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O desempenho em sustentabilidade do setor bancário brasileiro: uma análise comparativa dos relatórios GRI dos quatro maiores bancos listados no ISE/BM&F Bovespa

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O DESEMPENHO EM SUSTENTABILIDADE DO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DOS RELATÓRIOS GRI DOS

QUATRO MAIORES BANCOS LISTADOS NO ISE/ BM&F BOVESPA

RESUMO

A sustentabilidade empresarial tem sido assunto recorrente no meio empresarial e acadêmico devido a grande preocupação dos stakeholders com a influência que as organizações exercem no meio ambiente e sociedade. Assim, a divulgação de informações não financeiras seguindo as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) informa aos stakeholders acerca dos resultados advindos das ações sustentáveis. Por conta disso, o presente estudo tem como questão problema: Quais as práticas de sustentabilidade são adotadas pelos bancos participantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&F Bovespa, e disponíveis nos relatórios do tipo GRI?. Para responder tal questionamento, foi feito um levantamento bibliográfico sobre o assunto e posterior análise documental dos relatórios de sustentabilidade dos bancos em questão (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander), publicados no período de 2012 a 2015. Assim, atingiu-se o objetivo geral do estudo, que é o de comparar as práticas de sustentabilidade adotadas pelos quatro maiores bancos brasileiros participantes do ISE e disponíveis nos relatórios do tipo GRI. Para uma análise mais centrada no setor, foram utilizadas como base as práticas de sustentabilidade no setor bancário de Lins e Wajnberg (2007) e, como resultado, verificou-se que o Banco do Brasil e o Itaú foram os bancos que mais adotaram as práticas de sustentabilidade, sendo que o Banco do Brasil apresentou materialidade em todas as práticas adotadas.

Palavras-chaves: Sustentabilidade, GRI, ISE/ BM&F Bovespa, Bancos, Brasil.

1 – INTRODUÇÃO

Com a ascensão do capitalismo e a crescente exploração dos recursos naturais, surge então, a necessidade de reflexão sobre uma proposta de desenvolvimento econômico, porém com uma boa relação do homem com a natureza e sociedade. Essas premissas receberam maior atenção a partir da metade do século XX, através das conferências mundiais da Organização das Nações Unidas em Estocolmo (1972), Rio de Janeiro (1992 e 2012), Quioto (1997) e Johanesburgo (2002), e da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, como “Nosso Futuro Comum”, também conhecido por Comissão de Brundtland (WCED, 1987; NOBRE e RIBEIRO, 2013).

No âmbito internacional, tem-se o GRI (Global Reporting Initiative), criado em 1997, que é uma organização baseada no desenvolvimento sustentável e que criou uma importante estrutura para a elaboração de um relatório de resultados das organizações focando o tripé da sustentabilidade – as dimensões econômica, social e ambiental. Esse padrão é utilizado pela maior parte das empresas para a divulgação de seus relatórios de sustentabilidade (TINOCO, 2010). No Brasil, em 1998 foi criado por um grupo de empresários e executivos, o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, que promove a gestão empresarial de forma socialmente responsável (ETHOS, 2016).

Em 2005, a BM&FBOVESPA criou o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), que permite analisar as empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o prisma da eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa, e que teve uma grande adesão do setor bancário, sendo ele o segundo maior setor em participação no ISE (MARTINS et al., 2014; ISE, 2016c).

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Analisando o caso dos bancos, os riscos ambientais podem ser diretos, indiretos e de reputação. Os diretos podem ser relacionados com a poluição causada pelos mesmos. Os indiretos estão relacionados às práticas de empréstimos e financiamentos concedidos a empresas, pois o banco pode estar financiando uma ação que vai trazer prejuízos ao meio ambiente mesmo sem estar diretamente ligado àquela ação. O risco de reputação está relacionado tanto com os impactos diretos quanto com os impactos indiretos, exercidos em cima da sociedade e do meio ambiente (MATTAROZZI; TRUNKL, 2008).

Dessa forma, a pesquisa se propõe a responder a seguinte questão problema: Quais as práticas de sustentabilidade são adotadas pelos bancos participantes do ISE e disponíveis nos relatórios do tipo GRI?. Para melhor responder essa questão, o estudo tem como objetivo geral comparar as práticas de sustentabilidade adotadas pelos quatro maiores bancos brasileiros participantes do ISE e disponíveis nos relatórios do tipo GRI, entre o período de 2012 a 2015.

O estudo será realizado com os quatro maiores bancos do Brasil segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE, 2015). Além disso, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander seguem as diretrizes GRI e participam da carteira ISE.

O artigo está estruturado em cinco partes. Após a introdução, apresenta-se o referencial teórico que disserta acerca da sustentabilidade no setor bancário e as exigências do GRI e ISE, e, em seguida, mostra-se os procedimentos metodológicos utilizados para a pesquisa. Na quarta parte, é evidenciado os dados coletados, com destaque para a comparação das práticas de sustentabilidade adotadas pelos bancos no período analisado. Por último, apresentam-se as considerações finais.

2 – REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 – Sustentabilidade

Assumindo e respeitando os limites dos recursos do planeta, pode-se conceituar o desenvolvimento sustentável como sendo o consumo responsável da geração atual, garantindo a satisfação das necessidades de gerações futuras (PNUMA, 2004). Segundo Faria e Nogueira (2011), o desenvolvimento sustentável é resultado do equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental, onde nenhuma poderá sobrepor-se à outra, pois são igualmente importantes (ETHOS, 2007). Na verdade, esse é um conceito criado pelo britânico John Elkington, que formulou o Triple Bottom Line (TBL), também conhecido como Tripé da Sustentabilidade, onde afirma que além dos fatores financeiros, as organizações também têm como responsabilidade, fatores ambientais e sociais (SHERMAN, 2012).

