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Conforme largamente noticiado, os preços dos combustíveis foram liberalizados a partir de 1 de Janeiro de 2004.

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N º 2 6 - J a n e i r o 2 0 0 4

Conforme largamente noticiado, os preços dos combustíveis foram liberalizados a partir de 1 de Janeiro de 2004.

Por uma questão de rigor, deveria antes dizer-se que se completou o processo de liberalização que tinha sido interrompido, e que manteve até agora a gasolina 95 e o gasóleo rodoviário sob o Regime de Preços Máximos de Venda ao Público.

E importa também referir que, ao contrário do entendimento quase generalizado, estes combustíveis não eram todos vendidos ao Preço Máximo fixado pelo Governo.

Cerca de 25% dos consumidores clientes dos Postos das Redes das Associadas da APETRO adquiriam produtos com descontos, beneficiando das condições de diversos cartões ao seu dispor – tipo cartão frota, cartão empresa, cartão institucional, cartão fidelização e muitos outros.

E é também de registar que muitos dos postos das Redes das nossas Associadas praticavam já descontos para o consumidor em geral.

Ou seja, a precepção de que todos os Postos praticavam o mesmo preço e que não haveria concorrência, estava longe de ser real.

Mas agora, com a liberalização total, é natural que as atenções se dirijam para os preços que cada um pratica e, portanto, parece-nos útil relembrar a composição dos preços ao consumidor e quais os parâmetros que os condicionam.

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Esta composição era, nas três primeiras semanas de Janeiro, a seguinte:

Ou seja, somente 30% do custo de 1 litro de gasolina e 41% do custo de 1 litro de gasóleo é que estão relacionados com o mercado petrolífero propriamente dito.

Mas é importante notar que a componente dominante destes custos resulta directamente do valor do crude no mercado internacional, sobre o qual as empresas associadas da APETRO não têm qualquer influência. O restante diz respeito ao ISP (imposto sobre produtos petrolíferos) e ao IVA (que é de 19%). Será também de interesse ver como neste aspecto da fiscalidade se posiciona Portugal em relação aos restantes países da UE:

Composição do Preço Médio de Venda ao Público (Janeiro 2004)

Gasolina sem Chumbo 95 Gasóleo Rodoviário

ISP - 54% IVA - 16% Preço Livre de Impostos e Taxas 30% Preço Livre de Impostos e Taxas 41% IVA - 16% ISP - 43% ISP + IVA na EU (Janeiro 2004) ¤/1000 lt.

Gasolina sem Chumbo 95

Grácia

Espanha

Luxemburgo

Áustria Irlanda Portugal Bélgica Suécia Itália França

Dinamarca Finlândia Alemanha Reino Unido Holanda 400 300 200 100 0 Portugal Gasóleo Rodoviário 700 600 500 900 800 Luxemburgo Grécia Espanha Por tugal Bélgica Áustria

Finlândia Holanda Irlanda

Dinamarca

Suécia Itália França

Alemanha Reino Unido 400 300 200 100 0 Portugal 700 600 500 900 800

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da cotação do crude

do custo dos produtos acabados

do custo da moeda em que é transaccionada do custo do transporte

do custo da armazenagem

do custo das reservas obrigatórias das margens das Companhias das margens dos Revendedores

Para a APETRO, sendo o Governo, como é, eleito por voto expresso dos eleitores, tem toda a legitimidade para fixar a fiscalidade dos combustíveis da forma que, no seu julgamento, melhor serve os interesses da economia do país.

Portanto, por nós, este aspecto nunca foi nem será comentado.

Resta-nos, portanto, a componente do “preço livre de impostos e taxas”, cuja variação - assumindo a fiscalidade constante – vai determinar o preço na bomba de abastecimento.

De que depende este “preço livre de impostos e taxas” ?

