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Benefícios da prática da atividade física na gestação: uma revisão sistemática

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Academic year: 2021

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BENEFICIOS DA PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA NA GESTAÇÃO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Gabriela Knabben da Silva

Resumo: Durante a gravidez mulheres passam por diversas mudanças fisiológicas afetando diretamente na prática de atividade física. Este trabalho tem como objetivo discutir os benefícios da atividade física para a gestante. Foram utilizadas para a pesquisa as bases de dados da BVS e Scielo, realizada em setembro de 2019.Foram encontrados 8701 artigos, selecionados 22 para leitura e análise detalhada. Durante a gestação indica-se que a mulher permaneça ativa fisicamente, realizando exercícios aeróbicos, de força e flexibilidade, recomendado de uma a cinco vezes por semana, com intensidade leve a moderada e duração de até 60 minutos. Os benefícios mais evidentes nos artigos analisados foram: prevenção de diabetes mellitus gestacional, hipertensão, menor ganho de peso gestacional, auxilio na ansiedade, prevenção da depressão pós-parto e diminuição nas chances de pré-eclâmpsia.

Palavras-chave: Atividade Motora. Exercício. Gravidez. 1 INTRODUÇÃO

Para o Colégio Americano de Medicina do Esporte, a atividade física é descrita como: qualquer movimento corporal produzido pela contração dos músculos esqueléticos (ACSM, 2014). A prática da atividade física demonstra ser benéfica em qualquer fase da vida, principalmente para mulheres durante a gravidez, devido a mudanças comportamentais ocorridas nas últimas décadas. Tais mudanças têm apresentado uma população de mulheres sedentárias e com obesidade no momento da concepção, onde muitas vezes esse acometimento se estende até o momento do parto e pós-parto (ACOG, 2013).

Na gravidez a inatividade física e o ganho de peso excessivo foram reconhecidos como fatores de risco independentes para a obesidade materna e complicações relacionadas à gravidez, incluindo o diabetes mellitus gestacional (DMG). Nas últimas décadas houve mudanças de posicionamentos em relação às

Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física. Orientador: Prof. Vanessa Lins Francalacci, Doutora. Palhoça, 2019.

Acadêmica Gabriela Knabben da Silva, do curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina. gabi_knabben@hotmail.com.

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recomendações anteriores de repouso e pausa da atividade física para mulheres durante a gravidez (SURITA; NASCIMENTO; SILVA, 2014). Desde 2002 a prática regular foi reconhecida e passou a ser estimulada e indicada para gestantes saudáveis (ACOG, 2015), levando-se em consideração os benefícios como, a manutenção e a 2melhora da aptidão física, ajuda no controle de peso, redução do risco de diabetes mellitus gestacional, e aumento do bem-estar psicológico.

Estudos em diferentes países mostram prevalências e características diversas da prática de exercício físico entre as mulheres grávidas. Alguns estudos realizados no Brasil demonstram dados alarmantes, dos quais levantaram informações sobre o sedentarismo durante a gravidez, onde apenas 4,7% das mulheres são ativas durante todo o período, e 12,9% das mulheres relataram alguma atividade física durante a gravidez (DOMINGUES; BARROS, 2007).

No Nordeste, Tavares et al. (2009) acompanharam um estudo com 118 gestantes, e ao final do estudo se alcançou uma amostra com um padrão onde 100% das mulheres se encontraram sedentárias na 32º semana gestacional. Outro estudo realizado em São Paulo, mostrou que na população de gestantes, apenas 13% desenvolviam algum tipo de atividade física, e a metade delas realizavam exercícios com frequência recomendadas. Já nos Estados Unidos Evenson et al. (2004) realizaram um estudo onde apenas 15,8% das mulheres estão envolvidas com exercícios durante a gravidez no nível recomendado pela ACOG (2002).

Assim, a ACOG elaborou um guia de recomendações estabelecendo as contraindicações absolutas e relativas, bem como para a prática de exercício física para gestantes e algumas recomendações a respeito de sua prática. No entanto, a indicação da intensidade, duração e frequência e das modalidades de exercícios a serem praticadas ainda está longe de estar bem estabelecida e deve ser definida de acordo com as particularidades de cada mulher (ACOG, 2002; NASCIMENTO et al., 2014).

Devido ao aumento no número de mulheres sedentárias durante a gestação, aos maus hábitos e a falta de informação presente tanto para as mulheres quanto para os profissionais de saúde sobre os benefícios da atividade física regular durante toda a gestação, este trabalha tem o objetivo de esclarecer os benefícios da prática da atividade física durante a gestação, para a mãe, e seus efeitos para o feto e o pós gestação.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

Para levantamento de conteúdo foram consultadas as bases de dados, BVS e Scielo, a pesquisa foi realizada utilizando as palavras chaves “atividade física AND gravidez” e “exercício físico AND gravidez”, ambas foram pesquisadas em cada banco de dados. A seleção dos documentos foi realizada em três etapas: Primeira, utilização dos filtros (Base de dados: Medline e Lilacs; Assunto principal: Gravidez; Tipo de documento: Revisão Sistemática; Ano: 2014 a 2017)de cada banco de dados; Segunda presença dos descritores utilizados para pesquisa no título dos documentos que foram separados de acordo com as evidências apontadas sobre as temáticas mais estudadas. Já na terceira etapa foi realizada a leitura de todos os resumos dos documentos selecionados na segunda etapa onde passaram por critérios de validação de resultados e conteúdo do objetivo para melhor aproveitamento desta pesquisa. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da pesquisa encontram-se na figura 1 a seguir. Figura 1 – Fluxograma da pesquisa

FONTE: Elaboração da autora, 2019.