A sustentabilidade empresarial (SE) é o caminho para se alcançar o desenvolvimento sustentável, além de manter a riqueza (financeira, recursos naturais, qualidade de vida) da população (SILVA, 2010). É encarada como um investimento ou estratégia que engloba boas práticas de gestão que satisfazem as necessidades atuais dos stakeholders sem prejudicar os recursos ambientais que poderão suprir gerações futuras (ANDRADE et al., 2013).

Para evidenciar as ações referentes ao desenvolvimento sustentável, as organizações têm como ferramenta os relatórios de sustentabilidade, que consolidam informações positivas ou negativas, que, de acordo com Magness (2010) e Iatridis (2013), auxiliam os stakeholders nas tomadas de decisões. Segundo Veríssimo (2010), os relatórios identificam, mensuram e prestam contas aos stakeholders a respeito do desempenho das atividades que visam o desenvolvimento sustentável.

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desempenho empresarial, os stakeholders pressionam a divulgação das informações socioambientais (BRAGA et al., 2011). Assim Verrecchia (2001) sustenta a teoria da divulgação voluntária (TDV) que, a medida que os stakeholders internos percebem vantagens econômicas e/ou institucionais na divulgação, mais dados não financeiros são disponibilizados. Para Góis et al. (2015), as empresas adotam um nível de divulgação mais elevado por acreditar que os custos da divulgação sejam menores que os benefícios gerados pelos mesmos.

2.2. - Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

O ISE foi criado no Brasil em 2005, oriundo de uma tendência de mercado e consequentemente dos investidores, de aplicarem seus recursos em empresas consideradas economicamente, ambientalmente e socialmente sustentáveis. A BM&FBOVESPA, em conjunto com outras instituições, criaram o ISE com o objetivo de ser uma carteira composta de ações de empresas que se comprometem a desenvolver ações de sustentabilidade empresarial, fazendo o papel de incentivador de boas práticas no mercado brasileiro (ISE, 2016a).

Na avaliação do desempenho do índice e na escolha das empresas participantes, a BM&FBOVESPA conta com a parceira com o Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces), EAESP/FGV. Eles desenvolveram um questionário que tem 7 dimensões principais: natureza do produto, geral, governança corporativa, mudanças climáticas, ambiental, econômico-financeira e social. Além do envio do questionário preenchido, as empresas devem enviar os documentos que comprovem as respostas assinaladas (ISE, 2016a; ISE, 2016b). Com base nos resultados, o Conselho Deliberativo do ISE (CISE) decide quais serão as 40 empresas que irão compor a carteira do ISE. A carteira tem validade de um ano, sendo revista todo mês de janeiro (ISE, 2016b).

Para exemplificar melhor, o Quadro 1 mostra as possíveis formas de participação no ISE dependendo do nível de cada empresa. As empresas se dividem em três categorias: Elegível, Treineira e Simulado. Para estar na categoria Elegível, a empresa deve estar entre as 200 ações mais líquidas listadas na BM&FBOVESPA, realizar o processo completo de respostas e apresentar as evidências. A categoria Treineira exige também estar entre as 200 ações mais líquidas listadas na BM&FBOVESPA, porém a empresa responde o questionário sem a exigência de apresentação de evidências. Na categoria Simulado, todas as empresas listadas na BM&FBOVESPA podem participar, porém a resposta do questionário não habilita integrar a carteira do ISE (ISE, 2016b).

Quadro 1 - Tipos de participação no ISE

Atributos Elegível Treineira Simulado

Possibilidade de integrar a carteira Sim Não Não

Oportunidade de reunião com Equipe

ISE Sim Não Não

Questionário a ser respondido Do ano em curso Do ano em curso Do ano anterior

Dimensões do questionário Todas Todas Opcional

Relatório qualitativo (análise dos

documentos corporativos) Sim Não Não

Relatório quantitativo (desempenho da empresa, desempenho máximo, desempenho médio da carteira e médio das participantes)

Sim Sim Sim

Recebimento do relatório quantitativo No fim do ciclo No fim do ciclo Imediato

Flexibilidade de prazos Não Não Sim

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ações mais líquidas ações mais líquidas listadas Fonte: ISE (2016b).

Analisando a carteira do ISE (2016c), percebe-se que o setor que mais esteve presente foi o de energia, sendo seguido pelo setor bancário, e por último, o varejo, como mostra a Figura 1.

Figura 1 - Empresas participantes do ISE por setor

Fonte: ISE (2016c).

2.3. – Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) é uma organização não-governamental sem fins lucrativos, fundada em 1997, em Boston, EUA, tendo como público alvo os investidores. A princípio a GRI era um projeto dentro da CERES (Coalition for Environmentally Responsible

Economy), uma instituição americana sem fins lucrativos, que defende a liderança da

sustentabilidade com objetivo de construir uma economia global saudável. O projeto ganhou uma plataforma mundial com a sua parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), considerado principal autoridade global em meio ambiente (GRI, 2016).

A GRI tem sua sede localizada em Amsterdam, Holanda, e possui secretarias regionais, também conhecidos como pontos focais, são eles: África, China, América Latina, Sul, América do Norte, Sudeste da Ásia e Oceania. O primeiro ponto focal foi lançado no Brasil, em 2007, e situa-se em São Paulo. Hoje são cerca de 8.451 empresas e organizações pertencentes ao perfil e mais de 24.000 relatórios publicados nos modelos GRI (GRI, 2016).

O principal objetivo da GRI é disseminar e desenvolver diretrizes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, para com isso busca integrar a divulgação dos resultados de relatórios não econômico-financeiros, tais como resultados sociais, ambientais e de governança corporativa, aos relatórios financeiros, mantendo o mesmo rigor quantitativo e analítico (GRI, 2016).

