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Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

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Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União

PARECER

Referência: 03950.001198/2014-10

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Restrição de

acesso: Não há restrição de acesso Providências

adicionais Encaminhar à CGCID – Denúncia/Reclamação

Ementa: Cidadão faz denúncia sobre eventual irregularidade na criação de cargos no plano de cargos e salários da empresa pública - Alega ausência de resposta do recorrido - A demandada alega que a informação já foi entregue - Não conhecimento do recurso. Denúncia. Fora do escopo da LAI – Recomendações: Impossibilidade de se identificar a autoridade responsável. O recorrido deve indicar em suas respostas a autoridade responsável e o prazo para interposição de recursos – Tratamento de denúncia pela CGCID.

Órgão ou entidade recorrido (a):

VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Recorrente: M. O. D.

Senhor Ouvidor-Geral da União,

1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado:

RELATÓRI

O Data Teor

Pedido 18/06/20

14 “Conforme Plano de Cargos e Salários (Oficio 1265/DEST-MP e

OFICIO 759/2012/SE/MT) indicado como resposta a um questiona-mento via portal da transparência e postado no site insitutucional da empresa Valec: "O limite para livre provimento fica fixado em 26 cargos, sendo 10 Assessores e 16 dos demais cargos comissionados de funções gerenciais"

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de 2013, autorizou a criação de 93 cargos comissionados.

Assim, incorre em ilegalidade esta criação. Solicito justificativas para tal ato da empresa que contraria o autorizado pelo DEST-MP.”

Resposta Inicial

15/07/20 14

A título de resposta, em síntese, a VALEC informou o seguinte:

“Trata de solicitação, pelo Sr. M. O. D., acerca da justificativa de autorização do quantitativo de 93 (noventa e três) cargos comissio-nados.

Informo que no âmbito das atribuições do DEST, por meio do Ofício 1265/DEST-MP, de 20/12/2012, foi aprovada a implementação do novo PCC – Plano de Cargos e Salários, alterando o quantitativo de cargos comissionados para 93 (noventa e três).”

Recurso do cidadão à Autoridade Superior 17/07/20 14

Insatisfeito, recorreu o cidadão alegando:

“De acordo com Ofício nº 1265/DEST-MP de 20/12/2012, publicado no site institucional da VALEC no endereço

http://www.valec.gov.br/documentos/PlanodeCargoseSalariosVA-LEC.pdf existe a autorização oficial para a criação de “26 cargos, sendo 10 Assessores e 16 dos demais cargos comissionados de fun-ções gerenciais”.

Desta forma, reitero o pedido inicial.”

Resposta do Recurso encaminhad o à Autoridade Superior 04/08/20 14

Em resposta a empresa demandada trata o pedido de acesso à informação a que se refere este Parecer de forma equivocada, indicando número de pedido de informação diverso e aduzindo fatos não condizentes com a solicitação registrada sob o nº 03950.001198/2014-10. Recurso do cidadão à Autoridade Máxima 04/08/20 14

Nas alegações de recurso à autoridade máxima, também se equivoca o cidadão aduzindo que “não há custos para fornecimento de cópias

digitalizadas.” e reitera o pedido de solicitação de “cópias digitalizadas dos documentos em questão”, estando tal alegação,

notadamente, fora do pedido inicial. Resposta do Recurso encaminhad o à 18/08/20 14

Em resposta ao recurso à autoridade máxima, a empresa pública assim se manifestou:

“5. No caso em questão, o cidadão requer esclarecimentos que outrora já foi respondido e não informações já disponíveis.

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Autoridade Máxima

quadro da VALEC, atualmente, foram criados com autorização do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais – DEST, órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), a quem foi delegada esta competência por meio do artigo 8º do Decreto 8.189/2014. Este, por sua vez, regulamenta a competência do MPOG estabelecida na Lei 9.649/1998, artigo 14, inciso XIV, alínea “h”.

7. Assim, os cargos comissionados que integram a estrutura permanente da empresa estão abarcados pelo Plano de Cargos Comissionados (PCC), aprovado em dezembro de 2012 pelo Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (DEST).” Recurso do cidadão à CGU 18/08/20 14

No seu recurso à CGU, aduz o cidadão:

“A empresa diz que sempre respondeu aos questionamentos e encaminhou as cópias digitalizadas, agora que chega-se ao ponto em que podemos encontrar ilegalidades, faz de tudo para dificultar o acesso a informação. Peço para que a CGU apure.”

Instrução do Recurso

23/09/20 14

Uma vez que o recurso à CGU veicula suposta denúncia referente a eventual irregularidade, foi realizada consulta junto à Coordena-ção-Geral de Atendimento ao Cidadão e à Cidadã - CGCID, integran-te da estrutura da Ouvidoria-Geral da União, a fim de verificar a pos-sibilidade de conceder tratamento de denúncia ao pleito do cidadão. Em resposta, a referida Coordenação-Geral informou que há registro de denúncia, envolvendo o mesmo órgão, habilitada e tramitada para a SFC/DITRA, para fins de apuração de possíveis irregularidades na ocupação de cargos no âmbito da Recorrida. Recomendou, por fim, que, após o encerramento do parecer pela CGRAI para o pedido de acesso em tela, seja este encaminhado à CGCID como subsídio para a complementação dos fatos denunciados anteriormente.

É o relatório. Análise

2. Registre-se que o Recurso foi apresentado à CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput do art. 16 da Lei nº 12.527/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, in verbis:

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Lei nº 12.527/2011

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:

(...)

Decreto nº 7724/2012

Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.