Foram selecionados um total de 22 artigos, todos sendo revisão sistemática, encontrou-se na pesquisa 5 duplicadas sendo que destas 3 foram selecionadas. Para melhor estudar os artigos e seus assuntos, foi criado um quadro com os dados mais

Registro de artigos identificados nas bases de dados BVS (N= 8600) Scielo (N= 101) Artigos duplicados N= 5 Artigos selecionados para leitura de resumo N= 36

Artigos incluidos para sintese

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importantes e realizada uma numeração que seguiu uma ordem alfabética e de publicação de 2017 a 2014.

Quadro 1 - Apresentação dos estudos encontrados na pesquisa realizada em set/2019

Autores/

Ano Objetivo Método Resultados Conclusão

1 Coll et al. (2017) Identificar barreiras da prática de AFTL Pesquisa realizada de 1986 a jan/2016 12 estudos quantitativos e 14 qualitativos foram inclusos Identificaram-se diversas barreiras relevantes para a prática de AFTL 2 Ferrari e Graf (2017) Recomendações para prática de AF durante a gravidez Pesquisa realizada de jan/2010 a set/2015 29 artigos, 2 foram inclusos Gestantes devem ser incentivadas a permanecerem ativas 3 Forczek, Curylo e Forczek (2017) Principais atividades desenvolvidas durante a gravidez, e como afetam a mãe e seu filho Pesquisa realizada de 2000 a mai/2013 28 artigos, sendo estes, ensaios clínicos randomizados e estudos observacionai s A AF muda durante a gravidez, mas mulheres devem ser incentivadas a se exercitarem 4 Kinser et al. (2017) Avaliar a literatura sobre informações não farmacológicas para PR-LBPP Pesquisa realizada de 2005 a 2015 1,435 artigos, inclusos 15 artigos Há possiblidades da recomendação de tratamento não farmacológicos como: AF e PR-LBPP 5 Magro et al. (2017) Avaliar o efeito do EF sobre o risco de PP em gestantes com sobrepeso ou obesidade Pesquisa realizada de jan/nov de 2016 9 ensaios com 1502 gestantes com sobrepeso e obesidade Mulheres com sobrepeso e obesidade podem ser aconselhadas a prática de exercícios aeróbicos

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6 Poyatos et al. (2017) Determinar o efeito da AF durante a gravidez e pós-parto no controle dos sintomas depressivos pós-parto Pesquisa realizada de jan/1990 a mai/2016 12 artigos A AF durante a gravidez melhora o bem-estar psicológico e reduz sintomas depressivos no pós-parto 7 Silva et al. (2017) Comparar a associação da AFTL e os resultados de saúde da criança Pesquisa realizada até 31/ago/2015 30 ensaios clínicos e 51 estudos de coorte A prática da AFTL melhora a saúde materna e infantil 8 Verdière et al. (2017) Analisar criticamente dados sobre os riscos associados a AF de mulheres durante a gravidez Pesquisa realizada de jan a nov/2016 2 revisões sistemáticas e 1 estudo de coorte O estudo não apresenta contraindicação para a prática de AF 9 Yeo et al. (2017) Pesquisar as intervenções do estilo de vida sobre o GPG Pesquisa realizada de jan/2005 a jun/2016 32 estudos com uma população de 5.869 gestantes AF para mulheres com sobrepeso e obesidade tem maior resultado em cumprir metas sobre o GPG 10 Dietz et al. (2016) Avaliar a influência da AF regular na VFC materna, fetal ou infantil Pesquisa realizada em fev/2016; utilizou o QATQS 9 artigos: 2 de intervenção, 1 longitudinal prospectivo e 6 análises post-hoc A tendência de que a AF materna pode aumentar a VFC fetal e infantil 11 Di Mascio et al. (2016) Avaliar os efeitos do EF durante a gravidez sobre o risco de parto prematuro Pesquisa realizada até abr/2016 Foram incluídos apenas ensaios clínicos randomizados , utilizado RR, DF e intervalo de confiança 95% A prática de EF não está associada ao aumento do risco de parto prematuro 12 Hegaard et al. (2016) Avaliar o risco de EF no primeiro trimestre com o risco de aborto Pesquisa realizada de 1985 a set/2015 969 artigos, selecionados apenas 5 Os resultados foram divergentes, não tornando possível uma conclusão clara

