• Nenhum resultado encontrado

ASSOCIAÇÃO DE LABORATÓRIOS DE DIAGNÓSTICO DA AMÉRICA LATINA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ASSOCIAÇÃO DE LABORATÓRIOS DE DIAGNÓSTICO DA AMÉRICA LATINA"

Copied!
22
0
0

Texto

(1)

ASSOCIAÇÃO DE LABORATÓRIOS

DE DIAGNÓSTICO DA AMÉRICA

LATINA

EDIÇÃO TRADUZIDA PELO DIAGNÓSTICOS DO BRASIL. O CONTEÚDO É ORIGINAL E DE RESPONSABILIDADE DA REVISTA "ACTUALIDAD EN SALUD".

Vacina contra SARS-CoV-2: segunda parte

Página:

2

Vacina contra a gripe e seu apoio ao sistema imune As vacinas em sua fase final

3

Acompanhamento de segurança

5

Quanto tempo dura a imunidade?

7

Vacina alcançando a meta

8

Comparar as vacinas

16

Qual é a melhor vacina?

17

A viagem das vacinas

18

Gelo-seco

19

20

Vacina e mutação viral

21

(2)

VACINA CONTRA SARS-CoV-2:

SEGUNDA PARTE

“O ano de 2020 foi do coronavírus, de 2021 será o da vacina, e o ano de

2022 será o da recuperação.”

Este anúncio otimista pode ser impactado por uma terceira onda, fruto

dos contatos que ocorreram eventualmente com as festas de fim de ano.

Os contaminados ultrapassam os 75 milhões no mundo e mais de um

milhão e meio de pacientes já morreram.

(3)

AS VACINAS EM SUA

FASE FINAL

Desde meados de janeiro de 2020, quando se decifrou o código genético do SARS-CoV-2, os cientistas trabalham em uma corrida contra o relógio para se chegar a uma vacina capaz de romper a cadeia de transmissão desse patógeno.

A ideia que está por trás das vacinas é de uma simplicidade realmente surpreendente: trata-se de enganar o sistema imune para levá-lo a desenvolver uma “imunidade ativa adquirida” para um vírus, sem que se tenha tido contato prévio com ele.

Os pesquisadores aprenderam a matar e a enfraquecer os diferentes vírus para otimizar as possibilidades de criar uma vacina eficaz. Mais tarde, quando a tecnologia assim permitiu, desenvolveram estratégias para cortar e coletar pedaços de micro-organismos para alterar vírus inócuos de tal forma que, “disfarçados” tornaram-se parecidos com o vírus em questão e geraram imunidade.

Contudo, há um fato que é fundamental na verificação da efetividade de uma vacina: deve ser testada em indivíduos que estejam expostos ao coronavírus, por exemplo, no Brasil, onde o contágio é muito alto, diferentemente de uma população que usa máscara, mantém a distância das outras pessoas e lava frequentemente as mãos. Estes últimos são menos propensos à infecção pelo SARS-CoV-2.

Após os relatórios preliminares dos laboratórios sobre a eficácia da vacina contra o coronavírus, e os pedidos de utilização emergencial, começou a corrida para proteger milhões de pessoas em todo o mundo.

A OMS estimou que, após as primeiras vacinações, as mortes diminuirão, mas não os contágios. Outros órgãos acreditam que os contágios também poderiam diminuir.

Quando tivermos a vacina, não poderemos nos comportar como se o vírus já não existisse, porque ele continuará entre nós. É necessário manter as medidas sanitárias de lavagem frequente das mãos, o uso da máscara e o distanciamento social.

(4)

Entre mais de duzentos projetos sobre futuras vacinas, há dez que saíram na frente e alguns já tiveram suas vacinas aprovadas. Na frente dessa corrida, encontram-se a Pfizer/BioNTech, a Moderna e a Oxford/AstraZeneca. Todas as vacinas, independentemente da plataforma tecnológica que utilizem, baseiam-se na proteína do espinho do coronavírus como ponto de união antigênica. O objetivo de todas elas é bloquear a entrada do vírus na célula humana.

Os fabricantes dessas vacinas estimam uma capacidade de produção total de 5,3 bilhões de doses para o ano de 2021. Caso outras seis vacinas sejam incluídas, candidatas principais, a capacidade aumenta para 7,4 bilhões de doses. Os países com doses em excesso poderiam doá-las à COVAX (uma associação internacional com 79 países membros com renda mais alta), para que sejam distribuídas em países com baixa renda per capita. O laboratório AstraZeneca comprometeu-se a fornecer a vacina sem fins lucrativos, de forma perpétua, aos países com baixa e média rendas.