3. Ainda preliminarmente, é de se destacar que o Serviço de Informações ao Cidadão da VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, não informou ao cidadão, em qualquer das instâncias, a possibilidade e prazo de recurso, com indicação da autoridade competente para apreciá-lo, em descumprimento ao artigo 19 do Decreto nº 7.724/12, conforme transcrição abaixo:

Decreto n° 7.724/12.

Art. 19. Negado o pedido de acesso à informação, será enviada ao requerente, no prazo de resposta, comunicação com:

I - razões da negativa de acesso e seu fundamento legal;

II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da autoridade que o apreciará; e

III - possibilidade de apresentação de pedido de desclassificação da informação, quando for o caso, com indicação da autoridade classificadora que o apreciará.

4. No caso em análise, observa-se que a autoridade que proferiu a resposta inicial foi a mesma que proferiu as decisões de ambos os recursos interpostos pelo cidadão, em ofensa literal ao Art. 21, caput e Parágrafo Único, do Decreto nº 7.724/2012. Tal dispositivo legisla no sentido de que o primeiro recurso é apresentado à autoridade hierarquicamente superior àquela que adotou a primeira decisão, e o segundo recurso é apresentado à autoridade máxima do órgão ou entidade.

5. Contudo, em que pese a irregularidade constatada, a CGU – Controladoria Geral da União tem entendido de forma reiterada que per si tal fato não pode viabilizar a declaração de nulidade das manifestações do órgão em instâncias recursais, sob pena de atribuir ônus única e exclusivamente ao cidadão, sujeito cuja Lei de Acesso a Informação - LAI visa assegurar direitos, além de ferir os princípios da economia processual e da eficiência administrativa.

6. É importante destacar que a não orientação quanto às possibilidades recursais disponíveis tanto na LAI quanto em seu Decreto regulamentador pode impedir o interessado de tomar conhecimento sobre a legitimidade de impetrar recursos contra decisões do Poder Público, negando

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se rememorar que a não observância das normas legais por parte dos servidores públicos pode levar a responsabilização administrativa dos mesmos.

7. Por essas razões, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais, especialmente no que tange ao atendimento dos artigos 19 e 21 do Decreto 7.724/2012.

8. Quanto a análise do recurso apresentado pelo cidadão à CGU, verifica-se que o mesmo se limitou a informar que “agora que chega-se ao ponto em que podemos encontrar ilegalidades, faz [a empresa] de tudo para dificultar o acesso a informação. Peço que a CGU apure.”

9. Dessa forma, podemos aferir com clareza que o argumento do cidadão não se enquadra no conceito de informação nos termos da Lei n° 12.527/11. Segundo o artigo 4º, I da LAI, “informação” são dados, processados ou não, que podem ser utilizados para a produção e para a transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato.

10. Neste caminhar, salienta-se que a Lei de Acesso à Informação não é o mecanismo adequado para o recebimento de denúncias ou de reclamações. Para registrar denúncia relativa à defesa do patrimônio público, à correição, à prevenção, à corrupção ou à aplicação dos recursos públicos federais recomendamos o acesso ao formulário eletrônico disponível na página www.cgu.gov.br. 11. Assim sendo, a Coordenação de Recursos de Acesso à Informação - CGRAI, da Ouvidoria-Geral da União, órgão responsável pela análise e instrução dos recursos dos pedidos de acesso à informação que chegam em terceira instância à CGU, não possui competência legal para analisar casos de denúncias e reclamações que vêm ao conhecimento desta Controladoria, competência esta atribuída à Coordenação Geral de Atendimento ao Cidadão e à Cidadã - CGCID.

12. Por tal motivo, foi realizada consulta junto à CGCID para verificação quanto a necessidade de análise mais apurada sobre o caso. A mencionada Coordenação informou que já existe registro de denúncia, NUP nº 00190.502423/2014-83, envolvendo o mesmo órgão, habilitada e tramitada para a SFC/DITRA, para fins de apuração de possíveis irregularidades na ocupação de cargos no âmbito da Recorrida. Recomendou, por fim, que, após o encerramento do parecer pela CGRAI para o pedido de acesso em tela, seja este encaminhado à CGCID como subsídio para a complementação dos fatos denunciados anteriormente.

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13. Pelo exposto, uma vez que as razões de recurso encontram-se fora do escopo da Lei nº 12.527/2011, em razão de se revestir com características de denúncia, opina-se pelo não conhecimento do recurso sob análise.

Conclusão

14. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso em tela, uma vez que não se trata de pedido de acesso à informação nos termos da Lei nº 12.527/2011.

15. Por possuir características de denúncia, recomenda-se o envio deste Parecer, após julgamento, à Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão e à Cidadã - CGCID, para que sirva de subsídio para a complementação dos fatos denunciados anteriormente, cujo processo foi autuado sob o NUP 00190.502423/2014-83.

16. Por fim, observou-se que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais, em especial recomenda-se:

a) Informar em suas respostas ao cidadão a possibilidade de recurso, o prazo para propô-lo e a autoridade competente para apreciá-lo;

b) Que a autoridade que apreciar o recurso em primeira instância seja hierarquicamente superior àquela que adotou a decisão inicial;

c) Que a autoridade que apreciar o recurso em segunda instância seja a autoridade máxima do órgão ou entidade, conforme estabelece a Lei de Acesso à Informação.

LUCIANE CAROLINE RABER BASSO Servidora Requisitada

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D E C I S Ã O

No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto n. 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº 03950.001198/2014-10, direcionado a VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.

JOSÉ EDUARDO ROMÃO Ouvidor-Geral da União

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Controladoria-Geral da União

Folha de Assinaturas

Referência: PROCESSO nº 03950.001198/2014-10

Documento: PARECER nº 3807 de 30/09/2014

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Ouvidor

Assinado Digitalmente em 30/09/2014 JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO

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