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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO DESPACHO

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

DESPACHO

Referência: 23480.022158/2013-11

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação requerido à Universidade Federal do Espírito Santo pelo .

Senhor Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União,

1. O presente Despacho trata de solicitação de acesso à informação pública, com

base na Lei nº 12.527/2011, formulada pelo , em 08 de

fevereiro de 2013, o qual requereu à Universidade Federal do Espírito Santo, doravante UFES, o que se segue:

“Solicito informação sobre o processo número 2368.712742/2010-82 que está parado no setor Serviço médico–pericial-SAC da UFES tendo seu último movimento 24/03/2010.” Da Cronologia dos fatos

2. No dia 21 de fevereiro de 2013, a UFES responde ao requerente por meio de Memorando com o seguinte conteúdo:

“[...] A Junta Pericial do Trabalho (JPT) está engajada desde o início de 2012 na determinação da Controladoria-Geral da União (CGU) de revisão de todos os laudos técnicos referentes à insalubridade, periculosidade e radiação de forma que sejam adaptados consoante a legislação em vigor. Dessa forma, os processos administrativos presentes na JPT, cujos laudos se enquadram conforme a determinação da CGU, estão aguardando o envio do processo de revisão de acordo com o planejamento da JPT. O processo administrativo n.º 23068.001453/2013-05 relativo à revisão do laudo técnico do servidor foi enviado ao Departamento de Física em 18 de fevereiro de 2013. A JPT está aguardando o retorno do processo para prosseguimento do mesmo.[...]”

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3. Inconformado com a resposta da UFES, o requerente, em 21 de fevereiro de 2013, interpõe recurso em primeira instância com o seguinte conteúdo:

“Continuo sem receber informações sobre o porquê o processo 23068.712742/2010-82 ficou parado quase 3 anos no serviço médico pericial sac da UFES. Cabe ressaltar que chega a beira do absurdo um processo ficar parado durante esse tempo todo dentro de uma repartição pública federal. Quanto ao processo informado na resposta da instituição essa solicita informações sobre atividades realizadas nos laboratórios. Pergunta-se: 3 anos para solicitar tais informações.”

4. Em 26 de fevereiro de 2013, registra a UFES resposta ao recurso do cidadão na forma de Memorando da Junta Pericial do Trabalho enviado à Ouvidoria Geral da instituição de ensino, a saber:

“[...] O servidor ingressou com um processo administrativo solicitando a alteração de seu adicional ocupacional em março de 2010. A Junta Pericial do Trabalho (JPT) apresenta algumas situações que devem ser esclarecidas, são essas:

1. No ano de 2009 abriu-se um processo licitatório para contratação de uma empresa que realizasse as medições de agentes físicos e químicos, visto que existiam na JPT inúmeros processos que dependiam de tais procedimentos para serem analisados. Após várias tentativas, uma vez que a licitação foi considerada deserta por falta de empresa interessada, em fevereiro de 2010 se conseguiu finalizar e ter uma empresa contratada para tal fim. Contrato esse que finalizou em fevereiro de 2012;

2. Em março de 2010, ao iniciar os trabalhos, houve um movimento grevista, que durou aproximadamente 4 meses [...]

3. [...] possuímos na equipe apenas 2 (duas) técnicas de segurança do trabalho para atendimento de toda demanda processual [...]

4. A JPT é responsável por uma demanda considerável de servidores/docentes [...] 5. A JPT atende ainda à Procuradoria Geral da UFES, no sentido de elencar

subsídios para defesa em Processos Judiciais, situações às quais, dependendo dos pedidos contidos na exordial, demandam tempo e análise [...]

6. A JPT atende ainda aos Pedidos de Caracterização de Atividades Especiais [...] 7. Em 2011, a Controladoria-Geral da União determinou que a JPT revisasse todos

os laudos técnicos referentes à insalubridade, periculosidade e radiação de forma que sejam adaptados consoante a legislação em vigor (mais de 800 laudos periciais), trabalho esse desenvolvido até o presente momento [...]

