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REPORTAGEM: um gênero de mil faces

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REPORTAGEM: um gênero de mil faces

Raquel A. Soares Reis Franco 1

As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e modificam (...) (Clarice Lispector, 1971).

RESUMO: Este artigo insere-se no campo Semiolinguística e objetiva analisar a reportagem intitulada Sistema de Formação Não Ferirá Autonomia, publicada no site do Ministério da Educação, no dia 11 de novembro, de autoria de Letícia Tancredi. Na primeira parte do texto, sintetizamos a reportagem em análise. Na segunda parte, apresentamos, sucintamente, a discussão em torno da Semiolinguística. Na terceira parte, realizamos a análise da reportagem à luz da Semiolinguística e por último, apontamos algumas considerações em que se evidenciam a importância desta perspectiva teórica para o exame dos mais diversos textos relacionados a uma situação discursiva, e, especialmente, do discurso midiático.

PALAVRAS-CHAVE: Análise do Discurso; Análise Semiolinguística; Gênero Reportagem.

1. INTRODUÇÃO

Vive-se uma conjuntura histórica permeada por cenários complexos, especialmente no que concerne às transforma-ções no mundo do trabalho. Entre os processos sociais e as polêmicas contemporâneas destacam-se, atualmente, aquelas envolvendo a problemática da formação docente. Deste modo, o texto analisado não pode ser entendido fora da conjuntura histórica, cultural e discursiva. O cenário político no qual se lo-caliza a reportagem é marcado por dispersões e continuidades, mas especialmente pela recorrência do discurso de formação do professor.

A reportagem trata do Sistema Nacional Público de For-mação de Professores. Teve como objetivo, principal, divulgar acerca da minuta de decreto que esteve aberta à consulta pú-blica até 24 de novembro de 2008. Segundo Tancredi, jornalista do Ministério da Educação (MEC), a sondagem se justifica na tentativa de superação, “do

formato de ‘balcão’ no repasse de recursos extras às insti-tuições de educação superior.

E, também, pela possibilidade de envio sugestões para o aperfeiçoamento do texto. Os discursos são práticas que for-mam sistematicamente os objetos de que falam, como afirma Foucault apud Maingueneau (1997).

Um conjunto de regras anônimas, históricas, sempre determinadas no tempo e no espaço que definiram em uma época dada, e para uma área social, econômica, geográfica ou linguística dada, as condições de exer-cício da função enunciativa. (FOUCAULT apud MAIN-GUENEAU, 1997, p.14).

Não se trata apenas de analisar a reportagem e sim exami-nar a enunciação2 como um correlato de certa posição

sócio-his-tórica. Desta forma, objetiva-se observar neste texto um conjunto de enunciados3 que constituem narrativas acerca da

necessida-de necessida-de oferecer uma formação continuada aos docentes.

A

análise do discurso (AD) segundo Maingueneau (1997) exige uma “leitura verdadeira”. E o analista do discurso tem um papel importante que é de contribuir para a hermenêutica4

contemporânea. Sendo o desafio crucial da AD é de construir interpretações, sem jamais neutralizá-las, seja através de uma minúcia qualquer de um discurso sobre o discurso, seja no espaço lógico estabilizado compreensão universal. Opta-se, neste texto, por uma análise semiolinguística da reportagem:

Sistema de formação não ferirá autonomia(anexo I); apon-tando as características do gênero, a tipologia, os aspectos sintáticos e semânticos, os sujeitos/ instâncias, o espaço das estratégias da instância de produção, as estratégias de capta-ção, as estratégias de credibilidade, a estrutura da reportagem e a finalidade do ato de comunica

ção.