Bilhões

de doses

(5)

ACOMPANHAMENTO

DE SEGURANÇA

Além das três fases de avaliação das vacinas, há, ainda, o que se chama de “acompanhamento de segurança”, correspondendo ao período que segue à aprovação. É necessário realizar o

acompanhamento dos pacientes vacinados, a fim de pesquisar os efeitos secundários que possam se apresentar de forma tardia.

Os pesquisadores tendem a seguir um processo linear, em que cada evidência é analisada até o último detalhe, antes de partir para o próximo passo. Consequentemente com a enorme exigência que acompanha o desenvolvimento das vacinas para a COVID-19, os processos de pesquisa conseguiram avançar rapidamente para se executar mais de uma fase em paralelo, modificando-se o esquema linear. Deve-se ressaltar que as fases não foram abandonadas, mas, sim, superpostas. Para tanto, nos EUA, o programa governamental conhecido como Máxima Velocidade contribui, dos pontos de vista administrativo e financeiro, para um melhor desenvolvimento e a entrega das vacinas.

Uma das medidas adotadas é a de começar a fase clínica em humanos antes de finalizar a fase em animais. Da mesma forma, realizam-se simultaneamente as fases clínicas iniciais.

Outra medida importante é a de “revisão contínua”, na qual as autoridades sanitárias analisam o fármaco “a partir do primeiro lote de dados” em vez de fazê-lo no final, como se efetua na forma habitual.

As vacinas precisam cumprir uma condição antes de serem aplicadas: deve-se pesquisar a presença de RNA de cadeia dupla (dsRNA), um subproduto dos vírus, cuja presença indica que o vírus está vivo. Esse subproduto pode ser prejudicial para as células humanas e necessita ser filtrado antes que a vacina seja inoculada em seres humanos. Somente quando a vacina estiver completamente livre do dsRNA poderá ser aplicada sem problema.

Há anticorpos monoclonais para detectar dsRNA, produzidos por uma pequena empresa húngara que colabora com as gigantes Pfizer e Moderna em suas vacinas experimentais.

PROCESSO LINEAR

(6)

É muito importante a valiosa colaboração da COVAX Facility, associação internacional que tem como objeto apoiar financeiramente e garantir o acesso a vacinas aos países com baixa renda. Os governos dos membros ajudarão 92 países que, de outra forma, não poderiam pagar pelas vacinas contra a COVID-19.

Para eles, também é importante oferecer às empresas proteção contra uma responsabilidade potencialmente substancial, caso as vacinas causem lesões reais ou perceptíveis a quem as recebe. Os fabricantes não aceitarão contratos de aquisição nem enviarão vacinas sem proteção de responsabilidade.

Um ponto muito importante a ser considerado é que, ao se obter uma ou várias vacinas efetivas e seguras, os estudos clínicos restantes deverão ser suspensos. Não seria ético manter milhares de pessoas recebendo placebo quando já existe a vacina que pode protegê-los do coronavírus.

O surgimento da vacina não deterá a evolução do vírus. Este poderia tornar-se resistente com o tempo. A espécie humana não tem garantias de que sempre sairá vencedora na concorrência natural evolutiva com os vírus.

Sempre há a oportunidade, mesmo que pequena, de que o vírus possa desenvolver uma resistência à vacina. Isso é o que os pesquisadores chamam de “fuga viral”. Os peritos insistem que se deve realizar um monitoramento dos efeitos das vacinas e da resposta dos vírus.

Uma vacina efetiva é de grande importância, mas essa efetividade deve ser garantida ao longo do tempo. Os fabricantes de vacinas podem usar os resultados das raspagens nasais tomadas de voluntários durante os testes e buscar entre eles alterações de ordem genética no vírus.

Há razões para ser otimista diante da possibilidade de que o coronavírus não se torne resistente às vacinas.

LINHA DE CHEGAD

(7)

QUANTO TEMPO DURA

A IMUNIDADE?

A pergunta que vale um milhão é: quanto durará a imunidade gerada pela vacina? A comunidade científica está de acordo que a memória imunitária permanece em vigor pelo menos oito meses nas pessoas que se infectaram no início da pandemia. Ainda devem ser revelados aspectos importantes como a duração e a intensidade da imunidade, questão que somente o passar do tempo ajudará a responder.

