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Interiores Urbanos: centro histórico de Florianópolis

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JULIA LUCENA DE SOUSA

INTERIORES URBANOS:

CENTRO HISTÓRICO DE FLORIANÓPOLIS

Florianópolis 2017

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JULIA LUCENA DE SOUSA

INTERIORES URBANOS:

CENTRO HISTÓRICO DE FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de graduada em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof. Arquiteta Fernanda Menezes Florianópolis

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JULIA LUCENA DE SOUSA

INTERIORES URBANOS:

CENTRO HISTÓRICO DE FLORIANÓPOLIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de bacharel em arquitetura e urbanismo e aprovado em sua forma final pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 17 de Julho de 2017.

______________________________________________________ Professora e orientadora Arq. Fernanda Menezes, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Arq. Silas Azevedo, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Arq. Alexandre Benvenutti, Dr.

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"O projeto urbanístico é um projeto para dar forma a um processo físico, arquitetônico e de engenharia, que combine solo, edificação e infra-estrutura."

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RESUMO

O presente trabalho compõe a primeira etapa do trabalho de conclusão de curso (TCC1) do curso de Arquitetura e Urbanismo. Apresentando uma proposta de revitalização urbana para a porção leste do centro histórico de Florianópolis, através da utilização de usos mistos, térreos vivos, revitalização dos espaços públicos (ruas e praças), interligação das edificações de uso cultural e potencializando o caráter cultural do interior urbano estudado.

Palavras-chave: Revitalização. Interior Urbano. Centro histórico. Espaços públicos. Interligados. Térreo vivo.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Localização da área escala cidade...2

Figura 2- A área no bairro...2

Figura 3- A área no entorno imediato...3

Figura 4- Área de estudo...3

Figura 5- District S: conexão da quadra com o entorno...18

Figura 6- District S: espaços criados pela quadra aberta...18

Figura 7-Fluxo de pessoas...18

Figura 8-Paley Park...19

Figura 9-Paley Park: o tamanho do lote e distribuição dos elementos da praça...19

Figura 10- Banyoles: requalificação da rua do centro histórico...20

Figura 11- Banyoles: revitalização dos canais...20

Figura 12- Baynoles: centro urbano revitalizado...20

Figura 13- Baynoles: centro histórico...20

Figura 14- Chiado: rampa de conexão do convento com a parte mais baixa do bairro...23

Figura 15- Chiado: rampa de conexão também é utilizada como espaço de estar...23

Figura 16- Chiado: entrada do metrô executada na revitalização...23

Figura 17- Chiado: conexão de duas ruas através da galeria criada...23

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Figura 19- Chiado:Largo Carmo...23

Figura 20- Nova luz: potencias de conexão, áreas verdes, conexões com a cidade e âncoras...25

Figura 21- Nova luz: usos dos solos e gabaritos...25

Figura 22- Nova luz: rua Vitória...25

Figura 23- Nova luz: âncoras e conexões...26

Figura 24- Nova luz: potenciais de uso...26

Figura 25- Potenciais de conexão da área de estudo...29

Figura 26- Fluxo de pessoas na área de estudo...29

Figura 27- Pontos de referência...30

Figura 28 -Desterro entre 1754 e 1774. Em cinza, arruamentos e praças existentes...33

Figura 29- Desterro 1819. Em cinza, arruamentos e praças existentes...33

Figura 30- Desterro entre 1908 e 1916. Em cinza arruamentos e praças existentes...33

Figura 31- Florianópolis em 1921. Em cinza arruamento e praças existentes...33

Figura 32- Florianópolis 1957...34

Figura 33- Florianópolis 1977...34

Figura 34- Florianópolis 1994...34

Figura 35- Florianópolis 2016...34

Figura 36- Sistema viário...38

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Figura 38- Feira de antiguidades na João pinto...43

Figura 39- Travessa Radicliff...43

Figura 40- Rua João Pinto as 17 hrs de quarta feira...43

Figura 41- rua Antônio Luz: corredor criado pelo comércio do terminal...44

Figura 42- rua Tiradentes durante horário comercial...44

Figura 43: Gabaritos...45

Figura 44 -Diferenças de gabaritos na porção leste...46

Figura 45- Diferença de gabaritos na porção oeste...46

Figura 46- Diferença de gabaritos na área de estudo...46

Figura 47- Cheios e vazios...47

Figura 48- Público e privado...49

Figura 49- Espaços públicos e espaços culturais...50

Figura 50- Legislação...52

Figura 51- Diretrizes de conexão com o entorno...55

Figura 52- Diretrizes para o entorno imediato...57

Figura 53- Indicação das diretrizes para o entorno imediato...58

Figura 54- Proposta: ideias gerais...61

Figura 55- Tipos de vias...62

Figura 56- Piso drenante amarelo e cinza...62

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Figura 58- Espaços públicos e culturais...63

Figura 59- Cheios e vazios previsto...63

Figura 60- Usos propostos...64

Figura 61- A área de estudo...65

Figura 62: Proposta área 1...66

Figura 63- Praça criada em frente a habitação social...66

Figura 64- Corte geral...66

Figura 65- Praça ao lado da Kibelândia...67

Figura 66- Perspectiva Saldanha Marinho com a Vitor Meirelles...68

Figura 67- Espaço D...69

Figura 68- Perspectiva coworking...69

Figura 69- Corte edificação sugerida...70

Figura 70- Proposta para área 2...71

Figura 71- Perspectiva Secretaria da Educação...71

Figura 72- Perspectiva Travessa Radicliff...71

Figura 73- Proposta para área 3...72

Figura 74- Proposta para área...72

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SUMÁRIO 1.APRESENTAÇÃO...1 1.1INDRODUÇÃO...2 1.2LOCALIZAÇÃO...2 1.3JUSTIFICATIVA...3 1.4OBJETIVOS...5 1.4.1Objetivos gerais...5 1.4.2Objetivos específicos...6 1.5METODOLOGIA...7 2.REFERENCIAIS PROJETUAIS...8 2.1REFERENCIAIS TEÓRICOS...9 2.2REFERENCIAIS PROJETUAIS...17 2.2.1DISTRICT/S...17 2.2.2PALEY PARK...18

2.2.3CENTRO HISTÓRICO DE BANYOLES - ESPANHA...20

2.2.4CHIADO...21

2.2.5PROJETO NOVA LUZ...23

3.INSERÇÃO DA ÁREA COM A CIDADE...27

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4. HISTÓRICO DA ÁREA...31

4.1 HISTÓRICO DA ÁREA...32

4.2 VALOR EVOCATIVO DAS RUAS DO CONJUNTO LESTE DO CENTRO HISTÓRICO...35

5. ANÁLISE DA ÁREA...37

5.1 SISTEMA VIÁRIO...38

5.2 USO DOS SOLOS...40

5.3 GABARITOS...45

5.4 CHEIOS E VAZIOS...47

5.5 PÚBLICO E PRIVADO...49

5.6 ESPAÇOS PÚBLICOS E ESPAÇOS CULTURAIS...50

5.7 LEGISLAÇÃO...52

6. PROPOSTA...53

6.1 PROPOSTA...54

6.2 DIRETRIZES DE CONEXÃO COM O ENTORNO...54

6.3 DIRETRIZES PARA O ENTORNO...56

6.4 INTERIOR URBANO...61

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...73

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1

APRESENTAÇÃO

1.1 INTRODUÇÃO pg.2 1.2 LOCALIZAÇÃO pg. 2 1.3 JUSTIFICATIVA pg.3 1.4 OBJETIVOS pg.5 1.4METODOLOGIA pg.7

CAPÍTULO 1

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2 1.1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho de conclusão de curso visa uma proposta de revitalização urbana para o interior urbano da porção leste do centro histórico de Florianópolis, Santa Catarina. Com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e resgatar a importância do centro histórico para a cidade. Através de estudos e análises é elaborado o partido geral da proposta de revitalização urbana, trabalhando com diretrizes gerais para a área total de estudo com a interligação e revitalização dos espaços públicos e semi públicos de estar, além de conectar a área com o entorno. Será elaborada a proposta de fortalecer o caráter cultural da área e de revitalizar os espaços ociosos dos miolos de quadras unidos aos espaços dos passeios públicos, formando um parque urbano no centro histórico.