2- ANÁLISE SEMIOLINGÜÍSTICA DO DISCURSO

Charaudeau (2005), ao justificar o aspecto semiolinguís-tico da análise do discurso, aponta-nos alguns aspectos va-lorizados por esta perspectiva teórica, quais sejam: dimen-são cognitiva, que pressupõe a percepção e a categorização do mundo; uma dimensão social e psicossocial, que abran-ge o valor de troca dos signos e valores de influências dos fatos da linguagem e uma dimensão semiótica, que, num sentido amplo, relaciona a construção dos sentidos com a construção das formas, ou seja, como se realiza a

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semanti-zação das formas e como se faz a semiotisemanti-zação do sentido. Conforme Sobreira (2005), a escolha da palavra semiolin-güística explica-se pelo fato que semio-, de “semiosis”, evoca o fato de que a construção dos sentidos e sua configuração se fazem através de uma relação forma sentido (em diferentes sistemas semiológicos). Assim sendo, a teoria postula que a semiotização do mundo obedece a dois processos: O primeiro é o processo de transformação, que transforma um “mundo a significar” em “mundo significado”, sob a atitude de um sujeito falante. O segundo é o processo de transação, que torna este “mundo significado” um objeto de troca, na interação com outro sujeito, tomado como destinatário deste objeto.

Percebe-se, então, que este duplo processo de semiotiza-ção é o fundamento do contrato de comunicasemiotiza-ção que é a con-dição para que os parceiros de um ato de linguagem se com-preendam minimamente e possam interagir na construção do sentido, que é a meta essencial de qualquer ato de comunica-ção.

Para Sobreira (2005), “o contrato de comunicação tem como base o quadro situacional controlado pelo processo de transação. Ele está intimamente relacionado com o princípio de alteridade, que constitui o fundamento do aspecto contratu-al do ato de comunicação” na medida em que implica o reco-nhecimento e uma legitimação recíproca entre os parceiros. Já o princípio da pertinência confirma o aspecto contratual, pois “envolve o reconhecimento do universo de referência, ou seja, o compartilhamento dos saberes implicados do ato de lingua-gem. Assim, para o estabelecimento do contrato de comunica-ção, é indispensável precisar alguns critérios de construção do texto”(SOBREIRA, 2005).

Na mesma direção de Sobreira, Morato (2009) afirma que a Análise Semiolinguística do Discurso metaforiza a coletividade social como um teatro no qual são encenadas, pela linguagem e na linguagem, as mais diversas relações intersubjetivas. Nesta perspectiva, a sociedade é marcada pela presença de campos enunciativos nos quais ocorrem representações, de cunho lin-guageiro e discursivo, dos papéis sociais exercidos pelos par-ceiros da comunicação.

O discurso se relaciona com a encenação de um ato de linguagem, o qual vem a ser uma espécie de represen-tação cenográfica de um dizer social, de um pronuncia-mento contextualizado por fatores de ordem psicosso-cial e linguageira: um jogo cênico discursivo amparado pelo circuito do fazer psicossocial, que é o lugar situ-acional da enunciação, e o circuito da organização do dizer, o lugar do discurso. O discurso, por esse prisma, é o lugar onde o sujeito encena uma dada significação

e, não raro, esse processo registra suas marcas em um texto, materialização possível de um ato de linguagem. (MORATO, 2009, p.1).

Evidencia-se, então, que a semiolinguística toma o sujeito como responsável por uma intenção de influenciar alguém, uma forma de ação que se manifesta pelo uso da linguagem na me-dida em que intencionalidade e persuasão são traços presentes na atividade discursiva do sujeito que se constitui como comu-nicante.

O sujeito comunicante (Eu c) mobiliza na encenação do dizer, as intenções que ajudam a construir hipóteses de saber sobre o interactante que é posto como sujeito interpretante (Tu i). Uma vez mobilizado esse mecanis-mo, uma mise en scène permite ao sujeito comunicante converter-se em sujeito enunciador. Há uma passagem, portanto, do fazer para o dizer, ou do simplesmente di-zer para o efetivo enunciar. Do mesmo modo, o sujeito destinatário, representado pelo TU d é o resultado da conversão de um sujeito interpretante em um ser situado em um universo de interação discursiva. Também esse receptor do discurso procede na passagem de um fazer para um receber o enunciado. (MORATO, 2009, p.3). Nota-se pelo exposto que o ato de linguagem é comanda-do por “circunstâncias sociais, sencomanda-do os parceiros comanda-do ato co-municativo definidos por uma identidade, psicológica ou social, constituindo-se como sujeito Enunciador e Destinatário, seres de natureza discursiva, comandados pelo sujeito Comunicante e Interpretante”.