Atualmente utiliza-se a quarta versão das diretrizes, G4, lançada em 2013. O relatório de sustentabilidade é divido em categorias: ambiental, econômica e social. As informações dessas categorias devem guiar-se por 10 princípios. No Quadro 2 tem-se a definição de cada princípio de acordo com a forma que deve ser utilizado no relatório de sustentabilidade (GRI, 2015a).

Quadro 2 - Os princípios do GRI-G4 Princípios Conteúdo

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Materialidade Relatar informações relevantes que reproduzem os impactos, ambientais, econômicos e sociais de significância da organização ou com grande influência nas avaliações e decisões dos stakeholders.

Inclusão de Stakeholders

A organização deverá identificar seus stakeholders e as medidas necessárias para corresponder a suas expectativas.

Contexto da Sustentabilidade

Descrição do desempenho organizacional em relação a sustentabilidade.

Completude Retrato das dimensões de limite, tempo e escopo. Referindo-se a prática de coleta de informações e a verificação dos dados obtidos.

Equilíbrio O relatório deverá apresentar aspectos positivos e negativos para que haja uma avaliação equilibrada do seu desempenho.

Comparabilidade As informações deverão permitir aos stakeholders analisar as mudanças no desempenho organizacional ao passar do tempo e ser suscetível a análises com outras organizações. Exatidão As informações apresentadas devem ser precisas e detalhadas, para que seja possível a

avaliação do desempenho pelos stakeholders

Tempestividade A publicação do relatório deverá ser feita a tempo para que as decisões tomadas pelos stakeholders sejam no tempo certo.

Clareza O relatório deverá apresentar fácil entendimento e ter acessibilidade das informações aos stakeholders.

Confiabilidade Os stakeholders deverão se sentir seguros da veracidade do relatório. Fonte: GRI (2015a)

O G4, em comparação a versão anterior, G3, apresenta como principal diferença o princípio da materialidade. Desta forma, o conteúdo do relatório torna-se mais relevante, com documentos focados, estratégicos, credíveis e com mais facilidade de consulta para os

stakeholders e a própria organização (PWC, 2016).

As categorias podem ser divididas em subcategorias. Por exemplo, a categoria social, subdivide-se nas subcategorias: Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente, Direitos Humanos, Sociedade Responsabilidade pelo Produto. E as subcategorias, por sua vez, são compostas por diferentes aspectos. Por exemplo, o tópico “Emprego” é um aspecto da subcategoria “Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente”. A lista detalhada sobre as categorias, subcategorias e aspectos encontram-se no Quadro 3.

Quadro 3 - Categorias, subcategorias e aspectos das diretrizes Categoria Subcategoria Aspectos

Econômica - ● Desempenho econômico, presença no mercado, impactos econômicos

indiretos e práticas de compra.

Ambiental -

● Materiais, energia, água, biodiversidade, emissões, efluentes e resíduos, produtos e serviços, conformidade, transportes, geral, avaliação ambiental de fornecedores e mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a impactos ambientais.

Social

Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente

● Emprego, relações entre trabalhadores e empregadores, saúde e segurança no trabalho, treinamento e educação, diversidade e

igualdade de oportunidades, igualdade de remuneração entre mulheres e homens, avaliação de fornecedores em práticas trabalhistas e mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a práticas trabalhistas.

Direitos Humanos

● Investimentos, não discriminação, liberdade de associação e

negociação, coletiva, trabalho infantil, trabalho forçado ou análogo ao escravo, práticas de segurança, direitos indígenas, avaliação, avaliação de fornecedores em direitos humanos e mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a direitos humanos

Sociedade ● Comunidades locais, combate à corrupção, políticas públicas, concorrência desleal, conformidade, avaliação de fornecedores em

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impactos na sociedade e mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a impactos na sociedade,

Responsabilidade pelo Produto

● Saúde e segurança do cliente, rotulagem de produtos e serviços, comunicações de marketing, privacidade do cliente e conformidade. Fonte: GRI (2015a)

O tipo de relatório pode ser alterado de acordo com a quantidade dos indicadores. Segundo as diretrizes, há duas opções de elaboração de um relatório. São elas: Essencial ou Abrangente. Ambas as opções podem ser utilizadas por qualquer tipo de organização. Esses dois tipos designam o conteúdo a ser incluso para o relatório ser “de acordo” com as diretrizes do GRI (GRI, 2015a).

Na opção essencial, encontram-se os elementos básicos para a preparação de um relatório de sustentabilidade. Nessa opção contém uma visão completa sobre os impactos de seu desempenho ambiental, econômico, social e de governança. A opção Abrangente, por sua vez, tem início na opção essencial e tem acréscimo de informações sobre análise estratégica, ética, integridade organizacional e governança (GRI, 2015a). Para cada aspecto a organização deverá realizar relatos particulares e desenvolver indicadores, como ilustrado na figura 2. Figura 2 - Identificação das divisões do relatório de sustentabilidade segundo as Diretrizes, G4, do GRI.

Fonte: GRI (2015a)

Em 2010 foram registrados mais de 160 relatórios brasileiros na lista de Relatórios da GRI. Para integrar essa lista é necessário que os relatórios sejam baseados na estrutura GRI, explicada acima. (GRI, 2016).

2.4 – Sustentabilidade no Setor Bancário

Segundo Mattarozzi et al. (2008), a evolução no setor bancário na sustentabilidade deve-se a uma pressão dos órgãos ambientais, pois mesmo que a atividade bancária não tenha grande impacto ambiental, ela financia os maiores agentes de impacto socioambiental.

Um exemplo disso veio em junho de 2003, quando os dez grandes bancos mundiais criaram os Princípios do Equador, que são um conjunto de critérios socioambientais de adoção voluntária por instituições financeiras, em nível mundial, e referenciados nos Padrões de Desempenho sobre Sustentabilidade Socioambiental da International Finance

Corporation (IFC) e nas Diretrizes de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Banco

Mundial, que devem ser utilizados na análise de produtos financeiros de grande porte, quando estes forem utilizados para dar apoio a um novo projeto de investimento (INFANTE et al., 2010).