1.2 LOCALIZAÇÃO

O interior urbano está inserido na porção leste do centro histórico de Florianópolis, no estado de Santa Catarina, Brasil.

CAPÍTULO 1

Figura 1-Localização da área escala cidade

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3

Figura 3- A área no entorno imediato

1.3 JUSTIFICATIVA

O centro histórico apresenta um papel importante na formação de uma cidade. O crescimento urbano se dá a partir dele, faz parte da referência de formação do local e de identidade para a população, revitaliza-lo significa manter a história do local viva.

"A revitalização consiste na refuncionalização estratégica de áreas dotadas de patrimônio, ou seja, de objetos antigos que permaneceram inalterados no processo de transformação do espaço urbano, de forma a promover uma nova dinâmica urbana baseada na diversidade econômica e social "

(MOURA et al., 2006 apud IPHAN)

A área de intervenção se localiza no centro de Florianópolis, delimitada pelas ruas Deodoro até a avenida Hercílio Luz, no sentido oeste/ leste, e da rua artista Bitencourt até

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4 a avenida Paulo Fontes, sentido norte/sul (figura 3). O recorte foi escolhido pelo seu potencial de conexão com outros pontos da cidade: a Praça Getúlio Vargas, a Praça dos três poderes, a baía sul na região do aterro, o Largo da Alfândega e o Parque da Luz. Essas áreas possuem elevados potenciais de revitalização urbana por questões de fluxo de pessoas, localização e valor "imaterial", se interligadas com área de estudo será formado um grande parque urbano, transformando o espaço público mais agradável aos cidadãos. Além disso o interior urbano apresenta usuários e espaços potenciais para serem revitalizados, como miolos de quadra e calçadões. Nele também é presente um caráter cultural que é pouco explorado.

O centro histórico de Florianópolis dispõe de uma grande variedade de comércio e serviços, o que atrai um fluxo de pessoas diário. Essa população é muito presente em somente em horário comercial, deixando os espaços ociosos e inseguros em outros horários devido a falta de habitação e outros incentivos a permanência no local. Os espaços públicos de lazer e estar necessitam de requalificação, falta a integração entre os espaços culturais, os quais não tem seu potencial explorado. As edificações de valor histórico encontram-se em estados variados de conservação, é preciso analisar quais possuem a necessidade de restauração de fachada e uso para melhor explorar o potencial econômico do centro histórico. A porção leste da praça XV de Novembro, recebe um intenso fluxo de passagem rumo ás edificações ao redor da praça dos três poderes e do Instituto Estadual de Educação, mas não apresenta atrativos para criar permanência. Além disso possui espaços ociosos e subutilizados, incluindo alguns miolos de quadras que são reservados a estacionamentos.

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5 A própria população tem feito tentativas para a revitalização do conjunto da porção leste do centro histórico, aos sábados há a feira Viva a cidade na rua João Pinto. Existem iniciativas conjuntas do poder público e de iniciativa privada para a revitalização da área, como por exemplo o Centro Sapiens, aonde foi criado o sapiens centro com incentivos para o desenvolvimento da região. Não há nenhum projeto que integre as iniciativas, por isso há a necessidade de um que faça essas conexões.

Para os espaços públicos apresentarem qualidade eles não podem ser isolados da malha urbana.

" Os espaços públicos não funcionam de modo isolado, eles são sempre parte de um complexo sistema continuo e hierarquizado. É pela continuidade da rede dos espaços públicos que a cidade vai tomando sua forma, é pela permanência no tempo dos espaços públicos que uma cidade constitui sua memória. Quanto a importância da continuidade urbana, basta relembrar que é a partir desta noção que os centros densos e contínuos se diferenciam e se opõem às periferias fragmentadas e difusas." (HUET, 2001)

1.4.OBJETIVOS

Este trabalho tem por fim analisar a porção leste do centro histórico de Florianópolis e sugerir as diretrizes e as propostas de intervenção urbana para a revitalização e conexão dos espaços públicos da área de estudo.

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6 1.4.1 Objetivos gerais

Esse trabalho de conclusão de curso tem como objetivo propor um projeto de revitalização para a porção leste do centro histórico, trabalhando com os miolos de quadra subutilizados e com as caixas de rua. Desenvolvendo propostas de espaços públicos de qualidade interligados entre si, potencializando o caráter cultural da área e propondo usos que gerem permanência no interior urbano.

1.4.2 Objetivos específicos

 Levantar referenciais teóricos e bibliográficos sobre revitalização urbana para embasamento do trabalho

 Pesquisar sobre o histórico da área de estudo

 Visitar a área de estudo para sentir a relação do usuário com o entorno, coletar material fotográfico do atual estado da área de estudo e reconhecer as edificações de diferentes períodos históricos

 Pesquisar por meio digital e por visita de campo dados para o desenvolvimento de mapas do diagnóstico

 Desenvolver mapas para análise da área

 Analisar os mapas desenvolvidos

 Propor diretrizes de conexão da área com o entorno

 Desenvolver as diretrizes para o entorno imediato

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7 1.5 METODOLOGIA

O desenvolvimento desse trabalho será subdivido em quatro partes: a primeira consiste na coleta de dados, a segunda na análise dos dados coletados, a terceira é no desenvolvimento das diretrizes e do partido geral com embasamento nas outras duas etapas e a quarta no aprofundamento do projeto com base nas etapas anteriores que irá compor o TCC2.

A primeira etapa é composta por coletar dados através de pesquisas em livros, revistas, artigos, trabalhos acadêmicos e sites que contenham dados sobre revitalizações urbanas e intervenções urbanas em centros históricos. Consultar ao Plano Diretor de Florianópolis. Além disso, realizar visitas de campo na área de estudo em diferentes horários do dia e da semana para coleta de material fotográfico.

A segunda etapa consiste em analisar o material adquirido na primeira etapa e desenvolver textos de análise, croquis, organogramas e mapas explicativos dos dados vistos. Com base nas informações coletadas e desenvolvidas nas outras duas etapas será realizada a terceira etapa, desenvolver as diretrizes projetuais e o partido arquitetônico e elaborar desenhos e croquis explicativos da proposta. A quarta etapa consiste na elaboração do TCC2. Com base nas etapas anteriores será aprofundado o partido arquitetônico do conjunto a leste da Praça XV de Novembro e desenvolvido o anteprojeto dos interiores de quadra escolhidos.

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8

REFERENCIAIS PROJETUAIS

2.1 REFERENCIAIS TEÓRICOS pg.9

2.2 REFERENCIAIS PROJETUAIS pg.17

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9 2.1 REFERENCIAIS TEÓRICOS

Os centros históricos marcam o início do desenvolvimento dos núcleos urbanos, escolhidos para implantação dos prédios considerados de maior importância: os institucionais e os religiosos. Marcam a centralidade da vida urbana desde a sua formação. Os centros urbanos concentram comércios, serviços e prédios institucionais, é aonde acontece grande vivacidade urbana e é um forte elemento para a sensação de identidade e pertencimento aos cidadão de uma cidade. Com o passar dos anos, as cidades e as ideologias urbanas sofrem alterações, os centros recebem mais comércios, serviços e prédios institucionais, mas passam a ser desinteressantes para a moradia e lazer, o solo torna-se desvalorizado e aos poucos vão sendo instituídos os vazios urbanos. Segundo Vargas e Castilho (2009), os processos de intervenções urbanas são subdivididos em três etapas ao longo dos séculos XX e XXI: a renovação urbana, preservação urbana e reinvenção urbana .