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13 Kahn, Robin e Dipietro (2016) Avaliar a AFTL a gravidez e o resultado do nascimento prematuro Pesquisa realizada em jan/2015 1472 estudos, selecionados 27 Apoia a prática de AFTL sem risco de nascimento prematuro 14 McDonald et al. (2016) Examinar a relação entre o EF e a redução do GPG Pesquisa realizada até fev/2013 4837 artigos, sendo 21 estudos de intervenção selecionados Resultado sugere que o EF durante a gravidez pode reduzir o GPG 15 Sussman, Lye e Wells (2016) Descrever os efeitos do exercício materno no feto e nos movimentos respiratórios Pesquisa realizada 1975 a 2015 7 artigos completos O EF moderado parece não afetar o movimento respiratório do feto 16 Sanabria et al. (2015) Avaliar a influência das intervenções de EF durante a gravidez e resultados neonatais Pesquisa realizada de jan/1990 a jun/2014 4296 estudos, 14 ensaios clínicos randomizados foram incluídos O EF é seguro para recém-nascidos, favorecendo no peso ao nascer 17 Aguilar et al. (2014) Analisar estudos da influência da AF nos parâmetros materno fetais Pesquisa realizada de out/2013 a mar/2014 45 estudos Apontam a AF como sendo importante durante a gravidez 18 Aune et al. (2014) Hipóteses da AF na redução do risco de PE Pesquisa realizada até 2/nov/2012 15 estudos Risco reduzido de PE, com a prática de AF antes e durante o início da gravidez 19 Domenjoz, Kaysar e Boulvain (2014) Avaliar o efeito do EF no trabalho de parto Pesquisa realizada em mar/2013 16 estudos de caso randomizados , com 3359 mulheres O EF durante a gravidez reduz o risco de parto cesáreo 20 Nascimento et al. (2014) Buscar informações sobre as recomendações de EF na gravidez ... ... O EF deve ser estimulado para gestantes através do profissional da saúde devido seus benefícios

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21 Surita, Nascimento e Silva (2014) Evidenciar a qualidade de vida na gravidez com a prática de EF ... ... Estimular o estilo de vida saudável deve ser parte da orientação médica 22 Wolf et al. (2014) Associação entre AFTL antes e/ou

durante a gravidez e os riscos de PE Pesquisa realizada de jan a nov/2011 11 artigos A AFTL de alta intensidade antes e/ou durante a gravidez pode reduzir os riscos de PE

*AF: atividade física; *EF: exercício físico; *AFTL: atividade física no tempo de lazer; *PE: pré-eclâmpsia; *VFC: verificação da frequência cardíaca; *PP: parto prematuro; *GPG: ganho de peso gestacional; *PR-LBPP: relacionado a gravidez- lombalgia e dor pélvica; *RR: risco relativo; *DF: diferença média; *QUATS: qualidade padronizada para estudos quantitativos.

FONTE: Elaboração da autora, 2019.

Estudos realizados no Brasil, trazem dados alarmantes sobre o sedentarismo na gravidez, Domingues e Barros (2007) realizaram um estudo e descobriram que apenas 4,7% das mulheres gravidas do Sul do país encontram-se ativas durante todo o período gestacional, já Tavares et al. (2009) estudaram 118 gestantes no Norte do país e relatou um padrão de sedentarismo na 32º semana de 100%.

Quadro 2 - Artigos categorizados por subtemas

Autor Conclusão

Coll et. al. (2017)

Tendência na mudança das barreiras conforme o período gestacional, sendo: [1] Sinais, sintomas e limitações a mais citada. Ferrari e

Graf (2017)

Evitar: Atividades com risco de queda, posição em decúbito dorsal (16º), altitudes >6mil pés, mergulhos, temperatura >35ºC. Nascimento

et. al. (2014)

Importância: Desenvolver mecanismos compensatórios, permitindo a homeostase das troas gasosas, e impedindo os efeitos

da hipóxia fetal. Verdière et.

al. (20147)

AF de  intensidade provoca 35% mais lesões, 67% sob AF não supervisionada, sendo 55% de contusões e dessas 21% são no

tornozelo. Aguilar et.

al. (2014)

A natação reduz riscos de lesões e auxilia na circulação. Recomenda que se inicia a AF a partir da 20º semana gestacional. Fonte: Elaboração da autora, 2019.

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Coll et al. (2017) buscaram avaliar as barreiras percebidas por mulheres durante a gravidez, que prejudicassem a prática de atividade física no tempo de lazer (AFTL), encontrou três tipos de avaliação, perguntas abertas (5 artigos), questionários fechados (6 artigos) e escala de barreira (1 artigo), sendo que apenas 6 estudos avaliaram as barreiras mais de uma vez durante a gravidez. As barreiras para a AFTL foram categorizadas em três níveis (sendo eles estudos qualitativos e quantitativos), a mais relatada foi a intrapessoal que possui cinco temas: [1] sintomas e limitações relacionados a gravidez; [2] restrição de tempo; [3] percepção de já estar ativa; [4] falta de motivação e [5] preocupação com a segurança mãe e filho. No nível interpessoal os temas foram categorizados em: [1] falta de aconselhamento e informação e [2] falta de apoio social. Já as barreiras ambientais, organizacionais e políticas foram divididas em dois temas: [1] condições climáticas e [2] falta de recursos.

Percebeu-se uma tendência de mudanças nas barreiras conforme o período gestacional, as barreiras intrapessoais foram as mais citadas e o tema mais relatado foi o [1] sinais, sintomas e limitações como: cansaço, fadiga, náusea, dor física e alterações corporais principalmente no primeiro trimestre da gestação, já limitações físicas como falta de ar e dor lombar/pélvica, foram mais frequentes no terceiro trimestre gestacional, tais resultados estão de acordo com as mudanças fisiológicas que ocorrem no corpo da mulher (BARROS, 2006).