Nesse sentido, existem diversas práticas sustentáveis que podem ser aplicadas ao setor bancário, entre elas: a concessão de crédito consciente, gestão de resíduos e relação com fornecedores. Essas práticas, portanto, podem ser divididas em dois tipos: práticas de gestão, que não estão relacionadas diretamente a geração de receita do banco, e as práticas de finanças sustentáveis, que já são relacionadas à atividade fim do banco (LINS e WAJNBERG, 2007). O quadro 4 mostra as ações de sustentabilidade mais comuns no setor bancário.

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Quadro 4 - Práticas de sustentabilidade no setor bancário

Gestão Finanças sustentáveis

Programas de ecoeficiência Avaliação de riscos socioambientais em

financiamentos Critério socioambientais na seleção de fornecedores e

prestadores de serviço

Crédito responsável

Divulgação de desempenho socioambiental Microcrédito

Diversidade na força de trabalho Fundos socialmente responsáveis

Mudanças climáticas Financiamentos socioambientais

Segurança da informação Mercado de carbono

Lavagem de dinheiro Seguros ambientais

Fonte: Lins e Wajnberg (2007)

3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa é classificada, quanto ao seu objetivo, como sendo uma pesquisa exploratória e descritiva, pois além de levantar dados, buscar encontrar um padrão entre eles, uma comparação. No caso deste estudo, o método utilizado para a coleta dos dados foi a pesquisa bibliográfica e documental. Assim sendo, realizou-se uma análise documental dos relatórios de sustentabilidade de 4 dos 5 maiores bancos brasileiros, que foram obtidos na página na internet de cada empresa no dia 13 de março de 2017, a fim de identificar e comparar as práticas de sustentabilidade adotadas no período de 2012 a 2015. Para o tratamento dos dados coletados, foi utilizado o software Excel®.

O princípio utilizado para a análise foi o da materialidade, ou seja, há a divulgação de informações relevantes que reproduzem os impactos, sociais, econômicos e ambientais de importância da organização e/ou com grande impacto nas avaliações e divulgações dos

stakeholders.

Dentre os cinco maiores bancos, os selecionados para o presente estudo foram o Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil. A escolha justifica-se por esses bancos apresentarem relatórios anuais em conformidade às diretrizes GRI, além de estarem na carteira do ISE.

O Bradesco, que divulga seu relatório em conformidade com o GRI desde 2006, também inseriu informações que seguem estrutura de relato integrado preconizada pelo

International Integrated Reporting Council (IIRC, ou Conselho Internacional para Relato

Integrado). Nesta mesma perspectiva, o Itaú segue as diretrizes do GRI desde 2004, além de respeitar as normas da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). Já o Santander segue as diretrizes do GRI desde 2009, e tem seu modelo de relatório baseado, também, no relato integrado do IIRC, da norma AA1000SES (AA1000SES Stakeholders

Engagement) e da Abrasca. Por último, o Banco do Brasil que segue as normas GRI desde

2006, também segue os critérios propostos pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e pela Abrasca.

Assim, utilizando a ferramenta Excel®, os dados dos relatórios de sustentabilidade dos bancos estudados nos anos de 2012 a 2015 foram categorizados seguindo as práticas de sustentabilidade no setor bancário de Lins e Wajnberg (2007). Os dados foram organizados para facilitar a análise da evolução das práticas ao longo dos anos em cada banco, resultando nas constatações de quais bancos mais se destacam em cada prática.

Dessa maneira, o quadro 5 apresenta o alinhamento entre as categorias do GRI (2015a) e as práticas de sustentabilidade do setor bancário do Lins e Wajnberg (2007). Algumas práticas - como é o caso dos critérios socioambientais na seleção de fornecedores e prestadores de serviço - se encaixam em mais de uma categoria do GRI.

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Quadro 5 - Alinhamento das práticas de sustentabilidade do setor bancário com as categorias do GRI

Categoria Subcategoria Práticas Sustentáveis do Setor Bancário

Econômica -

● Divulgação de desempenho socioambiental

● Avaliação de riscos socioambientais em financiamentos ● Fundos socialmente responsáveis

Ambiental -

● Programas de ecoeficiência

● Critérios socioambientais na seleção de fornecedores e prestadores de serviço

● Mudanças climáticas e Mercado de carbono

Social

Práticas Trabalhistas e

Trabalho Decente

● Critérios socioambientais na seleção de fornecedores e prestadores de serviço

● Diversidade na força de trabalho Direitos

Humanos

● Critérios socioambientais na seleção de fornecedores e prestadores de serviço

● Crédito responsável

● Financiamentos sustentáveis ● Microcrédito

Sociedade

● Critérios socioambientais na seleção de fornecedores e prestadores de serviço ● Lavagem de dinheiro Responsabilidade pelo Produto ● Seguros ambientais ● Segurança da informação

Fonte: Elaborado a partir de GRI (2015a) e Lins e Wajnberg (2007).

4 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 - Divulgação de Desempenho Socioambiental

De acordo com Lins e Wajnberg (2007), a transparência de uma organização em relação à sua performance socioambiental mostra seu comprometimento com o desenvolvimento sustentável. O Banco do Brasil, Bradesco e Itaú respondem ao índice Dow Jones de Sustentabilidade, todos os bancos fazem parte da carteira ISE e seguem as diretrizes GRI. Além disso, o Banco do Brasil divulgou durante os quatro anos o Balanço Social Ibase + NBCT 15 (Norma Brasileira de Contabilidade, que estabelece procedimentos para evidenciação de informações de natureza social e ambiental), e o Bradesco só em 2012.