A renovação urbana, 1950 a 1960, seguiu por duas ideologias: a europeia e a norte americana. Na Europa, devido ao pós guerra a ideologia era de unir o urbanismo moderno a reconstrução das cidades.Já nos Estados Unidos, a renovação urbana se manifesta contraria ao crescimento dos subúrbios. Concluiu-se que os centros não respondiam mais a demanda das suas cidades quanto aos usos e traçados urbanos. Para solucionar o problema, foram demolidas várias edificações das áreas centrais sem pensar em preservar nenhuma edificação isolada, ou o conjunto delas e no lugar construir grandes vias para automóveis e estacionamentos, resolvendo o problema de transito no centro e com a implantação de torres para prestação de serviços e entretenimento para os novos usuários do centro. As principais críticas sobre a renovação urbana surgem em 1970, questionando o novo sistema viário,

CAPÍTULO 2

(23)

10 questões ambientais, a estética desenvolvida, o patrimônio e a monofuncionalidade das edificações que não criaram os atrativos necessários para a vitalidade urbana. Projetos iniciados 10 anos antes não tinham começado suas construções, transformando as áreas demolidas em vazios urbanos. Além disso, o projeto era de caráter segregacionista, foram expulsas mais de 700 mil famílias e eliminaram pequenos negócios, colocando no lugar habitação para a população de alta renda e equipamentos para essa classe social. As criticas a renovação urbana impulsionam o próximo momento: a preservação urbana.

Na década de 1960, começam a aparecer críticas ao urbanismo moderno, que norteia o processo de renovação urbana. Um dos críticos mais famosos é a jornalista Jane Jacobs, que apesar de ter escrito essas críticas e sugestões há tantos anos, elas são bastante atuais e utilizas ainda hoje no urbanismo contemporâneo. Jacobs critica a proposta do urbanismo moderno de setorização, zoneamento das funções cotidianas do morar, trabalhar e lazer interligadas pelas longas e largas vias de automóveis. Essas vias e seus estacionamentos são construídos em cima de espaços já consolidas trazendo algo vazio, sem valor às pessoas que frequentam essa região, construindo gradativamente grandes vazios urbanos. Além disso, sua crítica ao planejamento urbano moderno também abrange a monotonia dos espaços criados, com suas quadras longas sem interligação entre si e entre outros espaços, a falta de atrativos com a setorização dos usos e forma como foi trada a questão dos cortiços. Na tentativa de resolver o problema da permanecia e perpetuação dos cortiços a medida implantada foi a extinção dos espaços e sua população, destruindo vizinhanças aonde existiam comunidades que precisam de ajuda de inclusão e não de exclusão social. No lugar, foram

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11 construídas habitações sociais, com valor mais elevado, transferindo os antigos cortiços para outros lugares, mais afastados da cidade que por fim, também se tornam marginalizados.

Para Jacobs, há a necessidade de diversidade urbana para trazer qualidade ao espaço da cidade. Em seu livro Morte e Vida das Grandes Cidades, a autora lista quatro condições imprenscidíveis para estabelecer a diversidade urbana, são elas:

"1. O distrito, e sem dúvida o maior número possível de segmentos que o compõem, deve atender a mais de uma função principal; de preferência, a mais de duas. Estas devem garantir a presença de pessoas que saiam de casa em horários diferentes e estejam nos lugares por motivos diferentes, mas sejam capazes de utilizar boa parte da infraestrutura.

2. A maioria das quadras deve ser curta; ou seja, as ruas e as oportunidades de virar as esquias devem ser frequentes.

3. O distrito deve ter uma combinação de edifícios com idades e estados de conservação variados, e incluir boa porcentagem de prédios antigos, de modo a gerar rendimento econômico variado. Essa mistura deve ser bem compacta.

4. Deve haver densidade suficientemente alta de pessoa, sejam quais forem seus propósitos. Isso inclui alta concentração de pessoas cujo propósito é morar lá. "

(JACOBS, 2000)

A preservação urbana, 1970 a 1980, deu enfoque a valorização da memória e " no discurso de que os centros das cidades seriam elementos essenciais da vida urbana e gerariam identidade e orgulho cívico"(Vargas; Castilho, 2009, p18). São revitalizados centros urbanos, antigas estruturas industriais, mercados e teatros implantando usos de comércio, lazer e cultura. Centros urbanos foram revitalizados com a preservação urbana através da incorporação de edifícios históricos nos projetos que redefiniam os usos centrais, mantendo os comércio e serviços locais. Segundo Vargas e Castilho (2009), para tornar o centro mais

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12 atraente utilizam-se três diretrizes: novos projetos arquitetônicos, o estabelecimento de políticas urbanas r a implantação da gestão compartilhada. O setor imobiliário passa a ver o centro como novo alvo de empreendimentos diferenciados, já que os periféricos começavam a concorrência passa e enfraquecer os projetos periféricos. No Brasil, como exemplo de política pública pode-se citar a criação da Secretaria de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Fundação Pró-Memória, em 1979.

A reinvenção urbana, 1990 a 2000, percebe a necessidade da criar e/ou recuperar a base econômica das cidades. Nesse período são poucas as inovações estratégicas paras as áreas centrais, o que muda são as dimensões dos projetos, que se tornam muito maiores e que as áreas de intervenção deixam de ser exclusivamente em áreas centrais. São desenvolvidos projetos para regiões abandonadas/esquecidas da cidade, como zonas portuárias, zonas industriais desativadas, orlas marítimas e estações ferroviárias. Nessas novas áreas de intervenção surgem incentivos para novas experiências arquitetônicas, principalmente quanto a forma das edificações já que essas não possuem nenhum nível de tombamento.

Afim de transformar o ambiente construído, durante a década de 1990, surge na Europa o modelo de gestão urbana através da união dos poderes públicos e privados para a organização dos centros urbanos. São criados o Town Center Manegment (TWC) e a Europian Federation of Town Center (EFTC) com o objetivo de organizar os centros urbanos que promovessem a segurança, incentivo ao uso residencial, incentivo ao turismo e ao comércio local de forma que mantenha a vitalidade dos centros urbanos concentrando nele as três ações: morar, trabalhar e lazer. Também surgem ações que incentivam a participação da

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13 população nos processos de revitalizações dessas áreas. São facilitados os empréstimos pessoais para abertura de pequenos comércios e melhoria dos comércios já existentes e a implantação de eventos festivos para atrair a população para a área de intervenção. Na América Latina as ações partem, principalmente, da população que defendem o retorno de atividades funcionais ao centro da cidade, a parte da preservação do patrimônio histórico é um dos pontos mais fortes. Assim, são criados programas para a preservação dos centros históricos, é iniciado o processo de revitalização dos centros históricos de São Paulo, Buenos Aires, Quito, Lima, Bogotá, Havana, Rio de Janeiro, Salvador, São José e São Salvador. No Brasil, é criado em 1999 o Programa Monumenta que "visa ao resgate e à conservação do reconhecido patrimônio cultural " (Vargas; Castilho, 2009, p. 37).

O objetivo da reinvenção urbana de retornar ao centro e às outras áreas de intervenção tem sido alcançado com forte interação da população, a qual participa de associações locais. Isso impede que o processo de revitalização urbana seja interrompido quando se alterarem as gestões públicas e seus interesses.

A reinvenção urbana surge no mesmo período que se iniciou o movimento do urbanismo contemporâneo, os dois com ideais muito próximos. O urbanismo contemporâneo nasce pela crítica ao urbanismo moderno, defendendo que as ações de morar, trabalhar e lazer deveriam se concentrar nos mesmos bairros, ao invés da setorização proposta. O uso diversificado e o aumento da densidade garantem uma maior vitalidade urbana, além de proporcionar sustentabilidade ambiental. Outro ponto forte do urbanismo contemporâneo é o desenho urbano ser para as pessoas e não para os automóveis, devolvendo a cidade à seus moradores e usuários. Vários arquitetos e urbanistas se destacam pelas suas críticas e

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14 sugestões nesse período, um deles é Jan Gehl. No seu livro "Cidades para pessoas" (Gehl, 2015) é criticada a falta de desenho urbano do nível térreo, ou seja do nível do pedestre, e o arquiteto defende a necessidade desse desenho a partir da escala humana para trazer qualidade de vida aos usuários e moradores. A arquitetura não é só a forma das edificações ou as edificações em si, mas sim a interação entre as pessoas e a edificação construída. O arquiteto também sustenta a ideia de que os carros, segregam o espaço urbano e por isso, na hora de planejar as cidades eles não devem ser o foco do projeto, e sim as pessoas. Tudo o que é projetado para os automóveis necessita de uma escala maior, ruas mais largas para comportar esses automóveis em movimento e estacionados e ao mesmo tempo, quanto mais larga a rua, maior será a velocidade permitida. Assim, percebe-se que os automóveis não só segregam o espaço urbano, eles utilizam uma escala incompatível com a escala humana, afinal ruas confortáveis para os pedestres são ruas com escalas menores, projetadas para a escala humana, aonde é possível perceber os detalhes de forma que os espaços se tornem pessoais.