Uma das barreiras que permaneceu consistente de nível intrapessoal foi a [5] preocupação com a segurança mãe e filho, devido as mulheres terem medo de praticar AFTL e prejudicarem ao bebê ou a si mesmas. Ferrari e Graf (2017) citam que antes de se iniciar qualquer exercício se deve investigar possíveis riscos, tornando a atividade física segura, sendo importante conhecer e desfazer possíveis preocupações e barreiras infundadas das gestantes, obstetras, ginecologistas e parteiras. Percebe-se que quando se trata de mulheres fisicamente ativas na pré-gravidez, por mais que as barreiras para a prática de AFTL sejam semelhantes, há um desejo de continuar sua rotina de AF durante a gravidez.

Ferrari e Graf (2017) citam contraindicações absolutas para a não realização da prática de EF na gravidez, tais como: Cardiopatia hemodinamicamente relevante, doença pulmonar restritiva, insuficiência ou disfunção cervical, risco de trabalho de parto prematuro, sangramento persistente, ruptura do saco amniótico, pré-eclâmpsia ou hipertensão.

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Nascimento et al. (2014) complementam com sinais e sintomas como: dores abdominais, inchaço nos pés ou mãos, tontura, contração uterina frequente e sensação de falta de ar. Durante a gravidez ocorrem várias mudanças fisiológicas, estas possuem relação direta a prática de AF, havendo algumas contraindicações Ferrari e Graf (2017) recomendam que seja evitado: atividades e/ou esportes com risco de queda e trauma (cavalgada, boxe, futebol, basquete.), movimentos rápidos e/ou bruscos, posições em decúbito dorsal que pressionem a veia cava inferior (a partir da 16º semana gestacional), altitudes >6000 pés, mergulhos (devido a circulação pulmonar fetal), temperatura da água >35°C e, em situações de calor ou frio, utilizar roupas adequadas e manter a hidratação.

Verdière et al. (2017) trazem os riscos de lesões relacionadas à AF na gravidez e seus resultados mostram que gestantes que praticam AF de alta intensidade sofrem 35% mais lesões, sendo que 67% das lesões ocorrem sobre a AF não supervisionada contra 33% supervisionada. As lesões mais comuns foram: contusões (55%), entorse (23%) e luxação (16%), 21% das lesões afetaram tornozelo, 16% joelho, 14% costas, 9% abdômen e 9% cóccix.

Estudos realizados por Ferrari e Graf (2017) e Nascimento et al. (2014) trazem algumas indicações em comum sobre EF ou AF para a prática durante a gestação, recomenda-se exercício aeróbio de baixo impacto como: caminhada, bicicleta ergométrica e natação. Aguilar et al. (2014) afirmam que a natação reduz os riscos de lesões, aumenta a segurança da gestante, auxilia na circulação reduzindo edemas e melhora a drenagem linfática.

Nascimento et al. (2014) salientam a importância para a manutenção da capacidade cardiorrespiratória e do condicionamento físico, como auxiliar no controle da DMG, hipertensão e GPG, tal prática pode levar o feto a desenvolver mecanismos compensatórios e não entrar em sofrimento após o exercício, permitindo a homeostase das trocas gasosas, e impedindo efeitos da hipóxia fetal.

Os dois estudos apresentam treino de resistência muscular (RM) para os principais grupamentos musculares, citando o Yoga e o Pilates como meios de treinamento, de acordo com Nascimento et al. (2014) sua importância se dá pela manutenção do condicionamento muscular, adaptação do organismo materno às alterações posturais, prevenindo possíveis traumas e quedas, tendo que ser adaptados a cada período gestacional. Os autores também citam o trabalho do assoalho pélvico, não havendo contraindicações. Já o alongamento muscular se

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apresenta no estudo de Nascimento et al. (2014) com objetivo de auxiliar na adaptação postural, prevenção de dores de origem musculoesqueléticas.

Algumas orientações parecem ser comuns a todos os artigos utilizados por este estudo. São elas: intensidades de baixa a moderada para a prática das atividades físicas com gestantes; a recomendação sobre a duração dos treinos variam entre 15 a 60 minutos ao todo, podendo ser realizada de uma a cinco vezes por semana; as atividades devem ser dosadas pela frequência cardíaca máxima (60 a 80%) e pela escala de Borg (devendo ser de 12 a 14 considerando os níveis 6 a 20) como ferramenta de percepção de esforço e estresse durante as atividades. Ainda sobre este tópico, Aguilar et al. (2014) recomendam que a AF deva iniciar após a 20º semana da gravidez.

Durante a gravidez as mulheres encontram-se mais dispostas a aderir a um estilo de vida mais saudável, com o objetivo de obter bons resultados neste período, para si e seu filho (SURITA; NASCIMENTO; SILVA, 2014).

Quadro 3 - Artigos categorizados por subtemas

Autor Conclusão

McDonald et al. (2016)

Cargas baixas e altas na AF proporcionam menor ganho de peso e gordura corporal durante a gravidez.

Surita, Nascimento

e Silva (2014)

As intervenções devem abordar: algias posturais, diminuição do estresse e risco de depressão pós-parto.

Poyatos et al. (2017)

AF pós-parto melhora o humor, imagem corporal, reduz o risco de depressão e a ansiedade.

Yeo et al. (2017)

A AF influência nos aspectos emocionais, ambientais e mentais, melhorando a autoconfiança e diminuição de pensamentos

negativos. Kinser et al.

(2017)

A diminuição da dor lombar pélvica também auxilia na diminuição dos sintomas de ansiedade e depressão.