Portanto, em ordem decrescente de priorização da prática de divulgação de desempenho no relatório de sustentabilidade estão o Banco do Brasil, igualmente Bradesco e Itaú, e por último Santander.

4.2 - Avaliação de Riscos Socioambientais em Financiamentos

De acordo com Lins e Wajnberg (2007) o impacto do setor financeiro no meio ambiente consiste nas atividades de financiamento, por exemplo, a concessão de crédito para empresas com alto impacto no meio ambiente. Ademais, a avaliação de riscos socioambientais em concessão de crédito consiste em reduzir o risco de crédito e a inadimplência.

Desta forma, integrar riscos socioambientais em análise de crédito, faz com que o banco tenha uma gestão mais eficiente em sua carteira e obtenha melhor desempenho nas suas atividades de financiamento. Outro ponto importante ressaltado por Lins e Wajnberg (2007) é que com a avaliação de riscos socioambientais em financiamentos, o banco restringe

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ações não sustentáveis, permitindo a implementação de projetos que contribuam para o desenvolvimento sustentável.

O Santander possui uma área especializada para a análise de projetos de grandes portes e financiamentos para cliente Pessoa Jurídica, que foi criada em 2002, com o nome Risco Socioambiental. O Bradesco apresentou, em 2013, a comissão de Riscos Socioambientais, no qual tem a função de identificar e propor ao comitê de sustentabilidade, as melhores de práticas, processos e procedimentos relacionados a gestão de risco socioambiental e a exposição da organização nesses riscos. O Plano de Sustentabilidade, do Banco do Brasil, como mostra o relatório de 2014, tem o objetivo de identificar riscos socioambientais e definir subgrupos de altos riscos. O Itaú possui, desde 2012, comitê e política relacionada ao risco socioambiental. Suas práticas para identificação e avaliação desses riscos e oportunidade de monitoramento, tornaram-se referência e foram transmitidas para outras entidades parceiras como a International Finance Corporation (IFC).

A avaliação de riscos socioambientais em financiamentos além de possibilitar ao banco uma gestão mais eficiente e sustentável, reduz os riscos para a organização. Todos os bancos analisados apresentaram materialidade nas informações divulgadas, possuem histórico que confirmam a atuação neste contexto aderindo a prática. Desta forma não é possível eleger os melhores bancos nesta prática.

4.3- Fundos Socialmente Responsáveis

Lins e Wajnberg (2007) conceitua fundos socialmente responsáveis como carteiras de ações compostas somente por títulos de empresas geridas de acordo com as práticas de governança corporativa e sustentabilidade. Infelizmente esse assunto não é comumente abordado nos relatórios de sustentabilidade dos bancos analisados.

4.4 - Programa de Ecoeficiência

Lins e Wajnberg (2007) afirma que a ecoeficiência é a conciliação do uso sustentável de recursos finitos com eficiência produtiva e redução de custos. Nos relatórios de sustentabilidade, os bancos analisados mostraram sua eficiência através do nível de consumo de energia e água, do recondicionamento de cartuchos/ toner e racionalização de impressão, da coleta seletiva, inauguração de agências verdes e da certificação ISO 14001.

Ao decorrer dos quatro anos analisados, pode-se perceber que os bancos tiveram crescente queda no consumo de energia e água, exceto aumento em momentos distintos entre os bancos, sendo justificado nos relatórios. No tocante as impressões e utilização de papéis, os bancos apresentaram significativa redução, apenas o Bradesco não apresentou dados a respeito da racionalização do uso de papéis.

Sobre a coleta seletiva, os bancos apresentaram grandes quantidades de resíduos encaminhados para reciclagem, principalmente resíduos eletrônicos. No entanto, o Bradesco só apresentou os dados em 2014 e o Santander em 2013 e 2014.

Em 2012 o Banco do Brasil inaugurou duas agências ecoeficientes (agências verdes), em São Paulo (SP) e Messejana (CE), tendo sido projetadas para reduzir impactos ambientais desde a construção até a manutenção do imóvel. Todavia, todos os bancos apresentaram certificação ISO 14001, mostrando que há um sistema de gestão ambiental implementado nestas organizações.

Portanto, pode-se perceber que nas práticas de ecoeficiência, o Banco do Brasil apresenta-se como melhor, seguido do Itaú, Santander e Bradesco.

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É fundamental a incorporação de aspectos sociais e ambientais na seleção de fornecedores para o setor bancário (LINS e WAJNBERG, 2007). No estudo em questão, todos os bancos exigem que os fornecedores assinem o termo de responsabilidade socioambiental e combate à corrupção.

Na compra de mobiliário, os bancos exigem a certificação FSC (Conselho de Manejo Florestal - promove o uso racional da floresta) e Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal, gerenciado pelo Inmetro, que auxilia empresas a identificar e promover mercadorias advindas de florestas manejadas de forma sustentável), e na compra de computadores, a certificação RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances - restrição de certas substâncias perigosas sejam usadas em processos de fabricação de produtos) e WEEE (Waste Eletrical and Eletronic Equipament - normas que regulam a eliminação deste tipo de resíduos), exceto o Santander que não abordou o assunto em seu relatório. Para o serviço de limpeza, Banco do Brasil e Itaú exigem que os profissionais façam a separação de materiais recicláveis para a coleta seletiva nas dependências dos bancos. Os vigilantes devem ter uma formação chamada CFV (Curso de Formação de Vigilantes), e para a locação de veículos, os mesmos devem ser nacionais e flex-fuel.

O Bradesco possui a ferramenta RFI (Request for Information), que examina dados cadastrais, comerciais, técnicas, econômico-financeiras e socioambientais dos possíveis fornecedores. Após contratado, o fornecedor é monitorado pelo Programa de Avaliação e Monitoramento Socioambiental de Fornecedores. O Santander possui o IQP (Índice de Qualificação de Fornecedores), um sistema de pontuação elaborado em análises de documentos, visitas técnicas e relatórios, para serviços de risco para o negócio, como segurança, logística e call center.