É importante conhecer qual é a implicação das imunidades humoral e celular na eliminação da infecção e na proteção a longo prazo. É muito importante lembrar que, além das respostas humoral e celular, há uma imunidade inata com a qual se nasce e que protege contra todos os antígenos. Ela consiste em barreiras que impedem a entrada de micro-organismos. Os componentes da imunidade inata são os macrófagos, os monócitos, os neutrófilos, os basófilos, as células naturais killers, os mastócitos e as citocinas. Essa imunidade inata é a primeira resposta do organismo diante de um agente estranho contra o qual se tenta eliminar a infecção ou contê-la, até o surgimento de uma resposta imune mais específica e efetiva (imunidade adquirida).

IMUNIDADE

(8)

A fase três do estudo clínico da vacina BNT 162b2 começou no mês de julho e incluiu 43.661 voluntários em 150 diferentes localidades. Essa vacina demonstrou 95% de eficácia em todos os grupos etários analisados, inclusive entre os mais velhos. Isso é muito importante porque, no grupo etário mais velho, as probabilidades de adoecer ou morrer pela Covid-19 são maiores.

Margaret Keenan, de 90 anos foi a primeira a receber essa vacina no Ocidente. Foi vacinada no Hospital Universitário de Coventry, Reino Unido.

É uma vacina mRNA, ou seja, traz esse material genético sintético dentro de partículas diminutas que o transportarão às células do corpo humano. Aqui as células “leem” a informação para produzir a proteína do espinho do coronavírus. Essa proteína estimula o sistema imune para que produza anticorpos e células T. Quando o paciente vacinado se contamina com SARS-CoV-2, apresentará os anticorpos e células T (antiproteína do espinho) que o neutralizarão e o destruirão.

VACINA ALCANÇANDO

A META

Estamos prontos para receber as vacinas que completaram todos os requisitos para seu uso efetivo e seguro, como as da Moderna e as da Pfizer-BioNTech.

Apesar da velocidade inédita em seu desenvolvimento, é necessária uma certa margem de tempo para garantir sua segurança: alguns efeitos secundários podem não ser imediatos.

De acordo com a OMS, somente 20% da população mundial poderia receber a vacina durante 2021. No ano de 2022, poder-se-ia contar com um programa de vacinação mais amplo. Os trabalhadores da saúde de primeira linha e os mais vulneráveis serão os primeiros a serem vacinados.

A.

VACINA PFIZER/BioNTech

BNT 162b2 É uma vacina mRNA (RNA mensageiro)

(9)

Há perguntas que ainda não foram respondidas:

A vacina deterá a disseminação do vírus ou somente seus sintomas?

Quanto durará a imunidade? Meses ou anos?

A logística de imunização é complicada porque se deve conservar a menos 80 graus Celsius, podendo causar uma interrupção logística de grande envergadura para sua distribuição a todo o mundo. Assim deve ser porque o RNA é uma molécula muito frágil (+). Caso ocorra uma escassez de gelo-seco, haverá dificuldade no transporte. As medidas para esse caso são tomadas para ter segurança no abastecimento de gelo-seco e na distribuição segura mundialmente.

(+) O mRNA é muito frágil por estar envolto em nanopartículas de lipídios, uma camada gordurosa que pode derreter à temperatura ambiente. É por isso que a vacina da Pfizer deve ser mantida a temperaturas extremamente frias.

Essas vacinas impedem que o SARS-CoV-2 tenha acesso à célula humana. Mas, caso o vírus consiga entrar, as células T o eliminam. O sistema imunológico foi muito bem treinado para aperfeiçoar esses dois movimentos defensivos (humoral e celular) e se sabe que o vírus não pode se defender contra esses mecanismos.

A.1 IMUNIDADE

(QUADRO 2)

O diretor da BioNTech, sócio alemão da Pfizer, afirma que os que receberam a vacina administrada em duas injeções no braço, com três semanas de diferença entre cada aplicação, começam a construir sua imunidade no dia quatorze e chegam à imunidade total no dia vinte e oito após a inoculação. (quadro 2) Demonstra claramente a diferença entre o efeito da vacina e do placebo.

(10)

Medidas estabelecidas pela Pfizer:

A vacina será distribuída de seus próprios centros nos EUA, na Alemanha e na Bélgica.

Será enviada por transporte aéreo ou terrestre e provavelmente necessite ser armazenada em centros de distribuição.