FONTE: Elaboração da autora, 2019.

Neste período podem ocorrer complicações que se associam com possíveis morbidades futuras, como hipertensão arterial, DMG e obesidade, tendo a prática de EF uma das formas de melhorar a qualidade de vida e a saúde materna, além de ajudar no controle de peso gestacional e no retorno do peso no puerpério (SURITA; NASCIMENTO; SILVA, 2014).

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Segundo Yeo et al. (2017) as intervenções para o acompanhamento do GPG, em mulheres com sobrepeso e obesidade possuem melhores resultados se realizadas por profissionais da saúde durante o período pré-natal e de rotina. Um dos motivos que mais influenciam o ganho de peso gestacional se dá pelo: comportamento das mulheres, fadiga, apetite e a cultura na qual se inserem; as intervenções que mais obtiveram resultados apresentaram a combinação de AF junto à dieta.

McDonald et al. (2016) trazem que mulheres que praticam EF com carga baixa e alta ganham significativamente menos gordura corporal e peso durante a gravidez, sendo que a carga progressiva de EF precoce ou tardia pode afetar negativamente no GPG, mas uma carga alta pode ser necessária no último trimestre de gravidez para provocar maiores reduções de peso. Um dos resultados de seu estudo apresentou uma grande diferença quanto ao GPG onde mulheres saudáveis, com sobrepeso, obtiveram um resultado de -1,3 a -6 kg de GPG já as obesas obtiveram -1,8 a -1,9kg de GPS. Yeo et al. (2017) em seu estudo apresenta que para mulheres com obesidade recomenda-se ganho de peso entre 5 a 9 kg durante a gravidez, e em um dos programas de intervenção houve uma redução de 4 kg no GPG.

Surita, Nascimento e Silva (2014) também apresentaram resultados onde o GPG em mulheres com sobrepeso praticantes de EF foi menor que as sedentárias. McDonald et al. (2016) afirmam que o EF de intensidade moderada a vigorosa pode afetar no aumento de massa muscular e redução de tecido adiposo, proporcionando benefícios metabólicos como, controle glicêmico para mãe e feto.

Observou-se no estudo de McDonald et al. (2016) uma dificuldade em diferenciar os tipos de tecidos que podem se acumular durante a gravidez, embora seja estabelecido que o GPG pode ser atribuído as reservas de gordura materna como: peso do feto e tecidos de suporte (placenta, útero, líquido amniótico). Os autores Yeo et al. (2017) e McDonald et al. (2016) corroboram em afirmar que o EF durante a gravidez pode reduzir o GPG excessivo.

Surita, Nascimento e Silva (2014) citam que a qualidade de vida da mulher deve ser o foco das intervenções, e além do controle de peso devem abordar: algias posturais, estresse e diminuição do risco de depressão puerperal. Yeo et al. (2017) complementam que mulheres com obesidade são mais vulneráveis ao estresse social mesmo com ganho de peso, adequado, recomendado ou esperado.

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Poyatos et al. (2017) investigaram a AF em relação à depressão pós-parto, seu estudo abordou atividades como: alongamento, respiração, aeróbio, força, pilates e yoga; a frequência foi de 1 a 5 vezes por semana; intensidade variou entre leve, moderada e alta. Em sua pesquisa descobriu que a frequência e a intensidade parecem não modificar o efeito sobre os sintomas depressivos. Mesmo assim a AF pós-parto pode melhorar o humor, imagem corporal, reduzir a depressão e a ansiedade, fator apresentado no estudo de Yeo et al. (2017), exercendo influência sobre aspectos emocionais, ambientais e mentais que poderiam melhorar a autoconfiança e diminuir pensamentos negativos. O efeito a AF nas mulheres com sintomas depressivos pós-parto é maior do que em outras abordagens terapêuticas tradicionais (POYATOS et al., 2017).

Kinser et al. (2017) estudaram sobre a relação da dor lombar pélvica na gravidez (PR-LPBB), que afeta habilidades funcionais e a aptidão geral incluindo resistência, força e contribui para o estresse adicional e ansiedade. O estudo apresentou diversos tipos de intervenções como: yoga, estabilidade, terapia, manipulação da coluna vertebral, técnica emocional, mente-quiropraxia, fisioterapia, acupuntura e massagem.

Os autores recomendam que se iniciem as intervenções no início da gravidez para melhores resultados, sendo que a PR-LPBB apresenta seus sintomas a partir do 2º trimestre da gravidez. Um dos resultados apresentados pelo estudo deu-se pela diminuição de licenças no trabalho devido a dores, e apredeu-sentou como resultados a diminuição da PR-LPBB para mulheres que realizavam alguma das práticas citadas acima, e também a diminuição dos sintomas de ansiedade e depressão, corroborando com o estudo de Poyatos et al. (2017).

De acordo com Di Mascio et al. (2016), a AF está teoricamente relacionada ao risco de parto prematuro (PP), devido ao aumento da liberação de catecolaminas (neurotransmissores como: norepinefrina, epinefrina e dopamina) principalmente da noradrenalina, que podem estimular a atividade miometrial, entretanto o exercício pode reduzir o risco de PP por outros meios como: diminuição do estresse oxidativo, melhora da vascularização da placenta (resposta adaptativa a redução intermitente do fluxo sanguíneo) aumento de volume sanguíneo durante o exercício.