Outro nome em destaque é da antropóloga e urbanista Amanda Burden (Ted Talks, 2014) , que estuda o que torna os espaços públicos atraentes para as pessoas e como esses espaços fazem a cidade funcionar. Para ela, as cidades dependem totalmente das pessoas e aonde essas pessoas vão e se encontram são o núcleo do que faz uma cidade funcionar, por isso mais importante do que as edificações em uma cidade, são os espaços públicos entre elas. Portanto, espaços públicos de qualidade, agradáveis e utilizados pelas pessoas são a chave para o planejamento de uma boa cidade. Isso levanta o questionamento do que torna um espaço público atraente para as pessoas, para a antropóloga existem alguns pontos que tornam os espaços mais atraentes como a presença de outras pessoas, presença de vegetação,

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15 mobiliário urbano adequado e confortável e a sensação no espaço. Na hora de projetar, não há uma regra a ser seguida, mas a equipe deve se perguntar se eles próprios frequentariam o lugar, se há outras pessoas no ambiente, se é agradável e se tem aonde sentar. Essas perguntas ajudam o espaço ter mais qualidade e a se tornar mais agradável.

O urbanista Jeff Speck defende as cidade caminháveis (Ted Talks, 2013). Aonde a prioridade dos projetos urbanos são as pessoas e não os automóveis. Em seus estudos ele justifica a necessidades das cidades caminháveis nos seguintes pontos: saúde, economia e sustentabilidade. A questão de saúde é bastante simples, as cidades aonde as pessoas são convidadas, tem a possibilidade de se deslocarem a pé ou de bicicleta, são cidades com população ativa, não sedentária, diminuindo as taxas de diabetes e de obesidade. No ponto de vista da sustentabilidade, o arquiteto comenta a significativa diminuição do gás carbônico, proveniente da queima dos combustíveis. Em seus estudos sobre as cidades Norte Americanas o arquiteto e urbanista também percebe a necessidade pelo ponto de vista econômico. De acordo com suas pesquisas 50% da renda dos Norte Americanos é destinada aos automóveis, ao oferecer cidades caminháveis, há a possibilidade das pessoas utilizarem bem menos os carros ou até de não ter os veículos. Esses 50% da renda recebem novos usos, voltados a habitação e entretenimento, incentivando o comércio, aumentando o capital de giro da cidade e reestabelecendo a vivacidade urbana.

Para Speck, existem quatro pontos essenciais para tornar as cidades caminháveis: conceder às pessoas motivos para caminhar, com a implantação de usos mistos e diversificados. Proporcionar uma caminhada segura, aonde existem quadras menores, com mais esquinas (pontos de encontro), as superdimensões das ruas para automóveis são

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16 substituídas por ruas vias mais estreitas, as quais possuem o dimensionamento necessário para o fluxo de carro, mas não passam a ideia de desconforto. A questão é que ruas mais estreitas, com vegetação próximo as vias e ângulos mais retos nas esquinas são mecanismos para diminuir a velocidade dos automóveis, o que torna o passeio mais confortável. Uma faixa de estacionamentos junto a calçada ou a presença da faixa de estacionamentos em sequência uma ciclovia ou uma ciclofaixa entre a via de automóveis e o passeio também transmite a sensação de uma caminhada mais segura e agradável. O próximo ponto, caminhadas confortáveis complementem o ponto anteriormente citado, com a utilização de quadras curtas. Precisamos ter visão e nos sentirmos abrigados, por isso temos a necessidade das pontas de quadras, que nos ampliam o campo de visão, e consequentemente as quadras curtas. O último ponto do autor é a necessidade de outras pessoas. Outras pessoas tornam o lugar seguro e interessante.

O urbanista Solà-Morales (Solà-Morales, 2001) defende a integração dos espaços públicos e privados para a formação de uma boa cidade, De forma que os espaços aonde a vida coletiva se desenvolve podem ter usos particulares ou espaços privados que recebem um uso coletivo, retirando a visível separação dos espaços públicos e privados. As cidades devem ser formadas por esses espaços nem públicos e nem privados. O urbanista usa de exemplo a cidade de Barcelona que entre 1978 e 1982, passa por um processo de revitalização dos seus espaços públicos de forma que da "impressão de que a paisagem urbana se transforma a partir dos vazios". A implantação de parques e praças nos vazios obsoletos da cidade ou em locais de áreas públicas sem uso que foram transferidas e as praças e parques já existentes foram redesenhados. Para o urbanista, a boa cidade:

"...é a que consegue dar valor público ao privado. E assim como uma boa cidade é feita tanto de boas casas, de boas lojas, de bons bares e de bons jardins privados, ela

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também é o de passeios públicos, de monumentos e de edifícios representativos." (Solà-Morales,2001)

O presente capítulo apresentou como as intervenções urbanas são recentes e vem sofrendo alterações no que se considera necessário para transformar o ambiente de uma cidade em uma boa cidade, desenvolvendo-a para as pessoas. Com embasamento no urbanismo contemporâneo, nas sugestões de Jane Jacobs, Jan Gehl, Amanda Burden, Jeff Sepeck e Manuel Solà-Morales o trabalho pretende propor o projeto de revitalização urbana da porção leste do centro histórico de Florianópolis criando espaços interligados, interessantes e devolvendo essa parte da cidade a população.

2.2 REFERENCIAIS PROJETUAIS

2.2.1 DISTRICT/S

O projeto dos arquitetos Allies and Morrison está localizado no centro histórico de Beirut e faz parte do processo de revitalização do centro da cidade.

Os 22 módulos de edificações de até seis andares, utilizam a arquitetura contemporânea para fazer uma composição com os edifícios históricos do entorno compondo uma quadra aberta. O projeto de quadra aberta proporciona a circulação de pessoas no nível térreo nos sentidos norte/sul e leste/oeste. Na área projetada há residências, comércio, serviços e áreas públicas para convívio e um jardim público principal. No nível térreo foram trabalhados os passeios, espaços de estar e fachadas ativas para atrair as pessoas.

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18 Para o trabalho desenvolvido esse referencial possui grande relevância a mostrar como o modelo de quadra aberta com os usos mistos proporcionaram a revitalização dessa porção do centro histórico.

Figura 5 -District S: onexão da quadra aberta com o entorno

Figura 6- District S: espaços criados pela quadra aberta

Fonte: www.skyscrapercity.com Fonte: www.skyscrapercity.com

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19 2.2.2 PALEY PARK

A praça fica em Nova Iorque, projetada pelo escritório Zion & Breen Associates, ocupando o espaço de um lote em Manhattan, esse é um exemplo de espaço público de qualidade. A pequena praça atrai as pessoas, tanto pela sua localização quanto pela possibilidade de mover o mobiliário e pelo ambiente criado, que traz certo refúgio do cenário urbano de Manhattan. Aberto em 1967, foi um dos primeiros projetos a devolver a relação do térreo para as pessoas.

Esse referencial contribui para o presente trabalho ao exemplificar como se faz espaços públicos atraentes. No caso, além da localização ele proporciona um refúgio com a vegetação o som da água e a possibilidade das pessoas arrumarem o mobiliário como preferirem.