8. Devido à demanda de revisão de laudos com alguma especificidade, como a exposição à radiação que é o caso do servidor , a JPT solicitou um curso sobre esse tema, que foi ministrado em novembro de 2012 [...]

Diante do exposto, reiteramos que, devido às limitações desse setor, alguns processos de servidores que aguardavam a avaliação do pedido de caracterização de insalubridade/periculosidade/gratificação por raios x foram realocados dentro do planejamento da JPT de revisão dos laudos periciais [...]”

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5. A resposta da UFES não é suficiente para remover o inconformismo do cidadão que, em 26 de janeiro de 2013, interpõe recurso de segunda instância:

“Gostaria de saber principalmente como fica o processo com relação a lei 11.457 de 2007 no seu artigo 24. A lei 9784 artigos 49 e 59. Decreto 70.235 artigo 4. E o artigo 5 - LXXVIII da Constituição.”

6. Ao recurso de segunda instância a UEFS, em 07 de março de 2013, responde como segue:

“[...] A partir da demanda provocada pelo servidor voltada para alteração do seu adicional ocupacional, foram realizadas diversas reuniões pela JPT. Contudo, houve controvérsia de entendimentos por parte dos, até então, membros da JPT acerca do assunto o que inviabilizou a conclusão do processo. Persistiram dúvidas em relação à possibilidade de concessão da gratificação por Raio-X, dado que, com base nas medições realizadas pela CNEN, que é o órgão especializado no assunto, as atividades do servidor foram enquadradas para os fins especificados no Decreto nº 877.

É importante destacar que a nova composição da Junta Pericial do Trabalho e o curso de capacitação sobre o tema que foi ministrado em novembro de 2012 por um docente da UFES possibilitaram a aquisição de conhecimentos específicos na área. Tais fatos aliados com o processo de revisão nº 23068.001453/2013-05 possibilitarão uma análise mais pormenorizada com a finalidade de emissão de um novo Laudo Técnico para o

servidor .

Caso o servidor se enquadre em todas as exigências previstas no Decreto nº 81.384, de 22 de Fevereiro de 1978 e na Resolução nº 03/1986 do Conselho Universitário da UFES, poderão as atividades do mesmo serem enquadradas para a percepção da gratificação por Raio-X.".

7. Permanecendo inconformado, o requerente acorre em terceira instância à CGU, em 07 de março de 2013, repisando o pedido original da seguinte forma:

“As resposta dadas ate o momento pela instituição não informam por que o processo ficou parado 3 anos no serviço medico - SAC. Sendo que nos dados funcionais dentro do siape consta trabalho com Raios-X desde 01/03/2005. A instituição não respondeu por que não observou o cumprimento dos prazos legais tais como art. 5 da constituição LXXVIII, Lei 9784 art. 49 e 59 e principalmente lei 11.457 art. 24. Ate o momento não se fez referencia ao fato do processo está parado em "cima de uma mesa" do dia 23/03/2010 ate o dia 25 25/02/2013. Cabe ressaltar que esta situação chega a beira do absurdo dentro de um órgão federal (que diz prezar que qualidade dos serviços prestados). Nesta situação o que parece é que se não tiver funcionário ou um ente qualquer para realizar a tarefa o processo ficará parado indefinidamente?”

8. De forma a obter informações complementares sobre o andamento do pedido, a CGU acionou a UFES que, em resposta eletrônica de 25 de abril de 2013, informou não haver informações adicionais.

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É o relatório,

Análise

9. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva, no dia 07 de março de 2013, dado que a decisão do Recurso de 2ª Instância foi expedida em 07 de março de 2013. O Recurso foi recebido na esteira do disposto no caput e §1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis:

Lei nº 12.527/2012

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:

(...)

§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à

Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão

impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012

Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.

10. Quanto ao mérito, a presente demanda versa sobre o andamento de processo administrativo de interesse do requerente, protocolado na UFES e cujo conteúdo trata de vantagem de adicional de periculosidade por exposição à radiação. Trata-se, portanto, de demanda de cunho administrativo de interesse pessoal de servidor público.