O custo do crude é, como se sabe, muito volátil e impossível de prever mesmo a curto prazo. Qualquer alteração geopolítica, sobretudo no Médio Oriente, dá origem a oscilações a maior parte das vezes baseada não em factos reais relacionados com a produção, mas com factores psicológicos relacionados com as expectativas de natureza política e económica.

Neste momento as cotações do Brent estão na banda dos 31/32 dólares por barril quando, um mês atrás, estavam nos 29/30 dólares por barril.

O custo dos produtos refinados está directamente relacionado com o custo do crude, mas vai para além disso.

O preço spot traduz a realidade da relação diária da oferta/procura sobre um conjunto de produtos que inclui essencialmente as gasolinas, gasóleo, combustíveis de aviação e combustíveis de aquecimento.

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Dado que todos são produzidos por via de refinação do crude, a pressão do mercado sobre qualquer um deles terá ressonância nos restantes.

Também nos produtos estamos numa situação de tendência altista – em meados de Janeiro a gasolina e o gasóleo estavam cerca de 20 dólares por tonelada mais caros que no início do mês.

O terceiro elemento essencial é a paridade Euro/dolar que nos tem sido favorável e vai absorvendo algum do impacto das subidas do crude e dos produtos.

E são, portanto, estes três factores que vão determinar as variações – para cima ou para baixo – dos preços dos combustíveis nos nossos Postos de Abastecimento.

Todos os restantes componentes são custos de natureza logística ou margens comerciais que, por força da forte pressão concorrencial que o mercado neles exerce, não têm elasticidade para absorver variações que se verifiquem a montante do sistema.

No anterior regime de fixação de Preços Máximos de Venda ao Público as alterações no mercado nacional eram feitas “à posteriori”, com base na forma como os mercados tinham reagido nas 4 semanas anteriores. E, daí, termos estado frequentemente em contraciclo e transmitido uma falsa impressão de imobilidade, uma vez que os preços eram fixados para um período de um mês.

Com a liberalização total, as alterações terão que se produzir em tempo real, ie, em coincidência com as alterações verificadas nos mercados internacionais de crude e de produtos refinados.

É por isto que passaremos a ver alterações frequentes nos preços, e a sua diferenciação de posto para posto.

Em resumo:

Os preços dos combustíveis nos Postos de Abastecimento são influenciados por vários factores que incluem impostos, taxas, os preços do crude e dos produtos refinados e concorrência;

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A liberalização tem sido alvo de grande atenção por parte de governantes, consumidores e media.

Daí ser importante darmos a conhecer a sua envolvente e acompanharmos o seu desenvolvimento.

Dentro de alguns meses publicaremos, portanto, nova FOLHA DE OPINIÃO analisando o comportamento das variáveis que aqui enunciámos e a forma como se relacionaram com os preços ao consumidor, desde 1 de Janeiro deste ano.

PVP Médio livre de Impostos e Taxas na EU (Janeiro 2004) ¤/1000 lt.

Gasolina sem Chumbo 95

França

Reino Unido

Finlândia Alemanha Por

tugal

Bélgica Irlanda

Espanha Suécia Áustria Dinamarca Luxemburgo Itália Grécia Holanda 400 300 200 100 0 Portugal

Gasolina sem Chumbo 95

França

Reino Unido Dinamarca Alemanha

Grécia

Por

tugal

Finlândia Bélgica Áustria

Luxemburgo

Espanha Holanda Irlanda Suécia

Itália 400 300 200 100 0 Portugal

Em Portugal, os impostos e taxas são responsáveis por cerca de 70% do custo de um litro de gasolina e cerca de 60% de um litro de gasóleo;

A concorrência em Portugal tem forçado os preços para níveis baixos, com a consequente compressão de margens das Companhias Operadoras;

O resultado é que, nas primeiras semanas de Janeiro, os preços de venda ao consumidor – livres de impostos e taxas – foram, comparativamente com os outros países da UE, o que o gráfico a seguir ilustra.

Referências

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