Figura 8- Paley Park Figura 9 - Paley Park: tamanho do lote e distribuição dos elementos da praça Fonte: www.uffpaisagismo.wordpress.com

(33)

20 2.2.3CENTRO HISTÓRICO DE BANYOLES - ESPANHA

O projeto de revitalização do centro histórico da cidade de Banyoles, Espanha dos arquitetos MiAS Arquitectes de 2009, devolveu identidade à região. O antigo centro, tinha sérios conflitos entre automóveis e pessoas, todos circulando pelas estreitas ruas sem pavimentação. O projeto retirou a circulação de veículos do centro histórico e restaurou os canais de abastecimento da cidade. Praças e ruas foram devolvidas à população revitalizadas e os canais, agora tratados, foram abertos e alargados para proporcionar espaço de lazer às crianças (figuras 10 e 11). Esse projeto mostra como um espaço central pode ser revitalizado e a importância do centro histórico para a identidade, sensação de pertencimento do cidadão.

Figura 10- Banyoles: requalificação da rua do centro históricoFigura 11- Banyoles: revitalização dos canais

Figura 12- Baynoles: centro urbano revitalizado Figura 13- Baynoles: centro histórico Fonte: www.plataformaarquitectura.cl Fonte: www.plataformaarquitectura.cl

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21 2.2.4 CHIADO

Em 1988 o centro histórico de Chiado, em Lisboa, é parcialmente destruído por um incêndio. O arquiteto Álvaro Siza foi convidado pela prefeitura para restaurar o que o havia sido destruído. Chiado, dividido em alto e baixo chiado, passava por um momento de esquecimento da população, tanto que devido a falta de habitação levou muito tempo para ser para a população perceber o acidente.

Siza propõe melhorias urbanas na interligação do alto Chiado com o baixo Chiado. Como pontos principais da revitalização foi implantada a estação de metrô, a utilização do uso residencial e misto, preservação dos edifícios de valor histórico (maioria pombalinos), preservação ambiental e preservação cultural. A intervenção urbana contemporânea pós incêndio não é percebida através das edificações reconstruída, ela é percebida através das novas conexões propostas e pela vida que traz ao bairro. Nos lugares dos armazéns perdidos no incêndio foram implantados, respeitando a estrutura do edifício do século XVIII de uma edificação no centro de dois pátios, um centro comercial com seus pátios com coberturas de vidro. O centro comercial garante a vivacidade do bairro em diferentes horários. Outro forte ponto do projeto de interligação e revitalização do bairro é a ligação, por meio de escadas, rampas que ligam um pátio criado nos fundos de alguns prédios da Rua do Carmo ao Convento, com a criação de espaços públicos e valorização do patrimônio.

O projeto do centro histórico de Chiado é interessante para o presente trabalho pois mostra a revitalização de um centro histórico através de novos usos, novas conexões

(35)

22 entre os espaços públicos e qualificação desses espaços, trazendo vida de volta o bairro e a sensação de pertencimento das pessoas ao lugar, resgatando parte da identidade dos cidadãos.

Figura 14- Chiado: rampa de conexão do convento com a parte mais baixa do bairro

Figura 15- Chiado: rampa de conexão também é utilizada como espaço de estar

Fonte: www.designboom.com Fonte: www.designboom.com

Figura 16- Chiado: entrada do metrô executada na revitalização Figura 17- Chiado: conexão de duas ruas através da galeria criada

Fonte: www.architecturewithin.wordpress.com

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23

2.2.5 PROJETO NOVA LUZ

O projeto propõe a revitalização urbana da região da Luz em São Paulo, que hoje abriga a cracolândia é desenvolvido pela prefeitura e o consórcio Concremat Engenharia, Companhia City, Aecom Technology Corporation e Fundação Getúlio Vargas. Utilizando o conceito de cidade compacta, a ideia é transformar a área em uma nova centralidade, aonde atraia a população, tanto por lazer e serviços, mas também para a moradia. As principais diretrizes do projeto são a criação de portais para marcar as entradas da área, manter a malha urbana já existente e estabelecer conexões com o entorno para a melhorar a acessibilidade, a criação do sistema de espaços verdes interligados para trazer qualidade e identidade as ruas do conjunto e a implantação de usos mistos. Esse sistema de espaços verdes interligados é composto por: arborização, jardins de chuvas, praças e terraço jardim. Também é criado um

Figura 18- Chiado: rua exclusiva para pedestres Figura 19- Chiado: Largo Carmo, uma das praças de miolo de quadra. Sempre movimentada com bares e cafés. Fonte: www.architecturewithin.wordpress.com

(37)

24 sistema de espaços livres, estabelecendo conexões com o entorno e no interior da área de estudo através das tipologias de ruas criadas e das revitalizações e criações de praças.

Para melhor organização do espaço e acessibilidade na área são desenvolvidas seis tipologias de ruas interligando toda a área. São elas: bulevar, passeio cultural, mini anel viário, rua comercial especializada, rua local e rua com superfície compartilhada. As vias de automóveis foram setorizadas. O fluxo mais intenso de veículos fica localizado nas bordas da área de estudo, os empreendimentos empresariais de maior porte ficam localizados nos bulevares, aonde a caixa de rua é maior. A principal conexão com o restante da cidade é a avenida Rio Branco e a Rua Vitória.

Além disso, o projeto propõe a construção de novas edificações, revitalização do patrimônio histórico inserido na área e implantação de novos usos, como âncoras para atrair as pessoas. São implantadas quatro âncoras formando um conjunto com as já existentes, aonde acontecem dois setores residenciais, o centro de cultura e entretenimento e o polo de comércio e serviços (figura 23). As fachadas das edificações são projetadas de forma que os térreos sejam comerciais e voltados aos espaços públicos, tanto para as ruas quanto para os pátios internos, proporcionando permeabilidade visual e a sensação de um espaço contínuo. Também são utilizados os miolos de quadra como espaços públicos e semi públicos. Além disso, é proposta a valorização de edifícios marcantes já existentes e a criação de novos (figura 24), criando pontos focais e de interesse ao longo da área. Como a área de intervenção é bastante extensa, ela é subdividida em quatro setores para proporcionar a sensação pertencimento aos usuários atuais e novos, são eles: Nébias, Rio Branco, Triunfo e Mauá.

(38)

25 Para o presente trabalho esse projeto apresenta ideias interessantes de setorização com a implantação de âncoras de uso para trazer a proposta de cidade compacta e interessante e apresenta um levantamento de edificações históricas a serem restauradas (tanto o uso quanto as fachadas) e edificações que não possuem nenhum nível de preservação e receberam novos usos ou que serão reconstruídas, ideia interessante para aplicar no projeto já que também se passa num centro histórico.

Figura 20- Nova luz: potencias de conexão, áreas verdes, conexões com a cidade e âncoras

Figura 21- Nova luz: usos dos solos e gabaritos

Figura 22- Nova luz: rua Vitória

Fonte: Projeto Nova Luz - Prefeitura de São Paulo, 2011

Fonte: Projeto Nova Luz - Prefeitura de São Paulo, 2011

(39)

26

Figura 23- Nova luz: âncoras e conexões

Figura 24- Nova luz: potenciais de uso

Fonte: Projeto Nova Luz - Prefeitura de São Paulo, 2011

Fonte: Projeto Nova Luz - Prefeitura de São Paulo, 2011

(40)

27

INSERÇÃO DA ÁREA COM A

CIDADE

3.1 CONEXÕES DA ÁREA DE ESTUDO COM A CIDADE pg. 28

(41)

28 3.1 CONEXÕES DA ÁREA DE ESTUDO COM A CIDADE

A área de estudo está inserida no centro histórico de Florianópolis, delimitada pela rua Deodoro e avenida Hercílio Luz, no sentido Oeste/Leste e pela rua Arcipreste Paiva e avenida Paulo Fontes no sentido Norte/Sul. Ela possui proximidade e potencial de conexão com outras áreas que também apresentam potencial de revitalização urbana. Essas áreas são: a Beira Mar Norte, a praça Getúlio Vargas, o parque da Luz, a praça dos três poderes e a orla da baía sul, em frente a área de estudo. Se todas essas áreas forem revitalizadas e interligadas entre si a cidade ganha um grande sistema de espaços livres interligados, melhorando a infraestrutura dessa parte da cidade.