3- ANÁLISES SEMIOLINGUÍSTICA DA REPORTAGEM 3.1- GÊNERO

Segundo Marcushi (2005), gêneros textuais, são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo. Os gêneros contribuem para ordenar estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São enti-dades sócio-discursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. Quanto ao surgimento dos gêneros, o autor os separa em três fases. Primeiro: povos de cultura essencialmente oral que pouco desenvolveram os gêne-ros. Segundo: após a invenção da escrita alfabética por volta do século VII A.C, multiplicaram- se os gêneros, surgindo os típicos da escrita. E por último: a expansão dos gêneros com a expan-são do florescimento cultural da imprensa. Em síntese, gêneros textuais são uma expressão como uma noção propositalmente

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vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comu-nicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, esti-lo e composição características.

Embora, Bakhtin5 não tenha teorizado sobre os gêneros

textuais, muito contribuiu para o campo. As principais caracte-rísticas bakhtinianas de gênero são: tipo relativamente estável de enunciados presentes em cada esfera de troca; possui uma forma de composição, num plano composicional, distingue-se pelo conteúdo temático e pelo estilo; trata-se de entidades es-colhidas tendo em vista as esferas de necessidade temática, o conjunto dos participantes e a vontade enunciativa ou intenção do locutor.(Cf. KOCH, 2002).

Em concordância com Koch (2002), Bazerman (2006, p. 29) afirma que os gêneros textuais são “formas de comunica-ção reconhecíveis e autoreforçadoras”. Este mesmo autor pro-põe vários instrumentos conceituais e analíticos para o exame do trabalho realizado pelo texto na sociedade: fornece os meios para identificar as condições sob as quais esse trabalho se realiza, possibilita observar a regularidade com que os textos executam tarefas reconhecidamente similares, e para ver como certas profissões situações e organizações sociais podem estar associadas a um número limitado de tipos de textos; apresenta métodos para analisar como produção, circulação e uso orde-nados desses textos constituem, em parte, a própria atividade e organização dos grupos sociais.

Enquanto gênero textual, o termo reportagem, segundo o dicionário Aurélio Eletrônico, tem a sua origem do francês re-portage. E, significa atividade jornalística que compreende a co-bertura de um acontecimento, a análise e a preparação do texto final a ser entregue à redação. Pela origem da palavra e pelo significado da mesma, corrobora-se com Bazerman (2006, p.21) quando diz que “Temos gêneros [no caso reportagem] altamen-te tipificados, de documentos e estruturas sociais altamenaltamen-te ti-pificadas nas quais esses documentos criam fatos sociais que afetam as ações, direitos e deveres das pessoas.”

Compreender, então, o funcionamento dos gêneros repor-tagem favorece no diagnóstico e na redefinição de sistemas de atividades comunicativas em uma tentativa de determinar se um texto é utilizado em certos momentos, é redundante ou enga-noso.

3.2- TIPOLOGIA TEXTUAL

O gênero reportagem se increve no tipo textual narrativo. De acordo, com Marcushi (2005), tipo textual é um conjunto de tra-ços que forma uma sequencia e não um texto e suas categorias são: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.

Diante destas categorias, faz-se necessário conceituar o tipo em questão:

Este texto de enunciado textual tem um verbo de mu-dança no passado, um circunstancial de tempo e lugar. Por sua referência temporal e local, este enunciado é designado como enunciado indicativo de ação. (MAR-CUSHI, 2005, p. 28).

Ao conceituar a tipologia, verifica-se que este gênero tem traços de outros tipos textuais. Isto significa que este texto con-tém elementos do tipo descritivo e do dissertativo.

3.3- ASPECTOS SINTÁTICOS

A reportagem, em questão, é um texto constituído de um texto verbal (título e texto). Trabalha com enfoque a interpretação e converte fatos em assunto. É caracterizada por períodos sim-ples e compostos. Na composição dos períodos compostos há vários elementos linguísticos coesivos. Faz uso do padrão culto da língua portuguesa.