11. A Lei n.º 12.527/2011 não é competente para resolver questões administrativas pessoais de servidores públicos em face dos seus órgãos de lotação/exercício. Entende-se que por conta de falhas estruturais e dificuldades no fluxo de informações internas, muitas das demandas administrativas acabam não sendo atendidas tempestivamente, situação que gera ansiedade ao servidor. Daí a busca pelo canal da LAI.

12. Não obstante essas considerações, cabe fazer o confronto entre o quanto solicitado e o quanto suprido pela UFES no recurso sob exame. Inicialmente e de forma objetiva, o demandante requer informação sobre processo de seu interesse. A resposta da UFES aponta resumidamente a situação do processo. Ocorre que a insatisfação do requerente é demonstrada por demanda mais específica, ou seja, solicita as razões de suposta demora no tratamento de sua demanda administrativa. Aqui já não mais interessa o andamento do processo e sim os motivos do longo prazo em que o processo permanece sem solução.

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13. De início, é possível identificar sensível mudança no objeto do pedido, porém, essa alteração não foge completamente do escopo pretendido pelo requerente. Assim aparenta entender a própria UFES que, em respostas aos recursos de primeira e segunda instâncias, passa a explicar o lento processo de análise de processos que envolvem a sua Junta Pericial do Trabalho e as dificuldades por que passa aquela unidade de perícia. 14. Está correto o cidadão requerente quando alega que a demora no atendimento de sua demanda administrativa fere preceitos legais, particularmente aqueles contidos nos artigos 49 e 59 da Lei N.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.

15. Entretanto, como mencionado no parágrafo 11, não há como demandar da LAI, de forma imediata, o poder para tornar mais célere e eficiente os fluxos administrativos internos dos órgãos públicos. Esse desejo pode ser alcançado de forma indireta a partir da frequencia em que esses mesmos órgãos passam a responder as demandas que lhes chegam.

16. Ao analista, salvo melhor juízo, parece clara a explicação da UFES quando expõe a situação atual do processo administrativo de interesse do requerente. Por outro lado, cabe ainda frisar, as explicações da instituição de ensino não a eximem de observar os prazos do processo administrativo, tampouco solucionam possíveis falhas administrativas ou de gestão que porventura concorram para os atrasos expostos aqui.

17. Em resumo, conclui-se que:

1) O pedido abrange conteúdo de demanda administrativa pessoal de servidor público (parágrafos 1 e 10);

2) Há sensível alteração do objeto, porém sem comprometimento da demanda objetiva, fato também assim compreendido pela UFES (parágrafo 13);

3) As respostas e explicações da UFES levam a entender a situação atual do processo administrativo de interesse do requerente, mas não justificam possíveis falhas de gestão, que mesmo não sendo da alçada desta análise, merecem ser mencionadas (parágrafos 4, 6 e 16).

Conclusão

18. De todo o exposto, opina-se pelo conhecimento do recurso, porque interposto regular e tempestivamente, e pela PERDA DO OBJETO, uma vez que as informações sobre o andamento do processo e as justificativas atendem com razoabilidade o quanto solicitado.

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União

Folha de Assinaturas

Referência: PROCESSO nº 23480.022158/2013-11

Documento: DESPACHO nº 4861 de 25/06/2013

Assunto: Despacho sobre recurso de 3ª instância no âmbito da LAI

Ouvidor-Geral

Assinado Digitalmente em 25/06/2013 JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO

Signatário(s):

Encaminhe-se ao Exmo. Sr. Ministro Chefe desta Controladoria-Geral da União, Dr. Jorge Hage Sobrinho, a fim de subsidiar e, acolhendo-se o presente Despacho, atribuir fundamento a sua decisão.

Relação de Despachos:

Assinado Digitalmente em 25/06/2013 Ouvidor-Geral

JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO

Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 288458a8_8d03ff179e05810

Referências

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