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Quadro 4 - Artigos categorizados por subtemas Autor Conclusão Magro et al. (2017) e Di Mascio et al. (2016)

O EF não está relacionado ao risco de PP, mas sim a maiores índices de parto normal, diminuição de DMG, hipertensão, baixo índice de macrossomia e natimortos.

Sanabria et al. (2015)

O peso ao nascer reduz quando combinados: força, aeróbio e flexibilidade com intensidade moderada melhorando assim a capacidade funcional placentária a circulação e a troca de gases. Domenjoz,

Kaysar e Boulvain (2014)

Mulheres que permanecem ativas na gestação diminuem em até 15% as chances de parto cesáreo em comparação a sedentárias. Hegaard et

al. (2016)

O índice de aborto espontâneo em mulheres que se mantêm ativas na gestação se torna menor que mulheres sedentárias. FONTE: Elaboração da autora, 2019.

Di Mascio et al. (2016) e Magro et al. (2017) afirmam o EF não está associado ao risco de PP, mas sim a maiores índices de parto normal e menores de parto cesáreo, como a diminuição de DMG, hipertensão, baixo índice de macrossomia, natimortos. Sanabria et al. (2015 ) acrescentam que o peso ao nascer reduz quando combinamos os exercícios de força, aeróbio e flexibilidade, sendo de intensidade moderada tornando a prática segura para a criança, melhorando também a capacidade funcional placentária, circulação e troca de gases, não afetando negativamente a idade gestacional ou os riscos de PP corroborando com as afirmações de Di Mascio et al. (2016) e Magro et al. (2017).

Domenjoz, Kaysar e Bouvalin (2014) estudaram os tipos de parto, presentes em mulheres que permaneceram ativas durante a gravidez, o risco de parto cesáreo foi menor em mulheres ativas apresentando uma diferença de 3,6% menos chances de parto cesáreo, obtendo uma diminuição de até 15%. Já Di Mascio et al. (2016) apresentaram dados relevantes onde, a maioria das mulheres teve idade gestacional de 37 semanas sendo que 73,6% das mulheres ativas tiveram parto normal contra 67,5% das não ativas; 17,9% das mulheres ativas tiverem parto cesáreo vs 22% das não ativas; a incidência de DMG foi de 2,4% para mulheres ativas vs 5,9% das não ativas e 1,9% das mulheres ativas apresentaram hipertensão vs 5,1% das não ativas. Hegaard, Ersboll e Damm (2016) acrescentam que o índice de aborto

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espontâneo em mulheres que se mantêm ativas durante todo o período gestacional se torna muito menor do que as sedentárias.

Sanabria et al. (2015) afirmam que a maioria das mudanças relacionadas no peso do bebê ao nascer se dá devido à restrição seletiva de massa gorda em mulheres que se exercitam durante a gravidez, isto sugere que existem benefícios para a saúde tanto da mulher quanto do feto. Especula-se que a resposta da redução do peso ao nascer do bebê pode levar a longo prazo menores riscos de obesidade infantil, mas por outro lado o crescimento fetal parece ser estimulado resultando em um aumento do peso ao nascer quando o volume de EF é baixo ou quando se reduz no 2º trimestre. Os autores Di Mascio et al. (2016), Domenjoz, Kaysar e Bouvalin (2014), Hegaard, Ersboll e Damm (2016), Magro et al. (2017) e Sanabria et al. (2015) corroboram que mulheres durante a gravidez devem ser incentivadas a praticar EF para obter benefícios para si e o feto.

Segundo Kahn, Robin e Pietro (2016), a AF materna regular com intensidade baixa ou moderada pode reduzir o risco de parto prematuro (PP), devido seus efeitos benéficos quanto as complicações durante a gravidez, como: GPG, DMG e pré-eclâmpsia. Os efeitos protetores incluem, redução na inflamação e estresse oxidativo do tecido endotelial materno e placentário, e uma concentração de hemoglobina materna e fetal aumentada, melhorando o transporte e difusão da oxigenação da placenta.

Quadro 5 - Artigos categorizados por subtemas

Autor Conclusão

Kahn, Robin e Dipietro

(2016)

Intensidade baixa ou moderada pode reduzir o risco de PP, como também melhorar o transporte e difusão de hemoglobina da placenta. Wolf et al.

(2014) Aumento no risco de PE devido a grandes quantidades de AFTL e redução caso realizar 4 horas semanais. Aune et al.

(2014)

Redução de 20% para alta AF no início da gestação, sendo que mulheres ativas possuem 50% menos riscos de PE. Silva et al.

(2017)

Não apresentou evidencias relacionando a AFTL e os riscos de PE. FONTE: Elaboração da autora, 2019.

Kahn, Robin e Pietro (2016) apresentam que por outro lado a AF com intensidade alta leva ao estresse fisiológico podendo alterar a temperatura corporal, o

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fluxo sanguíneo, e a utilização de substratos, o fluxo sanguíneo materno é desviado do feto para os músculos que trabalham na regulação da temperatura, resultando em uma queda da pressão parcial e do sangue placentário, bem como a diminuição do Ph da placenta e do sangue fetal, embora o estresse possa representar um risco teórico para o feto, a diminuição da carga relativa de trabalho e da capacidade de exercícios na maioria das mulheres grávidas limita sua capacidade de trabalhar em intensidades que aumentariam o risco de PP.