3.4- ASPECTOS SEMÂNTICOS

A peça analisada embora não se caracterize pelo aspecto polissêmico, apresenta um estereótipo, isto é, unidade sintáti-ca já consagrada pelo uso, o que chamamos de frases clichê. Observa-se um estereótipo na seguinte frase da reportagem:

“Pretende superar o formato de “balcão” no repasse de recursos extras às instituições de educação superior.” Es-tereótipos são, portanto, fórmulas que, consagradas pelo uso, funcionam como verdades absolutas, impedindo, assim, qual-quer questionamento do interlocutor.

Muitas vezes, esses textos familiares sofrem alterações, causando por isso estranheza. O resultado do emprego dessa estratégia discursiva não poderia ser outro: chamam ainda mais a atenção. Outro aspecto semântico observado na reportagem é uso da figura de linguagem:

O modelo não fere a autonomia das universidades...” O emprego da prosopopeia/ personifi-cação torna mais expressivo e, portanto, mais atraente, o que faz com que seja usado de forma marcante no texto jornalístico.

3.5- SUJEITOS/ INSTÂNCIAS

Para Charaudeau (2001), um enunciado qualquer seria de fato produzido e lido por duas pessoas, que são, segundo o Eu-comunicante e o Tu-interpretante. Entretanto, quando o enun-ciador fala a alguém, ele tem em mente a figura do destinatário daquela mensagem. Essa “pessoa hipotética” seria o Tu-des-tinatário – que é a imagem idealizada pelo Eu-comunicante de seu enunciatário. Por outro lado, o Eu-comunicante procura

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passar para o Tu-interpretante uma imagem de si mesmo, que poderá ser ou não aceita pelo Tu-interpretante. Essa imagem é denominada Eu-enunciador, que também é uma figura hipoté-tica na enunciação. Sendo assim, essas figuras presentes na enunciação são as instâncias de produção:

- Eu- comunicante e Tu-interpretante – pessoas reais, são o produtor e o destinatário do enunciado;

· - Eu-enunciador e Tu-destinatário – imagens que o enun-ciador idealiza de si mesmo e de seu enunciatário ao produzir o enunciado.

No texto, em questão, a instância de produção é a jornalista Letícia Tancredi e a instância de recepção é o leitor. A situação de comunicação é monologal6 e o canal utilizado é o gráfico. Em

função da situação de comunicação e do meio utilizado para a divulgação do texto- a internet será considerada a instância (de produção e de recepção).

3.6- ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO

No contrato de comunicação midiática, a instância de pro-dução procura atingir o maior número de leitores; buscando despertar neles o desejo de se informar. Outro aspecto de cap-tação diz respeito aos fatos pelo qual a instância de produção lida; isto faz com que a instância de recepção se interessa sobre a temática.

3.7- ESTRATÉGIAS DE CREDIBILIDADE

Segundo Coura Sobrinho (2003), a credibilidade remete à possibilidade de comprovação de que o informante está dizen-do a verdade. Assim, na peça em questão, o sujeito informante fornece alguns procedimentos para aferir a autenticidade das informações:

- Local pelo qual o texto é veiculado: Portal do Ministério da Educação;

- Opinião do ministro da educação sobre o sistema de for-mação de professores e o seu depoimento;

- A reportagem foi concebida a partir de um pronunciamen-to do Ministro da Educação em um Seminário de formação de professores e estágio, no âmbito do Fórum Brasileiro de Pró-Reitores de Graduação (FORGRAD);

- Disponibilização de um e-mail para o envio das propostas ao Conselho Técnico Científico da Educação Básica da CAPES.

3.8- ESTRUTURA DA REPORTAGEM

A reportagem, de modo geral, tem uma estrutura própria. Assim, a reportagem em questão não foge a regra.

-Título: frase curta por meio da qual se apresenta ao interlo-cutor um fato ou uma situação.

- Texto: exposição do fato apresentado no título, apresen-tando provas que justifiquem o título.

- Assinatura: apresentação do nome do autor.