Todos os bancos apresentaram pelo menos em um ano diversos eventos com fornecedores, que é uma oportunidade de engajá-los na causa socioambiental. Em se tratando de engajamento, o Bradesco possui o Programa Relacionamento com Fornecedores Estratégicos, que é um programa que visa o diálogo na cadeia de suprimentos, e o Programa de Engajamento de Fornecedores, que conta com visitas técnicas e elaboração de planos de melhoria de aspectos relacionados à responsabilidade social. O Banco do Brasil, por sua vez, criou em 2015, a Divisão de Fornecedores, que tem como um dos focos a sustentabilidade dos negócios.

Assim, nesta prática, destacam-se em ordem decrescente, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander.

4.6 - Mudanças Climáticas e Mercado do Carbono

Com o cenário alarmante do aumento da temperatura global, a temática das mudanças climáticas é de fundamental importância nas empresas, pois elas devem se resguardar de desastres ambientais, bem como reduzir os impactos de seus processos internos no meio ambiente (LINS e WAJNBERG, 2007).

O Bradesco, Santander e Itaú atuam na comercialização de créditos de carbono das empresas que reduziram suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) através de projetos para esse fim. Inclusive, em 2014, o Santander, através do Programa Reduza e Compense CO2, uma plataforma online, estimulou a sociedade a reduzir suas emissões, calculando e compensando com a compra de créditos de carbono.

Para registro de sua própria emissão de GEE, todos os quatro bancos em questão fazem parte do GHG Protocol, que é um programa para registro e publicação de inventários de emissões de GEE.

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O Banco do Brasil adotou a Agenda 21, que é um plano de ação que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Também compõe a Câmara Temática de Mudanças do Clima (CTClima), iniciativa do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que tem como objetivo auxiliar as empresas na adoção de estratégias de aproveitamento de oportunidades e minimização de riscos e que as oriente para um mundo com restrições às emissões de GEE.

Durante os quatro anos estudados, o Banco do Brasil neutralizou toneladas de carbono em eventos patrocinados em todo o Brasil.

O Banco do Brasil em 2013 e 2014, e o Bradesco e Itaú em 2015 trabalharam em parceria com o CEBDS em um Programa para a Gestão de Carbono na Cadeia de Valor, que, através de eventos capacita fornecedores para gestão, mensuração e elaboração de inventário de emissões de GEE.

Através de práticas transparentes e seu grau de eficiência nas emissões de GEE, o Bradesco (todos os anos), Itaú (2012) e Santander (2012) foram listados no Índice de Carbono Eficiente, uma iniciativa conjunta do BM&FBOVESPA e BNDES.

Todos os bancos participam do Carbon Disclosure Project (CDP) através do preenchimento do questionário de disclosure sobre governança climática. O CDP é uma organização não governamental sem fins lucrativos que possui uma base de dados sobre a gestão empresarial quanto ao risco e oportunidades das alterações climáticas.

Logo, pode-se constatar que o Banco do Brasil é o banco que mais adota a prática de mudanças climáticas, ficando os três bancos restantes em igual atuação.

4.7 - Diversidade na Força de Trabalho

Segundo Lins e Wajnberg (2007), a diversidade na força de trabalho, além do cumprimento de metas legais, visa a conscientização de empresas no contexto de discriminação social.

O Banco do Brasil apresenta programas, eventos e cursos sobre a diversidade desde o relatório de 2012. Entre os programas nota-se parcerias como, por exemplo, Programa FEBRABAN de Valorização da Diversidade, que é divulgado a partir de 2013.

O Bradesco confirma sua responsabilidade com o tema por aderir a compromissos como o Pacto Global. A partir de 2012, o banco promove o Programa de Capacitação Profissional e Inclusão de Pessoas com Deficiência do Setor Bancário, da FEBRABAN, e diversos outros cursos e programas.

No Itaú, além da promoção de programas que apoiam a diversidade, o banco promove a capacitação dos funcionários para lidar com pessoas com algum tipo de deficiência, e claro também a capacitação, para atuar na organização, de pessoas com deficiência.

O Santander desenvolveu em 2012 cursos e treinamentos para gestores e funcionários sobre temas que abordam a diversidade: diversidade de gênero, racial, sexual, etária e pessoas com deficiência. Aplicada a sua política de recursos humanos, o banco busca promover a inclusão social de minorias excluídas pela sociedade, oferecendo, desta forma, capacitação a elas. A composição do quadro de funcionários é um item que vem sido divulgado nos relatórios de sustentabilidade.

Ao mencionar a temática da discriminação, o Bradesco apresenta que houve, durante o período analisado, um total de 240 casos de discriminação, sendo que dentre eles foram analisados 225 casos. Nos relatórios do Itaú, de 2012 a 2016, o banco afirma que não há sequer um caso dado como procedente sobre discriminação. O Banco do Brasil e o Santander não disponibilizam estas informações, porém em 2015 o Santander afirma que 100% dos casos de discriminação foram solucionados. Os canais para denúncia são internet e telefone.

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PRONAS (Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência), ambos programas do Ministério da Saúde, tem como objetivo incentivar empresas e pessoas físicas a doarem para associações, entidades e fundações privadas sem fins lucrativos, atuantes no campo da oncologia e da pessoa com deficiência, com o benefício de deduções fiscais de Imposto de Renda. A participação e incentivo aos programas aparecem nos relatórios do Banco do Brasil (a partir de 2015), Bradesco (a partir de 2013) e Itaú (a partir de 2013). Os Bancos doaram os valores de R$ 4 milhões em 2015 (Banco do Brasil); R$ 84505 milhões (Bradesco) entre os anos de 2013 a 2015; e R$ 150 milhões (Itaú Unibanco) de 2013 a 2015 Neste Ponto todos os bancos apresentaram materialidade e aderiram à prática, não sendo possível identificar uma ordem referente aos melhores.

