

2 https://sites.google.com/site/artigocmul/tipos-de-mooc 3 https://www.khanacademy.org/

4 https://www.udacity.com/ 5 http://academic.ieee-ist.org/

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aprendizagem acontece como construção e manutenção de conexões em rede para que o aprendiz consiga encontrar e aplicar o conhecimento, quando e onde for necessário. O cMOOC, portanto, não é todo planejado desde o início: a experiência evolui conforme o curso se desenvolve. O professor é o mediador do processo de construção do conhecimento. - xMOOCs, considerados a nova geração que, apesar de promissores, reproduzem os formatos de aulas expositivas tradicionais. São engessados em estruturas temporais e de conteúdo predeterminado, de acordo com a metodologia e a cronologia do curso. Possui um programa pré-estabelecido de conteúdos. O papel do professor é quase nulo e ele não aparece em nenhum momento do curso, exceto na construção do projeto metodológico/pedagógico e no acompanhamento do curso. Apresentam materiais de boa qualidade e algumas universidades renomadas utilizam-se deste modelo de MOOC para disponibilizar seus cursos, valendo inclusive créditos para disciplinas presenciais, como a Universidade de Alberta, no Canadá (PORVIR, 2013).

Já Lane (2012) apud Mattar(2013), apresenta uma classificação dividida em três tipos, com MOOCs baseados em rede, atividades (ou tarefas) e conteúdo, onde cada tipo teria um objetivo dominante, mas todos possuiriam os três elementos.

Figura 1: Tipos de MOOC

Fonte: Lane, 2012 apud Mattar, 2013. Diferenças entre Recurso Educacional Digital, REA e MOOC

Existem diversas definições sobre o que é um Recurso Educacional Aberto (REA). Todas trazem na essência a definição publicada em 2011 pela UNESCO (UNESCO, 2011) e a Commonwealth of Learning (COL): “REAs são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de

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maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Recursos educacionais abertos podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento.”

(INUZUCA; DUARTE, 2012 - p.10).

Quando um REA não permite edição de seu conteúdo ou modificação de seu código, podemos chamá-lo de Recurso Educacional Digital (RED), que pode ser de acesso livre, mas não possui código aberto (Free and Open Source Software). Na prática, um RED é um arquivo digital utilizado como ferramenta de ensino para apoiar a aprendizagem (SCORTEGAGNA, 2014).

Uma discussão pertinente é a análise da diferença entre MOOCs e REAs, pois ambos são chamados de recursos “abertos”. Os cursos de MOOC disponíveis em diversas plataformas possuem, dentre outros recursos, vídeo-aulas que são armazenadas e disponíveis no Youtube6.

Para distinguir um REA de outro recurso educacional qualquer, Butcher (2011, apud SANTOS, 2014, p.21) argumenta:

[...] o elemento chave que distingue um REA de qualquer outro recurso educacional é a sua licença. Portanto, um REA é simplesmente um recurso educacional com uma licença que facilita o seu reuso – e possivelmente adaptação – sem necessidade de solicitar a permissão do detentor dos direitos autorais. Tanto MOOC quanto REA fazem parte de um contexto maior que os engloba, chamado Movimento da Educação Aberta, que visa tornar a educação mais aberta e acessível para todos. Para que esta educação seja realmente aberta é imprescindível o uso de REA e o MOOC é um modelo de curso que pode ser mais eficaz dentro deste contexto. Assim, vários componentes e modelos abertos estão sendo construídos e continuamente testados para se alcançar uma Educação Aberta efetiva (INUZUCA; DUARTE, 2012). O fato de os REAs permitirem a utilização e a alteração dos seus conteúdos possibilita um constante acréscimo e atualização de ideias e conhecimentos.

Modelo dos Campos Semânticos

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O Modelo dos Campos Semânticos foi formulado por Romulo Campos Lins em sua tese de doutorado submetida à Universidade de Nottingham em 1992, intitulada A Framework for Understanding What Algebraic Thinking is (Um quadro para a compreensão daquilo que o pensamento algébrico é), e amplamente utilizado nas pesquisas orientadas, desde o ano de sua formulação. É um modelo epistemológico que nos permite compreender o processo de produção de significados em matemática, por meio de dois conceitos centrais, a definição de conhecimento e campo semântico. Deles emergem outros conceitos, como significados e crença-afirmação mais justificação. Estas definições articuladas permitem o modelo constituir-se em modelo epistemológico (BARROSO, 2013).

Percebemos que a ideia central do modelo é com a questão do ensino-aprendizagem. É romper com o distanciamento que existe entre matemática escolar e a matemática da rua. Na escola os conteúdos são acadêmicos, os números não são quantidades de coisa alguma; são apenas números, ou seja: “números escolares sempre podem ser multiplicados, positivos ou negativos, racionais ou irracionais, mesmo que às vezes não possamos fazer propriamente a conta”. (LINS; GIMENEZ,1997, p.15).