3.9- FINALIDADES DO ATO DE COMUNICAÇÃO

O Ministério da Educação objetiva que a sociedade tenha acesso a minuta do decreto e que enviem sugestões de aperfei-çoamento ao texto. Desta forma, a reportagem foi o meio utiliza-do para este fim.

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A semiolinguística mostra-se como um importante instru-mental teórico para o exame dos mais diversos textos relacio-nados a uma situação discursiva, e, especialmente, do discurso midiático, conforme revelam as páginas anteriores. Analisar cursivamente a reportagem possibilita-nos refletir sobre os dis-cursos que envolvem a questão da formação docente no Brasil. Além disto, permite evidenciar que “(...) o discurso ultrapassa os códigos de manifestação linguageira na medida em que é o lugar da encenação da significação, sendo que pode utilizar, conforme seus fins, um ou vários códigos semiológicos”. (CHA-RAUDEAU, 2001, p. 25). “Nesse sentido, comunicar, informar, tudo é escolha.” (CHARAUDEAU, 2007, p. 39).

A análise discursiva feita abrange fenômenos da linguagem sob dois aspectos: um externo e outro interno ao universo da linguagem. De um lado, a lógica das ações e influências sociais; de outro, a construção do sentido da linguagem e a construção dos textos. Assim, encontramo-nos num cruzamento de situa-ções que, em conjunto, nos leva a uma dimensão psicosocio-linguageira do discurso, vinculada à construção do processo de semiotização do mundo.

5- REFERÊNCIAS

BAZERMAN, Charles. Gêneros Textuais, Tipificação e Interação. São Paulo: Cortez,

2006.

COURA SOBRINHO, Jerônimo. Análise do discurso em perspectivas. Belo Horizonte:

Faculdade de Letras da UFMG, 2003. KOCH, Ingedore Villaça. Desven-dando os segredos do texto. São Paulo: Contexto, 2002.

CHARAUDEAU, Patrick. Uma Teoria dos Sujeitos da Linguagem. In: MARI, H. et al.(orgs.). Análise do Discurso: Fundamentos e Práticas. Belo Horizonte:NAD/FALE/UFMG, 2001.

____________. MAINGUENEAU, Dominique. Dicionário de Análise do Discurso. Tradução Fabiana Komesu (et al.) São Paulo: Contexto, 2004.

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____________. Uma análise semiolinguística do texto e do discurso. in:Da língua ao discurso: reflexões para o ensino. Rio de Janeiro: Lu-cerna, 2005.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário eletrônico Au-rélio da língua portuguesa. Versão 5. 11ª ed. Curitiba: Positivo Informá-tica Ltda., 2004.

FIORIN. José Luiz. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Editora Ática,2006.

LISPECTOR, C. Os desastres de Sofia. In: Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro:Rocco, 1998.

MAINGUENEAU, Dominique. Novas Tendências em Análise do Discur-so. Campinas:Pontes e Editora da UNICAMP, 1997.

_____________. Análise de textos de Comunicação. São Paulo: Cortez, 2008.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais & Ensino. Rio de Janeiro:Lucerna,2005.

MORATO, Ilson Ferreira. Homem, Acadêmico, Poeta e Pastor: Uma Aná-lise Semiolinguística da Constituição dos Sujeitos na Obra de Cláudio Manoel da Costa. Disponível em: http://www.ichs.ufop.br/memorial/trab/ l8_3.pdf. Acessado em: 12 dez.2011.

SOBREIRA, Francisco de Assis Moura. Uma Análise Semiolinguística do Discurso Poético. Disponível em: www.filologia.org.br/viiifelin/43.htm. Acessado em: 12 dez.2011.

TANCREDI, Letícia. Sistema de formação não ferirá autonomia. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ content&task=view&id=11601. Acessado em 18 de novembro de 2008.