Contornando a área de estudo percebe-se quatro vias de grande importância e fluxo automobilístico da cidade. A avenida Beira Mar Norte, que guia o fluxo proveniente do norte e leste da ilha para o centro e também conecta o fluxo de saída e entrada do centro para as pontes da cidade. A rodovia Governador Gustavo Richard faz a conexão do sentido centro-sul da ilha e do centro com as pontes que ligam a Ilha ao continente, recebendo a demanda diária de entrada e saída da Ilha. A avenida Mauro Ramos faz a conexão Norte/Sul do centro, ligando a Avenida Beira Mar Norte com a avenida Governador Gustavo Richard além de possuir ligação com a avenida Hercílio Luz. A avenida Hercílio Luz guia o fluxo da região central para a avenida Mauro Ramos, embora ela possua menos movimento do que a avenida Mauro Ramos é um avenida bastante movimentada, abrigando, como nas outras citadas acima grande fluxo de automóveis, ônibus e pontos de ônibus (figura 24). Além do grande fluxo de automóveis a área de estudo recebe um grande fluxo diário de pessoas. Grande parte desse

(42)

29 fluxo chega o terminal e se distribui, principalmente pela porção oeste do centro histórico. A porção leste recebe também um considerável fluxo de pessoas, mas é um fluxo de passagem, rumo ao Hospital de Caridade, as edificações em volta da praça dos três poderes e ao Instituto Estadual de Educação (figura 25) .

Área de estudo

Áreas com potencial de revitalização

Rodovia Via arterial Via coletora Terminal Terminal Fluxo de pessoas Áreas de interesse Praça dos três poderes Hospital de Caridade IEE Legenda: Legenda: Continente Sul da Ilha Norte da Ilha

Figura 25- Potenciais de conexão da área de estudo

Legenda:

Área de estudo

(43)

30 PARQUE DA LAUZ LARGO DA ALFÂNDEGA CATEDRAL E PRAÇA XV DE NOVEMBRO PRAÇA GETÚLIO VARGAS IEE AVENIDA BEIRA MAR NORTE AVENIDA MAURO RAMOS HERCÍLIO LUZ RODOVIA GOVERNADOR GUSTAVO RICHARD

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31

HISTÓRICO

4.1 HISTÓRICO DA ÁREA pg.32

4.2 RUAS DE VALOR EVOCATIVO pg.35

(45)

32 4.1 HISTÓRICO DA ÁREA

A antiga Vila do Desterro foi fundado por Francisco Dias Velho no século XVII. O desenvolvimento do seu traçado urbano segue o conceito da plaza mayor, a praça de traçado retilíneo sege do ponto base do desenho, recebendo ao redor as edificações administrativas e a religiosa (Catedral). A partir da Praça XV, o centro urbano começa a ser edificado primeiro no sentido leste e Oeste beirando a praia, por questões topográficas. As áreas mais de terreno mais acidentado são edificadas depois. Na porção leste, atrás da Casa de Câmara e Cadeia era uma região de baixios (insalubre) e de pedreiras, deixando vazios urbanos. Por isso a porção leste possui edificações e desenhos de quadra de diferentes momentos históricos. A porção oeste, ao longo do século XVII e início do XIX recebe os portos da cidade, o que assegurou o comércio mais forte nessa porção do centro histórico.

A implantação da ponte Hercílio Luz na década de 1920, proporciona maior interesse na região oeste do centro histórico, que recebe a finalização do arruamento (da praça XV até a cabeceira da ponte) atraindo maior fluxo de pessoas e o comércio mais intenso. Na década de 1960, o crescimento urbano de Florianópolis aumenta rapidamente. Na década de 1970 é feito o aterro a baía sul, para criar suporte a ponte Colombo Salles (construída em 1975) e de abrigar edifícios administrativos e praças. Isso fez com que o centro histórico perdesse a relação direta com o mar e que se instituísse vários vazios urbanos nos lugares das praças propostas e nas sobras viárias.

(46)

33

Figura 28 -Desterro entre 1754 e 1774. Em cinza, arruamentos e praças existentes

Fonte: Florianópolis Memória Urbana

Figura 29- Desterro 1819. Em cinza, arruamentos e praças existentes.

Figura 30- Desterro entre 1908 e 1916. Em cinza arruamentos e praças existentes.

Fonte: Florianópolis Memória Urbana

Figura 31- Florianópolis em 1921. Em cinza arruamento e praças existentes

Fonte: Florianópolis Memória Urbana Fonte: Florianópolis Memória Urbana

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34

Fonte: http://geo.pmf.sc.gov.br/

Figura 32- Florianópolis 1957 Figura 33- Florianópolis 1977

Fonte: http://geo.pmf.sc.gov.br/

Figura 34- Florianópolis 1994 Figura 35- Florianópolis 2016 Fonte: http://geo.pmf.sc.gov.br/

Fonte: http://geo.pmf.sc.gov.br/ Fonte: http://geo.pmf.sc.gov.br/

(48)

35 4.2 VALOR EVOCATIVO DAS RUAS DO

CONJUNTO A LESTE DO CENTRO HISÓRICO

Uma das justificativas para revitalizar um centro histórico é a preservação da memória de um lugar, garantindo a sensação de identidade e pertencimento dessa população a cidade. As ruas também compõe a memória da cidade, a escolha dos nomes remetem a pessoas e/ou fatos importantes de um lugar. Falar do valor evocativo, memória, da porção leste do centro histórico de Florianópolis ajuda a entender e assegurar nossa história, por fim contribui a justificativa do quão relevante a área é para a cidade. Dentre as ruas que abrigam a porção leste as que passarão por breve análise são a João Pinto, Tiradentes, Fernando Machado, Saldanha Marinho, Antônio Luz, Nunes Machado e Victor Meirelles.

João Pinto: antiga rua da Augusta sempre foi composta por uso comercial, como era o lado oposto da alfândega não tinha o mesmo movimento. Da porção leste era a mais movimentada, enquanto a Tiradentes tinha uso predominante residencial . A rua perde sua força comercial na década de 1920, com a construção da ponte Hercílio Luz e com a construção da segunda ala do mercado público, a rua Conselheiro Mafra passou a ter mais importância, o comércio foi reforçada na porção oeste, o qual passou a receber um maior fluxo de pessoas.

Tiradentes: Antiga rua da cadeia, por causa da proximidade com a Casa de câmara e Cadeia. Além disso a rua também recebeu os nomes de Rua da Constituição e Rua do Fogo. O nome atual da rua é uma homenagem ao mártir da Independência Joaquim José da Silva Xavier.

(49)

36 Fernando Machado: antiga rua do Vigário. Leva o nome do Coronel Fernando Machado de Souza, nascido nessa rua, que lutou notoriamente e faleceu na Guerra do Paraguai. O nome da rua foi trocado e colocado em sua homenagem. Até a década de 1920 a casa aonde nasceu tinha uma placa de mármore identificando a casa como a do coronel assinada como homenagem da Guarnição Federal.

Saldanha Marinho : Homenagem ao advogado, político e escritor Joaquim Saldanha Marinho. A rua abrigava a Escola Normal ( Faculdade de Educação - UDESC) e o grupo Escolar Dias Velho.

Rua Antônio Luz: Nome em homenagem ao fiscal do comércio Antônio Ferreira Luz, abrigava o clube de regatas Aldo Luz e a sede do Clube Náutico Francisco Martinelli.

Nunes Machado: Antigamente conhecida como rua da Lapa, abrigava o instituto politécnico (escola do comércio) e o 5º Distrito Naval.

Victor Meirelles: antiga rua da Pedreira e rua dos artigos Belicós. O nome é uma homenagem ao professor e pintor Victor Meirelles de Lima que morou nessa rua.