A fim de superar as dificuldades logísticas, foi projetado um contêiner especial capaz de transportar cinco mil doses da vacina. Está suprido com sensores de temperatura e GPS que permitem controlar onde se encontram as vacinas e se estão mantidas resfriadas com o gelo-seco existente em seu interior.

A.2 TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO

Até agora, temos apenas indícios indiretos da duração da imunidade. Os estudos de pacientes com Covid-19 demonstraram que aqueles com uma forte resposta imunológica podem mantê-la após seis meses. Assim sendo, poderia manter-se a salvo por um ano e ter de se vacinar a cada doze meses. Não se pode garantir uma proteção total a todas as pessoas. Isso dependerá de cada caso individualmente.

Até que se comprove que a vacina funciona e os números de contágio diminuam, é muito provável que continuem as medidas de restrição sanitária.

Os estudos clínicos da Pfizer e de outros laboratórios demonstraram que a vacina protege as pessoas para que não adoeçam gravemente, contudo, não há segurança se também detém a transmissão.

Uma vez retirada a vacina desses congeladores, onde foram mantidas a menos 80 graus Celsius, as doses podem ser conservadas durante cinco dias em uma geladeira básica entre 4 e 8 graus.

Devem ser considerados dois tipos de problema que se apresentam para o cumprimento do programa de vacinação:

(11)

Medidas estabelecidas pela Pfizer:

Boa parte do trabalho recairá em empresas que não pertencem à indústria médica ou farmacêutica. Além disso, é provável que a exigência de temperaturas extremamente frias provoque a deterioração de algumas vacinas. Esta vacina tem a produção custosa, seu componente é instável, exige transporte em cadeia resfriada e tem uma vida útil curta.

Outro inconveniente é que há pessoas que não receberão a segunda dose da vacina porque assim decidiram, ou porque não desejam ter novamente os efeitos secundários da primeira dose. Os efeitos secundários da vacina da Pfizer são similares aos da gripe ou de uma forte ressaca após uma noite de divertimento: febre, dor de cabeça, dor generalizada por todo o corpo, calafrios e dores articulares durante um ou dois dias.

Há vacinas cuja aplicação é mais simples. Por exemplo, a que foi produzida pela Oxford/AstraZeneca não exige congelamento, mas apenas ser mantida na temperatura do refrigerador. A vacina da Johnson&Johnson requer apenas uma dose.

O laboratório Pfizer afirma que tudo foi preparado para cumprir fielmente as exigências dos organismos regulatórios. A Organização Pan-Americana da Saúde negocia, atualmente, com instituições financeiras para fortalecer as cadeias de resfriamento dos países que receberão essa vacina.

Quando a vacina ultracongelada chegar às salas de vacinação, pode permanecer nelas até cinco dias a uma temperatura de 2 a 5 graus Celsius, tempo suficiente para administrá-la a uma grande quantidade de pessoas. O grande problema será nos armazéns de recolha e nos lugares de vacinação.

O chefe da BioNTech, Ugur Sahin, declarou que, em 2021, haveria mais variantes da vacina, as quais seriam menos exigentes do ponto de vista logístico.

O neurovirologista José Antonio López informou que o laboratório Pfizer trabalha atualmente no desenvolvimento de uma vacina liofilizada (um processo que gera a desidratação do medicamento) que será “inalado de forma segura”. Esse é um ponto positivo uma vez que não será necessário conservá-la a temperaturas extremamente baixas.

Inalar vem do inglês “sniff”, que significa “aspirar pelo nariz”, tal como fazem os viciados em cocaína. Além disso, o perito destacou que “como é de inoculação pelo nariz, implicaria a ativação do sistema imune de forma mais direta, o que poderia gerar uma resposta mais potente.

1

2

(12)

Foi a primeira a começar um ensaio clínico em humanos no mês de março de 2020. Em julho, iniciaram um ensaio clínico de fase 3 com 30.000 voluntários: a metade recebeu a vacina e, a outra, um placebo. No grupo placebo, 185 pacientes contraíram o

SARS-CoV-2. Deles, 30 evoluíram para um caso grave de COVID-19 e um paciente faleceu. Dos que receberam a vacina, 11 contraíram a doença, e nenhum deles avançou para um estado grave. Essa capacidade da vacina de diminuir a gravidade da doença é muito importante porque evita hospitalizações e mortes.