4.8 - Crédito Responsável

Segundo Lins e Wajnberg (2007), crédito responsável são as práticas de financiamento e empréstimo que tem como objetivo melhorar a situação financeira do cliente. Essa prática também reflete um conflito de interesses, pois os bancos trabalham com metas, que acabam por incentivar os funcionários a deixar de lado o pensamento de crédito responsável e focar somente no resultado financeiro para o banco.

Por ser uma questão ainda delicada, a análise deste quesito nos relatórios de sustentabilidade dos bancos, resultou em sua maioria em práticas de educação financeira. Entre as mais utilizadas pelos bancos analisados estão: palestras sobre educação financeira, curso de planejamento financeiro pessoal, jogos on-line e sites com informações relevantes.

Um diferencial entre os bancos foi a conquista do Banco do Brasil e do Santander do Selo ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira), promovido pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), que premia as melhores práticas de educação financeira.

Conclui-se que, no quesito de crédito responsável, o Banco do Brasil se destaca como único banco que criou e manteve durante os quatro anos analisados um programa de redução de taxas, conhecido como BOMPRATODOS, que são um conjunto de medidas abrangendo assessoria financeira e redução de taxas de juros das principais linhas de crédito voltadas sobretudo para pessoas físicas (aposentados e funcionários públicos) e micro e pequenas empresas (MPE).

4.9 - Financiamentos Sustentáveis

Segundo Lins e Wajnberg (2007), financiamentos sustentáveis são linhas de financiamento específicas para projetos de natureza sustentável, oferecendo um diferencial como taxas mais atraentes, prazos maiores e descontos. Como exemplo de financiamento sustentável pode-se citar projetos de redução de resíduos sólidos ou emissão de efluentes, troca de combustível líquido por gás natural, financiamentos para aquisição de veículos por pessoas com deficiências e financiamentos para recuperação florestal por pequenos produtores rurais.

Nos relatórios de sustentabilidade analisados, somente o Banco do Brasil divulga os valores investidos em financiamentos sustentáveis. Dentre eles, pode-se citar o Financiamento Rural Sustentável, como o Pronaf, que se destina ao apoio financeiro das atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas mediante emprego direto da força de trabalho da família produtora rural. O Programa de Financiamento Estudantil, conhecido como FIES, é uma linha de crédito estudantil para financiamento de graduação no ensino superior para estudantes de baixa renda. Em média são direcionados R$ 2 bilhões por ano para esses tipos de projetos.

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4.10 - Microcrédito

Lins e Wajnberg (2007) descreve o microcrédito como uma modalidade de crédito voltada aos pequenos negócios. Por meio de uma metodologia diferenciada, o crédito é concedido a um grupo de indivíduos e tem como principal objetivo a criação de atividades geradoras de renda. A garantia de pagamento do empréstimo é dada pelo próprio grupo, fazendo com que cada um se autofiscalize e ajude no desenvolvimento de suas atividades, aumentando, por consequência, a probabilidade de pagamento da dívida.

No Brasil, em 2005, foi promulgada a Lei nº 11.110 para a concessão de microcrédito, e dentre as regras está o direcionamento de 2% dos depósitos a vista para essa modalidade de crédito. No Quadro 6 são detalhados os valores (em R$ milhões) disponibilizados em microcrédito, no período de 2012 a 2015, pelos quatro bancos analisados.

Quadro 6 - Microcrédito Ano 2012 2013 2014 2015 Banco do Brasil 763 1500 1371 663 Santander 236,5 266 534 567 Itaú N.D. N.D. 41,7 27,3 Bradesco N.D. N.D. N.D. N.D.

Fonte: Relatórios de Sustentabilidade 2012 -2015 dos bancos Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil. (2017)

Legenda: N.D. - não divulgado.

Pode-se concluir, pelos dados levantados, que o Banco do Brasil tem um desempenho superior em relação aos demais bancos analisados, com um média de R$ 1 bilhão investidos em microcrédito, contra uma média de R$ 400 milhões do Santander. O Itaú começou a divulgar esse indicador em 2014, porém com valores bem abaixo dos praticados pelos outros bancos, enquanto o Bradesco não divulgou esse número nos anos analisados.

4.11 - Lavagem de Dinheiro

Para Lins e Wajnberg (2007), a lavagem de dinheiro relaciona-se com privacidade de informações e padrões éticos de atuação. A prevenção contra a lavagem de dinheiro é uma obrigação legal prevista na Lei 9.613/98.

Desta forma, todos os Bancos analisados possuem uma política de lavagem de dinheiro e medidas para a prevenção de atividades ilícitas. O Banco do Brasil, desde o relatório de 2012, apresenta uma série de recursos educativos para seus colaboradores, referente a lavagem de dinheiro, esses recursos abrangem workshops, cursos e seminários, certificações etc. Os outros bancos também apresentam, de forma resumida, recursos para a prevenção de lavagem de dinheiro. Os canais de denúncia contra a lavagem de dinheiro são apresentados no relatório de todos os bancos estudados e essas informações também podem ser encontradas nos canais de comunicação dessas organizações, como site, ouvidoria, e SAC. Esses canais podem ser utilizados por todos.

4.12 - Seguros Ambientais

Produto oferecido pelos bancos, os seguros ambientais têm papel compensatório em caso de acidente ambiental. A empresa assegurada aponta as áreas de risco no momento da contratação e a seguradora monitora seu comportamento durante o contrato para que não se engaje em atividades que poderiam causar danos ambientais (LINS e WAJNBERG, 2007).