ANEXO I

Sistema de formação não ferirá autonomia

11/11/2008 16h42min: 15

O decreto que institui o Sistema Nacional Público de For-mação de Professores, aberto a consulta pública até 24 de

no-vembro, pretende superar o formato de “balcão” no repasse de

recursos extras às instituições de educação superior. Critérios baseados no regime de colaboração nortearão a distribuição dos recursos às universidades que aderirem ao sistema. A expli-cação foi dada pelo ministro da Eduexpli-cação, Fernando Haddad, nesta terça-feira, 11, no seminário sobre formação de professo-res e estágio, no âmbito do Fórum Brasileiro de Pró-Reitoprofesso-res de Graduação (FORGRAD).

“O modelo não fere a autonomia das universidades, até por-que a adesão é voluntária. O objetivo é disciplinar o acesso aos recursos adicionais para a formação de professores”, destacou Haddad. O ministro citou o exemplo dos repasses do Fundo Na-cional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) vinculado aos Planos de Ações Articuladas (PAR) dos estados e municípios. “Ao atrelar o recebimento de recursos extras aos planos anuais, multidimensionais, baseados em diagnósticos da educação de cada localidade, principalmente as de menor IDEB, as oportuni-dades estão sendo equalizadas”.

Na visão de Haddad, com a formação do magistério não poderia ser diferente, já que é a primeira vez que a União aporta recursos para esse setor, nesse patamar. Segundo ele, a cria-ção do sistema nacional se tornou possível graças à alteracria-ção na lei da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que passou a ser responsável pela formação de professores, e à própria instituição do Plano de Desenvolvi-mento daEducação (PDE).

“O que tem que ficar claro é a não-obrigatoriedade da par-ticipação das instituições no sistema. As universidades que de-sejam fazer parte, de-sejam federais ou estaduais, devem aderir e terão liberdade para forjar seus planos de formação”, ressaltou o ministro. Com a implantação do sistema, o MEC pretende ga-rantir um padrão de qualidade para os cursos de formação e adaptar os currículos desses cursos à realidade da sala de aula. A meta é estimular o ingresso e a permanência na carreira do magistério, aumentar o número de professores com formação superior em instituição pública e equalizar as oportunidades de formação em todo o país.

A minuta do decreto que vai instituir o sistema está aber-ta a consulaber-ta pública. Até 24 de novembro, a sociedade tem acesso ao documento, no portal do Ministério da Educação, e pode enviar sugestões de aperfeiçoamento do texto para o en-dereço eletrônico: formacao.magisterio@capes.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar ativado para poder visualizar o ende-reço de email. As propostas serão examinadas pelo Conselho Técnico-Científicoda Educação Básica da Capes, que pode dar nova redação à minuta.

Letícia Tancredi 11/11/08

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_content&task=view&id=11601 Acessado em 18 de novembro de 2008.

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NOTAS DE RODAPÉ

1. Professora Adjunta I do Centro Universitário Newton Pai-va, mestre em Educação Tecnológica pelo CEFET-MG e douto-randa em Educação pela FAE/UFMG.

2. A enunciação constitui o pivô da relação entre a língua e o mundo: por um lado, permite representar fatos no enunciado, mas, por outro, constitui por si mesma um fato, um aconteci-mento único definido no tempo e no espaço. Faz-se geralmente referência à definição de Benveniste, que toma a enunciação como “a colocação em funcionamento da língua por um ato individual de utilização”, que o autor opõe a enunciado, o ato distinguindo-se de seu produto. (CHARAUDEAU e MAINGUE-NEAU, 2006, p. 193).

3. Para Maingueneau (2008) enunciado é a marca verbal do acontecimento que é a enunciação. É uma unidade elemen-tar da comunicação verbal, uma sequencia dotada de sentido e sintaticamente completa.

4. De acordo com o dicionário Aurélio Eletrônico, herme-nêutica significa: Interpretação do sentido das palavras; arte de interpretar leis.

5. Bakhtin interessava-se menos pela propriedade formal dos gêneros do que as maneiras como eles se constituíam. (FIORIN, 2006).

6. Para Machado (2001) indica parceiros da comunicação que estão fisicamente falando – in absentia. Entram então nes-se caso: todos os textos escritos (cartas, editoriais, livros...) ou impressos (publicidade, desenhos...) assim como também a co-municação via televisão ou internet (excetuando-se o caso bem específico, nesta última dos chats).

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