Oferece uma proteção de 94,1% para novos contágios. Isso quer dizer que 94 de cada 100 pessoas inoculadas não adoeceram. Sua eficácia contra a Covid-19 grave é de 100%.

O protótipo de vacina, conhecida como mRNA1273, baseia-se na plataforma de material genético chamado mRNA, que permite às células humanas produzir a proteína em forma de espinho do coronavírus.

Injeta-se uma parte do RNA (molécula sintética, cópia do material genético viral) que oferece ao corpo instruções necessárias de como fabricar a glicoproteína S do espinho (a mesma que o coronavírus tem). O sistema imune reage com a presença dessa proteína e monta uma resposta imune humoral (anticorpos) e celular (linfócitos T) para atacar o coronavírus, caso este infecte o organismo.

Como se trata de uma vacina liofilizada, seu transporte e conservação serão mais fáceis. No momento de sua utilização, é ressuspenso e introduzido pelo nariz. Não se sabe ainda o tempo de proteção que poderia proporcionar, mas, pelo menos, não será necessário o transporte desta a menos 80 graus Celsius.

B.

VACINA MODERNA

VACINA mRNA1273, Moderna Inc., Cambridge, Mass, EUA.

30.000

VOLUNTÁRIOS

15.000

15.000

PLACEBO VACINAS CONTRAÍRAM SARS-CoV-2 CONTRAÍRAM SARS-CoV-2 30 PACIENTES GRAVES 1 PACIENTE MORTO

185

11

0 PACIENTESGRAVES 0 PACIENTES MORTOS

(13)

Houve o desenvolvimento de anticorpos neutralizadores e os efeitos secundários foram leves a moderados: dor no braço e vermelhidão que, segundo os imunologistas, é um bom sinal. Além disso, dores pelo corpo e fadiga. Ainda não se sabe quanto durará a imunidade. A Pfizer e a Moderna oferecem mais de 90% de proteção.

Os vacinados de todas as idades desenvolvem níveis de anticorpos mais altos que as pessoas que se infectaram com o vírus. Um grupo de 34 pessoas de diversas idades que receberam duas doses da vacina da Moderna seguem apresentando níveis altos de anticorpos três meses após a segunda dose. É muito provável que os anticorpos contra o SARS-CoV-2 gerados pela vacina tenham uma maior duração do que a que se pensava no início.

A vacina mRNA 1273 gera uma resposta imune adequada em pessoas mais velhas. Com relação à resposta imune em indivíduos acima de 56 anos, observou-se um aumento com a segunda dose, e esta foi uma dose dependente.

No final do mês de setembro, a empresa farmacêutica havia comunicado, em um estudo inicial sobre a vacina, que os adultos mais velhos mostraram uma produção de anticorpos neutralizantes com níveis similares aos observados em adultos mais jovens, e com efeitos secundários similares às vacinas contra a gripe. O estudo demonstrou que, nos adultos mais velhos que receberam duas injeções de 100 mg com 28 dias de intervalo, a vacina produziu uma resposta imune em linha com o observado em adultos jovens.

Os efeitos secundários dessa vacina são: dor no local da injeção nas primeiras doses (2,7%), fadiga (9,7%), dor muscular (8,9%), dor articular (5,2%), dor de cabeça (4,5%).

B.1 IMUNIDADE

34 PESSOAS

VACINA

MODERNA

+

=

NÍVEIS

ALTOS

2.7% DOR

EFEITOS SECUNDÁRIOS DESTA VACINA

no local da injeção depois da primeira dose muscular

9.7% DOR

articular de cabeça

5.2% DOR

4.5% DOR

(14)

Um estudo publicado no New England Journal of Medicine oferece uma imagem completa da segurança da vacina em adultos mais velhos, um grupo com maior risco de complicações graves pela Covid-19.

É uma vacina que emprega como vetor uma versão mais fraca de um adenovírus que produz gripe em chimpanzés. Esse vírus sofreu intervenção em laboratório para incluir a sequência genética da proteína S que o coronavírus utiliza para entrar na célula humana.

Um artigo jornalístico do Financial Times, construído com fontes confiáveis, indicou que a vacina experimental da Oxford/AstraZeneca gerou uma resposta imune forte em adultos mais velhos, o grupo de mais alto risco. Essa informação científica relevante sobre a eficácia da vacina será publicada com todas as revisões de pares correspondentes na revista The Lancet. Com o surgimento da pandemia da Covid-19, uma vacina com base no mRNA foi a primeira a entrar nos estudos clínicos. Desde o início, as vacinas de ácido nucleico foram reconhecidas como uma possível solução para uma resposta rápida à pandemia. De posse da sequência genética para gerar a vacina, sua fabricação é rápida e a resposta satisfaz à emergência mundial.