O estudo de Kahn, Robin e Pietro (2016) apresenta os fatores como status econômico, e o estado de saúde que podem confundir a relação AFTL e PP, assim como efeitos em longo prazo como, estilo de vida saudável desempenham um papel importante nos resultados do parto em que o nível de atividade materna antes da concepção pode ser determinante no resultado do nascimento. Silva et al. (2017) colaboram com os resultados de Kahn, Robin e Pietro (2016) onde ambos citam que não houve associação da AFTL sobre o PP.

Aune et al. (2014) apresentam a pré-eclâmpsia (PE) como uma desordem especifica da gravidez, onde ocorre uma disfunção endotelial, vasoconstrição, hemostasia ativa e alterações que afetam o fígado, rim e cérebro, já Wolf et al. (2014) apresentam a PE como semelhante a DM e a hipertensão arterial caracterizando-se por espasmos, resistência à insulina, ativação da coagulação e resposta inflamatória sistêmica aumentada, para Aune et al. (2014) a PE normalmente se apresenta a partir do 2º trimestre, sendo ela uma das principais causas de morbimortalidade materna e perinatal sendo de 2 a 7% de prevalência em mulheres uníparas no mundo (WOLF et al. 2014). Segundo Aune et al. (2014) fatores de risco como: dislipidemias, obesidade, DM ou hipertensão, são fatores que podem levar a PE, sendo que mulheres que já possuem tem um aumento de risco para doenças cardiovasculares, hipertensão e mortalidade geral. Wolf et al. (2014) colaboram afirmando que pode aumentar o risco de deslocamento central, eclampsia, distúrbios de coagulação, reduzir o peso ao nascer, e aumentar as chances de doenças cardiovasculares. Aune et al. (2014) relatam que a AF é um dos fatores de proteção para hipertensão e doenças cardiovasculares, dado que a PE e as doenças cardiovasculares compartilham vários fatores de risco parecidos, tem sido hipotético que a AF também seja eficaz contra a PE.

Wolf et al. (2014) encontraram um aumento no risco de PE devido a grandes quantidades de AFTL durante a gravidez (recomendado média 30 min./dia),

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havendo uma redução caso realizado a AFTL mais de 4h semanais pelo menos 25 dias no mês, tornado a AF seguro para mãe e feto.

Já Aune et al. (2014) encontraram uma redução de 20 a 35% para mulheres com maior AF no período pré-gestacional e redução de 20% com alta AF no início da gravidez, sendo que mulheres fisicamente ativas possuem 50% menos chances de PE se ativas no início da gravidez. Recomenda-se de 5 às 6h de AF por semana para uma redução de 40% nas chances de prevenir a PE.

Wolf et al. (2014), apontam que mulheres que relataram AFTL no ano anterior a gravidez tiveram uma redução no risco de PE em comparação com mulheres inativas, havendo relato de menor risco de PE entre mulheres que realizavam AFTL frequente pelo menos 4h semanais, completando seu estudo Wolf et al. (2014) apontam que, o excesso de peso das mulheres se torna um risco maior para a PE em relação a mulheres com peso normal. Silva et al. (2017) colaboram com os estudos citando que não houve evidências de associação de AFTL na gravidez em relação a PE.

De acordo com Sussman, Lye e Wells (2016) a respiração fetal e os movimentos corporais são parâmetros clínicos utilizados para avaliação do desenvolvimento e da saúde fetal. Percebe-se durante a gravidez mudanças em relação ao dióxido de carbono e ao oxigênio, assim como na concentração de ph do sangue, modificando a respiração fetal. Outros fatores como a fome materna, estado psicológico, ritmos diurnos, consumo de cafeína e açúcar no sangue afetam os movimentos corporais do feto, sendo este importante para a avaliação da saúde e desenvolvimento, portanto a investigação desses fatores se torna importante para entender o impacto do exercício em relação ao feto.

Quadro 6 - Artigos categorizados por subtemas

Autor Conclusão

Sussman, Lye e Wells

(2016)

A AF de intensidade alta e moderada para mulheres ativas, está relacionada ao menor movimento respiratório fetal, diferente de

mulheres sedentárias. Dietz et al.

(2016)

A intensidade moderada pode ser mais eficaz para melhorar a verificação da frequência respiratória materna que a AF de baixa

intensidade. Forczek,

Curylo e Forczek (2017)

Apresentam a intensidade, frequência e duração dos exercícios como principais parâmetros para a prática de AF na gravidez.

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Exercícios com intensidade alta e moderada possuem efeito na diminuição do movimento respiratório fetal (MRF), sendo este dissipado poucos minutos após a interrupção do exercício, a literatura aponta uma interação entre condicionamento e exercício físico agudo, onde juntos afetam os MRF, sendo que esses movimentos diminuem significativamente dias antes do parto (SUSSMAN; LYE; WELLS, 2016).

Estudos de Sussman, Lye e Wells (2016) verificaram a relação entre os MRF apresentaram diversas respostas, em relação ciclismo e o MRF, onde houve um aumento após os exercícios, já em relação a subir escadas de forma contínua e caminhada a 75% da FC materna apresentou uma diminuição do MRF após os exercícios. Uma das possíveis explicações pode se dar pela presença da catecolamina que se concentra no líquido amniótico e correlaciona-se com o sangue materno, seu aumento durante o exercício pode causar alterações no sistema simpático-adrenal modificando o MRF, em conjunto a norepinefrina que durante o exercício pode ultrapassar as barreiras da placenta e diminuir o MRF. Como resultado o estudo apresentou que fetos de mulheres ativas apresentam menor MRF diferente dos de mulheres sedentárias (SUSSMAN; LYE; WELLS, 2016). Forczek, Curylo e Forczek (2017) encontraram em seu estudo resultados sobre os hormônios como a leptina média que foi mais baixa em mulheres ativas do que inativas, e a eritropoetina que aumentou após o exercício no final da gravidez.