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Floresta ABC, que indeniza os riscos previstos para florestas financiadas pelo Programa ABC (Programa Agricultura de Baixo Carbono), uma linha de crédito criada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que disponibilizou em 2010 o valor de R$ 2 bilhões para financiar práticas adequadas, tecnologias adaptadas e sistemas produtivos eficientes que contribuam para a redução das emissões de GEE. Logo, o Banco do Brasil é o único banco a adotar essa prática, de acordo com os relatórios de sustentabilidade.

4.13 - Segurança de Informação

Para Lins e Wajnberg (2007), assim como a virtualização crescente do dinheiro e o aumento da tecnologia utilizada no setor bancário trazem benefícios fundamentais para as instituições e clientes, elas também representam uma ameaça para a privacidade e segurança do cliente. A divulgação dessas informações para terceiros pode resultar em consequências indesejadas, podendo resultar em roubos e sequestros.

Para impedir que haja vazamento de informações, todos os bancos estudados apresentam uma política de segurança da informação. Desta forma, apresentam cursos e treinamentos para a prevenção de situações onde há quebra da segurança da informação, assim como investimento em tecnologia para aprimoramento de equipamentos e recursos dos bancos.

A ISO 27.001 é uma norma internacional para a gestão da segurança da informação. Nos relatórios estudados, apenas os bancos Itaú e Bradesco apresentam a ISO 27.001 entre suas certificações.

5 – CONCLUSÕES

Este trabalho procurou responder a seguinte questão de pesquisa: Quais as práticas de sustentabilidade são adotadas pelos bancos participantes do ISE e disponíveis nos relatórios do tipo GRI? Assim, foi necessária a análise documental dos relatórios de sustentabilidade dos bancos para, conforme a classificação de Lins e Wajnberg (2007) e os dados disponíveis, chegar às práticas adotadas.

No quadro 7 foram consolidadas as informações levantadas para comparação do desempenho dos bancos em relação a cada prática. As respostas foram divididas em três possibilidades: A/M - adota a prática e oferece materialidade, A - adota a prática, mas não oferece materialidade, e N/A - não adota a prática.

Quadro 7 - Evolução das práticas de sustentabilidade dos quatro bancos analisados

Práticas Sustentáveis BB Itaú Santande

r Bradesco

Crédito Responsável A/M N/A N/A N/A

Financiamentos Sustentáveis A/M N/A N/A N/A

Microcrédito A/M A A/M N/A

Avaliação de Riscos Socioambientais em Financiamentos A/M A/M A/M A/M

Seguros Ambientais A/M A N/A N/A

Fundos Socialmente Responsáveis N/A N/A N/A N/A

Lavagem de Dinheiro A/M A/M A/M A/M

Segurança de Informação A A/M A A/M

Diversidade na Força de Trabalho A/M A/M A/M A/M

Programa de Ecoeficiência A/M A/M A/M A/M

Critérios Socioambientais na

Seleção do Fornecedor A/M A/M A/M A/M

Mudanças Climáticas A/M A/M A/M A/M

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Divulgação de Desempenho Socioambiental A/M A/M A/M A/M Fonte: Adaptado de Lins e Wajnberg (2007)

Legenda:

A/M - Adota a prática e oferece materialidade para isso A - Adota a prática mas não oferece materialidade para isso N/A - Não adota a prática

Pode-se observar que o Banco do Brasil apresentou 11 A/M, 1 A, e 2 N/A; o Itaú 9 A/M, 2 A, e 3 N/A; o Bradesco 9 A/M e 5 N/A; e o Santander 8 A/M, 2 A, e 4 N/A.

Assim, conclui-se que o Banco do Brasil é o banco que mais “adota as práticas de sustentabilidade e oferece materialidade no relatório”, apresentando apenas dois casos onde “não adota a prática”, sendo que no quesito “Fundos Socialmente Responsáveis” nenhum banco adota a prática. O Santander é o banco que menos “adota as práticas e oferece materialidade”, mas em relação a “não adota as práticas”, o Bradesco se destacou. O Itaú se equiparou ao Bradesco na quantidade de “práticas adotadas com materialidade”, entretanto apresenta duas “práticas que adota, mas não oferece materialidade”. Em “não adota a prática”, o Itaú teve um resultado superior ao Banco do Brasil, e apresentou menos “não adota as práticas” que o Santander e o Bradesco.

Pode-se afirmar, também, que nenhum banco se sobrepõe ao outro no pilar econômico. No pilar ambiental, Itaú e Bradesco se igualam como sendo os bancos que adotam todas as práticas, além de apresentarem materialidade. Já no pilar social, o Banco do Brasil é o banco que mais se destaca, adotando todas as práticas, só não apresentando materialidade na prática Segurança da Informação.

Com base na análise das informações apresentadas nos relatórios de sustentabilidade, pode-se perceber que o Banco do Brasil é o banco mais sustentável, por ser o que mais adotou as práticas, apresentando materialidade para isso. No entanto, a principal limitação do trabalho está relacionada ao fato de que a análise das práticas é feita apenas a partir das informações disponíveis nos relatórios de sustentabilidade das organizações, não sabendo efetivamente se tudo o que o banco faz nessa seara está documentada no relatório. Ademais, não foi verificado a veracidade das informações disponibilizadas, restando aos autores confiar no controle realizado pelas auditorias contratadas e pelo próprio GRI. Também por mais que se exista as diretrizes do GRI (G4), pode-se verificar que não há uma padronização quanto ao nível de detalhamento das categorias, subcategorias e aspectos do relatório. Dessa forma, alguns bancos detalharam de forma mais completa as práticas estudadas, enquanto outros muito pouco. Esse detalhamento também varia muito de ano para ano.

Como sugestão de trabalhos futuros, recomenda-se que esse mesmo estudo seja feito com organizações de outros setores da economia, participantes do ISE, e também que seja feito um estudo in loco, com entrevistas junto aos gestores, para melhor entendimento das práticas de sustentabilidade adotadas.

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