A empresa anunciou que conseguiu uma autorização de comercialização condicional com a Agência Europeia de Medicamentos e que também o obtiveram da FDA.

Esperava-se ter disponível 20 milhões de doses até o fim de 2020 e entre 500 milhões a 1 bilhão até os últimos meses do ano de 2021. A Moderna uniu-se ao grupo COVAX para garantir a distribuição equitativa da vacina.

Nas últimas semanas de 2020, esperava-se ser usadas 20 milhões de doses nos EUA e, para 2021, estarão disponíveis 1 bilhão de doses para o restante do mundo

A vacina pode ser conservada por até 6 meses a menos 20 graus Celsius, uma temperatura igual à de um congelador comum. Após o descongelamento, permanece estável a 2 e 8 graus (no refrigerador) por 30 dias. Pode permanecer à temperatura ambiente durante 12 horas sem apresentar alterações.

B.2 AUTORIZAÇÃO

C.

VACINA OXFORD/ASTRAZENECA

(15)

A Astra Zeneca mostrou a experiência de um estudo clínico em que demonstra que sua vacina contra o SARS-CoV-2 é segura e alcançou 99% de imunidade entre pessoas maiores de 55 anos. Contudo, uma última informação (nov. 2020) revelou os resultados da fase 3, comparando os dois esquemas utilizados pelo laboratório:

Um porta-voz da AstraZeneca declarou que o esquema que utiliza inicialmente meia dose será testado. Será realizado nos EUA em um estudo clínico que atualmente apresenta 10.000 participantes. No total, serão recrutados 40.000 voluntários, alguns dos quais receberão a metade das doses. Soriot declarou que não esperava que a prova adicional atrasasse as aprovações no Reino Unido e na União Europeia. A aprovação da FDA poderia chegar a apresentar um atraso.

Segundo o avaliado até agora, poderia ser que a melhor forma de colocar em ação o sistema imunológico fosse administrar inicialmente uma pequena quantidade da vacina e, assim, aumentá-la, disse Andrew Pollard, pesquisador titular do ensaio da AstraZeneca. O resultado dos voluntários que receberam meia dose, disse, foi muito importante. É importante destacar que, durante os testes nenhum participante desenvolveu formas graves da COVID-19 nem precisou ser hospitalizado.

Essa vacina começou a ser aplicada no mês de dezembro de 2021 nos profissionais da saúde do Reino Unido e estima-se que será utilizado o esquema de meia dose e, depois, uma dose completa com um intervalo de 28 dias entre ambas. Após seis meses, deverão ser aplicadas duas doses de reforço. O governo britânico já conta com 100 milhões de doses que destinará aos maiores de 50 anos com alguma comorbidade, aos profissionais da saúde e aos maiores de 65 anos.

1/2 DOSES COMPLETA1 DOSE

1 MÊS DEPOIS

+

DE EFICÁCIA EM 2.700 VOLUNTÁRIOS

=

90%

Esse esquema foi consequência de um erro no empacotamento da vacina. 2 DOSES COMPLETAS COM INTERVALO DE 1 MÊS EFICÁCIA EM 9.000 VOLUNTÁRIOS

=

62%

(16)

COMPARAR

AS VACINAS

Os tipos de vacinas em desenvolvimento são variados. Eles utilizam diferentes mecanismos para ensinar o sistema imunológico a reconhecer o vírus com antecedência, a fim de que sejam capazes de produzir os elementos necessários para combatê-lo em caso de infecção. As da Pfizer e da Moderna são compostas com ácidos ribonucleicos mensageiros (mRNA). Esse RNA mensageiro abandona o núcleo da célula para posicionar-se no citoplasma junto ao ribossomo, o qual lê a sequência genética do mRNA e usa esse código genético para sintetizar os aminoácidos das proteínas do espinho do coronavírus.

Ao ser injetado, o mRNA engana o sistema imunológico da pessoa porque acredita que está sendo atacado pelo vírus completo e começa a produzir anticorpos neutralizantes.

Em ambos os casos, o mRNA encontra-se encapsulado em nanopartículas de lipídios com o objetivo de fazê-lo chegar ao interior das células do corpo humano para que aquelas sintetizem a proteína S do espinho.