(50)

37

ANÁLISE DA ÁREA

CAPÍTULO 5

5.1 SISTEMA VIÁRIO pg.38 5.2 USOS DO SOLO pg.40 5.3 GABARITOS pg.45 5.4 CHEIOS X VAZIOS pg.47 5.5 PÚBLICO X PRIVADO pg.49 5.6 ESPAÇOS PÚBLICOS E ESPAÇOS

CULTURAIS pg.50

(51)

38 5.1 SISTEMA VIÁRIO

A área de estudo é o ponto de conexão continente, centro-norte, centro-sul e o centro histórico com outras porções de centro urbano. Isso faz com que todos os dias a área receba um grande fluxo de carros e pedestres. Esse fluxo diário de automóveis é nessa proporção pelo fato do transporte público ser deficiente e insuficiente e pela falta de outras alternativas de transporte. A área até possui uma ciclovia na avenida Hercílio Luz, mas a ciclovia não tem continuidade, no final da avenida ela simplesmente termina.

A avenida Mauro Ramos, Governador Gustavo Richards e a avenida Beira Mar Norte, são as vias que circundam o centro histórico e as

CAPÍTULO 5

Arterial Coletora

Local

Uso exclusivo aos pedestres Compartilhadas

Conflitos Figura 36- Sistema viário

(52)

39 que recebem o maior número de veículos e velocidades mais elevadas. A avenida Hercílio Luz, coleta o fluxo de automóveis da porção leste do centro histórico, guiando-o para a avenida Mauro Ramos,a qual apresenta velocidade mais alta.

Dentro do centro histórico a velocidade permitida nas ruas é menor. O grande fluxo diário de pessoas, o conflito do uso de pedestres com o de automóveis e as ruas estreitas mudam o caráter da hierarquia viária nessa parte do centro urbano. Embora o carro ainda seja prioridade em alguns pontos, em outros pontos sua entrada é até proibida. A área já apresenta áreas exclusivas para pedestres, que acontecem no calçadão a oeste da Praça XV (rua Francisco Tolentino, Conselheiro Mafra, Felipe Schimidt, parte da Trajano e parte da Deodoro). A Leste a rua João Pinto, travessa Radicliff e a parte da Saldanha Marinho entre a rua Tiradentes e a rua Antônio Luz também possuem uso exclusivo para os pedestres. Além disso, a área já conta com ruas compartilhadas, como o caso da Vidal Ramos e do trecho da Trajano entre as ruas Vidal Ramos e Tenente Silveira, (figura 35).

Mesmo com a presença de ruas compartilhadas, ruas exclusivas para pedestre e ruas com baixa velocidade para veículos ainda existem pontos de conflitos de uso durante os horários comerciais. Na Praça XV percebem-se quatro pontos de conflitos, todos eles são em trajetos para cortar a praça. O quinto local de conflito fica na porção leste, perto do Colégio Energia. As calçadas da rua Tiradentes e a caixa de rua são muito estreitas, nos intervalos das aulas os alunos ocupam o espaço da rua, aonde continua passando carros, já que essa via faz a conexão da avenida Hercílio Luz com a Praça XV.

(53)

40 5.2 USOS DO SOLO

O centro histórico, de maneira geral, possui predominância de uso

comercial e muitas edificações

institucionais. Isso traz um perfil ao local, aonde o movimento de pessoas é forte em horário comercial, sendo que a noite e nos finais de semana o centro torna-se pouco movimentado.

A área de estudo pode ser subdividida em duas partes para análise. A porção oeste do centro histórico e a porção leste. A porção oeste é a que recebe o maior fluxo de pessoas, pela sua proximidade com o terminal e fazendo a ligação com o restante do centro urbano. Também é a porção com o comércio mais forte, contudo, o número de residências nessa área é

CAPÍTULO 5

Figura 36-Uso dos solos Comércio e serviços

Misto Residencial Institucional Área verde de lazer Legenda:

(54)

41 baixo, recebendo um fluxo somente de passagem. Ou seja, em horários não comerciais o lugar se torna vazio e desinteressante.

A porção leste recebe comércio, edificações mistas, o Colégio Energia e edificações institucionais. A quantidade de habitações é insuficiente para gerar o comercio de caráter vicinal e faltam usos que proporcionem o interesse de permanência na área. Além disso, a distância do terminal e a proximidade com os edifícios institucionais (IEE, prédios ao redor da praça dos três poderes e o Hospital de Caridade) que funcionam como âncoras de interesse, proporcionam o fluxo de passagem.

Mesmo com esses fatores, a porção leste apresenta características de uso muito específicas e que possuem grande potencial para trazer vivacidade a área. Hoje, essa parte do centro histórico já abriga algumas edificações de caráter cultural (Museu Victor Meirelles, MESC e Casa da Câmara e Cadeira que será um museu) além de abrigar uma quantidade significativa de Sebos na Rua João Pinto e alguns antiquários. Além disso, a área também abriga algumas galerias de arte (Galeria Vechietti) e alguns bares na travessa Radicliff, Kibelândia, bares pela rua Nunes Mchado e Vanguarda companhia de teatro que começam a trazer movimento a essa área em horários não comerciais e um caráter mais cultural a essa parte do centro histórico.

A própria população e os lojistas tem lutado pela revitalização da porção leste e aparecem iniciativas da prefeitura em consórcio com investidores particulares. A área também é conhecida pelo nome de Centro Sapiens, uma iniciativa em conjunto da Prefeitura de Florianópolis com o grupo Sapiens Parque para revitalizar essa parte do centro histórico por

(55)

42 meio de incentivos fiscais favorece a implantação de empresas de tecnologia. Posteriormente, o projeto fala da revitalização e restauração de edificações históricas tanto em uso como as fachadas e a implantação da fiação subterrânea. As atividades do MESC (Museu da Escola Catarinense ) com exposições, palestras, oficinas e com a presença do movimento Traços Urbanos, contribuem para os pontos de interesse da porção leste.

O Traços Urbanos é composto por arquitetos urbanistas e pessoas a favor da revitalização da porção leste do centro histórico, realizando atividades e oficinas pela área de modo que traga interesse da população pela área. Semanalmente, aos sábados, tem acontecido a feira de antiguidades na Rua João Pinto e a noite, os bares da travessa Radicliff fecham a rua Tiradentes, incluindo o espaço da rua aos bares. Todos esses incentivos, tanto particulares, como por meio de parcerias tem gerado movimento em diferentes horários, no sábado de manhã a João Pinto é mais movimentada do que durante o horário comercial. Mas há a necessidade do uso residencial e da criação do comércio vicinal, gerando permanência na região e contribuindo com esses usos em diferentes horários. Também nota-se a necessidade de um projeto que faça a interligação dessas iniciativas dentro da porção leste e que estabeleça a conexão dessa área com o restante do cento urbano.

Pela análise desse mapa conclui-se que é necessária a implantação de usos mistos, instituindo comércios vicinais para criar uma população permanente e que utilize a área de estudo em diferentes horários do dia. Também nota-se a presença de várias edificações de cunho cultural mas que necessitam serem interligadas umas as outras e com o restante do centro histórico, para isso, é necessário de um projeto urbano, que reúna todas as necessidades

(56)

43 e equipamentos que compõe a área de estudo, gerando espaços públicos de qualidade com térreos vivos.

Figura 38- Feira de antiguidades na João pinto

Figura 39- Travessa Radicliff Figura 40- Rua João Pinto as 17 hrs de quarta feira. Fonte: acervo pessoal autora Fonte: acervo pessoal autora Fonte: acervo pessoal autora

(57)

44

Figura 41- rua Antônio Luz: corredor criado pelo comércio do terminal Fonte: acervo pessoal autora

Figura 42- rua Tiradentes durante horário comercial Fonte: acervo pessoal autora

(58)

45 5.3 GABARITOS

As edificações do

conjunto histórico possuem alturas variadas. Mais próximo a Praça XV, a predominância de edificações históricas garantem a altura média das edificações de dois a quatro pavimentos. As regiões do centro histórico edificadas a partir da segunda metade do século XX possuem gabaritos mais altos. Isso acontece na Rua Tenente Silveira, Vidal Ramos e na porção noroeste do centro histórico.