Neste trabalho pretendemos pensar, desenvolver e analisar um curso de MOOC que siga o pressuposto de que somos todos diferentes: um curso de Educação Financeira que permita ao aluno produzir significados para o que é aprendido. Por isso, o Modelo dos Campos Semânticos (MCS) de Rômulo Lins (LINS 1993, 1994, 1999 e 2004), que foi gerado a partir de conclusões do psicólogo russo Lev Vygotsky, nos servirá de referencial teórico para guiar as discussões, com o objetivo de responder a seguinte questão de investigação: Que significados são produzidos por alunos que participam de um curso na modalidade MOOC sobre Educação Financeira?

Para Lins (1999, 2001), falar sobre um objeto é produzir significados sobre esse objeto e produzir significados é produzir conhecimentos. O significado é produzido quando o sujeito diz efetivamente o que sabe sobre o objeto em uma determinada atividade. Em Silva (1993), o termo “significado” possui múltiplos significados, em vários campos do conhecimento, como Linguística, Filosofia da Linguagem e Psicologia: dependendo do contexto, o foco pode estar no significado da palavra ou no significado da frase ou no significado do proferimento.

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Conhecimento é entendido como uma crença – algo que o sujeito acredita e expressa, e que caracteriza-se, portanto, como uma

afirmação – junto com o que o sujeito considera ser uma justificação para sua crença-afirmação. (LINS, 1993, p.86, grifos

do autor).

Assim, os pilares do conhecimento são crença, afirmação e justificação. Conforme vemos em Silva (1993), o sujeito acredita no que está afirmando, o que o faz acreditar que está autorizado a ter aquela crença. Quando ele justifica sua crença-afirmação, a produção de conhecimento acontece. O papel da justificação é tornar uma enunciação legítima, o que faz com que as justificações tenham um papel central no estabelecimento do conhecimento do sujeito.

Metodologia da pesquisa

Nossa pesquisa é de natureza qualitativa, bibliográfico-exploratória, utilizará o estudo de caso. Além de analisarmos os dados da plataforma edX, a técnica que utilizaremos para coleta de dados será a entrevista estruturada, através de um questionário que será disponibilizado na plataforma do curso, para o aluno respondê-lo de forma opcional, com as informações sobre esta pesquisa explícitas e claras.

O esquema a seguir representa de forma resumida a metodologia da pesquisa proposta: Esquema 1: Resumo da metodologia da pesquisa utilizada

Fonte: O autor Qualitativa Exploratória Bibliográfica Pesquisa de Campo Análise de dados, Questionários e Entrevistas

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Análises Iniciais

Apesar da utilização de MOOC na educação ser recente, é possível observarmos movimentos e opiniões sobre o tema. Com base na pesquisa bibliográfica, foi possível elencar algumas vantagens e limitações deste novo modelo de ensino no processo educacional.

Como vantagem, elencamos aprendizagem inovadora e informal, vasta variedade de assuntos e aquisição de novas habilidades, democratização da educação, conteúdos abertos com custo zero ou próximo disso, flexibilidade de espaço e tempo para estudo, independente de restrições curriculares, compartilhamento entre os participantes, formação de novas redes de relacionamento e uso de novas tecnologias na educação.

Já as limitações incluem a necessidade de um investimento inicial considerável para o desenvolvimento do MOOC, resistência dos professores, crítica à educação de massa, elevadas taxas de desistência, a escalabilidade passa de vantagem para limitação quando pensamos em avaliação e ainda, dificuldades com o acesso à Internet (SCORTEGAGNA; SILVEIRA, 2014).

Na sala de aula, é possível a utilização dos MOOC como materiais base ou complementares, pois objetivam motivar os alunos na busca por mais informações e conhecimentos, fazendo com que as aulas se tornem mais atrativas e produtivas. A interatividade presente nas trocas de experiência com outros alunos e professores e as formas variadas e colaborativas de resolução de problemas fazem com que os MOOCs se tornem ferramentas significativas e mais uma possibilidade no processo de construção do conhecimento. Destacamos ainda as possibilidades de aperfeiçoamento em outro idioma, conhecimento tecnológico e a possibilidade de desenvolvimento de um MOOC, envolvendo-se ainda mais os alunos com a aprendizagem.

Para além da sala de aula, os MOOCs apresentam possibilidade de aprendizagem continuada e complementar, a formação de redes de contatos e conhecimento, a flexibilidade de horário e local, o incentivo à autonomia e à ampliação do uso das tecnologias, fatores considerados significativos para a formação além do currículo proposto numa escola ou instituição de ensino (SCORTEGAGNA; SILVEIRA, 2014).

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Referências

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BORBA, Marcelo Carvalho. A pesquisa qualitativa em Educação Matemática. Publicado em CD, nos Anais da 27ª reunião do ANPED. 2004.

BORBA, M. C; PENTEADO, M. G. Informática e educação matemática. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. 99p.

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