Dietz et al. (2016), afirmaram em seu estudo que a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) encontra-se relacionada com a AFTL de mulheres ativas. A intensidade moderada da AF se mostrou associada ao aumento significativo ou uma tendência do aumento da VFC enquanto a AF de baixa intensidade não estava associada a alterações de VFC sendo assim a intensidade moderada pode ser mais eficaz para melhorar a VFC materna que a AF de baixa intensidade.

Forczek, Curylo e Forczek (2017) apresentaram a intensidade, frequência e duração dos exercícios como principais parâmetros para a prática de AF na gravidez. Apontaram também três fases do envolvimento na AF são elas: a certeza, o engajamento e o compromisso, pois a mulher deve ter confiança em aumentar a AF, ter certeza da saúde do bebê, para assim modificar o tipo de AF durante todo o período, tudo isso se torna importante para a mulher manter-se ativa durante toda a gravidez. Forczek, Curylo e Forczek (2017) comentam que os benefícios da AF parecem ser de natureza física e psicológica, apresentam padrões de mudanças durante a gravidez, e embora seja seguro para mãe e feto, a maioria das mulheres

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tendem a reduzir seu nível de AF durante as primeiras semanas de gestação, quando comparadas ao nível de AF antes de engravidar.

4 CONCLUSÃO E SUGESTÃO

Durante a gestação indica-se a prática de atividade física regular, principalmente, treinamento aeróbio como: caminhadas, bicicleta ergométrica e natação; treino de força com ênfase nos grandes músculos e cintura pélvica, como também treino de flexibilidade para prevenção de dores musculares, principalmente dores lombares.

Recomenda-se que as atividades iniciem após a também a 20º semana da gravidez com intensidades que deve ser de baixa a moderada para a prática das atividades com duração dos treinos variando entre 15 a 60 minutos, podendo ser realizada de uma a cinco vezes por semana; as atividades devem ser dosadas pela frequência cardíaca máxima que deve variar entre 60 a 80% e pela escala de Borg devendo ser de 12 a 14, como ferramenta de percepção de esforço e estresse durante as atividades. Ainda recomendam que a AF deva iniciar após a : intensidades de baixa a moderada para a prática das atividades físicas com gestantes; a recomendação sobre a duração dos treinos variam entre 15 a 60 minutos ao todo, podendo ser realizada de uma a cinco vezes por semana; as atividades devem ser dosadas pela frequência cardíaca máxima (60 a 80%) e pela escala de Borg (devendo ser de 12 a 14 considerando os níveis 6 a 20) como ferramenta de percepção de esforço e estresse durante as atividades.

Tais atividades proporcionam benefícios para a gestante como: prevenção de diabetes mellitus gestacional, hipertensão, menor ganho de peso gestacional, auxilia na ansiedade e previne depressão pós-parto, como também diminui as chances de pré-eclâmpsia. Em relação ao feto encontrou-se baixo risco de complicações, como: baixo peso ao nascer, parto prematuro, dificuldades respiratórias ou doenças crônicas. Para melhor aproveitamento das atividades busca-se que tais atividades sejam orientadas e acompanhadas por profissionais qualificados, estes podem ser: profissional de educação física, ou fisioterapeuta, de acordo com a atividade proposta pela gestante.

Sugere-se que para a realização de futuras pesquisas relacionadas a gravidez e atividade física, sejam planejadas com mais tempo para aplicação da

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pesquisa, com objetivos mais específicos e maior aprofundamento em seus resultados.

As informações presentes neste artigo são de grande importância na vida de mulheres que pretendem engravidar ou que já estão gravidas. A autora sugere que os benefícios da atividade física na gestação deve ser abordado nos consultórios de ginecologia e obstetrícia, pois são especialidades presentes na vida das mulheres principalmente na fase de pré concepção e gestação e principalmente nas academia, onde sugere-se que cada estabelecimento possua um profissional de educação física qualificado para atender ao público gestante que cada vez mais se torna tão especifico devido as mudanças no estilo de vida. A autora sugere que a disseminação dos benefícios da atividade física mãe-bebê seja realizada com frequência para que mulheres nesta fase comecem a se preocupar mais com seu bem-estar físico e mental do que com a gravidez ideal romantizada pela população.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a minha avó Célia graças a ela realizo um grande sonho, aos meus pais por me apoiarem durante este período acadêmico e me ajudarem da melhor forma possível, a todos os meus professores desde o ensino fundamental que criaram minha base educacional, a minha orientadora que me aceitou e me instigou esse assunto desde meu início acadêmico, ao meu namorado pela compreensão em momentos de ansiedade, a minhas amigas da vida por todo o incentivo e aos meus amigos do curso por todas as ajudas e todos os auxílios, cada um citado teve sua importância especial nesses quatro anos, levarei todos com um imenso carinho pra vida toda. Obrigada!

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