A vacina da Moderna, que apresenta ingredientes diferentes em sua elaboração, não necessita de uma refrigeração tão alta. Pode durar até 30 dias em um refrigerador comum. A vacina da Moderna exige menos frio em seu armazenamento por uma simples razão: a estrutura dessa vacina baseia-se em um tipo de invólucro com uma gordura diferente da do laboratório Pfizer.

As duas vacinas ultrapassam 90% de proteção, valor muito superior ao projetado pela OMS no início da pandemia que era de 50%.

A vacina de Oxford/AstraZeneca emprega um adenovírus enfraquecido como vetor e é conservada no refrigerador comum.

COVID-19 VACINA

(17)

O neurovirologista José Antonio López informou que o laboratório Pfizer trabalha atualmente no desenvolvimento de uma vacina liofilizada (um processo que gera a desidratação do medicamento) que será “inalado de forma segura”. Esse é um ponto positivo uma vez que não será necessário conservá-la a temperaturas extremamente baixas.

Inalar vem do inglês “sniff”, que significa “aspirar pelo nariz”, tal como fazem os viciados em cocaína. Além disso, o perito destacou que “como é de inoculação pelo nariz, implicaria a ativação do sistema imune de forma mais direta, o que poderia gerar uma resposta mais potente.

QUAL É A

MELHOR VACINA?

As três vacinas com mais possibilidades serão a da Pfizer-BioNTech, a da Moderna e a da Oxford/AstraZeneca. E já foi realizada a aprovação pelas agências reguladoras: FDA (US

Food and Drug Administration) e EMA (European Medicines Agency) para as duas

primeiras.

Entre elas, há diferenças substanciais desde a composição à eficácia, o preço, a dificuldade de conservação e a distribuição.

Quanto à sua eficácia, as vacinas da Pfizer e da Moderna alcançam valores de imunização em torno de 95%, enquanto da AstraZeneca é de pouco mais de 70%, embora possa alcançar 90% em determinadas condições.

Com relação ao preço, a da AstraZeneca tem um custo aproximado de 6 euros por dose. As vacinas da Pfizer e da Moderna podem ter um preço de até 31 euros por dose.

As condições de armazenamento, transporte e manipulação também beneficiam a vacina da AstraZeneca, uma vez que pode durar 6 meses em um refrigerador padrão. A da Pfizer precisa de menos 80 graus Celsius e a da Moderna pode permanecer estável durante 30 dias a uma temperatura de entre 2 e 8 graus, embora para períodos mais longos deverá ser congelada a 20 graus abaixo de zero.

(18)

A VIAGEM

DAS VACINAS

Os países que comprarem vacinas que exijam ultracongelamento deverão desenvolver ou aperfeiçoar suas redes de produção, armazenamento e transporte. As principais empresas de distribuição americanas, DHL e Fedex, já contam com redes de congeladores que normalmente empregam para enviar alimentos perecíveis ou itens médicos.

O desenvolvimento histórico atual na fabricação das vacinas dado por Máxima Velocidade permitiu alcançar o momento de envio das vacinas, desde suas fontes de origem, em um prazo nunca imaginado.

O laboratório da Pfizer, em estreita colaboração com os governos locais, comprometeu-se a garantir que todos tenham a possibilidade de obter a vacina. Inclusive será responsável pela capacitação de paramédicos para a administração dela.

A OMS estima que, se as vacinas são bem-sucedidas, deverão ser imunizados 70% da população mundial para garantir o fim da pandemia. O objetivo para 2021 é alcançar 20%. A empresa de transportes DHL estima que, em 2 anos, seriam necessários 15.000 voos e 15 milhões de pacotes refrigerados para entregar a vacina em todo o mundo.

(19)

O gelo-seco é feito de dióxido de carbono, que comumente é gerado como um derivado da produção de etanol. A produção de etanol sobe e baixa conforme a demanda da gasolina. Com a pandemia, deixamos de dirigir e, como resultado, houve uma redução na produção de etanol, o mesmo acontecendo com o fornecimento de dióxido de carbono. A indústria do etanol ainda não se recuperou e isso torna mais difícil conseguir gelo-seco.

A Unicef já está trabalhando com grandes linhas aéreas e com empresas de transporte para preparar o fornecimento dessas vacinas para 92 países, enquanto estiverem disponíveis. Essa será a maior operação desse tipo em toda a história.