Na porção oeste, a

existência de um número considerável de edificações históricas com nível de proteção estadual ou municipal, as edificações não protegidas seguem um gabarito de até 4 pavimentos, respeitando as alturas das edificações históricas. Contudo, há algumas construções anteriores a lei que determina altura de edificações em centros históricos e por isso há alguns casos de edificações com mais de 4

pavimentos, as quais acabam

chamando muita atenção no conjunto

CAPÍTULO 5

Figura 43- Gabaritos Legenda: 1 pavimento 2 pavimentos 3 pavimentos 4 pavimentos Mais de 4 pavimentos

(59)

46 histórico. Na porção leste, percebe-se

variadas alturas para as edificações. Isso acontece devido as diferentes datas de construção do conjunto. Atrás da casa de Câmara e Cadeia os terrenos eram em áreas de baixios, regiões insalubres, o que gerou muitos vazios urbanos. Com o passar do tempo as técnicas construtivas desenvolvidas conseguem vencer as dificuldades do terreno, e as edificações levam características do seu momento arquitetônico, por isso a diferença de gabaritos.

Figura 44 -Diferenças de gabaritos na porção leste. As estreitas ruas com os altos edifícios formam os cânions urbanos. As ruas se tornam estreitas e sempre sombreadas . Fonte: https://earth.google.com

Figura 45- Diferença de gabaritos na porção oeste

Figura 46- Diferença de gabaritos na área de estudo

Fonte: https://earth.google.com

(60)

47 5.4 CHEIOS X VAZIOS

No centro urbano a

maioria dos vazios urbanos são formados pelos espaços de praças e pelas ruas. A morfologia urbana do

centro histórico remete aos

primórdios da sua edificação, com edificações que ocupam as testadas do lotes, com ruas ortogonais partindo da praça, que seria o ponto de início do traçado urbano. Para a análise da área pode-se subdividir a região em quatro partes: norte, leste, oeste e sul.

As edificações históricas ocupam as testadas dos lotes, e com o passar dos anos o miolo desses terrenos vai sendo totalmente ocupado. Há pouca presença de vazios, ficando restritos as ruas, ao estacionamento do DEINFRA e ao

CAPÍTULO 5

Legenda: Cheio Vazio Vazio Vazio Figura 47- Cheios e vazios

(61)

48 jardim do Palácio Cruz e Souza. Mesmo assim, percebe-se a presença de vazios urbanos na parte do calçadão, no largo da alfândega e no centro do Mercado Público, que compõe um importante espaço público do centro urbano.

A porção leste também é bastante densa, apresentando como espaços vazios as ruas, alguns lotes com afastamentos laterais que possibilitam e ligação de uma quadra a outra e as quadras com edificações institucionais, como a do MESC e a do Ministério da Fazenda possuem seus miolos de quadra vazios, abrigando estacionamentos. A leste da Avenida Hercílio Luz, aonde está implantado o IEE e a praça dos três Poderes percebe-se outra tipologia de morfologia urbana, aonde os espaços não edificados são compostos pelas ruas e pelos vazios dos lotes, as edificações são soltas nos terrenos, o que representa outro período do desenvolvimento urbano, o Modernismo.

A porção norte, com exceção da quadra da Catedral e da quadra do Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), a morfologia urbana é representada por quadras bastante edificadas com edificações que ocupam praticamente todo o lote, os espaços não edificados (vazios) são representados pelas ruas e alguns recuos das edificações.

A porção Sul apresenta a característica de outro período do desenvolvimento urbano. A área do aterro, a última a ser consolidada, é composta por várias áreas de vazios, sendo quase que exclusiva à implantação da malha viária. As poucas edificações são isoladas e não possuem continuidade com o traçado urbano do centro histórico, de forma que há a sensação de continuidade da porção sul com o restante do centro.

(62)

49 5.5 PÚBLICO X PRIVADO

A área de estudo abriga espaços privados, públicos e públicos de acesso controlado. Os espaços públicos são compostos pela praça em frente a Catedral, Largo da Alfândega, Praça XV de Novembro, a Praça Fernando Machado e aos espaços das rua. Essas áreas públicas já são muito utilizadas pela população, o que falta é a qualificação e interligação desses espaços. Ainda que a maior parte da área seja composta porta por lotes privados, a proporção dos espaços públicos com os públicos de acesso controlado ocupam uma porção considerável do centro histórico. As edificações públicas de acesso controlado são compostas pelos edifícios institucionais, apresentando grande potencial para novos usos,compondo um sistema de espaços livres interligados entre si de forma que ofereçam um espaço público contínuo de qualidade.

CAPÍTULO 5

Privado

Público de uso controlado Público

Legenda:

(63)

50 5.6 ESPAÇOS PÚBLICOS E ESPAÇOS CULTURAIS

O local possui um

quantidade significativa de espaços públicos utilizados pela população e alguns edifícios de uso cultural, mas falta qualificação desses espaços e interligação entre eles. Próximo a área de estudo também está localizada a Fundação BADESC e o teatro UBRO, que potencializam e expansão do circuito cultural para outras partes do centro histórico.

As edificações de uso

cultural de maior destaque são o Palácio Cruz e Souza, Casa de Câmara e Cadeia, o Centro Cultural da Marinha de Santa Catarina, o MESC (Museu da Escola Catarinense), Museu Victor Meirelles, BRDE, o TAC (Teatro Álvaro de Carvalho), o Mercado Público e a Alfândega. Além disso, na região do Sapiens Centro há um caráter de uso cultural, a área abriga algumas

CAPÍTULO 5

Legenda:

Espaços públicos utilizados Edificação de uso cultural

Palácio Cruz e Souza TAC

Museu Vitor Meirelles Forte Santa Bárbara

MESC Casa de câmara e

cadeia

BRDE

(64)

51 das edificações citadas anteriormente, bares, a Vanguarda Companhia de Teatro e galerias de arte, como a galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vicchetti, a galeria Átila Alcides Ramos, Parque Gráfico - feira de arte impressa.

A área de estudo abriga espaços públicos já utilizados pela população, aonde além de funcionar como passagem exercem função de estar como feiras e atividades culturais (feiras). O centro histórico abriga a Praça XV de Novembro, a praça Nunes Machado, a praça da Catedral e o calçadão por essa quadra, o Largo da Alfândega, o calçadão da porção Oeste, a rua João Pinto, Travessa Radicliff e a avenida Hercílio Luz. A avenida Hercílio Luz possui um espaço de estar que funciona como um parque linear, aonde as pessoas utilizam o espaço tanto como passagem como espaço de estar nos finais da tarde e finais de semana.

A porção Leste do centro histórico, abriga a rua João Pinto e a Travessa Radicliff. Na João Pinto acontece ao sábados a feira viva durante o dia. A noite, os bares da Travessa Radicliff fecham a rua Tiradentes, tornando-a exclusiva para pedestres e integram o espaço da rua ao ambiente dos bares. Além disso, nessa área, acontecem oficinas guiadas pelo grupo Traços Urbanos que oferecem aos participantes viverem essa parte da cidade.

A proximidade desses espaços públicos utilizados com as edificações de uso cultural facilitam a criação de um circuito cultural, já que o local é utilizado pela população. Falta criar atividades culturais nos edifícios já existentes, criar novos pontos de interesse cultural, conectar e requalificar esses espaços para a criação do circuito cultural contínuo. Oferecendo usos em diferentes horários, implantando usos que gerem permanência e criando térreos vivos.

(65)

52 5.7 LEGISLAÇÃO

Seguindo o plano diretor de 2014, é observado que a área de estudo tem predominância do uso de área mista central (AMC) com altura de até 10 pavimentos e taxa de ocupação de 50% do lote.

Os gabaritos permitidos são extremamente elevados para a região central que apresenta caixas de ruas tão estreitas.

As áreas de verdes de lazer, juntamente com as áreas

resevadas a usos institucionais tornam viável o projeto, pois há

espaços pertencentes a prefeitura que podem ser requalificados e integrados a proposta de revitalização dos espaços públicos e da poção leste do centro histórico.

CAPÍTULO 5

(66)

53

PROPOSTA

6.1 PROPOSTA pg.54

6.2 DIRETRIZES DE CONEXÃO COM O ENTORNO pg.54

6.3 DIRETRIZES PARA O ENTORNO pg.56

6.4 INTERIOR URBANO pg.61

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