Estuda-se a logística necessária para se transportar 2 bilhões de doses durante o ano de 2021. A Unicef tem uma ampla experiência em campanhas de vacinação e é, de fato, a maior compradora de vacinas do mundo a cada ano.

(20)

VACINA CONTRA A GRIPE E

SEU APOIO AO SISTEMA IMUNE

Estima-se que, durante a temporada 2020-2021, 39 a 56 milhões de norte-americanos contrairão gripe e que 24.000 a 62.000 morrerão por conta dessa doença. Devemos nos cuidar mais, obedecendo às instruções sanitárias pertinentes. Duas pragas ocorrendo de uma só vez não é um bom presságio.

A vacina contra a gripe alcança 60% de proteção. Segundo acaba de informar o CEO da Pfizer, sua vacina contra o SARS-CoV-2 alcança mais de 90%, assim como a da Moderna, e com um valor um tanto inferior, a da AstraZeneca.

A vacina da gripe pode reforçar o sistema imune para combater e eliminar o novo coronavírus. Sugere-se que essa vacina protege em 39% o contágio do SARS-CoV-2. Esse resultado é contraditório uma vez que há publicações que afirmam que se observa maior incidência e mortalidade por COVID-19 entre os vacinados contra a gripe. Ao contrário, em uma pesquisa realizada na Itália, observou-se que as pessoas maiores vacinadas contra a gripe apresentavam menos mortalidade por COVID-19 que as que não estavam vacinadas. Também a vacina contra a tuberculose pode proteger parcialmente contra o coronavírus.

2020-2021

DURANTE OS ANOS

MILHÕES

39 A 56

MORTES APROXIMADAMENTE

CO

M GRIPE

24.000 A 62.000

=

(21)

VACINA E

MUTAÇÃO VIRAL

Uma mutação comum (D614G) pode fazer com que a Covid-19 seja mais vulnerável à vacina.

Embora a cepa mutante (que nasceu na Europa) se replique, propagou-se mais rapidamente e seja mais transmissível que a cepa original de Wuhan, é ligeiramente mais simples a neutralização por fármacos com base em anticorpos (Universidade da Carolina do Norte). Os pesquisadores desse centro perceberam que uma mutação comum no coronavírus permitiu-lhe que se propagasse rapidamente por todo o mundo. Isso também pode torná-lo mais suscetível a uma vacina.

O vírus se replica de forma extremamente eficiente nas células epiteliais nasais, as quais constituem um local potencialmente importante para a transmissão de pessoa para pessoa. A capacidade da cepa D614G deveu-se ao aumento da capacidade da proteína em forma de espinho de abrir células para permitir a entrada do coronavírus.

A mutação D614G faz com que se abra um corte na ponta do espinho permitindo que o vírus infecte as células de forma mais eficiente, mas também cria uma via até o núcleo vulnerável do vírus. Com uma abertura feita, é mais fácil para que os anticorpos se infiltrem e possam desativá-lo.

Cientistas da University College of London e da Universidade de Oxford analisaram as mutações em mais de 46 amostras tomadas em 99 países ao redor do mundo, identificando mais de 12 mil dessas alterações no vírus SARS-CoV-2.

E

m

9

9 pa

íses

Cientistas da University

College of London e da

Universidade de Oxford

analisou mutações em

12 mil alterações no vírus SARS-CoV-2

mais de 46

(22)

Referências

Documentos relacionados

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

Ninguém quer essa vida assim não Zambi.. Eu não quero as crianças

O presente trabalho objetiva investigar como uma escola da Rede Pública Municipal de Ensino de Limeira – SP apropriou-se e utilizou o tempo da Hora de

Na apropriação do PROEB em três anos consecutivos na Escola Estadual JF, foi possível notar que o trabalho ora realizado naquele local foi mais voltado à

Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade de Brasília, 2007. A organização como fenômeno psicossocial: notas para uma redefinição da psicologia organizacional e

Declaro que fiz a correção linguística de Português da dissertação de Romualdo Portella Neto, intitulada A Percepção dos Gestores sobre a Gestão de Resíduos da Suinocultura:

dois gestores, pelo fato deles serem os mais indicados para avaliarem administrativamente a articulação entre o ensino médio e a educação profissional, bem como a estruturação

O gráfico nº11 relativo às agências e à escola representa qual a percentagem que as agências tiveram no envio de alunos para a escola Camino Barcelona e ainda, qual a percentagem de